UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI DEL REI CAMPUS DE SETE LAGOAS BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM BIOSSISTEMAS QUALIDADE UALIDADE DA ÁGUA RETIRADA DE POÇOS RASOS UTILIZADA PARA CONSUMO HUMANO E IRRIGAÇÃO DE HORTAS URBANAS COMUNITÁRIAS THAÍSE HAÍSE FERNANDES DE SOUZA Sete Lagoas – MG Fevereiro/2014 Monografia apresentada à Universidade Federal de São João Del Rei como parte das exigências do Bacharelado Interdisciplinar em Biossistemas para a obtenção do título de Bacharel em Biossistemas. Orientador: Prof. Dr. Juliano de Carvalho Cury Sete Lagoas – MG Fevereiro/2014 DEDICO Dedico este trabalho aos meus pais, Carlos Antônio de Souza e Maria das Graças Fernandes de Souza, que sempre estiveram presentes em todas as etapas de minha vida, me apoiando e incentivando incondicionalmente. Ao meu marido Samuel Fernandes Reis pelo carinho e atenção. Ao meu irmão Walace Fernandes de Souza pelo auxílio e companheirismo. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus que iluminou o meu caminho durante essa caminhada Aos meus pais, meu irmão, meu marido e toda minha família, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse a esta etapa de minha vida. Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante a graduação e ao meu orientador Juliano de Carvalho Cury que tornou possível a conclusão dessa monografia. Aos meus amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constantes. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 15 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 5 2.1 Microrganismos contaminantes da água potável .................................................... 5 2.2 Metodologias para a detecção de microrganismos contaminantes da água potável e helmintos ......................................................................................................... 6 2.3 Legislação brasileira sobre a qualidade microbiológica da água e determinação de helmintos ..................................................................................................................... 9 2.4 Hortas urbanas comunitárias .................................................................................. 10 2.5 Água utilizada para irrigação de hortas urbanas comunitárias ............................ 10 2.6. Tratamento da água potável com Cloro ............................................................... 11 2.7 Formação de Trihalometanos ................................................................................. 12 2.8 Efeitos dos THMs sobre a saúde ........................................................................... 14 2.9 Alternativas ao uso do cloro .................................................................................. 16 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 18 1 LISTA DE TABELAS E FIGURAS Figura 1. Trihalometanos comumente encontrados em água tratada com Cloro. 16 Tabela 1. Valores guia para THM (Trihalometanos) em águas de consumo (Decreto lei 243/2001). 18 2 RESUMO: A disponibilização da água potável é causa de preocupação constante na nossa sociedade, principalmente nos meios rurais e na periferia da área urbana, onde há falta de assistência técnica, saneamento e conhecimento. Nessas regiões, as águas subterrâneas oriundas de poços rasos constituem-se importantes fontes de suprimento de água para consumo humano e animal, sendo esse tipo de abastecimento muito susceptível a contaminação. A qualidade da água influencia diretamente na saúde das pessoas, seja ela consumida diretamente ou utilizada na irrigação de produtos alimentícios. Hortaliças e frutas, especialmente aquelas consumidas cruas, quando irrigadas com águas contaminadas podem servir de veículo de uma série de doenças. Embora existam métodos para sanitização da água, o mais utilizado deles, o cloro, ao reagir com compostos orgânicos presentes na água, produz substâncias cancerígenas, prejudiciais à saúde. Quase invariavelmente, o melhormétodo de assegurar água adequada consiste em formas de proteção, evitando-se contaminações de dejetos animais e humanos, os quais podem conter grande variedade debactérias, vírus, protozoários e helmintos. PALAVRA CHAVE: qualidade da água, hortas urbanas comunitárias, cloro. ABSTRACT: The provision of drinking water is the cause of constant concern in our society, especially in rural areas and in the periphery of the urban areas, where there is a lack of technical assistance, sanitation and knowledge. In these regions, the groundwater from are an important source of water supply for human and animal consumption. This type of supply is very susceptible to contamination. Water quality directly influence the health of people either directly consumed or used for irrigation of food products. Fruits and vegetables, especially those consumed without decoction, when irrigated with contaminated water can serve as a vehicle for a number of diseases. Although there are several methods of sanitizing the water, the chlorination is the most widely used. The chlorine to reacts with organic compounds present in the water producing carcinogenic substances and others substances, harmful for health. The best method of ensuring adequate water consists of forms of protection, avoiding contamination of animals and humans, which may contain large variety of bacteria, viruses, protozoa and helminths waste. Keywords: water quality, community urban gardens, chlorine. 3 1INTRODUÇÃO Nas últimas décadas o consumo de hortaliças folhosas tem aumentado devido à preocupação em se obter uma alimentação mais saudável.Segundoa World Health Organization (WHO, 2006)a mudança de hábitos alimentares e o aumento das saladas nas refeições feitas em casa, associada a um maior consumo de produtos frescos como frutas e hortaliças minimamente processadas, resultaramno aumento de surtos de doenças transmitidas por alimentos. Além disso, o transporte fácil e rápido de produtos perecíveis, possibilitado pela economia global, aumentou o potencial de exposição a patógenos veiculados em outras partes do mundo(Altekrusel & Swerdlow, 1996). As hortas urbanas do Município de Sete Lagoas são uma realidade já a tempo consolidada, sendo que, em algumas delas a água utilizada para a irrigação é retirada de poços rasos, sendo também alguns destes poços utilizados como fonte de água para consumo direto pela população. Se esta água estiver contaminada poderá transmitir agentes patogênicos a quem a ingere diretamente ou a quem consome hortaliças (principalmente folhosas) sem a sua devida higienização, podendo causar doenças. Segundo Branco (1983) e Takayanaget al. (1996), deficiências de saneamento básico contribuem para a contaminação das coleções hídricas, incluindo do lençol freático, o que justifica a preocupação em se acompanhar a qualidade microbiológica da água retirada desse tipo de fonte de abastecimento. Dentre um total de 147 países avaliados, o Brasil ocupa a 50ª posição quanto à saúde hídrica em um “ranking” proposto por organizações internacionais. Isto se deve ao fato do alto percentual da população que não é atendidacom o fornecimento de água potável e com tratamento de esgoto além dodesperdício doméstico, agrícola,industrial. Além disso, o país possui problemas quanto ao controle da poluição dos mananciais e a sua preservação. Embora o Brasil possua boa quantidade de água passível de ser potabilizada, a maior parte se encontra na região Amazônica, enquanto áreas como o Nordeste sofrem com a escassez. (Andrade, 2008) Devidoà falta ou a precariedade do acesso à água potável e segura, a população mais carente e socialmente excluída é um dos principais alvos das doenças transmitidas por veiculação hídrica. Isto ocorre principalmente em países em desenvolvimento, onde a rápida expansão urbana, o adensamento populacional e a ocupação de áreas periurbanas e rurais acarretaram em deficiências e problemas no suprimento de água para satisfazer às necessidades básicas diárias da população(Razzolini & Günther,2008). 4 A proximidade dos poçosa fossas e redes de esgoto, irregularidades quanto à utilização, manuseio e conservação da água, utilização de tampas inapropriadas, problemas de rachaduras e uso de cordas e baldes para retirada da água são fatores cruciais na contaminação da água, não só por bactérias pertencentes ao grupo dos coliformes totais e fecais, mas também por bactérias como Pseudomonas aeruginosa(Ruskin& Patrick,1988).Além disso, lençóis aquáticos de pouca profundidade como os poços rasos são facilmente influenciados pela água proveniente da superfície (Sworobucket al., 1987). A determinação da presença de patógenos nas fontes evidencia o risco à saúde e a identificação do agente etiológico indica a origem da contaminação. Dessa forma torna-se essencialàimplementação de políticas públicasde gestão de maneira integrada aos setores de desenvolvimento urbano, habitação, saneamento e saúde, de forma a minimizar ou erradicar esses problemas(Razzolini&Günther,2008). Para tratar a água bruta e torná-la potável, se faz necessário dentre outras coisas o uso de substâncias químicas, que podem por sua vez, se não administradas corretamente, causar problemas á saúde daqueles que a utilizam. Dentre esses compostos, o cloro é o mais utilizado por possuir diversos atrativos como: baixo custo, ação bactericida rápida, destrói ou inativa organismos maléficos á saúde humana, aplicação simples exigindo baixo custo com automação, fácil determinação de sua concentração e é relativamente seguro ao homem desde que administrado corretamente (Madiganet al., 2010). Os perigos relacionados aos processos de introdução do cloro na água tem maior relação com os subprodutos gerados do que com os agentes utilizados. Isso acontece por que a quantidade de compostos orgânicos na água bruta normalmente é muito grande, estes compostos podem reagir com o cloro livre ocasionando á formação de diversos subprodutos, dentre eles os Trihalometanos(Condie, 1986). 2REVISÃO DE LITERATURA 2.1Microrganismos contaminantes da água potável As principais doenças associadas aos seus respectivos patógenos de veiculação hídrica são: amebíase (Entamoebahistolytica), giardíase (Giardialamblia), criptosporidíase(Cryptosporidiumparvum), legionelose(Legionellapneumophila) febre tifóide (Salmonellatyphi), hepatite A(vírus da hepatite A), poliomielite(poliovírus), 5 gastroenterite(norovírus)cólera (Vibriocholerae), Ciclosporíases (Cyclosporacaytanensis), Toxoplasmose( Toxoplasma gondii). Em países em desenvolvimento, essas doenças são uma causa significativa de morbidade e mortalidade. Mesmo em países desenvolvidos, a escassez de água limpa em períodos críticos ou erros no tratamento da água podem contribuir para a transmissão de doenças disseminadas pela água.De1971 a 2002ocorreram 764 surtos de doençasnos Estados Unidos associados à água potável, uma média de 24 por ano(Madiganetal.,2010). A maioria dos microrganismos transmitidos pela água desenvolvem-se no intestino, sendo eliminado com as fezes, podendo contaminar a água e se tornar um veículo de transmissão de doenças(Madiganet al., 2010). 2.2 Metodologias para a detecção de microrganismos contaminantes da água potável e helmintos A água é considerada potável quando se encontra dentro de certos padrões de exigência. Já foram detectados cerca de 2000 contaminantes diferentes na água, sendo 700 deles provenientes da água potável, justificando a dificuldade existente em se determinar quais análises devem ser realizadas para diagnóstico desta.As metodologias utilizadas para análise de água são selecionadas observando-se os seguintes parâmetros: limite de detecção; precisão e rapidez; equipamentos disponíveis; nível de treinamento de laboratoristas; custo de análise e exigências específicas de legislação (Andrade, 2008). Para diagnóstico do estado sanitário da água utilizada para consumo são feitos exames microbiológicos, microscópicos e físico-químicos. Considerando que não éfácil a observação de todos os microrganismos patogênicos presentes na água, utilizam-se parâmetros substitutivos, como os indicadores de poluição fecal, ou seja, os coliformes termotolerantes(Escherichia coli), que estão sempre presentes no trato intestinal humano e de outros animais de sangue quente, sendo eliminados em grande número pelas fezes.Os chamados coliformes compreendem as bactérias na forma de bastonetes,gram-negativas, não esporogênicas, anaeróbias facultativas, capazes de fermentar a lactose com liberação de CO2 apóscrescimento durante 24 a 48 horas a 35ºC. Já os coliformes fecais (ou termotolerantes) compreendem aqueles com as mesmas características, porém capazes de liberar CO2 em 24 horas em uma temperatura de crescimento de 44,5-45,5ºC.Coliformes fecais representam risco indireto, pois a sua ocorrência indica a possível presença de outros tipos de 6 microrganismos na amostra, os quais podem ser espécies entéricas patogênicas de elevada virulência, mas são mais difíceis de serem cultivados, sendo, assim, mais difíceis de serem detectados. A principal espécie deste grupo é a Escherichia coli, havendo também outros gêneros neste grupo como Citrobacter, Enterobacter e Klebsiella. Uma das técnicas mais utilizadas para a detecção de coliformes totais e termotolerantes consiste na sequência dos testes: presuntivo, de confirmação de coliformes totais e de confirmação de coliformes termotolerantes.Confirmado o estado de contaminação, para verificação de presença de patógenos de interesse são necessários testes mais específicos (Edberget al., 2000). A prova presuntiva é realizada através da inoculaçãoda amostra em caldo lauril sulfatode triptose (LST) com tubos deDurham invertidos, em que a detecção dos coliformes é observada por meio da turbidez e retenção de gás nos tubos, uma vezque eles utilizam a lactose para produzir ácido e gáscarbônico. Olauril sulfato de sódioconfere ao meio seletividade,pois atua na membrana citoplasmática de microrganismos Gram-positivos, inibindo o seu crescimento (Brasil, 2003). A confirmação da presença de coliformes totais é baseada na inoculação dos tubos positivos da prova presuntiva em caldo verde brilhante bile 2% lactose, e posterior incubação a 36±1ºC. A leitura é feita observando-sea presença de gás nos tubos de Durham do caldo verde brilhante.O caldo verde brilhante bile 2% lactose possui em sua constituição bile bovina e um corante derivado do trifenilmetano(verde brilhante), que são capazes de inibir os microrganismos Gram-positivos (Brasil, 2003). Paraa detecçãoda presença de coliformes termotolerantesinoculam-se os tubos positivos obtidosda prova presuntiva em caldo EC, com incubação em temperatura seletiva de 45±0,2ºC. Se houver novamente a formação de turbidez e a retenção de gásnos tubos de Durhan, confirma-se a existência dos coliformestermotolerantes. O caldo EC possui poder tamponantepor apresentar em sua constituição uma mistura de fosfatos, impedindo sua acidificação.A presença de sais biliares no meio inibem a presença de microrganismos Grampositivos, conferindo a ele seletividade(Brasil,2003). Além do potencial risco bacteriológico decorrente da água não tratada, existe também o risco micológico. Os fungos são ubíquos, ou seja, estão presentes em qualquer ambiente, inclusive aquático, sendo capazes de provocar alergias e micoses em humanos e animais. Entretanto, pouco se tem destacado sua importância e regulamentação no tratamento da água (Machado, 2006). Embora o consumo de água contendo fungos não leve a um quadro de 7 doença aguda, seu aparecimento indica problema crônico de qualidade da água. Os principais fungos encontrados na água são em maioria filamentosos (bolores), havendo também leveduras, sendo que várias espécies de fungos filamentosospossuem a capacidade de estabelecer biofilmes ou sedimentação em sistemas de distribuição de água (Hageskalet al., 2006, 2009).Estudos in vitro realizados por Kelleyet al. (2003) mostraram que micotoxinas e outros metabólitos podem ser produzidos em pequenas proporções por fungos na água e são naturalmente diluídos. No entanto, se a água for armazenada em cisternas ou reservatóriospor períodos prolongados, as concentrações de micotoxinas podem aumentar e, se for ingerida diariamente, mesmo que em pequenas quantidades, por muitos anos,pode ser prejudicial à saúde humana(Paterson, 2006).O Trichodermaviride foi considerado a espécie mais dominante na água potável norueguesa (Hageskalet al., 2006), e frequentemente tem sido associada com a asma em crianças que vivem em casas com água de má qualidade (Vesperet al., 2006). Existem dificuldades metodológicas para realização de estudos sistemáticos quanto à significância de fungos em água potável já que, se considerarmos as unidades formadoras de colônias, não é possível identificar a sua origem, se ela provém de um esporo ou de um fragmento de hifa (Gonçalveset al., 2006). Entretanto, devemos sempre nos preocupar com a presença de fungos em água potável, uma vez que os seus níveis podem reduzir a qualidade da água e constituir um risco potencial para a saúde, sendo importante que se faça uma análise baseada em isolamento e caracterização dos fungos presentes na água utilizada para consumo direto ou para irrigação. A determinação de bolores e leveduras é realizada em meio de cultura com pH próximo a 3,5 e temperatura de incubação de 25±1ºC. É observada a capacidade dos fungos de crescerem nestas condições, uma vez que os meios acidificados a pH3,5±0,1são seletivos a esses microrganismos, inibindo a maioria das bactérias presentes (Brasil, 2003). A avaliação da qualidade microbiológica deve conter uma pesquisa de organismos patogênicos, com o objetivo de tornar ausentes organismos como enterovírus, cistos de Giardia spp. e oocistos de Cryptosporidium sp., que representam riscos a pessoas imunodeprimidas ou até mesmo saudáveis. Caso a água passe por processo de filtração rápida e esteja em nível de turbidez inferior a 0,5 UT, há considerável segurança de que esses microrganismos foram removidos. (Andrade, 2008). As águas contaminadas são a forma mais eficiente de transmissão de doenças causadas por vermes. Os ovos de helmintos, comoTrichuris trichiura, Taeniasaginata e Ascaris 8 lumbricoides conseguem persistir no ambiente entre nove e dez meses, enquanto que a grande maioria das bactérias e vírus patogênicos sobrevivem apenas entre um e seis meses. Além disso, para se contrair helmintoses é necessário apenas uma dose mínima infectante (requer poucos ovos para causar infecção nos humanos) e a população é extremamente susceptível a esses tipos de parasitas (baixa imunidade). No Brasil o Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose, constitui um grande problema endêmico. Sua transmissão ocorre por meio do contato com água contendo larvas denominadas cercarias. As regiões mais favoráveis ao aparecimento do Schistosoma mansoni são cursos de água, canais, tabuleiros e pequenas bacias de irrigação (Marouelli&Silva,1998).A exposição a águas não tratadas ou parcialmente tratadas aumentam os riscos de infecção pelos helmintos, parasitas que representam um grande risco à saúde pública, seja pela inalação e ingestão de ovos viáveis ou pela penetração de larvas filarióides pela pele (Zerbini, 2000). Devido a grande maioria das técnicas de análise parasitológica serem restritas para fezes, as amostras de água sãoanalisadas segundo o método de Faustmodificado para a análise de águas (Pessoa& Martins,1998). Em funil de Inhof de 1000ml são adicionados 1000ml da amostra de água. Após 24 horas em repouso e coberto com papel toalha, o sobrenadante (990ml) é retirado por sucção. Os 10ml restantes são homogeneizados e transferidos para tubos de polipropileno de 15 ml, acrescentando-se 2ml de solução de sulfato de zinco a 33% e densidade de 1,180. Os tubos são centrifugados a 2500 rpm durante 1 minuto. Os cistos e ovos ficam retidos em uma película flutuante, que é recolhida com ajuda de alça de platina e colocada em uma lâmina de microscópio junto com uma gota de lugol e coberta com lamínula. Em microscópio, com aumento de 10× e 40×, o material é examinado e fotografado, sendo a presença ou não de ovos de helmintos determinada. 2.3 Legislação brasileira sobre a qualidade microbiológica da água e determinação de helmintos De acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Brasil, 1986) “As águas utilizadas para a irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas que se desenvolvam rentes ao solo e que são consumidas cruas, sem remoção de casca ou película, não devem ser poluídas por excrementos humanos, ressaltando-se a necessidade de inspeções sanitárias periódicas”. De acordo com a RESOLUÇÃO CONAMA Nº 20, de 18 de junho de 1986(Brasil, 1986) o número tolerável de coliformes termotolerantes em 100ml de água para utilização em 9 irrigação de hortaliças é de 200e para coliformes totais é de 1000 em 100ml NMP.Para água destinada ao consumo humano, em toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas, nascentes, dentre outras, a Portaria n°2914 de12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde (Brasil, 2012) estabelece um valor máximo permitido de ausência em 100ml de água tanto para coliformes totais quanto para termotolerantes, sendo que:“Em amostras individuais procedentes de poços, fontes, nascentes e outras formas de abastecimento sem distribuição canalizada, tolera-se a presença de coliformes totais, na ausência de Escherichia colie/ou coliformestermotolerantes, nesta situação, devendo ser investigada a origem da ocorrência, tomadas as providências imediatas de caráter corretivo e preventivo e realizadanova análise de coliformes”. Para helmintos, a presença ou não de ovos será considerada para definir se a água está própria ou não para a utilização e consumo. Não existem determinações oficiais para os níveis aceitáveis de fungos em água para consumo. Autoridades suecas incluem especificações para regulamentação de fungos em água: um limite de 100 UFC para 100 ml de água. No entanto, esse critério não é avaliado em uma análise de rotina, mas utilizado apenas quando existem casos de queixa de sabor e odor na água (Anon, 2003). Sendo assim, não será levada em consideração a quantidade de fungos encontrados para efeito de classificação da qualidade da água, a não ser que esta quantidade for excessivamente alta ou se forem encontradas espécies potencialmente patogênicas. 2.4 Hortas urbanas comunitárias Em vários países em desenvolvimento é comum a produção de vegetais em áreas urbanas. Diferente das culturas como cereais, que podem ser transportadas desde áreas rurais, culturas perecíveis como legumes, que necessitam de refrigeração, perdem seu valor de mercado durante o transporte,pois o armazenamento em baixa temperatura é caro e muitas vezes não utilizado.Para assegurar seu frescor e valor nutricional, grande parte dos legumes são produzidos em torno das cidades. Porém, muitos desses locais não possuem infraestrutura de saneamento básico adequada para garantia da qualidade da água destinada à irrigação (Abaidooet al., 2011). 2.5Água utilizada para irrigação de hortas urbanas comunitárias 10 A água de irrigação é, talvez, a maior fonte de contaminação pré-colheita de produtos frescos no mundo. Apesar do risco de transmissão de uma série de doenças ao homem, as águas superficiais utilizadas para irrigação de hortaliças, principalmente nos cinturões verdes dos grandes centros urbanos, apresentam-se, muitas vezes, contaminadas por organismos potencialmente patogênicoscomo Escherichia colienteropatôgenica, salmonelas e parasitas intestinais(Marouelli& Silva, 1998). Na década de 90 houve um grande surto de doenças de veiculação hídrica que já haviam sido erradicadas no Brasil, como a cólera. Segundo Pianowsk & Janissek (2003),o principal motivofoi o crescimento desordenado dos grandes centros e a falta de recursos para saneamento básico. Além do risco de contaminação dos consumidores, existe ainda o risco de contaminação dos produtores e dos comerciantes das hortaliças. Estudos apontam que crianças de famílias de comunidades rurais são vulneráveis a infecções com salmonela, por exemplo (Ait&Hassani, 1999). 2.6. Tratamento da água potável com Cloro Cerca de 65% das internações hospitalares no Brasil são provindas por doenças de veiculação hídrica (ABES,1994). Por essa razão, torna-se necessário a remoção de patógenos por meio do processo de desinfecção. Embora, tecnicamente, qualquer tipo de água pode se tornar potável, os procedimentos envolvidos no seu tratamento podem ser custosos e envolver riscos, exigindo produtos químicos como cloro e ozônio, ou até mesmo luz ultravioleta. Dessa forma, é essencial que o tratamento comece na proteção dos mananciais(Heller& Pádua,2006). Para a desinfecção de águas, a cloraçãoé o método mais empregado. O cloro, quando adicionado em quantidade adequada, mata facilmente a maioria dos microrganismos, com exceção do Cryptosporidium e alguns protistas. Ele é normalmente utilizado nas formas de hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio ou gasosa. Durante o tratamento, o cloro deve ser acrescentado em quantidades suficientes à água contendo matéria orgânica, pois o cloro é consumido à medida que reage com compostos orgânicos, e uma pequena quantidade, denominada cloro residual, deve ser mantida para que se possam matar os microrganismos remanescentes (Madiganet al.,2010). Por meio do cloro residualé possível avaliar a qualidade microbiológica da água, uma vezque sua presença demonstra que a mesma foi desinfetada ou 11 que não houve consumo do cloro por microrganismos e nem a introdução de mais matéria orgânica(Amorim & Porto, 2001) As Portarias nº 36/GM de 19 de Janeiro de 1990(Brasil, 1990) e nº 1.469 de 29 de Dezembro de 2000(Brasil, 2000),ambas do Ministério da Saúde,estabelecem um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5mg.L-1 para água não encanada, fornecida por meio de sistemas alternativos de abastecimento. 2.7 Formação de Trihalometanos O cloro é utilizado como método de desinfecçãoa quase dois séculos no Brasil(Pianowsk& Janissek, 2003). Apesar da sua eficiência, sua utilização foi questionada em 1974, quando foi encontrada a formação de trihalometanos na cloração da água. Em 1976 o Instituto Nacional do Câncer relatou um aumento de incidência de tumores em duas espécies de animais, produzidas pelo clorofórmio, um produto da cloração. Desde então, tornou-se evidente a preocupação sobre os possíveis riscos à saúde que o cloro traz ou as reações por seus produtos (Condie, 1986). Diversos compostos são usados no processo de desinfecção da água ou no preparo de soluções cloradas. O cloro gás, comercializado na forma líquida, em cilindros apropriados é geralmente utilizado em estações de tratamento de água. O hipoclorito de sódio encontrado sob forma líquida e o hipoclorito de cálcio, um produto em pó, também são utilizados como desinfetantes. Esses compostos clorados inorgânicos são instáveis ao armazenamento e muito reativos com a matéria orgânica; e,em razão disso, águas contendo ácidos fúlvicos e húmicos, resultantes da decomposiçãoda matéra orgânica podem reagir com esses compostos e ocorrer a formaçã dos THMs. (Andrade, 2008) Segundo alguns autores(Khordagui&Mancy, 1983; Santos, 1987; Van Bremer, 1984), a produção e ocorrência dos trihalometanosé influenciada por alguns fatores como: • Efeito do tempo:A formação dos THMs em condições naturais não é instantânea. Geralmente, quanto maior o tempo decontato entre o cloro e os precursores, maior é a probabilidade de formação dos THM. • Efeito da temperatura:Existe uma dependência típica da temperatura que, a cada 10º C de incremento, eleva ao dobro a taxa de formação de THM. • Efeito do pH: Em geral a formação dos THMsse eleva com o incremento do valor de pH devido a sua ação catalítica sobre o halofórmio. 12 • Efeito dos bromatos:É um fato comprovado que os bromatos têm uma ação acentuada na formação dos THMs, manifestou-se que o bromato afeta tanto a taxa de reação quanto a quantidade total de THM.O mecanismo aceito, pelo qual o bromato participa na reação incluia oxidação do bromato a bromo e ácido hipobromoso, os quais por sua vez reagem com os precursores orgânicos. O bromo competiria mais efetivamente que o cloro pelas posições ativas das moléculas húmicas precursoras.Pelo que se observou, se conclui que o bromo supera o cloro na formação dos THMs. • Efeito da dosagem e tipo de cloro:Quanto maior a dosagem de cloro, maior será a probabilidade de formação de THM. A forma sob a qual o cloro se apresenta também é importante; o cloro livre tem maior poder de formação de THM do que o cloro combinado. Os THMs podem ser representados da seguinte forma: Cloro livre + espécies halogenadas + precursores = THM’s + subprodutos.Os trihalometanos são compostos formados por um átomo de carbono, um de hidrogênio e três de halogênio (cloro, bromo ouiôdo).A Figura 1 mostra alguns deles (Myer&Sheila,1994). Figura 1: Trihalometanos comumente encontrados em água tratada com Cloro. 13 Os compostos químicos que possuem maior significância em água potável são: triclorometano, bromo-diclorometano, dibromoclorometano e tribromometano (Santos, 1987). Dentre as alternativas existentes e viáveis para controle desses compostos em água, estão o controle dos precursores, que pode ser realizado durante o tratamento convencional da água, nas etapas de floculação, decantação e filtração, e o uso de agentes clorados menos reativos com a matéria orgânica (Andrade, 2008). 2.8 Efeitos dos THMs sobre a saúde Desde a descoberta da contaminação da água por subprodutos da cloração, vários estudos epidemiológicos têm sido realizados, investigando a possível associação entre consumo de água clorada e câncer (Morryset al.,1992). Mais recentemente, os THMs foram classificados como cancerígenos humanos(categoria 2B) pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer(IARC,1999). Uma meta-análise realizada por Morrysetal. (1992), demonstrou que pessoas que tiveram uma maior exposição a subprodutos resultantes da cloração da água utilizada pra consumo possuem cerca de 10-40% de excesso derisco de câncer de colo da bexiga, cólon e reto. Estudos analíticos relataramfraco a moderado aumento de risco decâncerpancreático, da mama, do cérebro oucancro pulmonar associado com a exposição a longo prazo de água potável clorada.Também foram reportadosem outras pesquisas aumento dos riscos para os defeitos do tubo neural em crianças cujas mãesno início da gravidez residam em áreas em que os níveis de THM foram maiores do que 40ug.L-1(WHO, 2000). Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2000), ao serem inalados ou ingeridos pelos mamíferos, os THMs são absorvidos, metabolizados e eliminados rapidamente. Logo após sua absorção, as concentrações mais elevadas são alcançadas no tecido adiposo, fígado e rins. A principal via de eliminação desses subprodutos é a via do metabolismo de dióxido de carbono, sendo a via predominantea do metabolismode oxidação através do citocromo P450 (CYP) 2E1, a qual levaa formação de fosfagênio e congêneres bromados, que podem ser hidrolisados para dióxido de carbono ou se ligarem a macromoléculas do tecido. Vias metabólicas secundárias são redutoras de halogênios oxigenados via CYP2B1/2/2E1 (levando à geração de radicais livres) e glutationa (GSH), 14 conjugação através de glutationa-S-transferase (GST)T1-1, que geram intermediários mutagênicos. Portanto, a utilização de água clorada não apenas para consumo, como também para aplicações agrícolas, com subsequente consumo humano de alimentos das culturas irrigadas com essas águas, podem ser uma rota de exposição aosTHMs (Levine &Asano, 2004). O Ministério da saúde adotou no Brasil, em sua Portaria N.º 518 de 25 de Março de 2004, o limite máximo de 0,1mg.L-1de THM nas águas de abastecimento. Por meio doDecreto-lei Nº 306de 27 de Agostode 2007 (DL, 2007) é possível analisar os valores paramétricos para os THMT (trihalometanos totais) em água de consumo. Este valor é dado pela soma dos valores das concentrações de clorofórmio,bromodiclorometano, dibromoclorometano e bromofórmio, mas não estabelece valores parciais para cada um destes compostos. A OMS (WHO, 2008) estabelece, com base no princípio da ação preventiva, valores guia para cada um dos THM e um valor ponderado (Equação1 abaixo), tendo em conta a potencial toxicidade aditiva.A Tabela 1 apresenta os valores guia para THM em água de consumo. Tabela 1: Valores guia para THM em águas de consumo (Decreto lei 243/2001). THM Valor Guia (OMS) --------------------------- µg.L-1 --------------------------------- Clorofórmio 200 ---------- Bromodiclorometano 60 ---------- Dibromoclorometano 100 ---------- Bromofórmio 100 ---------- --------- 100 THMT Equação1: Em que C é a concentração de cada composto 15 As normas vigentes não contemplam a água utilizada para irrigação na agricultura, exceto os incluídos nas orientações da OMS para a concentração máxima permitida de clorofórmio, que é de 0,47 mg.kg-1em solos que recebem resíduos de água municipal tratada (WHO, 1996). 2.9 Alternativas ao uso do cloro Existem no mercado alguns processos alternativos que evitam a formação dos THM’s por não fazerem uso do cloro livre na etapa de desinfecção, sendo eles: cloro combinado (cloraminas), ozonização, dióxido de cloro e radiação ultravioleta. No entanto, esses processos alternativos podem levar à formação de outras substâncias ainda desconhecidas pela comunidade científica e que podem afetar a saúde humana(Myer, 1994). Segundo o EPA (1999), odióxido de cloro apresenta algumas vantagens como:redução da formação de THMs e AHAs; sua eficácia nãoé comprometida pelo phlíquido; apresenta maior açãoem biofilmes e desenvolvimento de microrganismos em adutora; é ágil nomonitoramento de gosto e odor em águas de abastecimentodevido a presença de sulfetos e compostos fenólicos. Porém, possui muitas desvantagens como:inviável de serformado, comprimido e conduzido; é dispendioso pelo fato de utilizar para sua produção produtos de disponibilidaderestrita, como clorito de sódio e clorato de sódio; dentre os sistemas de cloração utilizados, o dióxido de cloro é o mais caro eo que exige maiores habilidades técnicas; o sub-produto da desinfecção da aplicação do dióxido de cloro é o íon clorito, regulamentado pela EPA (1999) em 1,0 mg.L-1 e em 0,2 mg.L-1 pela Portaria 518/2004 doMinistério da Saúde (Brasil, 2005), o que requer cautela quanto a sua utilização, especialmente quanto às suas dosagens aplicadas. Uma outra alternativa para a desinfecção é oozônio, um forte agente oxidante que é capaz de reagir com uma grande variedade de compostos orgânicos,podendo oxidar trihalometanos na presença de luz ultravioleta.Ele não forma trihalometanos na água e também pode remover seus precursores(Trussel,& Umphies,1978).É também eficaz nocontrole de cor, sabor, odor, algas,remoção de bactérias, amebas e vírus(CLSL, 1975). Porém, existem também desvantagens quanto à utilização do ozônio, uma vez que ele é um gás muito venenoso; sendo a sua concentração máxima permissível na atmosfera de 0,1 mg/m3.Não apresenta odor e nem cor perceptível, tornando-se assim, muito perigoso.Seus 16 requisitos de energia elétrica, custo, instalação e operação são altos, cerca de 10 a 15 vezes maiores que para o cloro.Apesar daozonificação ter sido praticada extensivamente na Europa por muitos anos, informações epidemiológicas sobre seus efeitos em água potável não estão disponíveis. Outro problemaé o fato do ozônionecessitar de ser utilizado em combinação com outro desinfetante porque não produz efeito residual (Greenberg, 1980). O cloreto de bromo é mais eficiente que o cloro na inativação de vírus entérico e coliformes em águas residuais.Por ser um complexo com dois átomos de halogênio, eleé eficaz como desinfetante e oxidante(Vogt&Regil, 1980). Entre as desvantagens estão: o cloro aindase faz presente e os orgânicos bromados formados são normalmente mais tóxicos do que os seus homólogos clorados. Pelo fato de ser um produto instável, é tão tóxico quanto o cloro para a vida aquática(Ledim& Burton, 1981).Segundo Bull (1980), mais testes devem ser realizados para a análise dos efeitos tóxicos em humanos e animais aquáticos antes de serem utilizados amplamente como alternativa de desinfetante. A luz ultra-violeta (UV) é eficiente na inativaçãode muitos microrganismos, mas apresenta alto grau de especificidade. É necessária uma dose mais forte para inativaresporos, fungos e protozoários do que para destruir células vegetativas de bactérias (Donnellan, 1968). É possível observar em águas residuárias que utilizam esse tipo de tratamento uma redução de quatro vezes na concentração viral (Fluegge et al., 1979).Este método se destaca comodesinfetante alternativo pelo fato de não apresentar subprodutos e resíduos tóxicos(Jolleyet al.,1979). Como desvantagem, pode sercitada a baixa capacidade de penetração. A cor, turbidez, compostos orgânicos, ferro e sais comprometem o potencial de desinfecção. Variações de tensão e flutuações de temperatura também podem reduzir a intensidade da lâmpada UV. Há também o potencial de exposição ocupacional à irradiação UV, que é prejudicial para os olhos e pele. Porque a UV não produz nenhum resíduo, ela deve ser usada em conjuntocom um método que mantém a atividade germicida ao longo do sistema de distribuição (Cheremisinoff et al.,1981). 17 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar da evolução dos conhecimentos sobre os microrganismos existentes na água, das doenças causadas por eles, dos seus mecanismos de contaminação e das técnicas de higienização pra prevenção dos mesmos, tem- se observado a ocorrência de um número elevado de surtos e de casos dessas doenças. A literatura nos mostra que boa parte da população ainda consome água fora dos padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Além disso, percebe-se que essa contaminação é consequência da má alocação e inadequada construção dos sistemas de captação de água, da falta de manutenção dos sistemas de abastecimento e principalmente ao desleixo dos órgãos públicos. O controle de qualidade da água para qualquer uso seja para consumo direto ou para irrigação de produtos alimentícios devem ser realizadas de forma contínua para evitar possíveis riscos à saúde humana. Esse controle consiste de um conjunto de medidas e análises destinadas a verificar se a água fornecida a população é potável. Para mais, não apenas as formas de controle, mas também as formas de tratamento de desinfecção da água com produtos como o cloro devem ser observadas,uma vez que este produto é capaz de formar substâncias tóxicas na água podendo desencadear doenças. 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Abaidoo RC, Keraita B, Amoah P, Drechsel P, Bakang J, Kranjec-Berisavljevic G, Konradsen F, Agyekum W, Kluse A (2011) SafeguadingPublic Health Concerns, Livelihoodsand Productivity in WasterwaterIrrigatedurbanVegetableFarming. CPWF PN 38 Project Report, Kumasi. ABES(1997) Associação Brasileira de Engenharia Sanitária Ambiental. 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