Provas de Acesso a Cursos de 2.º Ciclo em Ensino
Exame de Língua Portuguesa
MATRIZ DA PROVA
1. Objectivos da Prova
! Avaliar a capacidade de compreensão do texto escrito
! Testar competências de leitura através de um questionário
! Aferir competências na área do funcionamento da língua
! Avaliar a capacidade argumentativa
! Apreciar a aptidão para organizar ideias num texto escrito
! Verificar a qualidade da expressão escrita
2. Estrutura da Prova
I – Texto (s) e questionário
II – Funcionamento da Língua
III – Composição escrita
3. Avaliação
I – Compreensão da leitura: 35%
A – Interpretação/ seleção da informação do texto em função
! da sua tipologia/ género
! da intencionalidade comunicativa
! da mensagem
B. – Capacidade de síntese e organização lógica da resposta (clareza e coerência)
C – Adequação da resposta à questão colocada
II – Conhecimento do funcionamento da língua: 30%
A – Processos de formação de palavras
B – Relações entre palavras (significado, som e grafia);
C – Classes morfológicas e sua flexão
D – Funções sintáticas nucleares
E – Frase simples e frase complexa
III – Expressão escrita: 35%
A – Qualidade da informação e dos juízos apresentados.
B – Estruturação do discurso.
C – Correção linguística:
4. Duração da Prova:
Tempo para realização da prova: 2 horas
Tolerância: 30 minutos
5. Material admitido: exclusivamente material de escrita
6. Bibliografia Recomendada
Areal, Américo, Curso de Português.
Colecção: Enciclopédia de Estudo
N.º de págs.: 320
ISBN: 972-41-0179
Cunha, Celso/ Cintra, Lindley, Breve Gramática do Português Contemporâneo
Editor João Sá da Costa
Local de edição: Lisboa
N.º de págs.: 486
ISBN: 972-9230-05-6
Provas de Acesso ao 2.º Ciclo
Educação Básica
2012 Recurso
Exame de Língua Portuguesa
Tempo para realização da prova: 2 horas
Tolerância: 30 minutos
Material admitido: exclusivamente material de escrita
PARTE I – COMPREENSÃO DO TEXTO
Leia atentamente o seguinte texto:
Terrorismo é uma coisa, estupidez é outra
Os serviços secretos de Espanha andam a brincar connosco. Há uns séculos, os espanhóis
levaram uns bofetões de uma profissional da indústria da panificação, e não deve passar um
dia em que não pensem na vingança. Na semana passada comunicaram-nos que a Al Qaeda
ameaça praticar actos terroristas em Portugal. E nós, parvos, acreditámos. Até onde chega a
credulidade dos portugueses... Primeiro acreditámos no Sócrates, e agora nos espanhóis. Há
que aprender a lição.
Como é evidente, só um terrorista muito estúpido é que vem exercer a profissão para cá.
Com a vigilância que existe, hoje em dia, nos aeroportos, os terroristas só podem entrar no
País de carro. E vir andar de carro para as nossas estradas é das decisões mais obtusas que
uma pessoa pode tomar. É verdade que eles são suicidas, mas não exageremos. Vai uma
grande diferença entre ser suicida e ser burro.
Por outro lado, os terroristas que tiverem a infeliz ideia de entrar no País terão de construir
a bomba cá. Não se faz uma viagem Paquistão-Portugal com um engenho explosivo debaixo
do braço. Há que ir a uma loja comprar peças. E é aqui que as chatices começam. «Esta peça,
só mandando vir do estrangeiro, chefe. Daqui a duas semanas mete-se o Carnaval, por isso
agora só em Março.»
Se o explosivo levar combustível, pior ainda. Eles que vejam o preço a que está a nossa
gasolina, a ver se continua a apetecer-lhes rebentar coisas. É muito fácil apanhar terroristas
em Portugal. São os tipos de turbante que estão nas bombas da Galp a chorar. Os que lá
andam a chorar sem turbante somos nós.
E depois temos as contingências inerentes a uma actividade tão perigosa como é o fabrico
de um engenho explosivo. O terrorista corre inúmeros riscos, o maior dos quais é ir parar a
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um hospital português. Basicamente, o sistema de saúde português oferece-lhe três hipóteses:
pode morrer no caminho, pode morrer na sala de espera e pode morrer já dentro do hospital. É
certo que o esperam 71 virgens no Paraíso, mas aposto que, para morrer num hospital
português, o terrorista fica em lista de espera até as virgens serem septuagenárias, altura em
que a virgindade perde muito do seu encanto.
Quando, finalmente, os terroristas conseguem reunir condições para construir a bomba, o
prédio que tinham planeado mandar pelos ares já explodiu há dois meses, ou por mau
funcionamento da canalização do gás, ou porque o esquentador de quatro ou cinco
condóminos está instalado na casa de banho. Portugal pode ser um bom destino turístico, mas
para fazer terrorismo não tem condições nenhumas.
Ricardo Araújo Pereira, Visão (08-01-2008)
Após a leitura, responda às seguintes questões:
1. Indique que acontecimento deu origem a esta crónica de Ricardo Araújo Pereira (máx. 5
linhas).
2. Segundo o autor, os espanhóis mantêm há já alguns séculos um desejo de vingança contra
os portugueses.
2.1. Retire do texto a expressão que sintetiza a razão desse desejo.
2.2. Indique o episódio histórico a que ele se refere (máx 5 linhas).
3. Caracterize as relações que, no texto, se estabelecem entre os espanhóis, os portugueses e
os hipotéticos terroristas (máx 10 linhas).
4. Explique as razões que levam o autor a considerar a ideia de terrorismo em Portugal
ridícula (máx 10 linhas).
5. Sintetize a mensagem que o autor pretende transmitir (máx 6 linhas).
6. Aponte os principais recursos estilísticos usados para a comunicar ao leitor.
PARTE II — FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA
1. Reescreva as frases, substituindo os constituintes sublinhados pelo pronome pessoal
adequado.
1.1. Há uns séculos, os espanhóis levaram uns bofetões.
1.2. Basicamente, o sistema de saúde português oferece-lhe três hipóteses.
1.3. Portugal pode ser um bom destino turístico, mas para fazer terrorismo não tem
condições nenhumas.
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2. Transponha para a voz passiva as frases cuja estrutura o permita.
2.1. Os serviços secretos de Espanha andam a brincar connosco.
2.2. Os terroristas terão de construir a bomba em Portugal.
2.3. Basicamente, o sistema de saúde português oferece-lhe três hipóteses
3. Para cada uma das formas verbais ou expressões indicadas, escreva uma frase que
exemplifique o seu uso correto.
3.1. acredita-se
3.2. acreditasse
3.3. tem a ver
3.4. dar-mos
4. Identifique a função sintática de cada um dos constituintes sublinhados.
4.1. Terrorismo é uma coisa, estupidez é outra.
4.2. Os espanhóis levaram uns bofetões.
4.3. E nós, parvos, acreditámos nos espanhóis.
5. A partir de cada par de frases simples, construa frases complexas de acordo com as
indicações entre parêntesis, procedendo às necessárias alterações.
5.1.O combustível é muito caro. É difícil construir uma bomba em Portugal.
(subordinada consecutiva)
5.2.Os espanhóis andam a brincar connosco. Eles querem vingar-se dos portugueses.
(subordinada final)
5.3. Portugal é um bom destino turístico. Os terroristas dificilmente terão sucesso em
Portugal. (subordinada concessiva)
PARTE III — COMPOSIÇÃO
Num texto que não ultrapasse as duas páginas, elabore um comentário sobre as perspetivas
de futuro das novas gerações em Portugal, tendo em conta a atual situação económica e
social do país.
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GRELHA DE COTAÇÃO DA PROVA
QUESTÕES
COTAÇÃO
(valores)
PARTE I
1. .……………………………………………………………...............................
1
2.1. .........................................................................................................................
0,5
2.2. ……………………………………………………………….........................
1
3. ………...……………………………………………………….........................
1
4. .. ……………………………………………………………….........................
2
5. ...........................................................................................................................
1,5
6. ............................................................................................................................
2
TOTAL DA PARTE I
9
PARTE II
1.
………………………………………………………………........................
1,2
2.
………………………………………………………………........................
1,2
3.
………………………………………………………………........................
0,8
4.
........................................................................................................................
1,6
5.
........................................................................................................................
1,2
TOTAL DA PARTE II
6
PARTE III
1.
………………………………………………………………........................
5
TOTAL DA PARTE III
5
TOTAL DA PROVA
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