Álcool e energéticos. Uma mistura perigosa. José Guerchon Camila Welikson Arnaldo Welikson Barbara Macedo Durão Este documento tem nível de compartilhamento de acordo com a licença 3.0 do Creative Commons. http://creativecommons.org.br http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/legalcode Curiosidades e Descobertas Álcool e energéticos. Uma mistura perigosa. Introdução Por volta de 1960, os japoneses inventaram as primeiras bebidas energéticas, cujo ingrediente principal era a taurina, quimicamente conhecida como ácido 2-aminoetanosulfónico (C2H7NO3S). A Taurina é um dos aminoácidos mais abundantes. Figura 1: Molécula da Taurina Os energéticos no Brasil Cerca de duas décadas mais tarde, estas bebidas chegaram ao ocidente. No Brasil, especificamente, chegaram no final dos anos 1990. Atualmente, um dos principais ingredientes dos energéticos é a cafeína, estimulante do sistema nervoso central. A cafeína está presente em folhas de mate, café, noz-de-cola e cacau. Deve ser consumida com moderação, caso contrário, causa ansiedade, agitação, cefaléia etc. Figura 2: Chegada da bebida no ocidente. . 1 . Curiosidades e Descobertas Álcool e energéticos. Uma mistura perigosa. Os Jovens e os Energéticos Em pouco tempo, os jovens descobriram que o uso combinado de energéticos com bebidas alcoólicas tinha um efeito, aparentemente, positivo: os energéticos escondem os sintomas de embriaguez. Assim, quando a mistura é feita, os usuários não percebem que estão bêbados, perdem a noção de quantidade de bebida ingerida, ficam mais agitados e, assim, a festa dura muito mais tempo. Figura 3: Jovens e suas misturas O Problema da Mistura Mas se você prestou bem atenção no texto, o efeito desta mistura é aparentemente positivo para os jovens. APARENTEMENTE! Na realidade, apenas os sintomas de embriaguez são reduzidos, mas não a embriaguez em si. Você consegue imaginar os perigos que esta sensação pode acarretar aos usuários e a todos ao seu redor? . 2 . Curiosidades e Descobertas Álcool e energéticos. Uma mistura perigosa. Pesquisa sobre Energéticos A seguir, vamos observar o que ocorre dentro do nosso corpo quando consumimos álcool e energéticos. Os Efeitos das Misturas O álcool, num primeiro momento, é um estimulante, proporcionando a quem o consome uma sensação de prazer, alegria e vitalidade. Entretanto, no momento seguinte, o álcool é um depressor do sistema nervoso central, fazendo com que a pessoa que o consumiu queira descansar. Numa tentativa de prolongar a excitação, as pessoas consomem bebidas energéticas – ou até mesmo comprimidos e remédios –, dando continuidade à sensação de boa disposição. Cria-se, assim, um ciclo vicioso e é justamente aí que pode ocorrer um grave problema na metabolização. . 3 . Curiosidades e Descobertas Álcool e energéticos. Uma mistura perigosa. Vamos, analisar passo a passo o processo de metabolização para entender o risco que um jovem corre ao juntar álcool e energéticos. Figura 4: Efeitos do álcool As Reações do Corpo Reação 1 Quando ingeridos, bebidas alcoólicas e energéticos passam pelas fases de absorção (pelo sangue), distribuição (para os órgãos), metabolismo e excreção (do corpo). Estes processos determinam a intensidade e a duração da ação das substâncias. O álcool viaja através do estômago e do intestino, onde é absorvido pela corrente sanguínea. Figura 5: Bebidas alcoólicas e energéticos no organismo – (1) . 4 . Figura 6: Bebidas alcoólicas e energéticos no organismo – (2) Curiosidades e Descobertas Álcool e energéticos. Uma mistura perigosa. Reação 2 Uma vez que o álcool entra na corrente sanguínea, é distribuído por todo o corpo. Em seguida, chega a atingir as células, tecidos e órgãos, inclusive, o cérebro. Figura 7: Bebidas alcoólicas e energéticos no organismo – (3) Reação 3 Depois de ter sido metabolizada, a droga é excretada do organismo. Os rins são a principal via de excreção e a eliminação ocorre através da urina. Figura 9: Bebidas alcoólicas e energéticos no organismo – (4b) Figura 8: Bebidas alcoólicas e energéticos no organismo – (4a) . 5 . Curiosidades e Descobertas Álcool e energéticos. Uma mistura perigosa. Reação 4 Porém, antes da excreção, o fígado precisa agir. Ele é o responsável por transformar as substâncias absorvidas pelo corpo de modo que elas possam ser eliminadas em seguida. O sistema mitocondrial de oxidação do álcool é o responsável pela metabolização do álcool. Mas ele é responsável, também, pela metabolização de outras substâncias, entre elas, os energéticos e os barbitúricos, uma classe de calmantes. Este sistema suporta um determinado limite de trabalho, ou seja, o fígado tem uma capacidade limitada de metabolização. Figura 10: Bebidas alcoólicas e energéticos no organismo – (5) O Perigo da Mistura Imagine uma fila de supermercado e apenas um caixa para atender a todos. Enquanto um é atendido, os outros aguardam na fila, certo? O mesmo acontece no nosso corpo, mas no caso de substâncias tóxicas, como o álcool, ao invés de ficarem paradas na fila, elas ficam circulando no corpo pelo sangue até chegar o momento de sua metabolização. Figura 11: Fila de pessoas . 6 . Curiosidades e Descobertas Álcool e energéticos. Uma mistura perigosa. E o que acontece quando o fígado fica sobrecarregado e não consegue metabolizar todas as substâncias? As substâncias intoxicam o corpo, causam uma overdose, podendo levar ao coma e até a morte. Por isso, é extremamente importante evitar misturas de álcool e energéticos. . 7 .