Fraudes só você pode evitá-las Há muito tempo a mídia vem publicando casos de fraudes, ainda bem, pois muitos não acreditam, mas vivemos em um mundo que a índole, para algumas pessoas, ainda é muito questionável, e muitos ainda se vêem envolvidos, pois a ganância e a possibilidade de ganhar dinheiro fácil ainda movimentam milhares de pessoas. Podemos evidenciar alguns ingredientes tradicionais de uma fraude simples, bem sucedida, mas eficiente para quem aplica, muitos acreditam em promessas de altas remunerações sem menção ao risco, com a sugestão de que se trata de uma oportunidade única e que só poucos são os “eleitos”, ofertas de remuneração acima da média, já deveria ser um bom motivo para desconfiança, não é verdade. Foi assim, mais recentemente com a fraude da factoring Porto Forte (ainda estão levantando os impactos da possível pirâmide financeira) e do Robert Madoff (acabou de ser condenado a 150 anos de prisão e agora dá entrevistas bombasticas) entre outras de menor porte, sé é que uma fraude pode ser menor porte? Muitos casos ainda surgem todos os dias, quem se candidata a participar de pirâmides financeiras, segundo a mídia é o caso da factoring Porto Forte, onde 450 empresários perderam uma boa quantia investida, afinal 160% do CDI é uma boa taxa, mas e a gestão desta empresa? Mas a possibilidade de ganhar dinheiro sem muito esforço ainda movimenta milhares, e até quando? Muitos casos não são mais do que versões modernas, mais ou menos sofisticadas de golpes antigos. E como fraude encontra sempre um terreno fértil, há sempre “voluntários” prontos a encarnarem no papel de vítimas. É como se a memória não retivesse a informação de casos anteriores, é como se ela fosse muito curta para reter as notícias desagradáveis. Dizem os tratados de psiquiatria que a capacidade de esquecer o que de ruim aconteceu é sinal de uma mente humana sã. Talvez seja. Mas que isso provoca situações no mínimo constrangedoras, e penosas. Mas a mente humana, e a sua incapacidade incalculável de criar necessidades de ganho fácil, poderá ser a única culpada do sucesso deste tipo de fraudes. Mas a ganância, traduzida no desejo do ser humano em querer ganhar muito sem esforço. Tende a funcionar como uma espécie de película que impede a pessoa de raciocinar e identificar e perceber a realidade em toda a sua plenitude. Em algum momento chega sempre o fim da “festa”, a dura realidade de se ter sido vítima de mais um esquema fraudulento. E ao impacto financeiro, nem sempre modesto – pois as “oportunidades únicas” são de aproveitar em toda a sua plenitude -, juntam-se a isso tudo a vergonha social de ter sido trapaceado. Evita-se aparecer ou até mesmo procura-se arranjar um ou mais culpados para a situação. A mídia vem todo o tempo informando, alertando, e alguns sites de bancos encontramos até treinamento de como gerir sua conta, e-mails e acesso a internet, mas o descuido ainda ocorre, para nossa tristeza e indignação. Os organismos de supervisão, bem como as forças policiais, têm procurado proteger os cidadãos dos perigos a que estão sujeitos, mas não podem é andar com cada cidadão pela mão. E neste caso ainda podemos incluir as fraudes financeiras que estão intrinsecamente relacionados a índole das pessoas e a ausência de controles internos das organizações, neste caso as empresa já sabem que podem ser envolvidas, mas não dão as devidas atenções, até o dia em que a fraude é identificada e as perdas apuradas, e como lidar com isso? Somente, para ter uma noção apresentamos algumas possibilidades de fraudes corporativas, tais como: orçamentos de compras com propostas fictícias de empresas através da utilização de modelos de carta-proposta; responsabilidade de controle de contas a pagar e a receber pela mesma pessoa ou área; pagamentos e recebimentos sendo controlados pela área contábil; criação de vendas fictícias para aumento de faturamento da empresa – para obtenção de crédito ou licitação; obtenção de informações privilegiadas para obtenção de processos licitatórios; falsificação de notas de despesas para obtenção de reembolso fraudulentos e/ou abusivos; ausência de controles das movimentações financeiras e bancarias; gestores de tesouraria que por excesso de poder podem transferir valores para outras contas sem que ocorra verificação das transações; gestores das áreas de cobrança que podem negociar com o cliente a baixa das parcelas sem que a empresa tome ciência por deficiência de controles e sistemas, entre outras possibilidades. Então devemos buscar uma maior mobilização e principalmente valorizar a índole das pessoas e definitivamente entender que a riqueza não virá através dos ganhos miraculosos e espetaculares da noite para o dia, devemos melhorar a nossa atenção e buscar a melhoria financeira através do trabalho ou para alguns que crêem, apostando nas loterias e quem a sorte sorri para eles, mas por enquanto, vamos trabalhar com honestidade e vontade. Marcos Assi - Professor e coordenador do MBA Controles Internos e Compliance da Trevisan Escola de Negócio.