Sociedade Brasileira de Química ( SBQ) e Federación Latinoamericana de Asociaciones Químicas (FLAQ) Estudo fitoquímico e avaliação alelopática de Memora peregrina – “ciganinha” –Bignoniaceae, uma espécie invasora de pastagens em MS Rafaela Ferreira Grassi *1 (PG), João Máximo de Siqueira2 (PQ), Ana Paola Butera2 (IC), Francis Paes Saffran2 (IC), Elayne O. Tulli 2 (IC), João Roberto Fabri 2 (TC), Ubirazilda Maria Resende (PQ)3, Walciane da Silva 4 (IC), Maria Ligia Rodrigues Macedo 4 (PQ). 1 - Departamento de Química,CCET, UFMS, [email protected]; 2 – Laboratório de Farmacognosia, DFB, CCBS, UFMS, e-mail: [email protected], 3- Depto de Biologia, CCBS, UFMS; 4 – DCN, UFMS, Três Lagoas. Palavras Chave: Memora peregrina, planta invasora Introdução O gênero Memora, da família Bignoniaceae, é constituído por 72 espécies. A espécie M. peregrina (Miers) Sandwith é nativa do Brasil, sendo muito freqüente no cerrado. Esta planta vem infestando grandes áreas que foram transformadas em pastagens no Centro-Oeste brasileiro. Por trazer sérios prejuízos à economia do país, sua propagação e os métodos para sua erradicação e controle têm sido objetos de interesse. Este trabalho descreve a investigação química e a avaliação da atividade alelopática de M. peregrina. Tanto a ausência de estudos químicos sobre esse gênero quanto de investigações sobre seu impacto econômico motivou o desenvolvimento do presente trabalho, que visou não só contribuir com dados químicos e da atividade biológica dessa espécie, mas também auxiliar a elucidar o mecanismo que a leva a ser classificada como invasora. desse extrato, foram identificados a partir da comparação com o a literatura. 5 foi obtida tanto das folhas quanto dos órgãos subterrâneos, mas em pequena quantidade, são encontradas na literatura menções que relacionam a presença de seus análogos em tecidos celulares vegetais com a resistência desses vegetais ao estresse hídrico. No presente trabalho foi testado o possível efeito alelopático da alantoína sobre sementes de alface (Lactuca sativa) — um modelo amplamente utilizado para esse tipo de experimento. Além disso, avaliou-se o potencial inibitório de 2 sobre o desenvolvimento larval de Anagasta kuehniella, um inseto da ordem Lepidoptera, família Pyralidae. Nossos resultados mostraram que 2 não tem eficácia na mortalidade larval de A. kuehniella . Entretanto, esse composto é capaz de reduzir em 30% o peso dessas larvas. As substâncias 6-12 foram isoladas do EHx e identificadas de acordo com a literatura. H Resultados e Discussão Do estudo fitoquímico das folhas e órgãos subterrâneos foram isolados: alantoína (substância predominate, 1), 6ß-hidroxiipolamiida (2), hiperina (3), 3 OMe-hiperina (4), 4-hidroxi-N-metil-prolina (5), ácido quínico (6), ß-sitosterol (7), a,ß-amirinas (8 e 9), 3 OAc-a,ß-amirinas (10 e 11) e lupeol (12) (Figura 1). A substância 1, embora seja o produto majoritário nos diferentes extratos e frações obtidos dos órgãos subterrâneos, é encontrada em pequena quantidade nas folhas. Esse metabólito despertou interesse em M. peregrina considerando que de outras sete bignoniáceas invasoras, há descrições da presença de alantoína em três, sendo que em duas — P. venusta e M. peregrina — foram estudados os órgãos subterrâneos, nos quais se constatou que neles a proporção desse ureídeo é consideravelmente alta, enquanto em outra espécie é descrita a presença de alantoína nas partes aéreas. A substância 2, foi predominante no extrato de acetato de etila das folhas e 3 e 4 também isolados OH O O H OH N COOMe H HO O H H N O H N H H H O + N O HO H N H H OGlc H 1 2 5 Figura 1. Substâncias isoladas de M. peregrina. Conclusões Os resultados do estudo fitoquímico e as atividades biológicas descritas no presente trabalho possibilitaram a formulação de hipóteses para o entendimento dessa espécie na biota, podendo seu comportamento como espécie invasora receber a contribuição de um ou do somatório dos fatores acima descritos. Agradecimentos Às EMBRAPA/CNPGC, FUNDECT e ao CNPq pela bolsa de mestrado. 27a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química e XXVI Congreso Latinoamericano de Química – 30 de Maio a 02 de Junho de 2004 Sociedade Brasileira de Química ( SBQ) e Federación Latinoamericana de Asociaciones Químicas (FLAQ) 25 a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - SBQ 2