Uma espécie bandeira para a conservação dos ambientes de
campos arenosos da planície costeira do Rio Grande do Sul
Angelita da Silva dos Santos1
Silvana Schreiber Gesing¹
Luana Barbosa Ferreira¹
Igor Velho de Souza2
A Tibouchina asperior da família Melastomataceae é conhecida popularmente como
Douradinha. Trata-se de um arbusto de cerca de um metro de altura, muito
ramificado, com flores pequenas, agrupadas, onde seu fruto é uma capsula ovoide.
A espécie possui endemismo no Brasil, tendo distribuição geográfica nos estados de
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A Douradinha esta associada a comunidades
vegetais edáficas e pioneiras típicas do ambiente de Restinga, dependendo portanto
mais da natureza do solo que do clima. O ambiente escolhido para ser trabalhado
neste projeto possui condições desfavoráveis de solo, salinidade e ação permanente
dos ventos, determinando a presença de uma sequencia de comunidades
herbáceas, arbustivas e arbóreas constituídas de espécies adaptadas a situações
extremas. Historicamente esses ambientes vêm sofrendo intervenção humana
através da agricultura, pecuária e urbanização, contribuindo assim para a sua
degradação. Como reflexo desse processo algumas espécies animais e vegetais
encontram-se ameaçadas, como é o caso da Tibouchina asperior que se encontra
em perigo de extinção, segundo a lista oficial da flora ameaçada do Estado do Rio
Grande do Sul. Além do seu estado de ameaça de extinção a referida espécie é
carismática para a população, o que justifica a sua escolha para estudos de
comportamento com fins da conservação da área. Nesse sentido o presente trabalho
objetiva a conservação dos ambientes de campos arenosos da planície costeira do
Rio Grande do Sul através da escolha da Espécie Bandeira Tibouchina asperior. O
método para esse estudo constitui na revisão bibliográfica de obras publicadas na
área da conservação da natureza e publicações que abordam a temática das
espécies vegetais nativas e vegetação de ambiente de campos arenosos. Para
execução do projeto, o grupo buscará estabelecer uma parceria com o Horto
Florestal do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, com o objetivo de produção de
mudas desta espécie em futura instalação de viveiro na área A do Horto, e posterior
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Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas da FACOS – Faculdade Cenecista de Osório.
Professor orientador.
Anais da III Mostra Integrada de Iniciação Científica – CNEC Osório
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transferência para área B, que fica localizada na parte costeira do município de
Tramandaí. Para conclusão desse projeto piloto estima-se um período de 30 meses
de trabalho. De maneira geral espera-se contribuir para a recuperação dos campos
arenosos da planície costeira do Rio Grande do Sul e da espécie em questão. Por
fim, entendemos que a iniciativa de marcar a Tibouchina asperior como Espécie
Bandeira da conservação dos campos arenosos possa contribuir para a
sensibilização da sociedade em geral para a necessária conservação desses
ambientes.
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