Analise ergonômica do trabalho, pela metodologia OWAS em uma oficina mecânica em uma plataforma Ranieri de Souza. Engenheiro de Produção(UCAM) [email protected] Ailton da Silva Ferreira.Professor Adjunto da Universidade Federal Fluminense (UFF)[email protected] Denise Cristina de Oliveira Nascimento Professora do Mestrado Engenharia de Produção (UCAM) [email protected] Alander Ornellas. Engenheiro Petrobrás (Petrobrás) [email protected] Resumo Doenças do trabalho representam uma grande preocupação dos profissionais das áreas de saúde e segurança do trabalho. LER- Lesões por Esforço Repetitivo, tem forte ligação com posturas inadequadas, aplicação de forças e outros fatores de risco ao trabalhador. Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise ergonômica laboral em uma oficina mecânica de uma empresa do ramo petrolífero, bem como propor melhorias para preservação da saúde do trabalhador. A realização do trabalho e seu desenvolvimento se deram da seguinte forma: primeiro através da aplicação dos conceitos de ergonomia e de uma metodologia biomecânica chamada Ovako de Análises de posturas no Trabalho (“Working Postures Analysin Sistem”OWAS) em uma plataforma de petróleo. Depois de realizado a coleta dos dados, realizada através de medições das dimensões de pessoas e objetos que fazem parte do layout do ambiente em estudo, além de registros fotográficos. Por fim foi realizada a análise dos dados com aplicação do OWAS e apresentada sugestões de melhoria. Os resultados encontrados nos remetem a um questionamento sobre a necessidade de adequação do ambiente para proporcionar uma condição ergonômica mais favorável a saúde dos trabalhadores, uma vez que foram observadas falhas no trabalho nesta plataforma de petróleo. Palavras Chaves: Ergonomia, OWAS, Profissionais Occupational diseases represent a major concern of professionals in health and safety. RSIRepetitive Strain Injury , has strong ties with awkward postures, force application and other risk factors to the worker. This work aims to conduct an ergonomic analysis of work in a garage of a company from the oil industry, and propose improvements to preserve the health of the worker. The completion of the work and its development is given as follows: first by applying the concepts of ergonomics and biomechanics of a methodology called Ovako Analysis of postures at work ("Working Postures analysin Sistem" - OWAS) on an oil rig. After performing the data collection, performed by measuring the dimensions of people and objects that are part of the layout of the environment under study, besides photographs. He was finally performed the data analysis with application of OWAS and presented suggestions for improvement. The results lead us to a question about the need to adapt the environment to provide an ergonomic condition more favorable to workers' health, since failures were observed in this work oil rig. Key works:Ergonomic, OWAS,professionals. IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 1.Introdução Este presente estudo visa realizar uma análise ergonômica em uma atividade desenvolvida na oficina mecânica de uma plataforma de petróleo na bacia de campos, com aplicação do método OWAS, analisando a postura dos trabalhadores, layout do ambiente e como estes podem afetar na saúde do trabalhador e interferir no desenvolvimento do seu trabalho. Realizou-se uma análise na tarefa de reparo de uma válvula, aplicando o método OWAS para que possa ter um parâmetro e baseados nesta análise iremos propor melhorias. A higiene e segurança no trabalho também será aplicada neste trabalho com a identificação e avaliação de outros riscos e agentes a que estão expostos os trabalhadores. Segundo Iida (2005), o uso inadequado de produtos mal projetados pode causar sérios problemas à saúde do trabalhador; preferencialmente, essas condições deveriam ser pensadas na fase inicial de cada projeto, diminuindo, assim, os problemas futuros na hora do uso. Couto (1995) aponta que uma das principais dificuldades em projetos de ergonomicos é o fato de que o sentar-se é comumente visto como atividade estática, enquanto, na realidade, ela é dinâmica. Assim, é essencial que sejam utilizados dados antropométricos adequados, para se obterem as medidas e os espaços livres necessários para a movimentação do usuário. A carência de dados ergonômicos relativos à plataformas e a falta de normas técnicas nacionais relacionadas a cadeiras de uso doméstico reforçam a importância do desenvolvimento de projetos com a finalidade de propor critérios de avaliação da conformidade, contribuindo para o desenvolvimento do setor petrolífero. Com isso, agregarse-ia mais um item de valor ao produto: a "qualidade ergonômica", que demonstra, dentro dos seus princípios básicos, como a segurança, o bem-estar e a satisfação do ser humano, soluções práticas para o desenvolvimento de móveis que sejam ergonomicamente adaptados a seus usuários e adequados à sua utilização diária. Este trabalho tem como objetivo realizar uma avaliação ergonômica em uma plataforma da bacia de campos, visando, assim, identificar problemas que possam gerar desconforto físico por motivos ergonômicos nos trabalhadores dessa empresa. Isto posto, para o melhor entendimento do artigo em questão, faz se necessário a contextualização da ergonomia, método OWAS, a empresa para se chegar a analise do método OWAS na empresa em questão, chegando por fim as considerações finais. 2. A ergonomia A ergonomia visa estudar a interação entre homem e o seu ambiente de trabalho, através das interfaces do sistema homem-máquina-ambiente com intuito de melhorar a qualidade da relação deste sistema, facilitando a execução do trabalho (IIDA,2005). Existem várias associações nacionais que possuem suas próprias definições sobre ergonomia. A da Ergonomics Society Inglaterra que é considerada a mais antiga.“ Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento, ambiente e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br solução dos problemas que surgem desse relacionamento” (IIDA,2005). No Brasil, a ABERGO- Associação Brasileira de Ergonomia, utiliza a seguinte definição.“ A Ergonomia é o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar. Ainda vale salientar que os objetivos da ergonomia são influenciados por estudos antropométricos e biomecânicos relacionados ao bem estar das pessoas (SHUVAL E DONCHIN, 2005). A ergonomia analisa vários fatores que possam vir a influenciar e afetar o desempenho do sistema produtivo, e tentar minimizar os efeitos nocivos que podem vir a afetar a saúde do trabalhador. Desta forma o foco na redução da fadiga, estresse, erros e acidentes, com intuito de proporcionar uma melhor segurança e preservação da saúde do trabalhador, além da satisfação do mesmo e assim melhorando a relação do trabalhador com o sistema produtivo ( SEGRAG, 1997). A ergonomia tem como objetivos principais a saúde, segurança e satisfação do trabalhador. A eficiência vem como conseqüência destes objetivos, pois o estado laboral existe em plataformas e os estudos ergonômicos, podem sanar com varias situações de sofrimento e sacrifício (IIDA,2005). 3. Método de avaliação de postura – OWAS O método foi desenvolvido em conjunto com o Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional em meados dos anos 70, pelos pesquisadores Karu, Kansi e Kuorinka e batizado por OWAS – Ovako Working Posture Analysis System (Karhu et al., 1997b). O método OWAS surgiu da necessidade de se identificar e avaliar as posturas inadequadas durante a execução de uma tarefa, que podem em conjugado com outros fatores, causar o advento de problemas músculo-esqueletais, gerando incapacidade para o trabalho, absenteísmo e custos adicionais ao processo produtivo (Karhu et al., 1997a). No método OWAS a atividade pode ser subdividida em várias fases e posteriormente categorizada para a análise das posturas no trabalho. Na análise das atividades aquelas que exigem levantamento manual de cargas são identificadas e categorizadas de acordo com o sacrifício imposto ao trabalhador, embora não seja este o enfoque principal do método. Não são considerados aspectos como vibração e dispêndio energético. Posteriormente as posturas são analisadas e mapeadas a partir da IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br observação dos registros fotográficos e filmagens do indivíduo em uma situação de trabalho (CHAFFIN, ANDERSON E MARTIN, 2001). O sistema baseia-se em analisar determinadas atividades em intervalos variáveis ou constantes observando-se a freqüência e o tempo despendido em cada postura. O registro pode ser realizado através de vídeo acompanhado de observações diretas. Nas atividades cíclicas deve ser observado todo o ciclo e nas atividades não cíclicas um período de no mínimo 30 segundos (MARTINEZ, 2005). Para registrar as posturas o procedimento é olhar o trabalho de forma geral verificando a postura, força e fase do trabalho, depois desviar o olhar e realizar o registro. Podendo, assim fazer estimativas da proporção do tempo durante o qual as forças são exercidas e posturas assumidas. Durante a observação são consideradas as posturas relacionadas às costas, braços, pernas, ao uso de força e a fase da atividade que está sendo observada, sendo atribuídos valores e um código de seis dígitos. O primeiro dígito do código indica a posição das costas, o segundo, posição dos braços, o terceiro, das pernas, o quarto indica levantamento de carga ou uso de força e o quinto e sexto, a fase de trabalho (BORG, 1998). A combinação das posições das costas, braços, pernas e uso de força no método OWAS recebe uma pontuação que poderá ser incluída no sistema de análise Win-OWAS o qual permite categorizar níveis de ação para medidas corretivas visando IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br a promoção da saúde ocupacional. Será apresentado na figuras 1 as posições das costas, braços e pernas (KARHU et al, 1997a). Figura 1 - Posições das costas, braços e pernas. Fonte: Karhu et al, 1997ª. O método avalia as posturas considerando a percepção dos trabalhadores em relação as conseqüências, e a análise dos ergonomistas classificando em quatro grupos de recomendações para ações corretivas em diferentes escala de tempo (BRUIJN, ENGELS, VANDER GULDEN, 1998): Categoria 1: postura normal que dispensa cuidados (exceto em casos excepcionais); Categoria 2: postura deverá ser verificada durante a próxima revisão de rotina de trabalho; IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Categoria 3: postura que deve merecer atenção a curto prazo; Categoria 4: postura que deve merecer atenção imediata 3. A empresa A empresa situa-se em Macaé, sendo sua plataforma localizada na bacia de campos, possuindo atualmente um efetivo em torno de duzentos e dez trabalhadores, sendo em torno de sessenta empregados e cento e cinqüenta empregados de empresas terceirizadas trabalhando em regime de revezamento. A produção de óleo é suas características dependem do reservatórios e suas conformidades, a produção pode ser antecipada através da utilização de métodos de estímulos de produção, ou mesmo métodos de elevação artificial, no momento a produção desta plataforma, constitui: Produção de Óleo: 60000 BPD Produção de Gás: 2000000 m³ Atendimento da manutenção: OMS Manutenção mecânica: OMS TFCA:0,02 TFSA:0,22 Dias sem Acidentes:568 Recorde de Dias sem Acidentes:1394 A empresa, assim como outras unidades marítimas de produção de petróleo, não fornecem produtos nem serviços para o cliente externo, contudo ela fornece matéria prima para as refinarias. O setor que vamos analisar neste trabalho, A Manutenção Mecânica, fornece aos clientes internos atendimento as diferentes necessidades das áreas de produção e embarcação. Os serviços são solicitados à equipe através do sistema integrado de gestão e podem ser de três tipos diferentes: manutenção preventiva programada, manutenção preventiva não programada e manutenção corretiva. Esta classificação será melhor explicada a seguir: As manutenções preventivas programadas são serviços rotineiros, periódicos e frequentemente simples. Estes serviços foram previamente alimentados no sistema pela equipe de mecânica em conjunto com o Coordenador e neste momento foram criadas as tarefas de manutenção, e atribuída a freqüência com que estas tarefas devem ser realizadas. Podemos citar como tarefas de manutenção preventiva programada a troca de óleo semestral de óleo em bombas, limpeza de equipamentos. IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br As manutenções preventivas não programadas são serviços solicitados pelos responsáveis por certo equipamento que apresentou algum defeito e não parou de funcionar. As manutenções corretivas ocorrem de forma similar às preventivas não programadas, contudo a diferença é que este tipo de serviço é solicitado quando existe falha no equipamento e o mesmo pára. Se no exemplo acima o motor tivesse parado, o serviço seria classificado como manutenção corretiva . Os mecânicos dispõem de vários equipamentos para apoio aos serviços de manutenção como, por exemplo, torno mecânico, fresa, esmeril, retífica e furadeira de bancada. Além destes equipamentos são empregadas ferramentas diversas como talhas de corrente, chaves de boca, estrias, de caixa, de fenda simples, de fenda cruzada, alicate, prensa hidráulica, morsa e outras ferramentas. Nas operações de manutenção, são utilizados óleos lubrificantes, graxas e solventes, tendo também lavagem de peças em tanques apropriados e a utilização de estufa. Estes amparatos técnicos são importantes para o estudo proposto como forma a dirimir duvidas sobre o regime de trabalho e principalmente a organização do trabalho, necessários como dados para a analise do método OWAS. O estudo é uma aplicação do método OWAS nas posturas adotadas durante a movimentação de uma válvula pesada desde o seu local de instalação até a área da oficina e nas posturas durante o reparo do equipamento.A operação é demorada, utiliza em média seis pessoas, havendo grande risco de acidentes pessoais e materiais. Na figura 2 é mostrado um cronograma com os passos do trabalho: INÍCIO AVALIAÇÃO DO EQUIPAMENTO APÓS DESMONTAGEM NO PISO RECEBIMENTO DA SOLICITAÇÃO REPARO DO EQUIPAMENTO EMISSÃO DA PERMISSÃO DE TRABALHO DESCONEXÃO DO EQUIPAMENTO SOLICITA REPARO EM TERRA E ENVIA EQUIPAMENTO NÃO MONTAGEM E TESTE DO EQUIPAMENTO TRANSPORTE PARA LOCAL DE INSTALAÇÃO REPARO A BORDO SIM SOLICITA A MOVIMENTAÇÃO ATÉ PROXIMO A OFICINA INSTALAÇÃO DO EQUIPAMENTO FIM Figura 2: Cronograma de execução do trabalho Fonte: Manutenção Após a liberação da permissão de serviço (PT) o trabalho de desconexão dos equipamentos é realizado pela mecânica. Em seguida, como mostrado no fluxograma, eles fazem uma análise prévia da condição de reparar a válvula a bordo, caso não haja condição eles enviam o equipamento para terra. Caso contrário eles solicitam a equipe de movimentação de cargas que transporte o mesmo para a oficina . IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 5. Aplicação do Método OWAS na Plataforma. Em uma primeira caracterização foi necessário a utilização da antropometriamedições corporais. Principais gestos e posturas típicas. Variam de acordo com classe social (BRUIJN, ENGELS, VANDER GULDEN, 1998). Definição de objetivas – a descrição do pontos dos corpos que serão realizados a medida. Métodos -diretos entram em contato físico com o organismo (réguas, trenas, esquadros, paquímetros, balanças). Indiretas fotos e filmes. Seleção da Amostra – Representativa da sociedade. Medições – As pessoas devem ser treinadas (anatomia e reconhecimento de posturas). Planejamento do experimento – o tamanho da amostra. Amostragem de 200 Pessoas OMS e 3 a 5 mil pessoas para as forças armadas. intervalo de confiança de 90 a 95%. A pesquisa a ser desenvolvida terá um caráter descritivo/analítico a qual será desenvolvida através de um estudo de caso na Oficina mecânica da empresa conforme etapas abaixo: 1ª etapa: Análise qualitativa dos riscos ambientais; 2ª etapa: Análise quantitativa de ruído e luminosidade; 3ª etapa: Acompanhamento da atividade a ser analisada e coleta de dados; 4ª etapa: Aplicação e análise do método OWAS As queixas apresentadas, principalmente e predominantemente a lombalgia, que entre os diferentes grupos entrevistados esteve presente, fato este comprovado como uma das queixas mais presentes no serviço médico da unidade, levaram a correlacioná-las como possível causa as dificuldades encontradas na transposição dos equipamentos pela porta da oficina mecânica para seu interior, movimentação de equipamentos em seu interior, a manutenção destes no interior do setor, bem como a retirada deste para área externa. Verifica-se que dentre os grupos de trabalhadores analisados, os mecânicos da empresa são aqueles que mantêm uma maior periodicidade e presença na atividade enfocada, onde analisando pelo lado individual e, considerando a rotatividade que ocorre com os trabalhadores dos demais grupos (Auxiliares de Plataforma e Mecânicos de Contratadas), seja em função da escala, fatores contratuais e organizacionais, o enfoque para a análise destes grupos deverá ser reservado para outra análise ergonômica. Segundo Karhu et al.(1997), com o objetivo de analisar posturas de trabalho na indústria, foi criado pela OVAKO OY, em conjunto com o Instituto Finlandês de Saúde ocupacional o método de avaliação postural Ovako Working Posture Analysing System . Este método foi criado na década de 70, segundo Iida (2005) mais precisamente no ano de 1977, por três pesquisadores finlandeses (Karhu, IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Kansi e Kuorinka) que trabalhavam no setor siderúrgico na Finlândia, essa metodologia vem sendo utilizada no setor petrolífero a partir da década 90. A análise na empresa foi iniciada através de fotografias das principais posturas encontradas tipicamente na indústria pesada. Com essa análise encontraram 72 posturas típicas que resultaram de diferentes combinações das seguintes posições: dorso – 4 posições típicas, dos braços – 3 posições típicas e pernas – 7 posições típicas, corroborando com a metodologia .A mesma análise foi feita pela manhã e à tarde com o mesmo trabalhador, executando a mesma atividade, conservava 86% das posturas registradas e, diferentes trabalhadores, executando a mesma atividade, usavam em média 69% de posturas semelhantes. Em função destes resultados o método foi considerado com consistência razoável . No método OWAS, segundo Iida(2005), a atividade pode ser subdividida em várias fases e posteriormente categorizada para a análise das posturas no trabalho. Na análise das atividades aquelas que exigem levantamento manual de cargas são identificadas e categorizadas de acordo com o sacrifício imposto ao trabalhador, embora não seja este o enfoque principal do método. Neste método não são considerados aspectos como vibração e dispêndio energético. Posteriormente as posturas são analisadas e mapeadas a partir da observação dos registros fotográficos e filmagens do indivíduo em uma situação de trabalho. Um exemplo de medição foi realizado auferindo 60 cm de comprimento. Figura 5: Medição de braço Fonte: Própria A partir da medição do mesmo no trabalho foi aplicado o software Winwoas sendo sua analise. IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Analisando as imagens coletadas foram selecionadas três posturas para aplicação do método OWAS, a movimentação, a limpeza, e o reparo do equipamento. Abaixo se pode ver as telas do software WinOWAS na seqüência de aplicação: Figura 6: Recomendações Para A Movimentação Fonte: Própria Este gráfico acima mostra que durante a movimentação do equipamento as costas dos auxiliares de plataforma estão sujeitas a um esforço excessivo que merecem atenção no curtíssimo prazo, pois se enquadra na categoria 7. Esta situação pode exigir interrupção do trabalho imediatamente. Figura 7: Recomendações Para A Limpeza Fonte: Própria IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Este gráfico acima mostra que durante a limpeza do equipamento as costas do mecânico estão enquadradas na categoria 3 e as pernas estão enquadradas na categoria 4, o que exige ação no curto e curtíssimo prazo, respectivamente. Esse problema postural pode ser resolvido com uma simples mudança, que a limpeza seja executada na bancada assim como é realizada a manutenção. As tarefas são divididas conforme a área de especialização, no caso estudado a organização por especialidades que teve foco na equipe de mecânica, e se enquadram na teoria do Taylorismo. A comunicação se dá de forma direta (verbal) e indireta via passagem de serviço ou correio eletrônico. Nos períodos das observações não foram constatadas movimentação de equipamentos com peso maior que 20 quilogramas que exigem a utilização de recursos adicionais. Basicamente os trabalhos são em equipamentos relativamente leves, pesos que variaram até 15 Quilogramas aproximadamente, transportados manualmente por uma ou duas pessoas, caso o seja muito grande. Analisando o posto de trabalho da bancada, onde os mecânicos passam mais tempo, pode-se citar as seguintes condições ambientais: Ruído: 79dB. Temperatura: 24,7ºC. Iluminamento: 180 lux Agentes Químicos: Graxas, Óleos Lubrificantes, Produtos de Limpeza e etc. São definidos como limites aceitáveis, de acordo com as normas Petrobras que o ruído não exceda 70 dB (N-2074), que a temperatura seja em torno de 26,0º IBUTG e que o iluminamento seja de 500 Lux (N-2429) 6. Considerações Finais A análise das posturas mostra algumas possíveis causas para as constantes queixas de lombalgia. O tratamento desta causa pode ser feito com algumas modificações. Pode ser estudada a possibilidade de usar um carrinho para transportar os equipamentos assim como o uso de uma cinta postural, mesmo que as cargas sejam leves os carrinhos irão reduzir a exposição da coluna a riscos quando a mesma está inclinada assim como reduzirá a carga a quase 0. Para a limpeza, pode ser estudada possibilidade de efetuá-la sobre a bancada, pois retira a tensão de estar com as pernas agachadas e a tensão das costas dos mecânicos. Pode também ser aplicada uma melhoria na condição do reparo, como os mecânicos ficam muito tempo em pé as pernas e os pés podem se cansar, então pode ser sugerida possibilidade de efetuar pausas para descanso, de 2 a 5 minutos sentado, sempre que necessário ou periodicamente. IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Além disso, as interferências identificadas no ambiente também podem gerar desconforto assim como doenças por exposição crônica, como por exemplo a surdez após exposição a ruídos. Com isso foram listados alguns tópicos para melhoria como: Layout: ocorrem na oficina simultaneamente transito de pessoas e reparo de equipamentos. Assim como foi identificado que o ferramental da oficina se encontra distante da bancada de serviço, gerando deslocamentos constantes; Equipamentos: Nos casos de cargas acima de 20 Quilogramas é necessário o uso de equipamentos especiais para içamento e transporte das mesmas. Muitas das vezes esses equipamentos não estão disponíveis, o que atrasa os serviços. Agentes Ambientais: O iluminamento é baixo e o ruído é alto, em ambos os casos a exposição crônica a esses agentes pode acarretar em doenças. Altura da bancada: 85 cm Ferramentas posicionadas 150 cm da bancada Altura do mecânico 185 cm Com isso o trabalho executado sobre a bancada segue as considerações de ergonomia pois a altura do funcionário sobre uma bancada ideal seria de 80cm o que consideravelmente é um valor aceitável. O posicionamento do braço está em 90º. Porém ao transportar a bomba do setor de operação para a oficina o posicionamento está incorreto gerando grande índice de lombalgia, apesar da bomba pesar cerca de 30kgf existem dois funcionários transportando-a o que inválida o uso de carrinho e cinta de postura. Além de grande além da intensa repetição dos movimentos de ida e vinda do armário de ferramentas para a bancada. Esse tipo de manutenção muitas vezes é realizado no chão do setor de operação , contrariando toda as condições ergonômicas. Faz-se necessário observação no processo de limpeza da bomba pois é feito de forma incorreta. 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