Sessão Anátomo-Clínica: TAMPONAMENTO CARDÍACO PELO USO DO CATÉTER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) Alunos: Francisco Pereira Julio Cesar Albernaz Guimarães Orientador: Dr Paulo R. Margotto Escola Superior de Ciências da Saúde/ESCS/SES/DF Identificação Nome: RN de E.C.S Sexo: masculino Data de nascimento: 02.09.2006 Hora: 12:01hs Local: HRAS Tipo Sangüineo: AB Positivo IG: 33 semanas Peso: 1680 g Estatura: 44cm Perímetro Cefálico: 29 cm Classificação: AIG Apgar: 8/9 QP Recém-nascido pré termo HDA Paciente E.C.S, 17 anos, sexo feminino, procedente de São Sebastião, gestante (IG:31 semanas + 6 dias) deu entrada no Centro Obstétrico do HRAS em 31.08.2006 em trabalho de parto prematuro. Recebeu dose de corticóide pré-natal (betametasona) por dois dias e evoluiu para parto normal ocorrendo em 02.09.2006 com recém-nascido de 33 semanas (idade estimada por exame físico), nascido em boas condições, chorando ao nascer, porém evoluindo com desconforto respiratório e gemência alta, sendo reanimado com O2 por máscara e colocado no CPAP facial. Antecedentes Pessoais – Pré Natais G1P1C0A0; Consultas de pré-natal: 04; Idade materna: 17 anos; Tipo Sangüíneo Materno: A negativo; Sorologias Maternas: HIV – 24/08 (NR), TOXO – 24/08 (NR), VDRL – 24/08 (NR); Uso de Corticosteróide Pré-Natal: Sim – Betametasona (início em 31/08 duração de 2 dias). Antecedentes Pessoais – Natais Tipo de Parto: Normal; Tempo de Bolsa Rota: No ato; Líquido aminiótico: fétido; Apgar: 8/9; Coombs Direto: Negativo; Chorou ao nascer; Reanimação com O2 sob máscara; Peso: 1680g; Estatura: 44cm; PC: 29cm; Uso de CPAP facial. Exame Físico Ectoscopia: RN corado, reativo, ativo, acianótico, em desconforto respiratório leve, palato e clavículas íntegras. Excesso de pele em região cervical; AR: Murmúrio vesicular rude sem ruídos adventícios, gemente, tiragem subcostal leve; Extremidades: Sem alterações Hipóteses Diagnósticas 1. 2. 3. Recém Nascido Pré-Termo AIG limítrofe Baixo Peso Conduta 1. 2. 3. Rotina + CPAP Facial Colhido tipagem sanguínea, TORCH Solicitado Exame da Placenta 02/09/06 16:35hs: RN procedente do CO chega ao berçário em O2 sob máscara e berço comum, SOG aberta, dieta zero e TIG = 5. Eupnéico, murmúrio rude à direita, bulhas cardíacas abafadas. FC: 140 bpm Raio X de tórax e nova coleta de Hemograma. - Rx de tórax sugestivo de Hérnia Diafragmática - Solicitado Parecer da Cirurgia Pediátrica 02/09/06 20:00hs: Parecer da Cirurgia Pediátrica: Não há indicação cirúrgica de urgência. Solicitada Ecografia para diagnóstico diferencial entre Eventração e/ou Hérnia Diafragmática Esquerda. Hb: 13,2 g/dL Ht: 40,0% Plaquetas: 199.000 Seg: 63% Bast: 02% Linf: 33% Mon: 01% Leu: 10.000 (TN, I e I/T: normais) Eos: 01% RX: Hérnia diafragmática 03/09/2006 Iniciada a dieta por SOG. 04/09/2006 Parecer Cirurgia Pediátrica: Não há indicação de cirurgia de urgência. Sugerida cirurgia eletiva após neonato chegar aos 2 quilos. Sugerida Ecografia para definição de diagnóstico. 05/09/2006 09:00hs: RN segue estável, com O2 livre 2L/min em incubadora e com boa saturação. Aceitando bem a dieta. Evacuação e diurese presentes. SatO2 = 96% AR: Taquipnéico leve, tiragem subcostal e de fúrcula discretas. FC: 160 bpm. Perfusão periférica <2 segundos. Sem edemas. Ao tentar retirar O2 houve queda da saturação até 88% Mantido O2 livre 1L/min Gasometria 1 05/09/2006 Data: 05/09/06 – 21:04hs pH – 7,22 PCO2 – 49 mmHg 16:00hs: Queda da saturação para 70% com O2 livre a PO2 – 68 2L/min; FR: 60 irpm e batimento de asa de mmHg nariz. HCO3 – 19 mmol/L 21:00hs: Taquidispnéia moderada com intercostal BE tiragem – 9 mmol/L leve a moderada e icterícia zona 3/4. Solicitada nova gasometria (Gasometria 1)e Rx de tórax. Iniciada fototerapia halógena. Hood com saturação de 30% e fluxo de 8L/min aumento de FiO2 para 96%. 06/09/2006 08:00hs: Saturação para 37% e tendência à bradicardia. Colocado em VPM FiO2 inicial de 100% PIP: 20 e PEEP:5. FR:40 irpm 11:20hs: Encaminhado ao Centro Cirúrgico. Rotina radiológica revela importante desvio do mediastino para a Direita. 06/09/2006 Gasometria 2 Data: 06/09/06 – 14:34hs pH – 7,20 14:00hs: Pós-operatório imediato, ventilação PCO2 – 49mecânica mmHg com FiO2 de 21%, SatO2 de 99%. Solicitada nova gasometria (Gasometria 2)mmHg PO2 – 228 HCO3nasal – 17,5 mmol/L 22:00hs: Extubado e colocado em CPAP com PEEP=2 e FiO2 de 40%. BE – 9,5 mmol/L AR: MV rude com estertores bolhosos. FR: 30 irpm 02:15hs: Rx de tórax e abdome: Pulmões: Pneumotórax residual (pós-cirúrgico) à esquerda. Traquéia tracionada para a esquerda. Melhor expansibilidade pulmonar. SOG baixa (feito leve tracionamento da SOG) 07/09/2006 10:00hs: CPAP nasal FiO2 de 21% PEEP=2 e saturando a 9798% . Apresentou 1 pico febril (39°C), icterícia 2+ em zona III. AR: FR: 58 irpm, TSC moderadas e de fúrcula discreta. Perfusão periférica de +ou- 2 segundos, sem edemas. Solicitado Hemograma completo + PCR Deixado CPAP aberto e observada evolução do quadro respiratório. 07/09/2006 Hb: 12,1 g/dL Ht: 37,3% Plaquetas: 283.000 Leu: 7900 (I, I/T: Alterados) Seg: 37% Bast: 23% Linf: 33% Mon: 01% Eos: 01% Iniciado esquema antibiótico: Cefepime + Amicacina Não colhida hemocultura (não havia frasco) Puncionado acesso central (PICC:CATÉTER CENTRAL DE ACESSO PERIFÉRICO)-Vide RX RX DE TÓRAX 08/09/2006 2° DPO, Hood com FiO2 de 30%, NPT, no 2° dia de PICC (Cateter Central de Inserção Periférica) e 3° dia de fototerapia halógena. Em uso de Aminofilina, Dipirona e ATB - Amicacina + Cefepime (D1). Desconforto respiratório, saturação 90-92%; Colhidos novo hemograma + Bilirrubinas + PCR Suspenso Hood (observando esforço respiratório e saturação) Iniciada dieta de prova. 08/09/2006 Hb: 11,7 g/dL Ht: 35,6% Seg: 62% Bast: 03% Plaquetas: 254.000 Linf: 19% Leu: 14.700 (I,I/T: normais TN: aumentado) Mon: 08% Na+: 143 K+: 4,4 Ca++: 9,9 BT: 7,6 BD: 1,0 Granulações Tóxicas: 3+ Eos: 08% • Suspensa Fototerapia • Suspensa antibioticoterapia • Suspensa dieta (lavado gástrico com líquido verde claro com grumos marrons) 08/09/2006 Gasometria 3 Data: 08/09/06 – 18:16hs pH – 7,29 18:00hs Mal perfundido, FR: 60 irpm e satO2 de 88% com tiragem intercostal PO2 – 53,4 mmHg leve. PCO2 – 31,4 mmHg Iniciada Dopamina 5g/kg/min + Fentanil mg/kg/min HCO3 –0,5 16,2 mmol/L Solicitado Gasometria (Gasometria 3) BE – 10,5 mmol/L 19:10hs: Piora clínica: surgimento de crepitações ao exame respiratório. Iniciada antibiotioterapia novamente (Amicacina + Cefepime) Solicitado Rx de tórax com laudo de Pneumonia + pobreza de gases no abdome. 09/09/2006 08:00hs: Retirada dopamina 11:00hs: Inicia-se dobutamina 5g/kg/min. 12:00hs: Rx de tórax não mostra derrame pleural. Parece haver atelectasia em pulmão esquerdo. RN apresentou queda da saturação para 70% colocado em 100% de FiO2 sem alteração de saturação. Apresenta pausas respiratórias. Colocado no CPAP a 60%. 10/09/06 – 12hs Segue sem melhora, com diminuição da saturação de O2 e diminuição de FC; TOT 3,0 com expansão pulmonar, sem melhora de saturação; Feito adrenalina IV + Bicarbonato de Sódio - Sem melhora; Repetida adrenalina e infusão de SF 0,9% 20ml/kg; Evolui sem melhora com diminuição de batimentos cardíacos; Apresentou gaspings, pulmões expandidos com murmúrio vesicular inaudível. FC= 0 bpm; Reanimação por 30 minutos; Midríase constatada durante reanimação; Óbito – 13:00hs Distúrbio Respiratório A grande causa de internação na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais é a Dificuldade Respiratória. São inúmeros as patologias que se expressam no período neonatal sob a forma de Dificuldade Respiratória. Assim, é comumente agrupá-los em categorias. Causas pulmonares Causas mecânicas ou mecânica-cirúrgicas Causas cardiovasculares Causas neuromusculares Causas metabólicas Outras Margotto, PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2006 Distúrbio Respiratório Causas mecânicas ou mecânica-cirúrgicas Atresia de esôfago com fístula traqueoesofágica Pneumotórax Hérnia Diafragmática Congênita Teratoma cervical congênito Causas pulmonares Pneumonia Neonatal Doença da Membrana Hialina Síndrome de Aspiração Meconial Displasia Broncopulmonar Margotto, PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2006 Distúrbio Respiratório Causas cardiovasculares Causas neuromusculares Causas metabólicas Tetralogia de Fallot Atresia da valva tricúspide Atresia da valva pulmonar sem CIV Hipoglicemia Acidemias orgânicas Hipocalcemia Outras Sepse Complicações da PICC Margotto, PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2006 Hérnia Diafragmática Congênita Pode causar distúrbio respiratório progressivo no RN e levar à morte. Suas mortes são associadas com uma anomalia congênita fatal que leva a hipoplasia pulmonar. A gravidade da insuficiência respiratória, assim como o prognóstico depende diretamente do grau de hipoplasia pulmonar e de hipertensão pulmonar associada. O diagnóstico de hérnia diafragmática fetal até a 25% semana de gestação está associado com 100% de mortalidade. Margotto, PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2006 Hérnia Diafragmática Congênita Em 28-31% dos pacientes: hidrocefalia, encefalocele, anencefalia, mielomeningocele, defeito de septos ventriculares, anéis vasculares, coarctação da aorta, trissomia, atresia esofágica, onfalocele. Anomalias cardiovasculares são especialmente comuns e importantes. 90% são sintomáticos nas primeiras 24 horas de vida, no entanto essa anomalia pode se manifestar inicialmente em todas as faixas etárias. Margotto, PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2006 Hérnia Diafragmática Congênita 90% são sintomáticos nas primeiras 24 horas de vida, no entanto essa anomalia pode se manifestar inicialmente em todas as faixas etárias. Ao nascimento há insuficiência respiratória com dispnéia, cianose e tiragem. Quanto mais cedo surgirem os sintomas, mais grave é o quadro pulmonar (88% dos casos). A dispnéia tende a piorar com o passar do tempo, por 3 motivos: A distensão gasosa progressiva do intestino intra-torácico, após o nascimento; O aumento gradual do volume herniado para o tórax, como resultado da pressão negativa provocada pelos movimentos inspiratórios; A hipoxemia, hipercapnia e acidose progressivas, conseqüentes do ciclo vicioso gerado pela hipertensão pulmonar persistente. Margotto, PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2006 Hérnia Diafragmática Congênita Margotto, PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2006 Hérnia Diafragmática Congênita Hipoplasia Pulmonar Antes de 26 semanas a histologia do pulmão é normal, incluindo o componente vascular. Mais tardiamente, a compressão exercida pelas vísceras herniadas, especialmente o fígado, expressa seu efeito nocivo tanto no desenvolvimento alveolar como vascular. Aumento dos vasos distais. A hipoplasia pulmonar seria relativamente menos severa com 34 semanas do que com 40 semanas para a mesma forma anatômica. Bargy F, Beaudoin S, Barbet P, 2006 Fetal lung growth in congenital diaphragmatic hernia Bargy F, Beaudoin S, Barbet P , 2006 Fetal lung growth in congenital diaphragmatic hernia Bargy F, Beaudoin S, Barbet P, 2006 Contagem alveolar e medida a parede arterial.Left CDH 30 weeks: hérnia diafragmática à esquerda com 30 semanas. Pulmão esquerdo (Left lung) e pulmão direito (Right lung). Bargy F, Beaudoin S, Barbet P, 2006 Pneumonia Neonatal Estreptococo do grupo B, Enterobactérias (E. coli, Klebsiela, Pseudomonas, Salmonella), Listeria monocytogenes, S. aureus( raro), Clamídia e ureoplasma (infecções perinatais); O Streptococcus do Grupo B (GBS) é o agente mais importante na pneumonia neonatal, cuja mortalidade está entre 20-50%. Mais de 90% da infecção precoce e quase todos os casos fatais ocorrem no primeiro dia de vida (média de idade: 1 hora). A apresentação dominante da infecção precoce é a sepses, com ou sem distúrbio respiratório. Pneumonia neonatal. Paulo R. Margotto / Marta David Rocha. www.paulomargotto.com.br Pneumonia Neonatal Pneumonia Neonatal (Streptococcus do Grupo ) Fatores que influenciam o balanço entre RN saudável e doente exposto ao GBS Exposição IG < 37 sem IG> 37 sem RM < 12 h GBs menos virulento Baixa inoculação Corioamnionite RM > 18 h GBs virulento Alta inoculação Doença Saúde Margotto.PR,ESCS Anticorpo Materno Capsular Pneumonia neonatal. Paulo R. Margotto / Marta David Rocha. www.paulomargotto.com.br Pneumonia Neonatal Pneumonia Neonatal Streptococcus do Grupo B (GBS) Clínica: Caracteristicas Precoce Tardio Muito Tarde Idade < 7 dias 7-3 meses > 3 meses Início 1h 27 dias ? Prematuridade 30% Incomum Comum Compl. Obstetricas Comum Incomum Comum Sorotipos I,II,III,V III (90%) ? Mortalidade 5-20% 2-6% Baixo Meningite 5-10% 30% Baker, 1997 Pneumonia neonatal. Paulo R. Margotto / Marta David Rocha. www.paulomargotto.com.br Pneumonia Neonatal Deve-se diferenciar a pneumonia neonatal da Doença de Membrana Hialina. O RX de tórax na grande maioria das vezes apresenta o mesmo padrão; A evolução é rápida com hipotensão, necessitando de agentes inotrópicos e vasoativos; Choque, acidose metabólica, presença de sinais de hipertensão pulmonar e resposta ruim ao surfactante, sugerem o diagnóstico de pneumonia, havendo necessidade de mais doses de surfactante. Na DMH leucograma corre a presença de leucopenia (abaixo de 5000/mil em 87% dos casos totais e 78% nos prematuros , neutropenia total e relação imaturos/total de neutrófilos aumentada (I/T elevada em 91% dos casos). Pneumonia neonatal. Paulo R. Margotto / Marta David Rocha. www.paulomargotto.com.br Doença da Membrana Hialina Dificuldade respiratória precoce que começa em minutos ou algumas horas, de forma progressiva, dependente de oxigênio, conseqüente a imaturidade pulmonar e deficiência de surfactante. Tem pico entre 48 e 72 horas e término entre o 3º e 5º dia de vida ou menos. Margotto, PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2006 Deficiência / Insuficiência do Surfactante Tensão superficial Atelectasia Progressiva Complacência pulmonar (pulmão rígido) Ventilação / Perfusão desigual - Hipoventilação Hipercapnia Hipoxemia Acidose Produção do Surfactante Vasoconstricção Arteriolar Pulmonar - Hipoperfusão Pulmonar Lesão Epitelial Alveolar Aumento da Permeabilidade Capilar Edema intersticial Perda de plasma para os espaços alveolares Fibrinogênio Fibrina que reveste os alvéolos Margotto, PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2006 Clássica Membrana Hialina Doença da Membrana Hialina Sinais Precoces: Gemidos respiratórios e taquidispnéia (FR > 60irpm) Esforço progressivo com: Tiragem intercostal e subcostal; Retração esternal xifóidea e da fúrcula; Balanço tóraco-abdominal; Batimento de asa nasal. Margotto, PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2006 Discussão Em relação à hérnia diafragmática congênita consideramos difícil supor causa do óbito uma vez que foi corrigida a falha estrutural, não houve complicações cirúrgicas e não há relato em prontuário de tais considerações. A hipoplasia pulmonar não foi grave provavelmente devido ao nascimento mais prematuro (31 sema e 6 dias) Sessão Anátomo-Clínica Complicações do PICC – Cateter de Inserção Periférica Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Tipos de Linhas Venosas Centrais (1) Cateter Cateter Cateter Cateter (2) (3) (4) Venoso Umbilical Central de Inserção Periférica Central inserido por fio guia Central inserido cirurgicamente Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Razões para o uso de Cateter Venoso Central Prover acesso venoso seguro para administração de fluidos e nutrição parenteral (NP) quando nutrição enteral não for possível Administração segura e ininterrupta de substâncias tóxicas em nível local mas imprescindíveis sistemicamente Modo de acesso venoso quando as opções periféricas se esgotaram Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Riscos associados ao uso de Cateter Central Injúria direta ao tecido (inserção com fio guia, agulha cega em veia torácica + dilatadores) Pneumotórax Injúria ao coração ou grandes vasos Infusão pericárdica ou pleural Mediastinite Perfuração de vasos Trombose intravascular Associada geralmente a sepse Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Riscos associados ao uso de Cateter Central Embolia Riscos associados à NP Embolia gasosa ou de fragmentos do cateter. Associados à osmolaridade dos fluidos. Riscos associados à sepse Duração do cateter, freqüência de troca, múltiplos lúmens, técnica de fixação. Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Riscos associados ao uso de Cateter Central Infusão demorada Lesão provavelmente por erosão da parede vascular. Interrupção de infusão cursando com hipoglicemia Acúmulo de infusão nos diversos espaços: Subaracnóide (erosão do plexo lombar) Pelve renal (lesão da veia renal) Cavidade peritoneal Espaço retroperitoneal Parede abdominal (veia epigástrica) Espaço pleural (veias pulmonares) Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Riscos associados ao uso de Cateter Central Infusão Pericárdica com Tamponamento Cardíaco Complicação rara (presente em 3% das linhas centrais inseridas) Mortalidade de 65% no Tamponamento Cardíaco se não tomadas medidas imediatas Mecanismos Perfuração durante a inserção Dano lento à integridade da parede vascular difusão transmural da solução ou erosão para o espaço pericárdico Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Riscos associados ao uso de Cateter Central Outras complicações Pericardite Tromboflebite Ascite Paraplegia e mioclonus Paralisia Diafragmática Bloqueio de linha Quebra de PICC´s Extravasamento Migração Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Riscos associados ao uso de Cateter Central Outras complicações Pericardite Tromboflebite Ascite Paraplegia e mioclonus Paralisia Diafragmática Bloqueio de linha Quebra de PICC´s Extravasamento Migração Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Posição de inserção do PICC Junção da Veia Cava Superior ou Inferior com o Átrio Direito evitando o posicionamento intracardíaco Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Posição de inserção do PICC Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Changes in Upper Extremity Position Cause Migration of Peripherally Insert Central Catheters in neonates PEDIATRICS Vol 110 N° 1 July 2002; 21:461 Investigar quando a abdução ou adução dos ombros ou flexão/extensão dos cotovelos e suas combinações afetam a posição do PICC colocado nas veias superiores 260 radiografias de 60 neonatos Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Migração dos PICCS da veia cava superior ou inferior para interior do átrio direito pode aumentar significativamente o risco de derrame pericárdico e tamponamento secundário perfuração cardíaca Movimentação dos braços Causa de deslocamento do Cateter e taquicardia ventricular em adultos Para evitar perfuração miocárdica recomenda-se que a ponta do cateter não seja colocada no átrio direito ou na porção intrapericárdica da veia cava superior ou inferior Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Movimentos máximos em direção ao coração: Inserção V. Basílica V. Cefálica V. Axial Movimentação Máxima em direção ao coração Braço aduzido e cotovelo fletido Braço abduzido e cotovelo fletido Braço aduzido independente da posição do cotovelo Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Cateter na veia basílica. Máximo deslocamento para o coração quando há adução do braço e flexão do cotovelo Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Cateter na veia Cefálica. Máximo deslocamento para o coração quando há abdução do braço e flexão do cotovelo. Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Direction of the Displacement of the PICCs Related to Various Movements of the Upper Extremity Shoulder and Elbow Movement Basilic Cephalic Axil ary Shoulder adduction Toward the heart Away from the heart Toward the heart Shoulder abduction Away from the heart Toward the heart Away from the heart Elbow flexion Toward the heart Toward the heart No effect Elbow extension Away from the heart Away from the heart No effect Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Extravasation of Parenteral Alimentation Fluid Into the Renal Pelvis – A complication of Central Venous Catheter in a Neonate Journal Of Perinatology 2001; 21:465 – 466 Complicação por Cateter suspeita?? Ultrassonografia e Estudo Contrastado Raio X lateral se frontal é inconclusivo Monitorização diária da altura de inserção do cateter detecta migração precocemente Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Central Venous Catheter Tip in the Right Atrium: A Risk Factor for Neonatal Cardiac Tamponate Journal Of Perinatology 2001; 21:461 – 464 Serie de casos indica que a angulação ou curvatura distal do cateter (CA) é importante fator de risco para tamponamento quando adicionados ao fator primário: posição do cateter no átrio direito Ocorrência de (CA) em torno de 7% Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica CA = Angulação ou Curvatura Distal do Cateter em 5cm não explicada pela anatomia das grandes veias Mecanismo de perfuração: Ponta do cateter tocando e pressionando a parede atrial Hiperosmolaridade da NPT + Fina parede erodida pela movimentação do cateter Inflamação Necrose Perfuração Tamponamento Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Posições radiográficas de cateteres em cinco casos de tamponamento cardíaco. Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Imagens radiográficas de cateteres mal posicionados e sujeitos a lesão de parede. Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica PICC com extremidade na veia porta Sessão Anátomo-Clínica Achados da Anatomia Patológica do caso clínico Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Hipoplasia pulmonar esquerda devido à hérnia diafragmática congênita Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Perfuração cardíaca pelo PICC Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Perfuração cardíaca pelo PICC e Pulmões D e E Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Cardiac arrest in na extremely low birth weight infant: complication of percutaneous central venous catheter hyperalimentation Journal Of Perinatology 1996; 16 (2 Pt1):123 –126 Infiltração do miocárdio por solução parenteral com degeneração das fibras do miocárdio do AD e parte do VD porém sem derrame periárdico Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica An unusual complication of central venous catheter in a neonate Paediatr Anesth, 2000; 10 (6):665 –668 Erosão do cateter pela parede da artéria pulmonar e do brônquio em direção à árvore brônquica deterioração súbita da respiração necessidade de intubação e ventilação Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Pericardial tamponade caused by catheter infection in an extremely small premature infant Monatsschr Kinderheilkd, 1993; 141 (12):932–935 Tamponamento pericárdico causado por infecção de cateter. Líquido colhido em pericardiocentese terapêutica revelou pericardite e não hidropericárdio. Cultura de ponta de cateter, hemocultura e cultura de aspirado pericárdico revelou infecção por Staphylococcus epidermidis nas 3 amostras Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica A rare complication of neonatal central venous access Arch. Dis. Child. Fetal Neonatal Ed, 2002; 86: 61-62 Relato de caso de necrose de parede abdominal devido ao extravasamento de NPT com edema e abscesso. Rx de abdome revela posição normal do cateter em região de veia cava inferior porém estava colocado em vaso abdominal superficial. Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Unusual complication of a central venous line in a neonate Arch. Dis. Child. Fetal Neonatal Ed, 2003; 88: F440 Perfuração de retroperitônio após erosão pelo cateter que se supunha estar na junção da veia cava superior com o átrio direito coleção de líquido branco que se julgava ser linfa mas revelou ser fluido de NPT. Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Massive pericardial effusion as a cause for sudden deterioration of a very low birthweight infant Am J Perinatol., 1993; 10(6): 419-423 Efusão pericárdica maciça por cateter introduzido em veia axilar direita no dia 6 e deterioração do status respiratório no dia 38 de PICC Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Cannula tip intravascular migration in na infant Morin F ET AL. J Perinatol 2006;26:650-652 (october) Os autores relatam a migração intravascular da ponta da cânula do introdutor após cortar o hub durante a inserção do PICC. O ecocardiograma evidenciou fragmento da cânula na confluência entre a subclávia direita e a veia jugular interna (vide figura). O RN apresentou efusão pericárdica maciça com tamponamento cardíaco.Pericardiocentese retirou sangue e subsequente pericardiotomia mostrou a presença de fragmento da cânula migrado (vide figura). O RN faleceu no 2o dia de pós-operatório Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Morin F ET AL. J Perinatol 2006;26:650-652 (october) Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica O tamponamento cardíaco ocorreu devido a perfuração tanto do miocárdio como da veia cava superior por um fragmento da cânula embolizado, utilizada como introdutor para a colocação do PICC. Usando a ponta da cânula como introdutor, todo esforço deve ser feito para evitar o risco de embolização. Em 2003, Paoli G et al (J Pediatr 2003;690-691) descreveram a embolização de fragmentos da cânula durante a inserção do PICC após ter sido cortado o hub na veia safena esquerda do joelho em um RN de 26 semanas. Uma cirurgia extensa foi feita para remover este fragmento que já havia migrado 5 cm. . Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Paoli G et al (J Pediatr 2003;690-691) Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Peripherally inserted central catheter (PICC) fracture and embolization in pediatric population Chow LML et al. J Pediatr 2003; 143:690-691 Entre 1650 PICCs, foram identificadas 11 crianças que apresentaram fraturas do PICC, requerendo retirada invasiva. A duração do PICC e complicações da linha venosa (bloqueio da linha venosa-a tentativa de desobstruir usando pressões acima das recomendadasou quebra do sítio da inserção) foram significativamente associados com fraturas dos catéteres. Chest roentgenogram (including the arm) of fractured PICC: Embolized PICC fragment with catheter looped in the main right pulmonary artery and descending branch of the left pulmonary artery (arrows) and the external portion at the right elbow (white arrows) coming to an abrupt stop at the fracture site, just above the elbow. Chow L.M.L., Friedman J.N., MacArthur C., Restrepo R., Temple M., Chait P.G., et al. Peripherally inserted central catheter (PICC) fracture and embolization in the pediatric population. J Pediatr 2003;142:141-4 Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Manter a ponta do catéter 1cm (RN prematuro) e 2 cm (RN a termo) fora da silhueta cardíaca, porém na veia cava Apresentação clínica do quadro de efusão pericárdica e tamponamento cardíaco: Alterações de ausculta respiratória Bradicardia Taquicardia Pulso paradoxal Edema de veia jugular ou ruborização Súbita necessidade de uso de drogas inotrópicas e de suporte ventilatório Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Como intervir: Perfuração pode ocorrer desde o momento da inserção do cateter Observar rigorosamente as alterações clínicas dos pacientes portadores de cateter venoso central Confirmação por Raio X de tórax e Ecocardiograma fazem diagnóstico precoce e pronta terapia pode mudar o prognóstico Pensar NA POSSIBILIDADE de tamponamento cardíaco ao reanimar um RN com PICC que desenvolve sintomas de choque e súbita bradicardia Complicações do PICC – Cateter Central de Inserção Periférica Pericardiocentese imediata é procedimento de eleição em tamponamento cardíaco detectado. Consultem: Caso Clínico: Tamponamento Cardíaco em Recémnascido com Cateter Percutâneo Venoso Central Autores: Nelsimar Noronha, Paulo R. Margotto Hérnia diafragmática no recém-nascido Autor: Fernando Moya (EUA) Pneumonia neonatal Autores: Paulo R. Margotto / Marta David Rocha Dificuldade respiratória do recém-nascido Autor: Paulo R. Margotto Crescimento do pulmão fetal na hérnia diafragmática congênita Autor(es): Bargy F, Beaudoin S, Barbet P (França)