são paulo
rio de janeiro
minas gerais
espírito santo
NAZARÉ PAULISTA
A represa que é uma surpresa
edição nº 4 | abril 2014 | r$ 12,00
Nas Águas de
Paraty
DO ASFALTO
PARA A ÁGUA
Os passeios turísticos
em ônibus-anfíbios são
a nova onda no Rio
NÃO FAÇA
ONDA!
Você sabe o que
uma simples marola
é capaz de fazer?
RIO BOAT SHOW
18 bons motivos
para você ir
ao salão
Editorial
NESTA QUARTA EDIÇÃO...
FOTOS JORGE DE SOUZA
POR JORGE DE SOUZA FOTOS HÉLIO MAGALHÃES
ASSIM NA TERRA...
Os primeiros ônibus turísticos anfíbios
do Brasil estão fazendo o maior sucesso
no Rio de Janeiro. E é fácil saber por quê
pitania dos Portos. Usam rodas e hélices. Têm
ros do que este momento, o do “tchibum!”, quando os
dois primeiros ônibus anfíbios do país deixam de ser
simples veículos terrestres e viram, também, barcos.
Em seguida, eles saem passeando pelas águas da Baía
...COMO NO MAR
de Guanabara, depois de, instantes antes, terem feito
FOTOS DIVULGAÇÃO
o mesmo diante de alguns dos cartões-postais do Rio
de Janeiro — só que rodando pelo asfalto.
1
Da água
para o asfalto, em
4 passos
92
3
2
O “mergulho”: na Marina da Glória
A navegação: 40 minutos na Baía de Guanabara
4
O retorno: quando ele volta a ser ônibus
NÁUTICA SUDESTE
O GRANDE
MOMENTO
O ônibus anfíbio da
Splash mergulha
nas águas da Marina
da Glória (acima) e
sai navegando, no
mesmo roteiro do
Duck Tour (ao lado),
que também sai do
asfalto para a água
No asfalto: de volta ao ponto de partida, na Urca
NÁUTICA SUDESTE
A aventura da Ventura
E
Fabricar barcos bem longe
do mar, em Minas Gerais, foi
apenas uma das curiosas
decisões que marcaram a vida
do empresário José Luiz Motta,
do estaleiro Ventura Marine,
morto recentemente. A outra
foi fazer isso praticamente
por causa de um cavalo...
POR ROSÂNGELA OLIVEIRA
pensar que quase tudo foi por causa de um cavalo... Não fosse por ele, talvez a área hoje ocupada
pelo estaleiro Ventura Marine, na pequena Capitólio, em Minas Gerais, quase às margens da represa de Furnas, não tivesse sido comprada pelo empresário
José Luiz Valente da Motta, já que o único propósito daquela fazenda era abrigar o tal cavalo — que, por sinal, foi fruto de um tremendo equívoco, que acabou virando uma história folclórica na família e entre os amigos. Ao participar de
um leilão de cavalos puro-sangue, José Luiz, que de cavalos
não entendia nada e só estava ali para fazer companhia aos
amigos, julgou que seria um ótimo negócio adquirir um animal por apenas R$ 100, como julgava ter entendido. E arrematou o bicho.
NÁUTICA SUDESTE
93
pág. 20
DIVULGAÇÃO
PAI E FILHOS
José Luiz
(ao centro), com
os filhos André
(à esq.) e Carlos
Renato, em foto
recente: ele
deixou uma marca
consolidada e
boas histórias
pág. 25
25
ESQUIAR E
MUITO MAIS
As águas da
Represa Atibainha,
mais conhecida
pelo nome da
cidade que ela
banha, Nazaré
Paulista, são ótimas
para esquiar, andar
de jet e relaxar do
ritmo alucinante
de São Paulo, que
fica a apenas 50
quilômetros
Vários barcos serão lançados no salão que acontece na Marina da
Glória, de 9 a 15 deste mês. Adiantamos aqui o que você vai ver lá
Água pura, muito verde, fartura de peixes e, ainda por cima,
ao lado de São Paulo. Por essas e outras é que a Atibainha é...
A REPRESA SURPRESA
A bordo de um barco é que se descobre a real beleza desta cidade histór ica, banhada pelo mar. Não tem um? Alugue. Nós mostramos os melhores
pág. 32
pág. 46
PARATY PARA
TODOS NÓS
JorgedeSouza
REDAÇÃO E ADmInISTRAÇÃO
Av. brigadeiro Faria lima, 3 064, 10o andar, CEP 01451-000,
São Paulo, SP. Tel. 11/2186-1000
VICE-PRESIDEnTE
Denise Godoy
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DIRETOR COmERCIAl
Afonso Palomares [email protected]
DIRETORA DE mERCADO náuTICO
mariangela bontempo [email protected]
DIRETOR DE REDAÇÃO
Jorge de Souza [email protected]
COlAbORARAm nESTA EDIÇÃO: Haroldo J. Rodrigues (arte),
Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão)
minas
rio de
janeiro
são paulo
edição
nº 4 | abril
gerais
espírito
santo
NÁUTICA SULDESTE
ExECuTIVOS DE COnTAS
Eduardo Santoro [email protected]
Eduardo Saad [email protected]
Glauce Gonçalez [email protected]
as de
O
DO ASFALT
A ÁGUA
PARA turísticos
Os passeios nfíbios são
Rio
em ônibus-a
onda no
a nova
NÃO
FAÇA
!
ONDAo que
Você sabe marola
uma simples
de fazer?
é capaz
SHOW
s
RIO BOAT
motivo
18 bons você ir
para
ao salão
P h an t o m 3 0 3
“A
h, se o Constantino estivesse vivo...”
Os turistas que chegam ao Cais de Santa Luzia, no centro de Angra
dos Reis, para embarcar nas escunas que fazem passeios pela baía,
costumam notar, logo na entrada do trapiche, um grande e antigo barco de madeira, clamando por uma reforma. Seu estado é deplorável. A proteção de ferro da proa
está solta e torta, parte da amurada carcomida, o casco está encardido que só, o barco
parece ligeiramente adernado na água e a pintura, que um dia já foi azul, hoje está
desbotada e descascada pelo tempo e pelo descaso. Panos sujos costumam ficar pendurados no seu casario, que, como há muito não é usado, foi transformado em varal
pelos pescadores dos barcos vizinhos. E, vira e mexe, algum mendigo dorme a bordo ou alguém atira um saco de lixo no seu convés. Só mesmo a tábua de proa com
o nome do barco continua em razoável bom estado. Ela diz: “Tenente Loretti” — o
que, no entanto, para os turistas, também não diz nada. Mas, para os antigos moradores da vizinha Ilha Grande, aquele velho barco (que, para as outras pessoas não passa de um barco velho) é histórico. E, para um deles em especial, foi bem mais do
que isso: foi um fiel amigo, que não merecia estar do jeito que está. Muito menos caminhando para o mesmo fim que teve o homem que passou a vida inteira cuidando dele: Constantino Cokotós, morto no ano passado —para muitos, de desgosto, por
ver aquele barco de tantas façanhas abandonado num píer de Angra.
“Agradeço pela bonita reportagem
O Velho e o Barco, sobre o meu
saudoso tio, Constantino Cokotós,
Constantino
, morreu.
e oCokotós
amor
que ele nutria pela lancha
E, sem ele, a histórica
lancha Tenente
Tenente
Loretti,
que parecia ter alma
Loretti está
morrendo também
e que, mesmo sendo parte da história
da Ilha Grande, está afundando,
abandonada num cais de Angra dos
Reis, como alguém que sucumbe de
saudades de um velho amigo. É triste
ver como nossos governantes não
se preocupam em preservar a nossa
história, como meu tio, dedicadamente,
sempre fez com aquele barco. ”
Eliete Cokotós
NÁUTICA SUDESTE
75
Guilherme Rabelo [email protected]
leide Ortega [email protected]
PARA AnunCIAR
[email protected] Tel. 11/2186-1022
NÁuTica SudeSTe é uma publicação da G.R. um Editora ltda.
— ISSn 1413-1412. Abril 2014. Jorn. resp: Denise Godoy (mTb
14037). Os artigos assinados não representam necessariamente
a opinião da revista. Direitos reservados.
FOTO DE CAPA Jorge de Souza
CTP, Impressão e Acabamento — IbEP Gráfica
LISTa A
PAUsurpres
ARÉ
NAZ
que é uma
represa
Nas Águ y
Par at
LAN
O
T
N
E
ÇAM
O VELHO E O BARCO
Uma emocionante
história de amor
entre um homem
e um barco
ganhou contornos
dramáticos. No ano
passado, o guardião
do barco mais famoso
da Ilha Grande,
12,00
VERSÃO ELETRÔNICA GRÁTIS
Loja exclusiva
Schaefer Yachts
ONTEM
E HOJE
Constantino,
pouco antes de
morrer, e a lancha
a qual dedicou boa
parte de sua vida,
antes (ao lado) e
agora (abaixo),
abandonada
num trapiche de
Angra: sem o seu
guardião, a histórica
Tenente Loretti está
apodrecendo
A
2014 | r$
77
pág. 77
POR JORGE DE SOUZA
Q
PRESIDEnTE E EDITOR
Ernani Paciornik
Barcos com preços e condições especiais, test drives no próprio local e chance de comparar os barcos lado a lado: outros motivos para ir ao salão do Rio
...E O QUE DISSERAM
SOBRE A ANTERIOR
uem conhece bem Paraty sabe que, melhor até do que o seu
charmoso Centro Histórico, é a parte da cidade que fica no mar,
longe das ruas de pedras. São as ilhas, praias e reentrâncias de um
dos trechos mais bonitos e preservados do litoral entre o Rio e São Paulo.
Só que, para chegar lá, é preciso um barco, já que estes paraísos de
beleza e tranquilidade só são acessíveis pela água e os passeios regulares
que partem da cidade só vão até os locais mais próximos.
Qual, então, a saída para quem não tem um barco?
Alugar um...
É o que mostra a principal reportagem desta quarta edição de
NÁUTICA SUDESTE, publicação regional da revista NÁUTICA para os
estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Mas, como barcos são quase sinônimos de prazer, selecionamos apenas
os melhores veleiros de aluguel na região (serviço bem mais conhecido como
“charter”), a começar pelo mais sofisticado e confortável de todos, como
você pode conferir a partir da página 46.
A bordo dele, Paraty fica ainda mais completa. E linda.
(bons)
motivos para ir ao
RIO BOAT SHOW
FOTOS DIVULGAÇÃO
painel com velocímetro e bússola, lado a lado.
um motorista que seja também marinheiro. Mas nada
chama mais a atenção dos seus entusiasmados passagei-
18
O OUTRO LAD O DE PARATY
les têm registro tanto no Detran quanto na Ca-
nheiros navais, o que ajuda a explicar por que exigem
FOTOS OTTO AQUINO E JORGE DE SOUZA
E
E, embora sejam ônibus, foram projetados por enge-
Nossa Linha
30 3
365
40 0
5 0 0 Fly
5 0 0 HT
620
800
FONE:
(11) 2737-5050
www.vipnautica.com.br
Acesse www.nautica.com.br/nauticasudeste e baixe, de graça, esta edição de NÁUTICA SUdeSTe
AV. D O S B A N D E I R A N T E S ,
5 . 0 0 0 - S Ã O PA U L O
Aconteceu...
feipeSca 2014
A maior feira de pesca esportiva do país reuniu os
maiores e melhores expositores do setor, em São Paulo
A feira também marcou o lançamento
“da nova
edição da Bíblia do Pescador
feira de
sucesso
A cerimônia de
abertura da feira
(acima) teve Enio
Queijada, gerente
de agronegócios
do Sebrae, Mateus
Zillig, da revista
Pesca Esportiva,
Denise Godoy,
da GR1 Editora e
Flavio Bezerra,
do Ministério da
Pesca. Em seguida,
o público tomou
conta do pavilhão
de exposição
Outlet da Pesca foi um sucesso:
“umaOloja
de 500 m , dentro da feira
Na feira, foi lançada a carretilha mais veloz
“do mundo,
da marca Abu Garcia
2
8
Náutica SudeSte
fotos rodrigo zorzi
muitos
expositores
Expositores
de peso, como
Yamaha,
Levefort e Quest,
participaram
da feira, que foi
promovida pela
revista Pesca
Esportiva — que
lançou a nova
edição da Bíblia
do Pescador.
Ao lado, Ernani
Paciornik com
expositores
da Mercury e
Metalglass
Náutica SudeSte
9
Aconteceu...
A Prestige reuniu clientes e amigos para apresentar a
sua nova lancha que estará no próximo Rio Boat Show
mercado náutico brasileiro
fotos MAriANA QUiNtÃo
cOQueteL
YacHt ceNteR
GROup
A Prestige é uma das
“marcas
estrangeiras que
mais vêm crescendo no
Mauricio Barreto, da Yacht Center
“Group,
que representa a marca no país,
mostrou o novo barco aos convidados
uma noite
alegre
Ao lado, o
casal Renata
e Eucherio
Rodrigues e,
abaixo, Rodrigo
Gouveia
e Enrico
Machado, que
também foram
conhecer de
perto a mais
nova lancha
da Prestige no
Brasil
O evento
“aconteceu
no endereço
náutico mais
sofisticado do
Rio de Janeiro:
o Iate Clube
alguns
convidados
No alto, Leonardo
Mussi, Valmir
Sandri, Carlos
Oliveira, Luis
Carrapatoso e
Leonardo Sandri.
Ao centro, Gabriela
Ayala e Armando
Fonseca, com
Mauricio Barreto,
e, ao lado, Vinícius
Correia, Renato
Souza e Carlos
Eduardo Lima
10
Náutica SudeSte
amigos e
clientes
No alto, Cris Alves
e Luiz Carnalave
e, ao lado, Patrícia
Barreto, Cristina
Correia Silva e Ana
Cristina Mourão.
O coquetel de
apresentação do
barco foi no Iate
Clube do Rio de
Janeiro (acima)
Aconteceu...
ReGata
iLHa de caRaS
ReViSta Náutica
fotos MozArt lAtorre e MArcio dUfrANc
Grael
“foi oTorben
primeiro
a cruzar a linha
de chegada
anfitriões da
festa
Jorge
Fontevecchia
e Edgardo
Martolio, de
Caras (nas
pontas), com
Ernani Paciornik
e Denise Godoy,
de NÁUTICA (ao
centro). Abaixo,
a raia cheia na
largada
Este ano, a festa foi no local
“do futuro
empreendimento Frad.E
muita gente
Ricardo e Rosana
Bastos (no alto),
Ricardo Rodrigues
e Paulo Renha
(acima) e Nely
Arantes (ao lado),
que recepcionou
os participantes
com muita festa, no
futuro Frad.E
12
Náutica SudeSte
aMPro4
Em Angra, a 15ª edição da regata mais divertida do país
reuniu mais de 100 barcos na água e muita festa na chegada
Aconteceu...
A Marina
Porto Ilhabela
abriu suas
portas
para quem
quisesse
testar os
novos barcos
Beneteau
fotos divUlgAçÃo
BeNeteau WeekeNd
cenas
do dia
A equipe
da Marina
Porto Ilhabela
(ao lado),
comandada por
Gunnar Muller e
seu filho Marcos,
e cenas do fim
de semana
no qual foram
apresentados
e oferecidos
para test drives
alguns barcos da
famosa marca
francesa
“ Na ocasião, foram realizados test drives das lanchas GT e do catamarã Lagoon
1º SeMiNáRiO
eMpReSaRiaL acOBaR
fotos divUlgAçÃo
Em São Paulo, a
Associação dos
Construtores de Barcos
promoveu seminário
para empresários
do setor náutico
todos
atentos
O primeiro
encontro do
gênero atraiu
estaleiros de
todo o país e teve
palestras como
a de Márcio
Schaefer (no
canto) e Eduardo
Colunna (ao
lado), presidente
da entidade
“
Mais de 20 estaleiros
estiveram presentes ao encontro
“ No encontro, os fabricantes discutiram os problemas do setor
Aconteceu...
RaLLYe de BaRRa dO uNa
fotos grAsiele soUzA/divUlgAçÃo
Realizado no Carnaval, o rali mais divertido do litoral paulista foi uma festa só
Concessionária Autorizada Ventura Marine
“ O rali incluiu uma parada na Ilha Montão de Trigo
Embarcações a partir de R$ 34.100,00
ANcorAdoUro
festança
A equipe
de Oldemar
Santos, da
lancha número
3 (acima), que
venceu o rali. O
percurso levou
os concorrentes
até a Ilha Montão
de Trigo (ao
lado)
O maior incentivador
“dos
ralis, Oldemar
Santos, foi o vencedor
RaLLYe de iLHaBeLa
O Iate Clube de Ilhabela comemorou seus 58 anos com um animado rali
Até o
“presidente
da
Kia Motors,
“
patrocinadora
da prova,
participou
do rali
fotos AliNe bAssi/divUlgAçÃo
A prova, que seguiu até a subsede
do clube, foi vencida por Luiz Volpe
festa dupla
Ao lado, o
presidente da
Kia, José Gandini
(que patrocinou e
participou do rali)
e Leila Schuster.
Acima, a dupla
festa, pelo rali e
pelo aniversário
do clube
Av. Washington Luis, 4521 - São Paulo, SP - Telefone: 5096-1581
www.aventuranautica.com.br - [email protected]
Instagran: @aventura_nautica - #navegarepreciso
Aconteceu...
NOVa LOJa da
GueRRa Náutica
A conhecida loja náutica das Escarpas do Lago inaugurou outra, em Uberlândia
ele e elas
Fabrício
Guerra com
Deyse Kruger,
da Mercury,
e Barbara
Martendal e Cleide
Lana, da Fibrafort,
fabricante das
lanchas Focker
festa em
famÍlia
Ao lado, Geraldo
Guerra com
Sérgio Miranda
e Derlando
Goulart. Abaixo,
ele com os
amigos Ronaldo,
Pim e os filhos
Fabricio e Lucas
GuerraTrigo (ao
lado)
“
fotos divUlgAçÃo
A Guerra Náutica
é representante
Fibrafort, Mercury,
Armada, Beneteau e
BRP, em Minas Gerais
cOQueteL NautikO
A tradicional loja náutica de Ribeirão Preto
comemorou a representação do estaleiro Arthmarine
O mercado náutico
“deé umRibeirão
Preto
dos mais
vibrantes de São Paulo
18
Nautiko já era representante
“FS eAMercury.
Agora é, também, Arth
Náutica SudeSte
fotos giro riberÃo
mais uma
marca
As bonitas lanchas
do estaleiro paulista
Arthmarine (ao
lado) agora serão
representadas
também pela
Nautiko, como
anunciou Rogério
Escochi, no coquetel
de apresentação
(no canto)
Assim nA terrA...
Os primeiros ônibus turísticos anfíbios
do Brasil estão fazendo o maior sucesso
no Rio de Janeiro. E é fácil saber por quê
E
les têm registro tanto no Detran quanto na Capitania dos Portos. Usam rodas e hélices. Têm
painel com velocímetro e bússola, lado a lado.
E, embora sejam ônibus, foram projetados por engenheiros navais, o que ajuda a explicar por que exigem
um motorista que seja também marinheiro. Mas nada
chama mais a atenção dos seus entusiasmados passageiros do que este momento, o do “tchibum!”, quando os
dois primeiros ônibus anfíbios do país deixam de ser
simples veículos terrestres e viram, também, barcos.
Em seguida, eles saem passeando pelas águas da Baía
...como no mAr
o mesmo diante de alguns dos cartões-postais do Rio
de Janeiro — só que rodando pelo asfalto.
Da água
para o asfalto, em
4 passos
20
Náutica SudeSte
1
O “mergulho”: na Marina da Glória
fotos divulgação
de Guanabara, depois de, instantes antes, terem feito
2
A navegação: 40 minutos na Baía de Guanabara
3
O retorno: quando ele volta a ser ônibus
4
No asfalto: de volta ao ponto de partida, na Urca
o grande
momento
O ônibus-anfíbio da
Splash mergulha
nas águas da Marina
da Glória (acima) e
sai navegando, no
mesmo roteiro do
Duck Tour (ao lado),
que também sai do
asfalto para a água
Náutica SudeSte
21
MODELOS
A COMPRA INTELIGENTE
Ônibus-anfíbio
340 S
340 T
“
Quer embarcar também?
Os passeios nos ônibus-anfíbios da Duck Tour (www.ducktourbrasil.
com.br) e da Splash (www.splashtour.com.br) acontecem de terça
a domingo, quatro vezes ao dia, e custam R$ 100 — R$ 50 para
crianças ou moradores da cidade, desde que comprovem isso.
O primeiro leva 28 passageiros; o outro, 46 — além do guia e do
motorista, este também marinheiro. Ambos partem dos pés do
bondinho do Pão de Açúcar, na Urca, e os passeios duram cerca de
1h30min — 40 minutos deles na água, onde a turma mais se diverte.
360 FLY
380 T
380 HT
Para não entrar de gaiato
380 FLY
As dúvidas que todo mundo têm antes de embarcar
380 SUNDECK
410 T
1
não tem risco de afundar?
não. os ônibus são como barcos de verdade, fechados por
baixo, como se fossem cascos. Além disso, têm compartimentos
estanques, que os fazem flutuar de qualquer maneira. são,
também, bem estáveis. embarque sem receio. muito menos, medo.
410 HT
410 FLY
2
CIMITARRA 500 FLY
os passageiros podem se molhar?
É pouquíssimo provável que isso aconteça, porque os ônibus são
mais altos do que os convencionais e suas janelas ficam bem acima
da linha d´água do casco — quer dizer, da carroceria... Dependendo
da intensidade do vento, só um ou outro respingo pode atingir os
passageiros, o que, no entanto, faz parte da originalidade do passeio.
500 HT
500 FLY
560
3
na água, o motor é o mesmo?
sim. o que muda é apenas a forma de propulsão, que passa a ser um
hélice em vez das quatro rodas. só isso? não. muda, também, a forma
de dirigir o ônibus quando ele vira barco. no lugar do conjunto volante,
acelerador, freio e câmbio, ele passa a ser conduzido por um simples
joystick, como o dos videogames. A garotada vibra também com isso.
4
É preciso usar colete salva-vidas?
não, se o passageiro for adulto e se o ônibus ainda estiver
rodando no asfalto, naturalmente. Já as crianças são aconselhadas
a usar coletes salva-vidas no trecho de mar, mas costumam curtir
a novidade, porque nenhum ônibus oferece isso. Já o cinto de
segurança é obrigatório no asfalto, mas, curiosamente, proibido na
água, onde sai o cinto e entra o salva-vidas.
5
o que acontece com as rodas dentro d´água?
o mesmo que acontece com o hélice no asfalto: nada! elas
permanecem sob o casco, mas não são usadas, porque todo o
movimento passa a ser pelo hélice. no ônibus da Duck tour,
ele também se movimenta de um lado para outro (por meio do
joystick), dando assim a direção — como nos jet-skis, que também
não possuem leme. Já o ônibus da splash usa o mesmo sistema
da maioria dos barcos: hélice com eixo do tipo pé-de-galinha e
leme, o que o torna ainda curioso fora d´água.
760
7 GARANTIA
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CONTATO DA FÁBRICA - (51) 3718-7700 / 9618-3500
22
410 SUNDECK
COM
A
idéia de combinar terra e água no mesmo passeio — e sem precisar trocar de
veículo para isso — vem cativando turistas e moradores do próprio Rio de Janeiro
(que representam metade do movimento) desde o início de fevereiro, quando os dois primeiros ônibus turísticos do gênero começaram a
operar quase simultaneamente na cidade: o
Copacabana, da empresa Duck Tour, projetado e construído no Brasil mesmo, e o Splasher,
da Splash Tour, que foi importado dos EUA.
Ambos fazem basicamente o mesmo passeio,
que começa aos pés do bondinho do Pão de
Açúcar, na Urca, e avança até a Marina da
Glória, onde acontece o seu triunfal mergulho
no mar. O tal “tchibum!”, que todos a bordo
tanto aguardam e que marca o exato instante
em que o ônibus vira barco.
Ou, na volta, o contrário...
360 SHT
ANOS DE
As crianças
adoram a
novidade. E os
adultos porque
apreciam a cidade
tanto da terra
quanto da água
410 SUNDECK
560
760
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TRAGA A FAMÍLIA E OS AMIGOS,
DO SEU BARCO A GENTE CUIDA, E MUITO BEM!
fotos divulgação
pai e filhos
José Luiz
(ao centro), com
os filhos André
(à esq.) e Carlos
Renato, em foto
recente: ele
deixou uma marca
consolidada e
boas histórias
A aventura da Ventura
E
A MARINA ONDAS DO UNA CONTA COM UMA ESTRUTURA COMPLETA PARA RECEBER SEU BARCO E SUA FAMÍLIA.
TUDO ISSO EM UMA DAS PRAIAS MAIS BELAS DO NOSSO LITORAL.
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W W W. O N D A S D O U N A . C O M . B R
Fabricar barcos bem longe
do mar, em Minas Gerais, foi
apenas uma das curiosas
decisões que marcaram a vida
do empresário José Luiz Motta,
do estaleiro Ventura Marine,
morto recentemente. A outra
foi fazer isso praticamente
por causa de um cavalo...
por rosânGelA oliVeirA
pensar que quase tudo foi por causa de um cavalo... Não fosse por ele, talvez a área hoje ocupada
pelo estaleiro Ventura Marine, na pequena Capitólio, em Minas Gerais, quase às margens da represa de Furnas, não tivesse sido comprada pelo empresário
José Luiz Valente da Motta, já que o único propósito daquela fazenda era abrigar o tal cavalo — que, por sinal, foi fruto de um tremendo equívoco, que acabou virando uma história folclórica na família e entre os amigos. Ao participar de
um leilão de cavalos puros-sangues, José Luiz, que de cavalos não entendia nada e só estava ali para fazer companhia
aos amigos, julgou que seria um ótimo negócio adquirir um
animal por apenas R$ 100, como julgava ter entendido. E arrematou o bicho.
Náutica SudeSte
25
ventura marine
“
M
as o que ele não
sabia, porque de
l ei l ã o t a m b é m
nada entendia, era
que o valor do seu lance vitorioso, de R$ 100, correspondia ao
valor das parcelas a serem pagas a perder de vista — não ao
preço final do animal, que acabou custando muitíssimo mais.
Além disso, a compra trouxe
problemas de ordem prática,
porque o cavalo era arredio demais e fora praticamente expulso do haras em que ficava, no
interior de São Paulo. Era, portanto, preciso achar um lugar
para deixá-lo. Foi quando veio a
ideia de comprar uma fazenda
para abrigar o valioso puro-sangue — que passou o resto dos
seus dias pastando placidamente entre bois e vacas, feito um
pangaré da roça. Todo mundo
que ouvia a história caía na gargalhada. A começar pelo próprio José Luiz, que, sem a menor vergonha da mancada,
sempre a contava.
José Luiz, o “Zé Luiz”,
como era chamado pelos colegas do mercado náutico, morreu dois meses atrás, de complicações durante uma cirurgia
para a implantação de um mar26
Náutica SudeSte
ca-passo. Mas deixou boas histórias (como esta) e um estaleiro já consolidado como um
dos mais atuantes do país: a
Ventura Marine — cuja principal fábrica, de certa forma,
hoje só existe graças ao tal cavalo, porque ocupa a mesma fazenda comprada para abrigar o
animal — que, por conta disso, durante muito tempo, se habituou a ver reluzentes barcos
saindo do meio do pasto.
A história da atual Ventura Marine começou em 2003,
quando Zé Luiz migrou do segmento de seguros, onde era um
alto executivo, para o setor náutico, ao adquirir um estaleiro
carioca que existia desde 1983,
mas que passava por sérias dificuldades financeiras: a antiga
Ventura, ex-Iates Alpha, fundada por Mario Márcio, que começara construindo dois modelos de veleiros, os Alpha 22
e 32. Um ano depois, a Alpha
gravaria o seu nome na história, ao construir, sob encomenda, o barco que Amyr Klink
usou para fazer a memorável
travessia do Atlântico a remo.
Em 1986, o estaleiro mudou o
nome para Ventura e passou a
produzir a sua primeira lancha,
grande
crescimento
Fábrica da
Ventura Marine
em Capitólio,
Minas Gerais, na
antiga fazenda
da família.
Ali, hoje são
produzidos até
os barcos feitos
em parceria
com a Yamaha,
do Japão
fotos jorge de souza
Quando ele precisou
de um lugar para instalar a
fábrica, lembrou da fazenda
onde estava o cavalo
depois, sob sua gestão, viraria
Ventura Marine. Ele comprou
a empresa e, mesmo entendendo de barcos tanto quanto de
cavalos, decidiu resgatar o sucesso do passado da marca. Foi
aí, também, que os destinos do
novo estaleiro e do tal cavalo, arrematado num leilão um
pouco antes, se cruzaram.
“
A Ventura vem
colhendo bons
resultados, mas
bem melhor seria
ainda ter José Luiz
a Ventura 20, que foi, também,
a primeira lancha de proa aberta fabricada no Brasil. E, por
isso mesmo, um sucesso estrondoso durante muito tempo. Até
o então presidente José Sarney
tinha uma.
Mesmo assim, no final dos
anos 1990, com sérias dívidas,
o estaleiro quase foi à falência. Foi quando Zé Luiz entrou
na história da Ventura — que,
N
a hora de resolver o
problema de onde
instalar a nova fábrica, já que a antiga ficava no Rio de Janeiro e ele não
era carioca, Zé Luiz lembrou da
fazenda recém-comprada em
Capitólio e decidiu: construiria
os seus barcos lá, junto do cavalo. E assim foi feito. Apesar da
curiosa motivação e da inusitada
localização. Construir barcos em
uma fazenda e, ainda por cima,
em Minas Gerais, que nem mar
tem, parecia ser mais uma brincadeira do sempre bem-humorado empresário. Mas, que nada!
Foi apenas o começo de uma trajetória que hoje coloca a Ventura Marine como uma das marcas
de barcos que mais crescem no
país, tanto em relevância quanto no tamanho (cada vez maior)
dos barcos que vem produzindo.
O próximo terá nada menos que
60 pés de comprimento. Pena
que Zé Luiz não está mais aqui
para vê-lo pronto...
Mas nada disso teria acontecido sem o comando astuto
e visionário dele — a começar
pela escolha de Capitólio, que
acabou por se revelar um ótimo ponto, já que a cidade fica
próxima a importantes rodovias, o que ajudou a escoar a
produção de barcos.
Náutica SudeSte
27
ventura marine
Ventura V500
Uma linha de sucessos
Nova lancha, a ser lançada em breve, com projeto italiano e 50 pés de
comprimento. Sua cabine poderá ter dois ou três camarotes, ao gosto do
cliente. Uma lancha diferente de tudo o que a Ventura já fez.
Algumas lanchas que marcaram — e outras
que devem marcar — a história da Ventura
V350 HT
Primeira lancha da marca com hard top,
tem teto solar e plataforma de popa com
até garagem para um bote de apoio. Com
35 pés de comprimento, mostra bem
a filosofia da Ventura de lançar barcos
grandes e pequenos, ao mesmo tempo.
V195
Primeiro modelo de sucesso da nova fase da Ventura, já
sob o comando de Zé Luiz. Foi lançada em 2006, nunca
sofreu nenhuma alteração no projeto e vende bem até
hoje, com mais de 3 000 unidades produzidas.
Ventura 20
Primeiro grande sucesso do estaleiro,
ainda sob o comando do antigo dono.
Lançada em 1986, foi a primeira lancha
de proa aberta feita no país e, na época,
até o presidente José Sarney tinha uma.
“
Há quatro
anos, ela começou
a fazer barcos cada
vez maiores. Os
próximos terão
50 e 60 pés
28
Náutica SudeSte
E
V410
V160
Ventura V600
Graças a uma parceria com a Yamaha, do Japão, a Ventura
começou a construir esta grande lancha no Brasil. Mas com
alterações: minicozinha na popa, dois banheiros e mais espaço no
camarote central. A matriz copiou as inovações.
Menor lancha da linha e do mercado nacional, foi lançada
em 2012, com design esportivo, espaço para até cinco
pessoas e preço bastante acessível, para usar um motor
de popa, entre 40 e 60 hp. Vende bem desde então.
Também projeto italiano, a nova 60 pés da marca, ainda
sem data definida de lançamento, seguirá o mesmo
estilo moderno do modelo de 50 pés. Na cabine, terá três
camarotes com opção de uma ou duas suítes.
m seguida, Zé Luiz
contratou dois parceiros estratégicos, que
— estes, sim! — entendiam de barcos: o gerente comercial Marco Garcia e
o projetista e criador de quase
todos os barcos da marca desde
então, Everaldo Ramos, ambos
até hoje na empresa. E colocou os três filhos, André, Carlos Renato e Luiz Gustavo no
negócio, para que eles aprendessem a gerir uma fábrica de
barcos e, um dia, o sucedessem
— o que, de fato, está acontecendo agora. Mas só com André e Carlos Renato, porque
Luiz Gustavo faleceu há cinco anos, vítima de um acidente rodoviário. Foi um dos poucos períodos da vida em que
Zé Luiz perdeu o seu habitual
bom humor.
M
as logo o retomou.
E passou a acelerar
ainda mais a produção das “novas lanchas Ventura”, culminando por
montar uma segunda fábrica, em
Manaus, e fechar uma inédita
parceria com a Yamaha, do Japão,
para produzir aqui um barco daquele estaleiro japonês, a lancha
V410 Premium, de 41 pés, lançada em 2012. A V410 marcou a en-
trada da Ventura no segmento dos
barcos de maior porte, no qual
vem investindo cada vez mais,
sem, contudo, abrir mão dos barcos menores. Como prova o recente lançamento de um modelo de apenas 16 pés, o menor da
sua linha atualmente, e a consagração de outra lanchinha famosa da marca, a V195, de 19 pés,
que desde que foi lançada, em
2006, até hoje, já vendeu mais de
3 mil unidades. Atualmente, além
do modelo de 60 pés, a Ventura
Marine prepara o lançamento de
mais três novos barcos. E isso não
irá mudar com a morte do seu
maior entusiasta, porque o filho
mais velho, André, já assumiu o
comando da empresa e manterá
o mesmo ritmo, tanto de produção quanto de lançamentos. Atualmente, a Ventura Marine produz 11 modelos de lanchas, de 16 a
Náutica SudeSte
29
ventura marine
Paixão e Confiança
SEU SEGURO NAS MÃOS DE QUEM VOCÊ CONFIA
“
41 pés, tem cerca de 40 representantes no país inteiro e de suas duas fábricas já saíram mais de 12 000 barcos. Nada mal para um negócio que
começou quase que acidentalmente, por causa de um cavalo.
Aliás, se você estiver se perguntando que fim levou o animal
que indiretamente gerou boa parte disso, saiba que ele conviveu,
lado a lado, por muitos anos, com
os barcos que saíam dos galpões
próximos do seu estábulo, até que,
tempos atrás, morreu, deixando
uma boa história para ser contada.
Assim como a do próprio Zé Luiz,
o empresário que não entendia
nada de náutica, mas sabia muito
bem identificar um bom negócio.
No ano passado,
a Ventura completou
30 anos. Mas, quando
começou, tinha outro dono
atento aos
detalhes
Antes de optar
por construir
barcos maiores,
a Ventura
investiu para
melhorar a
qualidade dos
que já produzia.
Era assim que
José Luiz agia
Parceria Safe Boat & Multiplus
Ao contratar o seguro da sua embarcação,
o valor é revertido em pontos.
A Ventura não é o único estaleiro a produzir barcos bem longe
do mar, em são paulo e Minas Gerais. Mas é um dos maiores
2
Minas Gerais
1
Ventura – Capitólio
2
Malloy Boat – Pedro Leopoldo
3
Otto Barcos – Lagoa Santa
4
Luna Boats – Uberaba
1
Zefir - Americana
2
Flexboat – Atibaia
3
Magnum – Avaré
3
Maxmarine – Avaré
4
Boreas Boat – Cotia
4
Arthmarine - Cotia
5
Zonda Boats – Indaiatuba
6
Portofino Yachts – Jacareí
7
Mestra Boats – Pederneiras
3
são Paulo
4
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12
1
1
8
5
11
3
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2
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8
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esquiar e
muito mais
As águas da
Represa Atibainha,
mais conhecida
pelo nome da
cidade que ela
banha, Nazaré
Paulista, são ótimas
para esquiar, andar
de jet e relaxar do
ritmo alucinante
de São Paulo, que
fica a apenas 50
quilômetros
Água pura, muito verde, fartura de peixes e, ainda por cima,
ao lado de São Paulo. Por essas e outras é que a Atibainha é...
A represA surpresA
represa atibainha
“
A Rodovia Dom
Pedro II cruza a represa.
Para a grande maioria
dos paulistas, é o único
instante em que
ela é percebida
S
ão Paulo tem
muit as e bonitas represas,
mas poucas delas são tão graciosas quanto esta
aqui, que é simpática até no nome,
um diminutivo: Atibainha. Trata-se de
uma fina e comprida extensão de água puríssima, encravada em um dos sopés da Serra da Man-
tiqueira e com estreitos braços que penetram nas ramifica-
ções das margens, formando bucólicas paisagens que são refletidas numa
superfície tão lisa e tranquila que mais parece uma lâmina de vidro. E mais
surpreendente ainda é que ela fica no município de Nazaré Paulista, cidade que
é praticamente vizinha à capital paulista. Mas poucos paulistanos sabem disso.
símbolo
da represa
Em Nazaré Paulista,
a ponte da Dom
Pedro II atravessa a
represa, a caminho
da praia. Mas quase
ninguém para
e observa a beleza
da represa
Menos de uma hora de carro (ou metade disso, a partir de certas áreas da parte leste
de São Paulo) separa o formigueiro humano da maior metrópole do país, repleta de automóveis e concreto, de paisagens tranquilas assim. Até quem vive em São Paulo praticamente desconhece essa represa ou, pelo menos, não imagina que, debaixo da grande
ponte da moderna rodovia que a atravessa, a Dom Pedro II, que liga o interior paulista
aos caminhos do litoral (e quase sempre o único instante em que a represa é percebida,
no caminho da praia), existam cenários como o que você verá nas páginas seguintes. A represa de Atibainha é um oásis de tranquilidade nos arredores da caótica capital paulista.
divulgação
avaré
represa
atibainha
Água pura
A represa foi
formada pelo
homem, mas o
cuidado em retirar a
vegetação do fundo,
antes de inundá-la,
garantiu uma água
mais limpa do que
as das vizinhas. Com
isso, virou uma boa
opção também para
o lazer de fim de
semana
“
A
lém de render belas paisagens, boas pescarias e deliciosos passeios
de barcos, a represa de Atibainha, mais conhecida como represa
de Nazaré Paulista, cidadezinha de pouco mais de dez mil habitantes a apenas 50 quilômetros em linha reta de São Paulo e a única que ela banha, é também responsável por mais da metade da
água potável que a cidade de São Paulo consome — e isso também quase nenhum paulistano sabe. Suas águas são tão puras que o órgão que cuida do abastecimento de água da capital paulista se orgulha de gastar quatro vezes menos
com os tratamentos de potabilidade da água que sai de lá do que nas demais
represas da região. E ninguém precisa ser técnico sanitário para chegar à
mesma conclusão. Basta pegar um punhado dela nas mãos e constatar a
transparência da água.
Boa parte disso veio do cuidado que se teve no passado em retirar toda a vegetação que cobria a região antes de a água inundar
tudo e criar a represa, décadas atrás — justamente para ajudar a
abastecer de água a cidade de São Paulo. Com isso, não houve decomposição da mata na água nem formação de muitos resíduos no fundo. Além disso, como sua água vem de
nascentes espalhadas na cadeia de montanhas da Serra
da Mantiqueira que a cercam, ela chega naturalmente pura até a represa, sem nenhuma contaminação.
E permanece assim ao longo de todo o seu caminho, até às torneiras da capital paulista. É um
presente da natureza também para os amantes das pescarias e dos esportes náuticos.
Atibainha é tão
limpa que o órgão de
abastecimento de São
Paulo gasta quatro vezes
menos com o tratamento
da água que sai da represa
36
Náutica SudeSte
Náutica SudeSte
37
represa atibainha
M
“
as a represa de Atibainha
não é grande. Ao contrário, é bem modesta em área
e ocupa apenas 25 km2. No formato, não passa de uma fina e
comprida extensão de água, encravada em um dos
sopés da Serra da Mantiqueira e com estreitos braços que penetram nas ramificações das margens, formando bucólicas paisagens, onde o verde da mata das
suaves colinas ao seu redor encontra a água e cria a sensação de ter sido refletido num espelho. Nos meses de inverno, como teremos em breve, uma densa bruma costuma dominar as primeiras horas da manhã na represa e dá ares quase
europeus às reentrâncias das margens, feito certos lagos suíços.
À tardinha, pássaros passam em revoadas, enquanto um ou outro
barco navega, com absoluta tranquilidade, em um cenário que mais
parece de filme — ou aquelas imagens poéticas de calendários de parede. Nem de longe lembra a agitação de São Paulo. Mas o que mais
impressiona é que ela fica exatamente ao lado da cidade.
paulino alvarez
A superfície da
água é tão tranquila
que mais parece
uma lâmina de
vidro, refletindo
a paisagem
38
Náutica SudeSte
principal
atração
A cachoeira
Gavirutuva, que
desagua na
própria represa,
é o principal
passeio dos
barcos e jets, que,
por sinal, são
quase maioria
nas águas de
Atibainha
Náutica SudeSte
39
marcos hamamura
represa atibainha
N
um dos seus extremos, próximo à barragem que controla o nível das suas águas, há até uma formosa cachoeira, que escorre pelas pedras antes de desaguar na represa. Não por acaso, navegar
até ela de lancha ou jet ski (Atibainha tem, proporcionalmente à
quantidade de barcos, uma das maiores frotas de jets do estado) é
o principal passeio da região e garantia certa de distração, porque o caminho até
lá atravessa quase toda a represa e rende lindas paisagens — a começar pela da
própria cachoeira. Mesmo quem não tem barco pode visitá-la, de duas maneiras: alugando um, nas várias marinas da represa (veja as principais na última página desta reportagem), ou embarcando nos passeios de “chalana” (nome que os
locais dão às pequenas embarcações que levam os turistas para passear nas águas
de Nazaré Paulista), promovidos pela Pousada Fazendinha, que fica numa das
margens de Atibainha, aos sábados e domingos. É um passeio muito tranquilo e relaxante, que faz todo mundo navegar pensando na vida, enquanto
admira uma paisagem rara para um lugar tão perto assim de São Paulo.
Quem já descobriu isso, como os donos de jets, de pequenas lanchas e pescadores de fim de semana não quer saber de outro lugar. Pescadores em particular adoram essa represa, que é farta em
traíras, carás, tabaranas, tilápias, tucunarés e black bass — os três
últimos ali implantados justamente para atrair os amantes do
anzol. Os tucunarés, tanto os amarelos quanto os azuis (estes, um pouco mais raros), fazem a festa dos pescadores que,
com seus barquinhos de alumínio, são presença constante
nas águas de Atibainha, em especial (também) nas imediações da cachoeira. Já os donos de barcos preferem
sair para esquiar ou parar para almoçar num dos restaurantes das marinas, o que gera um gostoso vaivém de pequenas lanchas nos fins de semana.
bons peixes,
lindo visual
O tucunaré
amarelo é muito
comum nas águas
de Atibainha, que
se alastram pelos
vales, formando
belos braços
d´água. Como
o que banha a
charmosa marina
Vila Requinte (na
página ao lado)
“
As águas
de Atibainha
são repletas de
tucunarés e muitos
outros peixes, para a
alegria dos pescadores
de fim de semana
40
Náutica SudeSte
Náutica SudeSte
41
Jorge de souza
represa atibainha
C
M
M
Y
as poucos vão até a própria cidade de Nazaré Paulista
(embora ela tenha até uma prainha), porque o apelo da
beleza da natureza é maior do que a vontade de passear
pelas ruas da cidade, cujo maior atrativo é a igreja dedicada à santa que batiza o município — e cuja curiosa história da sua imagem é a mais gostosa de ser ouvida. Reza a lenda que havia
apenas uma imagem de Nossa Senhora de Nazareth para duas igrejas dedicadas a ela na região, o que teria gerado o (falso) milagre da mudança
da santa de uma capela para outra, sem interferência humana. Na verdade, ela era sistematicamente roubada pelo responsável pela capela secundária, que, para justificar o surgimento da imagem, alegava o tal “milagre”. Se é verdade ou não, ninguém sabe. Mas todo mundo adora contar
essa história na cidade.
Milagre mesmo é que, com tamanha beleza e proximidade da maior
cidade do país, a represa de Nazaré Paulista ainda seja tão pouco conhecida. “Isso aqui é um achado em São Paulo”, vibra um dos seus
habituais frequentadores. É verdade. Tanto que já há um projeto do governo paulista para transformar boa parte do entorno
da represa em um parque ecológico. Se isso acontecer, com
as restrições de uso que virão a seguir, é bem possível que
Atibainha se torne ainda mais rara e pouco explorada,
como uma espécie de tesouro náutico dos privilegiados que já a descobriram. E que, por enquanto,
são bem poucos. Apesar de ficar praticamente
colada a São Paulo, o que, sem dúvida, é o
mais surpreendente de tudo.
para
ficar bem
Em Atibainha, as
marinas também
oferecem chalés
de aluguel, para
quem quiser
aproveitar a
represa dentro
e fora d´água
“
Nas margens, há
boas marinas, que
oferecem muito mais
do que apenas um lugar
para guardar os barcos
42
Náutica SudeSte
CM
MY
CY
CMY
K
betônico
represa atibainha
Além de linda, prática
Desempenho e inteligência para
desfrutar novos caminhos.
P
marcos ogasawara
roporcionalmente ao tamanho da represa, Atibainha é muito bem servida
de marinas. Há quase uma dúzia delas espalhadas pelos diversos braços
d’ água e algumas de ótimo nível, como a Pier 44, a Morena e a Vila Requinte
de Minas (não estranhe o nome, já que a represa fica mesmo em São Paulo).
Além disso, a grande maioria funciona, também, como pousada ou até mesmo
pequenos condomínios, com quartos e chalés completos para alugar por
mês ou fim de semana — nada mais prático para quem tem um barco mas
não uma casa na região ou nem tem barco algum, já que algumas marinas
também alugam embarcações, embora quase sempre sejam pequenos cascos
de alumínio, para pescarias. Mas também é possível conseguir uma ou outra
lanchinha. O bom é que fica tudo num só lugar.
Quase todas as marinas também oferecem restaurantes (alguns bons
e bem localizados, como o da Vale dos Manacás, Porto do Sol e Canto da
Enseada Piccolo Resort, além também das três anteriormente citadas) já que
sair de uma para almoçar na outra — e vice-versa — é um dos programas mais
populares entre os donos de barcos, depois da visita à cachoeira. Por essa razão,
quase todas têm pier de atracação para visitantes e recebem muito bem todos
que chegam pela água. Em breve, mais uma boa marina, a Porto Valente, será
inaugurada na represa, o que aumentará ainda mais a oferta e a qualidade dos
serviços, tanto para quem tem um barco pequeno e quer guardá-lo (o ideal para
a represa é não passar dos 29 pés de comprimento) quanto para quem quer
apenas conhecê-la e aproveitá-la, o que ali sempre caminha de mãos dadas.
mais que
marinas
As marinas da
região funcionam
como pequenos
condomínios,
oferecendo
hospedagem
e até aluguel
mensal de chalés.
São ótimas para
as famílias
Onde fica?
A represa de Atibainha fica
na cidade de Nazaré Paulista,
que, por sua vez, é vizinha
a São Paulo. São apenas 70
quilômetros, pelas rodovias
Fernão Dias e Dom Pedro
II, ou metade disso pela
estradinha Guarulhos-Nazaré,
que parte praticamente
ao lado do aeroporto
internacional
de São Paulo. A
atibaia
represa também
fica a apenas 80
quilômetros de
nazaré paulista
Campinas e quase
mairiporã
isso de São José
dos Campos, o que
torna a
guarulhos
sua localização
ainda mais prática
são paulo
e privilegiada.
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resort. Tem linda piscina e aluga charmosos chalés, num lindo braço da represa.
Morena (www.morena.tur.br) — Também aluga chalés (de preferência pelo ano
inteiro) e tem um simpático restaurante, bem perto da água.
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marinas da região, com muitos barcos e um bom restaurante.
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Vale dos Manacás (www.valedosmanacas.com.br) — Bem mais conhecida como
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frequentada pelos pescadores de fins de semana.
Paraíso das Águas (www.marinaparaisodasaguas.com.br) — Outra boa opção
para guardar um barco na região.
Refúgio das Águas (www.marinarefugiodasaguas.com.br) — Tem também chalés.
44
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R$
Se beber, não pilote.
Jorge de souza
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por jorge de souzA fotos hélio mAgAlhães
o outro lad o de paraty
A bordo de um barco é que se descobre a real beleza desta cidade histór ica, banhada pelo mar. Não tem um? Alugue. Nós mostramos os melhores
charter em paraty
A
A primeira sensação é de surpresa: como pode
um barco ser tão
confortável e navegar
tão suave? Já a segunda é de prazer imediato:
basta descobrir que no
cardápio do almoço e do
jantar estão os seus pratos
favoritos — e bebidas idem.
E a terceira é de plena satisfação, porque tudo aquilo acontece em meio a paisagens que não
se vê todos os dias, como a de uma
praia deserta ou montanhas verdejantes que descem até o mar — que,
ali, tem a tranquilidade de uma piscina e um tom verde esmeralda mais intenso até do que o da mata ao redor.
lugar um veleiro com serviço de bordo all inclusive (ou
seja, com um comandante
que conheça a região como a
palma de sua mão e um chef
de cozinha capaz de deixar ainda mais saborosos
os seus pratos prediletos — e só eles, porque você
pode escolher tudo o que quiser comer e beber,
sem limites), como oferece a única empresa do gênero, a Latitude Charter, é a melhor maneira de descobrir o lado menos conhecido e ainda mais bonito de
Paraty: o do mar que banha o seu bucólico e bem preservado litoral — até porque, em boa parte dele, só se chega
A
48
Náutica SudeSte
de barco mesmo. E o que é
bonito fica lindo
quando conforto e
bem-estar vão junto.
Como neste barco.
M
e s m o
p a r a
quem tem
um barco, só
que em outra
região, alugar um em Angra ou
Paraty quase sempre vale bem
mais a pena do que levar o seu navegando até lá — a menos que se
tenha tempo livre e vontade de navegar. Embora esteja praticamente
na divisa entre São Paulo e Rio de Janeiro, Paraty não fica exatamente perto
nem de uma nem de outra. Uma lancha
de médio porte que parta do Rio de Janeiro
gastará cerca de quatro horas de navegação
(e uma boa dose de combustível) para chegar lá —mais outro tanto para voltar. Se vier de
Santos, será quase o dobro de tempo e dinheiro com diesel ou gasolina. No caso dos veleiros, a
viagem se torna ainda mais longa: dependendo dos
ventos, cerca de 15 horas de navegação desde o Rio
e umas 24 horas a partir de Santos. Vindo de outros
lugares mais distantes, então, vira uma verdadeira travessia, o que quase sempre desanima.
Tudo bem que as águas de Paraty valem qualquer es-
“
A Latitude
oferece o
único charter
de barco
all inclusive de
Angra e Paraty
Para
aProveitar
O catamarã
Yemanjá, da
empresa Latitude
Charter: maior,
mais confortável
e com muito mais
mordomias do
que qualquer
veleiro de aluguel
convencional
charter em paraty
“
forço,
O cardápio,
mas,
se penvocê escolhe
sar bem,
qualquer
antes mesmo
dono de
barco chede embarcar.
gará à conclusão de que
A bebida é à
vale mais a
vontade. E
pena alugar um
barco lá mesmo.
a paisagem
Até porque, “fazer
..
um charter”, como
se diz no jargão náutico, custa bem menos do que a maioria
das pessoas imagina, especialmente se a conta
for a do custo por pessoa e
o barco levar o número máximo permitido de ocupantes.
Quem fizer esta conta, concluirá que, mesmo um charter
bem mais sofisticado, como o da
Latitude, custa, por pessoa, praticamente o mesmo que um bom resort de praia all inclusive — basta
dividir o preço pelo número de ocupantes do barco. No caso dos charters
convencionais, sem o mesmo “serviço de bordo”, o custo por pessoa é menor até do que o de uma boa pousada na
própria Paraty. Surpreso? Todo mundo fica.
Ainda mais depois de descobrir o delicioso
tipo de viagem que um barco propicia e que
nenhum resort, hotel ou pousada permitiria.
C
omo acontece em Paraty. Turistas
convencionais, daqueles que apenas fazem um passeio de escuna,
compram artesanato nas lojinhas do
Centro Histórico e batem perna nas
ruas calçadas com pedras da cidade (que o mar invade
sem a menor cerimônia nas marés mais altas, feito uma
espécie de Veneza tropical), não fazem a menor ideia
do que estão perdendo, baía afora. Mas, quem pegar um
barco e dobrar as pontas do entrecortado litoral da cidade,
50
Náutica SudeSte
cheio
de ilhas
e prainhas escondidas,
penetrando naquilo
que os caiçaras chamam de
“sacos” — e que
ali existem aos
montes —, descobrirá que Paraty é
muito mais do que
apenas uma charmosa cidade histórica.
D
melhor que
restaurante
Antes de
embarcar, cada
cliente diz o
que gosta de
comer e beber.
Quando chega
ao barco, está
tudo lá. E um
chef de cozinha
vai junto, para
preparar os
pratos
escobrirá,
também,
que a verdadeira riqueza e beleza de
Paraty está no verde, tanto da
mata quanto da água que a banha. Também descobrirá que
poucos lugares do litoral brasileiro são tão tranquilos e seguros
para navegar, justamente por causa de tantas reentrâncias no litoral,
que abrigam naturalmente os barcos
dos humores do mar. A baía de Paraty
é de babar. Mas não será um pálido passeio de escuna que irá revelar tudo o que
ela tem para mostrar. A começar pelo seu
maior tesouro, o Saco do Mamanguá, considerado o único fiorde do litoral brasileiro
— e em pleno estado do Rio de Janeiro!
Não, o Saco do Mamanguá não é propriamente um fiorde, até porque estamos no Brasil
e não na Noruega. Mas que parece, parece. Trata-se de um braço longilíneo de mar que penetra
em linha reta oito quilômetros terra adentro, com a
mesma largura do começo ao fim, margeado por altas montanhas, que criam, de fato, a sensação de um
fiorde. Mas, tecnicamente, é uma ria, ou leito de rio
que, um dia, o mar tomou para si, o que explica o seu
formato de canal. Mas quem há de implicar com detalhes geográficos diante de uma paisagem daquelas?
Náutica SudeSte
51
charter em paraty
Parada Para
mergulho
O mar é sempre
tranquilo e
seguro nos
sacos, enseadas
e baías do lindo
litoral sul de
Paraty, que
inclui a histórica
vila de ParatyMirim e sua
velha igrejinha
(acima)
Ao longo do
Mamanguá, a
natureza
que desfila
dos dois lados do barco
(e não há outra
maneira de chegar lá, a não ser
pela água) é de encher os olhos e torna qualquer charter
ainda mais especial.
A começar pelo Pão de
Açúcar, uma gigantesca e saliente pedra, a 575
metros de altura, rente ao
canal, que é o símbolo do
Mamanguá — e que os mais
intrépidos sempre ficam tentados a escalar. Sim, é possível,
por meio de uma trilha que parte da Praia do Cruzeiro, praticamente o único povoado do Mamanguá (onde, por sinal, só agora a
energia elétrica está em vias de chegar). Mas a subida é longa e cansativa, embora a recompensa seja uma vista única: a do canal inteiro, com o seu
barco, pequeninho, lá embaixo.
O
Mamanguá também é ótimo para velejar, porque o
vão formado pelas montanhas canaliza o vento e potencializa o seu efeito. Ali,
os barcos da Latitude (são dois, um veleiro convencional, de 45 pés, e este catamarã, o Yemanjá, de 46) sempre erguem as velas, para prazer
ainda maior dos clientes, que podem curtir a paisagem em silêncio, ao sabor dos ventos.
No caminho, prainhas semidesertas vão se sucedendo, ao lado de modestas casas de caiçaras, que, a
despeito do que diz o calendário, ainda vivem como nos
séculos passados. Menos de 100 famílias vivem no Mamanguá, que, no entanto, já abriga algumas bonitas casas
52
Náutica SudeSte
“
de veraneio,
de gente
que não
tem a menor dúvida
de que o melhor lugar de
Paraty é ali. E
você há de concordar, especialmente depois que
conhecer os seis riachos de cristalina
água que existem ao
final do canal — que
não vai dar em lugar algum, por sinal. Penetrando por um deles, é possível chegar a uma cachoeira
tão virgem que poucos a conhecem — exceto, para a sua
sorte, os comandantes da Latitude, que levam os clientes até
lá, para um refrescante banho
longe do mar. “Meu maior prazer
é ver a surpresa na cara das pessoas”, diz, com aparente sinceridade, o
navegador e empresário Hélio Magalhães, dono da Latitude Charter. “Para
mim, instantes assim são como aquele
anúncio de cartão de crédito: uma emoção que não tem preço”.
No Mamanguá, Hélio também ensina os que quiserem aprender a velejar, o
que agrada especialmente aos homens que
sonham, um dia, ter o próprio barco. “Muita
gente que faz um charter já teve barco no passado e quer reviver as lembranças ou sonha em ter
um e quer começar a acostumar a família com o
mar”, diz Hélio, que sabe bem o que diz, porque,
junto da mulher, Nice (que assume o posto de chef
de cozinha nos cruzeiros em que os dois atuam, já
que há outros chefs e comandantes na empresa), passa
mais tempo no seu barco do que no apartamento que o
casal possui, em Santos. “Viver a bordo é uma experiência fascinante e é esta experiência que passamos aos clientes”, diz Hélio, explicando a filosofia da empresa. E acres-
O mar
de Paraty
é quase
tão verde
quanto a
mata das
reentrâncias
do seu litoral
Náutica SudeSte
53
charter em paraty
“
centa:
“Emb o r a
ofereçamos um
cruzeiro
confortável,
com boas camas e comida
melhor ainda,
a regra básica a
bordo é da simplicidade. Uma sunga
ou um biquíni basta. E ninguém precisa sequer de sapato,
porque, a bordo, só se
fica descalço. É o prazer
da vida básica”, define.
Outra característica
positiva dos cruzeiros com
um veleiro é o ritmo com que
as coisas acontecem — sempre bem mais lentas e relaxantes do que no dia a dia de quem
vive em qualquer cidade. “Num
barco a vela, a vida passa devagar,
para que as pessoas possam admirar tudo melhor”, filosofa Hélio, que,
por isso mesmo, sempre confisca os relógios dos clientes quando eles embarcam e só os devolve quando vão embora.
“É um gesto simbólico, que significa que
aqui a vida desacelera”, explica.
Além das
praias, tem as
cachoeiras
na mata. Que
os clientes
dos charters
também
visitam
H
orário a bordo só existe para
o café da manhã (horário que
você escolher), mas por uma
questão de ordem prática, para
que os inevitáveis barulhos na
cozinha, que fica integrada à cabine, como em
qualquer barco, não acordem os hóspedes — embora “hóspede” não seja o termo mais adequado, já que
charter não é hotel, nem tem, por exemplo, serviço de
arrumação de quartos. Cada um cuida do próprio camarote, que, no caso do Yemanjá, são quatro, todos com
banheiro privativo, embora só três sejam usados pelos
clientes, o que limita a capacidade do barco a seis pesso54
Náutica SudeSte
as — o
quarto é da
tripulação, que
sempre vai
junto. “É o
nosso segundo diferencial,
além do all inclusive”, explica Hélio. “O atendimento a bordo
acontece 100% do
tempo, porque sempre estamos à disposição dos clientes”. Quer
dizer, nem sempre…
Q
só Para
os barcos
A paradisíaca
Ilha da Cotia
(ao lado) é uma
das cachoeiras
que existem na
mata, bem perto
da água. Mas as
baleeiras que
fazem passeios
em Paraty
(acima) não vão
até lá. Só mesmo
os barcos
particulares
uando o
cliente é um
casal em lua
de mel (o que
acontece com alguma frequência) ou quer total privacidade à noite (algo bem
mais raro), a tripulação estrategicamente muda para outro barco e retorna na manhã seguinte. Mas, mesmo quando isso não é pedido (ou não
está implícito...), comandante e chef
de cozinha dão um jeito de “desaparecer” de cena, sempre que percebem que
os clientes querem ficar mais à vontade no
barco. “O segredo é saber manter proximidade e distância, ao mesmo tempo”, ensina
Hélio, para quem o seu verdadeiro negócio
não é o aluguel do barco, mas sim a qualidade
do atendimento que é dado nele.
Os clientes podem comprovar isso nos pedidos, sempre atendidos com satisfação pela tripulação. O que mais impressiona é escolha integral do
cardápio e do bar de bordo. Tudo o que eles gostariam de comer e beber ao longo de todos os dias do
cruzeiro (dos pratos principais do almoço e jantar ao
tipo de iogurte no café da manhã ou marca de uísque e
cerveja para quando der sede) estará a bordo. Até peixes e
camarões, já que os frutos do mar são os mais pedidos. CoNáutica SudeSte
55
charter em paraty
“
paraty tem
muito mais a
oferecer do
que apenas
o seu Centro
Histórico.
Mas é preciso
ter um barco
terra e mar
A igreja de Santa
Rita, símbolo de
Paraty, e a linda
Praia Vermelha,
que todo mundo
quer conhecer
também. Mas,
para chegar até
ela, só pelo mar
Náutica SudeSte
57
charter em paraty
ilhas e
mais ilhas
A Ilha Sapeca
(ao lado) tem
mar quase
transparente,
mas não muito
diferente do que
banha a Ilha do
Pelado (acima
e abaixo)
mer e
beber
(muito)
bem é o
segundo
prazer de
qualquer
charter com
um barco da
Latitude. Porque o primeiro
é o conforto do
próprio barco —
sem falar na paisagem de Paraty...
Por ser um catamarã (tipo de barco com
dois cascos e, por isso,
com muito espaço), o Yemanjá oferece nada menos
que 73 m2 de área útil a bordo, mais do que muito apartamento por aí. Não é como nos
veleiros convencionais, onde,
por conta das acomodações mais
acanhadas, encontrões e esbarrões
são inevitáveis a bordo. Tampouco
sua navegação é desconfortável, porque, por ser um catamarã, ele não navega adernado.
N
ão por acaso, os índices
de satisfação dos clientes da Latitude são invejáveis, apesar dos preços significativamente mais altos:
90% adoram e 70% retornam, para outros charters. Até aquele azarado empresário que, tempos
atrás, encarou uma semana inteira de chuva, sem
parar, num charter entre Paraty e Angra dos Reis.
Detalhe irônico: tratava-se de um fabricante de guarda-chuvas, que, face ao infortúnio, não sabia se chorava ou ria. Acabou rindo muito, porque, de uma maneira ou outra, todo mundo se diverte nas águas de Angra e
Paraty, onde o que não falta é lugar para ir com um barco.
Embora tenha base em Paraty, a Latitude (bem
como todas as empresas de charters da região — veja ao
final quais são) faz cruzeiros por toda a Baía de Ilha Gran58
Náutica SudeSte
“
de, o
q u e
geograficamente falando
abrange
t ambém a
Baía de Paraty e todas as
ilhas de Angra
dos Reis. É um
prato cheio para
quem gosta de lugares bonitos. Para
ter uma boa ideia
destas duas regiões é
preciso fazer um charter de, no mínimo, uma
semana. Mas em três ou
quatro dias dá para conhecer relativamente bem um
bom pedaço dela, como a
parte sul de Paraty, onde, não
por acaso, acontecem a maioria dos cruzeiros de fim de semana da Latitude. E ninguém
volta para casa decepcionado.
Um dos motivos disso são os
deliciosos pernoites diante da encantadora Ilha da Cotia, o ponto de
ancoragem preferido dos donos de
barcos de Paraty quando querem dormir em um local seguro e lindo. A ilhota, fina e comprida, bem próxima à entrada do Saco do Mamanguá, tem duas
minúsculas prainhas, uma de cada lado da
ilha, mas interligadas pela mesma faixa de
areia, feito praias siamesas. Você desembarca
numa, caminha uma dúzia de passos e dá na
outra, do outro lado, onde bonitas pedras dentro
d’água formam piscinas naturais. Aliás, se há algo
curioso em toda a região costeira de Paraty são as
enormes pedras na beira das praias, muitas rachadas pela natureza com tamanha precisão, que parecem ter sido cortadas a faca. A Ilha da Cotia está para
Paraty assim como o Saco do Céu para a Ilha Grande
— um lugar para chegar, ancorar e ficar.
Mas há outros recantos, como os quase vizinhos Saco
O barco
avança
pelos braços
de mar e a
as praias vão
surgindo,.
Todas lindas
e vazias
Náutica SudeSte
59
charter em paraty
“
do Sucuri e
Saco Grande. O primeiro é um bucólico braço d’água,
que vai estreitando e
não leva a lugar algum
— razão pela qual é tão
tranquilo dormir ali. E o outro, o Saco Grande, é melhor
ainda: uma plácida lagoa de água
salgada, escondida após uma sucessão
de reentrâncias, que só mesmo a curiosidade faz seguir em frente com o barco.
Você vai entrando, dobrando pontas e se escondendo cada vez mais no verde das margens,
até que, após a última curva, surge uma pequena
baía, em forma de ferradura, rodeada de manguezais,
o que lhe confere uma aparência de lagoa. A ilusão é
quase perfeita, porque, uma vez dentro, não se vê mais a
saída. E o círculo, então, fica falsamente completo. Melhor
ainda: quase sempre, não haverá nenhum outro barco por perto.
Outra parada obrigatória neste pedaço exuberante do litoral
sul carioca é a vila de Paraty-Mirim, que é quase tão antiga e histórica quanto a própria Paraty — que, como se sabe, é tão relevante que
virou Patrimônio Nacional. Era dali que partiam os navios portugueses
carregados com o ouro que vinha, a pé, nos ombros dos escravos, desde as
Minas Gerais, nos séculos 17 e 18 e onde atracavam os navios negreiros que traziam mais escravos da África. Até que o metal rareou, o escravismo cessou e a vila
praticamente acabou. Hoje, Paraty-Mirim resume-se a uma igrejinha de frente para
Por ser um
catamarã, o
Yemanjá é bem
largo e espaçoso.
E navega sem
incômodos
7
bons motivos
para alugar
um barco
60
Náutica SudeSte
1
Porque é diferente de tudo o que
você está acostumado a fazer
Se as suas férias ou fins de semana seguem
sempre o mesmo script (viagem para Miami
ou sábado e domingo na casa de praia) está
mais do que na hora de variar isso. Mesmo
que passear de barco não seja propriamente
uma novidade para você e sua família, dormir
a bordo talvez seja. E só isso já basta para
derrubar qualquer rotina.
2
Porque, de barco, você vai até
onde nenhum carro chega
Muitas praias do litoral norte de São Paulo e
sul do Rio de Janeiro só são acessíveis pelo
mar, que dirá suas ilhas. Portanto, se quiser
conhecer lugares como as praias da Ilha
muito
Para Poucos
Apesar de ter
quatro suítes, o
maior barco da
Latitude leva,
no máximo,
seis pessoas,
para garantir
conforto e
porque, junto,
vão dois
tripulantes
Grande, em Angra, ou Saco do Mamanguá,
em Paraty, troque o carro por um barco, com
a vantagem adicional de que não dá para
dormir num automóvel, mas é perfeitamente
possível fazer isso num barco.
3
Porque você passeia e leva
a “sua casa” junto
Barcos com cabines são como casas
de praia — só que em qualquer praia...
Ao contrário das casas de verdade, eles
permitem mudar de paisagem em minutos,
o que transforma qualquer charter numa
espécie de roteiro turístico por vários lugares,
mas sempre levando junto a sua cama e
todas as suas coisas. Cansou daqui? É só
mudar para ali. Fácil assim.
4
Porque une ainda mais a
família e os amigos
Além de ser uma delícia para todos
(crianças, adultos e até para os
adolescentes), como num barco o espaço
é limitado (e não existem programas e
passeios separados por idades) todo mundo
acaba ficando junto, o tempo todo. E isso
aproxima ainda mais as famílias, o que não
acontece nem nos melhores resorts, onde
cada um vai para um canto.
5
Porque você viaja e não precisa
nem de malas
A bordo de um barco, o que menos você
precisará será de muita roupa. Portanto,
esqueça as bagagens. Ignore também os
trajes sociais e praticamente todo o resto
do seu guarda-roupa. Na deliciosa rotina
de bordo, até os pés ficam o tempo todo
descalços. Portanto, esqueça, também, os
sapatos. Viajar sem malas é o sonho de todo
turista. Num barco, isso é perfeitamente
possível.
6
Porque um barco com cabine
tem tudo o que você precisa
Barcos com cabine são como pequenas
casas flutuantes. E, dependendo do tamanho
do barco, nem são tão pequenas assim. Sala,
cozinha, banheiro, sofás e camas fazem parte
de qualquer barco do gênero, bem como
alguns itens de conforto, como ar-refrigerado
nos maiores. Barcos só não têm piscina
porque, com um marzão desses em volta,
quem sentirá falta disso?
7
Porque, além de tudo, custa
menos do que se imagina
Se você ainda acha que barco é coisa de
rico, prepare-se para ter uma boa surpresa
ao descobrir quanto custa alugar um
para toda a sua família. Dependendo do
tamanho, os preços começam bem abaixo
dos R$ 1 000 por dia, para cinco, seis ou
até mais pessoas a bordo — no custo por
pessoa, bem menos do que um bom hotel
de férias. É um bom negócio até para
quem tem o próprio barco em outra região,
porque elimina o custo — e o tempo — de
levá-lo até lá. É só chegar e embarcar.
Náutica SudeSte
61
charter em paraty
“
u m a
praia,
com algumas casas em ruínas ao lado
e outras, bem
mais modernas,
mas de gosto duvidoso (do gênero
“duvido que você
vá gostar”…), espalhadas pela costeira.
Sua história, contudo, é
riquíssima. E todo mundo gosta de ouvi-la.
Como t ambém todos vibram com a beleza da
praia mais cinematográfica da
região, a Grande da Cajaíba,
um pouco mais ao sul, dentro
de outra enseada, a do Pouso, que,
como o próprio nome diz, também
oferece abrigo seguro para os barcos.
Tem uma faixa generosa de areias levemente amareladas, com um rio rasinho desaguando no meio dela. Num dos
cantos, fica um bar bem rústico e, atrás
dele, uma trilha que conduz a uma cachoeira. Ou seja, você escolhe se quer tomar banho de água doce ou salgada, no mesmo lugar. Ou as duas coisas ao mesmo tempo, na foz
do tal riozinho, na beira da praia. Muita gente
chega ali e não quer saber de outro lugar.
Quem
quiser, pode
aproveitar para
aprender a
velejar durante
o próprio
charter
belas
Paisagens
Aves marinhas
em revoada e o
verde da praia
do Saco da
Velha (abaixo):
quem aluga um
barco, monta o
próprio roteiro
e pára onde der
na telha
M
as é preciso ceder à curiosidade e ir
em frente, porque há bem mais para
ver e curtir. Como o Saco da Velha,
uma praia de filme de aventura, semi-escondida na entrada da Enseada de Paraty-Mirim, com águas bem tranquilas e grandes
pedras fincadas na areia, que chegam a formar uma curiosa
caverna à beira-mar. Ou a ainda mais formosa (porque tem só
uma casinha junto à areia) Praia de Jurumirim, bem mais próxima a Paraty e muito mais conhecida como a “Praia do Amyr”
— que, por essas e outras, sempre adorou Paraty. Você também irá
adorar — pode apostar. Ainda mais se estiver a bordo deste barco,
onde o único trabalho será admirar a paisagem. E que paisagem...
62
Náutica SudeSte
Interessou?
A
Latitude Charter, única empresa de aluguel
de barcos all inclusive na região de Angra
e Paraty, tem dois veleiros, mas com o mesmo
serviço completo de bordo: um Bruce Roberts 45,
monocasco, para quatro pessoas, e o catamarã
Yemanjá, um Fountaine Pajot 46, para até seis
passageiros, mostrado nesta reportagem.
Os preços variam (bem pouco) conforme a
quantidade de pessoas a bordo, já que o custo
de um charter desse tipo, com todas as comidas
e bebidas incluídas (a gosto do cliente e a
qualquer hora do dia) é bem mais alto do que
os charters convencionais, que não oferecem
nem uma coisa nem outra. Não é barato, de
qualquer forma, mas vale pela mordomia e pela
qualidade do atendimento. Agora, que já passou
a alta temporada do verão, o preço da diária do
veleiro de 45 pés varia entre R$ 2 662 (para duas
pessoas) e R$ 3 046 (para quatro), e o catamarã,
R$ 3 656 (casal) e R$ 4 424, com sua capacidade
máxima, de seis pessoas, o que sempre resulta
mais vantajoso no custo por passageiro — neste
caso, dá cerca de R$ 740 por dia de cruzeiro. Não
é uma pechincha, mas é menos do que custa,
por pessoa, um bom resort all inclusive no litoral.
Com a diferença de que um barco é muito mais
original do que qualquer hotel.
Náutica SudeSte
63
charter em paraty
Paraty tem muitos barcos para
passeios rápidos. Um deles se destaca
B
jorGe De soUza
arquinhos coloridos de madeira que fazem passeios
de um dia com os turistas (que os paratienses
chamam de “baleeiras” embora estejam mais para
traineiras) existem aos montes em Paraty. Basta
chegar no cais da cidade e escolher um. Mas o difícil é
justamente escolher em meio a tamanha oferta. Ainda
mais porque os barcos se equivalem no tamanho,
na aparência, nos preços, no roteiro do passeio, até
no colorido dos cascos. A diferença fica por conta da
segurança do barco (algo difícil de avaliar apenas numa
olhada rápida) e da qualidade da tripulação (quase
sempre apenas um capitão e um ajudante), que deve
ser simpática, atenciosa e, principalmente, confiável.
Mesmo assim, vários barcos preenchem também estes
requisitos. Um deles é este abaixo, o Tubiacanga, uma
simpática baleeira que oferece banheiro (bem limpo)
a bordo, frutas como cortesia e, mais importante que
tudo, certificado de qualidade tanto do barco quanto
da qualidade do atendimento, dado pela Capitania
dos Portos de Paraty, anos atrás. Na dúvida entre este
ou aquele barco na hora de escolher um para passear
com os amigos ou a família (o Tubiacanga só é alugado
para grupos e não vende lugar avulso, o que é outra
vantagem) fique com ele. Até porque os preços também
são, mais ou menos, iguais para todas as baleeiras: a
partir de R$ 300, para cinco horas de passeio.
64
Náutica SudeSte
com qual
eu vou?
A oferta de
baleeiras para
passeios curtos em
Paraty é enorme.
Na dúvida, fique
com a Tubiacanga
(ao lado)
outros barcos para alugar
Quem quer velejar por conta própria ou não faz questão de um barco com tudo incluído,
tem boas opções de veleiros para alugar em Angra dos Reis e Paraty. Como estes aqui
C
om exceção das mordomias
da Latitude, todos os charters
de veleiros funcionam, mais
ou menos, do mesmo jeito. Oferecem barcos com roupas de cama, toalhas e utensílios de cozinha, mas
não incluem alimentação nem bebidas — cabe aos clientes levar a própria comida e prepará-la na cozinha
de bordo ou na churrasqueira, que
quase todos os veleiros têm. Todas
também oferecem a opção de colocar um skypper a bordo, para comandar o barco, ao custo extra de cerca
de R$ 300 por dia (em alguns barcos
particulares, a presença dele é obri-
gatória), mas se o cliente quiser navegar por conta própria (bareboat, no
jargão do meio) é preciso apresentar curriculum de navegador e comprovar experiência com veleiros. Nos
dois casos, há restrições de navegação
fora dos limites da Baía de Ilha Grande (que inclui a Baía de Paraty) e do
lado de fora da Ilha Grande, onde o
mar é mais grosso e o rádio vhf nem
sempre funciona. A maioria das empresas tem sede em Angra, não em
Paraty, mas a distância entre as duas
cidades é pequena e a área de navegação, praticamente a mesma. Geralmente, há um mínimo de duas noi-
tes de locação, embora o ideal para
conhecer bem esta região seja uma
semana inteira — razão pela qual
muitas empresas dão desconto para
sete dias de aluguel. Também costumam cobrar pelo combustível do barco (mas não o do bote de apoio, que
todo barco possui tem), uma taxa de
limpeza de cerca de R$ 150 e, eventualmente, seguro diário, que também gira em torno de R$ 150, além
de exigirem um cheque caução de
R$ 2 500 a R$ 4 000. Muita coisa?
Não para o que vale fazer um charter
desses, especialmente com um bom
barco. Como estes a seguir.
Brasil Yacht Charter
Tem veleiros monocascos e um
bom catamarã, com muito espaço
E
m quantidade de barcos, a Brasil Yacht
Charter é a maior da regiâo e faz parte
do grupo Sailing, representante dos veleiros
Beneteau no Brasil. Por conta disso, mantém
bons veleiros (especialmente os maiores,
entre 36 e 50 pés), praticamente todos da
marca que representa. Como este catamarã
Lagoon 410, que tem quatro camarotes
e três banheiros (capacidade para oito
pessoas, mais um skipper, se for o caso),
muito espaço na sala e no convés e arrefrigerado na cabine inteira — este pago à
parte, R$ 10/hora, por conta do combustível
do gerador. É uma empresa com dez anos
de atuação na região e tem boa infraestrutura para atender aos clientes. Mas
seus preços são ligeiramente mais altos.
bê-a-básico
contato: [email protected].
br; (024) 3361-3523
base: Marina Verolme, Angra
Preços: diárias de R$ 1
538 (baixa temporada) e R$
2 053 (alta), para o catamarã
Lagoon 410, ou de R$ 911 (36
pés) e R$ 1 768 (50 pés) para
os monocascos, mais seguro
de cerca de R$ 100/dia e taxa
de contrato de R$ 150. Quem
alugar por sete dias, paga seis.
Fotos DiVULGaçÃo
Diferente,
entre os iguais
Náutica SudeSte
65
tupicomunicacao.com.br
charter em paraty
um barco que não decepciona, de
uma empresa que existe há muito tempo
E
ste veleiro, um BB 36, é um dos três que a Angra
Charter tem para alugar na sua base, que fica na
Marina Piratas, no centro de Angra. Mas é o maior e
mais confortável, já que os outros são um Delta 32 e
um Skipper 30. Não é um barco novo, mas tem duas
cabines (com dois banheiros, o que não é tão frequente
assim), possibilidade de dormirem até sete pessoas
a bordo (desde que se transformem os sofás da sala
também em camas) e a empresa, que existe há 15 anos,
cuida muito bem de todos. Para quem optar por seguir
para a Ilha Grande, em vez de Paraty, ela oferece, além
de uma carta náutica já assinalada com os melhores
pontos de visitação e atracação, convênio com alguns
restaurantes da ilha, que fornecem água e poitas para
pernoite no Saco no Céu, Sítio Forte e Vila do Abraão.
Mantém, também, uma lanchinha de apoio, para ir
até o barco em caso de problemas, o que, felizmente,
raramente acontece. E tem preços honestos.
bê-a-básico
contato: www.
angracharterboats.com.br;
(24) 99979-0886
base: Marina Piratas, Angra
Preços: diárias de R$ 700
(baixa temporada) e R$ 750
(alta), para este barco, ou
R$ 520, na baixa, para os dois
menores. Quem alugar por
sete dias, paga seis.
Angra sail
Fotos DiVULGaçÃo
Angra Charter
SIMPLESMENTE A MELHOR E MAIS
COMPLETA MARINA DO LITORAL NORTE.
Locação de lanchas
Passeios aos lugares
mais bonitos do litoral
norte de São Paulo.
Hotel e lazer
Serviço completo de
hotelaria e grande
infraestrutura de lazer.
Restaurante, bar e café
Servimos desde um
delicioso cafezinho até
inesquecíveis refeições.
Garagem Náutica
Vagas na água e no
seco, pier para pernoite
e serviço de rampa.
os barcos não são novos, mas os preços enchem os olhos
A
Angra Sail, do velejador Ricardo Lepreri, que trabalha com charters há mais
de 20 anos, tem cinco barcos (um Bavaria 32, um Fast 345, dois Cabo Horn,
de 35 pés, e um Elvstrom 38 — este, das fotos), todos já com certa idade, mas
em bom estado. Tem, também, os melhores preços do mercado, com diárias a
partir de míseros R$ 400 (Bavaria 32, para quatro pessoas, na baixa temporada),
justamente porque os barcos não são novos e nada tem de luxuosos — embora
possuam o básico necessário para navegar com segurança. Como acontece
neste Elvstrom 38, o maior da frota. Trata-se de um veleiro construído na
Dinamarca, que tem uma interessante característica de projeto: o camarote
principal fica na popa, separado do resto da cabine, o que garante maior
privacidade para quem dormir nele. E seu preço é Igualmente bem atraente.
bê-a-básico
contato: www.angrasail.
com; (24) 99991-7916
base: Marina Bracuhy, Angra
Preços: diárias de R$ 550
(baixa temporada) e R$ 600
(alta), para este barco, mesmo
preço do Fast 345. Quem
alugar por sete dias, ganha
o oitavo.
66
Náutica SudeSte
Av. Magno Passos Bittencourt , 325 - Barra do Una - São Sebastião - SP
Contato: (12) 99770-0444 - PABX: (12) 3867-1313
www.canoa.com.br - www.fb.com/MarinaPortoCanoa
Coordenadas
da Marina:
S 23° 45’ 49.0”
w 045° 45’ 32.9”
charter em paraty
contato: www.dyc.com.
br; (24) 3363-2026
base: Marina Bracuhy,
Angra
Preços: diárias de
R$ 1 350 (baixa temporada)
e R$ 1 600 (alta), mais
seguro de R$ 110 por
dia, para este barco. Já o
36 pés custa a partir de
R$ 990/dia, mais seguro.
Quem alugar sete dias,
ganha o oitavo.
Fotos DiVULGaçÃo
bê-a-básico
Delta Yacht Charter
destaque para a limpeza, idade e tamanho
dos barcos. especialmente este aqui, um novo delta 41
C
omo o próprio nome sugere, esta empresa, que existe há sete
anos, só trabalha com veleiros da marca Delta, construídos no
Brasil e bem novos e confortáveis, como é o caso deste Delta 41
recém-entregue pelo estaleiro (há, também, outro do mesmo modelo,
construído no ano passado, além de dois Delta 36, de 2009). Um
dos Delta 41 tem até ar-refrigerado, mas pago à parte, ao custo de
R$ 20 por hora de uso, por causa do combustível do gerador. Além da
limpeza, impecável em todos os barcos, o que mais chama atenção
nos Delta 41 é a altura da cabine, que tem três camarotes e dois
banheiros, comportando até nove pessoas a bordo. Para imprevistos,
há um bote de apoio de plantão na base, que fica na Marina Bracuhy.
Caulimaran ii
Este barco particular é uma boa até
para quem quer aprender a velejar
U
lisses e Marcela formam um simpático e
prestativo casal e o Caulimaran, um Samoa
36, feito para travessias oceânicas, é o barco
deles — que fica baseado na Marina Portogalo,
em Angra.. Há quatro anos, eles passaram a
alugá-lo para quem quisesse viver a experiência
de velejar ou apenas passar alguns dias a bordo
— e o negócio deu tão certo que hoje fazem
até pequenas travessias com os interessados.
Embora não tão novo (foi construído em 2004),
o barco está em perfeito estado, sempre limpo
e bem equipado. Tem dois camarotes, para
até quatro pessoas, chuveiro de água quente,
tv etc. Mas só é alugado se um skipper for
junto — quase sempre o próprio Ulisses, o que,
longe de ser um incômodo, é bem proveitoso,
porque ele conhece muito bem toda a região
e ainda ensina a velejar. No final do passeio, já
virou velho amigo. E o preço também é bem
interessante.
68
Náutica SudeSte
bê-a-básico
contato: www.samoa36.com;
(021) 98063-4238
base: Marina Portogalo, Angra
Preços: diárias de R$ 770
(inclusive para passeios de
um dia, sem pernoite), com
capacidade para quatro pessoas
dormirem a bordo, além do
skipper. Inclui frutas, refrigerantes
e combustível para o barco.
charter em paraty
zigana
Atraente, esta escuna é para quem gosta
de barcos com jeito de antigamente
E
bê-a-básico
Fotos DiVULGaçÃo
contato: www.
yachtcharterbrasil.
com.br; (024)
3371-1211
base: Praia do
Pontal, Paraty
Preços: diárias
de R$ 1 100, para
até oito pessoas
dormirem a
bordo, em quatro
camarotes.
ste bonito barco particular, de 35 anos atrás,
de um alemão radicado em Paraty há muito
tempo, é para quem dá mais valor à curtição
de navegar com uma escuna que mais parece
um daqueles antigos barcos de aventureiros do
que propriamente ter muito conforto a bordo —
embora, com 56 pés de comprimento, ele seja
bem grande, espaçoso e atraente. Tem casco
de cimento (isso mesmo: cimento!), quatro
camarotes, dois banheiros (bem amplos), boa
sala, cozinha, etc. — tudo de madeira aparente,
o que dá um charme extra a este barco, que,
no passado, fez muito sucesso entre os turistas
argentinos, pois foi usado em uma famosa
campanha publicitária naquele país. O capitão,
Peter, o alemão boa praça dono do barco (e
também de uma pousada em Paraty), vai sempre
junto nos charters, até porque não é tão fácil
assim velejar um barco deste porte. Mas, para
quem está a bordo, é um grande barato.
el Arca
Neste catamarã, você pode alugar
o barco inteiro ou só uma cabine
O
casal de argentinos Nancy e Totó, cujo barco,
o espaçoso catamarã El Arca, de 43 pés, fica
baseado na Marina Bracuhy, em Angra, adora receber
pessoas e, antes de partir, conversam bastante com
os clientes, para saber seus gostos e preferências.
Com base nisso, traçam o roteiro do charter — no qual
sempre vão juntos. Nas paradas, Nancy também atua
como guia de turismo. O barco, por ser um catamarã,
tem mais espaço do que os veleiros convencionais,
especialmente na sala e no deque — além de ser bem
limpo e conservado, já que é a própria casa do casal.
Outro diferencial é que eles alugam cabines avulsas
(a preços bem mais em conta do que o barco inteiro),
para quem não se importar em navegar na companhia
de outras pessoas, o que pode ser divertido, porque
ajuda a formar novos amigos. São quatro suítes, mas só
três são alugadas — porque a quarta é deles. Tem até
equipamento de pesca, brinquedos infláveis a bordo e,
eventualmente, pétalas de rosas sobre a cama.
70
Náutica SudeSte
bê-a-básico
contato: www.arcacharter.com;
(024) 99952-7943
base: Marina Bracuhy, Angra
Preços: diárias de R$ 500 por cabine
(são três, todas com banheiro privativo).
Quem quiser o barco só para si, paga
todas as cabines, ou seja R$ 1 500 por
dia. Mas o combustível é à parte.
charter em paraty
muçum
Um ótimo barco para quem
quer, além de passear, velejar
Fotos DiVULGaçÃo
J
Wind Charter
A mais nova empresa de charters tem barcos
novos e dois bons diferenciais para os clientes
bê-a-básico
contato: www.windcharter.com.br;
(51) 8114-9154
base: Marina do Engenho, Paraty
Preços: Diárias de R$ 2 300 (para este barco)
e R$ 800 (Wind 34), já incluindo seguro, taxa de
limpeza e combustível do barco. À parte, apenas
o uso de motor de popa elétrico, por R$ 100/dia
É
a mais nova empresa de charter da região e começou a operar com base na
Marina do Engenho, em Paraty, no final do ano passado. Portanto, também
os seus barcos (por enquanto quatro, sendo dois Wind 34 e dois Jeanneau de
37 e 43 pés, mas outros estão chegando, inclusive um catamarã) são novos, de
2012 e 2013. O mais completo e mais confortável (e também o mais caro) é este
Jeanneau Sun Odyssey 439, que tem três camarotes, gerador e até ar-refrigerado.
Mas os outros não decepcionam. A empresa oferece dois (bons) diferenciais em
relação às concorrentes: não cobra o combustível do barco e, se o cliente quiser,
manda buscar o skipper (caso ele tenha sido contratado), para dormir com mais
privacidade a bordo — no dia seguinte, ele retorna e o roteiro segue em frente.
sailabout
Este Bavaria 40 não é o maior barco desta
empresa. Mas é novo e bem equipado
E
bê-a-básico
contato: www.sailabout.
com.br; (24) 99916-4765
base: Marina Bracuhy,
Angra
Preços: diárias de
R$ 1 087 (baixa
temporada) e R$ 1 462
(alta), mais seguro de
cerca de R$ 100 por dia.
72
Náutica SudeSte
sta empresa, que aluga barcos há vários anos
e goza de bom conceito, tem base no Bracuhy,
em Angra dos Reis, e possui uma frota atual de cinco
veleiros, todos bem cuidados e sempre limpos: Cal 30,
Delta 32, Bahamas 40 e dois Bavarias, de 40 e 45 pés,
estes bem novos. Especialmente este aqui, o Bavaria
40, que é do ano passado e tem cabine com três
camarotes e dois banheiros, podendo hospedar até oito
pessoas a bordo. Não é o maior barco da Sailabout (que
oferece também um 45 pés, com quatro camarotes, da
mesma marca), mas tem preço interessante e alguns
bons itens de conforto, como enrolador da genoa e da
vela grande, guincho elétrico para a âncora, geladeira
e chuveiro de água quente. E, como é um barco novo,
as chances de problemas durante o passeio são
pequenas. Para quem não quiser embarcar no mesmo
dia, a empresa oferece uma noite de estadia no próprio
Bracuhy e até uma animada happy hour com outros
velejadores às sextas-feiras.
bê-a-básico
contato:
joseguilhermebastiani
@gmail.com;
(051) 8445-8639
base: Marina Bracuhy,
Angra
Preços: diárias de R$ 1
100, mais taxa de limpeza
de R$ 120 por charter.
osé Guilherme é gaúcho boa-praça que atende
pelo curioso apelido de “Chicão”. É, também, um
velejador tarimbado, que, tempos atrás, de tanto
receber amigos que queriam velejar com ele em
Angra dos Reis, resolveu transformar os passeios em
negócio e criou um serviço particular de charter no
seu próprio barco, o Muçum, um Bruce Roberts com
casco de aço, de 45 pés. O veleiro é novo, tem três
camarotes fechados, capacidade para sete pessoas
dormirem a bordo e é particularmente interessante
para quem gosta de velejar ou quer aprender os
fundamentos da arte de navegar com os ventos,
já que Chicão é bem experiente no tema. Ele (ou
outro comandante) vai sempre junto nos charters, o
que é particularmente bom para quem estiver mais
interessado em navegar um pouco do que em ficar
ancorado, o dia inteiro, no mesmo local. Embora
Chicão não tenha uma empresa formal de charter
por trás dele, seu barco é bem equipado e ele,
bastante confiável com comandante de barco.
18
(bons)
motivos para ir ao
RIO BOAT SHOW
fotos divulgação
Vários barcos serão lançados no salão que acontece na Marina da
Glória, de 9 a 15 deste mês. Adiantamos aqui o que você vai ver lá
Barcos com preços e condições especiais, test drives no próprio local e chance de comparar os barcos lado a lado: outros motivos para ir ao salão do Rio
Náutica Suldeste
77
rio boat show 2014
1
2
3
4
Schaefer 800
Não é mais uma novidade, já está na sua quinta unidade, mas
ainda atrai todos os olhares, porque é um dos maiores iates
produzidos em série no país, pela Schaefer Yachts, de Santa
Catarina. Será, também, um dos maiores barcos do salão do Rio.
Prestige 550
Lancha da marca francesa Prestige, aqui representada
pela Yacht Center Group, e ainda uma novidade no
país. Destaque para a sua suíte principal, à meia-nau,
mas com entrada privativa pela sala. Um grande barco.
78
Náutica SudeSte
Bavaria Virtess 420 Fly
A marca alemã Bavária é mais
conhecida no Brasil pelos seus
veleiros, mas também produz
lanchas — e com bom custobenefício. Uma delas é esta aqui, de
42 pés, que estará em exposição
pela primeira vez no país.
“
A Bavaria é mais uma
marca estrangeira que entra no
mercado brasileiro de lanchas
BENETTI DELFINO 93
Construído na Itália, pelo estaleiro Benetti, que faz parte do grupo Azimut,
será o maior iate do Rio Boat Show e pela primeira vez apresentado no Brasil.
Luxo é a palavra de ordem neste grande barco, onde tudo é grande e requintado.
A começar pela sua suíte principal, um verdadeiro espetáculo.
Náutica Suldeste
79
rio boat show2014
5
“
A Sea Ray 510 é uma
lancha que deve dar o
que falar no salão do Rio
Sea Ray 510 Fly
É uma lancha
americana, mas com
estilo italiano e cujo
fabricante, o grupo
Brunswick, já possui
fábrica no Brasil — mas
não para este modelo,
que ainda é importado e
chega ao salão cercado
de muita curiosidade.
6
Coral 46 HT
O estaleiro carioca Coral
apresentará, pela primeira
vez, sua mais nova lancha,
que também é a maior da
marca até aqui, com 46
pés de comprimento. No
projeto, duas suítes, sala e
cozinha na cabine.
7
Solara 520 Fly
Nova versão, com flybridge, do também recente
modelo 520 HT, lançado no último São Paulo
Boat Show. Com o espaço extra no fly, deverá
ser um barco muito atraente para quem busca
uma lancha de bom tamanho e bom preço.
80
Náutica SudeSte
rio boat show2014
“
Beneteau GT 35 já
não é uma novidade,
mas sempre faz sucesso
8
Triton 325
Mais novo modelo do cada
vez mais popular estaleiro
paranaense Triton, que tem
produzido bons barcos a
preços interessantes. Seguindo
a tendência atual, tem proa
sextavada — e mais larga —,
que aumenta o espaço e a
beleza do barco. Vale visitar.
9
Beneteau GT 35
Derivada do modelo francês GT 34, a nova 35 já é feita no Brasil e tem
aprimoramentos para satisfazer o gosto brasileiro, como minicozinha na plataforma
de popa. Atenção para a largura excepcional do cockpit, por conta da incorporação
das passagens laterais para a proa, que não existem neste modelo.
10
AZIMUT 70
Se beber, não pilote.
Esta lancha já existe em águas brasileiras,
mas apenas nas versões importadas. No
Rio, a primeira unidade feita no Brasil,
na fábrica da marca, em Santa Catarina,
estará exposta e com algumas alterações
para agradar ainda mais aos brasileiros.
Destaque para o tamanho do flybridge e
para os mais de 15 m2 de área envidraçada.
betônico
rio boat show 2014
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rio boat show 2014
12
11
Ventura V290 Cabin Confort
“
A Ventura Marine
mostrará a nova V290,
que só existia em projeto
Pré-lançada no salão paulista ainda em
projeto, esta lancha será vista pela primeira
vez no salão carioca. Bem elegante, foi
desenvolvida pela Ventura Marine para
cruzeiros de fim de semana, podendo levar
até 4 pessoas em pernoite. Destaca-se pelo
amplo cockpit, as grandes janelas laterais
e também pelo solário de casal na proa,
região onde o convés é bem largo.
13
Real Class 26 Open
A Real Power Boats é um dos
mais tradicionais estaleiros do
Rio de Janeiro. No salão deste
ano, mostrará a nova versão da
lancha 26 Open, de proa aberta,
agora com opção, também, de
motor centro-rabeta (antes, ela
só existia com motor de popa).
Fone:: +55.19.3515-5500 / Fax: +55.19.3856-4279
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Phoenix 255 Platinum
Com cara nova, este modelo versão 2013/14,
da família Platinum, é produção do estaleiro
alagoano Phoenix Boats. Vem com targa de
aço inox e banheiro fechado sob o console.
Conta com muitos paióis ao longo do piso
e também na plataforma de popa, para
armazenar o que for preciso. O cockpit na
proa vem com duas espreguiçadeiras.
rio boat show 2014
14
Hanse 575
Veleirão da marca alemã Hanse, que deve encher os olhos dos
velejadores brasileiros, no Rio de Janeiro. Tem muito espaço,
configuração moderna no cockpit e duas opções de cabine e quilha.
Como os demais veleiros, estará disponível para test drive.
“
A nova
Cimitarra 560 foi
desenvolvida a partir
do modelo 500
15
Cimitarra 560 HT
É a segunda maior lancha na linha do agressivo
estaleiro gaúcho Cimitarra, que foi desenvolvida a
partir da já conhecida Cimitarra 500. O barco tem
um metro e meio a mais no comprimento, ganhando
assim mais espaço e conforto na praça de popa,
perfeito para os dias quentes. sua área interna
continua com cabine alta, 2,50 metros de altura, duas
suítes e um camarote com duas camas de solteiro.
16
Leopard 48
Este tradicional fabricante sulafricano de catamarãs, um dos
preferidos das empresas de charters pelo amplo espaço dos
seus barcos, fará sua estréia no Brasil no Rio Boat Show com
este modelo, de 48 pés e quatro suítes, que já chega aqui
através de uma das maiores empresas de aluguel de barcos do
mundo, a Moorings. Quem visitar vai gostar.
rio boat show 2014
“
A Fibrafort irá (re)lançar
uma lancha de pesca que já fez
grande sucesso no passado
18
Motor elétrico de 40 hp
17
Fisherman 238
Um grande sucesso que voltará a ser produzido este ano,
mas em série limitada de poucas unidades. É uma lancha para
pesca esportiva com a confiabilidade do maior fabricante de
lanchas de passeio de pequeno porte do país, a Fibrafort.
Motores elétricos de popa
habitualmente são de baixíssima
potência. Mas o Deep Blue 40,
lançamento da marca alemã
Torqeedo no Brasil, foge à regra e
oferece o equivalente a 40 hp, com
baixíssimo peso e praticamente
nenhum ruído, para lanchas de
pequeno porte. Para funcionar,
basta uma bateria de alta tensão e
zero combustível líquido.
Você e seu barco
3 maneiras de driblar as marolas
1
Totalmente de proa
Se a marola de um barco bem
maior que o seu for lhe alcançar,
altere sua rota de forma a abordála totalmente de proa. Mesmo que,
para isso, precise alterar o seu rumo
por alguns instantes. Mas, atenção:
o limite de segurança para qualquer
manobra desse tipo é de, no mínimo,
três vezes o comprimento de um
barco para o outro.
O riScO
daS MarOlaS
2
Fazendo zigue-zague
Se você preferir chacoalhar
em vez de levar pancadas
no casco, a melhor maneira
de vencer as marolas alheias é
fazendo um zigue-zague nelas.
Para isso, aborde-as quase
paralelamente às ondulações,
tentando o menor ângulo possível.
Você ficará no sobe-e-desce, mas
sem maiores impactos no casco.
E. lopEs
As ondinhas que os barcos fazem ao navegar podem ir bem além de apenas incomodar
3
De carona na marola dos outros
Se você estiver indo no mesmo
sentido e em velocidade próxima
à do barco que acabou de passar pelo
seu, prefira ficar exatamente atrás dele
— mas não tão próximo, a fim de evitar
acidentes (lembre-se sempre da regra de,
no mínimo, três vezes o comprimento do
casco). Enfie-se no vão entre as marolas
e fique nele, onde chacoalha menos.
E o barco da frente ainda “alisará” a
superfície da água para você.
M
arolas são, provavelmente,
o maior incômodo que um
barco pode causar a outro. E,
dependendo do tamanho dos barcos,
podem ser bem mais perigosas do que
o seu singelo nome (marola = ondinha pequena) sugere. Basta que a ‘vítima’ seja um barquinho menor que
o seu, como, por exemplo, as canoas
dos pescadores, que vira e mexe passam sérios apuros na guerra contra as
grandes lanchas de passeio.
Mesmo as menores marolas têm
um poder bem maior do que a grande
maioria das pessoas imagina. Para ter
ideia disso, basta recorrer à ciência. Ao
se chocar com outros barcos, qualquer
ondinha de pouco mais de meio metro
de altura (algo banal para uma lancha
de médio porte navegando em velocidade de cruzeiro) joga uma carga equivalente a quase duas toneladas de água!
Além disso, marolas se propagam na superfície da água feito ondas de rádio e
92
Náutica SudeSte
demoram bastante para perder a intensidade. Minutos depois de um barco ter
passado, todos os que estavam por perto
ainda estarão sacudindo por causa dele.
Barcos, como se sabe, têm a capacidade de alterar radicalmente o meio
por onde circulam, por conta justamente das marolas. Quem navega
sabe disso. Mas, o que, talvez, nem todos saibam é que as marolas podem ser
evitadas ou, ao menos, atenuadas. Basta parar de acelerar bem antes do ponto aonde se deseja chegar, por exemplo. A regra do bom senso determina
que, quanto maior o barco, mais cedo
se deve diminuir a velocidade, até
como forma de gerar menos marolas.
O ideal seriam dez metros de distância para cada pé do tamanho do
casco. Assim sendo, uma lancha de
30 pés deveria começar a reduzir a
velocidade quando estivesse a cerca
de 300 metros do ponto de ancoragem, de forma que, quando chegas-
se lá, não fizesse ninguém sacolejar.
Além disso, ao cruzar a marola de outro barco, o certo é manter uma distância de, no mínimo, três vezes o
comprimento do barco que a gerou.
Também como regra geral, as embarcações (lanchas ou jets) devem navegar a, no máximo, 5 nós de velocidade nas áreas de marinas e canais, e a 3
nós na aproximação para fundeio, praias
ou margens de rios. Mas, infelizmente,
nem todos seguem isso à risca. Não é só
uma questão de educação e respeito,
mas sim de segurança. E a atenção com
as marolas deve ser redobrada nos locais
mais estreitos, onde a reverberação das
ondulações é ainda maior.
Por tudo isso, o mais sensato é —
sempre — tentar não gerar marolas, por
mais bonitas que elas pareçam na água.
Ou, já que isso é impossível no caso dos
barcos, dosar bem a velocidade. Porque,
quanto mais rápido você navegar, mais
incômodo gerará aos demais.
Sabia que é proibido?
a legislação náutica brasileira prevê que cada um é responsável pela marola
criada pela sua embarcação e pode ser punido por causa dela. Portanto,
convém pensar duas vezes antes de navegar com velocidade quando estiver
próximo a outros barcos. Se alguém se sentir lesado, pode reclamar à autoridade
marítima, bastando para isso apresentar duas testemunhas. a Marinha, então, chamará os dois lados para uma
acareação e, caso não se chegue a um acordo, abrirá inquérito judicial. Marola, como se vê, é coisa séria.
Náutica SudeSte
93
Você e seu barco
quando a
ficção vira lição
PRÓXIMA AO CANAL DE BERTIOGA,
DE FRENTE PARA A RODOVIA RIO-SANTOS
Para quem navega ou tem um barco, o filme no qual Robert Redford interpreta um
velejador em apuros no meio do oceano é mais do que apenas diversão. É pura lição
S
veja e
aprenda
O mais recente
filme de Robert
Redford vale
por um curso de
sobrevivência em
situações difíceis
no mar
94
im, é um filme. Mas com um nível de
realismo tão acentuado que mais parece um documentário — o da triste saga
de um velejador solitário às voltas com
o drama do naufrágio do seu barco. Só não seria um documentário porque o seu personagem
não tem sequer nome. É apenas um velejador
em apuros, no meio do oceano, tentando achar
um jeito de sair vivo. E o que ele faz vale por um
curso de situações difíceis no mar.
Todo mundo que tem um barco deveria assistir (ou ter assistido, já que o filme teve uma passagem-relâmpago pelos cinemas brasileiros, mas
deve ser lançado também em DVD) ao mais recente trabalho de Robert Redford, o sufocante Até
o Fim, dirigido por J.C. Chandor — que, tal qual
o próprio Redford, se não for um velejador tarimbado, mostrou que tem tudo para ser. Do início
da história (a colisão do barco com um container
caído no mar, algo bem mais frequente do que se
imagina) aos cuidados que o seu único ocupante
adota após o acidente, tudo parece ter saído de um
manual náutico de sobrevivência, não de um filme de Hollywood. Não há absurdos nem dramatizações exageradas, embora duas quedas na água
sem nenhuma consequência a não ser mergulhos
involuntários talvez seja um pouco demais, é verdade — uma só vez seria mais aceitável, porque só
quem já passou por isso sabe o que significa cair
no mar e não ter ninguém para ajudar.
Fora isso, no entanto, é tudo tão verossímil que
não há como discordar dos procedimentos adotados pelo infeliz personagem. Está tudo lá, na tela,
como uma aula prática sobre o que fazer numa si-
náutica SudeSte
tuação daquela — do inteligente meio usado para
desprender o container do casco (só mesmo alguém experiente pensaria naquilo...) ao engenhoso recurso para, depois do naufrágio, obter água potável. Pegar apenas o que realmente importa antes
de abandonar o barco (algumas roupas quentes e
água doce, por exemplo) e só o fazê-lo em caso extremo, são alguns dos ensinamentos que vão sendo
passados, meticulosamente, pelo personagem. Outro ensinamento é a própria racionalidade ao traçar os próximos passos, em meio a uma situação na
qual qualquer um ficaria desesperado — primeiro
fazer isso, depois aquilo, como que seguindo um
script tão ensaiado quanto o de um filme.
Mas a maior de todas as lições de Até o Fim é
mesmo a boa e velha receita de manter a calma,
seja lá o que aconteça — algo sempre fácil de dizer, mas muito difícil de manter quando a água começa a invadir o que não deveria. O personagem
de Redford demonstra uma calma tibetana durante todo o seu calvário e isso, longe de ser pura ficção naquela situação, é realmente o que todos deveriam fazer em qualquer circunstância no mar.
Apavorar-se é sempre a melhor maneira de fazer
tudo terminar mal, especialmente quando se está
na água — esta é a regra máxima e a mensagem
extra que o filme deixa ao terminar.
Por falar em final, embora o título original do
filme (All is Lost, “Tudo Está Perdido”, em inglês)
já entregue muito da história, muita gente o entenderá de outra forma. Qual? Só vendo para saber. E, também, aprender.
Se não viu, veja. E, depois, responda: você
não faria exatamente o que ele fez?
Venha nos fazer uma visita e conhecer nossa infraestrutura
Rod. Rio-Santos Km 224,5 Bertioga - SP
Tel.: (13) 3317-7705
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Você e seu barco
10
coisas
que
você
precisa
saber
sobre
Anodos
O
anodo é um dos menores (e mais básicos) componentes de
qualquer barco. Mas, sem ele, a corrosão das partes metálicas
que ficam em contato com a água (motores, por exemplo) seria
capaz de arruinar qualquer embarcação em pouquíssimo tempo. Para
evitar que isso aconteça, ele — o anodo — é corroído, poupando assim
componentes bem mais caros e sofisticados. Esta é a função do anodo:
corroer no lugar dos outros. Ou seja, ele existe para ser sacrificado, feito
um boi de piranha náutico. Daí o seu nome oficial: anodo de sacrifício.
Basicamente, um anodo não passa de um bloquinho sólido de metal, que, quando grudado a qualquer parte metálica submersa do barco, cumpre o papel de ser destruído no lugar dele. Isso acontece graças
a um fenômeno chamado eletrólise, ou a corrente elétrica gerada pela
união de dois metais submersos (o do anodo com outro qualquer, do
barco), que irá corroer aquele de maior eletronegatividade — no caso,
o anodo. Mas, para que isso aconteça, existem outras particularidades
que devem ser respeitadas, como mostramos nos dez tópicos abaixo.
1
2
3
4
5
6
O melhor material para o anodo é o
zinco ou liga de zinco com magnésio e
alumínio, para uso no mar. Já nos barcos
que ficam em água doce a melhor
matéria-prima é a liga de magnésio.
O anodo não deve ser pintado em
hipótese alguma, porque isso tira
completamente a sua capacidade de
ser corroído.
Também pelo mesmo motivo, o anodo
não deve ser aplicado em partes
pintadas. É preciso assegurar o contato
dele diretamente com um metal.
Os melhores locais para a instalação do
anodo são os de pouca resistência à
água, como dentro do escapamento do
motor ou na base dos motores de popa.
Qualquer anodo deve ser substituído
por outro quando a corrosão atingir 50%
do seu tamanho. Porque, a partir daí, ele
corroerá ainda mais rapidamente.
E se você nem sabe
o que é um anodo
anodo,
prepare o bolso...
96
Náutica sudeste
Não dá para calcular exatamente a vida
útil de um anodo, porque isso depende
do tempo que ele permanecer na água
— ou seja, quanto mais tempo submerso,
mais rápido será o seu processo de
corrosão. Por isso, ele deve ser verificado
a cada seis meses e trocado, em média, a
cada um ano completo.
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10
Todas as vezes que o seu barco estiver
fora d´água, aproveite para ver o estado
do anodo e passar uma escova ou palha
de aço nele, a fim de eliminar a camada
superficial já deteriorada.
Em todas as revisões do motor, não
esqueça de exigir que seja trocado o
anodo. Ou, no mínimo, que ele seja limpo.
O ideal é que o anodo seja aparafusado
ou soldado em alguma parte metálica da
propulsão, ou seja, eixo, leme, rabeta, flap
ou hélice.
Usar mais anodos do que o indicado
pode surtir efeito contrário. Muitos
metais farão com que a massa dos
anodos fique “mais dura” e isso
atrapalhará a sua corrosão. Que,
afinal, é objetivo desta curiosa (mas
fundamental) pecinha de metal.
arquivo pessoal
3 perguntas
“PaSSear é com ele meSmo”
O paulista Paulino Alvarez, o Kilha, é certamente um dos brasileiros
que mais passeia de jet. E a cada fim de semana em um lugar diferente
O
paulista Paulino Alvarez, muito mais conhecido pelo apelido “Kilha” (“por causa do tamanho do nariz”, explica) tem o emprego que
muitos pediriam a Deus: ele ganha a vida passeando
de jet ski! Ou, melhor dizendo, organizando os eventos do Jet Tour, programa de passeios criado pela Sea
Doo para estimular os donos de motos aquáticas a usarem suas máquinas e assim formarem novos amigos.
Por conta disso, Kilha viaja sem parar e praticamente a cada fim de semana está em um lugar diferente
— mas sempre para passear de jet. “Tem muita gente que não usa o jet que tem porque não conhece ninguém para ir junto nos passeios, porque andar sozinho não é tão divertido quanto em grupo”, diz Kilha.
Cabe a ele unir todo mundo (e também se divertir
muito), como conta neste rápido bate-papo.
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Alguém passeia
mais de jet do
que você?
Qual o passeio
mais bonito
que você já fez?
Quantos
jets vão nos
seus passeios?
“Difícil dizer. Mas também é difícil
achar alguém que saia para passear com
um jet praticamente todos os fins de semana do ano, como eu faço, por força do meu
trabalho, mas também porque gosto de pilotar essas máquinas. Tanto que, nos raros fins de semana que não estou em algum Jet Tour, saio para passear de jet com
os amigos, do mesmo jeito. Outro dia, de
brincadeira, fiz uma conta e cheguei à conclusão que devo passar umas 150 horas
por ano em cima de um jet. Deve ter gente
que anda mais do que isso, claro. Mas, talvez, sem ter a oportunidade de variar tanto
de lugar. Só este ano, o Jet Tour terá uns 30
passeios, pelo Brasil quase inteiro. E vou estar em todos. De certa forma, sou um privilegiado. Mas porque adoro o que faço.”
“Xiii, também é difícil dizer. Gosto dos
lugares que oferecem várias possibilidades
de passeios, para que o usuário de jet não fique cansado de ir sempre para o mesmo lugar, o que geralmente acontece. Nesse ponto, as regiões de Maria Farinha e Praia dos
Carneiros, no litoral de Pernambuco, e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, são ótimos lugares. A represa de Furnas, em Minas,
e o trecho entre Vitória e Guarapari, no Espírito Santo, também. Mas nada supera Angra
dos Reis, onde há, pelo menos, uns 20 passeios diferentes para serem feitos. Se eu tivesse que escolher um lugar para ter um jet,
seria lá. Mas jet skis permitem mudar de lugar bem mais facilmente do que os barcos, o
que é uma tremenda vantagem para quem
gosta de conhecer novos lugares.”
“Quase sempre, acima de 50. Mas já reunimos mais de 150, em um passeio no Guarujá. Aliás, naquele dia, teve dono de jet que
confessou que nunca havia ido até a praia
do Góis, que fica ali ao lado! E isso geralmente acontece mesmo: o cara tem um jet, mas
como não tem com quem passear, acaba deixando ele parado na marina. Ou, se sai, fica
sempre no mesmo lugar, porque não tem estímulo nem companhia para passear. Minha
função é mudar isso e fazer, através dos passeios, que eles se conheçam e formem suas
próprias turmas. Não tem muita graça passear sozinho de jet, porque a pessoa terá, no
máximo, a companhia só do garupa — se tiver garupa... Por isso é que os Jet Tours enchem de gente e todo mundo se diverte. Até
eu. E ainda ganho pra isso... ” (rindo)
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Náutica SudeSte
C
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CMY
K
Foto: Guilherme Andrade
E olha que nossa especialidade, é cuidar das embarcações
agenciaeutueles.com.br
Piscina com borda infinita,
restaurante, bar na piscina,
conveniência, heliponto,
estacionamento, serviço 24h
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PARATY - Revista Náutica