Porquê recorrer ao Outsourcing? A decisão de recorrer ao outsourcing para uma determinada função ou processo de negócio é tomada, tradicionalmente, com base numa avaliação de desempenho versus custo do serviço. Se uma organização externa consegue prestar o mesmo serviço por um custo menor ou pela combinação de um custo igual com um retorno maior, então faz sentido recorrer ao outsourcing para essa função. Correctamente executado, o outsourcing de funções e processos de negócio a uma entidade externa, reduz os custos de operação e permite a uma organização concentrar-se nas áreas de negócio que lhe conferem uma vantagem competitiva. As mais recentes pesquisas demonstram que, embora os custos continuem a ser um factor primordial, já não são o único critério importante para as organizações quando estas consideram a possibilidade de recorrer ao outsourcing. Este está a tornar-se numa ferramenta de gestão estratégica tal como é demonstrado pelas mais recentes pesquisas da Associação Internacional de Profissionais de Outsourcing (IAOP). Nos últimos 18 meses a IAOP, com o apoio da Accenture, tem conduzido um inquérito aos seus membros sobre a forma como a recente crise tem afectado os planos para o outsourcing. Com o crescimento do outsourcing, enquanto ferramenta de gestão, as organizações têm hoje acesso a um conjunto de prestadores especializados capazes de prestar serviços a um custo menor do que o das equipas internas, em resultado da especialização e das economias de escala. São estas que permitem à entidade externa dividir o esforço de investimento por vários clientes de forma que nenhum tenha de suportar na totalidade o custo de implementar e manter um serviço altamente sofisticado. As equipas internas dificilmente conseguem competir em termos de investimentos necessários em tecnologia e processos para se manterem a par com os prestadores de serviços. Para além disso, a especialização permite à entidade externa concentrar-se numa área ou processo específico. Desta concentração resulta que o outsourcer consegue atrair recursos especializados num determinado campo com experiência em diferentes sectores capazes de definir as melhores práticas que uma organização, focada em muitos processos diferentes, terá dificuldade em desenvolver internamente. Embora a incerteza económica tenha intensificado o caminho para a redução de custos nos últimos 12 meses, apenas 50% dos participantes revelaram que esta redução se tornou mais importante como factor de recurso ao outsourcing. Neste período de tempo, a flexibilidade e a preparação da organização para o crescimento futuro ganharam importância e igualaram a redução de custos a curto prazo, enquanto factores de decisão para os clientes de outsourcing. À medida que a preparação para o crescimento futuro e a flexibilidade ganharam importância como factores para o recurso ao outsourcing, outras áreas da organização que outrora eram consideradas demasiado relevantes para serem desenvolvidas por entidades externas, são agora encaradas como oportunidades para melhorar. Funções como a distribuição e a logística, ou as TI, que hoje são frequentemente exercidas em outsourcing eram consideradas, não há muito tempo, áreas de vantagem competitiva, centrais à organização e a desenvolver internamente. As empresas que conseguiam colocar os seus produtos no mercado de maneira mais rápida ou gerir o seu inventário de forma mais eficiente eram mais lucrativas que as suas concorrentes e as empresas de cariz industrial de grande dimensão tinham os seus próprios departamentos de logística e distribuição. Contudo, à medida que as organizações especializadas na área de logística se desenvolveram, equilibraram este factor e esta vantagem competitiva desapareceu, ficando as empresas mais disponíveis para colocar a área de distribuição em outsourcing e concentrando-se noutras áreas onde ainda podiam encontrar vantagens competitivas. As tecnologias de informação, finanças e contabilidade, RH, estratégia e produção são agora frequentemente desempenhadas em regime de outsourcing porque as empresas podem contratar um serviço melhor por um preço mais baixo do que se exercessem, elas próprias, estas funções. Em cada caso, foi o desenvolvimento destas capacidades por uma entidade externa especializada, e não o desempenho de uma equipa interna, que redefiniu a função de uma competência central na empresa para algo cuja realização em outsourcing ninguém colocaria em causa. À medida que esta fronteira se desloca e abarca mais funções, existem três factores que uma organização deve considerar na decisão de manter uma função interna ou recorrer ao outsourcing. O primeiro factor a considerar é se a função é uma competência crítica. Para ser considerada desta forma, o processo de negócio tem de criar uma vantagem competitiva, real ou percepcionada, e não deve poder ser exercido melhor a um preço aceitável ou de forma similar por um preço menor, por uma entidade externa. O segundo factor é o tipo de conhecimento que a função requer para ser executada de forma bem sucedida. Existem três tipos de conhecimento que constituem a base da maioria dos processos de negócio: baseados na função, no sector de actividade ou na empresa. O conhecimento funcional é específico de uma função e adquire-se através da formação. O conhecimento sectorial é comum às empresas que operam no mesmo sector e adquire-se principalmente através da experiência. Existe também um nível de conhecimento que é específico da organização (como por exemplo os relacionamentos chave com fornecedores e clientes) que só pode ser adquirido ao trabalhar nessa organização. Compreender qual o tipo de conhecimento necessário para executar uma função ou processo vai permitir a uma organização fazer uma escolha correcta na forma de o adquirir ao melhor preço. O terceiro factor é: Quem vai melhorar a função no futuro? Esta questão está relacionada com os factores mencionados na pesquisa da IAOP de que o outsourcing precisa de oferecer flexibilidade e preparar a organização para o crescimento futuro. Com as vantagens da especialização e das economias de escala, os melhores outsourcers vão ser capazes de oferecer conhecimento funcional e, com a experiência obtida noutras organizações, redesenhar a função e melhorar continuamente os serviços que prestam, num ambiente competitivo. Tipicamente, a prestação interna do serviço só terá vantagem quando um alto desempenho na função requeira um conhecimento profundo da empresa, que seja excessivamente dispendioso ou até impossível de adquirir por uma entidade externa. Conclusão O sucesso do outsourcing enquanto ferramenta de gestão pode ser observado nos resultados do estudo da IAOP que revelam que os clientes estão a aumentar a dimensão e o âmbito nas suas decisões de recurso ao outsourcing. Estão também a perspectivar o outsourcing em termos mais estratégicos, com dois terços dos participantes a afirmarem que o envolvimento da gestão de topo nas decisões sobre este tema está em crescimento. E que a busca de maior valor ultrapassa o objectivo de cortar os custos, através da procura de serviços de outsourcing mais abrangentes, altamente qualificados e baseados no conhecimento. Como o relatório da IAOP conclui: “As empresas não utilizaram o outsourcing apenas para responder à crise; utilizaram o outsourcing para se tornarem mais fortes num percurso de longo prazo.” Questões a considerar no recurso ao outsourcing para uma determinada função: •• Se a sua empresa entrasse hoje no mercado, iria desenvolver a função internamente ou adquiri-la a uma entidade externa especializada? •• Seria possível que outra empresa o contratasse para prestar este serviço? Se não, ele é mesmo central à missão da organização? Ou deveria considerar a hipótese de recorrer ao outsourcing? •• Vai ser capaz de corresponder às exigências de investimento para, no futuro, criar inovação nesta área? •• Os factores que, na empresa, condicionam o recurso ao outsourcing alteraram-se? A redução de custos é o factor de decisão mais importante para recorrer ao outsourcing? Existem outros factores cuja importância esteja a aumentar? •• A sua empresa entende qual o mix de conhecimentos necessário para oferecer o melhor serviço nesta área? Qual é a forma de adquirir esses conhecimentos com maior eficiência de custos? Sobre a Accenture A Accenture é uma organização global de serviços de consultoria de gestão, tecnologias de informação e outsourcing, com cerca de 204 mil profissionais a servir clientes em mais de 120 países. Através da combinação de uma experiência ímpar, um conhecimento profundo dos vários sectores de actividade e funções de negócio, e uma extensa pesquisa sobre as empresas mais bem sucedidas do mundo, a Accenture colabora com os clientes ajudando-os a tornarem-se organizações de alto desempenho. Através da iniciativa de responsabilidade corporativa Skills to Succeed, a Accenture assume o compromisso de dotar 250 mil pessoas em todo o mundo até 2015 com as competências necessárias para encontrar emprego ou começar um negócio. A empresa gerou receitas no valor de 21,6 mil milhões de dólares, no exercício terminado em 31 de Agosto de 2010. Email de contacto [email protected] Partner responsável pela área de BPO Copyright © 2010 Accenture. All rights reserved. Accenture, its logo, and High Performance Delivered are trademarks of Accenture.