Série de publicações do SLE Desenvolvimento Económico Local em Moçambique m-DEL para a planificação distrital Um método para identificar potencialidades económicas e estratégias para a sua promoção Vol. 1 Equipa do estudo: Diana Cáceres, Edgar Cossa, Julião Gueze, Moritz Ordemann, Alexander Schrade, Ute Straub, Sina Uti, Heiko Harms (Coordenação) Em cooperação com Michael Hagedorn (Consultor) Chimoio / Berlim, Dezembro de 2007 Disclaimer: The findings, interpretations and conclusions in this report are those of the authors. They do not necessarily represent the views of the German Technical Cooperation (GTZ). Série de publicações do SLE (Centro de Formação Avançada em Desenvolvimento Rural) SLE Publication Series (Centre for Advanced Training in Rural Development) Editor SLE Seminar für Ländliche Entwicklung (Centro de Formação Avançada em Desenvolvimento Rural) Humboldt Universität zu Berlin Sede: Hessische Straße 1-2, Unter den Linden 6, 10099 Berlin, Germany E-Mail: [email protected] Internet: www.agrar.hu-berlin.de/sle www.berlinerseminar.de Redacção / Managing Editor Gabriele Beckmann SLE - Seminar für Ländliche Entwicklung Layout Dorian Frieden SLE - Seminar für Ländliche Entwicklung Impressão / Printing PPMDW Präsentation Plus Märkische Druck- und Werbeproduktionsgesellschaft mbH Landsberger Str. 263 12623 Berlin (Mahlsdorf) Distribuição / Distributors Seminar für Ländliche Entwicklung Hessische Straße 1-2, Unter den Linden 6, 10099 Berlin 1. Edição 2008 / 1st edition 2008 1 - 200 Copyright 2008 by SLE - Seminar für Ländliche Entwicklung (Centro de Formação Avançada em Desenvolvimento Rural) ISSN 1433-4585 ISBN 3-936602-33-6 Imagem de capa / Cover photo Vendedora de castanha de caju em Muxungue (Sina Uti) Prefácio v Prefácio O Centro de Formação Avançada em Desenvolvimento Rural (SLE) da Universidade Humboldt de Berlim vem formando profissionais juniores para a área da cooperação alemã e internacional há mais de 40 anos. O curso de pós-graduação tem a duração de um ano e inclui a realização de um projecto de pesquisa no estrangeiro durante um período de três meses, por encomenda de organizações de desenvolvimento alemãs e internacionais. Organizados em equipas interdisciplinares, os formandos elaboram estudos sobre temas inovadores e com relevância para o futuro e prestam, simultaneamente, serviços de assessoria. O envolvimento dos mais variados actores é considerado da maior importância. Os resultados desta “investigação aplicada” contribuem directamente para solucionar problemas de desenvolvimento das zonas rurais. Ao longo dos anos, o Centro de Formação Avançada em Desenvolvimento Rural (SLE) realizou mais de cem projectos em mais de 60 países, tendo todos os resultados sido publicados na presente série de publicações. Em 2007, as equipas do SLE realizaram estudos encomendados no Quênia, na Tanzânia, em Burquina Faso, em Moçambique e nas Filipinas. A equipa do estudo que foi realizado em Moçambique incluiu, além dos profissionais juniores do SLE, dois estudantes moçambicanos da Universidade Eduardo Mondlane de Maputo. Isto tornou-se possível devido à cooperação entre as Universidades Humboldt de Berlim e Eduardo Mondlane de Maputo e foi financiado pela GTZ e pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Académico (Deutscher Akademischer Austausch Dienst - DAAD). O presente estudo foi encomendado pelo programa de Descentralização da GTZ (GTZ-PPFD) em Moçambique com a Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural (DNPDR). Os produtos deste estudo são: por um lado, um guião de planificação que serve como ferramenta para o trabalho quotidiano das Equipas Técnicas Distritais e, por outro lado, a documentação que serve de base para a continuação da testagem e para a implementação do método pela GTZ-PPFD e por outras organizações. Prof. Dr. Otto Kauffmann Carola Jacobi-Sambou Director Directora Faculdade de Agronomia e Horticultura Centro de Formação Avançada em Desenvolvimento Rural (SLE) vi Agradecimentos Agradecimentos Queremos expressar o nosso profundo agradecimento às seguintes pessoas e instituições pelo apoio prestado no processo de elaboração do presente estudo: Ao Senhor Director da Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural (DNPDR), Salim Cripton Valá, pelo apoio político prestado durante o estudo e pelas frutuosas observações realizadas nas apresentações do conceito do estudo e dos resultados. Ao Eng. Lisardo Lopes (DNPDR) pela participação na fase preparatória na Alemanha e no 2° Fórum do DEL em Manica. Ao Governo Provincial de Manica, sobretudo ao Senhor Director Provincial do Plano e Finanças, Chaibo Selemane, pelo apoio prestado durante a testagem do método e pelas proveitosas contribuições dadas nas discussões. Aos Governos Distritais, nas pessoas da Senhora Administradora de Machaze, Alice Pedro Tamele, do Senhor Secretário Permanente de Machaze, Manuel Filipe de Almeida, do Senhor Administrador de Manica, José Fernando Tefula, e do Senhor Secretário Permanente de Manica, Joaquim Zefanias, pelo apoio prático e político. Às Equipas Técnicas Distritais (ETD) de Machaze e Manica e ao Senhor Arnaldo S. Mondlate da Repartição de Planificação e Desenvolvimento Local de Machaze pela boa cooperação e pelas suas proveitosas avaliações durante a testagem do método. À Coordenadora Nacional GTZ-PPFD (Maputo), Dr.a Claudia Maennling, pelo acompanhamento e pelos úteis comentários realizados acerca dos resultados do estudo e da apresentação dos resultados. Ao Coordenador Provincial GTZ-PPFD Manica (Chimoio), Eng. Pedro Paulino, pela facilitação do estudo. Ao Senhor Rodolfo Cândido (GTZ-PPFD Manica) pela participação e pelo apoio prestado não só na fase preparatória na Alemanha, mas também em todo o processo e sobretudo no Distrito de Manica. Ao Senhor Mário dos Santos Armando (GTZ-PPFD Manica) pelo acompanhamento e apoio prestado em especial durante o trabalho no Distrito de Machaze. Aos Técnicos da GTZ-PPFD Manica pelas excelentes observações feitas nas apresentações do conceito e dos resultados do estudo e ao pessoal Administrativo pelo apoio logístico dispensado para as deslocações aos Distritos e no âmbito da preparação da apresentação dos resultados do estudo em Maputo. Ao pessoal da GTZ-PPFD Maputo pela ajuda na preparação da apresentação dos resultados do estudo em Maputo. À Universidade Eduardo Mondlane (Maputo), em especial ao Prof. Dr. Samuel Quive, pelo apoio durante todo o processo. Agradecimentos vii Aos Senhores Prof. Dr. Samuel Quive, António Reina e Ivo Cumbana pela boa selecção dos membros Moçambicanos da equipa do estudo, nomeadamente, Edgar Cossa e Julião Gueze. Ao Senhor Dr. Rui Sixpence Conzane pelas informações sobre Moçambique e pela preparação na língua portuguesa. Aos Senhores Ivo Cumbana e Dr. Jaime Cossa pelo apoio prestado na fase preparatória do estudo. À Senhora Dr.a Karin Fiege pelo apoio prestado durante o estudo, sobretudo na fase preparatória, na elaboração do método e na revisão do presente relatório. Ao Prof. Dr. Theo Rauch pelos seus pertinentes comentários e sugestões durante a elaboração do método. À Agência de Desenvolvimento Económico da Província de Manica (ADEM) pelas informações úteis prestadas para o estudo. Aos Senhores Dr. Friedrich Kaufmann (GTZ) e Dr. J.D. Wijnhoud (SNV) pelos importantes comentários e sugestões. Ao Oficial do Programa ADIPSA da Região Centro, Dr. Rui Massuanganhe, pela disponibilização da pesquisa sobre as potencialidades económicas da Província de Manica. À Coordenadora do Desenvolvimento Rural / Descentralização DED Moçambique, Senhora Heike Meuser, pelas informações úteis para a preparação do estudo. Aos parceiros da GTZ-PPFD a nível provincial e distrital que participaram nas discussões sobre o conceito e os resultados do estudo e em especial aos Senhores Domingos Neto (KSM) e Orlando Bulamo (Concern) pelas informações sobre a planificação distrital. A todos os participantes dos Fóruns DEL nos Distritos de Manica e Machaze. Ao Senhor Marcus Zwenke (DED Manica) pelo suporte logístico e pelas informações dadas na fase preparatória no Distrito de Manica. viii Zusammenfassung Zusammenfassung Die vorliegende Studie beschäftigt sich mit lokaler Wirtschaftsentwicklung und der Integration von Fördermaßnahmen in die Distriktentwicklungspläne. Auftraggeber sind die mosambikanische Behörde zur Förderung ländlicher Entwicklung (DNPDR) und GTZ-PPFD. Mosambik ist eines der ärmsten Länder der Welt und Schwerpunktland der deutschen Entwicklungszusammenarbeit. Ungefähr 65 Prozent der Bevölkerung leben in ländlichen Gebieten. In diesem Rahmen wird im Schwerpunkt Ländliche Entwicklung/Dezentralisierung der deutschen EZ die Dezentralisierung von Planerstellung und Entscheidungsprozessen unterstützt. Das Programm GTZ-PPFD führte im Rahmen der mosambikanischen Dezentralisierungsstrategie in einzelnen Distrikten neue partizipative Planungsverfahren ein, die zu verbesserten Distriktentwicklungs- und -jahresplänen (PEDD und PESOD) führten. Es fehlte jedoch eine Methode, Maßnahmen zur lokalen Wirtschaftsförderung systematisch zu integrieren. Hintergrund Das mosambikanische Dezentralisierungsprogramm (PPFD) Der Dezentralisierungsprozess in Mosambik wurde in den 90er Jahren angestoßen und im Jahr 2003 das Gesetz zu lokalen Staatsorganen LOLE (Lei dos Órgãos Locais do Estado) verabschiedet, dem die Ausführungsbestimmungen im Jahre 2005 folgten. LOLE bildet die Basis für die Übertragung größerer Verantwortung und Autonomie an die Distrikte. Es bedeutet eine Dekonzentration des Zentralstaats, bei dem erstmals die Einbeziehung der Dorfgemeinschaften und der traditionellen Führer vorgesehen ist. Die Umsetzung ist bis heute von Distrikt zu Distrikt sehr unterschiedlich erfolgt. Erfolge sind vor allem dort zu verbuchen, wo eine Unterstützung durch Dezentralisierungsprojekte besteht. Im Jahre 2002 bzw. 2004 starteten unter der Beteiligung der mosambikanischen Regierung drei Programme verschiedener Geber und Durchführungsorganisationen (UNCDF, GTZ-PPFD und Weltbank) im Bereich der Dezentralisierung. 2006 führten diese Organisationen eine gemeinsame Evaluierung ihrer Programme durch und formulierten Empfehlungen für ein gemeinsames nationales Dezentralisierungsprogramm PPFD. Seit August 2007 liegt ein zweiter Entwurf vor, der zurzeit diskutiert wird. In diesem Vorschlag ist auch die lokale Wirtschaftsförderung Bestandteil des Programms. Zusammenfassung ix Das OIIL (Orçamento de Investimento e Iniciativas Locais) Neben der politischen und administrativen Dezentralisierung findet auch eine fiskalische Dezentralisierung statt. Dies geschieht einmal über verschiedene Sektorbudgets und zum anderen über Distriktbudgets. Im Jahr 2006 wurde zum ersten Mal auf Basis des OIIL ein eigenes Budget über 7 Mio. Meticais (ca. 300.000 USD) an die Distrikte ausbezahlt. Dies macht zwar weniger als 3% am Staatsanteil aus, trotzdem wurde das OIIL zum Symbol der zunehmenden Eigenständigkeit der Distrikte. Zuerst wanderte ein Großteil der 7 Mio. in Ausgaben in die Infrastruktur der Distriktadministration und wurde nicht wie gedacht in Projekte zur Armutsreduzierung verwendet. Darauf hin erließ das Ministerium für Planung und Finanzen im Mai 2006 eine Richtlinie, in der die Verwendung der Distriktbudgets für soziale Infrastruktur und Projekte zur Wirtschaftsentwicklung und Partizipation in Planung und Monitoring vorgegeben wurde. Nach Besuchen von Präsident Guebuza in einigen Distrikten zwischen März und Mai 2007 änderten sich die Vorgaben erneut. Seither dürfen mit den 7 Mio. lediglich Projekte zur Schaffung von Einkommen und Arbeitsplätzen sowie der Nahrungsmittelproduktion finanziert werden. Der Schwerpunkt der Budgetverwendung hat sich also von sozioökonomischen Infrastrukturmaßnahmen hin zu lokaler Wirtschaftsförderung verändert. Ziel der Studie Wie aufgezeigt wurde fehlt es den Distrikten an einer systematischen Möglichkeit, Wirtschaftsfördermaßnahmen zu definieren und in die Distriktentwicklungs- bzw. Jahrespläne aufzunehmen und somit einen sinnvollen Rahmen für die Verwendung der Distriktbudgets zu setzen. Ziel der Studie ist die Kompetenz der mulitsektoralen Planungsteams bei der Planung lokaler Wirtschaftsförderung zu verbessern. Um dies zu erreichen wurde mDEL, eine Methode zur Identifizierung ökonomischer Potentiale und deren Förderstrategien entwickelt. m-DEL wurde in der Provinz Manica in zwei Pilotdistrikten (Manica und Machaze) mit sehr unterschiedlichen Ausgangsbedingungen getestet. Es wurde ein Vorschlag für einen Planungsleitfaden als Arbeitsgrundlage zur Anwendung von m-DEL für die multisektoralen Planungsteams erstellt. Die Testphase wurde kontinuierlich dokumentiert. Diese Dokumentation dient als Grundlage für einen weiteren Testlauf und die Durchführung der Methode durch GTZ-PPFD. x Zusammenfassung Lokale Wirtschaftsentwicklung in Mosambik Um das Wirtschaftswachstum im Land anzukurbeln fördert die mosambikanische Regierung eine Strategie zu lokaler Wirtschaftsentwicklung (DEL- Desenvolvimento Económico Local). Die Hauptidee von DEL ist es, einen Fördermechanismus für die lokale Wirtschaft zu schaffen, der die Identifizierung von ökonomischen Potentialen integriert. Fördermaßnahmen zielen in erster Linie auf die Schaffung von Einkommen und Arbeitsplätzen ab. Die Ziele von DEL sind mit den Zielen von Armutsbekämpfung und der Verbesserung der Lebensumstände v.a. der ländlichen Bevölkerung verknüpft. Typische Interventionsbereiche sind dabei: y Schaffung eines günstigen Wirtschaftsklimas y Infrastruktur (z.B. Straßen, Elektrizitätsnetz) y Dienstleistungen für Unternehmen (z.B. Marktinformationen, Transport) y Finanzdienstleistungen (z.B. Mikrokredite) y Capacity Building (z.B. Fortbildungen für Buchhaltung) Bis heute existiert jedoch keine einheitliche nationale Strategie für lokale Wirtschaftsförderung. Die Pilotdistrikte Manica und Machaze Die beiden Pilotdistrikte Manica und Machaze liegen beide in der Provinz Manica. Manica liegt im Westen des Landes und grenzt an Zimbabwe und die Provinzen Gaza, Inhambane, Sofala und Tete. Manica wird vom sogenannten Beira-Korridor durchquert, der Hauptverkehrsachse zwischen Zimbabwe und der mosambikanischen Küstenzone mit dem Hafen von Beira. Dieser Handelsweg war lange von herausragender Bedeutung und stellt nach wie vor eine der Hauptentwicklungsachsen des Landes dar. Um die Übertragbarkeit von m-DEL in die verschiedensten mosambikanischen Distrikte sicherzustellen, wurden zwei Pilotdistrikte mit sehr unterschiedlichem Entwicklungsniveau gewählt. Der Distrikt Manica hat 155.677 Einwohner und liegt direkt am Beira-Korridor. Das Klima ist relativ günstig um Landwirtschaft zu betreiben. Manica ist einer der am weitesten entwickelten Distrikte in der Provinz mit einer relativ hohen Anzahl an Unternehmen und Händlern. Machaze mit seinen 98.000 Einwohnern ist im Gegensatz dazu einer der am wenigsten entwickelten Distrikte, liegt 2 Stunden von der Nationalstraße entfernt und leidet unter extremer Trockenheit. Zusammenfassung xi m-DEL Die entwickelte Methode m-DEL umfasst folgende Elemente. In einem ersten partizipativen Teil findet eine ökonomische Situationsanalyse des Distriktes statt. Dazu wird ein zweitägiger Workshop (Forum Lokale Wirtschaftsentwicklung) organisiert, an dem die Schlüsselakteure lokaler Wirtschaftsentwicklung teilnehmen und die aktuelle ökonomische Situation analysieren sowie über ihre Vorstellungen der wirtschaftlichen Entwicklung des Distrikts diskutieren. Mit dem Forum Lokale Wirtschaftsentwicklung wird gleichzeitig eine Plattform geschaffen, die eine Vernetzung von Privatsektor, öffentlichem Sektor und der Zivilgesellschaft anregt (Dynamisierung des Prozesses). Parallel zu diesem partizipativen Element findet eine Analyse von Sekundärdaten hinsichtlich der Aspekte der vorhandenen natürlichen Ressourcen und der verfügbaren Arbeitskraft statt. Wichtig für die Durchführung der ganzen Methode ist vorab die Auswahl einer Beraterorganisation, die durchgehend die Arbeit der multisektoralen Planungsteams begleitet und selbst mit durchführt. In einem weiteren Teil werden wirtschaftliche Aktivitäten mit Expansionspotential identifiziert. Es werden die Engpassfaktoren hinsichtlich der natürlichen Ressourcen, der verfügbaren Arbeitskraft und der Nachfrage berechnet (Triangulierung). Dies führen Beraterorganisation und die multisektoralen Planungsteams gemeinsam durch. Darauf folgend werden in einem weiteren partizpativen Schritt mit den Schlüsselakteuren für die lokale Wirtschaft (2. Forum lokale Wirtschaftsentwicklung) die förderungswürdigen Potentiale ausgewählt. In diesem Workshop wird anschließend anhand von Wertschöpfungsketten der Förder- und Dienstleistungsbedarf der ausgewählten Potentiale analysiert. Die Erarbeitung konkreter Fördermaßnahmen und die Identifizierung der möglichen Dienstleister und Marktpartner erfolgt in einem weiteren Workshop, in dem sich die Beraterorganisation und die multisektoralen Planungsteams den Rat von jeweiligen Experten hinzuholen. Mehrwert von m-DEL Was ist an m-DEL für die Distriktplanung neu? Mit Hilfe von m-DEL werden eine umfassende Analyse ökonomischer Potentiale und die Ableitung systematischer Förderstrategien in die Distriktplanung eingeführt. Dabei setzt m-DEL an den vorhandenen Potentialen eines Distrikts an und nicht an den existierenden Problemen, um konkrete Maßnahmen für die Distriktentwicklungsund –jahrespläne herzuleiten. xii Zusammenfassung Die Unterscheidung verschiedener Produktionsformen bei der Auswahl der förderungswürdigen Potentiale erleichtert eine Fokussierung der Handlungsempfehlungen auf bestimmte Zielgruppen. Mit der Schaffung der Foren lokale Wirtschaftsentwicklung wird die aktive Beteiligung der wirtschaftlichen Schlüsselakteure eines Distrikts ermöglicht und lokale Expertise miteinbezogen. Gleichzeitig stellen die Foren durch die Schaffung einer Plattform zwischen Privatsektor, öffentlichem Sektor und Zivilgesellschaft einen dynamisierenden Faktor für die Wirtschaftsentwicklung des Distrikts dar. In der Vergangenheit fanden Fortbildungen für die Planungsteams in der Regel in Workshops statt, die außerhalb ihrer täglichen Arbeit standen. Mit m-DEL und durch die ständige Begleitung der Beraterorganisation ist es möglich ein training on the job durchzuführen, bei dem die Planungsteams in der Methode geschult werden und diese direkt anwenden. Die Erfahrungen des ersten Testdurchlaufs lassen einige Schlussfolgerungen und Empfehlungen vor allem in organisatorischer Hinsicht zu. Beraterinstitution Es ist grundlegend, dass auf Provinzebene die notwendigen Bedingungen für eine Beraterinstitution herrschen, die die Kapazitäten besitzt, den Prozess zu leiten und durchzuführen. Motivation und Ausbildung der Planungsteams Es ist wichtig und notwendig, dass im Distrikt das Planungsteam von Beginn an in den Prozess integriert wird, damit die Teammitglieder genügend Ownership entwickeln und m-DEL ein vertrautes Instrument der Distriktplanung werden kann. Des Weiteren muss über finanzielle Anreize (Zahlung von Tagegeldern) für die Planungsteams nachgedacht werden. Distriktregierung Von großer Bedeutung ist, dass auch die Distriktregierung Ownership für den Prozess übernimmt und die Initiative ergreift. Die Distriktregierung muss m-DEL auf Provinzebene beantragen und den Prozess durchgehend begleiten. Zusammenfassung xiii Privatsektor Die Einbindung des Privatsektors war eine der größten Herausforderungen während des ersten Testlaufs. Um das existierende Misstrauen zwischen dem Privatsektor und der Distriktregierung zu überwinden, mussten die Ziele von m-DEL sehr genau erklärt werden. In Manica wurde eigens ein Runder Tisch während des zweiten Forums eingerichtet, in dem die speziellen Fragestellungen des Unternehmersektors diskutiert werden konnten. Externes Wissen Es ist maßgeblich, Experten und Kenntnisse außerhalb des Distriktes mit einzubeziehen, um z.B. innovative Potentiale, oder Potentiale, die eine Kooperation zwischen mehreren Distrikten erfordern, zu integrieren. Integration der Foren Lokale Wirtschaftsentwicklung in die Konsultativorgane Innerhalb der partizipativen Distriktplanung fungieren die Konsultativorgane auf den verschiedenen Verwaltungsebenen eines Distrikts als Entscheidungsorgane der Zivilgesellschaft. In einigen dieser Konsultativorgane existieren schon Wirtschaftsausschüsse. Es wäre daher ratsam, die Foren Lokale Wirtschaftsentwicklung in die Struktur der Konsultativorgane zu integrieren, um Synergieeffekte zu nutzen und eine Überschneidung der Aufgaben zu vermeiden. Weiterführung der Testphase Nachdem die Methode gemäß den Erfahrungen des Testlaufs angepasst wurde, ist es empfehlenswert einen zweiten Durchlauf in weiteren Distrikten auszuführen. Für diesen Test wird empfohlen, dass die GTZ weitere Anpassungen gemäß den Realitäten in den Distrikten vornimmt. Weiter wäre es wichtig, dass die GTZ den Prozess, der in den beiden Pilotdistrikten des ersten Testlaufs angestoßen wurde, weiter begleitet. Dies bezieht sich vor allem auf die Analyse der förderungswürdigen Potentiale, auf die im zweiten Forum Lokale Wirtschaftsentwicklung nicht näher eingegangen werden konnte. xiv Executive Summary Executive Summary The study deals with Local Economic Development (LED) and the integration of assistance measures into district development plans. It was commissioned by the Mozambican Department for Rural Development Assistance (DNPDR) and GTZPPFD. Mozambique is one of the poorest countries in the world and a priority partner country of German development cooperation. About 65 per cent of the population live in rural areas. In the priority area Rural Development/Decentralisation, German development cooperation supports the decentralisation of development planning and decision making processes. In the context of the Mozambican decentralisation strategy, the GTZ-PPFD programme introduced a new participatory planning process in selected districts that led to improved District Development Plans (PEDD) and Annual Plans (PESOD). Still lacking, however, was a method for the systematic integration of local business development measures. Background The Mozambican Decentralisation Programme (PPFD) The decentralisation process in Mozambique was launched in the 1990s. In 2003 the “Bill on Local Government Bodies” LOLE (Lei dos Órgãos Locais do Estado) was passed, followed by the regulatory statutes in 2005. LOLE established the legal basis for the devolution of additional responsibilities and autonomy to the district level. This represents a de-concentration of the central state, previewing for the first time to include village communities and local leaders. To date the implementation varies considerably from district to district. It is particularly successful in districts that are supported by decentralisation projects. In 2002 and 2004, respectively, three decentralisation programmes were launched by different donor- and implementation organisations (UNCDF, GTZ-PPFD and World Bank) in cooperation with the Mozambican government. In 2006 these programmes were jointly evaluated by these organisations and recommendations were given for a combined national decentralisation programme PPFD. Since August 2007 the second draft is being discussed. In this proposal the promotion of Local Economic Development (LED) is part of the programme. Executive Summary xv The OIIL (Orcamento de Investimento e Iniciativas Locais) The political and administrative decentralisation process goes along with a fiscal decentralisation that is on the one hand realised via different sectoral budgets and on the other hand via the district budgets. 2006 was the first year that the districts were paid their own budget of 7 million Meticais (approx. 300,000 US$), based on the OIIL. This represents less than 3 per cent of the government share; nonetheless the OIIL has become a symbol of the growing independence of the districts. At first the bulk of this 7 million was invested in the infrastructure of the district administrations and was not utilised in poverty reduction projects, as intended. Subsequently, in May 2006 the Ministry of Planning and Finances enacted a guideline requiring that the district budgets be spent on social infrastructure and projects on economic development and participation in planning and monitoring. After visits by President Guebuza to some districts between March and May 2007 the guidelines were again revised. Since then solely projects on income- and employment generation as well as food production may be financed with the 7 million budget. The focus of the budget allocation has thus shifted from socio-economic infrastructure measures to the promotion of Local Economic Development. Objective of the study The districts lack a systematic possibility to define business development measures and integrate them into district development plans and annual plans in order to set up an appropriate framework for the utilisation of the district budgets. The objective of the study is to improve the expertise and capacity of the multisectoral planning teams in the promotion of Local Economic Development. In order to achieve this, a new method dubbed “m-DEL” was devised. It is supposed to identify economic potentials and necessary promotion strategies and was tested in the province of Manica in two pilot districts with extremely different preconditions, Manica and Machaze. As a working basis for the application of m-DEL, a draft proposal for a planning guideline was compiled for the multisectoral planning teams. The test phase was continuously documented. This documentation provides the basis for a further test run and the implementation of the method by GTZ-PPFD. xvi Executive Summary Local Economic Development in Mozambique In order to promote domestic economic growth the Mozambican government supports the strategy for Local Economic Development (LED/ DEL- Desenvolvimento Económico Local). The main idea of DEL is to create a support mechanism for local business that integrates the identification of economic potentials. Support measures primarily aim at generating income and employment opportunities. The objectives of DEL are closely connected with the overall goals of poverty reduction and the improvement of living conditions of the rural population in particular. Typical areas of intervention are: y Generating a favourable business environment y Infrastructure (e.g. roads, electricity grid) y Provision of services for business companies (e.g. market information, transport) y Financial services (e.g. micro credits) y Capacity building (e.g. training for accountancy). Up to now, however, there is no consistent national strategy for the promotion of Local Economic Development. The pilot districts Manica and Machaze The two pilot districts Manica and Machaze are both located in the province of Manica. The province lies in the west of the country, bordering Zimbabwe and the provinces of Gaza, Inhambane, Sofala and Tete. The so-called Beira Corridor, a principal road and rail axis between Zimbabwe and the Mozambican coastline with the Beira harbour, traverses Manica from west to east. This trade route has long been of particular strategic importance and still represents one of the country’s main development corridors. In order to ensure the transferability of m-DEL to various Mozambican districts, two pilot districts with distinctly different levels of development were chosen. The district of Manica has 155,677 inhabitants and is situated directly along the Beira Corridor. The climate is relatively favourable for agriculture. It is one of the most developed districts of the province with a relatively high number of businesses and traders Machaze, by contrast, is one of the least developed districts, counting 98,000 inhabitants, situated two hours off the national road and characterised by extreme aridity. Executive Summary xvii m-DEL The developed method m-DEL comprises the following elements. In a first participatory part an economic situation analysis of the district takes place. For this, a two-day workshop (Forum Local Economic Development) is organised where the key actors of Local Economic Development participate and analyse the current economic situation as well as discussing their ideas on the economic development of the district. At the same time, the Forum Local Economic Development serves as a platform encouraging an exchange between the private sector, the public sector, and society (dynamisation of the process), while in parallel to this participatory element an analysis of the secondary data is run, concerning the aspects of available naturaland labour resources. It is important for the implementation of the method to select an advisory organisation in advance which constantly accompanies and actively supports the work of the multisectoral planning teams. In a further part economic activities with expansion potential are identified. The bottlenecks regarding the aspects of available natural- and labour resources as well as demand are calculated (triangulation). This task is done by the advisory organisation in cooperation with the multisectoral planning teams. Subsequently, in another participatory workshop together with the key actors for local economy, the eligible potentials are chosen (Second Forum Local Economic Development). During this workshop the support- and service requirements of the chosen potentials are assessed by means of value chain analysis. The formulation of concrete support measures and the identification of possible service providers and market partners is effected in a further workshop where the advisory organisation and the multisectoral planning teams get advice from the respective experts or consultants. Added value of m-DEL What is new about m-DEL for district planning? With m-DEL a comprehensive analysis of economic potentials and the deduction of systematic support strategies is introduced into the district planning process. Deriving concrete measures for the district development- and annual plans, the method assesses the given potentials without focusing on existing problems. Differentiating the forms of production during the choice of eligible potentials helps to focus on guidance recommendations for the particular target groups. The creation of the Forums Local Economic Development allows the active participation of key economic actors of a district and includes local expertise. At the same time, the forums constitute a dynamising factor for the economic development xviii Executive Summary of a district by providing and encouraging an exchange between the private sector, the public sector, and society. In the past, advanced trainings for the planning teams took place in workshops off the job. With m-DEL and the constant support of the advisory organisation it is possible to offer a training on the job where the planning teams learn the method and apply it directly. The experience of the first test run allows to draw a number of consequences and organisational recommendations. Advisory organisation It is of essential importance that on province level the necessary conditions are provided for an advisory organisation that has the capacity to lead and implement the process. Motivation and training of the planning team It is important and necessary to include the planning team on district level in the process right from the beginning in order for the team members to develop enough ownership and for m-DEL to become a familiar instrument for district planning. Furthermore, financial incentives (per diem allowances) for the planning teams have to be considered. District government It is highly relevant that the district government assumes ownership for the process and takes initiative. The district government has to apply for m-DEL on province level and has to accompany the process continuously. Private sector The involvement of the private sector was one of the greatest challenges during the first test run. In order to overcome the existing distrust between the private sector and the district government, the objectives of m-DEL had to be explained very carefully and accurately. In Manica a round table was specially organised during the second forum, where the specific questions of the entrepreneurial sector could be discussed. External knowledge It is essential to include expert knowledge from outside the district in order to integrate e.g. innovative potentials or potentials that require cooperation between several districts. Executive Summary xix Integration of the Forums Local Economic Development into the consultative bodies Within the participatory district planning the consultative bodies on different administrative levels of a district act as decision making bodies of the civil society. Some of these consultative bodies already have economic committees. It would therefore be advisable to include the Forums Local Economic Development into the structure of the consultative bodies so as to make use of the synergy effects and avoid an overlap of tasks. Extension of the test run After having adapted the method according to the experiences of the test run, it would be advisable to run a second test in further districts. For this test GTZ should make further adaptations according to the specific circumstances in the districts. It would further be important that GTZ continues to accompany the process that was initiated in the two pilot districts of the first test run. This refers especially to the analysis of eligible potentials that could not be addressed adequately in the Second Forum Local Economic Development. xx Sumário executivo Sumário executivo O presente estudo concentra-se no Desenvolvimento Económico Local (DEL) e na integração de medidas de promoção nos Planos de Desenvolvimento Distrital e foi solicitado pela Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural (DNPDR) e pelo programa PPFD da GTZ. Moçambique é um dos países mais pobres do mundo e é considerado um país prioritário da Cooperação alemã para o Desenvolvimento. Atendendo a que cerca de 65 por cento da população vive em zonas rurais, a Cooperação alemã para o Desenvolvimento apoia, na área prioritária “Desenvolvimento Rural /Descentralização”, a descentralização da elaboração de Planos e dos processos de decisão. No âmbito da estratégia moçambicana de descentralização, o programa GTZ-PPFD introduziu novos procedimentos participativos de planificação em vários distritos, o que se reflectiu na melhoria dos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Distrital (PEDD) e dos Planos Económicos Sociais e Orçamentos Distritais (PESOD). No entanto, não existia ainda um método para integrar de forma sistemática as medidas de promoção ao Desenvolvimento Económico Local. Enquadramento O Programa de Descentralização em Moçambique (PPFD) Em Moçambique, o processo de descentralização teve início nos anos 90, tendo a Lei dos Órgãos Locais do Estado (LOLE) sido aprovada em 2003 e o respectivo regulamento em 2005. A LOLE constitui a base para a transferência de maior responsabilidade e autonomia para os Distritos, ao prever uma desconcentração do estado centralizado e, pela primeira vez, a integração das comunidades e das autoridades tradicionais. Até hoje, o grau de implementação varia muito de distrito para distrito. Registam-se progressos sobretudo onde o processo é apoiado através de projectos de descentralização. Em cooperação com o Governo moçambicano, tiveram início em 2002 e em 2004 três programas de diferentes doadores e organizações implementadoras (UNCDF, GTZ-PPFD e Banco Mundial) na área da Descentralização. Em 2006, estas organizações realizaram uma avaliação conjunta dos seus programas e formularam recomendações para um programa nacional conjunto de Descentralização (PPFD). Desde Agosto de 2007 existe uma segunda proposta que está actualmente em fase de discussão. Esta proposta inclui também no Programa a promoção do Desenvolvimento Económico Local (DEL). Sumário executivo xxi O Orçamento de Investimento e Iniciativas Locais (OIIL) Paralelamente à descentralização política e administrativa, está também a ser implementada a descentralização fiscal. Isso acontece por um lado através de vários orçamentos sectoriais e por outro através do orçamento distrital. Com base no OIIL, os Distritos receberam pela primeira vez em 2006 um orçamento próprio de 7 Mio. Meticais (cerca de 300.000 USD). Embora esse montante constitua menos de 3% do orçamento nacional, o OIIL tornou-se um símbolo da crescente autonomia dos Distritos. Inicialmente, uma grande parte dos 7 milhões foi utilizada para cobrir despesas de infra-estruturas da administração e não, como estava previsto, aplicada em projectos para redução da pobreza. Na sequência desse facto, em Maio de 2006 o Ministério do Plano e Finanças aprovou uma directriz estipulando a utilização do orçamento distrital para infra-estruturas sociais e para projectos de desenvolvimento económico e a participação na planificação e na monitoria. Depois de uma série de visitas aos distritos realizada pelo Presidente Guebuza entre Março e Maio de 2007, houve uma nova alteração dessas determinações. Desde então, os 7 milhões destinam-se apenas ao financiamento de projectos para geração de rendimento e criação de postos de trabalho, assim como de produção de alimentos. A tónica da execução orçamental passou, portanto, de medidas de infra-estruturas sócio-económicas para a promoção do Desenvolvimento Económico Local. Objectivo do estudo Tal como foi descrito, não existe nos Distritos um procedimento sistemático que permita definir medidas de apoio ao desenvolvimento económico e integrá-las nos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Distrital (PEDD) e nos Planos anuais distritais. Não existe pois a possibilidade de enquadrar a utilização do orçamento distrital num todo coerente. O objectivo do estudo aqui apresentado é melhorar a competência das Equipas Técnicas Distritais (ETD) multisectoriais para a planificação da promoção da economia local. Para isso, foi desenvolvido o m-DEL, um método para a identificação de potencialidades económicas e de estratégias para a sua promoção. O m-DEL foi testado na Província de Manica em dois Distritos piloto (Manica e Machaze) onde existem condições muito diversas. Como base de trabalho para a utilização do m-DEL pela Equipa Técnica Distrital multissectorial foi elaborada uma proposta de um guião de planificação. A fase experimental foi continuamente documentada. Esta documentação serve de base para uma segunda testagem e para a implementação do método pela GTZ-PPFD. xxii Sumário executivo Desenvolvimento Económico Local em Moçambique Para incrementar o crescimento económico do País, o Governo moçambicano apoia uma estratégia de Desenvolvimento Económico Local (DEL). A ideia principal do DEL é criar um mecanismo de promoção da economia local que integre a identificação de potencialidades económicas. As medidas de promoção visam em primeira linha a geração de rendimento e a criação de postos de trabalho. Os objectivos do DEL estão ligados aos objectivos do combate à pobreza e da melhoria das condições de vida, sobretudo da população rural. As áreas típicas de intervenção são: y Criação de um ambiente económico favorável y Infra-estruturas (por exemplo estradas, rede eléctrica) y Serviços de negócios (por exemplo informações sobre o mercado, transportes) y Serviços financeiros (por exemplo micro-crédito) y Desenvolvimento de capacidades (por exemplo formação em contabilidade) No entanto até hoje não existe uma estratégia nacional uniforme para a promoção do Desenvolvimento Económico Local. Os Distritos-Piloto Manica e Machaze Os dois Distritos-piloto Manica e Machaze situam-se ambos na Província de Manica. A Província de Manica situa-se a oeste do País e é limitada pelo Zimbabué e pelas Províncias de Gaza, Inhambane, Sofala e Tete. É atravessada pelo chamado corredor da Beira, o principal eixo rodoviário entre o Zimbabué e a zona costeira moçambicana, com o porto da Beira. Esta via comercial foi, durante muito tempo, extremamente importante e continua a ser um dos principais eixos de desenvolvimento do país. Para assegurar a transmissibilidade do m-DEL para os diversos distritos moçambicanos, foram escolhidos dois Distritos-piloto com níveis de desenvolvimento muito diferentes. O Distrito de Manica tem 155.677 habitantes e situa-se directamente no corredor da Beira. O clima é relativamente favorável à prática da agricultura. Manica é um dos Distritos mais desenvolvidos da Província, com um número relativamente elevado de empresários e comerciantes. Pelo contrário, o Distrito de Machaze com os seus 98.000 habitantes é um dos menos desenvolvidos, situa-se a duas horas de distância da estrada nacional e é extremamente afectado pela estiagem crónica. Sumário executivo xxiii m-DEL O método m-DEL desenvolvido é composto pelos elementos que a seguir se apresentam. Numa primeira fase participativa é realizada uma análise económica da situação no Distrito. Para isso é organizado um Workshop de dois dias (Fórum Desenvolvimento Económico Local), no qual participam os actores-chave do Desenvolvimento Económico Local que analisam a situação económica actual e discutem as suas ideias sobre o desenvolvimento económico do distrito. Através do Fórum Desenvolvimento Económico Local é criada simultaneamente uma plataforma que promove a articulação entre o sector privado, o sector público e a sociedade civil (dinamização do processo). Paralelamente a este elemento participativo, é feita uma análise de dados secundários relativos aos recursos naturais e à mão-de-obra existentes. Para implementar o método é importante seleccionar previamente uma organização facilitadora, que acompanha continuamente o trabalho das Equipas Técnicas Distritais multisectoriais e que está também envolvida na sua realização. Na fase seguinte são identificadas as actividades económicas com possibilidades de expansão. São calculados os factores limitantes no que se refere aos recursos naturais, à mão-de-obra disponível e à procura (triangulação). Esse trabalho é realizado conjuntamente pela organização facilitadora e pelas Equipas Técnicas Distritais multisectoriais. Seguidamente são seleccionadas as potencialidades a serem promovidas, no âmbito de mais um passo participativo envolvendo os actores-chave para a economia local (2° Fórum para o Desenvolvimento Económico Local). No final deste Workshop, analisam-se as necessidades de promoção e de prestação de serviços para as potencialidades seleccionadas com base em cadeias de valores. Ainda num outro Workshop são elaboradas medidas concretas de promoção e são identificados os possíveis provedores de serviços e parceiros de mercado, sendo a organização facilitadora e as Equipas Técnicas Distritais assessoradas por peritos da respectiva área. Valor acrescentado do m-DEL O que traz o m-DEL de novo para a planificação distrital? Mediante a utilização do m-DEL é feita uma análise exaustiva das potencialidades económicas, com base na qual são introduzidas estratégias sistemáticas de promoção na planificação distrital. O m-DEL parte das potencialidades existentes num distrito e não dos problemas existentes, para daí definir medidas concretas para os Planos de desenvolvimento distrital e planos anuais distritais. xxiv Sumário executivo A diferenciação de várias formas de produção, na selecção das potencialidades a serem promovidas, facilita o direccionamento das recomendações de intervenção para determinados grupos-alvo. Com a criação dos Fóruns de Desenvolvimento Económico Local torna-se possível a participação activa dos actores-chave para a economia de um distrito e a incorporação dos conhecimentos locais. Simultaneamente os Fóruns constituem, através da criação de uma plataforma entre o sector privado, o sector público e a sociedade civil, um factor dinamizador para o desenvolvimento económico do Distrito. Foram já realizados treinamentos para as Equipas Técnicas Distritais em geral no âmbito de Workshops e, portanto, desenquadrados do seu trabalho diário. Com o mDEL e através do acompanhamento contínuo pela organização facilitadora torna-se possível realizar um training on the Job (formação na prática), no qual as Equipas Técnicas Distritais são capacitadas para a utilização do método e o aplicam directamente. As experiências resultantes da primeira testagem permitem formular algumas conclusões e recomendações, sobretudo no que se refere ao aspecto organizacional. Organização facilitadora É essencial que existam, a nível da província, as condições necessárias para uma organização facilitadora com capacidade para dirigir e implementar o processo. Motivação e Formação das Equipas Técnicas Distritais É importante e necessário que a Equipa Técnica Distrital seja integrada no processo desde o início, para que haja suficiente apropriação por parte dos membros da equipa e o m-DEL se possa tornar um instrumento habitual da planificação distrital. Deve também reflectir-se sobre a possibilidade de incentivos financeiros (pagamento de per diems) para as Equipas Técnicas Distritais. Governo Distrital É extremamente importante que o Governo Distrital assuma a apropriação do processo e tome a iniciativa. O Governo Distrital tem que requerer o m-DEL a nível da Província e acompanhar continuamente o processo. Sumário executivo xxv Sector privado O envolvimento do sector privado foi um dos maiores desafios durante a primeira fase de testagem. Para ultrapassar a desconfiança existente entre o sector privado e o Governo Distrital foi necessário esclarecer muito detalhadamente os objectivos do m-DEL. Em Manica foi criada uma mesa redonda específica para discutir questões especiais do sector empresarial durante o segundo Fórum. Conhecimentos externos É fundamental envolver peritos e conhecimentos exteriores aos Distritos, para integrar, por exemplo, potencialidades inovadoras ou potencialidades que exijam uma cooperação entre vários Distritos. Integração dos Fóruns de Desenvolvimento Económico Local nos órgãos consultivos (IPCCs) No âmbito da planificação distrital participativa, os órgãos consultivos (IPCCs) funcionam nos diferentes níveis administrativos de um distrito como órgão de decisão da sociedade civil. Em alguns destes órgãos consultivos existem já comissões de economia. Seria pois aconselhável integrar os Fóruns de Desenvolvimento Económico Local na estrutura dos órgão consultivos, para assim aproveitar os efeitos sinergéticos e evitar uma duplicação de tarefas. Continuação da fase experimental Após o método ter sido adaptado de acordo com as experiências realizadas durante a primeira aplicação do teste, é recomendável realizar uma segunda testagem noutros Distritos. Para este segundo teste recomenda-se que a GTZ faça outras adaptações, de acordo com a realidade em cada distrito. Além disso, é importante que a GTZ continue a acompanhar o processo que foi iniciado nos dois Distritos-piloto da primeira testagem, em especial no que se refere à análise de potencialidades a serem promovidas, já que no segundo Fórum Desenvolvimento Económico Local não foi possível aprofundar esse aspecto. xxvi Índice de figuras Índice de figuras Figura 1: Os distritos-piloto na Província de Manica ...................................................1 Figura 2: No Distrito de Manica ...................................................................................6 Figura 3: O mercado em Chitobe (Sede do Distrito de Machaze) .............................11 Figura 4: O mercado em frente da Assembléia Municipal da Cidade de Manica ......20 Figura 5: Cajueiro em Chitobe...................................................................................22 Figura 6: Passos do m-DEL.......................................................................................30 Figura 7: Apresentação dos resultados do 1° Fórum DEL em Machaze ...................33 Figura 8: Uma das potencialidades económicas no Posto Administrativo de Save (Machaze) ..................................................................................................36 Figura 9: 2° Fórum DEL em Machaze .......................................................................40 Abreviaturas xxvii Abreviaturas ADAMA Associação dos Agricultores de Manica ADEL Agências de Desenvolvimento Económico Local ADEM Agências de Desenvolvimento Económico Local da Província de Manica AEA Alfabetização e Educação de Adultos AIM Agência de Informação de Moçambique CCD Conselho Consultivo Distrital CL Conselho Local Concern Worldwide ONG de Desenvolvimento Irlandesa DEL Desenvolvimento Económico Local DPO Departamento de Plano e Orçamento DPPF Direcção Provincial do Plano e Finanças DNEP Direcção Nacional de Estudos e Análises de Políticas DNPDR Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural DRP Diagnóstico Rural Participativo EDR Estratégia de Desenvolvimento Rural EPAP Equipa Provincial de Apoio à Planificação EP1 e EPC Ensino Primário e Ensino Primário Completo ESG Ensino Secundário ETD Equipa Técnica Distrital GTZ Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (Cooperação Técnica Alemã) HAI Health Alliance International (Aliança Internacional para a Saúde) IPCC Instituição de Participação e Consulta Comunitária KSM Associação - Kwaedza Simukai Manica LOLE Lei dos Órgãos Locais do Estado xxviii Abreviaturas MAE Ministério da Administração Estatal m-DEL Método Desenvolvimento Económico Local MDF Ministério das Finanças MPD Ministério da Planificação e Desenvolvimento Mts Meticais OF Organização Facilitadora OIIL Orçamento de Investimento de Iniciativas Locais OIT Organização Internacional do Trabalho ONG Organização Não Governamental OSEO Œuvre Suisse d´Entraide Ouvrière (Ajuda obreira Suiça) PARPA Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta PDHL Programa para o Desenvolvimento Humano a nível Local PEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital PES Plano Económico Social PESOD Plano Económico Social e Orçamento Distrital PESOP Plano Económico Social e Orçamento Provincial PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PPFD Programa de Planificação e Finanças Descentralizadas PRODER Programa de Desenvolvimento Rural SLE Seminar für Ländliche Entwicklung (Curso de pósgraduação - Cooperação Internacional Desenvolvimento) SNV ONG de Cooperação Holandesa SP Secretário Permanente UEM Universidade Eduardo Mondlane UNCDF United Nations Capital Development Fund e Índice Índice Prefácio .......................................................................................................................v Agradecimentos.......................................................................................................... vi Zusammenfassung ................................................................................................... viii Executive Summary.................................................................................................. xiv Sumário executivo ..................................................................................................... xx Índice de figuras ..................................................................................................... xxvi Abreviaturas ...........................................................................................................xxvii 1 Motivo do estudo ................................................................................................. 3 2 Contexto .............................................................................................................. 5 2.1 O programa de descentralização em Moçambique ............................... 6 2.1.1 O enquadramento legal do PPFD ..........................................................8 2.1.2 Processo de implementação ..................................................................9 2.1.3 Concepção de descentralização na cooperação alemã para o Desenvolvimento ..................................................................................10 2.2 2.2.1 O conceito DEL ....................................................................................11 2.2.2 Antecedentes do DEL em Moçambique e as abordagens estratégicas actuais para a sua implementação...................................13 2.2.3 Planificação distrital..............................................................................15 2.2.4 O financiamento do DEL ......................................................................18 2.3 3 Desenvolvimento Económico Local em Moçambique ......................... 11 Situação nos Distritos-piloto ................................................................ 19 2.3.1 Distrito de Manica.................................................................................20 2.3.2 Distrito de Machaze..............................................................................22 A primeira testagem do m-DEL ......................................................................... 24 3.1 Características principais do m-DEL ................................................... 24 3.2 Actores no âmbito do m-DEL .............................................................. 25 3.2.1 Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural ...............25 3.2.2 Organização facilitadora a nível provincial ...........................................25 3.2.3 Agências de Desenvolvimento Económico Local .................................26 3.2.4 Equipa Provincial de Apoio à Planificação ...........................................27 3.2.5 Governo Distrital...................................................................................27 3.2.6 Equipa Técnica a nível distrital.............................................................28 3.3 Passos do m-DEL................................................................................ 30 Índice 4 Considerações finais e recomendações............................................................ 44 Bibliografia................................................................................................................ 47 Glossário .................................................................................................................. 49 Anexo ....................................................................................................................... 51 I Resultados da primeira testagem do método m-DEL ............................................. 51 II Análise dos dados secundários ............................................................................. 61 III Termos de Referência .......................................................................................... 71 1 Figura 1: Os distritos-piloto na Província de Manica 2 Motivo do estudo 1 3 Motivo do estudo No âmbito do processo de descentralização política, administrativa e financeira de Moçambique, a cooperação alemã actua na área do desenvolvimento rural prestando assessoria técnica à planificação distrital e fomentando a participação activa da população local, do sector privado e de organizações não governamentais no processo de tomada de decisão. Entretanto, em mais de metade dos 128 distritos de Moçambique, começaram a formar-se equipas técnicas de planificação distrital que abrangem diferentes sectores do desenvolvimento local. Estas equipas multi-sectoriais formularam planos de desenvolvimento distrital que constituem a base para os planos anuais distritais. O programa da GTZ-PPFD acompanhou estes processos em vários distritos introduzindo técnicas de planificação participativa (por exemplo, zonificação) e garantindo uma melhor integração da população local nos planos de desenvolvimento distrital. Ao longo desse acompanhamento, notou-se que os planos de desenvolvimento continham sobretudo propostas sócio-económicas, em especial nas áreas de infraestrutura, educação e saúde, prestando-se pouca atenção à formulação de medidas concretas no âmbito do desenvolvimento económico. Foi neste contexto que a GTZ-PPFD Manica propôs a realização de um trabalho metodológico de três meses com o fim de preencher as lacunas observadas nos planos distritais existentes. Para o estudo, foram escolhidos os Distritos de Manica e Machaze, ambos na Província de Manica. Trata-se de dois Distritos, que, do ponto de vista da situação e do desenvolvimento económico, apresentam enormes disparidades. As diferenças entre os dois Distritos referem-se não só ao crescimento económico, mas também ao tipo de planificação distrital realizado até hoje pelas Equipas Técnicas Distritais. Verifica-se que há diferença na qualidade dos planos e na forma de realizar o levantamento de dados, partindo-se, num caso, do levantamento e da análise de problemas do Distrito para se chegar a propostas de solução, e noutro caso, da busca e da escolha de potencialidades produtivas de geração de rendimento e de emprego visando o desenvolvimento económico distrital. 4 Motivo do estudo É neste contexto, e aproveitando a cooperação existente entre a Universidade Humboldt de Berlim e a Universidade Eduardo Mondlane em Maputo, que a equipa do SLE (Curso de pós-graduação “Cooperação Internacional e Desenvolvimento”), integrada por cinco jovens profissionais da Alemanha, um chefe da equipa e dois estudantes finalistas moçambicanos, recebe a missão de levar a cabo a criação e testagem de um método para identificar potencialidades económicas e desenvolver estratégias para a sua promoção a nível distrital. Contexto 2 5 Contexto Desde a assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992, Moçambique tem vivido uma das histórias de maior sucesso de reconstrução e recuperação económica de pósguerra em África (EDR, 2006). Moçambique estabeleceu uma agenda económica, social e política ambiciosa, envidando simultâneamente esforços no sentido de consolidar a estabilidade macro-económica. Como resultado, na última década, o país apresentou taxas de crescimento económico de, em média, 7%, uma média que se situa acima da média do continente (AIM, 2007). Apesar destes índices, a questão pertinente que se coloca é a da abrangência do efeito deste crescimento para a população rural, já que uma crítica comum que vem sendo feita é a de que os índices de crescimento económico se devem sobretudo à realização de mega-projectos, sobretudo na zona Sul do país. As médias e pequenas empresas que, pelo seu grande potencial para a criação de emprego, poderiam ser um verdadeiro motor para a economia do país, contribuem muito pouco para estes índices (Canal de Moçambique, 2006). Uma das condições prévias para atingir um desenvolvimento económico deste tipo é a criação de mecanismos para envolver as zonas rurais, pois elas representam cerca de 99% dos 799.388 km² do território Moçambicano e albergam 65% da população (EDR, 2006). Em Moçambique, existe uma grande disparidade entre os centros urbanos e as zonas rurais, o que também é consequência do facto de, durante as primeiras décadas do período pós-independência, se ter seguido um sistema centralizado de planificação, partindo apenas dos sectores a nível nacional (MPD, 2006). No entanto, a partir de 1991, regista-se uma mudança no sistema de planificação, com o envolvimento mais directo dos distritos no processo e com a introdução da planificação estratégica e multisectoral. A visão actual é a de que, desta forma, as províncias e os distritos possam elaborar estratégias adequadas ao nível regional e local e aplicar os fundos necessários para melhorar a prestação de serviços para a população, dando assim um contributo mais eficaz para a redução da pobreza. No País, cerca de 50% da população ainda vive em situação de pobreza absoluta. É neste contexto que, em 1996/7, a legislação sobre as autarquias abre o caminho para a criação de municípios e povoações autónomos, com os seus próprios planos e orçamentos. Com a aprovação da LOLE (Lei dos Órgãos Locais do Estado) em 2003, o distrito passa a ser oficialmente considerado a unidade básica do sistema de planificação e passa a preparar os seus próprios planos estratégicos e operacionais. Gozando deste estatuto, o distrito recebe meios para a operacionalização do seu plano de desenvolvimento a partir do orçamento distrital. Isto porque a LOLE, além 6 Contexto de definir o distrito como unidade orçamental, prevê também a introdução de mudanças administrativas que favorecem uma melhor coordenação intersectorial a nível provincial e distrital. O desafio actual neste contexto consiste na operacionalização destas mudanças o que inclui, por um lado, o desenho de estruturas e de mecanismos administrativos e, por outro, a capacitação dos Governos provinciais e distritais. Por exemplo, no âmbito da promoção da economia, existe ainda pouca experiência em como tratar este assunto de forma integrada, ou seja, juntando as capacidades do nível provincial e distrital e dos diferentes sectores de uma forma sistemática. Este estudo visa contribuir para a concretização das mudanças administrativas através do m-DEL (método de Desenvolvimento Económico Local), como instrumento para a planificação descentralizada no âmbito da promoção da economia local. 2.1 O programa de descentralização em Moçambique Figura 2: No Distrito de Manica Contexto 7 A implementação do m-DEL, enquadra-se no processo de descentralização no País, cujos diferentes aspectos vão ser apresentados neste capítulo. O processo de planificação e finanças descentralizadas foi iniciado nos anos 90 e desde então, tem-se baseado em três vertentes paralelas: no desenvolvimento político, legal e administrativo; nas experiências e iniciativas locais; e nos projectos de assistência técnica. Tal como referido anteriormente, a LOLE marcou o início da transferência de mais responsabilidades para os órgãos locais. Esta lei foi complementada em 2005, com a promulgação dos regulamentos da LOLE que representaram o início das reformas do sector público. Os distritos receberam mais responsabilidades e autonomia em termos das políticas internas e da tomada de decisões. Foram ainda regulamentados o mecanismo da planificação participativa e o papel dos Conselhos Locais (CL), que assumem as tarefas de aconselhar o Governo local, monitorar e avaliar os resultados do seu trabalho. Através desta legislação, o processo de desconcentração e descentralização de funções e responsabilidades do Estado central ganhou dinâmica e, ao mesmo tempo, foram pela primeira vez integradas as comunidades locais na política e planificação distrital. A execução e implementação desse processo varia de distrito para distrito e depende das experiências de intervenções já existentes e de programas de cooperação internacional nesta matéria. Como antecedentes do Programa Nacional de Planificação e Finanças Descentralizadas (PPFD) foram implementados, na área de descentralização, três programas de diferentes doadores (UNCDF, GTZ/PRODER e Banco Mundial), em cooperação com o Governo moçambicano. Em 2006, os três doadores internacionais fizeram uma avaliação conjunta e formularam recomendações para o programa nacional do PPFD. 8 Contexto A ideia principal do PPFD consiste na interligação entre o nível nacional e os níveis descentralizados. O PPFD nacional baseia-se nos sete princípios seguintes 1 : 1. O distrito é a base de planificação e desenvolvimento 2. Observância da legislação em vigor e metodologia aplicáveis 3. Liderança do Governo 4. Progressiva integração nos sistemas de financiamento nacionais 5. Gestão do conhecimento 6. Ambiente facilitador e dinâmico 7. Boa governação e transparência na prestação de serviços ao cidadão. Os objectivos específicos do PPFD baseiam-se em quatro pilares: fortalecimento da participação e planificação estratégica e operacional a nível local; melhoramento da capacidade de implementação da gestão operacional, garantia do controlo e observância das normas assim como o desenvolvimento das instituições e dos recursos humanos a nível distrital. Em suma, o conceito do PPFD preconiza a subordinação das responsabilidades, das tarefas de desenvolvimento e da planificação aos distritos do País. Para a promoção do desenvolvimento local sustentável, o programa PPFD visa melhorar especificamente a capacidade institucional dos Governos Locais de modo a que sejam capazes de planificar e gerir, de forma participativa e transparente, o desenvolvimento sócio-económico. Seguidamente são apresentados o enquadramento legal e o processo do PPFD em Moçambique, assim como a concepção de descentralização da cooperação alemã. 2.1.1 O enquadramento legal do PPFD O enquadramento legal do programa de descentralização baseia-se na legislação nacional. Neste âmbito, o programa confere particular realce à LOLE e ao SISTAFE (Sistema de Administração Financeira do Estado), à Legislação sobre Aquisições do Estado (procurement), ao Guião sobre Participação Comunitária e à Lei do Ordenamento Territorial e Regulamentação sobre Planos de Uso da Terra 2 . Do ponto de vista político, o programa de descentralização relaciona-se com diferentes políticas sectoriais e linhas estratégicas no contexto da política nacional, reunidas no Programa Quinquenal do Governo (2005-2009), que teve como referência o PARPA (Plano de Acção para a Redução da Pobreza e Promoção do 1 2 Para mais detalhes, vide o 1°Draft do Relatório para o PPFD 2007. Para mais informações, vide o 1° Draft do Documento do Programa PPFD, p. 7. Contexto 9 Crescimento Económico, 2001-2005). O PARPA, actualizado a primeira vez em 2006 (PARPA II), foi elaborado em coordenação com doadores internacionais. O Plano Quinquenal define os objectivos das políticas sectoriais e as estratégias de intervenção que são priorizadas pelo Governo para um prazo de cinco anos (Proposta do Programa do Governo 2005). Acordado com o PARPA II (2006-2009), o plano governamental em vigor tem como componente principal, além da focalização mais específica no desenvolvimento rural através da promoção económica nas zonas rurais, o fortalecimento do processo de descentralização através da melhoria da governação nos níveis locais, da expansão de infra-estrutura básica e da criação de um ambiente favorável ao crescimento do sector produtivo. 2.1.2 Processo de implementação A aprovação do PPFD ainda está em discussão na Comissão Interministerial 3 a nível nacional, estando, no entanto, o processo de implementação já a decorrer e formando parte central da política nacional em Moçambique. A discussão actual a nível nacional sobre a política de descentralização mostra que o PPFD está em processo de operacionalização, pelo que vai precisar de mais discussões políticas e de muito mais tempo ainda para a sua implementação no futuro. Os primeiros programas a nível provincial foram iniciados, mas o processo da realização e materialização das políticas descentralizadas em termos técnicos está no início e as instituições locais estão em fase de criação. Portanto, a última versão do PPFD ainda não está formulada. O relatório mais recente para a formulação do PPFD foi publicado como proposta (2° Draft) no contexto da assistência técnica ao Ministério de Planificação e Desenvolvimento (MPD), pela empresa de consultoria Métier. O presente documento retoma a síntese quer da experiência existente quer das decisões do Governo nesta matéria e resume a discussão da Comissão Interministerial a nível nacional. Isto significa, mais uma vez, que o PPFD está ainda em processo de aprovação e implementação e que os documentos oficiais são documentos de orientação, servindo como proposta para o PPFD final. 3 Nela participam por exemplo o Ministério da Planificação e Desenvolvimento, o Ministério da Administração e Economia e o Ministério das Finanças. 10 2.1.3 Contexto Concepção de descentralização na cooperação alemã para o Desenvolvimento Nas reformas e no processo da descentralização de Moçambique, a cooperação alemã presta uma contribuição orientada para o alcance de impactos políticos, administrativos, financeiros e materiais. Neste processo, a cooperação alemã actua principalmente a nível central, fazendo incidir a sua acção na melhoria do sistema em termos estruturais. Por seu lado, as medidas a nível regional e local têm um carácter complementar. Devido à longa experiência que a Alemanha possui com o seu sistema federal, a sua intervenção na área da promoção da descentralização é largamente aceite em quase todos os países da África Subsahariana (BMZ 2006). A GTZ-PPFD, como organização da cooperação alemã que tem como uma das suas principais estratégias o „Desenvolvimento Rural“, apoia os esforços do Governo moçambicano no âmbito da descentralização e da modernização do Estado, a favor do desenvolvimento das zonas rurais de Moçambique. Neste contexto, a GTZ-PPFD actua nas três províncias de Inhambane, Manica e Sofala. O objectivo geral do programa é aproveitar o potencial económico e social das três províncias de maneira orientada para o combate à pobreza e com a participação da população. Para alcançar este objectivo, o programa actua na área de: 1. Planificação participativa, promoção da participação dos cidadãos e capacitação dos actores a nível provincial e distrital. 2. Capacitação de instituições estatais e da sociedade civil na implementação dos planos provincial e distrital. 3. Controle interno e externo dos orçamentos distritais, 4. Apoio às instituições para a participação da população (IPCC). O método de promoção do Desenvolvimento Económico Local m-DEL, que foi elaborado no âmbito deste estudo e que será apresentado no capítulo 3, enquadrase na concepção de descentralização da cooperação alemã, na medida em que: Primeiro, a capacitação institucional e técnica dos distritos, é um dos pressupostos básicos da cooperação. O acompanhamento na aplicação do método permite que as Equipas Técnicas Distritais se apropriem do mesmo. Segundo, a participação da população nas decisões que lhes dizem respeito é um princípio fundamental da cooperação alemã. A criação de Fóruns onde os actoreschave da economia do distrito têm a possibilidade de influenciar os planos distritais e as intervenções do Estado na economia local está em consonância com este princípio. Contexto 2.2 11 Desenvolvimento Económico Local em Moçambique Figura 3: O mercado em Chitobe (Sede do Distrito de Machaze) Como referido no ponto anterior, o PARPA II e o Programa Quinquenal do Governo formam o quadro institucional de referência para o Programa Nacional da Descentralização (PPFD). Considerando a última decisão do Governo nacional, o Desenvolvimento Económico Local (DEL) passou a constituir um componente do PPFD, fazendo parte do 1° pilar que tem como objectivo específico a consolidação do processo da participação e a planificação estratégica a nível distrital. 2.2.1 O conceito DEL Devido à ausência de um sector produtivo que ocupe muitas pessoas e a uma taxa de desemprego elevada, o Governo moçambicano pretende dinamizar o crescimento da economia em todo país. Para o conseguir, o Governo promove uma estratégia de desenvolvimento económico a nível local, chamada DEL. 12 Contexto A ideia principal do DEL é criar um mecanismo de promoção da economia local que integre a identificação de potencialidades económicas. Os objectivos do DEL estão ligados aos objectivos do combate à pobreza e da melhoria das condições de vida, sobretudo da população rural. As actividades promovidas no âmbito do DEL relacionam-se directamente com a criação de postos de trabalho e a geração de rendimento. Para alcançar estes objectivos, o DEL promove actividades produtivas no distrito. De acordo com as informações oficiais disponíveis, as linhas estratégicas do DEL visam o melhoramento do ambiente empresarial através da promoção do desenvolvimento de micro, pequenas e médias empresas e da criação de um sistema financeiro através de instituições financeiras a nível provincial e distrital 4 . Combinadas com exemplos de medidas concretas, são identificadas e discutidas no âmbito do DEL as seguintes áreas típicas de intervenção (PNUD 2004): y Criação de um ambiente económico favorável: a criação de uma atitude e de políticas favoráveis aos actores económicos, tendo como resultados, entre outros, a regulação, inspecção e autorização de actividades económicas, de uma forma simples e eficaz; y Infra-estruturas: estradas, rede de electricidade, rede de abastecimento de água; y Serviços de negócios (apoio às actividades económicas): extensão, informações sobre mercados, tecnologias (por exemplo: insumos) e transportes; y Serviços financeiros: instituições de crédito e microcrédito com esquemas de crédito especialmente orientados para as necessidades das pequenas e médias empresas, actuando em áreas com potencialidade para gerar rendimento e emprego, de uma forma social e ecologicamente sustentável. y Desenvolvimento de capacidades: treinamento e acompanhamento na área de gestão para pequenas e médias empresas. Treinamento e acompanhamento para que produtores familiares possam entrar no mercado. A lista de possíveis áreas de intervenção mostra existirem diferentes opções de promoção económica a nível local. Ou seja, a lista de medidas concretas de promoção pode ser diferente de um distrito para outro, já que cada distrito pode decidir o seu caminho de desenvolvimento económico com base nas suas potencialidades e num processo de planificação participativa. Isto significa que o DEL é um processo de desenvolvimento participativo que estimula parcerias entre 4 Para mais informações, vide os seguintes documentos: PNUD 2004, PPFD 1° Draft 2006, Manual de Planificação Distrital 2007 (Volume 4). Contexto 13 as principais partes interessadas do sector privado e público num determinado território 5 . No próximo capítulo vamos referir as abordagens estratégicas que são discutidas no âmbito da implementação do DEL em Moçambique. 2.2.2 Antecedentes do DEL em Moçambique e as abordagens estratégicas actuais para a sua implementação Com o fim da guerra civil em 1992 e as primeiras eleições políticas em 1994, começou em Moçambique o processo de transformação de um sistema socialista para a democracia e a economia de mercado. No início, o enquadramento legal era inadequado para desenvolver a economia de mercado no País, as instituições jurídicas e administrativas não funcionavam de maneira eficaz, não havia nenhuma garantia para a propriedade privada e faltavam os serviços básicos para ampliar e aumentar as actividades económicas do sector privado (Hassam & Wijnhoud 2006). Neste contexto, nos últimos anos, o Governo moçambicano e os doadores internacionais promoveram a criação de um sistema económico baseado no mercado. No âmbito da política de descentralização, o enfoque do desenvolvimento económico é colocado nos níveis locais, quer dizer, nos distritos e municípios (Hassam & Wijnhoud 2006). No entanto, até hoje não existe uma estratégia uniforme para a promoção do Desenvolvimento Económico Local e ainda se discutem diferentes conceitos de promoção económica. Neste capítulo, vamos resumir os antecedentes do DEL em Moçambique, as estruturas e as abordagens existentes em termos da planificação e da organização da implementação do DEL. A primeira experiência do DEL em Moçambique foi lançada pelo Programa para o Desenvolvimento Humano a Nível Local (PDHL) entre 1998 e 2003. Neste âmbito, o PNUD foi o coordenador do PDHL e o MAE a contraparte nacional, em representação do Governo. Desde o início, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) entrou no processo de implementação, como instituição da cooperação internacional que promove a capacitação e a estruturação da implementação do DEL nas províncias. A nível nacional, foi constituída uma Comissão Interministerial e uma Rede Nacional das Agências de Desenvolvimento Económico Local (ADEL), visando a troca de experiências e a formação de uma Plataforma Nacional do DEL. A OIT, até hoje, 5 Essa definição do DEL é de uma apresentação da DNPDR em Berlim, dia 20.06.2007. 14 Contexto continua a ser o principal facilitador externo na criação de estruturas de promoção e planificação do DEL a nível nacional e provincial 6 . Para facilitar e promover o processo de implementação do DEL, foram criadas as ADEL, com o apoio da OIT. Em termos da promoção do Desenvolvimento Económico, as ADEL apresentam-se como facilitadoras da organização técnica e estratégica a nível provincial, no sentido de desenvolver linhas estratégicas de promoção económica e acompanham a realização de projectos concretos ao nível distrital. Deste modo, as ADEL constituem um mecanismo de promoção e implementação do DEL nas províncias. Essas agências fazem parte de uma estratégia concreta e formam uma estrutura física de acompanhamento do processo para operacionalizar a planificação da promoção económica. As agências não são instituições governamentais, mas são iniciadas e promovidas pela DNPDR a nível nacional. Os serviços que as ADEL devem prestar incluem muitas áreas técnicas e, em termos gerais, são os seguintes: a) Promoção territorial; b) Capacitação e assistência técnica; c) Implementação de projectos; d) Assistência financeira a projectos; e) Mobilização de recursos e parcerias estratégicas. Até hoje foram constituídas ADEL em seis províncias: Maputo, Manica, Sofala, Zambézia, Nampula e Gaza. A nível nacional, a DNPDR promove a ampliação da rede nacional das ADEL e a criação de ADEL em todas as províncias do país. Além da criação de estruturas técnicas através das ADEL para realizar e coordenar a promoção económica nas províncias, são discutidas outras abordagens sobre uma estratégia nacional da implementação do DEL. No âmbito das discussões actuais sobre uma estratégia nacional do DEL, é importante considerar as abordagens do DEL de Iván Vásquez 7 e da organização de cooperação holandesa SNV, já que ambos têm numerosas experiências de trabalho nesta área. Iván Vásquez entende que uma estratégia do DEL como parte do processo de planificação participativa e finanças descentralizadas em Moçambique precisará da integração do DEL no ciclo da planificação existente e do seu enquadramento jurídico. Segundo o seu conceito, as ADEL formam a estrutura central para a implementação do DEL nas províncias e em todos os distritos. Vásquez considera como componentes cruciais para a promoção do DEL, a 6 7 Estas informações foram retiradas de uma apresentação da DNPDR em Berlim, no dia 20.06.2007. Iván Vásquez é assessor de finanças distritais do PPFD-Nampula. Contexto 15 passagem de orçamentos financeiros para o nível local, a formação e capacitação dos técnicos, o melhoramento de infra-estrutura de serviços de produção e comercialização e ainda melhor disponibilidade de informações sobre os mercados internos e externos 8 . Como objectivo estratégico da planificação do DEL, Vásquez define a identificação dos vectores de Desenvolvimento Económico Local em cada distrito e a inserção das medidas de promoção económica nos planos distritais (PEDD e PESOD). Por seu lado, a organização de cooperação holandesa (SNV) também se tem dedicado, nos últimos anos, a promover e a prestar consultoria no âmbito da implementação do DEL a nível local. O objectivo crucial da sua abordagem estratégica consiste em desenvolver um ambiente de negócios favorável ao crescimento do sector privado e em atrair mais investimentos para os distritos. A política de descentralização começou em 1992, depois do fim da guerra civil e criou novas estruturas administrativas a nível local. Por ser um processo jovem, até hoje, essas estruturas estão em processo de criação e ainda não estão consolidadas. A abordagem do SNV focaliza as suas linhas estratégicas no melhoramento do trabalho das instituições estatais através da capacitação dos políticos e dos técnicos a nível provincial e distrital. Segundo a abordagem da SNV, os componentes principais para criar um bom ambiente de negócios são (Hassam & Wijnhoud 2006): A capacitação dos actores locais, sobretudo do Governo local e dos técnicos, e o melhoramento da cooperação entre diferentes actores e instituições no âmbito da promoção económica. Além disto, é preciso ampliar a infra-estrutura e os serviços para a produção e comercialização e criar estrategicamente mais ligações entre as zonas rurais e os centros urbanos. Tal como a proposta de Vásquez, a abordagem da SNV considera a criação duma boa governação local como factor crucial para desenvolver um ambiente de negócios favorável para o sector privado. Neste contexto, a dinâmica do sector privado é vista como motor do Desenvolvimento Económico Local. 2.2.3 Planificação distrital A nova política do Governo considera o distrito como pólo de desenvolvimento. Isso conferiu à planificação distrital uma nova importância, tendo passado a ser participativa, através de consulta comunitária. O Desenvolvimento Económico Local ou a promoção de actividades económicas a nível distrital têm que fazer parte desta 8 As informações obtidas foram retiradas de uma apresentação de Iván Vásquez, em Agosto 2006. 16 Contexto planificação, o que significa que os planos distritais devem incluir estratégias e medidas concretas de promoção da economia local. Nos distritos foram formadas novas Equipas Técnicas Distritais (ETD), que são equipas multi-sectoriais para responder à necessidade de planificar de forma multisectorial e integrada. A elaboração dos planos varia de distrito para distrito. Dependendo da presença institucional, a elaboração é apoiada por ONGs ou pelas instituições de planificação a nível nacional. Mas também existem distritos onde os planos são elaborados só pelo Governo distrital ou com pouca assistência técnica (Métier 2005, p. 7). Em entrevistas com duas ETD e ONG locais, foram obtidas informações sobre o trabalho que realizam no âmbito da planificação distrital, em especial, no que diz respeito aos últimos planos distritais. O fundo de finanças descentralizadas constitui a base financeira para a implementação do PEDD. As propostas das actividades financiadas são apresentadas por associações ou pessoas singulares e, subsequentemente, aprovadas pelos Conselhos Locais do Posto Administrativo e do Conselho Consultivo Distrital. Mais tarde, procede-se à aprovação pela Administração do Distrito. Além dos conselhos acima referidos, também há associações que participam no processo como beneficiárias. Elas próprias escolhem o que podem implementar e financiar. O último diagnóstico distrital foi elaborado por sectores e nas comunidades. Para a sua realização e elaboração, bem como para a selecção de projectos, foram utilizadas ferramentas participativas, estando a moderação do processo a cargo da ETD. Na elaboração do diagnóstico, foram incluídos os relatórios mensais, trimestrais e anuais da Equipa Técnica e as acções de outras organizações. Num distrito, cinco jovens das comunidades foram eleitos pelas ONG e pelo Governo e foram formados para apoiar o processo de elaboração do plano. Dados da localidade (dos Conselhos Locais) foram compilados e organizados para o plano do Posto Administrativo. Estes planos foram agrupados de novo a nível do distrito, foram discutidos no Conselho Consultivo Distrital e depois entraram no PEDD. Para identificar as necessidades das comunidades, a ETD utilizou questionários como ferramenta. A tarefa de monitoria é da responsabilidade da ETD, com apoio da DPPF. Os membros das IPCC ou os chefes das localidades reportaram que houve algumas obras mal feitas até ao nível do Governo distrital (por exemplo, a má qualidade de tijolos para uma escola). Contexto 17 Todos os anos são realizadas avaliações. Há dois tipos de avaliação que têm lugar em encontros nos diferentes níveis: Primeiro, a avaliação do PEDD e depois a das acções dos parceiros que não fazem parte do PEDD. Para o PES, tem havido uma reunião de balanço no fim de cada ano em que se esclare o que foi feito e o que não foi feito. Para as avaliações tem havido sessões extraordinárias do CCD. Aspectos positivos e constrangimentos da planificação distrital As ETD opinam que o processo participativo é positivo porque permite que a população se responsabilize e tome consciência da sua apropriação. Além disso, cria a possibilidade de as comunidades falarem dos seus problemas. Outro efeito positivo foi a criação de Comités de Desenvolvimento. Constataram-se alguns constrangimentos no trabalho da ETD, nomeadamente, a falta de um escritório fixo, de transporte e logística, sobretudo para fazer monitoria. Um outro constrangimento consiste na demora na disponibilização do financiamento e na ausência de harmonização entre os planos distritais e os dos financiadores. Também se notou-se a falta de coordenação a nível provincial para evitar sobreposições. A participação, sobretudo a das mulheres, é difícil porque elas estão ocupadas com tarefas domésticas (procurar água e alimentação). Num dos Distritos, o diagnóstico encontrou dificuldades devido à saturação da população em relação ao trabalho desta natureza por, apesar de terem sido feitas muitas promessas, a sua situação até hoje não ter registado melhorias significativas. No outro Distrito, o problema que surgiu durante a implementação, foi o facto de não ter aparecido nenhum prestador de serviços. A ONG local KSM revela a sua visão acerca das dificuldades do processo de implementação dos planos: lamenta que o Governo Distrital costume bloquear o acompanhamento crítico do processo de implementação dos planos por parte da sociedade civil, só convidando os seus representantes para momentos de comemoração de sucessos. Também critica a falta de capacitação para as IPCC poderem monitorar o processo de implementação e a falta de vontade de exigir qualidade do Governo devido a interesses partidários. Analisando os planos distritais, nota-se a falta de medidas concretas e sistemáticas para a promoção económica. Não existe uma estratégia concreta para cumprir esta nova tarefa a nível distrital. 18 Contexto 2.2.4 O financiamento do DEL O processo de descentralização política e administrativa em Moçambique deve ser sempre acompanhado pela desconcentração de recursos orçamentais para os distritos. Em termos gerais, e segundo os mecanismos do fluxo financeiro, existem duas linhas para transferência de recursos do orçamento para os distritos: 8. Descentralização territorial 9. Desconcentração via sectorial Isto significa que uma grande parte da transferência de recursos do orçamento se relaciona, por um lado, com os programas e os planos de investimento de cada sector e por outro, com a promoção económica (por exemplo, agricultura, indústria e comércio, etc.) a nível distrital. Outro tipo de financiamento relaciona-se directamente com a descentralização territorial, sendo os recursos repassados para os distritos, que se responsabilizam pela tomada de decisão e pela execução. O processo de implementação do DEL a nível distrital é acompanhado e promovido pelo novo fundo do orçamento de investimento conhecido por Orçamento de Investimento e Iniciativas Locais (OIIL). No biénio 2006-2007, foram alocados pelo Governo cerca de 2.000 milhões de Mts da componente interna de investimento, os quais foram aplicados em projectos definidos a nível dos distritos com a participação das comunidades através das IPCC. Isso significa que no ano de 2006 foram desembolsados, pela primeira vez, 7 milhões de Mts para cada um dos 128 distritos de Moçambique. Embora isso represente apenas 3% do orçamento nacional, é considerado um símbolo do processo de descentralização. Depois de uma visita do Presidente de Moçambique às províncias, o Governo decidiu que, a partir deste ano (2007), os recursos do OIIL só podem ser utilizados para projectos de geração de emprego e rendimento e, concretamente, para a promoção de actividades de produção de alimentos nos distritos. Em termos do procedimento para a implementação de projectos de geração de renda e emprego e de produção alimentar, existem critérios de referência e restrições para o uso do fundo do OIIL. Os critérios de elegibilidade são os seguintes (Anexo I do Documento Oficial do MPD e MDF, 2007): y Os projectos promovidos devem ser necessários para a comunidade, y Devem privilegiar o uso dos recursos locais (humanos, materiais e naturais), y Devem ser concedidos a associações, micro-empresas e singulares, y Devem ser viáveis, sustentáveis e recomendados pelos Conselhos Locais, y E não podem exceder um valor máximo definido. Contexto 19 Para se ter uma orientação em relação aos projectos que podem ser financiados, existe uma lista de projectos (vide Anexo I do Documento Oficial do MPD e MDF, 2007) para os Governos locais, que enumera kits particulares. Para a promoção de actividades produtivas que geram emprego e rendimento alistam-se kits de produção de diferentes sectores económicos como por exemplo, kits para marceneiros, para ferreiros e latoeiros, para pescadores, etc. Em termos da produção alimentar considera–se o financiamento dos insumos e de equipamentos agrícolas (por exemplo, enxadas, catanas, tractores, etc.) em geral. Tal como mencionado anteriormente, existe uma lista de actividades económicas que podem ser financiadas por parte do Estado, mas ainda não existem estratégias e visões para a promoção de uma actividade ou de um sector económico de forma sistemática tanto a nível distrital como a nível provincial. Os kits surgem como uma tentativa de usar os fundos recebidos no âmbito do OILL para a promoção da economia local, mas não se enquadram numa planificação sistemática e baseada na realidade específica de cada distrito. Existe pois a necessidade de dispôr de um método de planificação do DEL, que garanta o uso eficiente dos fundos. O m-DEL representa uma possibilidade de preencher esta lacuna existente na planificação distrital. 2.3 Situação nos Distritos-piloto Depois de ter sido abordado o Desenvolvimento Económico Local em Moçambique, passa-se à descrição da província de Manica, onde a GTZ implementa, em conjunto com o parceiro nacional, o programa de descentralização PPFD/PRODER. A GTZPPFD-Manica, que solicitou o presente estudo, e a entidade contraparte, a DNPDR, seleccionaram dois Distritos da Província de Manica, nomeadamente, Manica e Machaze para a testagem do método elaborado no âmbito do estudo. A Província de Manica está situada no oeste do país e faz fronteira com o Zimbabwe e as províncias de Gaza, Inhambane, Sofala e Tete. Esta Província está dividida em nove distritos: Guro, Tambara, Barue, Macossa, Manica, Gondola, Sussundenga, Mossurize e Machaze. A capital é a cidade de Chimoio que se encontra no centro da Província, na estrada que liga a Beira ao Zimbabwe. Com 6,7% (1.243.000) dos habitantes da totalidade do país, a Província tem uma densidade populacional de 20 habitantes por km² (2003) (Directório Comercial de Moçambique). No PARPA II (2006, p. 12) a percentagem estimada de pessoas que vivem na pobreza é de 43,6% para Manica, em comparação com 54,1% a nível nacional. O método elaborado no âmbito do estudo deve ser aplicável e transferível para todo o país. Assim, o critério de selecção utilizado foi o de que os dois Distritos-piloto fossem muito diferentes em termos socio-económicos. Isso levou à escolha dos 20 Contexto Distritos de Manica e Machaze. O Distrito de Manica foi escolhido por ser um dos mais desenvolvidos da província de Manica, com um número de empresários e comerciantes relativamente elevado; o de Machaze, pelo contrário, é economicamente menos desenvolvido e com muitas limitações no âmbito de vias de acesso, exploração de recursos, telecomunicações e electricidade. 2.3.1 Distrito de Manica Figura 4: O mercado em frente da Assembléia Municipal da Cidade de Manica Este Distrito possui 155.677 habitantes e é atravessado pelo corredor da Beira que constitui a principal ligação rodoviária e ferroviária entre o Zimbabwe e a zona costeira de Moçambique. Do ponto de vista administrativo, o Distrito divide-se em cinco postos administrativos, nomeadamente, Manica-Sede, Machipanda, Mavonde, Messica e Vandúzi, com um total 13 Localidades (Directório Comercial de Moçambique, p. 71). O Distrito tem uma área de terra arável de cerca de 439.100 hectares, dos quais 75.411 hectares são usados pelo sector familiar. Existem 135 operadores agropecuários com pedidos de uso e aproveitamento da terra que ocupam uma área de 89.926 ha. 19 desses operadores são da República do Zimbabwe. A área Contexto 21 actualmente irrigada é estimada em 1.662 hectares e, pelas boas características dos recursos hídricos, tem um alto potencial para ser expandida futuramente (Diagnóstico Distrital Manica, p. 24). A situação socio-económica do Distrito de Manica é a mais diversificada de toda a província. Aproximadamente 40% da população tem acesso a água potável. Exceptuando o Posto Administrativo de Mavonde, todos os outros estão ligados à rede nacional de electricidade. (Diagnóstico Distrital Manica, p. 56). A rede escolar é composta por 67 escolas do EP1, 15 escolas do EPC, 5 escolas do EP2 (85 escolas do ensino primário), 5 escolas do ESG1, 1 escola do segundo ciclo e 68 centros de AEA (Diagnóstico Distrital Manica, p. 34). A rede sanitária do Distrito é constituída por 2 centros de saúde, 16 postos de saúde e 7 postos de socorros (Diagnóstico Distrital Manica, p. 60). Neste Distrito, as principais vias de comunicação com importância regional e internacional são as estradas nacionais nº.6 e nº.102. Estas são asfaltadas e possibilitam a ligação entre a costa, o Zimbabwe e a província de Tete (Diagnóstico Distrital Manica, p. 50). O Distrito possui a barragem hidroeléctrica de Chicamba e diversos recursos minerais (PEDD Manica, p. 56). 7% da população distrital vive da mineração artesanal. Existem também diferentes empresas de minas, mas que não representam a principal fonte de emprego no Distrito. O comércio fronteiriço informal com o Zimbabwe joga um importante papel, dada a fronteira comum entre este distrito e aquele país vizinho. Embora a situação económica no Zimbabwe tenha piorado muito, a importância do país vizinho é visível. Devido a essa proximidade com o Zimbabwe, a cidade de Manica também possui diversos estabelecimentos hoteleiros e restaurantes muito frequentados. Em geral, o Governo de Moçambique acredita muito no potencial turístico de Manica e está disposto a investir nesse sector. De uma forma geral, Manica apresenta uma grande diversidade de oportunidades económicas, muitas das quais, aparentemente, ainda não estão a ser aproveitadas. Até agora, a população rural não tem usufruído em grande escala do desenvolvimento económico que se verifica no Distrito. Alguns constrangimentos no Distrito são, por exemplo, para o sector privado agrário as vias de acesso inadequadas, a falta de acesso a produtos e insumos agrícolas, drogas veterinárias e ao crédito agrário. Outros problemas são os elevados custos de transporte e energia (Diagnóstico Distrital Manica, Manica, p. 32). A mineração cria problemas ambientais em certas zonas e especialmente a mineração artesanal também representa grandes riscos de vida para os mineiros. 22 2.3.2 Contexto Distrito de Machaze Figura 5: Cajueiro em Chitobe O Distrito tem dois Postos Administrativos (Chitobe-Sede e Save) com nove Localidades (Directório Comercial de Moçambique, p. 71). Dos 98 mil habitantes do Distrito, 55% estão em idade de trabalhar (15 a 64 anos) e 38% constitui a população economicamente activa. 98% desta população activa são trabalhadores por conta própria e a maioria são mulheres. A dependência económica é muito alta, pois por cada 10 crianças ou anciões existem apenas 11 pessoas em idade activa (Perfil Machaze, p. 24). Machaze possui cerca de 650 mil hectares de terra potencialmente arável dos quais 22 mil, menos de 2%, são explorados pelo sector familiar em condições de sequeiro (Perfil Machaze, p.5). Machaze é um dos distritos economicamente menos desenvolvidos da província de Manica. O comércio de pequena escala, a indústria local (carpintaria, artesanato) e a pesca artesanal constituem alternativas à actividade agrícola (Perfil Machaze, p.6). Em Chitobe existem dois geradores, sendo um da Administração do Distrito e outro da Direcção Distrital da Saúde (PEDD Machaze, p. 24). A sede tem energia eléctrica Contexto 23 diariamente das 18 às 23 horas. Em termos de telecomunicações, o Distrito tem três telefones públicos; não existe rede de telefone móvel, vulgo celular (nem mcel nem vodacom). A rede escolar do Distrito é composta por 52 escolas do EP1, 21 escolas do EPC, 1 escola do ESG1 e 44 centros de AEA (Informe do Governo 2007, p. 10). Os constrangimentos existentes na área da agricultura são a estiagem crónica e as técnicas agrícolas rudimentares. A deficiência da rede rodoviária e das vias de acesso é um problema generalizado (PEDD Machaze, p. 20). Contudo, a falta de um sistema formal de crédito e a ausência de uma instituição bancária no Distrito limitam fortemente o desenvolvimento das actividades económicas. (Perfil Machaze, p.6). As doenças mais frequentes são a malária, diarreia, DTS e SIDA (Perfil Machaze, p. 21). 24 3 A primeira testagem do m-DEL A primeira testagem do m-DEL O m-DEL é uma ferramenta para a planificação distrital. Neste capítulo é apresentado de forma concreta o funcionamento desta ferramenta e a forma como ela pode fazer parte das estruturas e políticas existentes em Moçambique. Para começar, definiremos as características principais do m-DEL. Depois, abordaremos a lógica do método, explicando a necessidade de o DEL ser um processo dinâmico que incentiva ligações entre os actores-chave da economia distrital. Na última parte deste capítulo, concretizaremos a nossa proposta, apresentando os actores e o seu respectivo papel no âmbito do método, e fazendo uma breve introdução aos passos que compõem o procedimento. Nesta última parte, apresentaremos também as experiências vividas durante a testagem nos Distritos de Manica e Machaze. Elas indicam aspectos que precisam de uma atenção especial na futura testagem e aplicação do m-DEL. 3.1 Características principais do m-DEL O m-DEL baseia-se em duas vertentes interligadas. Na primeira vertente olhamos para o m-DEL como componente integral dos ciclos de planificação distrital, ou seja, como um procedimento que aplica a lógica clássica do planeamento estratégico na área da economia. Isto quer dizer que se começa por identificar vectores de desenvolvimento que podem ser vistos como linhas estratégicas a médio e longo prazo e que entram nos PEDD. É com base nestas linhas que se procede à elaboração de medidas concretas de promoção da economia local. Estas podem entrar tanto no PEDD como nos PESOD. A planificação concreta da promoção da economia é um assunto complexo que não se realiza a curto prazo. Por isso, o mDEL prevê que, depois da identificação das linhas estratégicas, a elaboração de medidas concretas se processe de acordo com a capacidade de gestão do respectivo distrito. Isto significa que em cada ano se planifica nos PESOD apenas o número de medidas que realisticamente poderão ser implementadas durante o ano. Ainda na primeira vertente, o m-DEL contribui para integrar e harmonizar a planificação vertical com a planificação horizontal, através da consideração explícita das políticas sectoriais existentes. A segunda vertente parte do princípio que os factores cruciais para o sucesso de uma iniciativa de m-DEL são a integração dos actores-chave da economia distrital na tomada de decisões e a dinamização do processo através da promoção de ligações entre estes actores. Muitas vezes, é a falta de ligações e de confiança entre A primeira testagem do m-DEL 25 grupos de actores que impede uma boa cooperação, o que pode chegar a ser um sério constrangimento para as actividades de cada um dos actores no distrito. É por esta razão que o m-DEL visa aproximar os diferentes actores-chave (sector privado, Governo, ONG, líderes comunitários), através da criação de uma plataforma para a articulação contínua dos diferentes interesses e necessidades. Tal espaço pode servir de base para criar um ambiente de confiança e transparência, o que, por sua vez, promove a dinamização do processo de desenvolvimento económico. No nosso método, essa plataforma recebe o nome de “Fórum de Desenvolvimento Económico Local”, sendo formado por 20 a 25 actores-chave e facilitado pela ETD. Durante um ciclo de planificação, o Fórum DEL reúne-se pelo menos duas vezes. Depois de serem iniciadas as primeiras medidas, o Fórum serve como mecanismo de monitoria e avaliação e inicia também o processo de identificação de novas medidas de promoção a partir das linhas estratégicas já definidas. 3.2 Actores no âmbito do m-DEL 3.2.1 Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural A Direcção Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural (DNPDR) é a entidade responsável pelo processo DEL a nível nacional e, como tal, tem a tarefa de providenciar o apoio institucional necessário para que o nível provincial possa dar o acompanhamento adequado aos distritos. Na mesma função, monitora e avalia o trabalho a nível provincial. Experiências durante a testagem: A DNPDR prestou apoio político durante a testagem, mas nem sempre disponibilizou pessoal para acompanhar todos os passos do método. Durante o 2° Fórum DEL no Distrito de Manica, um representante da DNPDR enfatizou o apoio político da DNPDR ao processo de Desenvolvimento Económico a nível Distrital. No fim da primeira testagem do método, a DNPDR indicou um departamento seu que irá funcionar na DPPF como instituição do Governo a nível provincial para dar continuidade ao processo DEL, já iniciado a nível distrital, mediante o método testado nos Distritos de Manica e de Machaze. 3.2.2 Organização facilitadora a nível provincial Para poder dirigir os processos DEL nos distritos, é necessária uma organização facilitadora (OF), que não só trabalhe em conjunto com as ETD, mas também com outros actores do Governo distrital. A OF também actua como entidade formadora para a ETD. Essa variedade de tarefas requer certas características e capacidades: 26 A primeira testagem do m-DEL 10. Técnicos suficientes (3 a 4 técnicos para garantir um acompanhamento contínuo aos distritos durante a aplicação do método e na implementação) 11. Capacidade financeira 12. Capacidade/experiência do quadro técnico: a) Experiência na gestão de projectos b) Experiência com processos participativos c) Experiência na formação de técnicos distritais d) Nível universitário. Preferivelmente de uma área relacionada com a Economia No fim da primeira testagem, não estava ainda claro que entidade poderia cobrir estas necessidades a nível provincial. É sabido que a coordenação do processo estará na mão da DPPF, nomeadamente do Departamento provincial da DNPDR, dentro da DPPF, mas ainda não se sabe ao certo se este Departamento se vai responsabilizar directamente pela implementação. A possibilidade de outros actores provinciais, como os quadros da EPAP ou uma ADEL, assumirem a implementação dependeria, em primeiro lugar, da sua aptidão em termos dos critérios acima formulados. Uma elemento importante do processo DEL é a capacitação da ETD para o gerir. A primeira testagem mostrou que a melhor maneira de capacitar a ETD neste sentido é o treinamento na prática. Isto significa que a OF tem que realizar sessões de preparação da ETD antes da realização dos passos do método. No processo de formação, a OF joga dois papéis: o primeiro é o de dirigir todo o processo e o segundo é o de formador para que a ETD possa dirigir, apropriando-se do processo. 3.2.3 Agências de Desenvolvimento Económico Local Dependendo da sua constituição e capacidade, a respectiva Agência de Desenvolvimento Económico Local (ADEL) poderia actuar como: Organização facilitadora, prestadora de serviços para análise de dados secundários e prestadora de serviços para necessidades de treinamento na área de gestão durante a fase de implementação dos planos. Experiências durante a testagem: y As suposições iniciais quanto ao papel da Agência de Desenvolvimento Económico Local da Província de Manica (ADEM) foram: y A ADEM assume um papel importante no processo de testagem ou como instituição de formação (para as ETD) ou como prestadora de serviços (na análise dos dados secundários). Também se pensou na ADEM como A primeira testagem do m-DEL 27 organização facilitadora para coordenar e acompanhar toda a planificação do DEL a nível distrital. A situação que realmente se verificou em relação à ADEM foi a seguinte: y Na primeira testagem, a ADEM não foi escolhida pela DNPDR como organização facilitadora para coordenar e acompanhar a planificação do m-DEL; y A ADEM disponibilizou-se como prestadora de serviços para a análise dos dados secundários existentes nos Distritos de Manica e de Machaze. Em parte devido a circunstâncias adversas (como a falta de tempo), o resultado da análise não correspondeu totalmente às expectativas. 3.2.4 Equipa Provincial de Apoio à Planificação A Equipa Provincial de Apoio à Planificação (EPAP) pode, tal como uma ADEL, desempenhar o papel de organização facilitadora, se tiver a capacidade acima descrita. Experiências durante a testagem As hipóteses iniciais foram: y Existe apoio político (DPPF) a nível provincial, o que facilita a colaboração com a EPAP; y Os técnicos a nível provincial (EPAP) são integrados em todo o processo de testagem. A situação encontrada na EPAP em relação às hipóteses iniciais foi a seguinte: y O apoio político por parte do Sr. Director do DPPF existiu desde o início; y Apesar deste apoio, a participação da EPAP Manica na testagem foi muito fraca. Como razões podem ser apontadas: - Sobreposição de actividades; - Falta de técnicos especializados nas áreas de agricultura e comércio; - Participação activa da EPAP condicionada ao apoio através de incentivos (per diems). 3.2.5 Governo Distrital O Governo Distrital actua como facilitador do processo na área política e técnica. Na área política, é necessário que o Administrador Distrital faça uma solicitação à DPPF para se iniciar o processo. Compete-lhe também a responsabilidade de dirigir as acções, prestando o apoio político, quando for necessário. Na área técnica, o Secretário Permanente é a pessoa de contacto directo para a OF, devendo indicar e disponibilizar, no mínimo, 3 membros fixos da ETD para 28 A primeira testagem do m-DEL participarem nas acções do m-DEL, preferivelmente provenientes dos Serviços Distritais de Actividades Económicas, e participar pessoalmente em momentoschave do processo. Os técnicos seleccionados da ETD são directamente responsáveis pela implementação das acções do m-DEL, pois são eles que terão de elaborar a proposta das medidas económicas para entrarem nos planos distritais. Para tal, é importante seleccionar membros da ETD que sejam activos e que estejam motivados para melhorar a sua formação como técnicos de planificação. Experiências durante a testagem A hipótese inicial foi: y Existe apoio político (Administrador/a e Secretários Permanentes) a nível distrital, o que facilita a colaboração com a ETD. y A situação encontrada foi: y O apoio político prestado foi diferente em Manica e Machaze. Em Manica, o apoio político não foi constante, o que criou dificuldades por parte da ETD tanto quanto à apropriação como à sua disponibilidade. 3.2.6 Equipa Técnica a nível distrital A Equipa Técnica a nível distrital (ETD) trabalha na planificação distrital para promover o desenvolvimento sócio-económico. É formada por funcionários de diferentes serviços distritais e outros funcionários do Governo distrital. Elabora, de forma participativa, os planos distritais com diferentes prazos, tais como o Plano Estratégico Distrital de Desenvolvimento (PEDD) para cinco anos e o Plano Económico Social e Orçamento Distrital (PESOD), renovável anualmente. Uma observação geral é a de que, por ser elaborado e avaliado anualmente, o PESOD é mais significativo do que o PEDD para o trabalho quotidiano no distrito e nas IPCC. A ETD recebe um salário baixo e os seus membros manifestam maior interesse em receberem per diems. A Equipa Técnica de Manica é composta por 12 pessoas provenientes dos sectores da educação, agricultura, obras públicas, saúde, infra-estruturas e acção social. A equipa beneficiou de seminários de capacitação e de formações no âmbito da planificação distrital, realizados pela GTZ e pela DPPF. A ONG local Magariro facilitou a realização do diagnóstico através de formações de Diagnóstico Rural Participativo (DRP). Também foram facilitadores a DNPDR e a GTZ. A primeira testagem do m-DEL 29 A Equipa Técnica de Machaze é composta por 11 técnicos mais o chefe da equipa. Os membros vêm dos sectores da educação, saúde e actividades económicas. A ETD de Machaze beneficiou de várias formações no trabalho prático. Anualmente, recebe formação da DPPF sobre o PES (Plano Económico Social) e as IPCC. Nessas formações, têm sido administrados métodos de recolha de dados nas comunidades ou nos Conselhos Locais e técnicas de avaliação dos planos elaborados. Duas das referidas formações foram dadas pela EPAP-DPPF e outras por organizações formadoras tais como o Departamento de Planos e Orçamento (DPO), a KSM e a CONCERN. EPAP e Concern fazem um acompanhamento pósformação. Experiências durante a testagem As hipóteses iniciais foram: y A nível distrital as ETD precisam de um método para integrar os aspectos económicos no PEDD; y Os técnicos a nível distrital (ETD) são integrados em todo o processo de testagem; y As ETD precisam de um “training on the job” para assegurar alta qualidade na aplicação do método; y É mais fácil motivar a participação da equipa técnica no Distrito de Machaze; y O número de participantes é mais alto em Manica. y A situação encontrada foi: y A primeira testagem demonstrou que é realmente necessário um instrumento como o m-DEL, pois o procedimento actual é pouco sistemático; y A possibilidade de envolver a ETD activamente num processo como o m-DEL parece estar condicionada pela possibilidade de os membros da ETD se sentirem donos do processo. Isso parece depender de poderem receber incentivos (per diems), de serem disponibilizados pelo Secretário Permanente e de se resolver o problema da sobrecarga; y Existe uma grande movimentação do pessoal técnico, o que afecta o êxito das capacitações e formações e também dificulta a monitoria da implementação. Verificou-se que o “training on the job” é a forma adequada de treinamento; y Em Machaze, as ETD têm muito menos experiência negativa com diagnósticos e promessas falsas, o que facilitou a motivação da ETD para a testagem do mDEL; y Existem muito mais ONG, instituições e empresas privadas no Distrito de Manica. A integração das mesmas possibilitou uma grande participação. 30 A primeira testagem do m-DEL 3.3 Passos do m-DEL n Selecção da Organização Facilitadora o Fase inicial no distrito e selecção dos m-DEL (planificação) membros do Fórum Desenvolvimento Local p Análise da situação económica qIdentificação das actividades económicas com possibilidade de expansão r Selecção das potencialidades a serem promovidas sIdentificação das necessidades promoção e de prestação de serviços de tElaboração de medidas concretas de para cada medida planos distritais Implementação dos promoção das potencialidades e identificação de prestadores de serviços e parceiros de mercado Planificação operacional Avaliação Implementação Figura 6: Passos do m-DEL A primeira testagem do m-DEL 31 Testagem dos passos A seguir são apresentados os passos do método de forma mais detalhada, descrevendo os respectivos objectivos, os actores envolvidos e o procedimento. Além disso, faz-se uma breve reflexão sobre a sua aplicação nos Distritos-piloto, destacando as principais alterações, as respectivas razões, bem como recomendações para continuar a testagem num terceiro distrito. No fim, destaca-se o valor acrescentado de cada passo para a planificação distrital. Passo 1 Selecção da Organização Facilitadora O primeiro passo tem como objectivo a selecção de uma organização capaz de facilitar e acompanhar o processo DEL nos distritos, a partir do nível provincial. Actores envolvidos: DNPDR, DPPF Procedimento: Î A DNPDR, em coordenação com o DPPF da respectiva província, identifica e selecciona uma instituição através de certos critérios (estes critérios foram definidos como resultado da testagem) Experiências durante a testagem: Desde o início, a DPPF Manica mostrou interesse em se envolver activamente no processo, mas teve que se reconhecer que as capacidades (em termos da disponibilidade) a nível provincial ainda não são suficientes para desempenhar o papel de OF. Por isso, e porque a DNPDR não tinha indicado uma OF, a equipa SLE/GTZ assumiu este papel durante a testagem. Valor acrescentado: 9 As ETD aprendem na prática e não na teoria e recebem um apoio contínuo do nível provincial, no âmbito de um processo complexo de planificação. 32 A primeira testagem do m-DEL Passo 2: Fase inicial no distrito e selecção dos membros do Fórum Desenvolvimento Económico Local Para iniciar o trabalho nos distritos, a OF deve familiarizar-se, não só com a situação económica do distrito, como também com o enquadramento deste no contexto económico regional (por exemplo, ligações transfronteiriças). Para o efeito, prevê-se a fase inicial, que termina com a selecção dos membros dos Fóruns DEL. Actores envolvidos: Administrador, SP, ETD, Serviços Distritais e OF Procedimento: Î Primeiro encontro dos parceiros (Administrador, SP, ETD, Serviços Distritais e OF) • Introdução ao processo DEL • Selecção de 3-5 membros da ETD que vão estar à frente do processo Î Fase inicial (OF, ETD) • Consulta de manuais e planos existentes a nível provincial e distrital. • Entrevistas com peritos a nível provincial e distrital (por exemplo: ONG, Governo), membros das IPCC e chefes dos postos administrativos Î Encontro para a selecção dos actores-chave com base nos critérios elaborados durante a testagem e que asseguram a representação dos diferentes grupos de interesse do distrito (Administrador, SP, ETD, OF, Serviços Distritais). Experiências durante a testagem: Atendendo a que, para o seu sucesso, o DEL requer uma ampla base de participação e uma forte apropriação por parte do Governo distrital, sugerimos o início da cooperação com o distrito, através de uma solicitação escrita pelo Administrador. A primeira testagem do m-DEL 33 Valor acrescentado: 9 Pela primeira vez, os actores-chave da economia local estão a ser integrados no processo de planificação 9 Os critérios de selecção e a experiência do grupo que escolhe os actores-chave garantem a representatividade dos diferentes grupos de interesse e uma participação eficiente (todos os membros se envolvem nas questões e sabem articular a sua posição) no processo de planificação. Passo 3: Análise da situação económica actual O terceiro passo tem como objectivo fazer um levantamento e organizar a informação necessária sobre a economia distrital para mais tarde servir de base para identificar as potencialidades económicas do distrito. Figura 7: Apresentação dos resultados do 1° Fórum DEL em Machaze Actores envolvidos: ETD, OF e Membros do Fórum, instituição a nível provincial que analisa dados secundários 34 A primeira testagem do m-DEL Procedimento: Î Workshop de dois dias (1° Fórum DEL) • Introduzir o conceito DEL como componente da planificação distrital; • Discutir sobre as visões da economia distrital, os papéis e os interesses dos diferentes actores; • Fazer o levantamento e discutir, em grupos de trabalho, dados sobre a procura (dentro e fora do distrito) de produtos provenientes do distrito; • Oferecer ao sector empresarial a possibilidade de criação de um grupo de trabalho para discutir o ambiente empresarial no distrito; • Priorizar produtos com procura significativa e que tenham o potencial de gerar rendimento; • Verificar se faltaram no Fórum actores-chave. Se for o caso, depois do Workshop, devem-se fazer entrevistas com estes actores para complementar os resultados obtidos. Î Pesquisa de dados secundários • Uma entidade a nível provincial organiza os dados secundários disponíveis sobre a economia distrital, enfocando recursos existentes, a situação da mãode-obra e a procura de produtos. (Um esquema de análise já faz parte do método) Experiências durante a testagem: Na testagem, durante o Workshop, foi levantada a informação sobre a situação dos recursos naturais e da mão-de-obra. Verificou-se que, desta maneira, os resultados não justificavam o esforço, porque a informação já contida nos planos sobre esses factores seria suficiente, se fosse complementada com entrevistas e com os resultados da análise de dados secundários. Recomenda-se um encontro pessoal com as empresas a serem convidadas para articular o objectivo do trabalho, entregar o convite e confirmar a sua participação. Durante a testagem, ficou patente que as necessidades articuladas pelo sector empresarial foram bastante diferentes das dos outros participantes do Fórum. Criouse então um grupo de trabalho para discutir assuntos gerais sobre o ambiente de negócios no distrito, focalizando as áreas atractivas de negócios, os constrangimentos existentes e as necessidades de promoção. As informações assim geradas podem ser integradas na análise da cadeia de valores (passo 6 e 7). A primeira testagem do m-DEL 35 Existe agora a possibilidade de continuar o trabalho deste subgrupo sob a forma de uma mesa redonda de empresas, como espaço de diálogo com o Governo, fora da estrutura do m-DEL. Durante a testagem, concluiu-se que, no 1° Fórum, não só tinha faltado um espaço para os participantes discutirem a sua visão de desenvolvimento económico mas também o papel que desempenham neste processo. Esta discussão contribui para criar transparência e, consequentemente, para aumentar a confiança entre os actores. Conflitos de interesse podem ser tratados de uma forma aberta. A experiência na província de Manica demonstrou que os dados secundários sobre a economia distrital estão dispersos, incompletos e frequentemente são pouco válidos. Isto significa que a análise requer deslocações para reunir a informação, tempo suficiente e uma visão sistemática que permita harmonizar as diferentes fontes. Na testagem, a qualidade dos dados foi insuficiente. Como consequência, foram simplificados os TdR para o levantamento. Para assegurar a qualidade do trabalho do prestador deste serviço, também se recomenda um contrato claro. Valor acrescentado: 9 Pela primeira vez, a análise da situação tem em consideração a procura. Nos planos Distritais, este factor ainda não tinha sido suficientemente considerado. 9 A discussão de visões sobre o desenvolvimento económico do distrito reconhece que o processo também é político. 9 O passo considera as diferentes perspectivas da situação económica no Distrito (membros do Fórum, peritos, dados secundários) e garante a participação activa de actores-chave na economia distrital. 9 Cria-se uma plataforma para estabelecer ligações, articular interesses e clarificar os papéis entre o sector público, o sector privado e a sociedade civil, o que dinamiza o processo. 36 A primeira testagem do m-DEL Passo 4: Identificação das actividades económicas com possibilidade de expansão O quarto passo pode ser visto como ponte entre o 1° e o 2° Fórum e serve de primeiro mecanismo para avaliar e filtrar a informação obtida nos passos anteriores. Isso faz-se através do relacionamento dos recursos naturais, da mão-de-obra e da procura para cada actividade económica, com o fim de identificar qual dos três factores limita eventualmente a possibilidade de expansão (Triangulação). As actividades pouco limitadas podem ser analisadas mais profundamente no segundo Fórum DEL. Figura 8: Uma das potencialidades económicas no Posto Administrativo de Save (Machaze) A primeira testagem do m-DEL 37 Actores: OF e ETD Procedimento: Î Combinar os resultados do Fórum com os dados secundários • Preencher lacunas de informação. Î Triangulação dos três factores: procura, mão-de-obra e recursos naturais para identificar as actividades com possibilidade de expansão (o método inclui o esquema necessário). Î Para as actividades com possibilidade de expansão, define-se, através da consulta a peritos locais, os diferentes modos de produção (como por exemplo, familiar e empresarial, caso existam). Experiências durante a testagem: O caracter matemático do exercício de triangulação, por um lado, foi um desafio para as Equipas Técnicas de Machaze e Manica. Por outro lado, as duas ETD valorizaram explicitamente a sistemática deste passo. Como consequência da experiência nos dois Distritos-piloto, o esquema de triangulação foi simplificado para garantir a realização do trabalho em menos tempo e com menos esforço. Valor acrescentado: 9 Possibilidades de expansão são identificadas através de uma análise sistemática de factores limitantes (triangulação) Æ a selecção de potencialidades a serem promovidas passa a ter uma base válida 9 A matriz de triangulação permite a visualização de interligações complexas 38 A primeira testagem do m-DEL Passo 5: Selecção de potencialidades a serem promovidas Os membros do Fórum reúnem-se no 2° Fórum DEL e decidem em conjunto quais as actividades económicas com valor estratégico para o desenvolvimento económico do distrito. Actores: OF, ETD, membros do Fórum DEL Procedimento: Î Workshop de três dias – 1ª parte (2° Fórum DEL) • Chegar a um entendimento comum, caso existam diferentes modos de produção das actividades identificadas na triangulação como tendo possibilidade de expansão; • Analisar as vantagens e desvantagens de cada actividade (separadamente por cada modo de produção) de acordo com certos critérios (por exemplo: potencial de criação de rendimento e de emprego) • Seleccionar, através de discussão e votação em plenário, as potencialidades a serem promovidas. Experiências durante a testagem: A testagem do 2° Fórum durou dois dias, o que provou não ser suficiente, pela quantidade de conteúdo e, no caso de Machaze, também pela necessidade de tradução. Por estas razões, a proposta actual contempla três dias de Workshop. Em ambos os Distritos, apareceram, em parte, participantes diferentes no 1° e no 2° Fórum DEL. É recomendável fazer uma introdução aprofundada no início do 2° Fórum a fim de garantir uma base comum. A testagem confirmou a necessidade de diferenciar os modos de produção, não só para a análise, como também para a selecção das potencialidades a serem promovidas. Em termos da análise preparatória para a selecção, verificou-se que o instrumento FOFA não foi fácil de gerir para os participantes e que a qualidade dos resultados não justificou o tempo investido. Como consequência, este passo de análise foi simplificado, passando-se apenas a analisar as vantagens e desvantagens. A primeira testagem do m-DEL 39 Valor acrescentado: 9 A diferenciação dos modos de produção permite uma análise mais exacta e aumenta a eficácia de possíveis medidas de promoção. Permite também direccionar as acções para certos grupos-alvo. 9 A tomada de decisão é participativa. Isso contribui, por um lado, para que as áreas a serem promovidas estejam ligadas às prioridades dos actores-chave. Por outro lado, possibilita a apropriação o que, por sua vez, aumenta a aceitação e o impacto de medidas de promoção da economia. 40 A primeira testagem do m-DEL Passo 6: para cada medida O sexto passo tem como objectivo mostrar, de forma sistemática, as necessidades específicas para que as actividades económicas seleccionadas possam desenvolver o seu potencial e vem sendo realizado como segunda parte do 2° Fórum DEL. Figura 9: 2° Fórum DEL em Machaze A primeira testagem do m-DEL 41 Actores: OF, ETD, membros do Fórum DEL Procedimento: Î Workshop de três dias- 2ª parte (2° Fórum DEL) • Priorizar 3-4 potencialidades para analisar as respectivas cadeias de valores, aplicando determinados critérios, tais como custos e tempo necessário para a promoção, os riscos e o n° de beneficiários; • Analisar, de forma participativa, as cadeias de valores, priviligiando em cada uma os seguintes aspectos: actores envolvidos, limitações e necessidades de promoção e de prestação de serviços. Experiências durante a testagem: O procedimento de analisar as necessidades de promoção e de prestação de serviços ao longo das cadeias de valores dos produtos a serem promovidos deu bons resultados, pois a ETD e os participantes compreenderam rapidamente a lógica da análise. Valor acrescentado: 9 Antigamente, a economia era analisada dentro dos limites do respectivo sector. A análise das cadeias de valores permite uma visão integral das necessidades para a promoção ao longo da cadeia de cada produto, ultrapassando assim os limites entre os sectores. Passo 7: Elaboração de medidas concretas de promoção de potencialidades e identificação de prestadores de serviços e parceiros de mercado Este passo realiza-se separadamente para cada potencialidade. Serve para concretizar medidas de promoção e indicar entidades que provavelmente poderão apoiar a sua implementação nos diferentes níveis. Para tal, são consultados peritos com uma visão ampla sobre o ciclo de produção e comercialização da potencialidade em análise. 42 A primeira testagem do m-DEL Actores: OF, 1 membro da ETD, 3-4 peritos da potencialidade em análise Procedimento: Î Workshop de um dia para cada potencialidade identificada • Primeira parte (meio dia): rever e completar a cadeia de valores elaborada no 2° Fórum, sobretudo em termos dos constrangimentos e das necessidades de promoção. Comparar os resultados da cadeia de valores do distrito com os dados de outros estudos da mesma cadeia, caso existam. • Segunda parte (meio dia): elaborar medidas concretas de promoção e identificar, ao mesmo tempo, possíveis responsáveis e prestadores de serviços para cada necessidade. Experiências durante a testagem: Para conseguir resultados válidos, consideramos crucial, neste passo, a experiência e os conhecimentos dos peritos relativamente aos passos da cadeia de valores. Para facilitar o processo de escolha de peritos, definimos critérios como, por exemplo, terem conhecimentos profundos de, pelo menos, dois passos da cadeia de valores. Foi necessário um dia de trabalho para elaborar medidas concretas de promoção para cada potencialidade. É recomendável programar meio dia para analisar mais profundamente os resultados da análise da cadeia de valores obtidos no 2° Fórum DEL, incidindo, tanto nos constrangimentos e factores limitantes, como nas necessidades de promoção; e mais meio dia para elaborar medidas concretas para a promoção e para a identificação dos prestadores de serviços para cada medida. No âmbito da preparação deste workshop, a análise de dados secundários inclui a procura de estudos sobre cadeias de valores de certas potencialidades. Essas informações podem entrar e completar a análise deste passo. Valor acrescentado: 9 As cadeias de valores do Fórum são revistas e enriquecidas por peritos do produto em estudo. 9 A experiência dos participantes possibilita a elaboração de medidas concretas num tempo relativamente curto. 9 A composição dos membros do Workshop permite que as medidas sejam elaboradas considerando, por um lado, o conhecimento técnico e, por outro, a experiência da situação específica do distrito. A primeira testagem do m-DEL 43 9 Os peritos têm uma visão mais ampla, o que possibilita a consideração de novas linhas estratégicas de promoção, como, por exemplo, possíveis cooperações entre diferentes distritos. Perspectivas: O m-DEL permite definir linhas estratégicas a médio e longo prazo para os PEDD. Para a elaboração das medidas concretas de promoção económica, existe flexibilidade em termos de tempo, o que quer dizer que o distrito pode definir a velocidade a que quer e/ou pode concretizar as estratégias identificadas anteriormente. Os planos anuais (PESOD) são o instrumento adequado para acompanhar este processo de forma flexível. Para a inserção das medidas económicas, segue-se o processo previsto na LOLE: As ETD apresentam ao Conselho Consultivo Distrital (CCD) as medidas elaboradas, como recomendações para os planos distritais. Posteriormente, o CCD, na sua função de assessor, analisa, selecciona e propõe ao Governo distrital a forma de integrar essas medidas nos planos distritais. Resumindo: o valor acrescentado do m-DEL 9 Análise mais aprofundada e sistemática da economia distrital e das potencialidades do distrito, em comparação com os planos distritais existentes (PESOD/PEDD). 9 O ponto de partida do método não está relacionado com a análise de problemas, mas sim na escolha de potencialidades e na definição de caminhos para o seu desenvolvimento. 9 Participação dos actores-chave da economia distrital Æ consideração da experiência local. 9 Consideração de um factor dinamizador (Fóruns DEL). 9 Quando comparada com uma capacitação de tipo Workshop, a capacitação de tipo formação na prática (training on-the-job) para as ETD representa uma vantagem, pois garante uma aprendizagem na prática e um acompanhamento contínuo. 44 4 Considerações finais e recomendações Considerações finais e recomendações A experiência da primeira testagem do m-DEL permite tirar várias conclusões e recomendações, sobretudo em termos das condições organizativas. Isto inclui também aspectos relativos à apropriação e à motivação dos diferentes actores dentro do m-DEL. No fim deste capítulo, vão ser apresentadas algumas ideias sobre as perspectivas do m-DEL. Instituição governamental/ Organização facilitadora a nível provincial É fundamental que existam, a nível provincial, as condições necessárias, especialmente a existência de uma instituição governamental com capacidade para coordenar o processo. Para isso, esta instituição deverá realizar as seguintes actividades: y Identificar a Organização Facilitadora, caso não seja ela própria; y Assegurar a participação de todos os parceiros envolvidos no processo DEL e garantir que os projectos definidos pelo distrito sejam exequíveis, de acordo com as políticas e estratégias nacionais (PARPA, Plano Quinquenal do Governo, Agenda 2025, Integração Regional, etc.); y Acompanhar, com a GTZ-PPFD, o processo de continuação da testagem no terceiro distrito. Caso esta instituição seja, ela própria, a Organização Facilitadora, deverá realizar as seguintes actividades: y Dirigir conjuntamente com as ETD o processo de selecção dos actores-chave, a nível distrital; y Preparar a realização dos Fóruns com as ETD, através de uma capacitação teórico-prática (formação na prática); y Apresentar o conceito DEL, durante os 2 Fóruns; y Contratar um prestador de serviços para o levantamento dos dados secundários; y Acompanhar todos os passos do processo, até às recomendações das medidas concretas para os PEDD; y Garantir que o método sirva como instrumento para as actividades quotidianas das ETD. Motivação e formação das ETD É necessário que a OF envolva a ETD desde o início da aplicação do método, para que haja suficiente apropriação por parte da ETD e para que o m-DEL se possa tornar um instrumento habitual da planificação distrital da ETD. Esta apropriação pode ser iniciada na capacitação contínua durante a aplicação do m-DEL, Considerações finais e recomendações 45 transferindo o mais possível a responsabilidade para a ETD. Por exemplo, na preparação e moderação dos fóruns DEL, certos membros da ETD podem realizar tarefas importantes, nomeadamente, assumir o papel de moderador principal. Para um maior envolvimento das ETD, sobretudo no Distrito de Manica, teriam sido necessários alguns incentivos financeiros (por exemplo, pagamento de per diems). As instituições responsáveis deviam reflectir sobre este assunto e chegar a acordo para a criação de um regulamento claro e justo. O “training on the job” para a ETD é adequado para a capacitar e para incluir o mDEL no seu trabalho quotidiano. Para tal, a ETD precisa de um acompanhamento estreito por parte da OF e de um guião que explique os passos da planificação e que faça parte do material de formação no âmbito da planificação distrital. Este guião foi produzido no âmbito do presente estudo e constitui o volume 2 deste relatório. Subsequentemente, a GTZ, em colaboração com as instituições de formação correspondentes, pode inclui-lo no material de formação da planificação distrital. Governo distrital Além da apropriação por parte das ETD, é necessário que também o Governo Distrital se aproprie da planificação do DEL. O Governo Distrital tem que solicitar o m-DEL a uma instituição governamental provincial e que apoiar o processo em todos os passos. Sector privado A inclusão do sector privado foi um dos maiores desafios durante a fase de testagem do método. Foi necessário superar uma certa desconfiança entre este sector e o Governo distrital, esclarecendo detalhadamente os objectivos do m-DEL e criando uma mesa redonda durante o segundo fórum DEL. O objectivo desta mesa redonda foi melhorar o ambiente de negócios no Distrito através de um processo participativo. Mas ainda fica o desafio de manter o interesse do sector privado, sabendo que este sector requer, em geral, soluções rápidas e concretas. A experiência da testagem demonstrou que é preciso incluir no Fórum DEL uma discussão sobre o papel do Estado e do sector privado no âmbito da promoção da economia distrital. Os vários actores a nível distrital têm diferentes expectativas sobre o papel do Estado (por exemplo, em termos da prestação de serviços para o sector empresarial) pelo que uma discussão sobre este tema poderia ajudar a conciliar posições. Conhecimentos de fora Peritos e conhecimentos exteriores ao distrito são importantes para descobrir outras potencialidades económicas, por exemplo, potencialidades mais inovadoras ou que exigem uma cooperação entre dois e mais distritos. Assim, o m-DEL inclui, por um 46 Considerações finais e recomendações lado, passos participativos que asseguram a inclusão dos conhecimentos locais e, por outro lado, passos em que a colaboração com peritos desempenha um papel importante. Integração do Fórum DEL nas IPCC O m-DEL é uma ferramenta da planificação distrital. No âmbito da Planificação Distrital enquanto planificação participativa, as IPCC funcionam como órgãos de decisão participativa da sociedade civil. Elas têm o papel de participar no processo de planificação, implementação e monitoria dos Planos Distritais. Já existem comissões de economia em várias IPCC. Por essa razão, faria sentido integrar os Fóruns DEL, para aproveitar os efeitos sinergéticos que surgem e para evitar uma duplicação dos papéis. Outra alternativa poderia ser considerar os Fóruns DEL como comissão de trabalho das ETD e, mais tarde, integrar as IPCC no processo habitual da aprovação dos planos. Continuação da testagem do m-DEL Após as alterações ao método feitas após a primeira testagem, é recomendável fazer-se uma segunda testagem. Para esta segunda testagem recomenda-se que a GTZ-PPFD faça alterações de acordo com a situação real no distrito onde o teste for aplicado. Também se recomenda à GTZ-PPFD que continue a acompanhar o processo iniciado nos dois Distritos-piloto da primeira testagem - em especial no que se refere à análise das potencialidades, por esta não ter sido feita no 2º Fórum -, que elabore medidas concretas para a promoção económica e que proceda à identificação de prestadores de serviços e parceiros de mercado. Subsequentemente, deve ser feita a respectiva documentação dos resultados obtidos, de modo a proceder-se às modificações necessárias para o melhoramento do método. Na avaliação, deverão ser incluídos detalhes, tais como a preparação dos planos de trabalho e a respectiva documentação dos resultados obtidos, com vista a permitir avaliações independentes em cada passo do método. Bibliografia 47 Bibliografia y BMZ (2006): Profilreader Good Governance, Kurz- und Langfassung, Bonn. y DOCUMENTO OFICIAL DO MPD e MDF - ANEXO I (2007): Orientações para a preparação do plano económico e social e orçamento distrital para 2008. Procedimentos para a implementação de Projectos de Geração de Rendimentos, Emprego e Produção de Alimentos a nível Distrital, Maputo. y GOVERNO DO DISTRITO DE MACHAZE (2007): Informe do Governo sobre a situação do distrito por ocasião da visita de sua Excelência o Presidente da República. y GOVERNO DO DISTRITO DE MACHAZE (2007): Plano Económico e Social para o ano 2007, Distrito de Machaze (PESOD). y HASSAM C. & WIJNHOUD J.D. (2006): Towards MDG localization: Capacity development for Local Economic Development (LED) in Mozambique & The case of action-oriented and integrated capacity development of pineapple producer associations in the Chibabava District. Sofala Province. Draft of the Netherlands Development Organization (SNV), Beira, Mozambique. y MÉTIER, CONSULTORIA E DESENVOLVIMENTO, Lda; Ministério da Administração Estatal (2005): Perfil do Distrito de Machaze, Província de Manica. y MÉTIER, CONSULTORIA E DESENVOLVIMENTO, Lda; República de Moçambique, MPD, Projecto de Planificação e Finanças Descentralizadas PPFD/PRODER (2006): Joint Review and Strategy Proposal for the National PPFD Programm Architecture Final Report, Maputo. y MINISTÉRIO DE PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO (MPD) e MINISTÉRIO DAS FINANÇAS (MF) (2007): Planificação Distrital Vol. 4. Estratégias de Desenvolvimento – Guião do Formador. Copenhagen DC e GTZProder. y MPD e MF (2007): Planificação Distrital Vol. 4. Estratégias de Desenvolvimento – Manual do Formando. Copenhagen DC e GTZ-Proder. y MPD, Projecto de Planificação e Finanças Descentralizadas (2006): Planificação Distrital Vol. 3. Diagnóstico Distrital – Guião do Formador. Copenhagen DC e GTZ-Proder. y MPD, Projecto de Planificação e Finanças Descentralizadas (2006): Planificação Distrital Vol. 3. Diagnóstico Distrital – Manual do Formando. Copenhagen DC e GTZ-Proder. 48 Bibliografia y MPD, Projecto de Planificação e Finanças Descentralizadas (2005): Planificação Distrital Vol. 5. Plano de Acção – Guião do Formador. Copenhagen DC e GTZProder. y PARPA II (Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta 2006-2009): Versão Final Aprovada pelo Conselho de Ministros a 2 de Maio de 2006, Maputo. y PNUD (2004): Plataforma Nacional sobre Desenvolvimento Económico Local. Ministério da Administração Estatal, Maputo. y PPFD 1° Draft (2006): Processo de Desenho do Novo Programa Nacional: Árvores de Objectivos e Resultados Esperados (Draft), Quadro Lógico (Draft), Eurosis, Maputo. y PROGRAMA QUINQUENAL (2005): Proposta de Programa do Governo para 2005 - 2009 Maputo. y REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Direcção Nacional de Promoção de Desenvolvimento Rural (DNPDR) (2006): Estratégia de Desenvolvimento Rural (EDR) 2006 - 2025, Draft Final, Maputo. y REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Província de Manica, Administração do Distrito de Manica (2004): Plano Distrital de Desenvolvimento de Manica, Manica. y SNV (2006): Relatório do Seminário para o Lançamento do Processo de Desenvolvimento Económico Local no Município de Manica, Província de Manica. y Direcções electrónicas http://www.govnet.gov.mz/noticias/governacao/fevereiro2007/nots_go_153_fev_07 http://www.canalmoz.com/ 17.11.2006 Glossário 49 Glossário Apropriação Auto-responsabilidade por iniciativas de desenvolvimento e processos de mudança. É importante assegurar que a apropriação exista tanto por parte da instituição parceira como por parte dos grupos-alvo, assim como das suas organizações; ou que ela seja alcançada no estudo. Distritos-piloto Distritos onde um método ou uma estratégia são testados. Neste estudo, o método m-DEL foi testado nos Distritos de Machaze e Manica, na província da Manica . Participação É um processo que envolve pessoas (grupos populacionais, organizações, associações) activa e significativamente. Descentralização Um Estado tem diferentes tarefas e vários níveis em que estas tarefas podem ser cumpridas. A descentralização baseia-se no princípio da subsidiariedade. Isso significa que as tarefas devem ser cumpridas no nível mais próximo do assunto. Assim, um Estado descentralizado actua mais próximo das necessidades da população, é mais económico e flexível. Formação na prática É um tipo de formação em que se aprende durante o processo de trabalho. Pode ser tanto na fase introdutória como na fase de experiência. Aprendem-se novos aspectos na prática e possibilidades de melhoria. Também conhecido como “training on-the-job” ou “learning by doing”. 50 Anexo Anexo 51 Anexo I Resultados da primeira testagem do método m-DEL Passo 1: Selecção da Organização Facilitadora Este passo não foi testado. A equipa SLE actuou como Organização Facilitadora Passo 2: Fase inicial no distrito e selecção dos membros do Fórum de Desenvolvimento Económico Local Com o objectivo de seleccionar os membros dos Fóruns DEL, realizaram-se nos distritos encontros de trabalho com o Secretário Permanente, a ETD e a equipa SLE. Foram identificados 23 actores-chave em Machaze e 24 em Manica, (Governo Distrital, sector privado, ONG, líderes comunitários, etc.) Passo 3: Análise da situação económica actual Î Workshop (1° Fórum DEL: 16. – 17.08.07) Î Recursos naturais y Machaze Recursos hídricos, recursos florestais, solos, pastagens e condições para turismo. As actividades económicas são: Recursos hídricos: pesca; Recursos florestais: extracção de madeira, caça, carvão vegetal e lenha; Solos: agricultura. y Manica Recursos hídricos, recursos florestais, recursos minerais, fauna bravia, solos Actividades económicas são: recursos hídricos: electricidade, irrigação, pesca artesanal, piscicultura e criação de crocodilos; recursos florestais: caça, combustível lenhoso, madeira, apicultura, sombra e medicina natural; solos: agricultura familiar, agricultura empresarial e criação de animais; recursos minerais: olaria, pedra, ouro artesanal, ouro empresarial, cobre, ferro. 52 Anexo As actividades económicas derivadas dos recursos minerais e solos estão ainda em pesquisa. Î Mão-de-obra y Machaze Mão-de-obra disponível: as actividades que ocupam mais pessoas são a agricultura e a extracção de madeira. Período de maior ocupação: a agricultura no período entre Novembro e Fevereiro e a extracção de madeira entre Março e finais de Outubro). y Manica Mão-de-obra disponível: as actividades que ocupam mais mão-de-obra são: apicultura, pecuária, avicultura, hotelaria, pesca, transportes e artesanato. Período de maior ocupação: Apicultura entre Agosto e Novembro. Î Procura y Machaze Os produtos que foram identificados como de maior procura (mercado interno e externo) são: a madeira em toro, galinha landim, feijão nhemba, milho. y Manica Os produtos que foram identificados como de maior procura (mercado interno e externo) são: milho, feijão manteiga, frango, peixe, soja, água mineral, batata reno e ouro. Î Pesquisa de dados secundários (contratação da ADEM) Os dados secundários não revelaram grandes diferenças em relação aos resultados do Fórum nos dois Distritos, em termos de recursos naturais e de mão-de-obra. Não foram encontrados dados sobre a procura para os dois Distritos. Passo 4: Identificação das actividades com possibilidade de expansão triangulação. Î Triangulação y Machaze Identificadas 5 potencialidades com potencial de expansão: castanha de cajú, feijão nhemba, galinha landim, madeira em toros, milho. y Manica Identificadas 8 potencialidades com potencial de expansão: criação de galinha, feijão manteiga, criação de gado bovino (familiar) e criação de gado (empresarial), milho, piscicultura, pesca artesenal e turismo. Anexo 53 Passo 5: Selecção de potencialidades a serem promovidas - processo de decisão. Î Workshop 1a parte (2° Fórum DEL: 13. – 14.09.07) Î Análise FOFA das actividades com potencial de expansão Machaze Identificação de 4 potencialidades em Machaze: 1° castanha de caju, 2° feijão nhemba, 3° galinha landim e 4° madeira em toros. Manica Identificadas 6 potencialidades de promoção em Manica: galinha, feijão manteiga, criação de gado familiar e empresarial, milho, piscicultura. Criação de uma mesa redonda de empresários: Identificação no Distrito de áreas de negócios atractivas do ponto de vista dos empresários. Como áreas que têm potencialidades para atrair mais investimentos privados foram analisadas: mineração de ouro, água mineral (para consumo), actividade florestal, criação do gado empresarial, farming (horticultura), eco-turismo e produção de frutas. Passo 6: Identificação das necessidades de promoção e de prestação de serviços. Î Workshop 2a parte (2° Fórum DEL: 13. – 14.09.07) Î Análise da cadeia de valores Machaze Identificação das necessidades de promoção de três potencialidades: castanha de cajú, feijão nhemba e galinha landim. Manica Identificação das necessidades de promoção de três potencialidades: galinha, feijão manteiga e criação de gado. Identificação das necessidades para melhorar o ambiente de negócios no distrito em geral (mesa redonda de empresários). 54 Anexo Passo 7: Elaboração de medidas concretas para a promoção de potencialidades e identificação de prestadores de serviços e parceiros de mercado. Î Workshop de um dia com peritos para analisar uma potencialidade de cada Distrito-piloto (08.10.2007 em Chimoio). Î As cadeias de valores de Castanha de Cajú em Machaze e Feijão Manteiga em Manica foram analisadas mais aprofundadamente em termos de identificação das necessidades de promoção e de prestadores de serviço, tendo sido elaboradas medidas concretas para sua promoção. Passos Viveiro Preparação de terra Plantação (definitiva) Produção Colheita Comercialização Insumos Treinamento e disseminação de informação Treinamento e disseminação duma Maneio de produção Treinamento e disseminação duma tecnologia Investigação, estudo Promover a produção de sumo natural, melhorar a qualidade de castanha de caju Necessidade s de Aquisição de material de enxertia (facas, fitas, capuchos, álcool, promoção algodão), queimadas descontroladas Material de viveiro (regadores, vasos, pás, ancinho) Envolver os líderes locais sobre o perigo das queimadas descontroladas Promover a consociação Pulverizadores (pesticidas etc.) Associativismo com feijão nhemba Equipamento de produção (enxada, machado, catana) Apoiar na preparação em associações e em bloco Associativism Rede de sombreamento Treinamento na prevenção de Semente de boa qualidade Insumos Investigação Aquisição de equipamento de produção (enxadas etc.) Avaliar outras variedades tolerantes de doenças e com maior produtividade tecnologia agrícola o Apoiar na plantação em associações e em bloco Combate das doenças e pragas no cajual Treinamento Treinamento no maneio de cajual (por ex. poda, pulverização, limpeza) Investigação Avaliar outras variedades tolerantes de doenças e com maior produtividade Avaliação Anexo Î Machaze: Castanha de Cajú Análise de mercados para os subprodutos Introdução duma Apoiar a comercialização em categorias tecnologia e treinamento (classificação) Introduzir uma unidade de processamento Associativismo Apoiar os produtores na uniformização dos preços através de comités de comercialização Agua Abastecimento com agua 55 56 Anexo 56 Passos Medidas concretas Viveiro Preparação de terra Plantação (definitiva) Treinamento e disseminação duma Insumos Insumos Criar um fundo para a fase inicial de produção de viveiro (se for de Realização de feiras de insumos (convidar os prestadores de acordo com os membros da associação) serviços e distribuir senhas até 400 MT/ camponês com uma contribuição de 20MT/ Agua Abertura dum furo de agua Investigação Avaliar outras variedades tolerantes de doenças e com maior produtividade camponês) Prevenção de queimadas descontroladas tecnologia agrícola em termos de consociação com feijão nhemba Atribuir incentivos aos líderes cujas zonas estão a produzir castanha de caju Produção Colheita Maneio de produção Disseminação duma tecnologia Pulverização no cajual Investigação Contactar empresas de Comercialização Investigação Definir os parâmetros de classificação e disseminar as classificações sumo para um estudo de viabilidade (abrir uma linha de produção) Associativismo de caju (lucro para o produtor). Este estudo deve ter como tópico Introdução duma tecnologia e treinamento Criar comités de comercialização Identificar um prestador de Instalar postos de toda a cadeia de valores de castanha de caju serviço para a instalação duma unidade de processamento venda Levar a cabo um estudo sobre custos/ benefícios de castanha Treinar os produtores na gestão/ utilização das maquinas da unidade de processamento Prestadores de serviços DPA/ SPER (disseminação IIAM-CZC, ADEM, ADIPSA, SPER DNER (para contactar empresa de sumo) INCaju (classificação) EPAR (agua) Governo distrital/ SDAE (envolver líderes locais) Associação dos produtores de castanha de caju (ainda a fundar) em cooperação com um CDS (treinamento em prevenção das queimadas descontroladas) da consociação com feijão nhemba) (estudo) INCaju em colaboração com um prestador de serviços (unidade de processamento) (comerciante em Machaze que vende até ao nível nacional) doador (na primeira fase os membros da associação e o doador vão criar o fundo, depois SPA/ DPA (feiras de insumos) INCaju/ SPER (treinamento) Prestador de serviços da unidade de processamento Postos de compra em Save e Chitobe (empresas privadas) IIAM-CZC (investigação) Comerciantes/ Provedores de insumos INCaju, SPER (treinamento) Omar Bachoo só os membros vão continuar a contribuir). Condição: Criação duma associação dos produtores Anexo de castanha de caju Anexo 57 Além das medidas concretas para cada um dos passos da cadeia de valores, foram formuladas medidas concretas para: Î incentivar a criação de uma associação de produtores de castanha de caju: y Levar a cabo um estudo sobre custos/ benefícios de castanha de caju (lucro para o produtor). Este estudo deve incluir toda a cadeia de valores de castanha de cajú; Î e no âmbito do associativismo: y Seleccionar os produtores de castanha de caju (é preciso seleccionar os produtores que têm uma alta motivação para se associarem no âmbito da produção de castanha de caju) y Treinar os produtores nas vantagens do associativismo, nos regulamentos etc. y A DPA/ SPER vai organizar uma troca de experiências com outros produtores já associados y Criar uma associação de produtores de castanha de caju (é indispensável uma associação exclusivamente dedicada à produção e processamento de castanha de caju para criar mais motivação e para permitir definir objectivos claros 58 Î Manica: Feijão Manteiga Passos Recursos primários/ Insumos iniciais: Sementes, disponibilidade de área Produção: Preparação de terra, sementeira, sacha, desbaste, colheita, secagem e debulha Comercialização: Armazenamento, venda Produtos vendidos e intermediários: Feijão, badjia, papas enriquecidas para crianças, alimentação suplementar do gado (ração) Necessidades de promoção (1,2): Fortalecer a legalização das associações (3,4,5): Melhorar o acesso ao crédito/ estimulo (6): Entrega de créditos devia ser em insumos agrícolas aos produtores (7): Anteceder com o levantamento das necessidades de sementes (8): Estimular a prática de agronegócio (qualidade do produto final e valor acrescentado em relação com outros cultivos (9): Diversificação de tipo da produção (10): Consorciar com outras culturas Construção de estradas/ melhoramento das vias (longo prazo, inclusão dos níveis provincial e nacional) (11): Formação no âmbito de fazer um agronegócio (informar sobre a flutuação do preço durante o ano e a estratégia de venda a um preço mais alto) capacitação sobre o processo da secagem (relacionado com 8) (8+11): Incentivar a criação de associações para aumentar a produção e proteger o preço Diversificar os produtos vendidos pelo processo de processamento (ausência do processamento de feijão em geral no distrito, p.ex. em conserva) Anexo Anexo 59 Com base nas necessidades identificadas para a promoção da produção e comercialização de feijão manteiga a nível distrital, foram primeiro discutidas as linhas estratégicas de promoção para cada passo do ciclo de produção. Para facilitar este processo, procedeu-se à comparação entre as estratégias elaboradas para a promoção de feijão na província de Tete num estudo feito pela Adipsa e as condições reais da produção de feijão manteiga no Distrito de Manica. A partir da comparação, foram identificadas as necessidades e desenvolvidas as medidas concretas de promoção, em conjunto com a identificação dos prestadores de serviços. Æ Medidas concretas e prestadores de serviços são (os números ligam-se com os números das necessidades identificadas, vide a tabela acima): 1) SDAE (Serviço Distrital das Actividades Económicas) promove encontro com as ONG que facilitam a legalização das associações de camponeses. As ONG que trabalham nesta área em Manica são ACDI/VOCA, UDAC, ORAM, AFRICARE, KSM e AMERICAN FRIENDS. 2) Divulgar o processo/as vantagens da legalização das associações. Os prestadores deste serviço devem ser as ONG mencionadas. 3) O Governo Distrital deve promover encontros com a KSM para coordenar os programas de microcréditos e esclarecer as responsabilidades de cada uma das partes. 4) O Governo Distrital no âmbito dos Serviços de Finanças deve coordenar com a organização financeira (KSM) as condições de atribuição de créditos. 5) A KSM deve realizar, em função do prestador do serviço financeiro, capacitações para o grupo alvo. 6) As associações de camponeses devem elaborar um plano de exploração (necessidades de pesticidas e insumos para a área plantada, cálculo da quantidade de feijão produzido) com ajuda dos técnicos da SDAE, ACDI/VOCA, AFRICARE e AMERICAN FRIENDS. 7) Realizar o levantamento das necessidades de insumos agrícolas como base da medida 6. Os prestadores de serviços que fazem esta análise e acompanham os camponeses como consultores devem ser os mesmos do ponto 6 (SDAE, ACDI/VOCA, AFRICARE e AMERICAN FRIENDS). 8) Realizar mais continuamente sessões de capacitação aos produtores sobre o agronegócio e dar assistência técnica em todos os Postos Administrativos. As 60 Anexo organizações deste serviço (vide medida 6 e 7) devem ser mais bem coordenadas e determinada a sua zona de intervenção no Distrito. 9) Capacitar os produtores sobre o valor acrescentado da produção e utilização de pesticidas naturais (prestadores de serviços vide 6). 10) Treinar os produtores acerca da consociação de culturas, secagem e armazenagem (vide 6). 11) A SDAE deve promover a disseminação dos preços de mercados. 12) Divulgar e processar o valor acrescentado do Feijão através de processamento para se poder vender outros produtos de Feijão, como badjia e papas enriquecidas (vide 6). - O Governo Distrital deve identificar organizações que conheçam o processamento do Feijão. - Treinar os técnicos que trabalham directamente com as associações (6). 13) Sensibilizar os produtores acerca das vantagens (relacionadas com a distribuição de tarefas e o aumento de poder, negociar o preço de venda com base na quantidade da produção) de trabalhar em associações (vide 6). Anexo 61 II Análise dos dados secundários Procedimentos da análise Î Recolher informações de instituições estatais e ONG/ associações, começando pelo nível distrital. Î Fazer uma leitura em diagonal, marcando as partes com informação sobre o distrito. Î Assegurar a actualidade dos dados: y Os dados têm que ser o mais actuais possível. Se os dados analisados forem muito antigos ou se não se encontrarem dados, devem ser feitas entrevistas com peritos, para verificar a actualidade das informações recolhidas (não se trata de fazer um novo estudo) Î Inserir a fonte consultada na bibliografia (Tabela 1) Î Levantar aspectos relevantes da economia do distrito y Recursos naturais (Tabela 2) y Mão-de-obra: Calendário sazonal (Tabela 3); Estrutura da mão-de-obra (Tabela 4); Actividades de rendimentos no distrito (Tabela 5) Î Alistar prestadores de serviços existentes e serviços disponíveis (Tabela 6) Î Identificar constrangimentos gerais para o desenvolvimento económico (Tabela 7) Î Recomendar acções e estratégias de promoção já existentes (Tabela 8) Informações sobre o trabalho com as tabelas: • No caso de não estarem disponíveis dados quantitativos (numéricos) podem-se usar as tabelas também para fazer estimativas, usando uma escala de um a três (1=baixo, 2=médio, 3=alto). • É desejável considerar as descrições qualitativas encontradas nas fontes de informação. Para tal, por favor utilize o espaço para comentários, observações e/ou constrangimentos nas tabelas. • Aqui, apenas se trata de listagens. Favor não misturar dados de fontes diferentes. Se as fontes forem contraditórias, é recomendável citar primeiro todas as informações de uma única fonte, e depois as de outra fonte. • Todos os dados de cada documento devem ter indicada a fonte consultada. • As tabelas em anexo já incluem propostas de sectores, etc., que são só exemplos. Os exemplos nas tabelas deveriam ser substituídos por dados do distrito. 62 Anexo Tabelas a utilizar Tabela 1: Fontes de informação ................................................................................63 Tabela 2: Aproveitamento de recursos naturais ........................................................64 Tabela 3: Calendário sazonal da ocupação da população ........................................66 Tabela 4: Estrutura da mão-de-obra..........................................................................66 Tabela 5: Actividades de rendimentos no distrito ......................................................67 Tabela 6: Prestadores de seviços existentes e serviços disponíveis ........................68 Tabela 7: Constrangimentos gerais para o desenvolvimento económico..................69 Tabela 8: Recomendações de acção e estratégias de promoção já existentes ........70 Anexo 63 Tabela 1: Fontes de informação Fonte Autor/ Instituição N° (Nome, Sigla) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 Título do Documento Observações/ Comentários 64 Anexo Tabela 2: Aproveitamento de recursos naturais Tipo recurso distrito de no (Exemplos) Volume existente do recurso Floresta m³ Actividade Económica (Exemplos) Extracção Volume de aproveitamento para mercados internos Observações/ Comentários/ Constrangimentos Volume de aproveitamento para exportação m³ m³ Gado Bovino n° n° Cabritos n° n° Aves n° n° Legumes ha ha Cereais ha ha Castanha ha ha ... Pastagem n° ... Área usada por actividades agrícolas ha ... Observações/ Comentários/ Constrangimentos Fonte N° Anexo 65 y A actividade deve ser uma actividade de criação de rendimentos. Não pode ser uma actividade que só apoia outra actividade de rendimento (por exemplo, irrigação) ou uma actividade de consumo (consumo de água). y Recursos com processamento: uma actividade económica só deve ser incluída se for o primeiro aproveitamento do respectivo recurso (por exemplo, para floresta: extracção de madeira entra; carpintaria não entra). 66 Anexo Tabela 3: Calendário sazonal da ocupação da população Actividades Observações/ Comentários/ Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Sep Out Nov Dez Constrangimentos (Aspectos sócio-culturais, H M H M H M H M H M H M H M H M H M H M H M H M etc.) Pesca (Exem plo) 1 3 2 3 . . . ... Ocupação (1 = baixa, 2 = média, 3 = alta); H = Homens, M = Mulheres Tabela 4: Estrutura da mão-de-obra Estrutura da população no distrito Mão-de-obra Sexo (em %) Idade (anos) 12 – 25 26 – 50 51 < Homens Grau de escolaridade Mulheres Factores que limitam actividades de rendimento Homens Mulheres Fonte N° Anexo 67 Tabela 5: Actividades de rendimentos no distrito Volume Actividades estimativo que geram da prática rendimentos (alto, médio, (no distrito) baixo) Pesca (Exemplo) ... alto Relação entre o sector formal e informal (estimativa em %) formal informal 30 70 Postos Administrativos com maior prática da actividade Observações/ Comentários/ Constrangimentos de acesso a actividades Incentivos estatais, êxodo rural Fonte N° 68 Anexo Tabela 6: Prestadores de seviços existentes e serviços disponíveis Nome Sector privado ou público? Área de (interno/externo) actuação Área geográfica de actuação Observações/ Comentários (p. ex: experiências específicas) Fonte N° Anexo 69 Tabela 7: Constrangimentos gerais para o desenvolvimento económico Tipo de constrangimento Infra-estruturas (Rede rodoviária, electricidade, telefone, internet, etc.) Serviços (Informações de mercado, assistência técnica e formação, crédito, insumos agrícolas, etc.) Tecnologia (Equipamento de processamento, irrigação, armazenamento, etc.) Outros (Controlo, inspecções e autorização estatal, etc.) Comentários Fonte N° 70 Anexo Tabela 8: Recomendações de acção e estratégias de promoção já existentes Sectores Agricultura (Exemplo) Mineração (Exemplo) Turismo (Exemplo) ... Recomendações de acção e estratégias já existentes Fonte N° Anexo 71 III Termos de Referência Termos de Referência Para a Elaboração do Guião Prático para Integração das Intervenções do Desenvolvimento Económico Local no PEDD Introdução Com a assinatura dos acordos de paz em 1992, houve transformações profundas ao nível da economia e da sociedade. Os factores determinantes desta transformação são apontados como sendo a paz, o relançamento económico do pós-guerra e as reformas políticas e económicas. O sucesso alcançado na pacificação do País, a democratização e a transição para uma economia de mercado, criaram uma oportunidade para Moçambique receber recursos substanciais em forma de donativos e doações da comunidade internacional. A transferência destes financiamentos foi condicionada a um compromisso explícito do Governo em formular um plano de redução da pobreza (2001-2005). O PARPA I concentrou-se nas determinantes principais da pobreza e a sua operacionalização incidiu sobre as áreas de manutenção da paz e estabilidade social, educação, saúde, agricultura e desenvolvimento rural, infra-estruturas básicas, boa governação e gestão macro-económica e financeira. De 2001 a 2005, registaram-se progressos assinaláveis em todas as áreas de acção acima indicadas. Apesar dos progressos alcançados na redução da pobreza e da melhoria do nível de vida, através da promoção do desenvolvimento social e económico, cerca de 54% da população moçambicana continua ainda a viver abaixo da linha da pobreza. O PARPA II (2006-2009) mantém os objectivos que visam a redução da pobreza através da redistribuição de recursos, beneficiando a população mais desfavorecida e pobre, dando relativamente mais atenção ao desenvolvimento económico local e endógeno. Os objectivos adicionais definidos no PARPA II incluem o estabelecimento de facilidades de modo a que o sector privado cumpra a sua função de dinamizador do sector financeiro da economia, principalmente das pequenas e médias unidades produtivas agrícolas, rurais, agro-industriais e outros sectores económicos. Os objectivos definidos têm também em vista aumentar a capacidade do Estado para exercer um papel mais activo na regulação da actividade privada e 72 Anexo dos mecanismos de concorrência, continuar a dar espaço às parcerias com o sector privado para a criação de um ambiente para negócios. De um modo geral, o combate à pobreza absoluta, assente num crescimento económico sustentável e abrangente, constitui a principal finalidade do Governo Moçambicano na actualidade. Esta tarefa deverá a ser implementada tanto nas áreas urbanas como nas áreas rurais de Moçambique. Recentemente, o Governo de Moçambique decidiu reforçar os investimentos destinados à promoção do desenvolvimento económico e social. Desde 2006 tem sido atribuído aos distritos um orçamento de aproximadamente 300,000 dólares americanos para investimentos locais priorizados através de processos participativos de planificação aprovados pelos Conselhos Locais Distritais (CLD) constituídos por representantes do sector público e comunidades. Porém, os projectos identificados e aprovados nos CLD compreendem maioritariamente infra-estruturas de carácter social e, com pouca expressão, projectos de natureza económica. Consciente da necessidade de transformar o padrão da riqueza e dos enormes desafios que o País terá de enfrentar no futuro, o Governo de Moçambique decidiu adoptar medidas drásticas de viabilização económica e financeira nas zonas rurais. Para materializar as decisões tomadas neste âmbito, tem havido insistentemente orientações superiores no sentido de se reorientar os fundos atribuídos aos distritos para as comunidades organizadas em associações ou grupos engajados em actividades económicas que visam a criação de riqueza. Ao mesmo tempo, os distritos estão sendo desencorajados a aplicar o orçamento de investimento local para edificar escolas, postos de saúde e outras infra-estruturas sociais. Perante a situação, o grande desafio que resulta destas orientações é logicamente como combinar as intervenções de carácter económico e social nos planos descentralizados. O PRODER/GTZ tem vindo a apoiar os distritos na planificação, orçamento, execução dos investimentos e prestação de contas. A estratégia de intervenção visa o desenvolvimento de mecanismos institucionais e capacidades que permitirão aos distritos assumirem maior controlo como planificadores e gestores dos recursos e serviços públicos a nível local. Todavia, no processo de planificação distrital, não existe ainda experiência suficiente, nem metodologias simples e adequadas para identificar e promover o desenvolvimento económico baseado nas comunidades e a sua integração nos planos de desenvolvimento distrital. Anexo 73 Objectivo geral: Melhorar as capacidades dos Governos Locais e comunidades na planificação, implementação e monitoria do desenvolvimento económico local. Objectivos específicos: 1. Definir uma metodologia para fortalecer os promotores de desenvolvimento económico local e operadores financeiros vinculados a projectos económico-sociais nas comunidades rurais. 2. Incluir o pessoal das Equipas Técnicas Distritais na elaboração e testagem da metodologia e o pessoal da Equipa Técnica Provincial de Apoio da Planificação, como sendo o formador no âmbito da metodologia. Resultados esperados: 1. Um guião simples para identificar as potencialidades, os vectores de desenvolvimento económico, planificação e integração das intervenções nos planos distritais. 2. Um conceito/ procedimento dum Workshop para a introdução do pessoal distrital na planificação do DEL. Este conceito é dirigido ao pessoal da Equipa Técnica Provincial de Apoio de Planificação. Âmbito do estudo: O estudo será realizado nos Distritos de Manica e Machaze (sendo um com um certo nível de infra-estruturas e serviços e outro com uma economia totalmente de subsistência orientada para a exploração dos recursos naturais). Também será feito a nível da província com os principais provedores locais de serviços. Principais Actividades: 1. Identificar e definir o papel e responsabilidades dos serviços económicos distritais e outros actores/provedores de serviços na promoção da economia local. 2. Recomendar medidas para melhorar o desempenho dos actores locais, incluindo a Equipa Técnica de Planificação Distrital, na facilitação e promoção do DEL. 3. Avaliar os procedimentos e metodologias existentes a nível do Distrito para o diagnóstico de problemas e potencialidades e a elaboração das estratégias e do plano de acções. 74 Anexo 4. Identificar e documentar práticas inovativas para o desenho, implementação e monitoria das acções do desenvolvimento económico local baseado nas comunidades. 5. Definir e testar procedimentos e metodologias simples para a facilitação da participação na identificação, análise das potencialidades e selecção das áreas de intervenção para a resolução de problemas no processo produtivo e ambiente de negócios, reconhecendo a capacidade/ as noções do pessoal distrital. 6. Produzir um guião simples para a identificação e inclusão das acções do DEL nos Planos Estratégicos Distritais. Documentos de Consulta Recomendada PARPA II (Ver o webpage: www.mpd.gov.moz) Kellogg Foundation 2001, An Assessment of the Economic Potential of Manica Province, Review of Economic Potential in the Manica Province Plano Estratégico Provincial Planos Estratégicos dos Distritos de Manica e Machaze PPFD-Manual do Diagnóstico Distrital PPFD-Manual de Estratégias Estratégia do Desenvolvimento Rural Liste der SLE Publikationen seit 1972 Erik Engel, Nicole Piepenbrink, Jascha Scheele, Conrad Dorer, Jeremy Ferguson, Wera Leujak: Being Prepared: Disaster Risk Management in the Eastern Visayas, Philippines. Berlin 2007 S231 Carola Jacobi-Sambou, Ruth Becker, Till Bellow, Sascha Reebs, Levke Sörensen, Simon Stumpf : Armutsmindernde Wirkungen ausgewählter Vorhaben des deutschen EZ-Portfolios in Burkina Faso. Berlin, 2007 Heiko Harms, Diana Cáceres, Edgar Cossa, Julião Gueze, Moritz Ordemann, Alexander Schrade, Ute Straub, Sina Uti: Desenvolvimento Económico Local em Moçambique: m-DEL para a Planificação Distrital - um método para identificar potencialidades económicas e estratégias para a sua promoção (Vol. 1). Berlin 2007 Heiko Harms, Diana Cáceres, Edgar Cossa, Julião Gueze, Moritz Ordemann, Alexander Schrade, Ute Straub, Sina Uti: Guião para aplicação do m-DEL - uma ferramenta para as Equipas Técnicas Distritais (Vol. 2). Berlin 2007 Thomas König, Jantje Blatt; Kristian Brakel; Kristina Kloss; Thorsten Nilges; Franziska Woellert: Market-driven development and poverty reduction: A value chain analysis of fresh vegetables in Kenya an Tanzania. Berlin 2007 S230 S229 Vol. I S229 Vol. II S228 Seminar für Ländliche Entwicklung (Hrsg.), Entwicklungspolitische Diskussionstage 2007. Dokumentation zur Veranstaltung vom 24.-77. April 2007 in Berlin. Berlin, 2007 S227 Christian Berg, Karin Fiege, Beate Holthusen, Gesa Grundmann, Iris Paulus, Shirley Wouters, Gabriele Zdunnek,: Teamleitung: Erfahrungen mit Aktions- und Entscheidungsorientierten Untersuchungen. Berlin, 2007 S226 Karin Fiege, Saskia Berling, Ivo Cumbana, Magdalena Kilwing, Gregor Maaß, Leslie Quitzow, Contribuição da Construção de Estradas Rurais na Redução da Pobreza? Análise de Impacto na Provincia de Sofala, Moçambique. Berlin, 2006 S225 Erik Engel, Henrica von der Behrens, Dorian Frieden, Karen Möhring, Constanze Schaaff, Philipp Tepper, Strategic Options towards Sustainable Development in Mountainous Regions. A Case Study on Zemo Svaneti, Georgia. Berlin, 2006 S224 Christian Berg, Susanne Bercher-Hiss, Martina Fell, Alexander Hobinka, Ulrike Müller, Siddharth Prakash, Poverty Orientation of Value Chains for Domestic and Export Markets in Ghana. Berlin, 2006 S223 Stephan Amend, Jaime Cossa, Susanne Gotthardt, Olivier Hack, Britta Heine, Alexandra Kurth, Katastrophenrisikoreduzierung als Prinzip der Ländlichen Entwicklung - Ein Konzept für die Deutsche Welthungerhilfe. (Nicaragua). Berlin, 2006 S222 Karin Fiege, Saskia Berling, Ivo Cumbana, Magdalena Kilwing, Gregor Maaß, Leslie Quitzow, Armutsminderung durch ländlichen Straßenbau? Eine Wirkungsanalyse in der Provinz Sofala, Mosambik. Berlin, 2006 S221 Seminar für Ländliche Entwicklung (Hrsg.), Entwicklungspolitische Diskussionstage 2006. Dokumentation zur Veranstaltung vom 3.-6. April 2006 in Berlin. Berlin, 2006 (nur als CD erhältlich) S220 Ivonne Antezana, André Fabian, Simon Freund, Eileen Gehrke, Gisela Glimmann, Simone Seher, Poverty in Potato Producing Communities in the Central Highlands of Peru. Berlin, 2005 S219 Melanie Djédjé, Jessica Frühwald, Silvia Martin Han, Christine Werthmann, Elena Zanardi, Situation de référence pour le suivi axé sur les résultats – Étude réalisée pour le Programme de Lutte Contre la Pauvreté (LUCOP) de la Coopération Nigéro-Allemande. Berlin, 2005 S218 Gesa Grundmann, Nathalie Demel, Eva Prediger, Harald Sterly, Azani Tschabo, Luzie Verbeek, Wirkungen im Fokus - Konzeptionelle und methodische Ansätze zur Wirkungsorientierung der Arbeit des Deutschen Entwicklungsdienst im Kontext von Armutsminderung und Konflikttransformation. Berlin, 2005 S217 Lioba Weingärtner, Markus Fiebiger, Kristin Höltge, Anke Schulmeister, Martin Strele, Jacqueline Were, Poverty and Food Security Monitoring in Cambodia Linking Programmes and Poor People's Interests to Policies. Berlin, 2005 S216 Seminar für Ländliche Entwicklung (Hrsg.), Entwicklungspolitische Diskussionstage 2005. Dokumentation zur Veranstaltung vom 14.-17. März 2005 in Berlin. Berlin, 2005 (nur als CD erhältlich) S215 Karin Fiege, Gesa Grundmann, Michael Hagedorn, Monika Bayr, Dorothee Heidhues, Florian Landorff, Waltraud Novak, Michael Scholze, Zusammen bewerten - gemeinsam verändern. Instrumentarium zur Selbstevaluierung von Projekten in der Internationalen Zusammenarbeit (SEPIZ). Berlin, 2004 S214 Pascal Lopez, Ulrike Bergmann, Philippe Dresrüsse, Michael Hoppe, Alexander Fröde, Sandra Rotzinger, VIH/SIDA: Un nouveau défi pour la gestion des aires protégées à Madagascar - l’intégration des mesures contre le VIH/SIDA dans le travail du Parc National Ankarafantsika. Berlin, 2004 S213 Birgit Kundermann, Mamadou Diarrassouba, Diego Garrido, Dorothe Nett, Sabine Triemer de Cruzate, Andrea Ulbrich, Orientation vers les effets et contribution à la lutte contre la pauvreté du Programme d’Appui aux Collectivités Territoriales (PACT) au Mali. Berlin, 2004 S212 Christian Berg, Mirco Gaul, Romy Lehns, Astrid Meyer, Franziska Mohaupt, Miriam Schröder, Self-Assessing Good Practices and Scaling-up Strategies in Sustainable Agriculture – Guidelines for Facilitators. Berlin, 2004 S211 Seminar für Ländliche Entwicklung (Hrsg.), Entwicklungspolitische Diskussionstage. Dokumentation zur Veranstaltung vom 29. März bis 1. April 2004 in Berlin. Berlin, 2004 S210 Iris Paulus, Albert Ewodo Ekani, Jenni Heise, Véronique Hirner, Beate Kiefer, Claude Metou’ou, Ibrahim Peghouma, Sabine Schliephake, Réorientation des prestations de services en milieu rural – recommandations pour le choix et le suivi des organismes d’appui. Etude pilote au Cameroun. Berlin, 2003 S209 Gabriele Zdunnek, Christian Cray, Britta Lambertz, Nathalie Licht, Eva Rux, Reduction of Youth Poverty in Cape Town, South Africa. Berlin, 2003 S208 Beate Holthusen, Clemens Koblbauer, Iris Onipede, Georg Schwanz, Julia Weinand, Mainstreaming Measures against HIV/AIDS. Implementing a new Strategy within the Provincial Government of Mpumalanga / RSA. Berlin, 2003 S207 Shirley Wouters, Thekla Hohmann, Kirsten Lautenschläger, Matthias Lichtenberger, Daniela Schwarz, Development of a Peace and Conflict Impact Assessment for Communities in the South Caucasus. Berlin, 2003 S206 Christian Berg, Saskia Haardt, Kathleen Thieme, Ralf Willinger, Jörg Yoder, Between Yaks and Yurts. Perspectives for a Sustainable Regional Economic Development in Mongolia. Berlin, 2003 S205 Seminar für Ländliche Entwicklung (Hrsg.), Entwicklungspolitische Diskussionstage. Dokumentation zur Veranstaltung vom 7.-11. April 2003 in Berlin. Berlin, 2003 S202 Karin Fiege, Corinna Bothe, Frank Breitenbach, Gerhard Kienast, Sonja Meister, Elgin Steup, António Reina, Ute Zurmühl, Tourism and Coastal Zone Management. Steps towards Poverty Reduction, Conflict Transformation and Environmental Protection in Inhambane/Mozambique. Berlin, 2002 S201 Karin Fiege, Corinna Bothe, Frank Breitenbach, Gerhard Kienast, Sonja Meister, Elgin Steup, António Reina, Ute Zurmühl, Turismo e Gestão de Zonas Costeiras. Contribuições para Redução da Pobreza, Transformação de Conflitos e Protecção do Meio Ambiente em Inhambane /Moçambique. Berlin, 2002 S200 Thomas Hartmanshenn, Komi Egle, Marc-Arthur Georges, Katrin Kessels, Anne Nathalie Manga, Andrea von Rauch, Juliane Wiesenhütter, Integration of Food and Nutrition Security in Poverty Reduction Strategy Papers (PRSPs). A Case Study of Ethiopia, Mozambique, Rwanda and Uganda. Berlin, 2002 S199* Beate Holthusen, Nike Durczak, Claudia Gottmann, Britta Krüger, Ulrich Häussermann, Bela Pyrkosch, Managing Conflict - Building Peace. Strengthening Capacities of InWEnt Scholars - A Pilot Study in the Philippines. Berlin, 2002 S198 Oliver Wils, Erik Engel, Caroline von Gayl, Marion Immel, Dirk Reber, Debabrata Satapathy, Exploring New Directions in Social Marketing. An Assessment of Training Health Providers in Rajasthan/India. Berlin, 2002 S197 Seminar für Ländliche Entwicklung (Hrsg.), Entwicklungspolitische Diskussionstage. Dokumentation zur Veranstaltung vom 16.-19. April 2002 in Berlin. Berlin, 2002 S196 Benedikt Korf, Tobias Flämig, Christine Schenk, Monika Ziebell, Julia Ziegler, Conflict - Threat or Opportunity? Land Use and Coping Strategies of WarAffected Communities in Trincomalee, Sri Lanka. Berlin, 2001 S195 Inge Remmert Fontes, Ulrich Alff (Editor), Regine Kopplow, Marion Miketta, Helge Rieper, Annette Wulf, Review of the GTZ Reintegration Programme in WarAffected Rural Communities in Sierra Leone. Berlin, 2001 S194 Andreas Groetschel, Reynaldo R. Aquino, Inga Buchholz, Anja Ibkendanz, Tellita G. Mazo, Novie A. Sales, Jan Seven, Kareen C. Vicentuan, Natural Resource Management Strategies on Leyte Island, Philippines. Berlin, 2001 S193 Harald Braun, Peter Till Baumann, Natascha Vogt, Doris Weidemann, HIV/AIDS Prevention in the Agricultural Sector in Malawi. A Study on Awareness Activities and Theatre. Berlin, 2001 S192 Ivonne Antezana, Arne Cierjacks, Miriam Hein, Gerardo Jiménez, Alexandra Rüth, Diseño y Verificación de un Marco Metodológico para la Evaluación de Proyectos del Programa de Voluntarios de las Naciones Unidas - Evaluación del Proyecto Randi-Randi en Ecuador. Berlin, 2001 S191 Arne Cierjacks, Tobias Flämig, Miriam Hein, Alexandra Rüth, Annette Wulf (Hrsg.), Entwicklungspolitische Diskussionstage 2001. Berlin, 2001 S190 Gabriele Struck, Fernando Silveira Franco, Natalie Bartelt, Bianca Bövers, Tarik Marc Kubach, Arno Mattes, Magnus Schmid, Silke Schwedes, Christian Smida, Monitoramento Qualitativo de Impacto - Desenvolvimento de Indicadores para a Extensão Rural no Nordeste do Brasil. 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Berlin, 1973 IV/5* Herbert Ströbel, Angelika Schneider, Dietrich Stotz, Engelbert Veelbehr, Annemarie Wäschle, Josef Weber, An Economic Analysis of Smallholder Agriculture in the Kericho District, (Kenya). Berlin, 1973 IV/4* Ramesh Chandra Agrawal, Wilfried Blaschnek, Hellmut Fischer, Andreas Frey, Eberhard Göhsing, Willi Nesselrath, Franz Rauch, A Study of the Working and Impact of Indo-German Agricultural Project, Kangra. (India). Berlin, 1973 IV/3* Manfred Schulz, Ursula Bauhoff, Henning Bosüner, Heinrich Ehlers, Helmut Heumos, Franz Ring, Peter Schimann, Jean-P. Stauss, Rapports du stage 1972 à Madagascar - Aspects du développement. Berlin, 1972 IV/2* Klemens Hubert, Georg Dürr, Henrik Einfeld, Sigismund Hadelich, Heinz Haug, Irene Haug, Adolf Kraus, Ludwig Löschner, Claus-Rudolf Spranger, Agricultural Production in Kisii District/Kenya and Proposals for its Development. Berlin, 1972 IV/1* * Out of print