DIODOS
FUNDAMENTOS
12 h
DIODO IDEAL
2
LIMITAÇÃO DA TENSÃO DIRETA
E CORRENTE REVERSA
3
RETIFICADOR
4
EXEMPLO 3.1
Considere o circuito a seguir, onde a tensão
da bateria é de 12 V e a tensão de pico da
senóide é de 24 V.
 Determine a fração de tempo de cada ciclo
em que o diodo conduz, e também o valor
de pico da corrente no diodo e a tensão de
polarização reversa máxima sobre o diodo.
5
EXEMPLO 3.1
6
EXEMPLO 3.1
O diodo conduz quando vs>12, ou seja
24sin()=12
que tem como solução
1=30° e 2=150°
ou seja, conduz durante =2-1=120°, o que
representa 1/3 do período.
A corrente de pico vale
Id=(24-12)/100=0,12 A
A tensão reversa máxima é igual a:
Vd=12-(-24)=36 V
7
EXEMPLO 3.2
Determine V e I no circuito com diodos a seguir.
Na primeira figura, supondo ambos os diodos
conduzindo, temos que:
VB=0, V=0, ID2=1 mA e portanto I=1 mA.
Na segunda figura, supondo ambos os diodos
conduzindo, temos que:
VB=0, V=0, ID2=2 mA e I=-1 mA,
o que indica que D1 está cortado, e portanto I=0.
8
EXEMPLO 3.2
9
EXEMPLO 3.2
Além disso,
ID2=20/15k=1,33 mA
V=VB=-10+10k1,33m=3,3 V
o que confirma o corte de D1.
10
CARACTERÍSTICA ELÉTRICA
DE DIODOS REAIS
11
CARACTERÍSTICA ELÉTRICA
DE DIODOS REAIS
Existem 3 regiões distintas:
– Polarização direta se v>0.
– Polarização reversa se v<0
– Região de ruptura se v<-VZK
12
REGIÃO DE POLARIZAÇÃO
DIRETA
Na região de polarização direta:
i=IS{exp[v/(nVT)]-1}
onde IS é denominada corrente de saturação
(da ordem de 10-15 A para pequenos
diodos), VT é denominada tensão térmica e
1n2 é uma constante de fabricação do
diodo.
13
REGIÃO DE POLARIZAÇÃO
DIRETA
A tensão térmica é dada por:
VT=kT/q
onde k=1,3810-23 J/K, T é a temperatura
em K e q=1,610-19 C é a carga de um
elétron, que à temperatura ambiente vale:
VT25 mV.
 No sentido direto para i>>IS
i=ISexp[v/(nVT)]
ou
v=nVTln(i/IS)
14
REGIÃO DE POLARIZAÇÃO
DIRETA
Para v<0,5 V a corrente é desprezível.
Assim, v=0,5 V é denominada tensão de
corte.
 Por outro lado, a queda de tensão de um
diodo em condução é v0,7 V.
 Como IS e VT variam com a temperatura,
dada uma corrente constante, a tensão
diminui 2 mV para cada °C de aumento da
temperatura.
15
VARIAÇÃO DA TENSÃO
COM A TEMPERATURA
16
REGIÃO DE POLARIZAÇÃO
REVERSA
Neste caso, v<0 e portanto a exponencial
torna-se desprezível perante a unidade, e
assim:
I -IS
 Na verdade a corrente reversa é muito maior
que a corrente de saturação, podendo
alcançar 1 nA, e isto se deve a efeitos de
fuga.
17
REGIÃO DE RUPTURA
Ela ocorre quando a tensão reversa for
maior que a tensão de ruptura.
 Neste caso, a corrente aumenta rapidamente
para um aumento pequeno na tensão. Se não
houver um resistor que limite a corrente, o
diodo se destruirá.
 Observe que nesta região, um diodo pode
funcionar como uma fonte de tensão.
18
ANÁLISE DE CIRCUITO
COM DIODOS
19
ANÁLISE DE CIRCUITO
COM DIODOS
Podemos escrever duas equações:
ID=ISexp(VD/nVT)
e
ID=(VDD-VD)/R
 Supondo que IS e n sejam conhecidos, a
solução deste sistema não-linear de
equações não apresenta forma fechada.
 Solução: cálculo numérico ou análise
gráfica.
20
ANÁLISE GRÁFICA
21
MODELO DE SEGMENTOS
LINEARES
22
MODELO DE SEGMENTOS
LINEARES
Neste caso:
iD=0
para vDVD0
ID=(vD-VD0)/rD para vDVD0
onde para o exemplo anterior
VD0=0,65 V e rD=20 
 O modelo de segmentos lineares pode ser
modelado pelo circuito a seguir.
23
MODELO DE SEGMENTOS
LINEARES
24
EXEMPLO 3.5
Obtenha a corrente e a tensão no diodo para
o circuito com diodo e resistor mostrado
anteriormente utilizando o modelo de
segmentos lineares com
VD0=0,65 V
rD=20 
R=1 k
25
EXEMPLO 3.5
26
EXEMPLO 3.5
Neste caso, podemos escrever para a
corrente no diodo:
ID=(VDD-VD0)/(R+rD)
ID=(5-0,65)/(1000+20)=4,3 mA
 A tensão no diodo é dada por:
VD=VD0+rDID
VD=0,65+204,310-3=0,735 V
27
MODELO DE QUEDA DE
TENSÃO CONSTANTE
28
MODELO DE QUEDA DE
TENSÃO CONSTANTE
Neste caso, podemos escrever que:
ID=(VDD-VD0)/R
onde tipicamente VD0=0,7 V.
 Para o exemplo anterior:
ID=(5-0,7)/1000=4,3 mA
29
MODELO DE QUEDA DE
TENSÃO CONSTANTE
30
MODELO PARA PEQUENOS
SINAIS
Considere um diodo polarizado para operar
com um sinal em torno do ponto quiescente.
 A tensão total no diodo é dada por:
vD(t)=VD+vd(t)
 A corrente instantânea pode ser escrita
como:
iD(t)=ISexp[(VD+vd)/nVT]
iD(t)=ISexp(VD/nVT)exp(vd/nVT)
iD(t)=IDexp(vd/nVT)
31
MODELO PARA PEQUENOS
SINAIS
32
MODELO PARA PEQUENOS
SINAIS
Supondo que vd/nVT<<1, podemos
aproximar a exponencial pelos dois
primeiros termos de sua série de Taylor:
iD(t)=ID(1+vd/nVT)
iD(t)=ID+(ID/nVT)vd
iD(t)=ID+id
onde
id=vd/rd
33
MODELO PARA PEQUENOS
SINAIS
E portanto,
rd=nVT/ID
 Ou seja a resistência dinâmica é
inversamente proporcional à corrente.
 E portanto,
vD(t)=VD+rdid
 De onde, tiramos o modelo circuital a
seguir.
34
MODELO PARA PEQUENOS
SINAIS
35
CIRCUITOS EQUIVALENTES
PARA PEQUENOS SINAIS
36
EXEMPLO 3.6
Considere o circuito a seguir, no qual a
fonte de tensão V+ tem um valor DC de 10
V, sobreposto a uma ondulação senoidal de
60 Hz de 1 V de pico.
 Calcule a amplitude do sinal senoidal sobre
o diodo. Suponha que VD=0,7 V, R=10 k
e n=2.
37
EXEMPLO 3.6
38
EXEMPLO 3.6
Do ponto de vista DC,
ID=(10-0,7)/10=0,93 mA
 A resistência dinâmica é dada por:
rd=nVT/ID=225/0,93=53,8 
 A tensão senoidal sobre o diodo vale:
vd=v+rd/(rd+R)=5,4 mV
e que por ser pequeno (<< 10 mV) justifica
a aplicação do modelo de pequenos sinais.
39
DIODOS ZENER
40
MODELO PARA O DIODO
ZENER
Um diodo zener na região de ruptura pode
ser modelado por:
VZ=VZ0+rzIZ
para IZIZK
onde VZ0 é o ponto em que a curva do zener
intercepta o eixo de tensão, e rz representa a
inclinação daquela curva.
41
MODELO PARA O DIODO
ZENER
42
EXEMPLO 3.8
Seja o circuito da figura a seguir, onde um
diodo zener é utilizado. A tensão de zener
VZ=6,8 V é obtida para uma corrente de
zener IZ=5 mA, com rz=20  e IZK=0,2 mA.
A fonte de alimentação V+=101 V.
 Determine VO sem carga usando V+
nominal.
 Calcule a variação de VO resultante da
variação de 1 V em V+.
43
EXEMPLO 3.8
Calcule a variação em VO resultante da
conexão de uma carga de RL=2 k.
 Calcule a variação em VO quando RL=0,5
k.
 Qual o valor mínimo de RL para o diodo
continuar a operar na região de ruptura.
44
EXEMPLO 3.8
45
EXEMPLO 3.8
Podemos determinar inicialmente,
VZ0=VZ-rzIZ=6,8-20510-3=6,7 V
 Sem carga, temos que
IZ=(V+-VZ0)/(R+rz)=(10-6,7)/520=6,3 mA
 Portanto,
VO=VZ0+IZrz=6,7+6,310-320=6,83 V
 Para uma variação V+=1 V, temos que
VO=V+rz/(rz+R)=120/520=38,5 mV
46
EXEMPLO 3.8
Uma carga de 2 k vai drenar
aproximadamente 3,4 mA, portanto
VO=rzIZ=-203,410-3=-68 mV
 Uma carga de 500  vai drenar
aproximadamente 13,6 mA, o que não é
possível, pois a corrente pelo resistor é de
apenas 6,4 mA. Neste caso o zener estará
cortado e a tensão de saída será dada por
VO=V+RL/(R+RL)=10/2=5 V
o que confirma o corte do zener.
47
EXEMPLO 3.8
Para o zener operar com corrente IZK=0,2
mA, temos que VZ=VZKVZ0=6,7 V. Neste
caso, a corrente de pior caso que passa por
R é (9-6,7)/0,5=4,6 mA, e portanto a
corrente que sobra na carga é 4,6-0,2=4,4
mA. Portanto,
RL=6,7/4,4=1,5 k.
48
PROJETO DE REGULADOR
ZENER
Considere o regulador com zener a seguir.
 O regulador é alimentado com uma tensão
que possui uma grande ondulação.
 A função do regulador é fornecer uma
tensão de saída que seja a mais constante
possível, independente de:
–
–
–
Tensão de Entrada
Variações da carga.
Ondulação da tensão de entrada.
49
PROJETO DE REGULADOR
ZENER
50
PROJETO DE REGULADOR
ZENER
Dois parâmetros são usados para medir a
qualidade de um regulador.
–
–
Regulação de Linha:
RL=VO/VS
Regulação de Carga:
RC=VO/IL
Utilizando a próxima figura, temos para o
regulador zener que:
VO=VZ0R/(R+rz)+VSrz/(R+rz)-ILRrz/(R+rz)
51
PROJETO DE REGULADOR
ZENER
52
PROJETO DE REGULADOR
ZENER
Portanto,
RL=rz/(R+rz)
RC=-Rrz/(R+rz)
 Altos valores de R são desejáveis. No
entanto o valor máximo de R deve satisfazer
R=(VSmin-VZ0-rzIZmin)/(Izmin+ILmax)
pois baixos valores de VS e altos valores de
IL conduzem a baixos valores de IZ.
53
EXEMPLO 3.9
Projete um regulador zener para:
VO=7,5 V
15VS25 V
0IL15 mA
VZ=7,5 V para IZ=20mA e rz=10 .
 Calcule R e determine as regulações de
linha e de carga.
54
EXEMPLO 3.9
Podemos determinar inicialmente,
VZ0=VZ-rzIZ=7,5-102010-3=7,3 V
A seguir, escolhendo que Izmin=5 mA, temos
R=(VSmin-VZ0-rzIZmin)/(Izmin+ILmax)
R=(15-7,3-10510-3)/(2010-3)=383 
Portanto,
RL=rz/(R+rz)=25,4 mV/V
VO=0,25 V
RC=-Rrz/(R+rz)=-9,7 V/A
VO=-0,15 V
55
COEFICIENTE DE
TEMPERATURA DOS ZENERS
Os diodos zener exibem um coeficiente de
temperatura negativo se a sua tensão de
zener for menor que 5 V.
 Por outro lado, diodos com tensão acima de
5 V, apresentam coeficiente de temperatura
positivo.
 A combinação em série de um zener com
um TC de 2 mV/°C e um diodo com TC de
–2 mV/°C proporciona uma tensão de
VZ+VD e que é estável com temperatura.
56
FONTE DE ALIMENTAÇÃO
DC
57
RETIFICADOR DE MEIA
ONDA
Considere o retificador de meia onda a
seguir. A tensão de saída é dada por:
vO=0
para vS<VD0
vO=(vS-VD0)R/(R+rD) para vSVD0
 Se rD<<R então
vOvS-VD0
para vSVD0
 A tensão de pico reversa sobre o diodo é
PIV=Vs
58
RETIFICADOR DE MEIA
ONDA
59
RETIFICADOR DE ONDA
COMPLETA
Considere o retificador de onda completa a
seguir. A tensão de saída é dada por:
vO=(vS-VD0)R/(R+rD)
 Se rD<<R então
vOvS-VD0
 A tensão de pico reversa sobre o diodo é
PIV=2Vs-VD0
60
RETIFICADOR DE ONDA
COMPLETA
61
RETIFICADOR EM PONTE
Considere o retificador em ponte a seguir.
 A tensão de saída é dada por:
vO=(vS-2VD0)R/(R+2rD)
 Se rD<<R então
vOvS-2VD0
 A tensão de pico reversa sobre o diodo é
PIV=Vs-VD0
62
RETIFICADOR EM PONTE
63
RETIFICADOR DE MEIA
ONDA COM FILTRO IDEAL
64
RETIFICADOR DE MEIA
ONDA COM FILTRO REAL
Considere o retificador com filtro a seguir.
Vamos supor que
–
–
–
RC>>T.
O diodo conduz por um breve intervalo de tempo t.
No intervalo de corte, o capacitor C se descarrega
através do resistor R.
No intervalo de corte,
Vo=Vpexp(-t/RC)
Ao final do intervalo de descarga
Vp-VrVpexp(-T/RC)
65
RETIFICADOR DE MEIA
ONDA COM FILTRO
66
RETIFICADOR DE MEIA
ONDA COM FILTRO
Usando a aproximação por série de Taylor que:
exp(-T/RC)=1-T/(RC)
Portanto,
VrVpT/(RC)=Vp/(fRC)
O valor médio da tensão de saída é dada por:
VOVp-Vr/2=Vp[1-1/(2fRC)]
O ângulo de condução do diodo pode ser obtido a
a partir de:
Vpcos(2ft)=Vpcos()=Vp-Vr
67
RETIFICADOR DE MEIA
ONDA COM FILTRO
Usando a aproximação por série de Taylor que:
cos()1-2/2
Portanto, o período de condução do diodo é:
=(2Vr/Vp)=[2/(fRC)]
A carga ganha pelo capacitor no instante t é igual
àquela perdida no intervalo de descarga, ou seja:
iCmedt =CVr
A corrente média que passa pelo capacitor é dada
por:
iCmed=iDmed-iLmediDmed-IL
68
RETIFICADOR DE MEIA
ONDA COM FILTRO
Assim,
iDmed=IL+CVr/t
Substituindo que
2ft=(2Vr/Vp)
E que
Vr=Vp/(fRC)
Portanto,
iDmed=IL[1+(2Vp/Vr)]
Pode-se mostrar que:
iDmax=IL[1+2(2Vp/Vr)]2iDmed
69
RETIFICADOR DE ONDA
COMPLETA COM FILTRO
Para este caso, pode-se mostrar que:
Vr=Vp/(2fRC)
IDmed=IL[1+(Vp/2Vr)]
IDmax=IL[1+2(Vp/2Vr)]2IDmed
 Como conclusão, para uma mesma
ondulação, o capacitor neste caso pode ter a
metade do valor daquele utilizado no
retificador de meia onda. Além disso, a
corrente que passa pelos diodos é a metade
da corrente do caso meia-onda.
70
EXEMPLO 3.10
Considere um retificador de meia onda
com:
f=60 Hz
Vp=100 V
R=10 k
Vr=2 V
 Obtenha C, a fração do ciclo em que o
diodo conduz, o valor médio e o de pico da
corrente que passa pelo diodo.
71
EXEMPLO 3.10
O capacitor pode ser obtido de:
C=Vp/(VrfR)=83,3 F
O ângulo de condução pode ser calculado por:
=(2Vr/Vp)=0,2 rad
A corrente média na carga é dada por:
IL=Vp/R=10 mA
A corrente média e a máx podem ser calculadas
por:
IDmed=IL[1+(2Vp/Vr)]=324 mA
IDmax=IL[1+2(2Vp/Vr)]=638 mA
72
RETIFICADORES IDEAIS
73
CARACTERÍSTICA DE
TRANSFERÊNCIA DE UM LIMITADOR
74
SENÓIDE APLICADA A UM
LIMITADOR
75
CIRCUITOS LIMITADORES
76
CIRCUITO GRAMPEADOR
OU RESTAURADOR DE DC
77
CIRCUITO DOBRADOR DE
TENSÃO
78
JUNÇÃO PN
Um diodo semicondutor é composto da
união de 2 materiais semicondutores:
 silício tipo p
 silício tipo n
79
JUNÇÃO PN
80
SILÍCIO INTRÍNSECO
Um cristal de silício puro tem uma estrutura
atômica regular em que cada átomo
compartilha os 4 elétrons da banda de
valência.
 As ligações entre os átomos de silício são
denominadas ligações covalentes.
 Na temperatura ambiente, alguns elétrons
conseguem se libertar através da ionização
térmica, incidência de luz, ou campo
elétrico, rompendo a ligação covalente.
81
SILÍCIO INTRÍNSECO
Como resultado, o átomo passa a ter carga
positiva.
 Por sua vez, esta carga positiva pode atrair
outros elétrons livres.
 Esta união preenche a lacuna positiva que
havia no átomo ionizado e é denominada
recombinação.
82
SILÍCIO INTRÍNSECO
Deste modo, temos elétrons e lacunas como
portadores de cargas movendo-se pelo
cristal.
 A lacuna tem carga positiva e valor igual à
do elétron.
 A ionização térmica produz concentrações
iguais de elétrons e lacunas.
83
TAXA DE RECOMBINAÇÃO
E DE IONIZAÇÃO
A taxa de recombinação depende do números de
elétrons e lacunas livres, que por sua vez, depende
da taxa de ionização.
Em equilíbrio térmico a taxa de recombinação é
igual à taxa de ionização.
O número de elétrons e lacunas livres é igual entre
si:
n=p=ni
onde ni representa a concentração para o silício
puro.
84
CONCENTRAÇÃO DE
PORTADORES
Do estudo da física de semicondutores,
mostra-se que:
ni=BT3exp(EG/kT)
onde B depende do material com
B=5,410-31 port/K3/cm3 para o silício, EG é
conhecido como largura de energia da faixa
proibida com EG=1,12 eV para o silício e
k=8,6210-5 eV/K é a constante de
Boltzmann.
85
CONCENTRAÇÃO DE
PORTADORES
À temperatura ambiente T=300 K, temos
que:
ni=1,51010 port/cm3
 A concentração de átomos em um cristal de
silício é de 51022 átomos/cm3.
 Daí se entende perfeitamente porque o
silício puro é um material semicondutor.
86
CORRENTE DE DIFUSÃO E
DE DERIVA
Existem 2 mecanismos de condução de
portadores em um cristal semicondutor:
–
–
difusão
deriva
A difusão ocorre pela concentração nãouniforme de portadores no cristal, como
mostra a figura a seguir.
87
CORRENTE DE DIFUSÃO
88
CORRENTE DE DIFUSÃO
Como os portadores movem-se sempre da maior
concentração para a menor, temos a densidade de
corrente de difusão para as lacunas:
Jp=-qDpp/x
onde Dp é a constante de difusão das lacunas.
E para os elétrons:
Jn=qDn n/x
onde Dn é a constante de difusão dos elétrons.
Para o silício puro Dp=12 cm2/s e Dn=34 cm2/s.
89
VELOCIDADE DE DERIVA
O outro mecanismo de movimento dos portadores
deve-se à ação de um campo elétrico, e é
denominado deriva.
As velocidades de deriva para as lacunas e
elétrons são dadas por:
vderiva,p=pE
vderiva,n=-nE
onde p e n são denominadas mobilidade das
lacunas e elétrons, respectivamente, que para o
silício intrínseco valem p=480 cm2/Vs e n=1350
cm2/Vs.
90
CORRENTE DE DERIVA
As correntes de deriva para as lacunas e elétrons
são dadas por:
Ideriva,p=qp pEA
Ideriva,n=qn nEA
A corrente total é a soma das correntes anteriores,
ou seja:
Ideriva=q(pp+nn)EA
Finalmente, existe a relação de Einstein dada por:
Dp/p=Dn/n=VT
91
SEMICONDUTORES TIPO N
Considere um cristal de silício intrínseco
dopado com um elemento pentavalente,
como o fósforo.
 Ao se ligar com o silício da rede cristalina,
o fósforo doa um elétron livre.
 As impurezas de fósforo são denominadas
doadoras.
 A dopagem de um cristal intrínseco com o
fósforo forma um silício do tipo n.
92
SEMICONDUTORES TIPO N
Se a densidade de átomos doadores for ND,
então a densidade de elétrons livres em um
silício tipo n é dada por:
nn0ND
 Da física de semicondutores, em equilíbrio
térmico:
nn0pn0=ni2
ou seja a densidade de lacunas diminui, por
conta da densidade de elétrons ter sido
aumentada.
93
SEMICONDUTORES TIPO P
Considere um cristal de silício intrínseco
dopado com um elemento trivalente, como o
boro.
Ao se ligar com o silício da rede cristalina, o
boro dá origem a uma lacuna, ou seja aceita
um elétron livre.
As impurezas de boro são denominadas
aceitadoras.
A dopagem de um cristal intrínseco com o
boro forma um silício tipo p.
94
SEMICONDUTORES TIPO P
Se a densidade de átomos aceitadores for
NA, então a densidade de lacunas livres em
um silício tipo p é dada por:
pp0NA
 Da física de semicondutores, em equilíbrio
térmico:
np0pp0=ni2
ou seja a densidade de elétrons diminui, por
conta da densidade de lacunas ter sido
aumentada.
95
JUNÇÃO PN EM ABERTO
Considere uma junção pn em aberto,
Pelo fato de a concentração de elétrons ser
grande na região n e baixa na região p, existe
uma difusão de elétrons através da junção para o
lado p.
Do mesmo modo, existe uma difusão de lacunas
para o lado n.
Esta difusão de portadores deixa a descoberto
cargas fixas positivas no lado n e negativas no
lado p.
96
JUNÇÃO PN EM ABERTO
97
REGIÃO DE DEPLEÇÃO
Esta região livre de portadores é
denominada região de depleção.
 A região de depleção dá origem a um
campo elétrico que tende a se opor à
passagem dos portadores através da junção.
 Por outro lado, elétrons e lacunas
minoritárias gerados termicamente na
região de depleção dos lados p e n,
respectivamente, atravessam a junção.
98
TENSÃO INTERNA DE UMA
JUNÇÃO PN
No equilíbrio,
ID=IS
ou seja, a corrente de difusão é igual à de
deriva.
 Pode-se mostrar que a tensão desenvolvida
em uma junção pn é dada por:
V0=VTln(NAND/ni2)
onde 0,6V00,8 V é também denominado
potencial de contacto.
99
LARGURA DA REGIÃO DE
DEPLEÇÃO
A largura da região de depleção, tanto no
lado p, quanto n, depende da carga em cada
lado, ou seja:
qxpNAA=qxnNDA
 Que pode ser simplificada para
xpNA=xnND
 Da física de dispositivos:
Wdep=xn+xp=[2(1/NA+1/ND)V0/q]
onde =1,0410-12 F/cm é a permissividade
100
do silício.
JUNÇÃO PN REVERSAMENTE
POLARIZADA
Colocando-se uma tensão reversa VR entre
os terminais do diodo, temos que a região
de depleção aumenta, pois mais lacunas do
lado p serão repelidas pelo positivo da
bateria, e vice-versa.
 A corrente de difusão ID diminui, como
conseqüência do aumento da tensão na
região de depleção.
101
JUNÇÃO PN REVERSAMENTE
POLARIZADA
102
JUNÇÃO PN REVERSAMENTE
POLARIZADA
Além disso, a corrente de deriva é
independente da tensão de barreira.
 Portanto,
I=IS-IDIS
a corrente em uma junção reversamente
polarizada é devido a portadores gerados
por ionização térmica, que é bastante
pequena.
103
CAPACITÂNCIA DE
DEPLEÇÃO
A região de depleção forma uma
capacitância.
 A carga armazenada já foi deduzida
anteriormente,
qJ=qN=qNDxnA
 Além disso, de equações anteriores,
podemos escrever que:
xn=WdepNA/(NA+ND)
104
CAPACITÂNCIA DE
DEPLEÇÃO
Portanto,
qJ=qNANDAWdep/(NA+ND)
onde
Wdep=[(2/q)(1/NA+1/ND)(V0+VR)]
 A carga pode ser reescrita como:
qJ=[2qNANDA2(V0+VR)/(NA+ND)]
 A relação entre qj e VR não é linear. Do
ponto de vista de pequenos sinais,
Cj=qj/VR
105
CAPACITÂNCIA DE
DEPLEÇÃO
106
CAPACITÂNCIA DE
DEPLEÇÃO
E portanto
Cj=Cj0/(1+VR/V0)
onde
Cj0=[(q/2)A2NAND/(NA+ND)/V0]
107
JUNÇÃO PN NA REGIÃO DE
RUPTURA
Considere uma junção pn excitada com uma
fonte de corrente I>IS, conforme a figura a
seguir.
 Existem 2 mecanismos possíveis de ruptura:
–
–
Efeito zener: ocorre ruptura para VR<5 V.
Efeito de avalanche: ocorre ruptura para VR>7
V.
108
JUNÇÃO PN NA REGIÃO DE
RUPTURA
109
EFEITO ZENER E DE
AVALANCHE
A ruptura zener ocorre quando o campo
elétrico é capaz de quebrar uma ligação
covalente.
 A ruptura por avalanche ocorre quando os
portadores minoritários ganham do campo
elétrico energia cinética suficiente para
quebrar ligações covalentes. Os portadores
liberados por este processo produzem outras
colisões ionizantes.
110
JUNÇÃO PN COM
POLARIZAÇÃO DIRETA
Considere uma junção PN polarizada
diretamente com uma fonte de tensão externa.
A fonte externa consegue neutralizar a barreira
de potencial proporcionada pelas cargas fixas,
que além de diminuir a região de depleção, faz
com que portadores majoritários consigam
passar pela junção.
Os portadores majoritários tornam-se
minoritários ao chegar ao outro lado da junção.
111
JUNÇÃO PN COM
POLARIZAÇÃO DIRETA
112
DISTRIBUIÇÃO DE PORTADORES
MINORITÁRIOS
A figura a seguir ilustra a distribuição de
portadores minoritários.
 A distribuição de lacunas no lado n é grande
próxima da junção e vai diminuindo devido
à recombinação com os elétrons, e é dada
por um perfil exponencial negativo:
pn(x)=pn0+[pn(xn)-pn0]exp[-(x-xn)/Lp]
onde 1Lp 100 m é denominado
comprimento de difusão.
113
DISTRIBUIÇÃO DE PORTADORES
MINORITÁRIOS
114
JUNÇÃO PN COM
POLARIZAÇÃO DIRETA
Além disso,
Lp=(Dpp)
onde 1p10.000 ns é o tempo de vida das
lacunas.
Da física de semicondutores temos a lei da
junção, que diz que a concentração próxima da
junção é muito maior que longe da junção:
pn(xn)=pn0exp(V/VT)
115
JUNÇÃO PN COM
POLARIZAÇÃO DIRETA
A corrente de difusão, devido ao perfil pn(x):
Ip=-qADpp/x
Ip=(qADppn0/Lp)[exp(V/VT)-1]
exp[-(x-xn)/Lp]/Lp
A corrente no lado n é constante, pois existe a
corrente devido aos elétrons. A corrente na
borda da região de depleção vale:
Ip=qADppn0[exp(V/VT)-1]/Lp
In=qADnnp0[exp(V/VT)-1]/Ln
116
JUNÇÃO PN COM
POLARIZAÇÃO DIRETA
A corrente total é dada por:
I=qA(Dppn0/Lp+Dnnp0/Ln)[exp(V/VT)-1]
 Usando que pn0=ni2/ND e np0=ni2/NA, temos:
I=IS[exp(V/VT)-1]
onde
IS=qAni2[Dp/(NDLp)+Dn/(NALn)]
117
CAPACITÂNCIA DE
DIFUSÃO
Existe um excesso de cargas que precisa ser
eliminada, em caso de mudança de tensão:
Qp=Aqxn[pn(x)-pn0]dx
Qp=AqLp[pn(xn)-pn0]
 Substituindo que pn(xn)=pn0exp(V/VT) e que
Ip=qADppn0[exp(V/VT)-1]/Lp, temos que:
Qp=Lp2Ip/Dp
ou ainda
Qp=pIp
118
CAPACITÂNCIA DE
DIFUSÃO
A carga total é dada por:
Q=pIp+nIn
Esta carga pode ser escrita em termos da corrente
total:
Q=TI
onde T é denominado tempo médio de trânsito.
Para pequenos sinais:
Cd=Q/V
Cd=(T/VT)I
119
CAPACITÂNCIA DE
DEPLEÇÃO
Para polarização direta, usa-se a seguinte
regra prática:
Cj2Cj0
120
MODELO DE DIODO PARA
ALTAS FREQÜÊNCIAS
No modelo de um diodo para pequenos
sinais e altas freqüências deve se incluir as
capacitâncias de depleção e de difusão,
onde:
Cd=(T/VT)ID
Cj=Cj0/(1+VD/V0)m
para VD<0
Cj2Cj0
para VD>0
121
MODELO DE DIODO PARA
ALTAS FREQÜÊNCIAS
122
DIODOS ESPECIAIS
Diodo Schottky: é formado pela junção de
um metal (anodo) com um semicondutor
tipo n. Como característica exibem tensão
de condução de 0,3 V. São muito rápidos
em utilizados em chaveamento.
 Varactores ou Diodos Capacitivos:
Dispositivos que trabalham reversamente
polarizados e que são otimizados para
apresentar uma grande variação de
capacitância em função da tensão.
123
DIODOS ESPECIAIS
Fotodiodos: Trabalham reversamente
polarizados. A incidência de fótons em uma
junção PN produz um par elétron-lacuna na
região de depleção, responsável pela
fotocorrente.
Diodos Emissores de Luz (LEDs): Realiza a
função inversa dos fotodiodos. Trabalha
diretamente polarizado. Portadores
minoritários em difusão podem se recombinar
com portadores majoritários o que pode
produzir um fóton em materiais como o
124
arseneto de gálio.