UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA CURSO DE ESPECIALlZAC;Ao EM HISTORIA e CUL TURA AFRICANA E AFROBRASILEIRA, AFIRMATIVAS EDUCAC;Ao e AC;OES NO BRASIL Ulissea Pinheiro JUVENTUDE NEGRA E EXPECTATIVA DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR: 0 QUE INFLUENCIA A NAo PERMANENCIA JOVENS NEGROS EM CURSO PRE-VESTIBULAR EM CURITIBA - PARANA, NO PERioDO A NOVEMBRO DE 2007. CURITIBA 2008 DE ESPECiFICO DE MARC;O Ulissea Pinheiro JUVENTUDE NEGRA E EXPECTATIVA DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR: 0 QUE INFLUENCIA A NAo PERMANENCIA JOVENS NEGROS EM CURSO PRE-VESTIBULAR DE ESPECIFICO EM CURITIBA - PARANA, NO PERIODO DE MARCO A NOVEMBRO DE 2007. Trabalho de conclusao apresentado Especializa~ao Afrobrasileira, Educa~ao e A~6es Afirmativas Brasil, da Universidade requisito ao Curso de em Hist6ria e Cultura Africana e parcial para no Tuiuti do Parana como obten9ao do Titulo de Especialista. Orientadora: Profa.: Marcilene Garcia de Souza. CURITIBA 2008 TERMO DE APROVA<;Ao Ulissea Pinheiro JUVENTUDE NEGRA E EXPECTATIVA DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR: 0 QUE INFLUENCIA A NAo PERMANENCIA JOVENS NEGROS EM CURSO PRE-VESTIBULAR DE ESPECIFICO EM CURITIBA - PARANA, NO PERIODO DE MARC;O A NOVEMBRO DE 2007. Esta monografia foi julgada e aprovada para a obten<;:ao do titulo de Especialista no Curso de Hist6ria e Cultura Africana e Afrobrasileira, Educa<;:ao e A<;:6esAfirmativas no Brasil, da Universidade Tuiuti do Parana. Curitiba, de de 2008. Curso de Hist6ria e Cultura Africana e Afrobrasileira, Educa<;:aoe A<;:6es Afirmativas no Brasil. Universidade Tuiuti do Parana Orientador: Profa.: Marcilene Garcia de Souza. Universidade Tuiuti do Parana Profa.: Marcilene Garcia de Souza. Universidade Tuiuti do Parana Profa.: Marcilene Garcia de Souza. Universidade Tuiuti do Parana RESUMO As politicas de a<;:oes afirmativas surgem no combate ao racismo e a discrimina<;:ao que atingem particularmente os negros. Acredita-se que os movimentos socia is sao espa<;:os educativos, considerando que, a partir da alfabetiza<;:ao e ensino fundamental, tem-se dificuldades variadas, na busca de igualdade e ausencia de discrimina<;:ao social; entende-se que somente pel a educa<;:ao e que se alcan<;:a integra<;:ao na sociedade. 0 objetivo do estudo e 0 de conhecer alguns dos problemas e causas de exclusao, dos negros do Brasil, que os impede de continuar os estudos e matricular-se em curso de nivel superior, considerando que poucos iniciam esta etapa instrucional e menos ainda concluem os estudos. Sao pesquisadas publica<;:oes e sites, bem como uma pesquisa junto a alunos cadastrados na ACNAP - Associa<;:ao Comunitaria da Negritude e A<;:ao Popular, que desistiram de continuar seus estudos, a fim de conhecer: dificuldades, pontos de vista e posicionamentos quanta aos cursos ofertados. Os resultados nao sao animadores, mas estimulam a continuidade da luta contra a discrimina<;:ao e a ausencia de oportunidades educacionais para esta popula<;:ao. Enfatiza-se a necessidade de lutar por essa parcela da popula<;:ao brasileira, que precisa receber incentivo e apoio rumo ao crescimento educacional e conquista da real cidadania. a Palavras-chave: educa<;:ao, negritude, discriminina<;:ao. integra<;:ao. ABSTRACT The politics of affirmative actions appear in the combat to racism and the discrimination that reach particularly the blacks. It is given credit that the social movements are educative spaces, considering that, from the basic education, varied difficulties are had, in the search of equality and absence of social discrimination; one understands that only for the education it is that integration in the society is reached. The objective of the study is to know some of the problems and exclusion causes, of the blacks of Brazil, hinders that them to continue the studies and to register itself course of superior level, considering that few initiate this instrucional stage less and still conclude the studies. Publications and sites are searched, as well as a research next to pupils registered in cadastre in the ACNAP - Communitarian Association of the Negritude and Popular A<;:ao,that had given up to continue its studies, in order to know: difficulties, points of view and positionings how much to the offered courses. The results are not entertainers, but they stimulate the continuity of the fight against the discrimination and the absence of educational chances for this population. It is emphasized necessity to fight for this parcel of the Brazilian population, that it needs to receive incentive and support route to the educational growth and the conquest from the real citizenship. Word-key: education, negritude, discriminina<;:ao. integration. SUMARIO ABSTRACT RESUMO........................................................................................ 4 5 INTRODUCAO 8 PRIMEIRO CAPiTULO: 0 NEGRO 1.1 CONCEITUA<;:OES 1.2 A HIST6RIA DO BRASil 1.3 1.4 1.5 1.6 RACISMO E A EDUCACAO....................... E A ESCRAVIDAO............................ NO PARANA VIOlENCIA E EXClUS.A.O NO ENSINO MEDIO....................... 0 ENSINO SUPERIOR NO BRASll.......................................... EXCLUS.A.O DO NEGRO NO ENSINO SUPERIOR.................... 11 12 13 14 16 17 21 1.7 RELA<;:OES RACIAIS NO BRASIL.............................................. 24 SEGUNDO 27 CAPiTULO: 2.1 POLITICAS. 0 NEGRO POSSIBILIDADES E A SOCIEDADE E CONTRADI<;:OES ACERCA SOCIAL NO BRASIL 27 2.2 TEO RIA ACERCA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS..................... 2.30 MOVIMENTO NEGRO E OS DIREITOS HUMANOS 2.4 A MULHER NEGRA................................................................. 29 31 35 TERCEIRO CAPiTULO - METODOlOGIA...................................... 3.1 ClASSIFICA<;:.A.O DAS PESQUISAS........................................ 38 38 3.2 METODOS.............................................................................. 3.3 PESQUISA DE CAMPO........................................................... 3.3.1 ACNAP - ASSOCIA<;:.A.O CULTURAL DE NEGRITUDE 41 43 DA IGUALDADE A<;:.A.OPOPULAR..................................................................... 3.3.2 Amostra 3.3.4 Entrevistas 3.4 RESULTADOS E 43 50 51 OBTIDOS........................................................... 51 QUARTO CAPiTULO - CONSIDERAC;:OES FINAIS............................ BIBLIOGRAFIA..................................................................... 53 55 8 TEMA: JUVENTUDE NEGRA E EXPECTATIVA SUPERIOR: 0 QUE INFLUENCIA JOVENS EM NEGROS CURITIBA DE ACESSO A NAo AO ENSINO PERMANENCIA EM CURSO PRE-VESTIBULAR - PARANA, NO DE ESPECIFICO PERIODO DE MARCO A DE 2007. NOVEMBRO INTRODUCAo Nos dias atuais, visao das sociedades socia is hegemonicos, mesmo, social oficial, 0 lugar do Brasil e quase sempre as quais apresentam ou seja, daqueles do indio e do negro, brasileira, que a Hist6ria ocidentais, parece optou ainda pelo que detem embora 0 poder sejam eurocentrico sobre com a dos grupos politico. essenciais nao ter sido encontrado olhar empanada a perspectiva Por isso na forma!{ao para a historiografia as nossas matrizes civilizat6rias. Porem, popula!{ao aos poucos, negra aglutinar-se ou seja, resultam e debates as transforma!{oes em uma atmosfera em torno dos direitos o caminho torno da inclusao que estimula a permitem com as quais se identifique, a cria!{ao de novas entidades a serem conquistados. que vem sendo percorrido racial e para a diversidade. na sociedade em torno de questoes a democracia se volta em dire!{ao Resulta do debate ocorrido do direito de todos e do respeito nas ultimas ao pluralismo decadas cultural em que se vive no Brasil, e no Mundo. Tambem principalmente movimento decorre a partir o objetivo ambiente, futura, comuns, mediante ao sentir-se em conferencias se constitui que considera a preserva!{ao constante do internacionais a partir de uma proposta 0 hist6rico da identidade, de consciencia parte da constru!{ao do saber. critica, da vida na sua com a busca de melhor qualidade uma tomada desenvolvidas dentre outras instancias. e social, concomitante afirmativas XX, por demanda assumidos das a!{oes afirmativas economica trajet6rias Brasileiro, de a!{oes do seculo negro, dos compromissos por parte do Estado politica, das politicas do final social, rela!{ao as com 0 de vida presente e que e sempre emergente 9 As politicas de a90es afirmativas, isto e, politicas de repara90es, de reconhecimento, de valoriza9ao de sua historia, cultura e identidade, surgem no anseio em combater 0 racismo e a discrimina9ao que atingem particularmente os negros. Eo importante salientar que tais movimentos tem como meta 0 direito dos negros se reconhecerem na cultura nacional, expressarem visoes de mundo proprias, manifestarem com autonomia, individual e coletiva, seus pensamentos, assim como 0 de todos os cidadao brasileiros. Acredita-se que os movimentos sociais, par sua vez, se constituem em espa90s essencialmente educativos, que orientam na e para as contradi90es sociais, resultando em uma constru9ao e dissemina9ao do conhecimento que tem como horizonte uma educa9ao voltada para uma forma9ao humana. Assim, essa movimenta9ao leva a preocupa9ao com a educa9ao, alvo deste trabalho, considerando que, a partir da propria alfabetiza9ao e ensino fundamental, tem-se encontrado dificuldades das mais variadas, na busca de igualdade e ausencia de discrimina9ao social; entende-se que somente pela educa9ao e que se pode alcan9ar maior integra9ao na sociedade, e essa educa9ao, tem suas raizes na prepara9ao indispensavel de professores e mestres, 0 que justifica a realiza9ao deste texto. o objetivo do estudo sera 0 de conhecer quais sao alguns dos problemas e as principais causas de exclusao, dos jovens negros do Brasil, que os impede de dar continuidade aos seus estudos e matricular-se em um curso de nivel superior, concretizando seu ideal e concluindo um curso universitario, considerando que poucos iniciam esta etapa instrucional e menos ainda concluem os estudos. Para concretizar este objetivo serao pesquisados textos em livros, revistas, jornais e tambem publica90es em sites que tratam do tema, bem como sera realizada uma pesquisa junto a jovens alunos cadastrados na ACNAP Associa9ao Comunitaria da Negritude e A9ao Popular, que desistiram de dar continuidade dos seus estudos, a fim de conhecer as dificuldades praticas, seus pontos de vista e posicionamentos quanta aos cursos ofertados pelas entidades educacionais e universidades, aos negros. o desenvolvimento deste trabalho, apresenta uma divisao em capitulos onde no primeiro, acham-se apresentadas as conceitua<;:oes, alguns dados acerca da historia do Brasil, e do Parana, e suas rela90es com 0 racismo. Em seguida sao abordados temas como a juventude e a exclusao dos negros, no ensino medio, nos cursos pre vestibulares, no ensino superior, 10 considerando brasileira o acerca ainda algumas propostas sem manifesta<;oes segundo da representa<;oes No metodologia capitulo igualdade tambem de estimulo Ao final, afro- e contradi<;oes tambem algumas fundamentos de campo te6ricos feita da junto a que ap6ia 0 desenvolvimento de Curitiba. parcela animadores, da luta contra a necessidade da popula<;ao e a pobre e negra. de jamais brasileira, rumo ao crescimento e que se conquistara mas servem a discrimina<;ao para a popula<;ao ter enfatizado e apoio para caminhar por este caminho os nao sao grandemente educacionais lutar pela causa dessa grande receber incentivo relatados de uma pesquisa para a continuidade espera-se possibilidades discutindo a ACNAP, entidade obtidos au sen cia de oportunidades somente sao de afrodescendentes Os resultados brasileira, e dados alguns alunos que frequentam educacional a identidade socia is. capitulo empregada fortalecer trata de politicas, social de movimentos terceiro para discriminativas. deixar educacional, a real cidadania. de a qual precisa pois 11 PRIMEIRO CAPiTULO o NEGRO E A EDUCAC;Ao Na lideranc;as tentativa de negras reconhecido diminuir formaram em todo 0 territorio racistas e de conscientizac;ao brancos e negros no pais. o novo de diversas movimento naturezas. negra na sociedade estabelecidos preconceito, 0 0 Movimento nacional, e de promoc;ao 0 aparecimento 0 movimento sociedade, muitas movimento este, ac;oes anti- de igualdade de manifestac;oes entre negras social de luta pel a inserc;ao da populac;ao vem, entao, em constante pel a Negro, que vem promovendo da negritude estimulou historicamente, Social interlocuc;ao buscando com os mecanismos influencia-Ia e sendo por ela se constituem no influenciado. A reinterpretac;ao resultado mais principalmente, dos movimentos evidente dessas pela globalizac;ao, sociais/culturais novas midia configurac;oes, e mercado intermediadas, de consumo (SANTOS, 2005). A pressao desvalorizac;ao sofrida de seu pel a populac;ao grupo afrodescendentes a alienac;ao identidade Entende-se racial. crianc;as e homens negros. racial ao negra, longo devido do de sua historia de resistencia que falar de direitos ao tempo, e de muitos a negac;ao humanos e falar da mudanc;a de imagem processo levou da sua das mulheres, e de auto-imagem racial. As organizac;oes populac;ao a propria negra a a tudo que e ruim e inferior, midia que, historicamente, beleza para toda a populac;ao As teorias preconizando racistas dos povos nao-europeus. servem grupos humanos. E atualmente, para justificar Trata-se (RIBEIRO, na Europa, do povo europeu, 2008). da como padrao de em meados em contrapartida do seculo de um equivoco, e dominac;ao pois alem rac;as superiores, XIX, a inferioridade em varias partes do mundo, a explorac;ao definir uma rac;a pura, nao existem diferentes exalta os trac;os europeus pejorativa contrapondo-se brasileira. surgiram superioridade racistas a associac;ao negras tem se contraposto marginalidade, as teorias de determinados das dificuldades e sim, culturas de e valores 12 1.1 CONCEITUA~OES. A atitude preconceituosa uma pessoa com base negativas, desfavoraveis Eo caracterizado e um julgamento em estere6tipos previo ou pre-julgamento e estigma. Trata-se para com um grupo ou seus componentes por crenyas estereotipadas construidas de de atitudes individuais. socialmente ja que ninguem nasce com preconceitos. As orientayoes e ayoes para a educayao elaboradas pelo Ministerio preconceito e primeiramente, partir de informayoes infundadas da Educayao uma opiniao acerca ou baseadas das relayoes etnico-raciais, (2006, p. 221), estabelecem de pessoas, em estere6tipos, que: "0 que se emite antecipadamente, grupos e sociedades, que se transformam a em geral em julgamento previo, negativ~". Nos mesmos termos, 0 Instituto Interamericano de Direitos Humanos (1995, p. 17), afirma que Os preconceitos sao opinioes levianas e arbitn3rias, mas que nao surgem do nada. Nem, ao contrario do que se possa pensar, sao opinioes individuais. Em geral, nascem da repeti~ao irrefletida de prejulgamentos que ja ouvimos antes mais de uma fez. Finalmente, a for~a de tanta repeti~ao, terminamos por ace ita-los como verdadeiros. E os repetimos sem sequer nos preocuparmos em verificar quae certos sao. Trata-se apreciayao de uma conclusao ou contextualizayao discriminayao etnico/racial pre-estabelecida aliceryada observayoes empiricas, caracteristica de generalizayao em falsos valores sem fundamentayao cientifica. reais do grupo. Localiza-se morais advindos Ou ainda, internos do portador bom senso e da afetividade, Conforme "Orientayoes 0 preconceito nao implica, Isto porque ninguem e obrigado todos sao obrigados a respeitar a publicayao e ayoes para de e uma afirmam: e nao do teste na esfera da consciencia e, por si s6, nao fere direitos. Alias, embora violando violayao de direitos. lucida a atitude de burra", "os negros sao violentos ... " . Essa atitude resulta de processos individuos uma erronea, onde os que nao conhecem, "todos os indios sao preguiyosos","'loura dos tributos sem dos fatos. Diz-se preconceituosa, afetiva dos as normas do necessariamente, em a gostar de alguem, mas, os seus direitos. do Ministerio a educayao da das relayoes Educayao, quanto etnico-raciais" as (2006), 13 estereotipo e uma "opiniao coletividade; conceito preconcebida, muito proximo difundida entre os elementos Ou seja, sao constru<;:6es mentais falsas, imagens alogico, que baseiam-se estabelecem em atribuidas criterios caracteristicas a pessoas, socialmente nao a coisas de uma do preconceito". e ideias de conteudo falsificados. comprovadas e e a situa<;:6es sociais, nao Os criterios demonstradas, mas que, na realidade, nao existem. Ja rotulo 0 estigma, conforme que se atribui determinadas com classes ou categorias desqualifica<;:ao (2008), "e uma marca, Rangel certos atributos diversas, que porem comuns um se incluem em na perspectiva de social." Ou seja, preconceitos, do tempo descreve a pessoas os rotulos emitidas, que sobrevivem como de ideias pre-concebidas, e se consolidam no pensamento, estigmas decorrem que se cristalizam dos ao longo nas cren<;:as, e nas expectativas socioindividuais. 1.2 A HIST6RIA A Historia DO BRASIL do Brasil com a vi sao das sociedades grupos e quase Normalmente empanada afrodescendentes que detem nao gostam em sala de aula. Ficam um assunto indigesto para eles, isso porque assunto e abordado de forma inadequada Conforme enaltece 0 citado 0 bandido senhordos 0 escravizado e racismo 2007) .. a vitima que penaliza vira 0 culpado. e ele continua sendo na historia com caracteristicas como e vista a escravidao. a escravidao das vezes 0 a A historia tratado de do Brasil por humanas, como social. crime contra a humanidade, vez que sobre 0 e acanhados, na maioria nao e tratado como um ser pensante, sujeito de uma historia A maneira sofrido; dos politico. de falar as aulas tem um discurso que foi 0 escravizador escravizados. alguns professores autor, pelo escravismo 0 poder e cheio de preconceitos a popula<;:ao negra (CUNHA, popula<;:ao negra a perspectiva envergonhados trata-se que inferiorizam no meio educacional as quais apresentam ou seja, daqueles os estudantes criminoso sempre ocidentais, socia is hegemonicos, escravismo E A ESCRAVIDAO inserido no sistema para os negros, resultou no Brasil chega a banalizar de prOdUl{80 escravista, 0 uma de uma forma ou de outra, na 14 sua exclusao social, ainda hoje observada nas periferias e favelas dos grandes centros urbanos no pais. Segundo mercadoria, escriturado Ferrarini (1971, p. 123), "0 escravo, como se procede com os im6veis". sempre construiram os beneficiados it da posse devia ser Os tratamentos dados ao tema ideias que levam os leitores a absolverem os culpados e pelo escravismo. As informa<;:oes sobre 0 continente que inexistem. Dada it carencia dessas apresenta<;:oes detestar que era igualado sujeito a troca, compra e venda, para legalidade de origem dos escravizados de informa<;:ao e aos enganos nao e de se estranhar as aulas que falam de escravidao. que os estudantes passem Ou seja, nao adianta devemos tudo ao negro, se este tudo nao e exemplificado quase nos enfoque a dizer que e esclarecido em detalhes. 1.3 RACISMO o Grupo NO PARANA de Trabalho CI6vis Moura criado dentro da estrutura Governo do Parana mapeou no ana de 2006 mais de 80 comunidades existentes no Estado assim como a sua situa<;:ao de vulnerabilidade economica. (QUEIR6Z, do negras social e 2007). Para Souza (2003), alem dos efeitos da "moderniza<;:ao" da cidade de Curitiba, que, do ponto de vista dos ideais popula<;:ao, fundamentaram (curitibana), discursos desta embasada em Curitiba "moderniza<;:ao", na decada que possibilitou comunica<;:ao, inclusive Tais ideais corroboraram racial" firmada segundo 0 qual existiria caracteristicas brasileira. somente raramente, participam as "etnias" racial" num discurso uma harmonia singulares pelos como a "cidade (SOUZA, da que os influencia meios de que deu certo" 2003, p. 44). para a constru<;:ao de uma ideia assentada aquelas as "teorias europeias, desta "democracia plurirracial pelo "poder local", racial entre todos os individuos, dentre Ou seja, no que concerne curitibano, fatia paranaense de 1990 sofreram 0 reconhecimento internacionalmente, tambem do ponto de vista da "harmonia com cultural tambem no "meio fisico" e na "ra<;:a", verifica-se consolidados numa "democracia de uma determinada a constru<;:ao da identidade construidas na do branqueamento", majoritariamente, racial" (SOUZA, mas vertente no caso e as asiaticas, 2003). 15 Refere portanto, a mesma a existencia na arquitetura, parques, nas escolas. Assim, do ponto observarmos algumas no que concerne bosques, para pensar europeizada as teorias autora de vista discuss6es a construc;:ao para este fen6meno de "invisibilizac;:ao" portais, meios de comunicac;:ao 0 Parana social, considera-se, da populac;:ao negra econ6mico nacionais e educac;:ao e a construc;:ao de uma identidade e racial, que permeavam foi necessario no pais, sobretudo da ideia de nac;:ao, tendo 0 imigrante do "branqueamento" (SOUZA, que, de um processo como caracteristicas europeu e do progresso brasileiro. por Marcilene Garcia de 2003). No caso de Curitiba, segundo Pereira, citado Souza (2003, p. 14). No periodo da Proclama~ao da Republica e em especial nas duas primeiras decadas do seculo XX, a moderniza~ao da cidade de Curitiba teria determinado profundas altera~6es no espa~o urbano local, auxiliando a compreensao da identidade cultural forjada pela intelectualidade local, que "inventou" tradi~6es e construiu a ideia apoiada nas teorias raciais do seculo XIX e nas no~6es de progresso e ciencia, assim como a ideia de meio fisico com clima mais amenD (supostamente mais propenso a civilidade) e de uma mistura racial que privilegiou 0 imigrante europeu - de melhoria da ra~a. Ainda paranaense concerne se verificou identificava que, no final do seculo um quadro ao seu desenvolvimento apresentava indefinic;:ao heterogenea sem identidade imigrantes, desafio (SOUZA, migrantes era "construir do XX, a elite no Estado do Parana, no que econ6mico e politico. Alem disso, a regiao geogrilfica, cultural de partes XIX e inicio caotico sem variadas uma identidade identidade, propria. com uma populac;:ao Ou seja, era uma populac;:ao de do pais e do planeta. cultural propria de inventar Portanto, 0 tradic;:6es" 2003, p. 15). o movimento cultural que surgiu para constru~ao da identidade levara em conta "exatamente 0 xadrez etnico que marcou 0 Estado, tendo 0 imigrante europeu como pe~a chave". Neste sentido, 0 ponto de partida foram os estudos sobre 0 Movimento Paranista, considerando-o a fonte para explicar 0 idea rio "europeu de identidade". contribuindo para explicar a constru~ao da identidade paranaense e formulando uma nova "ideia de na~ao" e na cria~ao de um "mito de sociedade" que, no Parana, "con tara tambem com certas caracteristicas especificas em term os de imaginario". (SOUZA, 2003, p. 15). Ou seja, descreve Souza pelos republicanos considerando (2003, os argumentos p. 15), houve paranaenses uma "crenc;:a em uma sociedade de Pereira um "positivismo assim como pelos literatos superior" entre seus (2002), exacerbado conforme defendido do Estado, gerando habitantes, fortalecida 16 pel a educa<;:ao nas escolas." Evidenciava-se do ponto de vista da tecnica e da ra<;:aem torno do elemento 0 conceito de sociedade superior branco. A constru980 da irnagern europeizada e branca da cidade de Curitiba, projetada para 0 futuro, produziu urna realidade "a-hist6rica", que neg a o passado escravocrata, privilegiando urn perfil de urbaniza980 que atenda a certos estratos sociais e de cor, transforrnando os outros estratos em "espectadores de urn grande teatro dos espa90s publicos" (PEREIRA, 2002, p. 217, apud SOUZA, 2003, p. 24). A imagem de todas da cidade as gentes", hegemonica racial mente, terrestre eliminar a presen<;:a negra 1.4 a imagem 0 que "paraiso (SOUZA, que "deu certo", da "cidade e tambem brasileiro", nos possibilitaria imaginado interpretar pela elite do pais, conforme VIOLENCIA o Brasil E EXCLUSAO e a segunda informam NO ENSINO como sendo que intentava 0 do branqueamento na<;:ao negra que atualmente MEDIO do mundo, 48% dos brasileiros Somam quase 90 milhoes preferenciais as de discrimina<;:ao trabalho, todas ao acesso entre outros a bens E comum, de habitantes pobreza, basicos Conforme a insistencia no Brasil, sobretudo do "racismo" por exemplo, autora, "lodos saude, "pacto de silencio" perpetuado nas de uma "democracia as pessoas "pobre" afirmarem que 0 ou que a pobreza ainda que ja tenha sabem como na cren<;:a da democracia que afeta diretamente de exclusao das formas em que e garante da os pretos", racial e na perpetua<;:ao presente mais vantagens como brancos. (SOUZA, popula<;:ao 0 Eslado sido comprovado se tratam do grupo branco sobre 0 racismo os negros sejam social mente reconhecidos A situa<;:ao violencia, educa<;:ao, 2006). a mencionada que e sao vitimas miseria, como no Brasil e ser somente no Brasil "e tudo igual". (SOUZA, sobreludo, pais: sociais sao resultantes, da desigualdade historicamente do junta mente com a cren<;:a na existencia entre os grupos. problema mazelas uma vez que dados (PNAD, 2004) sao de qualificativos. Estas mazelas rela<;:oes sociais possivel (nacional) a ideologia negros (pretos e pardos). comum e da "cidade de uma popula<;:ao 2003, p. 24). estatisticos racial" modelo", de uma cidade lratou negra e de um no Brasil, para aqueles que 2006). se da, historicamente, em fun<;:ao, e trata a 17 popula9ao negra na educa9ao, no mercado de trabalho, na seguran9a, e em outros contextos. considera-se a existencia Destaca-se serem inseridos na saude, na moradia, Neste sentido, segundo diversos autores, de um "racismo institucionalizado". aqui a importancia na sociedade e 0 direito que os individuos tem de do ponto de vista social, economico, politico e cultural. Dados do PNUD (2005) e IBGE (2006), IPEA (2007), entre outros, comprovam a existencia do racismo em todos os segmentos sociais. As analises revelam que os negros sao mais pobres e discriminados, "nao porque nasceram pobres", mas porque nasceram negros numa sociedade racista, e que este componente racial interfere significativamente no aumento dos seus obstaculos, e na sua inser9ao na sociedade. (SOUZA, 2006) Segundo 0 IPEA (2007), quando uma pessoa mas nasce branca, ela tem tres vezes mais chances mas se nasce pobre e negra, nasce pobre no Brasil, de nao continuar pobre; ten~ tres vezes mais chances de continuar pobre. De cad a 10 pobres no Brasil apenas dois sao brancos. 1.5 0 ENSINO SUPERIOR Na educa9ao NO BRASIL a grande mudan9a de foco dos movimentos ocorreu na decada de 70. No final dessa decada de 70, retomando e rica trajetoria de lutas, 0 movimento racismo e lutar pel a melhoria negros uma longa negro sai as ruas para denunciar da condi9ao 0 de vida do povo negro brasileiro. (PROUNI,2007). o movimento toma novas for9as, e, em Curitiba, come90u a tomar corpo na decada de 80, vindo a ganhar for9as por volta de 1990. Os militantes continuaram a lutar, conscientiza9ao, e se preocupar ampliando prom09ao da cidadania com as denuncias seu espa90 e passando e 0 incentivo a a atuar cada vez mais na e da inclusao social. Desde entao, a educa9ao tem side o principal tema abordado pelas ONGs negras. Exemplo destas atividades, se mostram na inclusao de negros no ensino superior, no Projeto Adebori, pelo Instituto de Pesquisas (IPAD), 0 qual, desde 2003, conseguiu contribuir universitarios (GAZETA negros, de Afro-descendencia com ajuda de custos em apoio a infra-estrutura que tambem DO POVO, 2008). receberam bolsas em faculdades mantido de vinte privadas 18 A barreira da educa~ao e, possivelmente, o Brasil de hoje, com seus problemas sociais, sub-emprego mais maduro, estabilidade e marginaliza~ao com maior e integra~ao A educa~ao essas quest6es, territorio e uma condi~ao e conduzir intelectuais indicando uma logica nao inclusiva, deve buscar tambem carregar de todas tem apontado brasileiras brasileiro, processos expressivas e um espa~o de Romildo da Silva Souza (2007). foi responsavel apesar raciais no ensino superior de todo que as universidades da diversidade reverter para a somatoria 2006). construido 0 processo de e aperfei~oado pelo recrutamento de um unico contingente A valoriza~ao e maior talvez seja a politica social mais e pesquisadores no ensino superior que exclusivamente, de renda a curto e medio prazo, estas barreiras, (BUONICORE, branco, confirma seletividade necessaria existentes entre os segmentos nacional, predominio social, de um pais economicamente social. de todas as dificuldades Inumeros que separa de desigualdades de oportunidades, e, 0 que e mais interessante, facil de equacionar desigualdades igualdade 0 maior obstaculo ainda persistentes segundo de alunos, quase socio-racial. e da pluralidade historicos racial, na universidade, de discrimina~ao, em si algo com 0 qual toda uma assim sociedade como possa se beneficiar. Levando em conta a complexidade elas podem interferir obter uma politica na realidade das rela~6es sociais e a forma como social dos individuos publica que se preocupasse deveria -se procurar com a discrimina~ao racial na educa~ao superior. Segundo Jocelio Telles dos Santos (2002. p. 09), na pesquisa da Bahia" " ... ao contrario constituem valores do que muitos imaginam, as universidades em ilhas isoladas, mas elas encarnam e reproduzem e sentimentos raciais, portanto, o ensino se constituem socio-raciais. em um mal-estar um sistema de As desigualdades sempre presente ... " superior brasileiro necessita de um processo de modifica~6es que apresentem universidades das desigualdades "A Cor nao se metodos se tornariam e programas de pesquisa, centros de estudos gra~as aos quais, para os professores as e para os educandos. Cumprindo profundos sua missao e avan~ados, de universidade colaborando ainda nacional e fazenda marchar 0 conhecimento pel a reforma da educa~ao de pesquisa, com a constru~ao de estudos da cultura humano. No entanto 0 movimento brasileira ainda nao adquiriu 0 impeto e a velocidade 19 que seriam necessarios, oportunidades mobilidade como por exemplo, educacionais, e os resultados concretas que seriam promover e melhorar igualdade como base de um pais democrata integrayao a estrutura dos integrantes os seus contribuir, grupos da sociedade passem Para alcanyar Souza maiores seriam a e, portanto, a participar de a de e Ou seja, de que da sociedade e da mesma . que, conforme realizadas ideia com interayao efetivamente para a transformayao p. 8), sejam com 0 intuito . Em relayao como um direito. este alvo, e necessario (2007, concebidas da sociedade de maneira democratica, de Silva aos negros social deste grupo. Estas medidas todos assegurar dessas oportunidades ayoes declara Romildo afirmativas e bem direcionadas. As a~5es afirmativas vem, entao, exercendo um papel estrategico em todo 0 processo de repara~ao social para as fam ilias e estudantes negros, possibilitando uma real condi~ao de reduzir as nao escolhas p~r determinada trajet6ria educacional e cursos de prestigio social, dando-Ihe um motivo para estudar, dando-I he esperan~a para uma hist6ria social e familiar diferente. 0 papel das A~5es Afirmativas tem sido 0 de reparar as injusti~as hist6ricas. afirmar identidades, criar expectativas, possibilitar a constru~ao de carreiras e modificar e valorizar trajet6rias de estudantes com 0 destino tra~ado, pelo lugar que a sociedade Ihe reservou como jovem, negro e pobre. A entrada adoyao das potencial de estudantes mais mudanya, variadas professores esperanyas, ou pesquisadores, como declara Estas possibilidades mas 0 faz de novos induzem sociais, politicos, parcela de sua populayao. de canais anseios, esperanyas, o a medida olhares, a produzir economicos, de reconhecer Importa, portanto, para a expressao uma a contingentes ate de estudantes, que traz para dentro diferentes anseios, da novas novos conhecimentos e abrir culturais, de um em beneficio a humanidade investigar democratica de uma enorme as possibilidades de novos olhares, da seus saberes e duvidas. vestibular, atualmente, Acreditando que 0 merito elaborayao de Entretanto, nao apenas a grayas introduz Romildo da Silva Souza (2007). pais que ate hoje tem dificuldade construyao brasileira, afirmativas, de povoarem aquele espayo na condiyao a possibilidade novos horizontes de ayoes abre novas possibilidades agora impossibilitados academia negros na universidade medidas perguntas nao existem deve e apresenta nortear sua seleyao fragmentada. 0 processo seletivo equivalente responde-las. meios magicos Equivocadamente na identificayao automatica a acreditam. dos que 20 podem ser aceitos, com base em qualidades intrinsecas que os distinguam uns dos outros. Os escores de testes e as notas sao medidas realizar um bom trabalho, distantes mas, na pratica, de ser indicadores consideradas intrinsecas, academico. Essas questionamentos candidatos infaliveis como medidas contribuirao Tanto que os pr6prios que poderiam ser de um alto aproveitamento nao sao uteis ao processo de admissao, mais para suas profiss6es meios educacionais de essa meta. Estao de outras qualidades a capacidade quantitativas referentes uteis da capacidade nao ultrapassam para responder nem como preyer que e comunidades estao procurando no futuro. novas formas de avaliac;:ao do conhecimento. Observa-se candidatos. A contudo que seu principal objetivo e eliminar 0 excesso de reprovac;:ao necessariamente, Segundo ou a nao-cJassificac;:ao nao representam falta de merito. Delcelene Mascarenhas Queiroz (2002, p. 54), Isso indica que para se apreender a efeliva dimensao da selelividade que se opera no acesso dos segmenlos raciais ao ensino superior, islo e, para se saber qual a propor<;:ao da desigualdade racial no aces so ao ensino superior no Brasil, imporlanle conhecer 0 que se passa com esses segmentos no exame vestibular, investigando qual a composi~ao racial do contingente que excluido do ensino superior ... e e As explanac;:6es realizadas politicas de ac;:6es afirmativas fundamentais grupos para garantir nas universidades. universidades campus somente maior Indicam tambem e que produc;:ao cientifico-academica, mapeamento que a universidade Nela, e a partir dela, os estudantes problemas que acometem na universidade brasileira, 0 brasileira. social, da a tanto publicas. locus da pluralidade e de consolidac;:ao negros e nao negros poderao a sociedade e as em seus interessa, de politicas e, por excelencia, para a construc;:ao de propostas Alem disso, e fundamental brasileira exclusao sao e outros etnico-racial da a formulac;:ao de formac;:ao, de produc;:ao de conhecimentos modo decisivo indigenas racial no ensino superior, quanta mostram que as e a permanencia que a sociedade com a diversidade 0 discriminac;:ao e da desigualdade 0 acesso presenc;:a de negros, ganharao universitarios, Acredita-se nesta produc;:ao intelectual que contemplam de direitos. contribuir de e soluc;:6es para os variados (FREITAS NETO, 2005). refletir ace rca dessa nova presenc;:a negra e seu potencial de transformar um campo que, ate 21 agora, constituiu um espac;:o de formac;:ao de profissionais maioria nao negra, em uma sociedade que, historicamente, um unico simultaneamente, componente heterossexual. (BUONICORE, Assim, educacionais discriminar civilizat6rio, ainda heteronormativo. contribui profissionais, todos aqueles um s6 tempo, para nao que nao correspondam e BRAGA, reificar, racista, tambem se de aceder configurou institucionalizac;:ao estruturac;:ao, pois do racismo. socioculturais 1.6 um discriminat6rio, numero espac;:o DO NEGRO Conforme Marcilene Garcia que, assim, ampliac;:ao e um importante elemento se constitui ambiente que, ora os obstaculos no combate e na populac;:ao negra como sociais esteve a universidade e BRAGA, 2004). SUPERIOR (2006), a ideia de democracia realidade ao racismo, social de promover sempre sociais, de disposic;:oes que da populac;:ao brasileira, a percepc;:ao de que 0 Estado brasileiro a sua responsabilidade e cravado (LOPES de Souza num politicas que esteve alijado reproduc;:ao, lembrar NO ENSINO no imaginario contingente de superfluo racial ainda muito presente segmentos e a universidade, hierarquizado, E tal papel isoladamente. EXCLUsAo especial, (a hom6fico social e do significado populacional Por conseguinte, desumanizantes. nao cumpre maximizar do arsenal sexista, preservac;:ao e atualizac;:ao do padrao de relac;:oes socia is iniquo, excludente, brasileira em grande como trajet6rias 2004). cad a vez maior de um contingente da possibilidade e e ulteriormente, as disposic;:oes variada) Desse modo, e preciso refletir ace rca do impacto da entrada masculino s6 configurar mas, sobretudo, que de maneira (LOPES em valorizar branco, 2006). tal valorizac;:ao e escolhas de esmagadora insistiu se fertiliza contribuindo que pressupoe, historicamente, a igualdade, sempre na medida em situac;:ao de desvantagem dispensaram um tratamento especifico negou em que a em todos especial mente na educac;:ao e s6 recentemente, timidas para de forma os algumas para este populacional. No mesmo sentido, Backes (2008), afirma: Apesar dessas dificuldades, as classes populares, por meio de muita luta, organiza~ao e resistencia subvertem a 16gica da exclusao do Ensino Superior e ao ocuparem este espa~o, afirmam sua identidade cultural/racial, contribuindo positivamente para que mais sujeitos deste grupo cultural e de outros grupos culturais em situa~ao de desvantagem 22 sintam-se encorajados para lutar e ocupar lugares tradicionalmente frequentados pelos grupos dominantes. Considera-se consiste que uma das formas no tratamento sociedade desigual e na promoyao promoyao de igualdade de igualdade Os estudos rendimento A publicas com finalidade Isto revela, tem tido um que as universidades de cotas raciais estao impossibilitando que nao a entrada de de forma mais eficaz na produyao de do acesso ao ensino superior Federal do Parana, com a introduyao um novo cenario A oportunidade num mesmo educandos de a ideia 2006). Na Universidade pobres na em relayao aos alunos brancos sem cotas, que poderiam contribuir cotas ja se percebe participantes. social criterios em considerayao das politicas assim como na democratizayao do pais. (SADER, que utilize no Brasil, que os negros cotistas de sua graduayao. conhecimento, levando na efetivayao de destaque, adotaram ainda programas alunos talentosos de justiya desigualmente entre brancos e negros. detectaram academico no decorrer de inclusao de oportunidade a igualdade de promoyao que sao tratados de politicas de condiyoes de promover aqueles hist6rico sendo dos alunos brancos, espayo publico, 0 qual, do sistema vivenciado de conviver antes era quase de por seus com negros e privativ~ dos brancos. diversidade educacional, qualquer espayo faz-se presente provendo, inclusive uma nova percepyao que e rica e fundamental em de nossa realidade social. A politica ousado de cotas e revolucionario, paranaense na UFPR se apresenta que produzirao tanto do ponto de vista do crescimento na promoyao de mudanyas negra e a sua importancia que 0 Parana e 0 Estado sendo vivenciado na sociedade social e economico, e psicol6gico na hist6ria do Parana, mais negro da Regiao quanta acerca considerando SuI. Tem cerca de 22% de entre pretos e pardos (SOUZA, 2006). Comemora-se estabelecimento um experimento efetivos do ponto de vista pedag6gico da populayao negros, distribuidos como resultados pois, intelectual a democratizayao do ensino - a UFPR -, percebe-se por seus participantes. superior. um novo cenario A oportunidade Nesse hist6rico dos alunos brancos, de conviver com negros e pobres num mesmo espayo publico, 0 qual, antes era quase privativ~ dos educandos A diversidade educacional, que erica, brancos. e tambem fundamental quando se faz presente, prova, inclusive em qualquer espac;:o uma nova percepyao de 23 social. (SOUZA, apiade LOPES e BRAGA, 2007). Para Souza nossa realidade (2005), historicamente negros nas universidades vigilantes possam sempre houve, brasileiras. a todos os sinais racistas ser contrarios em media, apenas de possiveis de 2% de estar individuos ao avanc;;o da sociedade democratizac;;ao e da diversidade cerca E por isso deve-se atentos e que, na UFPR, paranaense a partir da na educac;;ao. Os universilarios negros hoje fazem parle de uma gera~ao que consolida a esperan~a e luta Iravada pel a popula~ao negra que foi escravizada por 350 anos, e da luta construida pelo Movimento Negro Nacional para que 0 Brasil seja justo. Espera-se que se promova "igualdade de oporlunidades" levando em considera~ao crilerios de "igualdade de condi~6es". Assim, colas raciais na educa~ao, porlanto, nao e um privilegio, e um direilo de lodos os grupos que sao discriminados. E por isso, os alunos negros poderao se orgulhar de neste momenlo eslarem fazendo parle da constru~ao de um pais mais justo e sem racismo. (SOUZA, 2005) Tomando como base a Universidade redutos de exercicio perspectiva do pensamento brasileira como um dos critico no pais, ao se analisar da justic;;a racial, impressiona desconhecimento publica a partir da a indiferenc;;a, a insensibilidade da classe universitaria a respeito da exclusao e 0 racial com que, desde sua origem, convive. Na Regiao Sui do Brasil, por exemplo, frequentando os mais variados ha 865.735 niveis de ensino, individuos e 115.160 brancos de negros. No en sino fundamental, estao 7,6% dos brancos para 21 ,9% dos negros. No ensino medio, representam 34,1% dos brancos e 48,3% dos negros. se considera quando 0 ensino comparados fundamental superior aos (incluindo brancos, mestrado estiio mais Porem, quando e doutorado), concentrados Contudo, em 2005, com 0 Programa a aprovac;;ao de 573 alunos 1.364%. Ou ainda, poderiamos negros. imaginar de Inclusao Ou seja, Social quase 14 anos para ter quantidade de tempo Comemorar a democratizac;;ao A oportunidade ja teriam negros e pobres convivendo brancos! de cotas para matriculados. Nesta pela UFPR mais de 58 mil alunos. brancos, (SOUZA, agora, 2005) teriio de ter colegas num espac;;o publico que antes era quase privativ~ Comemorar qualquer espac;;o educacional. negros do en sino superior que os alunos de que, com uma media de 42 alunos 573 alunos passado e Racial, foi um aumento negros por ano, como em 2000, a UFPR levaria sem 0 programa os alunos ensino e medio. (IBGE, 2006) tivemos negros, os negros, no a diversidade (SOUZA, 2005). que e rica e fundamental em 24 Existem varios pressupostos de desvantagens educacionais relacionadas a popula<;:ao afrobrasileira. No entanto pode-se observar, analisando a pesquisa realizada com os educandos do Terceiro ana do Ensino Medio Regular do Parana, pela SECAD-2006, com 0 apoio do Ministerio da Educa<;:ao,que se faz presente a necessidade emergencial de programas de politicas publicas especificas aos jovens negros (pretos e pardos). Em praticamente toda a explana<;:aodeste estudo, os negros (pretos e pardos) estao numa situa<;:aode maior vulnerabilidade social, economica e educacional, alem da percep<;:aodas expectativas diferenciadas em rela<;:aoao mundo do trabalho e em fazer uma faculdade. A popula<;:ao negra tem a percep<;:ao que, no decorrer de sua vida cotidiana, muitas humilha<;:oes aconteceram em fun<;:ao serem negros. Na escola, p~r exemplo, historicamente, tem sido um espa<;:o de constantes situa<;:oesde humilha<;:oes,e tratamento desigual, mas, tambem no mercado de trabalho, e no tratamento dispensado na area da saude da popula<;:aonegra. Cabe aqui tambem chamar aten<;:aopara os estere6tipos criados em rela<;:aoaos negros no Brasil que corroboram para a perpetua<;:ao de uma imagem pejorativa deste grupo, tanto para os individuos nao negros, quanto para os negros. Estas estrategias de representa<;:aoda imagem dos individuos brancos como tem se dado na estrutura da sociedade brasileira seja na escola ou nos meios de comunica<;:ao, fortalece 0 perfil de sociedade segregada racialmente (PNUD,2005; IBGE, 2006; IPEA, 2007). 1.7 RELA~6ES RACIAIS NO BRASIL Chama-se a aten<;:aopara os estere6tipos construidos sobre os negros no Brasil, que corroboram para 0 fortalecimento de uma imagem pejorativa deste grupo, tanto para os individuos brancos quanto para os negros. Estas estrategias de representa<;:aoda imagem dos individuos brancos, como tem se dado na estrutura da sociedade brasileira, seja na escola ou nos meios de comunica<;:ao,fortalece 0 perfil de sociedade segregada racialmente. Ao mesmo tempo exige pouco que a popula<;:ao que e a principal beneficiada como racismo na sociedade brasileira necessite romper com 0 "pacto de silencio" por constatarmos que 0 Brasil e a segunda na<;:aonegra do mundo, mas nos espa<;:osde poder, pode ser traduzido numa especie de pais 25 europeu de brancos dada a quase absoluta eo casos das Universidades ° Brasil, estabelecidas parametros na atualidade, que 0 desafio de superar para para na sociedade nos curriculos a sociedade, maior universal, material brasileira, e oriundas integrar, das varias deve ser 0 objetivo "Pluralidade pela sua abrangencia proximidade entre a vivenciada. respeitar culturas, do tema transversal problematizar assim como buscar tambem entender, das diversas as exclusoes contudo, da igualdade; da lei e a igualdade Conhecer contribuic;:oes interesse tem na perspectiva garantam, formal presentes da populac;:ao negra como diante da sua populac;:ao. Eo necessario, as relac;:oes raciais, igualdade exclusao brasileiras. aceitando matrizes especifico Cultural as culturais da introduc;:ao e Educac;:ao", que e de e importancia social (ABRAMO, 2005). Contudo, oriundas torna-se dos grupos necessario subordinados consideradas como invisibilizadas e minimizadas investigac;:ao tradic;:ao passado da que ponto as culturas cujas contribuic;:oes significativ~ nos curriculos, alvo dessas meios de comunicac;:ao culturas e, poderao pratica por nao sao isso, sao vir a ser objeto educativa A invisibilidade estere6tipos, pedag6gicos, de humanidade e 0 recalque a inferiorizac;:ao conduz comportamentos valores sao representados, e materiais despossuidas povo, bem como seus ate dos de professores. 2005). Os sujeitos caricaturais, e e constituir-se (MUNANGA, refletir na sociedade, esse de auto-rejeic;:ao, culturais, e cidadania dos valores na maioria resultando diante dos das parte, nos estereotipadas (MINAYO, hist6ricos dos seus atributos povo, em grande sob formas e culturais adscritivos, vezes, e 1999). de um atraves de a desenvolver em rejeic;:ao real, e negac;:ao dos grupos socia is valorizados nas representac;:oes. Por outro lado, os mecanismos diferenc;:as adscritivas saturados tornados atraves e culturais da sua frequencia hegemonicos, passam de invisibilizac;:ao dos segmentos e de recalque socia is subordinados, nos veiculos de reproduc;:ao a ser 0 senso comum de todos, das uma vez ideol6gica e indiferente de no imaginario da rac;:a/etnia e classe social. A ideia de democracia populac;:ao brasileira, realidade, contribuindo que pressupoe, se fertiliza racial ainda para maximizar de forma muito num ambiente especial, presente que, os obstaculos a percepc;:ao ora se constitui no combate como ao racismo, de que 0 Estado brasileiro 26 historicamente igualdade, sempre na medida de desvantagem sejam alguns politicas para este contingente Dentro construyoes a sua responsabilidade em todos os segmentos e, s6 recentemente, especifico negou em que as populay80 desta identificados como mais justa. a socia is, especial mente na educay80 um tratamento sociais timidas dispensaram esse texto pretende e atitudes na sociedade um dos seus principais racial, especial mente entre brancos sociedade de promover esteve em situay80 populacional. perspectiva, de conhecimentos social negra sempre e negros, promover e despertar brasileira, desafios a para que desigualdade e assim abrir caminho para uma 27 SEGUNDO a NEGRO 2.1 CAPiTULO E A SOCIEDADE POLITICAS, POSSIBILIDADES IGUALDADE SOCIAL NO BRASIL em construir contatos No anseio os individuos sao levados entre a questao relevante, reflexoes alcangar DA humanos e coletivos, que norteiem as relagoes A percepgao em que se deseja ACERCA deste melhores debate torna-se perspectivas de socia is igualitarias. No entanto, integrados socia is justos, a estabelecer do negro e a educagao. na medida construgoes E CONTRADI<;OES conforme ao processo e educagao descreve da educagao passa despercebido. ideologica "quase Rocha (2006), escolar, No ambiente impercebivel" para a grande parte dos a relagao entre preconceito escolar apresenta-se de sustentagao racial uma nevoa ao mito de inferioridade do negro. Por isso, compreens6es torna-se individuais, fundamental 0 para se alcangar uma vez que, todo e qualquer fenomeno avango das sensa goes e das uma visao mais ampla e coletiva, social precisa ser entendido na sua totalidade. Nas possiveis das politicas contradigoes de agoes afirmativas em que medida essas politicas favorecem, desiqualdades sociais. possibilidades da Lei 10.639/03, preconceito a partir dominante, com a finalidade dominagao parcela de um conjunto movimentos estruturante de justificar perceber a luta contra as contradigoes da superagao ideologico racial justificaria da sociedade criadas 0 cativo aqui pela brasileira, elite e a constituigao 2006). Esse conjunto ideologicos, as e as do de novas de ideias formam, chamados de foi economica "ideologia por de racial". que naturaliza molda-se de acordo com as determinagoes de dominagao detectar a intervengao de ideias racial" e "mito da democracia o discurso ou obstaculizam em relagao relagoes socia is no Brasil (ROCHA, dois da implementagao busca-se social. racial, constituido sua vez, no debate Sendo assim, pretende-se atual modo de organizagao o existentes para 0 negro brasileiro, as desigualdades hist6ricas a escravidao, raciais no pais, e economicas. A ideologia a partir da ideia de inferioridade 28 do negro; e 0 mito da democracia seria oculto, omitindo-se a questao racial brasileira. Esses discursos sao parte estruturante da ideologia de domina<;ao de classe no Brasil. A ideologia de domina<;ao racial deu guarida e alicerce para a constitui<;ao do mito da democracia racial, tendo em vista a tentativa da elite brasileira de esconder, ou minimizar, os efeitos da escravidao e da inser<;ao do negro no capitalismo brasileiro.(CARNEIRO, 2003, p. 117). A supera<;ao da ideologia de domina<;ao racial e um estagio necessario para 0 conjunto dos trabalhadores comprometidos com a supera<;ao do modo atual de produ<;ao; nao ha como negar que esse e um dos mecanismos ideologicos que da sustentabilidade a atual estrutura social da sociedade brasileira. Os mitos da inferioridade do negro e da democracia racial, sem sombra de dOvida, sao mitos fundadores da cultura da propria sociedade brasileira. Desta maneira, a luta pela altera<;ao do modo capitalista de organiza<;ao social deve levar em conta a importancia desse fator: um fenomeno concreto e estruturante da sociedade nacional. Sendo assim, a supera<;ao da ideologia de domina<;ao racial torna-se um estagio extremamente necessario na luta pela supera<;ao do atual sistema de organiza<;ao da sociedade brasileira. Este entendimento e fundamental, como informa Rufino (2003). A Lei 10.639/03, que institui a obrigatoriedade do ensino da Historia e Cultura Afro-Brasileira no Brasil, pode-se configurar como uma possibilidade de supera<;ao desses mecanismos ideologicos desigualdades raciais e sociais no Brasil. que dao sustenta<;ao as ° desafio, a partir do cenario apresentado ate aqui, sera 0 de averiguar outras determina<;oes e outros movimentos presentes no debate da chegada da nova legisla<;ao no Estado brasileiro, a fim de conferir em que propor<;ao esta e, por consequencia, ate que ponto as politicas afirmativas para 0 negro brasileiro contribuem ou obstaculizam a luta pela supera<;ao das desigualdades sociais. Considera-se que uma das formas de promo<;ao de justi<;a social consiste no tratamento desigual aqueles que sao tratados desigualmente na sociedade, e na promo<;ao de politicas de inclusao que utilize criterios de promo<;ao de igualdade de oportunidade, levando em considera<;ao a ideia de igualdade de condi<;oes na efetiva<;:3odas politicas publicas, com finalidade de promover a igualdade entre brancos e negros (PENTEADO, 1998). 29 Dentre os varios desafios, encontrados na sociedade brasileira no que diz respeito a caracteristica do seu racismo salienta-se a necessidade da compreensao da importancia da "diversidade" como uma estrategia de promoc;:ao de impactos sociais positivos, do ponto de vista pedag6gico, psicol6gico e hist6rico de uma dada realidade social como a do Brasil, que podem influenciar mudanc;:asda vida social e na vida social das populac;:oes negras e brancas; partindo da ideia do "principio da igualdade" como essencia basica de nossa "democracia" (PENTEADO, 1998). 2.2 TEORIA ACERCA DOS MOVIMENTOS SOCIAlS Uma coisa e certa: a sociedade brasileira caracteriza-se por uma pluralidade etnica, sendo esta, produto de um processo hist6rico que inseriu num mesmo cenario tres grupos distintos: portugueses, indios e negros de origem africana. Esse contato favoreceu 0 intercurso dessas culturas, levando a construc;:aode um pais inegavelmente miscigenado, multifacetado, ou seja, uma unicidade marcada pelo antagonismo e pela imprevisibilidade. Apesardo intercurso cultural descrito acima, esse contato desencadeou alguns desencontros. As diferenc;:asse acentuaram, levando a formac;:aode uma hierarquia de classes que deixava evidente a distancia e 0 prestigio social entre especificas camadas da sociedade. Os indios e, em especial, os negros permaneceram em situac;:aode desigualdade situando-se na marginalidade e exclusao social, sendo esta ultima compreendida por uma relac;:aoassimetrica em dimensoes multiplas - economica, politica, cultural. Sem a assistencia devida dos 6rgaos responsaveis, os sujeitos tornamse alheios ao exercicio da cidadania (ABRAMO e BRANCO, 2005). Atualmente, no cenario cotidiano apresentam-se instituic;:oes, organizac;:oese inumeros outros instrumentos que tem 0 objetivo de possibilitar a cidadania plena dos afrodescendentes, combater a discriminac;:ao racial, social e cultural, valorizando a cultura afro-brasileira e promovendo ac;:oes afirmativas que visam alcanc;:ar a igualdade de oportunidade de direitos, atraves principal mente da atuac;:aono campo da educac;:ao e do mercado de trabalho. Dentre estabelecimentos, as diversas atividades desempenhadas, par tais esta a de procura abordar assuntos para nao somente 30 conscientizar africana, a popula<;:ao sobre mas como tambem Entre culturais os varios temas e mitol6gicos umbanda, dos orixas que discutam para descortinar essas determinados estao africana, e quilombos. pesquisadores Entretanto, hist6ricos abordados da cultura conhecimento consigo os erros relacionados a cultura revisar essa hist6ria. Tem 0 assunto por e juntos 0 preconceito organiza<;:6es obstaculos, grandes her6is, como a hist6ria inten<;:ao possam da reunir de ou institutos grupos ser multiplicadores racial (MUNANGA, como por exemplo, elementos do candomble, do 2005). de pesquisas trazem 0 desconhecimento de alguns negros que fazem parte da popula<;:ao, quanto as suas a<;:6es realizadas e tambem (CARONE a nao percep<;:ao e BENTO, da existencia do movimento Esses fatos terao que ser superados Institui<;:6es tenham atendimento amplitude a diversas efetivos Quando pessoas, necessitando que possuam se menciona desigual politica de poder. (ESTUDOS o e competitiva 0 mesmo problema explicitamente da para formular Mas tambem personalidade Insiste-se, contra 0 racismo, manifesta Ele aparece como racial €I uma tecnica fabrica, da forma<;:ao de Santos e Silva (2005). estruturado a nivel internacional, (2000, na luta e se nos dias de hoje. mais importantes de se apresentar do seculo XXI. Estas quest6es sociais negros no pais (SANTOS uma que tenha uma vi sao comunitaria como ensinam se houver real preocupa<;:ao com 0 aumento nao Assim, €I uma fabrica de intolerancias. e nada faz sup~r que deixara Bento alusivo, que se requer muita for<;:a e determina<;:ao que €I um sistema dos temas mais importantes Segundo €I tao uma tecnica mais surpreendente. a possibilidade de um individuo socialista, portanto, da maneira de forma cad a vez mais agressiva passado, de como da domina<;:ao. no Brasil €I um preconceito Nao h8 duvida de que 0 racismo foi uma das quest6es do seculo 2003, p. 67). trata-se 0 outro. A sociedade 0 preconceito de que a sociedade nessa democratica, e etica, ate mesmo para a presen<;:a 2004). a hip6tese esta das um perfil de suficientes ideal (MOREIRA, racial, na verdade que produz do preconceito revelado. de recursos continuamente No limite, 0 preconceito AVAN<;ADOS, apresentam por isso, se faz indispensavel 0 preconceito as rela<;:6es socia is estao fabricando injusta, regional. para que os planejamentos total. Estes institutos darem sustenta<;:ao aos seus projetos, de parceiros negro 2003). da eficacia como um devem ser refletidas politica dos movimentos e SILVA, 2005). p. 99), "a inercia e a omissao da sociedade 31 brasileira ante a discrimina«ao caracterizam espera". um silencio 0 que contundentes principais dizer da falta do racismo Constata-se de res posta no Brasil, de uma popula«ao onde menos se consistente, diante os quais vem ganhando que 0 Brasil e a segunda de poder, brancos pode ser traduzido dada a quase absoluta das universidades de dados manchetes nos 0 MOVIMENTO constru«ao e dissemina«ao voltada o caminho por Estado decadas ao pluralismo decorre a partir nas ultimas das politicas do final uma cultural em que se XX, por demanda assumidos Brasileiro, racial em torno de a«oes afirmativas do seculo negro, dos compromissos do em uma horizonte a democracia e em dire«ao de todos e do respeito parte essencialmente resultando humana. ate 0 momenta principalmente sociais, que tem como Resulta do debate ocorrido do movimento (ROCHA, de negra como e 0 caso em espa«os do conhecimento percorrido do direito internacionais mas nos europeu HUMANOS na e para as contradi«oes vive no Brasil e no mundo. Tambem constante de pais da popula«ao E OS DIREITOS para uma forma«ao e para a diversidade. desenvolvidas especie socia is se constituem que educam da inclusao exclusao NEGRO Os movimentos educa«ao na«ao negra do mundo, numa brasileiras. educativos, dentre em conferencias outras instancias. 2006). o objetivo politica, das a«oes afirmativas economica trajet6rias comuns, ambiente, futura, metade que pode ser constatado jornais? espa«os 2.3 racial que atinge eloqOente, e social, a preserva«ao concomitante mediante ao sentir-se o mencionado discrimina«ao autor, surgem que atingem no anseio particularmente salientar as com 0 de vida presente e emergente 2008) de repara«oes, cultura e identidade, em social, rela«ao que e sempre isto e, politicas de sua hist6ria, da vida na sua do saber. (MARCON, de a«oes afirmativas, de valoriza«ao Eo importante da identidade, de cOnSCiElncia critica, parte da constru«ao reconhecimento, a partir de uma proposta 0 hist6rico com a busca de melhor qualidade uma tomada As politicas se constitui que considera combater 0 de conforme racismo e a os negros. que tais movimentos tem como meta 0 direito, 32 nao somente dos negros se reconhecerem na cultura nacional, expressarem vis6es de mundo proprias, manifestarem com autonomia, individual e coletiva, seus pensamentos, mas tambem de outros segmentos e minorias, assim como todos cidadao brasileiros. Ao falar de direitos humanos, uma obra que merece menc;:ao entre escritores brasileiros, e a obra de Gilberto Dimenstein, "Democracia em pedac;:os"(1996), que sob a otica dos direitos humanos no Brasil, enfoca relatos de fatos reais que tratam de casos de exterminio, preconceito contra mulheres, negros e indios, torturas, pris6es, violencia no campo, abandono e explorac;:ao de menores. Sao temas onde sao analisadas condicionantes que ocorrem diante da sociedade brasileira, que, embora tenha uma Constituic;:ao que trata de direitos individuais e coletivos das mais abrangente entre as nac;:6es,ve esss direitos serem ignorados, em todo 0 tempo. Eo um retrato da violencia inerente na sociedade brasileira, que e oriunda de incontaveis arbitrariedades e repress6es que se manifestaram nas autoridades no passado, nos governos militares e na sociedade de hoje. As desigualdades socia is sao vistas e estao arraigadas sob a forma de diversos preconceitos contra a populac;:aonao-branca, pobres e mendigos, individuos de orientac;:aosexual diversa, e outras minorias. Embora 0 governo atual, seja democratico, nao tem conseguido assegurar 0 controle da viol encia no pais, pois ve a impunidade e se comporta em geral com ineficiencia e mesmo, omissao. 0 analfabetismo na populac;:ao, ainda e de alto indice, 0 que impede a melhor estrutura e desenvolvimento cultural da grande maioria da populac;:ao.Com isso, os direitos civis, politicos e sociais nao sao determinantes para 0 exercicio de cidadania mais adequada. Eo 0 que 0 autor procura retratar Ha necessidade de se caminhar sempre em defesa dos direitos humanos, da transparencia, da concretizac;:ao dos mandamentos destacados nos pactos internacionais e referendados pelas autoridades, mostrando como a defesa dos direitos sociais e econ6micos vem deixando a desejar, diante da viol encia generalizada no Brasil, que esta cercada da impunidade e da passividade das politicas praticadas. Ate hoje, embora ten ham side descritos por Dimenstein em 1006, as ac;:6es do crime organizado, a violencia dos marginais com armas e poder maior do que a propria policia, a discriminac;:ao de negros, pobres e mulheres, estao arraigadas da estrutura social brasileira. o Ministerio Publico se ve enredado em leis e normas que, na pratica, 33 sao vencidas pel a corrup<;ao e poder econ6mico. As prisoes sao entidades onde se faz presente a propria viola<;ao dos direitos humanos, com prisoes ilegais, falta de assistencia judiciaria e superpopula<;ao carceraria. As atividades das Organiza<;oes Nao Governamentais - as ONGs, se mobilizaram na elabora<;ao de a<;oes e relatorios em defesa dos direitos humanos e civis, em um pais onde a conscientiza<;ao coletiva dos direitos ainda nao esta enraizada. Gilberto Dimenstein apresenta ao leitor a reaJidade brasileira, onde Marina Silva, como senadora, denuncia e ergue sua voz contra a violencia nos campos, 0 trabalho infantil e escravo; Marcos Terena, indio que lutou contra a propria discrimina<;ao; Benedita da Silva que lutando como favelada e negra se posicionou representando no Senado a defesa dessa popula<;ao. o autor descreve a<;oes e a impunidade refletidas nos crimes e relatados nos inqueritos e julgamentos mal instruidos e mal realizados. Caracteriza a escravidao como uma violencia que ocorre no campo, nas usinas de alcool e a<;ucar, a qual ainda nao foi debelada entre os trabalhadores brasileiros escravos e a impunidade deste crime e evidente. Desde seu descobrimento, 0 Brasil e a sua popula<;ao sofre com a discrimina<;ao. Desde 0 come<;o com os indios, seguidos dos negros escravos e ate os dias atuais, com a discrimina<;ao dos pobres, deficientes fisicos, homossexuais, mulheres, crian<;as, adolescentes entre outros. Porem, conforme define Dropa (2000, p. 2), "de todos os excluidos, os negros, com toda a certeza, foram os que mais sofreram com 0 preconceito. Junto com os indigenas, foram as grandes vitimas no Novo Mundo, sofrendo terriveis agonias e sofrimentos, participando de lutas, morte e martirio, em busca da liberta<;ao da horrivel escravidao que Ihes foi imposta". Isto porque, nos tres primeiros seculos de historia brasileira, cerca de tres milhoes de africanos, ajudaram 0 pais a acumular riquezas que deram 0 alicerce a economia brasileira, porem, somente nos ultimos anos que 0 Estado se propoe a pensar e elaborar politicas publicas para valoriza<;ao dos descendentes de africanos escravizados no Brasil. o Brasil e um pais de dimensoes continentais, com recursos dos mais diversos, e com uma forma<;ao populacional heterogenea, como nenhuma outra na<;ao, mas esta heteregeneidade tambem abriga uma realidade nacional significativa, representada pelo racismo. Ha necessidade de se contemplar com novos olhares mulheres, 34 crian<;:as e homens imagem negros, direcionando-os e de auto-imagem a associa<;:ao pejorativa da cor negra inferior, a propria contrapondo-se para a conquista racial. As organiza<;:oes a marginalidade, midia, da mudan<;:a de negras tem se contraposto a tudo que e ruim e que exalta os tra<;:os europeus como padrao de beleza para toda a popula<;:ao brasileira. Assim na tentativa e exercicio dos direitos Movimento Negro. de diminuir humanos, Movimento que vem promovendo 0 preconceito, as popula<;:oes este, reconhecido a conscientiza<;:ao, o Movimento procurando Negro vem constantemente em todo 0 territorio anseio por atendimento Eo importante salientar racial nunca Ou seja, do mesmo como branca, publicas contribuem e racista que corrobora autonomia, que educam brasileiros inclusive e sobretudo, se constituem e coletiva, (BENEVIDES, 2004). de mundo a na constru<;:ao e os grupos de uma estrutura desigual de discriminac;:ao 2000) em espa<;:os essencialmente na e para as contradi<;:oes sociais, visoes historia, isto sem focalizar resultando que tem como Eo importante tem como meta 0 direito dos negros expressarem da para a popula<;:ao de uma especie do conhecimento as e coletiva, do ponto de vista momenta dispensado para 0 fortalecimento sociais tem como meta expressarem brasileira universalistas; para uma formac;:ao humana. individual no brasileiros. nenhum para a permanencia constru<;:ao e dissemina<;:ao nacional, de todas individual em rela<;:ao a popula<;:ao negra. (DROPA, Os movimentos movimentos em tratamento consolida<;:ao de politicas educac;:ao voltada de a sociedade nacional, com autonomia, a democracia social mente reconhecida educativos, presente movimentos na cultura assim como todos cidadao que historicamente popula<;:ao negra gozou institucionalizada se fazendo que este e outros manifestarem se efetivou. mais vulneraveis um sentimento e simpatizantes. vem pressionando reconhecidos visoes de mundo proprias, Sabe-se incutir 0 nacional, as suas reivindica<;:oes. o direito dos negros serem seus pensamentos, nacional, da pratica formaram em todo 0 territorio identifica<;:ao e de aproxima<;:ao entre os membros as maneiras na conquista de cor negra seus pensamentos, salientar se reconhecerem proprias, em uma horizonte uma que tais na cultura manifestarem com assim como todos cidadao 35 2.4 A MULHER NEGRA Desde 0 seu descobrimento, 0 Brasil nao se viu livre da discrimina,<ao. Come,<ou com os indios, alcan,<ou os negros escravos e chegou aos dias atuais, ampliando a discrimina,<ao dos pobres, dos deficientes, homossexuais, mulheres, crian,<as e adolescentes e outros segmentos sociais. Porem, entre todos os excluidos, os negros, sao os que vem ha mais tempo sofrendo com 0 preconceito, sendo as grandes vitimas que caminham em busca da liberta,<ao desse tipo de escravidao. Com 0 advento do capitalismo 0 individuo negro, viu-se diante da ausencia de qualificac;ao, desempregado, e passou a ser utilizado em atividades de mao-de-obra pesada. De negro escravo a negro convivendo no universo capitalista, 0 negro passou a ser assalariado, de baixo poder aquisitivo, em um mercado de trabalho seletivo, onde ocupa 0 ultimo lugar na ordem de preferencia. o povo brasileiro, apesar de sua grande diversifica,<ao, e um povo s6, uma ra,<aresultado de inumeras outras ra,<as,mas que nao consegue esconder uma outra realidade nacional, que e 0 racismo. Dropa (2000), afirma que, Apesar do negro ter aican9ando a iguaJdade juridica a partir da aboli9ao, a desiguaJdade s6cio-economica com reia9ao aos brancos se mantinha a mesma, e a ideoiogia de 400 anos de escravidao se mantinha forte, definindo a diferen9a entre os dois, sendo 0 negro eternamente visto como um individuo submisso e inferior aos brancos. o mercado de trabalho concorrido, a baixa escolaridade, 0 preconceito racial, sao caracteristicas que despertam a discrimina,<ao que manifesta-se em maior ou menor grau, em todas as classes socia is. A escolaridade e a condi,<ao financeira hoje tem pouca influencia sobre as manifesta,<oes de violencia social que se comete. Segundo dados do UNICEF, relatados por Dropa (2000), de 2000 menores carentes, 1600 sao negros. Os negros e mulatos constituem um setor desproporcionalmente alto entre os pobres, uma vez que estes representam 42,5% da popula,<ao total, mas 62,4% da popula,<ao pobre. Ao se analisar a posi,<aoda mulher negra perante a sociedade nacional, chama a aten,<ao um estudo divulgado pela Funda,<ao SEADE (1997) revelam que, em 1996, havia 0 seguinte quadro de desemprego, s6 na regiao 36 metropolitana de Sao Paulo: (20%); mulheres A inserc;:ao marcantes ocupacional segundo 13% das brancas. pardas. o pais causa luta que ados por mulheres trabalho, pelos apresentava diferenc;:as negras e 29% forma de ocupac;:ao de apenas ocupadas hoje, negros, brancos (15,6%). ate estao 43% das negras e 36% postos de em acirrada subemprego disputa pelo de desempregados. e campeao vivendo de desigualdades, tendo grande em condic;:oes de subemprego, do preconceito, domesticos 77% maior nos servic;:os domesticos, ocupados numero de trabalho das No setor servic;:os estavam E na tradicionalmente crescente negros a cor. Pouco mais de um terc;:o das mulheres das pardas trabalham das homens negras 20% em relac;:ao as brancas a mao-de-obra e pesados, negra parte de sua forc;:a ou desemprego. e direcionada para sendo a sua cor fator determinante, E, por trabalhos independente de sua qualificac;:ao e formac;:ao. A situac;:ao da mulher descaso negra na atualidade, de 500 anos. Na realidade, e vista como todas as mulheres uma ou outra forma, porem, a mulher negra recebe urn enfoque sua situac;:ao e 0 reflexo acrescimo do preconceito Ao serem direcionados engenhos, trazidos as mais economico filhos, diversas Por isso, fazendo-as praticavam represalias atividades 0 neg6cio possuem trabalho, melhores com 0 0 aborto, dados e mulheres eram trabalhadores dos preciosas, dos foi vista como um bem porque escravos, e escrava era muitas pel as mais diversas quanto na sociedade, vezes razoes, 0 periodo do que a ignorada, Porem, algumas nem como mulher, informam gerar reduzir inclusive as as mulheres 0 preconceito mulheres negras, na escola e em outros ambientes. negras sao em geral, vistas como ladras, prostitutas, a sua nem como mae. escravocrata, que destas 0 medo de Eram condic;:oes que espezinhavam estatisticos oportunidades elas podiam podendo alto. que nunca foram reconhecidos. Hoje, apesar de ter-se encerrado pois sempre negro, cujo custo era relativamente que nunca fui reconhecida, permanece, homens economicas: a negra escrava por parte das patroas. dignidade, mulheres, das minas de ouro e pedras ao do homem a relac;:ao senhor gerarfilhos outras de porque do dia a dia. quadro, muito importac;:ao de negros, com os negros, da pecuaria, de valor superior e viabilizava escravas da Africa domesticas Diante deste acontece principal de cor, como urn peso a mais. da agricultura, alem das tarefas do que um alvo de sao discriminadas, ou pessoas brancas tanto no As mulheres de ma indole 37 e os servi<;:os domesticos, e 0 que Ihes cabe em sua maior parte - reflexo da heran<;:a escravocrata. Um relat6rio realizada em 1990 analfabetismo Nacional por Dropa entre as mulheres da taxa verificada maiores da Pesquisa e divulgado negras, para as mulheres brancas A mesma brancas. atividades trabalho esse percentual pesquisa manuais domestico lavadeiras. informou perfaziam em encontravam-se 7,4% administrativas, o que Do total como negras. Ja visivelmente excluidas Entende-se sin6nimos que e preciso faxineiras, ocupadas em com serventes e recep<;:ao e vendas, em fun<;:oes tecnicas, oportunidades e que a popula<;:ao negra As mulheres de trabalho negras sao e estao fora da social no pais. ou representantes moda, religiao, negras No caso 51 % envolvidas cozinheiras, diante destes indices de melhores de ao dobro entre 5,3 e 10%. a 48% de toda a popula<;:ao brasileira. de igualdade chegava negras sendo corresponde possibilidade (PNAD), a taxa de mulheres ao secretariado, mulheres e de se lamentar que era de 18,5%. e 28,4% artisticas periodo, que as mulheres referentes das cientificas, de Domicilio informa na condi<;:ao de analfabetas. um total de 79,4%, geral, As atividades (2000), naquele de cinco anos, 33,1 % estavam das mulheres por Amostra acabar de escolha servente, com a no<;:ao de que os negros para a criminalidade, e contribuir ao maximo, samba, sao pagode, para 0 incentivo e preserva<;:ao de sua cultura. Para alcan<;:ar este alvo e preciso, o racismo no Brasil, auxiliares direto. Neste educa<;:ao exercen Pode-se combatido contando sentido, afirmar reduzir com os meios a escola, papel de fundamental e retroceder inicalmente, para tanco dos meios importancia que, assim como racismo ate acabar com educacionais de comunica<;:ao no combate que se infiltrou, como e da ao racismo. ele pode ser diante de uma participa<;:ao clara e ativa da popula<;:ao. 38 CAPiTULO TERCEIRO METODOlOGIA Neste t6pico sao apresentados os procedimentos metodol6gicos utilizados para 0 desenvolvimento deste trabalho, desde as pesquisas iniciais. As pesquisas podem caracterizar-se segundo os objetivos, seus procedimentos, ou ainda, segundo as fontes utilizadas. Segundo Silva (2000, p. 22), a pesquisa cientifica e a "realizaCfao concreta de uma investigaCfao planejada e desenvolvida de acordo com as normas consagradas pela metodologia cientifica". 3.1 CLASSIFICA<;Ao DAS PESQUISAS Segundo Santos (2000, p. 21), as pesquisas podem ser caracterizadas como: explorat6rias, descritivas ou explicativas. 0 mesmo autor coloca que "pesquisa explorat6ria e quase sempre feita como levantamento bibliogratico, entrevistas, com profissionais que estudam ou atuam na area, visitas a web sites etc". As pesquisas descritivas ocorrem quando 0 pesquisador a descreve como um fato ou um fenomeno, ou problema, alvo da pesquisa. Nas explicativas, 0 pesquisador cria uma teoria a respeito de determinado assunto. Os autores afirmam que as informaCfoes mais importantes, componentes de varias ciencias, surgiram atraves dessa pesquisa. Segundo Silva (2000, p. 20), do ponto de vista da natureza, as pesquisas podem ser classificadas como basicas e aplicadas. A pesquisa basica tem por objetivo gerar novos conhecimentos para 0 avanCfoda ciencia, sem aplicaCfao prevista. A pesquisa aplicada "objetiva gerar conhecimentos para aplicaCfao pratica, dirigida a soluCfao de problemas especificos" (SILVA, 2000, p. 20). Afirma ainda Antonio Raimundo Santos (2000, p. 28), as pesquisas podem ser classificadas segundo os procedimentos de coleta que sao metodos utilizados para reunir informaCfoes necessarias a construCfaodos raciocinios em torno de um fato, fenomeno ou problema. Segundo mais comuns para a coleta de informaCfoes sao: 0 mesmo autor, as formas 39 Pesquisa e reproduzido "Eo quando um fato ou fenomeno experimental. de forma controlada, o produzem, ou porque Pesquisa com 0 objetivo eles sao produzidos". poe-se naturalmente o fa to 0 pesquisador Pesquisa vai explica-Io com uma ayao ou com a resoluyao do problema ou participativo, Pesquisa materiais documental. Levantamento. coletivo. envolvidos no trabalho tratamento Eo 0 procedimento e associayao Os pesquisadores de modo cooperativo de pesquisa. e efetuada a partir de analftico. utilizado especial mente em pesquisas e descritivas. Estudo de caso. Ocorre quando a pesquisa de um ou poucos fatos, de modo que se conheya caso, segundo intelectual Santos, (2000, e capacidade generalizayao envolve um estudo profundo p. 29), "exige do pesquisador de observayao, 0 estudo de detalhadamente. alem de grande equilibrio parcimonia a quanta dos resultados". Para Pedro Demo, (2000), Pesquisa para aprimorar te6rica: procedimentos pode-se a que reconstr6i fundamentos Pesquisa Pesquisa produz quatro tipos de pesquisa: ideias e ideologias te6ricos. metodol6gica: a serviyo distinguir teorias, conceitos, e aquela da cientificidade, a dedicada polemicas abusos, tanto em um ambito mais epistemol6gico realidade; A diferenya ao pesquisador. e feita sob estreita Ocorre quando a pesquisa que nao receberam explorat6rias experimental. de um problema tambem que e entende-Io. quando encontram-se envolvendo-se da realidade os fatores 2000, p. 30). anterior ou em contraste de ayao. Acontece e os participantes (SANTOS, Eo uma pesquisa ex port-facto. que 0 fenomeno ja existe; de descobrir inquirir metodos e paradigmas, quanto de controle e usos e empirico. empirica: a que e dedicada a tratar a face e analisa dados, sempre pel a via de controle procedendo empirica da empirico. Pesquisa pratica: reconstr6i conhecimento a serviyo de certa ideologia, sem perder de vista 0 rigor metodol6gico. As pesquisas pesquisas tambem quantitativas analise. "Tudo opinioes e informayoes A pesquisa podem ser quantitativas 0 usa de tecnicas pode ser quantificavel, qualitativa mas tem futuro requerem 0 que para classifica-Ias significa e analisa-Ias". tem sofrido reveses continuos brilhante pel a frente, segundo e qualitativas. estatisticas e resumos As para traduzir em numeros (SILVA, 2000, p. 20). por conta de seus abusos diz Pedro Demo (2000, p. 159). 40 Esse tipo de pesquisa rejeitando-se toda aprofundamento res posta por analise, por familiaridade, se caracteriza fechada, a pesquisa convivencia numeros." mais do que 0 busca 0 aprofundamento considera que existe vinculo indissociavel e a subjetividade (SILVA, dicot6mica; qualitativa das perguntas, e comunicayao. "A pesquisa qualitativa o mundo objetivo pela abertura entre do sujeito, que nao pode ser traduzido em 2000, p. 33). Na pesquisa qualitativa tecnicas estatisticas. nao e exigida Os dados sao coletados a utilizayao naturalmente de metodos ou e 0 pesquisador e o elemento chave da pesquisa. Taylor humanistica e Bogdan indutiva, forma holistica, (1984) focalizada afirmam que nas pessoas, a pesquisa nos cenarios ou como um todo e compreendem qualitativa e e em grupos, de as pessoas considerando suas referencias. As caracteristicas Utilizayao pesquisa essenciais do ambiente da pesquisa qualitativa sao: natural como fonte direta de dados e da como instrumento. Natureza descritiva Preocupayao dos dados coletados. com 0 processo e nao apenas com 0 resultado e 0 produto. Uso de forma indutiva de analise de dados. Utilizayao do "significado" dado pelas pessoas, Alem disso os metodos qualitativos que descrevem os significados envolvem as coisas. tecnicas e nao as frequencias interpretativas de fen6menos que ocorrem no mundo social. No desenvolvimento deste texto foram considerados os seguintes tipos de pesquisas: Pesquisa elaborada explorat6ria, descritiva, por meio de procedimentos e tambem ilustrada de natureza te6rica de coleta de informay6es por meio de um estudo de caso, com quest6es e aplicada, bibliograticas qualitativas. 41 3.2 METODOS Metodo cientifico que se empregam processo pode ser conceituado para a investigayao. como 0 conjunto E a linha de processos de raciocinio adotada no de pesquisa. Para Gil (1999), Lakatos e Marconi (1993), os metod os sao: dedutivo; indutivo; hipotetico-ded utivo; dialetico; fenomenologico. Metodo dedutivo. conhecimento conteudo o metodo 1999; racionalistas levando sobre determinado formuladas empiricas No Metodo logica para iniciais. proposto Locke, deriva de observayoes 1993). Consiste na adoyao surgem deduzem-se enquanto a pelos Hobbes e nao 0 que de linha se conhece urn fenomeno. Sao no problema e, a expressa consequencias procura-se de casos elaborayao de determinada quando para explicar a dificuldade a hipotese, origem 0 na experiencia, e MARCONI, dedutivo dialetico. dando Hume, levam hipotetico a hipotese. foi particulares sao insuficientes levantadas, para derrubar se em confirmar transcendem a generalizayao para explicar metodo 0 premissas metodo e fundamentado As conotayoes assunto partir das hipoteses testadas. Este que os problemas hipoteses de e da construyao pelos empiristas hipotetico-dedutivo. e afirma levar de explicar e Leibniz. (GIL, 1999; LAKATOS Metodo de raciocinio e capaz tern 0 objetivo pre-estabelecidos. indutivo concreta. generalizayoes 1993). Proposto em conta principios da realidade do silogismo que 0 conhecimento No raciocinio a razao a partir de duas outras e Marconi, indutivo. considera utiliza-se Spinoza so dedutivo 2000, p. 41). ou conclusao, Descartes, Metodo Bacon, (SILVA, dedutivo Lakatos que "0 raciocinio das premissas" retirar essa premissa (Gil, Defende verdadeiro. que devem buscar ser evidencias que 0 metodo dedutivo preocupa- (GIL, 1999). Proposto a novas por Hegel contradiyoes "onde as contradiyoes que passam a requerer se a 42 E soluyao. um metodo de interpretayao dinamica e totalizante da realidade" (SILVA,2000). Segundo empregado Gil (1999) e Lakatos na pesquisa o metodo fenomenologico como indutivo. Procura analise dos problemas Segundo e elaborar. integrante Demo (2000), A pesquisa e entendida quanto como de todo 0 processo 0 levantamento uma posiyao Nessa embasamento Na pesquisa mais Quando se de da do pesquisar de fabricayao de aprendizagem, sendo do parte do conhecimento. deste trabalho, num primeiro momenta 0 que permitiu conhecer . consultados fase caracteristico significa tanto como procedimento reconstrutivo quest6es e solicitando contexto 2000). as possibilidades conhecimento procedimento sobre a questao segunda metodo 0 de dados em documentos, fase foram em nem do jeito que ela e capaz de dar conta do (SILVA, ampliam-se Construir para a fundamentayao fundamentadas de raciocinio cientificas". No intuito de atingir os objetivos e assumir e a serem estudados. Pedro e a analise. foi efetuado dialetico nem como dedutivo a experiencia, em uma pesquisa, cientifico conhecimento, 0 metodo social mente. uma maneira das investigay6es utiliza mais de um metodo procedimento diretamente e construida "Nao existe apenas mundo (1993), nao e classificado descrever e sup6e que a realidade complexo e Marconi qualitativa. textos teorica da literatura, pesquisa, foram pre-elaboradas, um posicionamento que serviram de apresentada. realizadas relatando-se do entrevistado entrevistas 0 objetivo em relayao da ao seu de vida. Na elaborayao quest6es da estruturayao apresentadas Nelas os entrevistados manifestar-se, o conhecimento se verdadeiras de pesquisas ser falivel, de tecnicas cientifico existentes, ou falsas, exaustivas, Tambem conferencia tiveram oportunidades, de forma conjunta fatos comprovados, das entrevistas, foram contempladas as em Anexo. e tambem atraves 0 conhecimento e, em sua essencia, real, fundamentado de forma sistematica, de estudos cientifico em proporciona atraves a possibilidade e comprovayao, da exatidao a reformulayao ordenada, logicos. da constatayao busca a maior proximidade de conferencia, e espayo para tem propostas das quais podem serconstatadas e adquirido de suas afirmay6es, liberdade emitir 0 seu proprio julgamento. e tambem, ou alterayao de e, apesar de permite das teorias atraves estudadas. 43 3.3 PESQUISA DE CAMPO 3.3.1 ACNAP - Associar;:ao Cultural de Negritude Em Curitiba no ensino e Ar;:ao Popular os jovens negros e pobres brancos que tentam superior de inserr;:ao no mesmo, em todas as areas, em funr;:ao de das condicionantes que surgem na nos vestibulares, por inumeras ingressar dificuldades concorrencia tem passado principalmente das universidades publicas do pais. Neste contexto aliados na conquista Negritude e que estes jovens acabam encontrando dos seus sonhos: e Ar;:ao Popular, 0 Curso Cursao da Vila, 0 Consciencia a ACNAP- Preparat6rio cinco fortes Associar;:ao do Colegio Cultural Luiza de Ross, 0 e a ONG Em Ar;:ao e 0 Projeto Akeko Dudu do IPAD BRASIL- Instituto de Pesquisa da Afrodescendencia. Os cursos da ACNAP jovens negros. Todos os e do IPAD BRASIL atendem projetos ficam espalhados especificamente pel a cidade de Curitiba. No caso do IPAD BRASIL h8 um diferencial porque 0 esta entidade firmou uma parceria com 0 Curso Positivo. negros recebem Os jovens para 100% no curso que e considerado cidade. Portanto esta experiencia uma dos melhores nao se caracteriza bolsa de estudos e mais caros da como sendo um curso popular. As experiencias vestibulares, de sao ofertados pelas organizar;:6es sociais. aos materiais didaticos Muitos conseguem dos passar empreendimento, interesse pre-vestibulares gratuitamente os cursos pre- Os jovens s6 arcam com as despesas referentes e inscrir;:ao, a prer;:os bem acessiveis. jovens negros, alunos na UFPR. A empresa pois fornece em prestar populares, para os jovens que sao selecionados as apostilas vestibular que privada freqOentam Eletrolux, para os jovens na Universidade Federal a ACNAP, colabora negros nesse que tem do Parana pelo Programa de Inclusao Racial, 0 qual destina 20% das vagas em todos os cursos de graduar;:ao afrodescendentes, para candidatos com 0 tipo negro que e individuo Para dificultam que se preto ou pardo, Romildo da Silva 0 acesso do estudante se auto-declarem e apresentar mais discriminado Souza negro (2007), como caracteristicas na sociedade sao varios a graduagao sendo fenotipicas brasileira. os fatores e p6s-graduagao, que porem, 44 o fator ligado a sua condi~ao um obstaculo ao progresso "Sabe-se que racial, tem um peso especial, alguns a pos-gradua~ao, estudante e de elementos ligados aspectos sao negro, a diretamente sonhar improbabilidade, diante fundamentais no acesso como as condi~6es de vida, a influencia sua trajetoria Romildo Silva Souza (2007), considerando estudante pois se configura em e ao sistema de ensino. a do sua educacional", afirma que, na maioria dos casos, para 0 gradua~ao reduzido do da familia ja numero e trabalhar de estudantes com uma negros que alcan~am uma vaga nas universidades. Em Curitiba, Movimento a ACNAP Social e apresenta, aulas de apoio escolar, eventos de mobiliza~ao o 20 de novembro vestibulares e uma organiza~ao dentro da sociedade oficinas de resgates feijoadas, da cultura celebra~6es - Dia Nacional negra curitibana, misticas, da Consciencia que comp6e negra, forma~ao, comemora~6es Projeto crian~as, adolescentes e adultos conhecem de aulas e palestras, Casa Brasil, Projeto e onde estudam visando melhorar a auto-estima como Negra, alem de curso pre- para alunos negros, grupo de dan~a afro-KA-NAOMBO, de A~6es Afirmativas, 0 a~6es como: melhor a cultura africana aspectos Politicas Educa-ka-naombo, culturais onde por meio de seus ancestrais, dos negros, conforme divulga a Gazeta do Povo (2004). Existem universidade, adotaram ainda em Curitiba, projeto para manuten~ao que conta com 0 apoio de duas universidades politicas Universidade afirmativas para inclusao de negros de negros na do Estado, que ja no ensino superior: a Federal do Parana e a Unibrasil. A Unibrasil- Faculdades do Brasil e uma Instituir;:ao do Ensino Superior privada enos anos de 2002, 2003 e 2004 disponibilizou negros em varios cursos da Instituir;:ao. Se configurou bolsas de estudo para como sendo a primeira iniciativa com este perfil no Estado. Sobre resultados melhorias, a situar;:ao dos alunos e a situar;:ao dos principalmente diretorfinanceiro que atua Para financiando projeto ve-se que "ainda ainda e grave, de 15 anos em Curitiba para negros que funciona garantir bolsas Adebori, a formar;:ao de estudo mantido nao temos mas estao muitos surgindo na area de educar;:ao", afirma Jaime Tadeu da Silva, da ACNAP - Ar;:ao Cultural de Negritude ha mais pre-vestibular negros dos e que, em 2002 criou um ate hoje. negros, um para alunos de ensino pelo Instituto e Ar;:ao Popular, ONG de Pesquisa projeto tambem superior do estado. vem de Afrodescendencia 0 45 (IPAD), que entre 2003 e 2005 conseguiu tambem receberam o objetivo Souza (2008), racial, mais de 20 alunos, de instituic;:6es e em especial segundo assim, das reivindicac;:6es 0 resgate Garcia de articular 'CiElncia e da auto-estima, da consciencia negro: combate a de direitos; inclusao e valorizac;:ao do movimento luta por igualdade os quais particulares. Marcilene "um espac;:o que tem conseguido possibilitando, ao racismo; financiar nas mensalidades destes projetos evidenciar consciencia', politica desconto discriminac;:ao da cultura negra e da educac;:ao." o empenho desenvolvimento relat6rio sobre Americanos da ACNAP da educac;:ao Direitos e outras Humanos e divulgado entidades da populac;:ao realizado que negra, se voltam se justifica pela Organizac;:ao por Dropa (2000, p. 9), revelou para diante 0 do dos Estados que: Em 1992 0 analfabetismo entre os negros dos Estados Americanos revelou que, em 1992 0 analfabetismo entre os negros chegava a casa dos 30% e se elevava a 36,4% no Nordeste do Brasil. 0 relat6rio concluiu que problema do analfabetismo guarda rela9ao com a falta de acesso da popula9ao negra a educa9ao formal e 0 problema da absten9ao escolar das crian9as de ra9a negra e muito freqOente, ja que estas sao obrigadas a deixar a escola para ajudar no sustento familiar. Neste contexto, a "cor", alem da "escolaridade dos pais e a renda familiar" sao fatores determinantes do acesso das crian9as escola. Em rela9ao aDs avan90s nos niveis de escolaridade, 4% dos negros conseguem ingressar na universidade, em compara9ao com 13% entre os brancos. Um exemplo da margem diferencial de acesso e dado pel as cifras referentes a Universidade de Sao Paulo, de cujos 50 000 estudantes em 1994, apenas 2% eram negros. A situa9ao repete-se em diferentes universidades do pais, mesmo em cidades como Salvador, com maioria populacional afro-brasileira. E quem nao tem condi90es de adquirir uma boa forma9ao escolar ve reduzidas as possibilidades de encontrar trabalho digno no mercado. a A escolha abandonam da ACNAP os estudos, vem apoiando como entidade de pesquisa e por ser a organizac;:ao sistematicamente junto aos alunos que mais antiga 0 negro no desenvolvimento Para a elaborac;:ao deste trabalho, foram pesquisados da cidade, e que de sua educac;:ao. alunos ao longo dos anos de 2002 ate a 2007. o funcionamento turma em 2002; do cursinho seguidas turma; em 2005 a quarta turma, acerca ACNAP da qual contabiliza afrodescendentes Em 2007, Negras" em 2003, turma; oferta pela ACNAP, turma; em 2006, a quinta houve algumas a ofertado da segunda de pesquisas. vagas turma teve sua primeira em 2004, No decorrer para a terceira e em 2007, mais desses de 820 a sexta anos a alunos e de baixa renda. a sexta da Associac;:ao ediC;80 do cursinho Cultural de Negritude "Pre-Vestibular Para Negros e Ac;:ao Popular - ACNAP, e 46 alcanyou cerca de 180 alunos participantes da APP-Sindicato, Universidade tambem As aulas acontecem Federal e parceira Segundo ja foram do Parana - UFPR, na Praya Santos privadas. reservadas 60 alunos que freqOentaram na UFPR, enquanto outros Neste ano, a instituiyao suas vagas para alunos aquelas que conta com 0 apoio nao negros, a estudantes Assim, constata-se Politicas Estadual foi coordenado o curso do Rio de Janeiro, 100% gratuito e Regiao pelas cotas sociais, ou seja, publica. da ACNAP, de negros ana de 2002 contou Parana; Grupo Publica outras entidades ja se juntaram 0 da pastoral e tirar diretrizes discutir comeyou acontecesse. tal objetivo. Agentes negros de inumeras da UFPR dos Trabalhadores dos Advogados sendo da e no Federal do em ACNAP esta Educayao e hoje, relacionado no Rio de Janeiro do desemprego. ocasiao uma em 1.985, do Brasil que para discutir Nessa assembleia, presentes. Elas decidiram algumas em reuniao, junto a CNBB que, em 1.988, em funyao na qual a Igreja Cat61ica adotou "Ouvi 0 Clamor mobilizayao Na abertura de acesso 0 projeto a tematica da Fraternidade. Em Curitiba, da Pastoral regioes do Brasil/PR, de todos os Estados de reivindicar uma projetos - Universidade a Igreja Cat61ica estabeleceu-se como ele e Ayao Popular. do pais. Em Curitiba ocorrida negro estavam da aboliyao, do negro na Campanha negro surgimento para 0 problema Em 1.988, da UERJ- No Parana, ao empreendimento. e Iideranyas a possibilidade Fraternidade FORD. a mais outros superior Ordem operaria do movimento do centenario organizado Publicas Cultural de Negritude APP-Sindicato e OAB/PR- reuniu trabalhadores lideranyas e Fundayao somou-se com as parcerias Historicamente assembleia de um projeto de Politicas para 100 jovens no ensino Positivo; do Parana Trata-se para negros em - Curso Pre-Vestibular Metropolitana. Este projeto permanencia de Curitiba. da Cor, do Laborat6rio em 20% das curso pre-vestibular pela ACNAP - Associayao foi ofertado de Curitiba admitidos tambem da escola que 0 primeiro para Jovens Afrodescendentes Universidade da que as aulas do curso foram disponibilizou que optaram oriundos 200 Curitiba ocorreu em 2002 atraves do Projeto Ka-Naombo pelo Programa Andrade, do projeto. a Associayao, aprovados universidades da iniciativa, em uma das salas do pri§dio central nacional iniciaram-se da Campanha foram distribuidos desse 0 slogan Povo". para que as primeiras da Fraternidade, da Campanha Entao a campanha reunioes da 0 movimento de fato de negros com em maryo de 1.988, os pelas igrejas e Diocese do Parana. 47 Ap6s varias necessidade a90es do movimento de criar uma entidade negro de Curitiba, que pudesse agregar percebeu-se outros setores niio fossem apenas da igreja catolica fazendo surgir a Associa9iio Negritude e A9iio Popular dos Agentes de pastoral entiio fundada, com negros e negras considera no contexte oportunidades. fortalecer Cultural de Negros - ACNAP, que foi em 28 de janeiro de 1.990. o trabalho inserido a que historico-cultural, A ACNAP a auto-estima busca Em rela9iio na constru9iio como sujeito e igualdade a pessoa de sua visibilidade. negra de para Ou seja: estimular saude, mercado de trabalho, e inser9iio socia is, culturais e outros. a esta primeira vestibular especifico a vida dar oportunidade a inclusiio social atraves da educa9iio, nos meios de comunica90es a negritude com direito turma de jovens negros pra negros, A ACNAP - Associa9iio no curso pre- Cultural de Negritude e A9iio Popular dos Agentes de Pastoral de Negros - que tern sua sede a Rua Francisco Jose Lobo, 214, no bairro do Sitio Cercado, UFPR conseguiu Universidade Em que as aulas urn primeiro momento, do Jardim Botanico, Saude como Odontologia, Regiiio diariamente a UFPR liberou rna is Central 0 curso aconteceu area em que concentra da no da uma sala no Campus e facilitaria a economia da Reitoria dos alunos a sexta-feira das 19:00h as 22:45h, em fun9iio da da UFPR que e em transporte. no predio central historico Federal do Parana - UFPR, na Pra9a Santos Andrade, Campus os curso da area da Nutri9iio, entre outros. Posteriormente, ultimos anos as aulas acontecem segunda na estrutura Federal do Parana. Universidade distancia acontecem atraves da parceria com no periodo com encontros Nos da Universidade noturno, de de estudos nos finais de semana. o cursinhos corpo docente pre-vestibulares. foi composto suas vagas, hoje, para estudantes o por profissionais eo curso pre-vestibular curso pre-vestibular niio negros. informes passam conhecimentos de cotas negros cursando nos ultimos anos subiu de menos de 1% para 10%, segundo da propria candidatos do programa Federal do Parana, cuja media de estudantes o ensino superior em da ACNAP nasceu em 2002, como uma forma de estimulo aos alunos e serviu de apoio na fomenta9iio da Universidade experientes da ACNAP abre 20% das ACNAP. Para ingressar por uma avalia9iio no curso composta pre-vestibular, de urn teste seletivo os de gerais e uma entrevista. Na sede da ACNAP, a comunidade em geral pode contar, ainda, com 48 aulas de apoio debates e de projetos federal escolar, e palestras, de resgate educativo-culturais e organiza<;:6es Assim como movimentos entidades oficinas da cultura negra, do grupo de dan<;:a afro Ka-naonbo, 0 curso populares, inseridas desenvolvidos da sociedade da ACNAP, em parceria com 0 governo existem tambem, comunitarios curitibana na esfera desenvolvidos que possuem nos ultimos anos, para ampliar ensino superior das escolas publicas. Como ja mencionado, com Institui<;:6es ampliar ainda universitario. a ACNAP de Ensino mais Superior, as chances Os jovens Durante publicas alunos vocacional, envolvendo curso devem seletivo oferece orienta<;:ao no e parcerias e a Unibrasil, de seus beneficiarios visando ao curso e com 0 Sindicato dos possuir determinados requisitos, em sua situa<;:ao socio/economica, as vagas ofertadas os candidatos atividades individual dos a reda<;:ao. disciplinas alunos de pelo curso pre-vestibular. realizaram como: tais como: oriundos do vestibular; e evrntos teste extra-curriculares arte e educa<;:ao. Em tempos modernos popula<;:ao negra aglutinar-se as transforma<;:6es em torno de quest6es ou seja, resulta em uma atmosfera torno dos direitos Segundo ofertado convenios a UFPR com a OAB do Parana para ocuparem 0 processo o 0 ingresso em Educa<;:ao do Parana entre outros. serem negros, com dificuldades escolas de acesso Alem de parcerias Trabalhadores estabeleceu como dos p~r outras a mesma finalidade. Essas a<;:6es vem contribuindo, dos estudantes de civil. os trabalhos na sociedade participar de a<;:6es afirmativas que estimula na sociedade permitem a com as quais se identifique, a cria<;:ao de novas atitudes em a serem conquistados. 0 senhor pel a ACNAP, Jaime Tadeu, os educandos Coordenador participantes do curso pre-vestibular do curso pre-vestibular em sua maioria sao mulheres, casad as ou nao, com ou sem filhos, domesticas, do comercio ... E de um modo geral com baixa auto- trabalhadores donas de casa, estima. Ainda Ihes falta 0 conhecimento desconhecimento depositarios identidade de resistencia racial, devido a questao a toda popula<;:ao negra nao branca da inscrilfao sobre as rela<;:6es raciais no Brasil, tem sobre seu pertencimento ideologia inserida do processo na sociedade eles se ten ham se auto-declarado como negros a sua posi<;:ao social. racial negro e identidade racial, ou seja, pertencimento racial, de invisibilidade brasileira, sao a negritude, embora da no ato como sendo negros e assumirem 49 De acordo com 0 depoimento chegam ao curso nao conhecem brasileira atual, a Historia sociedades ocidentais, hegemonicos, as quais apresentam Por isso mesmo, historiografia matrizes pois na sociedade a perspectiva 0 lugar do indio e do negro, que com a vi sao das dos grupos sociais que detem 0 poder politico. brasileira, oficial, a maioria dos jovens que verdadeira, do Brasil e quase sempre explanada ou seja, daqueles na formac;:ao social da coordenac;:ao, a sua historia parece optou ainda pelo embora sejam essen cia is nao ter side encontrado olhar eurocentrico sobre para a as nossas civilizatorias. A ACNAP, pobres para sanar as defasagens e a falta de a conscientizac;:ao incentivo respeito ao escolares estudo dos jovens procura do pertencimento racial realizar negros toda com palestras, e uma teatro, e danc;:a. Os jovens acordo com entendem negros e pobres os depoimentos bem a importancia que eles tem de modificar estao: vestibulares precaria, dos estudos, obstaculos 0 despreparo como jovens e adultos, ensino os alunos, exigem. a distancia, para estudar. muitos e nao reconhecem encontra-se a oportunidade pelos alunos e pelo em relac;:ao aos conteudos que os Po is a maioria publica e de escola como 0 proprio SEBJA - ensino Os alunos sao esforc;:ados, mas sofrem com 0 cansac;:o dos alunos, lanche a comprometidos 0 dia inteiro, supletivo base necessaria participarem noite, alem a fome, considerando daqueles dificuldade ou 0 ensino que sao e encontrada a distancia, para que os alunos dos exames A grande maioria em tempo empregadas arrimo de familia por aqueles alcancem pois para e estao para 0 nao fornecem a minima para vestibula res. assistirem sao negros que estao fora sao alunos que perderam as aulas, no comercio ou ainda, em mao de obra brac;:al, que e muito cansativa; domesticas que receberam vezes 0 conhecimento dos alunos destes cursos, anos de estudo. Alem do mais, muitos trabalham pedreiros, que nao tem dinheiro que muitas da faixa eta ria em relac;:ao a serie que cursam; chegar de com 0 seu sustento. Outra grande ensino nao entre outros da mesma natureza. a maioria trabalha fazer De ainda nos estudos. a serem superados dos alunos a da UFPR supletivos, de incentivo entre a sua realidade, Entre os principais curso necessitam, colhidos cuja patroa nao deixa sair a tempo muitos e nao conseguem trabalham ou tambem como sao para alcanc;:arem 50 o horario do inicio das aulas, raz6es pelas quais muitos alunos feita junto a alunos desistem de seus estudos. 3.3.2 Amostra Como curso resultado pre-vestibular, jovens negros especifico da pesquisa ao se analisar integrantes/desistentes para negros em Curitiba, pode-se notar algumas das dificuldades semelhanr;:as fazer algumas trajet6ria de suas vidas. principais dificuldades alem de problemas Os jovens precaria, negros, destacam-se nas profiss6es ou estavam mais incidente sentiam atravessavam. para negros das raciais e emprego, no futuro com a deles e de suas familias. a situar;:ao de de familias numerosas, dos seus pais, que sao na grande maioria, "desempregados". foi a de "domestica", na que, suas de moradia 0 desemprego, a incidencia que na cidade de relar;:6es esperanr;:as de trabalho de 2007, como os relatos com os educandos com problemas Contudo dos pre-vestibular no periodo negros do curso demonstraram a baixa renda familiar, e grande semelhanr;:a feitas a respeito e no mercado Entre estas dificuldades, curso nos discursos, especifico eram financeiras, familiares. do 0 nos relatos em que a suas familias constatar;:6es inserr;:ao na universidade turma analises do curso pre-vestibular Curitiba, que frequentam contidos Ka-naombo, presentes a partir de algumas foram integrantes "pedreiros" da 0 projeto socia is e economicas Pode-se, moradia os discursos No caso das suas maes a profissao "faxineira", ou estavam "desempregadas". As maes, na maio ria das vezes foram as mais destacadas pelos jovens como mulheres ao estudo, fortes e responsaveis e para quem, em muitos casos, os jovens Apenas faculdade dois alunos particular mensalidade. necessidade mercado e Muitos relatos que tiveram de trabalho Porem, um ja haviam desistiram, pelo seu incentivo negros dedicam tentado porque um curso nao falam de seus hist6ricos em ingressar e seu esforr;:o. superior conseguiram de evasao em uma pagar escolar muito cedo ou ainda quando a e da crianr;:as no para ajudar a familia. percentual vida, sociedade, em funr;:ao do seu pertencimento do discurso constituiu em verdade seus de alunos de conteudo aos menor trajet6rias problemas dos jovens negros, nas suas realidades deu destaque, e dificuldades racial negro. a democracia sociais. nas suas enfrentadas Notou-se racial na que, pelo nunca se Ou seja, os muitos jovens 51 negros sabem muito bem 0 significado sociedade do pertencimento como a de Curitiba, e paranaense; vezes, numa trajet6ria racial negro, numa ou seja, tratos-se de vida cheia de humilha90es, na maioria das sofrimentos e injusti9as hist6ricas. A escola traumatico, foi muito de sofrimento destacada como um espa90 de certa forma no cotidiano escolar. Como pode se observar, alunas, assim como as suas maes trabalhavam como domesticas muitas ou estavam a procura de emprego. 3.3.3 Entrevistas Para integrar esta pesquisa junto aos alunos da ACNAP, foi realizada uma apura9ao junto ao cadastro de alunos da entidade, com tres alunas que desistiram da continuidade conhecer seus pontos de vista e posicionamentos pelas entidades educacionais somente mesmos, entendeu-se relacionam-se 3.4 aos negros. RESULTADOS nao suas dificuldades exposto a seguir. Do que foi mencionado que as principais aos criterios visando (por email eportelefone).relataram alguns dos seus pontos de vista mas tambem vivencias no dia a dia, conforme 0 contato quanto aos cursos ofertados e universidades, Os que foram entrevistados e efetivado dos seus estudos, dificuldades sofridas e pelos pelos mesmos, de racismo e desigualdade. OBTIDOS Embora tenha sido feita de maneira singela, esta pesquisa, justifica-se pela oportunidade construidas apresentando presentes da identidade organiza90es encontrados melhor compreensao, nos espa90s sociais entidades acerca de como sao em territ6rio 0 da sociedade como a ACNAP da popula9ao que contribui negra 0 Movimento nacional, curitibana, na para a Negro fruto das populacionais; A seguir popula9ao raciais como espa90 regional e especifico qual se fazem forma9ao de se conseguir as rela90es enfocamos negra que usufrui nas entrevistas quando declara: alguns projetos do trabalho confirmam de grande dessa importancia organiza9ao. para a Os achados 0 que afirma Romildo da Silva Souza, 52 Sao varios os fatores que interferem no desempenho dos estudantes negros. Alem de problemas de ordem social, historica, cultural e economica, esses estudantes enfrentam dificuldades psicologicas, que interferem motivacionalmente na persistencia, autoconfian<;a e na determina<;ao de seus objetivos e escolhas por certos cursos, influenciando em qualquer modalidade de avalia<;ao, principal mente em situa<;oes de elevada cobran<;a social e psiquica, como 0 trabalho e 0 vestibular. (SOUZA, 2007, p. 2). Pode-se concluir proporcionar a discriminay80 racial, visando igualar educacional. que cidadania e grande plena do social e cultural, as oportunidades a importancia da ACNAP afro-descendentes, valorizando de direitos, a cultura por objetivar combatendo a afro-brasileira e principalmente na atuay80 53 QUARTO CAPiTULO CONSIDERACOES De acordo com a sociologa tantos relatos que traduzem 90 mil hoes de pessoas para a necessidade Marcilene certa obviedade Garcia historica no Brasil que sao negras, intera<;:ao entre a popula<;:ao brasileira soma praticamente de Souza (2005), e pertinente concretas que promova inclusao, que e multirracial. mas tambem que valorize sua privada atentar de promo<;:ao da integra<;:ao e A popula<;:ao negra metade da popula<;:ao do pais e vive segregada de poder, de saber, de e atual que e a de quase (48%) da constru<;:ao de estrategias vida e da promo<;:ao de uma sociedade auto-estima, FINAlS de espa<;:os de uma educa<;:ao que Ihe promova historia, sua cultura, sua religiao, e outras caracteristicas. Para a citada autora, a situa<;:ao de exclusao da popula<;:ao negra que ocorre no Brasil hoje, se da, principal mente devido as formas tratou historicamente trabalho, na saude, e reconhecido discriminado. na moradia, tambem direito essencial, diariamente e encontrada encontradas entre por uma sociedade Ao se entender sobre e contra os pobres, e SilVA, como um processo observa-se no a partir das evidencias os negros, os e a segrega<;:ao sao fatos comuns racista (SANTOS 0 racismo outro, que nao ha rea<;:oes de racismo a todo 0 momento, contra quem a discrimina<;:ao por um grupo tem outro que e 0 direito de nao ser 2005). Brasil, essa evidencia praticados de No entanto, que alem do proprio direito a vida, as pessoas (SOUZA, analfabetos, e em todos os outros segmentos. que e 0 de ser aceito em plenitude, Embora seja alardeado discriminativas em que 0 Estado e trata a popula<;:ao negra na educa<;:ao, no mercado tambem e 2005). de domina<;:ao praticado os criterios distribui<;:ao dos bens socia is e na propria a<;:ao das politicas relativizados publicas de (CUNHA JUNIOR,2007). Diante desta pesquisa e sua fundamenta<;:ao o fato que esse quadro somente educa<;:ao, da necessidade primordial pode ser revertido de acrescentar para se alcan<;:ar os melhores entao, buscar a propria igualdade social. bibliogratica, a aprendizagem niveis evidencia-se a partir da dissemina<;:ao de igualdade como da imposi<;:ao educacional e 54 Na realidade, enfrentados nao se trata dos problema referentes um fato que precisa ao emprego, ser vencido diante de uma populagao o cristalizado racismo em si mesmo, tem cobrando a moradia, a educagao, e a manifestac;:ao de um fa to social e que e preciso crescimento e enobrecimento Alem discriminados, em construir a responsabilidade social a sociedade negra na sociedade e das grandes estrategias do Estado, civil, voltando-a conquistas povo brasileiro. que do proprio de ragas insofismavel, busca de sensibilizar esse povo que se chama que sao existe tambem por um basta, se encontra a fim de se povo que traz incontestavel. como uma gota de agua no oceano, se dedicado sociais, negra brasileira. que e 0 fato de serem negros, um caldeamento Para tanto, de problemas e pela populagao racista. na nac;:ao brasileira, alcanc;:ar 0 verdadeiro Negro apenas pelos alunos pesquisados, 0 Movimento de combate e tambem Social ao racismo, se movendo para a inclusao em da populagao que podem ser alcanc;:adas para 55 BIBLIOGRAFIA ABRAMO, Helena Wendel; BRANCO, Pedro Paulo Marconi. juventude brasileira. 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