Indicadores de Saúde no Espírito Santo
Sumário Executivo
Adriana Fontes
Análise do Estado
Longevidade e Mortalidade
•
Os indicadores de longevidade colocam o Espírito Santo (ES) em uma posição
mediana em relação aos estados brasileiros, em pior situação que os estados das
regiões do sul-sudeste e centro-oeste e melhor que os estados do norte-nordeste
(gráfico 1).
•
Desta forma, os valores encontrados para o Estado são similares aos da média
nacional. Em outras palavras, o estado do Espírito Santo representa a média
brasileira em termos de indicadores de longevidade (gráfico 2).
•
Em termos de evolução na década de 90, houve melhora dos indicadores de
longevidade do Estado, fenômeno nacional. Nos indicadores de esperança de vida e
probabilidade de sobrevivência até 40 e 60 anos, o Estado do Espírito Santo evoluiu
ligeiramente mais que a média nacional (gráfico 3).
•
No tocante a posição em relação aos 26 demais estados brasileiros,observa-se que
houve uma estabilidade da posição mediana do Espírito Santo. A colocação do
estado no ranking de esperança de vida e probabilidade de sobrevivência dos 27
estados brasileiros é de 12º.
Mortalidade Infantil
•
Não existe uma concordância entre os dados de mortalidade do Atlas do
Desenvolvimento Humano e os dados da Secretaria de Saúde do Estado do Espírito
Santo, como podemos observar na Tabela 1. O site do Datasus, por sua vez,
apresenta dois índices de taxa de mortalidade. Como o trabalho tinha como
objetivos fazer comparações com os outros estados e buscar as informações mais
recentes, optou-se por utilizar o Atlas de Desenvolvimento Humano que, entretanto,
apresenta o maior índice de todas as fontes de informação.
1
•
O Espírito Santo no tocante a mortalidade infantil confirma a sua posição mediana
dos indicadores de longevidade, abaixo dos estados do Sul Sudeste e Centro-Oeste e
acima do Norte-Nordeste (Gráficos 4 e 5).
•
Em relação a média nacional, a mortalidade infantil do Espírito Santo é um pouco
mais baixa. A diferença é maior na mortalidade até cinco anos de idade (Gráfico 6).
•
Enquanto nos indicadores de longevidade o ES avançou mais que a média nacional,
em mortalidade o avanço foi menor que o do Brasil como um todo, ou seja, o ES
não conseguiu reduzir a mortalidade infantil como a média brasileira na década de
90 (Gráfico 7).
•
No tocante a posição em relação aos 26 demais estados brasileiros,observa-se que
na mortalidade até 1 ano o ES subiu uma posição no ranking (passou de 12º para
11º) enquanto na mortalidade até 5 anos caiu uma posição (passou de 10º para 11º).
Fecundidade
•
Em termos de fecundidade, o Estado do Espírito Santo está no padrão dos índices
do Sul-Sudeste (Gráficos 8 e 9). A taxa de fecundidade no Espírito Santo é de 2,2
filhos por mulher. É uma das taxas mais baixas do Brasil (Gráfico 8).
•
Cerca de 7,5% das adolescentes de 15 a 17 anos residentes no estado tem filho. Esse
percentual é mais baixo que a média brasileira de 8,5% (Gráfico 8). Houve
crescimento do percentual de meninas grávidas em relação a 1991, quando no ES
era de 5,6%.
•
A redução da taxa de fecundidade foi maior que a média brasileira e o aumento da
gravidez precoce foi inferior do que no Brasil, como pode ser observado no Gráfico
10.
•
Em termos de posição relativa da gravidez precoce, o ES está em 6º lugar no
ranquing do estado do menor para o maior.
2
Número de médicos
•
O número de médicos residentes no Espírito Santo é de 1,1 por mil habitantes. É um
número alto em relação aos outros estados brasileiros (6º lugar), sendo ligeiramente
superior ao de Santa Catarina e Paraná (Gráfico 11).
•
Em termos de evolução na década de 90, entretanto, houve certa estagnação do
índice.
Determinantes das condições de saúde
•
A relação entre esperança de vida e renda domiciliar per capita dos estados é
positiva, ou seja, quanto maior a renda do estado maior é a expectativa de vida
(Gráfico 12). A esperança de vida do Espírito Santo em 1991 era muito próxima da
esperada dada a sua renda domiciliar per capita. Em 2000, a esperança de vida se
distanciou um pouco da curva, ou seja, dado o nível de renda domiciliar per capita
em 2000, a esperança de vida no estado deveria ser maior. Em outras palavras, o
incremento na renda do estado foi maior que a melhoria nas condições de saúde.
•
No mesmo sentido a relação entre mortalidade infantil e renda mostra que enquanto
em 2001 o estado apresentava uma mortalidade até um ano um pouco menor do que
deveria com a renda domiciliar, em 2000 a situação se inverteu. O Espírito Santo
deveria ter uma mortalidade ligeiramente menor do que apresentou em 2000, dado o
seu nível de renda (Gráficos 13).
•
Na relação entre esperança de vida e número de médicos, o Espírito Santo está em
cima da curva. Vale destacar, entretanto, que Santa Catarina com uma relação
menor de médicos por mil habitantes, apresenta quase 6 anos a mais de esperança
de vida que o estado analisado (Gráficos 14).
Relação entre ranking
•
Uma outra forma de observar como o Estado do Espírito Santo avançou mais em
renda do que nos indicadores de saúde é através da relação entre os rankings
(Gráficos 15 e 16).
•
O Gráfico 15 mostra a relação entre ranking da renda e ranking da esperança de
vida, sendo que se um estado estivesse na reta teria a mesma posição nos dois
3
rankings entre os 27 estados. Os estados que se posicionam na parte de cima da reta
estão melhores colocados em termos de renda do que em termos de esperança de
vida e vice-versa.
•
Observa-se, primeiramente, que o Espírito Santo está mais bem posicionado no
ranking dos estados em renda do que em esperança de vida. Além disso, entre 1991
e 2000, sua posição melhorou em termos de renda, mas praticamente não variou na
esperança de vida.
•
Estados como o Rio de Janeiro e o Distrito Federal mantiveram suas posições em
termos de ranking da renda e pioraram de posição quanto à esperança de vida. Já o
estado do Pará caiu no ranking da renda e melhorou a sua posição no ranking da
esperança de vida. O Ceará foi um exemplo de estado que manteve a posição da
renda e melhorou significativamente em termos de esperança de vida. O Maranhão
permaneceu em pior colocação nos dois rankings.
•
O Gráfico 16 com a relação entre ranking da renda e da mortalidade infantil mostra
também que o Espírito Santo avançou em termos de renda mas quase não avançou
em termos de mortalidade infantil.
Análise da Região Metropolitana
Contraste com outras regiões do país
•
Embora a região metropolitana não seja tão representativa do estado do Espírito
Santo (não chega a abrigar metade da população do ES), os indicadores da Grande
Vitória ligeiramente melhores mas muito próximos à média do estado, como
podemos observar no gráfico 17.
•
Comparando os indicadores com os das 16 outras áreas metropolitanas do Brasil
com mais de 700 mil habitantes, a Grande Vitória está posicionada abaixo das
regiões do sul, sudeste, norte e centro-oeste e, em alguns indicadores, até de
algumas regiões do nordeste.
•
Segundo o gráfico 18, a grande vitória possui uma das menores esperanças de vida
(68,7 anos) das regiões metropolitanas, superior apenas a Grande São Luis, Natal e
4
Maceió. Regiões do Nordeste como Salvador e Fortaleza possuem uma esperança
de vida maior que a do ES. Chega a ter menos 6 anos de esperança de vida que
Florianópolis.
•
Em termos de evolução na década a Vitória se destacou com o sexto maior
crescimento na expectativa de vida.
•
(Gráfico 19) Quanto à mortalidade infantil até um ano, a posição da Grande Vitória
é um pouco melhor. Das 17 regiões metropolitanas analisadas, Vitória tem a sétima
maior mortalidade infantil com índices inferiores aos das regiões do nordeste.
Embora tenha reduzido os índices de mortalidade na década de 90, as variações
foram mais baixas que nas outras regiões.
•
Grande Vitória possui uma das menores probabilidades de sobrevivência até 60
anos de idade, melhor apenas que São Luis e Maceió (Gráfico 22).
Disparidades internas
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Na composição interna da área metropolitana de Vitória podemos dividir os sete
municípios em três grupos de acordo com o nível dos indicadores de saúde. De um
modo geral, os piores índices são observados em Viana, Cariacica e Serra;
Guarapari se destaca com os melhores indicadores e em uma posição intermediária
estão Vitória, Vila Velha e Fundão (Gráficos 23 e 24).
Indicadores de saúde
Municípios
Melhores
Guarapari
Intermediários
Vitória, Vila Velha e Fundão
Piores
Viana, Cariacica e Serra
Análise das Regiões do Estado
•
Considerando as 12 regiões do estado do Espírito Santo, percebe-se grande
heterogeneidade interna.
5
•
A região com maior esperança de vida é a Central-Serrana (que abrange o
município de Santa Teresa que tem o melhor índice). As piores regiões são o
Noroeste e o Litoral Norte (Gráfico 25).
•
A região metropolitana tem uma posição mediana em relação às outras regiões do
estado do Espírito Santo. Pior que os municípios do Sul e melhor que Norte e
Noroeste do estado.
•
Litoral Norte se destaca com grandes incrementos dos indicadores de longevidade
entre 1991 e 2000 e Caparaó com forte redução da mortalidade infantil (Gráficos 26
e 28).
Análise dos Municípios
•
Municípios com piores indicadores de longevidade e mortalidade (Mapas 1 e 2):
São Mateus (Litoral Norte), São Francisco (Noroeste), região de Itapemirim
(Marataízes, Itapemirim e Presidente Kenedy no Sul do Estado)
•
Melhores áreas: Guarapari, Santa Teresa (Central) e Colatina (Mapas 1 e 2)
•
No caso de gravidez precoce: Conceição da Barra (18,7%), Jaguaré, Sooretama,
Alto Rio Novo se destacam com os piores índices (Mapa 3)
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