PIBIC/PIBITI/IC Jr
Relatório das Atividades de Pesquisa
NOME DO
ORIENTADOR:
ENDEREÇO
ELETRÔNICO:
TELEFONE
UERJ:
SIGLA DA
UNIDADE:
LÚCIA VELLOSO MAURICIO
[email protected]
FFP
TELEFONE
RESIDENCIAL:
SIGLA DO
DEPARTAMENTO:
CODIGO DA ÁREA
(CNPQ): CIÊNCIAS HUMANAS (7)
2225-7715
DEDU
TELEFONE
CELULAR:
MATRÍCULA:
34.425-9
CODIGO DA SUBÁREA
(CNPQ): EDUCAÇÃO (7.08.00.00-6)
ESPECIALIDADE (CÓDIGO E POR EXTENSO, SEGUNDO CNPQ):
7.08.07.00-0
Tópicos específicos de Educação
I – TÍTULO DO PROJETO:
Ampliação da jornada escolar: novas propostas, antigas preocupações.
II – PALAVRAS-CHAVE:
Jornada escolar ampliada
Educação Integral
Mais educação
III – PRINCIPAIS OBJETIVOS DO PROJETO ORIGINAL:
1-
Mapear as condições de implementação do Programa Mais Educação nas escolas de São Gonçalo,
avaliando seu funcionamento de acordo com as diretrizes do próprio projeto.
2-
Levantar, dentre os 10 macrocampos, que áreas e sub-áreas estão sendo priorizadas nas escolas
municipais ou estaduais atendidas pelo Mais Educação no município de São Gonçalo
3-
Identificar os critérios que estão sendo adotados para a seleção dos alunos atendidos pelo Programa e
4-
Descrever a organização das atividades no cotidiano das escolas pesquisadas, localizando os espaços
para seleção dos monitores responsáveis pelas atividades
que são utilizados, dentro ou fora da escola, para as atividades.
IV – PRINCIPAIS ETAPAS EXECUTADAS NO PERÍODO VISANDO AO ALCANCE DOS OBJETIVOS:
1-
Levantamento das atividades, dos macrocampos, número de alunos envolvidos no Programa,
porcentagem em relação ao número de matrículas de todas as escolas municipais e estaduais
inseridas no Programa Mais Educação nos anos 2008 a 2010, através do site do INEP e de pesquisa
na Coordenadoria Metropolitana II e na Secretaria Municipal de Educação
2-
Formulação de critérios de prioridade para visitas às escolas da rede municipal e da rede estadual. Nas
municipais, priorizamos os anos iniciais e nas estaduais, os anos finais do Ensino Fundamental.
Listagem de 6 escolas dentre as 52 municipais e de 8 entre as estaduais inseridas no Programa
3-
Foram visitadas 5 escolas municipais e 7 escolas estaduais. Em todas foram realizadas entrevistas, a
princípio com o responsável pelas atividades do Mais Educação (Professor Comunitário ou Diretor).
Devido ao atraso do calendário, tendo em vista dificuldades de autorização para acesso às escolas,
não foi feita observação, que ficará para o 1º. Semestre de 2011.
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V – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO SUCINTA DOS PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS, DEIXANDO CLARO O AVANÇO
TEÓRICO, EXPERIMENTAL OU PRÁTICO OBTIDO PELA PESQUISA (OS RESULTADOS FORMAIS – PUBLICAÇÕES – SÃO
SOLICITADOS NO ITEM IX):
Nosso objetivo geral era mapear as condições de implementação do Programa Mais Educação nas
escolas de São Gonçalo e avaliar seu funcionamento de acordo com as diretrizes do próprio projeto. Para isso, já
cumprimos alguns dos objetivos específicos. No espaço de tempo decorrido, de agosto a dezembro,
identificamos as escolas municipais e estaduais que estão desenvolvendo o Programa Mais Educação.
Levantamos, através de pesquisa do Censo Escolar no site do INEP, ou de várias visitas à Coordenadoria
Metropolitana II, órgão representante da SEE no município, e à Secretaria Municipal de Educação de São
Gonçalo, dentre os 10 macrocampos, que áreas e sub-áreas estão sendo priorizadas em cada escola. Feito um
grande quadro, no qual constavam – nome todas as escolas municipais e estaduais envolvidas no projeto,
número de alunos matriculados no EF, número de alunos participantes do projeto, número de atividades
desenvolvidas, áreas e sub-áreas das atividades desenvolvidas, IDEB de 2007 e 2009, e ano inicial do projeto formulamos critérios de prioridade para visita às escolas.
Os critérios adotados para visita de instituições estaduais ou municipais não eram idênticos, diríamos que
tinham correspondência. Assim, em comum, priorizávamos o maior tempo de desenvolvimento do projeto;
porcentagem de alunos participantes significativa; contar com três áreas de atividades indispensáveis – reforço
escolar; cultura e artes; e esporte e lazer; diversidade de atividades, especialmente as que indicavam um
diferencial educativo, como rádio escolar, fotografia, cineclube etc; IDEB em crescimento; nas escolas
municipais, priorizávamos escolas que só oferecessem anos iniciais; nas estaduais, ao contrário, priorizávamos
as que oferecessem exclusivamente anos finais; em segundo plano, anos finais e iniciais. Com estes critérios,
listamos cerca de 20 escolas, das quais visitamos 12, 5 municipais e 7 estaduais, todas com implantação do
programa pelo menos em 2009 (uma de 2008) e com um mínimo de 100 alunos participantes entre as municipais
e 300 entre as estaduais. Em cada escola foi feita entrevista com o coordenador do projeto que, muitas vezes,
era o próprio diretor da escola ou o coordenador pedagógico.
Com o material colhido, as transcrições estão sendo realizadas de dezembro a março, poderemos
começar a atender a outros objetivos específicos, quais sejam, conhecer os critérios de escolha para as
atividades desenvolvidas; verificar os critérios que estão sendo adotados para a seleção dos alunos e para sua
distribuição pelas atividades propostas; identificar os parâmetros adotados para a seleção dos monitores
responsáveis pelas atividades e sua variação de acordo com o macrocampo; mapear os espaços internos ou
externos à escola onde as atividades estão sendo desenvolvidas. Já temos uma certa idéia do que foi dito, mas a
transcrição das entrevistas de acordo com o roteiro traçado vai dar uma riqueza de informações que pode
esclarecer como o projeto está sendo operacionalizado e levantar hipóteses explicativas a respeito. O que ficará
para a etapa final, de abril a julho, é a observação das atividades, atendendo ao nosso objetivo de descrever a
organização das atividades no cotidiano e sua relação com os professores e o desenvolvimento do curso regular.
Com certeza, não conseguiremos realizá-la nas 12 escolas, mas pelo menos em parte delas.
Como mencionado no projeto inicial, a presença cada vez mais significativa da proposta de ampliação
da jornada escolar na legislação brasileira tem contribuído para o aumento do número deste tipo de experiência
que se desenvolve em vários municípios brasileiros (CAVALIERE, 2007). De fato, a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB 9394/96) introduziu a perspectiva de ampliação do tempo escolar diário nos artigos 34 e
87; o Plano Nacional de Educação - PNE - (Lei 10.172/01) indicou, entre seus objetivos e prioridades, o tempo
integral para crianças das camadas mais necessitadas; esta restrição já não consta quando o PNE define os
objetivos e metas da Educação Básica, propondo ampliar progressivamente a jornada escolar visando expandir a
escola de tempo integral, que abranja um período de pelo menos 7 horas diárias, com previsão de professores e
funcionários em número suficiente.
Lançado em 2007 pelo Decreto 6.094/07, o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação
formulou como sua sétima diretriz “ampliar as possibilidades de permanência do educando sob responsabilidade
da escola para além da jornada regular”, que deu origem ao Programa Mais Educação instituído pela Portaria
Normativa Interministerial no. 17, de 24 de abril de 2007 e regulamentado pelo Decreto 7.083 de 27 de janeiro de
2010. Outro estímulo recente à ampliação da jornada escolar deve ser atribuído ao FUNDEB (Lei nº 11.494, de 20
de junho de 2007), que prevê repasse de recursos acrescido de 25% para alunos da rede pública em regime de
tempo integral, ou seja, mais de 7 horas por dia, durante toda a semana letiva.
Neste contexto, a Secretaria da Diversidade (SECAD) do Ministério de Educação (MEC), responsável
pela implementação do Programa Mais Educação, financiou a pesquisa Educação Integral / Educação Integrada
e(m) Tempo Integral: Concepções e Práticas na Educação Brasileira (MEC/SECAD, 2009), para levantar as
experiências em andamento no Brasil, com intuito de mapear o desenvolvimento deste projeto no âmbito dos
municípios brasileiros. A pesquisa, cuja fase quantitativa foi finalizada em 2009, foi realizada pela UFMG, UFPR
UNB e UNIRIO (de cujo grupo de pesquisa faço parte – NEEPHI) e está publicada no site do MEC.
Esta pesquisa, que conseguiu contatar mais de 38% dos 5.564 municípios brasileiros, localizou 503
municípios desenvolvendo propostas de jornada escolar ampliada. A distribuição das experiências municipais
pelas regiões brasileiras apresenta grande contraste: 45% delas está localizada no Sudeste; pouco mais de 23%,
no Nordeste e no Sul, ficando o Norte e o Centroeste juntos restritos a menos de 8,5% delas. A variedade destas
experiências se reflete na sua interminável lista de nomeações; na carga horária que vai de 4,5 h/dia a mais de
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8h/dia; na proposta de atividades com eixos do esporte ao reforço escola, passando por atividades artísticas; no
tempo de implantação, de menos de 1 ano a mais de 10 anos; entre outras variáveis (MEC/ SECAD, 2009).
Aqui nos interessa destacar que mais de 55% das experiências arroladas na pesquisa desenvolvem-se
em 7 horas ou mais de atividades diárias, critério adotado tanto pelo Programa Mais Educação como pelo
FUNDEB para o repasse de recursos, por matrícula de alunos, às escolas envolvidas no projeto. Além disso,
endossando o impacto destas políticas no resultado da pesquisa, temos que 39% das experiências foram
implantadas há menos de 1 ano e 55% delas há menos de 2 anos, tempo relativo à vigência das políticas
mencionadas, adotadas em 2007.
A parte qualitativa da pesquisa, finalizada pelas universidades envolvidas sob a coordenação da UNIRIO,
realizou visita a 21 municípios selecionados, tendo em vista a consistência e diversidade das experiências
desenvolvidas, a abrangência do número de matrículas e o tempo de implantação. No Sudeste e no Nordeste
foram visitados 7 municípios em cada região. O Nordeste, apesar de ter apresentado o mesmo número de
municípios com jornada ampliada que o Sul, é a região com maior crescimento quantitativo recente de
experiências de horário ampliado, segundo dados desta pesquisa. Os municípios visitados das diversas regiões
confirmaram a variedade de experiências, com algumas convergências: a maioria das experiências de ampliação
da jornada atinge 7 horas ou mais de permanência do aluno em atividade; a maioria das atividades se
desenvolve na escola e, em particular, na sala de aula; predomina o reforço escolar, mas se fazem constantes
atividades esportivas e artísticas; pode-se perceber uma certa variação de atividades e de espaços de acordo
com o desenvolvimento sócio-econômico local.
Os resultados preliminares da nossa pesquisa nos remetem para os achados da pesquisa do MEC, ou
seja, como a compreensão do que seja escola vai interferir na maneira como os projetos são implementados. O
projeto Mais Educação propõe atividades no contraturno, entre outras razões, para que seja viável a utilização e
a parceria de espaços comunitários, não apenas porque faltam espaços na escola, mas porque há uma
compreensão de que o processo de formação deve ocorrer em diversos espaços, porque todos podem ser
potencialmente educativos. Pelo que percebemos, esta compreensão fica prejudicada por diversos fatores. Para
articular espaços educativos ao longo do contraturno, é indispensável a presença de um profissional responsável,
ou seja, o professor comunitário. Em nenhuma das escolas foi encontrado um professor comunitário. Esta função
é acumulada ou pela direção ou pela coordenação pedagógica. Sem esta presença, cuja complementação
salarial seria contrapartida da instituição beneficiada pelo projeto, o fator espaço assume características que
podem inviabilizar o projeto.
Nas escolas visitadas, municipais ou estaduais, tivemos oportunidade de estar em unidades com
espaços muito variados. Escolas muito pequenas, com infraestrutura precária, como estivemos em CIEPs, com
pátios e quadras amplos com disponibilidade para abarcar um projeto que demande espaço. Percebemos que no
caso dos espaços maiores, não apenas nos CIEPs, exatamente por esta disponibilidade e pela ausência do
profissional articulador, não se toma iniciativa de buscar parcerias, andando em sentido contrário ao que o
projeto prevê. Por outro lado, os espaços amplos podem estar abandonados, tanto pelo poder público, como pela
própria direção da instituição, fazendo com que a disponibilidade inicial não redunde em benefício para o projeto.
Nas unidades pequenas ou com infra-estrutura insuficiente, se há um profissional articulador, seja o diretor ou
outro, é possível encontrar algumas soluções. Em algumas situações foram feitas queixas de que o projeto não
prevê pagamento de aluguel de espaços. De fato, esta não é a proposta do Programa Mais Educação, que tem
como norte a articulação de parcerias educativas e não apenas geográficas. Se fosse o caso de aluguel, seria
uma contrapartida da instituição beneficiada.
Percebe-se, de uma maneira geral, uma certa incompreensão da proposta do Mais Educação, devido a
uma visão de Estado paternal, tanto por profissionais da escola como por técnicos de secretarias. Esta maneira
de entender o papel do Estado, em circunstâncias de grande precariedade, contribui para dificultar a realização
do projeto. É de chamar atenção que ele se desenvolve onde há indícios de atividades extras anteriores, ou de
valorização do trabalho dos alunos. Ou seja, tanto se pode encontrar engajamento e o projeto fluir, como
encontrar resistência de professores ou funcionários, apelidando o projeto de Mais Deseducação.
Um aluno da Faculdade, monitor do Programa Mais Educação, nos deu depoimento significativo sobre as
dificuldades que enfrenta com boa vontade e com o apoio da orientadora pedagógica da escola. Dificuldade de
espaço, de número de alunos por grupo, da grande diferença de faixa etária. Ou seja, nada diferente das turmas
regulares. Segundo seu depoimento, vê resultados no desenvolvimento das crianças “nas provas do governo sei
que não dá para avaliar agora, mas eu vejo no dia a dia a diferença em muitos, Andressa só falava gritando,
Mayara não deixava colocar a mão nela e outros tantos”. Considera que este ano está mais bem preparada e
que isso vai facilitar sua inserção no Programa. É uma sinalização importante, que possa haver continuidade de
monitores, o que nem sempre acontece, como vemos entre os estudantes da faculdade, que desistem de ser
monitores porque se decepcionam com as condições de trabalho.
Terminadas as ações previstas para o 1º. Semestre de 2011, cujo eixo é a análise comparativa das
unidades estaduais com as municipais tendo como referência o próprio Programa Mais Educação, estaremos em
condição de avaliar que escolas se aproximam mais ou menos da proposta do Programa. Vamos então levantar
hipóteses sobre o que facilita ou dificulta a aproximação às orientações do programa. Nossa perspectiva é que
estas hipóteses sejam verificadas com um período de observação em algumas escolas, a partir de julho de 2011.
Se possível, 2 municipais e 2 estaduais. A organização espacial vai ser um dos critérios para seleção das
escolas, com disponibilidade de espaço maior ou restrito.
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VI – RELACIONE OS PRINCIPAIS FATORES NEGATIVOS E POSITIVOS QUE INTERFERIRAM NA EXECUÇÃO DO PROJETO:
O aspecto que foi mais prejudicial ao desenvolvimento do nosso trabalho foi a não autorização de visita
às escolas municipais. Não havia uma negação explícita, mas subterfúgios que nos fizeram perder tempo na
secretaria e na busca de alternativas a este obstáculo. Por outro lado, como os dados das escolas municipais
estavam acessíveis on line no site do Censo Escolar do INEP, pudemos fazer o levantamento inicial de
atividades, matrículas etc e estabelecer critérios de prioridade. Os critérios, no caso municipal, não puderam ser
cumpridos exatamente porque não obtivemos acesso às escolas listadas. Assim, as entrevistas realizadas em
unidades municipais foram possíveis por contatos pessoais de professores e de alunos da faculdade,
particularmente monitores do programa. A ausência de critérios pode limitar futuras análises comparativas entre
escolas municipais e estaduais. Este demora tanto impediu as visitas como deixamos de poder fazer observação
do projeto nas escolas, tendo em vista o final do calendário escolar.
Um outro aspecto negativo, que não impediu, mas nos deu mais trabalho, foi o fato das informações das
escolas estaduais não estarem disponibilizadas on line. Isto nos obrigou a fazer uma série de visitas à
Coordenadoria Metropolitana II para levantar dados em vários documentos escritos. Ao contrário da Secretaria
Municipal, não tivemos problema de acesso às informações, como também não houve qualquer delonga para dar
autorização de acesso às escolas.
Entre os aspectos positivos, queria começar destacando que dos objetivos listados no plano de trabalho
das bolsistas, com exceção do último, todos os outros já foram desenvolvidos com boa competência: leitura de
textos acadêmicos; conceitos utilizados pelo Mais educação, entre eles, educação integral e IDEB; coleta de
dados nos sites do INEP e/ou do MEC; registro e organização de dados; formulação de hipóteses, a partir de
dados coletados; contato com profissionais em secretarias; entrevistar professores ou alunos; praticar redação
acadêmica; e apresentação de trabalhos em encontros científicos. O último, se substituirmos capacidade de
formular projetos, por capacidade para formular relatórios, estaríamos com todos os objetivos alcançados.
Outro aspecto a destacar é que estamos cumprindo o cronograma proposto e todas as ações previstas
no plano de trabalho foram realizadas, até agora. Daqui até o término do cronograma, estaremos concentradas
na análise das entrevistas. Faremos tabulação de dados das escolas; tematização da transcrição das fitas;
comparação dos resultados obtidos nas escolas municipais com os das escolas estaduais; Identificar os critérios
de cada rede para a seleção dos alunos atendidos e dos profissionais selecionados; analisar adequação da
prática de cada rede, ou eventualmente de uma unidade em particular, à proposta do Programa Mais Educação;
levantar hipóteses explicativas para a adequação ou não à proposta do Programa Mais Educação; finalização de
relatório e de possível projeto de desdobramento para a pesquisa; finalmente, redigir comunicações para fins de
divulgação dos resultados alcançados.
Dos resultados esperados que constam do plano de trabalho original, foram apresentados trabalhos no
IV Seminário Vozes da Educação e no X CONIC, além das comunicações feitas em eventos da UERJ. Em 2011,
estamos inscrevendo trabalhos no 18º. Cole, em Campinas e no Redes de Educação no Rio de Janeiro. A
produção de monografias, ao final do curso das atuais bolsistas de IC, estará vinculada ao tema de ampliação da
jornada escolar. Em relação ao conhecimento produzido pela pesquisa, é de nosso interesse a divulgação
dessas informações junto a rede de escolas do município, sejam estaduais ou municipais; entretanto, tendo em
vista a postura da Secretaria Municipal de Educação, não acreditamos que seja do interesse da instituição o
acesso a elas. Ainda vamos promover debates entre os alunos da FFP que sejam monitores do projeto, para
discutir suas práticas e formular propostas de inovações a serem incorporadas. Não acreditamos que a
Secretaria Municipal tenha interesse em algum curso de extensão sobre o projeto.
VII - FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS PARA A PESQUISA OU EXTENSÃO
INFORMANDO O NÚMERO DE ORIENTANDOS NO PERÍODO DE VIGÊNCIA DA BOLSA:
Formação de
Recursos
Humanos
(Apoio Financeiro)
CNPQ
- PREENCHA O QUADRO ABAIXO,
MODALIDADE
INICIAÇÃO
CIENTÍFICA - IC
MONOGRAFIA
MESTRADO
(**)
M
1
DOUTORADO
(***)
D
TOTAL
1
CAPES
FAPERJ(*)
1
1
2
UERJ(*)
1
1
2
2
OUTRAS(*)
SEM-BOLSA
/SR-2/DCARH/
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poderá ultrapassar 25.
TOTAL
5
1
6
(*) INFORMAR A AGÊNCIA/EMPRESA FINANCIADORA
(**) PARA MESTRADO, INFORMAR APENAS OS DADOS (NOME DO(S) ORIENTANDO(S), TÍTULO DA DISSERTAÇÃO E DATA
DA DEFESA OU PREVISÃO) DAS DISSERTAÇÕES CONCLUÍDAS.
(***) PARA O NÍVEL DE DOUTORADO INFORMAR NOME DO(S) ORIENTANDO(S) ATUAL(AIS), TÍTULO E SITUAÇÃO DA TESE
(EM ANDAMENTO, CONCLUÍDA, DATA DA APROVAÇÃO) NO PERÍODO.
Iniciação Científica: PIBIC/CNPq (através da UERJ): Noemy Gomes dos Santos; FAPERJ (demanda direta):
Gisele Silva de Sousa; PIBIC/UERJ: Creuzenir Silva Pierrout dos Santos.
Mestrado: Estela Paula Campos Moreira Gomes; defesa prevista para julho: As representações sócias de
monitores e professores das escolas do município de São Gonçalo sobre o Programa Mais Educação.
VIII - RELACIONAR AS FORMAS DE APOIO A PROJETOS DE PESQUISA OU EXTENSÃO, JUNTO A ÓRGÃOS DE FOMENTO
NACIONAIS, INTERNACIONAIS OU ESTRANGEIROS:
Órgãos de
Fomento
CNPQ
Captação de Recursos para Pesquisa
TIPO
ANO
EDITAL
VALOR
SOLICITADO
VALOR
CAPTADO
Auxílio pesquisa
2010-2012
Ciências
Humanas
19.998,64
15.900,00
CAPES
FAPERJ
FINEP
OUTRAS(*)
TOTAL
(*) INFORMAR ÓRGÃO FINANCIADOR
IX - INFORME OS TRABALHOS PUBLICADOS E/OU ACEITOS PARA PUBLICAÇÃO NO PERÍODO, RELACIONADOS COM O
PROJETO EM PAUTA: LIVROS, CAPÍTULOS DE LIVROS, ARTIGOS EM PERIÓDICOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS, ETC.
INDICAR CLARAMENTE ENTRE OS AUTORES DOS TRABALHOS, QUANDO FOR O CASO, OS BOLSISTAS FORMAIS DE IC, M, D:
IV Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)Biográfica (CIPA). Faculdade de Educação da Universidade
de São Paulo (FEUSP). 26 a 29/07 de 2010.
Comunicação: As representações sociais dos monitores e professores das escolas do município de São
Gonçalo, que participam do programa Mais Educação, sobre educação integral. Publicação em Anais: texto
completo ISBN: 2178-0676
Autora: Estela Paula Campos Moreira Gomes (Mestranda bolsista FAPERJ)
Co-autora: Lúcia Velloso Maurício
III Congresso Internacional Cotidiano Diálogos sobre Diálogos. Faculdade de Educação da Universidade
Federal Fluminense (FEUFF).9 a 12/08 de 2010.
Comunicação: Mais Educação - representações sociais dos monitores e professores das escolas do município
de São Gonçalo que participam do Programa Mais Educação, sobre educação integral. Publicação em Anais:
texto completo ISBN: 978-85-60153-12-1
Autora: Estela Paula Campos Moreira Gomes (Mestranda bolsista FAPERJ)
IV Seminário Vozes da Educação – Formação de Professores/as, Narrativas, Políticas e Memórias.
FFP/UERJ. 30/08 a 01/09 de 2010.
Apresentação pôster: Ampliação da Jornada escolar: novas propostas, antigas preocupações. Publicação em
Anais: Texto completo ISBN 978-85-88707-37-5
Autoras: Gisele Silva de Sousa (IC-FAPERJ) e Noemy Gomes dos Santos (PIBIC/CNPq)
IV Seminário Vozes da Educação – Formação de Professores/as, Narrativas, Políticas e Memórias.
FFP/UERJ. 30/08 a 01/09 de 2010.
Comunicação: As representações sociais dos professores e monitores das escolas do município de São Gonçalo
que participam do Programa Mais Educação sobre Educação Integral. Publicação em Anais: Texto completo
ISBN 978-85-88707-37-5
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O número de páginas não
poderá ultrapassar 25.
Autora: Estela Paula Campos Moreira Gomes (Mestranda bolsista FAPERJ)
VII Colóquio Internacional Paulo Freire. Centro Paulo Freire - Estudos e Pesquisas/ UFPE.16 a 19/09 de 2010.
Comunicação: As representações sociais dos monitores e professores das escolas do município de São
Gonçalo, que participam do programa Mais Educação, sobre educação integral. Publicação em Anais: texto
completo ISBN: 978-85-63977-00-7
Autora: Estela Paula Campos Moreira Gomes (Mestranda bolsista FAPERJ)
co-autora: Sheila Cristina Monteiro Matos
VII Colóquio Internacional Paulo Freire. Centro Paulo Freire - Estudos e Pesquisas/ UFPE.16 a 19/09 de 2010.
Comunicação: As práticas educativas nas turmas atendidas pelo programa Mais Educação: Um estudo de caso
na Escola Municipal Visconde do Itaboraí em Duque de Caxias
Autora: Sheila Cristina Monteiro Matos
co-autora: Estela Paula Campos Moreira Gomes (Mestranda bolsista FAPERJ)
Publicação em Anais: texto completo ISBN: 978-85-63977-00-7
V Semana de Pedagogia da FFP - Formação de Professores e Intervenções Pedagógicas Humanizadoras.
FFP/UERJ. 14 a 16/09 de 2010.
Apresentação de pôster: Mais Educação: um novo olhar sobre a ampliação da jornada escolar
Autoras: Gisele Silva de Sousa (IC-FAPERJ); Noemy Gomes dos Santos (PIBIC /CNPq); e Creuzenir Silva
Pierrout dos Santos (PIBIC/UERJ)
19º Semana de Iniciação Científica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. UERJ. 27/09 a 01/10 de
2010.
Comunicação: O programa Mais Educação em São Gonçalo. Avaliação: Nota 10
Autoras: Gisele Silva de Sousa (IC-FAPERJ) e Noemy Gomes dos Santos (PIBIC/CNPq)
IV Seminário FFP para Todos. FFP/UERJ. 27 e 28/10 de 2010.
Apresentação pôster: Ampliação da Jornada Escolar em São Gonçalo
Autoras: Gisele Silva de Sousa (IC-FAPERJ) e Noemy Gomes dos Santos (PIBIC/CNPq)
Congresso Nacional de Iniciação Científica (CONIC). Universidade Presbiteriana Mackenzie – São Paulo. 19 e
20/11 de 2010
Apresentação pôster: Mais Educação: perspectiva da ampliação da jornada escolar em São Gonçalo.
Autoras: Gisele Silva de Sousa (IC-FAPERJ); Noemy Gomes dos Santos (PIBIC /CNPq); e Creuzenir Silva
Pierrout dos Santos (PIBIC/UERJ)
X - PATENTE OU REGISTRO DE INVENÇÃO OU TÉCNICA (INFORMAR O TÍTULO, SE A PATENTE É NACIONAL,
INTERNACIONAL OU “JOINT VENTURES” E OUTROS DADOS QUE JULGAR ADEQUADOS):
XI - INFORME OUTRAS ATIVIDADES CIENTÍFICAS/ADMINISTRATIVAS QUE JULGAR PERTINENTES NO PERÍODO: ORGANIZAÇÃO DE
OU PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CIENTÍFICOS, CONSULTORIAS, ASSESSORIAS A ÓRGÃOS DE FOMENTO OU A OUTRAS
INSTITUIÇÕES, PARTICIPAÇÃO EM COLEGIADOS, BANCAS DE MESTRADO, DOUTORADO OU CONCURSOS PÚBLICOS:
CITAR PREMIAÇÕES CIENTÍFICAS OBTIDAS EM FUNÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA (TÍTULO DO PRÊMIO, QUEM
OUTORGOU, DATA, LOCAL); HONRARIAS ACADÊMICAS:
A Secretaria da Diversidade (SECAD) do Ministério de Educação (MEC), financiou a pesquisa Educação Integral
/ Educação Integrada e(m) Tempo Integral: Concepções e Práticas na Educação Brasileira (SECAD/MEC, 2009),
para mapear as experiências em andamento no Brasil de ampliação da jornada escolar nos municípios
brasileiros. A pesquisa, cuja fase quantitativa foi finalizada em 2009, foi realizada pela UFMG, UFPR UNB e
UNIRIO.
O
relatório
desta
pesquisa
está
publicado
no
site
do
MEC
em
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ content&view=article&id=12372&Itemid=817. Em 2010, foi
realizada a parte qualitativa da pesquisa, pelas mesmas universidades, com visita a 21 municípios brasileiros,
cuja ampliação da jornada escolar se destacava por um ou mais dos critérios delimitados pela pesquisa. A mim
coube visitar Russas, no Ceará; São Paulo, em São Paulo; e Nova Friburgo no Estado do Rio de Janeiro. Minha
participação nesta pesquisa se dá através da minha filiação ao grupo de pesquisa NEEPHI, sediado no Programa
de Pós Graduação em Educação da UNIRIO. Em decorrência da participação nesta pesquisa, fui expositora nas
seguintes atividades em 2010:
• Palestra na III reunião ordinária do CONSED, em Fortaleza, sobre o tema ampliação da jornada
escolar, para os secretários de estado de educação de todo o Brasil;
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•
•
•
•
Ministrei mini-curso sobre o tema na ANPEd, junto com Ana Maria Cavaliere, do programa de
pós graduação em educação da UFRJ, também participante da pesquisa;
Palestra em Audiência Pública na Câmara Federal como atividade preparatória para a votação
de emenda constitucional sobre ampliação da jornada escolar;
Palestra para encontro de formadores de formadores do Projeto Mais Educação, em Brasília,
promovido pela SECAD/MEC;
Palestra para a equipe da Secretaria Municipal de Educação em Nova Iguaçu, para formação
dos integrantes do Projeto Bairro-Escola.
Participação na organização do IV Seminário Vozes da Educação tanto como comissão organizadora como
quanto comissão científica.
Participação na organização do II Seminário Nacional de Escola de Horário Integral do Grupo de pesquisa
NEEPHI, sediado na UNIRIO.
XII – OUTRAS ATIVIDADES RELACIONADAS AO PROJETO:
Submeti e obtive aprovação pelo CNPq de projeto de Pos-doutorado na Universidade Complutense de Madri, a
fim de investigar possível relação entre ampliação da jornada escolar e indicadores de qualidade da educação
em vigor hoje no Brasil e na Espanha, através da participação acadêmica no Grupo de Investigaciones
Sociológicas (GAS) do Centro de Análisis Sociales da Universidad de Salamanca (CASUS).
O projeto de pós doutorado aprovado pelo CNPq tem uma segunda etapa que se desenvolverá no Ceará, tendo
em vista a oportunidade que tive de fazer a pesquisa qualitativa da SECAD/MEC neste estado. Terei a orientação
da Professora Sofia Lerche Vieira, pesquisadora do CNPq, professora titular da Universidade Estadual do Ceará,
onde coordena o grupo de pesquisa Política Educacional, Gestão e Aprendizagem, para discutir a diversidade
regional brasileira e os indicadores de qualidade de educação. Esta inserção me levou a participar como
palestrante no encontro do Projeto Mais Educação no Estado do Ceará no final de 2010.
RELATÓRIO DO BOLSISTA (REPETIR OS ITENS I, II E III EM CASO DE DOIS BOLSISTAS)
NOEMY GOMES DOS SANTOS
NOME:
ENDEREÇO
[email protected]
ELETRÔNICO:
I – PRINCIPAIS ETAPAS EXECUTADAS PELO BOLSISTA NO PERÍODO (1º /08 A 31/01) VISANDO
AO ALCANCE DOS OBJETIVOS:
1-
Leitura da literatura pertinente a ampliação da jornada escolar, incorporação dos conceitos do
Programa Mais Educação, com desenvoltura que se mostrou na redação e na apresentação de
trabalhos acadêmicos.
2-
Levantamento minucioso das informações do censo escolar no site do INEP e organização de tabelas
de forma a ser possível a formulação de critérios. Sugestão de critérios e de instrumento de coleta de
dados.
3-
Visita às escolas, realizando entrevistas, redigindo relatórios e transcrevendo fitas das entrevistas
realizadas.
II – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO SUCINTA DOS PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS PELO BOLSISTA, DEIXANDO CLARO
O AVANÇO TEÓRICO, EXPERIMENTAL OU PRÁTICO OBTIDO PELA PESQUISA (INCLUIR PRODUÇÃO):
Como consta no projeto que deu origem a esta pesquisa, “Ampliação da jornada escolar: novas
propostas, antigas preocupações”, é cada vez mais significativa a proposta de ampliação da jornada escolar na
legislação brasileira. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96) introduziu a perspectiva
de ampliação do tempo escolar diário nos artigos 34 e 87; o Plano Nacional de Educação - PNE - (Lei 10.172/01)
indicou, entre seus objetivos e prioridades expandir a escola de tempo integral, para um período de pelo menos 7
horas diárias. No mesmo sentido o FUNDEB (Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007) prevê repasse de recursos
acrescido de 25% para alunos da rede pública em regime de tempo integral. O Plano de Metas Compromisso
Todos pela Educação, lançado em 2007 pelo Decreto 6.094/07, propõe ampliar as possibilidades de
permanência na escola. Esta diretriz deu origem ao Programa Mais Educação, instituído pela Portaria Normativa
Interministerial no. 17, de 24 de abril de 2007. O programa Mais Educação é uma proposta do Governo Federal
para a ampliação do tempo e do espaço educativo no Ensino Fundamental com atividades no contraturno escolar
para escolas situadas em áreas de vulnerabilidade social, com baixo IDEB, alto índice de evasão escolar e
defasagem idade/série.
De acordo com nosso plano de trabalho, desde o ano passado, nosso grupo de pesquisa vem lendo e
fichando textos para o domínio do referencial teórico sobre escola de horário integral e da jornada escolar
ampliada em escolas públicas do Brasil, discutindo os fundamentos do programa Mais Educação. A partir disso,
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verificamos que existem experiências significativas anteriores promovidas por Anísio Teixeira na década de 50 e
Darcy Ribeiro na década de 80/90 a respeito da ampliação da jornada escolar. O primeiro desenvolveu a
Educação Integral na Bahia em 1950, criou os modelos de Escola-Classe, onde aulas regulares eram ensinadas
e a Escola-Parque onde atividades extra classe eram desenvolvidas. O segundo, como discípulo de Anísio
Teixeira e baseado em sua concepção, fundou na década de 80/90 os Centros Integrados de Educação Pública
(CIEP), que configurou no Estado do Rio de Janeiro uma experiência muito significativa de ampliação da jornada
escolar. A proposta pedagógica do CIEP se dá em torno da articulação educação, saúde e cultura. A escola é
pensada como um centro de dinamização cultural, que promove o diálogo dos conhecimentos dos alunos e da
comunidade com aquele que será sistematizado através das atividades pedagógicas escolares. No entanto,
nossa pesquisa não tinha como objetivo analisar a implementação deste projeto com base na literatura a respeito
do horário integral escolar, seja pela vertente do projeto com foco no espaço escolar, fundamentado em Anísio
Teixeira e Darcy Ribeiro, seja pela vertente baseada na cidade educadora, com foco no entorno escolar. Nesta
primeira fase nosso objetivo se concentrava em colher dados sobre o Programa Mais Educação em São
Gonçalo, através da identificação das escolas participantes.
Portanto, com base nas reuniões e discussões acumuladas a respeito da jornada escolar ampliada,
começamos a fazer o levantamento das atividades (macrocampos) e identificar quais escolas estaduais e
municipais participavam do programa Mais Educação. A pesquisa iniciou-se por consultas ao banco de dados do
INEP através do censo escolar, com o contato com a Secretaria Municipal de Educação de São Gonçalo e da
Coordenadoria do Estado de Educação do Município de São Gonçalo verificando escolas participantes do
programa, e então levantando seus dados cadastrais e atividades desenvolvidas no âmbito do Mais Educação.
MACROCAMPOS DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO E SUAS SUB-ÁREAS
AcompanhamP
edagógico
Esporte
Lazer
e Cultura
Artes
Matemática
Recreação/la
Leitura
zer
e Inclusão
Digital
Software
Educacional
Informática e
Tecnologia
da
Informação
Saúde
Prevenção
Promoção
Saúde
Educomunicação
e
Jornal Escolar
da
Letramento
Voleibol
Banda
fanfarra
Ciências
Basquete
Canto Coral
Histórias
Quadrinhos
Futebol
Hip Hop
Mídias Alternativas
Futsal
Danças
e
de Handebol
Teatro
História
Geografia
Filosofia
Sociologia
Leitura
Produção
Texto
e
e
Tênis
mesa
Judô
de
Rádio escolar
em
Pintura
Grafite
Caratê
Desenho
Taekwondo
Escultura
Ioga
Percussão
Natação
Xadrez
Tradicional
Xadrez
Virtual
Capoeira
O município de São Gonçalo possui cerca de 800 mil habitantes e, além de alto índice de vulnerabilidade
social, tem escolas de baixo IDEB. Depois de analisar todos os dados coletados tanto nas secretarias,
coordenadorias quanto no banco de dados do INEP, verificamos que algumas das atividades propostas pelo
programa Mais Educação como: o acompanhamento pedagógico, esporte e lazer, bem como cultura e artes são
umas das principais categorias adotadas pelas escolas. Verificamos que o acompanhamento pedagógico
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terminou sendo obrigatório para todas as escolas do Programa.
Gráfico 2: Distribuição dos macrocampos nas escolas participantes do Programa em São Gonçalo.
Também houve um aumento progressivo de unidades escolares públicas em São Gonçalo adotando a
proposta do programa que iniciou em 2007. A partir de 2008, de acordo com informações coletadas, verificamos
que somente 6 escolas do município e 8 escolas estaduais participavam. Já em 2009, o número de escolas
aumentou significativamente já que de 93 escolas municipais, 52 participaram do programa. E também das 93
escolas estaduais 80 participaram, sendo que 29 destas entraram neste ano de 2010, totalizando assim mais de
50% de unidades escolares que adotaram o programa.
Gráfico 1: Evolução do número de escolas participantes do Programa em São Gonçalo.
Para facilitar nossa visualização de forma clara e objetiva, todos esses dados foram colocados em
planilhas. Com estes dados em mãos, fomos a campo até a Coordenadoria Metropolitana II de São Gonçalo
conseguir mais informações a respeito das atividades realizadas pelas escolas estaduais participantes do
programa, já que nos bancos de dados do INEP as atividades complementares das escolas estaduais não se
encontravam. De acordo com estas informações coletadas, partimos para a segunda etapa do projeto, onde
traçamos critérios para priorizar as visitas às escolas, abrangendo a diversidade dos perfis e atividades do
programa desenvolvido.
Critérios adotados para visitação às escolas
Escolas Municipais:
• Somente com anos iniciais;
• Atividades Indispensáveis: Acompanhamento Pedagógico; Cultura e Artes; como também Esporte e
Lazer;
• Número mínimo de atividades (macrocampos) executadas;
• Número significativo de alunos participantes;
• IDEB em crescimento;
• Tempo de Implementação do programa na escola;
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Escolas Estaduais:
• Anos finais e posteriormente anos iniciais;
• Atividades Indispensáveis: Acompanhamento Pedagógico; Cultura e Artes; como também Esporte e
Lazer;
• Maior número de atividades e/ou atividades diferenciais, exemplos: fotografia, rádio escolar, cineclube e
grafite.
• Número significativo de alunos participantes;
• IDEB em crescimento;
• Tempo de implementação do programa na escola;
Escolas Municipais Ideb 2007
Ideb 2009
Total
de
Matriculas
atividades
Educação
Mais
F
AI:2,7
AI:3,6
14
250
2009
M
AI:2,5
AI:4,4
14
419
2009
S
AI:3,1
AI:4
10
263
2009
P
AI:3,9
AI:4,8
7
100
2009
O
AI:3,7
AI:4,9
11
262
2009
Escolas Estaduais
Ideb 2007
Ideb 2009
Total
de Matriculas
atividades
educação
Bi
AI:3,8
A.F:3
AI:4,3
A.F:3,7
6
580
2009
Z
AI: 2,9
AF:3,1
AI: 5,8
A.F: 3,8
6
593
2009
D
AF: 3,2
AF: 3,5
6
450
2008
Bo
2,0
2,0
6
706
2009
M
AI:2,7
AF:2,7
AI:3,7
AF:2,9
6
600
2009
Mais
inicio
Início
G
AF:3,1
AF:3,0
6
450
2009
Bu
AF:1,8
AF:2,5
6
315
2009
Redigimos um documento à Secretaria de Educação do Município de São Gonçalo e à Coordenadoria do
Estado de Educação do Município, explicando sobre o projeto de pesquisa. O documento explicava a
necessidade de visita para realização das entrevistas com o responsável na escola pelo programa Mais
Educação, especialmente o professor comunitário. Assim, começamos o agendamento com as unidades
selecionadas para a visitação. O documento foi primeiramente apresentado à Coordenadoria Metropolitana do
Estado do Rio de Janeiro que aprovou imediatamente a visitação; logo agendamos as visitas e entrevistas com
as escolas estaduais, as quais já foram realizadas. As transcrições do áudio destas escolas estão em
andamento. Porém, a Secretaria Municipal de Educação não facilitou o acesso à rede de escolas, mas
conseguimos realizá-las, através de contatos informais, indo diretamente aos responsáveis pelo programa nas
escolas.
Analisando toda a documentação e dados que já haviam sido coletados nas reuniões em nosso grupo de
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pesquisa, preparamos juntamente à professora Lúcia, um questionário/roteiro de entrevista que deveria ser
respondido pelo professor comunitário da escola onde estivéssemos realizando a entrevista. A elaboração deste
questionário foi muito importante para delimitarmos a área de investigação e abordarmos aspectos que ainda
precisavam ser estudados pelo grupo de pesquisa. Nossas visitas se iniciaram no dia 29 de setembro de 2009,
quando realizamos a primeira entrevista com a Diretora e coordenadora do programa Mais Educação da Escola
Bi. Esta escola tinha um espaço tamanho médio, mas conseguia desenvolver as atividades normalmente, sem
muitos problemas de espaço. Lá a diretora nos antecipou o que mais tarde ouviríamos em todas as escolas que
é a falta de um coordenador específico para o programa. O programa, como consta na sua proposta, precisa de
um responsável para que seja viabilizado sem sobrecarregar nenhum outro profissional da escola. Como o
programa prevê que o professor comunitário seja contrapartida do município ou estado, se esta condição não é
cumprida, nenhum funcionário na escola se habilita para esta função que é bastante trabalhosa. Nesta primeira
visita pudemos ter um panorama geral do que provavelmente encontraríamos nas escolas que estariam por vir.
No dia quatro de outubro, visitamos pela manhã a escola Z e entrevistamos a coordenadora pedagógica que
também era coordenadora do programa Mais Educação. Ela também expressou seu descontentamento ao
relatar a falta de profissionais dedicados somente à viabilização da ampliação da jornada escolar. No dia vinte e
sete de outubro estivemos na Escola D. Lá, entrevistamos a diretora e também coordenadora do programa Mais
Educação. Esta escola, muito pequena, trabalhava apenas com anos finais do Ensino fundamental e Ensino
Médio. Esta diretora se mostrou muito engajada no processo de tornar a jornada escolar ampliada. Relatou-nos
que após muita procura, conseguiu um espaço na comunidade para que as atividades acontecessem no
contraturno escolar dos adolescentes. Na Escola F conversamos com a diretora da escola que outrora havia sido
também coordenadora do programa Mais Educação. Esta nos relatou que no início, todos os alunos da escola
foram matriculados no programa, mas não havia espaço para todos. Com o tempo os próprios alunos foram
abandonando o programa por não haver atendido à expectativa dos mesmos com relação ao projeto.
Todas as diretoras e coordenadores do programa que entrevistamos depois, tanto de escolas
municipais quanto das estaduais, fizeram muitas reclamações com relação à sua execução. Todas levantaram o
problema de que a falta de um profissional era um fator prejudicial na realização do projeto. Geralmente era
algum funcionário que já estava bastante sobrecarregado quem assumia esta função de professor comunitário. A
expressão mais comum por nós ouvida era: “Ninguém trabalha de graça”, porque ser coordenador de um projeto
tão amplo como esse, não exigiria só mais uma hora do dia, mas um dia quase inteiro providenciando materiais,
observando a freqüência dos alunos, os métodos utilizados pelos monitores na aplicação dos conteúdos e etc.
O programa Mais Educação propõe que os alunos tanto do turno da manhã quanto da tarde
permaneçam em horário integral. Isto significa que cada turno terá agora um acréscimo de alunos com relação
ao que tinha anteriormente. Uma das reclamações feitas por diretores e coordenadores do programa Mais
Educação era que a escola não teria espaço para receber tantos alunos em cada turno. Não haveria salas
suficientes, quadras suficientes, profissionais suficientes, como realmente não havia. Nós entramos em escolas
em que não havia quadra, não havia refeitório, não havia almoxarifado, tudo era guardado na sala do diretor.
Como uma escola sem espaços pode agora abrigar um número maior de alunos por turno sem contar com
outras instituições? Foram reclamações bastante plausíveis. O programa recomenda que os professores
comunitários articulem espaços extra-escolares para execução das atividades; da mesma forma, o programa não
fornece verba para locação de nenhum espaço, seria contrapartida da instituição beneficiada. Entretanto
pouquíssimas entidades abriam seus espaços gratuitamente, com exceção de alguns clubes e igrejas.
Algo surpreendente foi não ouvirmos reclamações sobre a verba. Ela era pontual, no dia certo era
depositado o valor referente aos pagamentos, lanches e outros gastos, afirmaram os coordenadores e diretores.
A única reclamação que ouvimos com relação à verba é que não se podiam comprar materiais didáticos para
execução do programa. Este deveria vir diretamente do governo responsável pela escola através do pedido feito
no início do ano letivo. Ou seja, se a escola oferecesse basquete como atividade e a bola não chegasse, a escola
também não podia usar a verba do programa para comprar essa bola. Isto foi um problema para as escolas,
porque em muitas delas o material não chegou e também não pode ser comprado, impedindo que determinado
esporte fosse praticado pelas crianças inscritas no programa. Muitas crianças ficaram sem praticar esportes pela
falta deste material. Foi o caso da Escola M, que estava inscrita em quatorze atividades, das quais não executou
cinco por falta de materiais.
As pessoas responsáveis pelo ensino no programa Mais Educação são profissionais denominados
Monitores. Segundo o Programa, o monitor deve ser um profissional da área cuja atividade vai aplicar, um
estudante universitário, ou alguém que possua um saber sobre determinada atividade como música ou dança.
Este monitor deve estar articulado com o professor de ensino regular da criança a quem ele vai aplicar a
atividade. Em algumas escolas onde fomos não havia um momento em que o professor conversasse com o
monitor para discutir os assuntos referentes ao conteúdo que os alunos estão estudando no momento. Em outras
escolas, era o diretor quem passava ao monitor o conteúdo que deveria ser aplicado, impedindo assim a
interação deste monitor diretamente com o professor do aluno, para trocar informações que poderiam ser de
suma importância para execução do projeto. Pudemos observar alguns monitores executando atividades com as
crianças, mas ouvimos reclamações da coordenação com relação à constante troca deste profissional, que
muitas vezes, insatisfeito com a ajuda de custo, aplicava as atividades desmotivado e desinteressado em
propiciar aos alunos outros saberes. Isto interfere diretamente na execução e no bom andamento do projeto, pois
se a proposta do programa é dar a oportunidade a estes alunos de entrarem em contato com outros saberes e
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interagirem com atividades diversificadas, a mesma estava perdendo o valor diante dos alunos. Muitos alunos
abandonaram o programa por acharem-no chato, enfadonho, desinteressante e etc. Muitos monitores davam o
conteúdo programado e iam embora, quando na verdade a proposta do programa não é essa. A proposta do
programa é oferecer atividades que interajam com outros saberes e não aulas como as do turno regular. Por este
fator, há hoje uma grande evasão dos alunos no programa.
Enfim, muitos diretores e coordenadores afirmaram que a proposta do programa Mais Educação é muito
boa, mas ainda há muitos problemas quanto à sua execução. A falta de profissionais, de materiais, de monitores
realmente engajados e preparados para aplicar as atividades considerando o tempo que a criança passa na
escola e etc. Alguns alunos se mostram mais interessados pela escola e pelo que pode ser oferecido na mesma,
outros não, mas ainda há muito para se reparar. Todos concordam que é um bom começo para a melhora da
educação no Brasil, mas ainda há muito para ser ajustado no programa.
Depois da análise do conteúdo da transcrição das entrevistas, compararemos os resultados obtidos nas
escolas municipais com os das escolas estaduais, tendo em vista critérios e operacionalização do Programa
Mais Educação para a seleção dos alunos atendidos e dos profissionais selecionados. Com isso, poderemos
verificar a maior ou menor adequação da prática de cada instituição, ou eventualmente de uma unidade em
particular, à proposta do programa e assim levantar hipóteses explicativas para a adequação ou não à proposta
do Mais Educação. Ao final destas etapas, prepararemos relatórios redigindo comunicações para fins de
divulgação dos resultados alcançados e possível projeto de desdobramento para a pesquisa.
Produção
• IV Seminário Vozes da Educação- Formação de professores/as, Narrativas, Políticas e Memórias
Local: Faculdade de Formação de Professores – UERJ São Gonçalo
Data: 30 de agosto a 1° de setembro
Atividade: Apresentação de pôster: “O Programa Mais Educação em São Gonçalo.”
Publicação em Anais: ISBN 978-85-88-707-37-5
Autora: Gisele de Silva Sousa
Co- Autora: Noemy Gomes dos Santos
• 19° Semana de Iniciação Científica da UERJ(SEMIC)
Local: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Data: 27 de setembro a 1° de outubro de 2010
Média final: 10
Atividade: Comunicação oral –“ O Programa Mais Educação em São Gonçalo.”
Autora: Gisele da Silva Sousa
Co-Autora: Noemy Gomes dos Santos
• IV Seminário FFP para todos
Local: Faculdade de Formação de Professores- UERJ São Gonçalo
Data: 27 e 28 de outubro de 2010
Atividade: Apresentação de Pôster- “A Ampliação da Jornada Escolar em São Gonçalo”.
Autora: Gisele da Silva Sousa
Co- Autora: Noemy Gomes dos santos
• Congresso Nacional de Iniciação Científica(CONIC)
Local: Universidade Presbiteriana Mackenzie- São Paulo
Data: 19 e 20 de novembro de 2010
Atividade: Apresentação de Pôster- “ Mais Educação: Perspectiva sobre a Ampliação da Jornada Escolar em São
Gonçalo.”
Autora: Creuzenir S. P. dos Santos; Co- Autoras: Gisele da silva Sousa e Noemy Gomes dos Santos
• V Semana de Pedagogia da FFP- Formação de Professores e Intervenções Pedagógicas
Humanizadoras
Local: Faculdade de formação de professores- UERJ FFP
Data: 14, 15 e 16 de setembro
Atividade: Apresentação de pôster- “Mais Educação, um novo olhar sobre a ampliação da jornada escolar.”
Autora: Gisele da silva Sousa Co- autoras: Noemy Gomes dos santos e Creuzenir Pierrout dos Santos
III – PRINCIPAIS FATORES NEGATIVOS E POSITIVOS QUE INTERFERIRAM NA EXECUÇÃO DO TRABALHO:
O fator negativo foi:
•
A dificuldade com relação ao acesso às escolas municipais de São Gonçalo, pela não autorização da
secretaria de educação à realização de pesquisas nas escolas. Isto fez com que realizássemos as
entrevistas no período de final de ano letivo, quando as escolas estão com inúmeras ocupações
burocráticas e administrativas.
•
Este atraso também impediu que pudéssemos fazer algum nível de observação da prática do
programa. Tínhamos como objetivo, após realizar as entrevistas, participar das atividades ministradas
pelos monitores, ir até os locais onde as atividades estariam sendo executadas para observar o
funcionamento do programa. Sem qualquer demérito aos profissionais que colaboraram nas
entrevistas, falar é diferente de fazer.
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Houve também muitos fatores positivos para a execução do trabalho como:
•
A clareza com que nos foi passado todo embasamento teórico de que precisávamos para execução do
projeto e a bibliografia atual sobre o tema. Isto nos auxiliou muito para que pudéssemos ter um olhar
crítico em relação às experiências atuais de implementação da Jornada Escolar.
•
A constância das reuniões com a professora Lúcia e a metodologia que utilizamos para cumprir os
objetivos passo-a-passo, sem que o projeto se tornasse enfadonho, porém instigante, envolvente e
real.
•
Com certeza, falar sobre um projeto que está em execução atualmente é inspirador. Vê-lo acontecer
me impulsiona a falar sobre ele, e ainda mais porque muitos colegas da universidade são monitores
do projeto. Assim, pudemos discutir, ouvir e entender como se dão os processos dentro do programa
em tempo real.
•
Entrar dentro das escolas e sentir/perceber como se dão as interações dentro do ambiente escolar foi
muito importante. Ouvir os diretores, coordenadores e até professores foi uma experiência que não
parte só do plano de trabalho, mas da vivência, das relações do dia- a- dia, das expectativas dos
alunos quanto à oportunidade, muitas vezes única, de entrar em contato com outros saberes e
aprendizados através de uma jornada escolar ampliada.
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