Hipertensão arterial e exercício físico
Exercício físico consiste em uma atividade física que contém planejamento,
estruturação e repetitividade, tendo como objetivo alcançar melhorias e manutenções
da aptidão física (CASPERSEN, POWELL, CHRISTENSON, 1985). É uma possibilidade útil
e efetiva na prevenção e/ou controle da hipertensão arterial em indivíduos que estejam
em alto teor de periculosidade e que sejam acometidas por esta doença cardiovascular
(DCV).
O objetivo do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e, se
possível, da mortalidade. Menos hipertensos acarretam pífios gastos no dinheiro público.
Cuidá-los possibilitam anos vividos com maior capacidade funcional. Existem dois tipos
de tratamento para hipertensão segundo a sociedade Brasileira de hipertensão (2010),
apresentada na VI Diretrizes de Hipertensão, que são os não-medicamentosos e o
medicamentosos. Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a pressão arterial
(PA), mas também os eventos cardiovasculares fatais e não fatais.
O exercício físico é um dos tratamentos não-medicamentosos, e tem sido um dos
mais indicados como terapia para redução dos níveis pressóricos nos hipertensos. Este
além de reduzir esses níveis, diminui as doenças oriundas da hipertensão e os fatores
de riscos cardiovasculares, e morte precoce devido essas complicações (FAGARD, 2006),
sendo assim o exercício se torna o mais indicado para prevenção e controle da HAS
(MYERS et al., 2002).
No caso do tratamento medicamentoso, este vem com sete classes de medicamentos
anti-hipertensivos que são: Beta-bloqueadores: são inibidores adrenérgicos que tornam
mais lenta a frequência cardíaca e reduzem a contratilidade do miocárdio; Alfabloqueadores: são inibidores adrenérgicos que dilatam os vasos sanguíneos arteriais;
Bloqueadores dos canais do cálcio: dilatam os vasos sanguíneos arteriais; diuréticos:
causam a excreção renal de eletrólitos e de água a fim de reduzir o volume plasmático;
Inibidores da ACE: induzem a dilatação dos vasos sanguíneos arteriais por inibirem a
produção do hormônio vasoconstritor angiotensina por parte dos rins. Eles também são
responsáveis pela retenção de sódio e de água por parte dos rins, o que expande o
volume sanguíneo; Bloqueadores do receptor da angiotensina II: que bloqueiam a ação
angiotensina II para relaxar os vasos sanguíneos arteriais (MCARDLE, 2008).
Com o avanço tecnológico o homem passou a executar cada vez menos movimentos,
como conseqüência a população vem se tornando sedentária, sendo assim a inatividade
física resulta em um maior risco de doenças. Muitos se auto referem como inúteis,
levando-os ao sedentarismo. A escassez de exercício físico, juntamente com os hábitos
de vida não saudáveis são responsáveis por quase dois milhões de mortes no mundo
(HALLIWILL, 2001). São apresentadas evidências na diminuição em 25% o risco de
mortes em hipertensos, no geral que participam de programa de exercício físico
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010), apesar da necessidade de se
praticar exercício a população tem um estilo de vida sedentário e no Brasil corresponde
a 80% da população (BRASIL, 2009), tornando-se incidência de doenças crônicas.
Na a atualidade o exercício físico é utilizado para a prevenção e tratamento não
farmacológico da hipertensão arterial sistémica (HAS), sendo uma ferramenta
importante para o controle adequado de alguns fatores associados a esta doença, mas
também é importante os cuidados que o treinador deve ter na prescrição do exercício
físico para as pessoas hipertensas, ainda mais quando estas são idosas. Algumas
características no processo de treinamento são importantes para conseguir os resultados
que ajudem a melhorar a condição atual do paciente.
O exercício físico aeróbico combinado com exercícios de contra resistência são o
melhor meio de prevenção e possível tratamento para as pessoas idosas e em geral com
esta doença, porque pode reduzir os fatores de risco, frequência cardíaca, melhorar a
capacidade funcional, a capacidade cardiovascular e os níveis de redução de ansiedade
e depressão (HERNANDEZ, 2012).
O exercício físico não só e importante para o tratamento da HAS, também é uma
ferramenta para a educação e prevenção. Todos os programas de treinamento aplicados
nas pesquisas mostram respostas e efeitos favoráveis para o controle e tratamento da
hipertensão arterial sistêmica. As recomendações e propostas para a prescrição do
exercício em pacientes hipertensos referem que se deve programar um trabalho
conjunto entre as atividades aeróbicas e o trabalho de contra resistência, o programa
deve ser vigilado e controlado por um profissional acompanhado de um médico
preferivelmente, para garantir ao paciente melhora significativa na pressão arterial
(GARCIA REZA, 2011).
Considerações referentes aos cuidados com os pacientes dependendo do grupo de
risco para fazer o teste de esforço e antes de começarem o treinamento, devem ser
submetidas a uma avaliação médica. Nos hipertensos, no geral, que apresentam alto
risco de ter um acidente cardiovascular, o teste deve ser feito em presença de um médico
(ACSM, 2007). Se durante o teste o paciente estiver com PAS>250 mm Hg e/ou PAD
>115 mm Hg o teste deve ser suspendido imediatamente (ACSM, 2007).
EXERCÍCIO E OBESIDADE
Nas últimas décadas tem havido rápido e crescente aumento no número de pessoas
obesas, o que tornou a obesidade um problema de saúde pública. Essa doença tem sido
classificada como uma desordem primariamente de alta ingestão energética. No entanto,
evidências sugerem que grande parte da obesidade é mais devida ao baixo gasto
energético que ao alto consumo de comida, enquanto a inatividade física da vida
moderna parece ser o maior fator etiológico do crescimento dessa doença nas
sociedades industrializadas. Estudos epidemiológicos e de coorte têm demonstrado forte
associação entre obesidade e inatividade física , assim como tem sido relatada
associação inversa entre atividade física, índice de massa corpórea (IMC)*, razão cinturaquadril (RCQ)• e circunferência da cintura. Esses estudos demonstram que os benefícios
da atividade física sobre a obesidade podem ser alcançados com intensidade baixa,
moderada ou alta, indicando que a manutenção de um estilo de vida ativo, independente
de qual atividade praticada, pode evitar o desenvolvimento dessa doença. Para o
tratamento da obesidade é necessário que o gasto energético seja maior que o consumo
energético diário, o que nos faz pensar que uma simples redução na quantidade de
comida através de dieta alimentar seja suficiente. No entanto, isso não é tão simples;
tem sido demonstrado que mudança no estilo de vida, através de aumento na
quantidade de atividade física praticada e reeducação alimentar, é o melhor tratamento.
O gasto energético diário é composto de três grandes componentes: taxa metabólica de
repouso (TMR), efeito térmico da atividade física e efeito térmico da comida (ETC). A
TMR, que é o custo energético para manter os sistemas funcionando no repouso, é o
maior componente do gasto energético diário (60 a 80% do total). O tratamento da
obesidade apenas através de restrição calórica pela dieta leva a uma diminuição da TMR
(através de diminuição de massa muscular) e do ETC, o que leva à redução ou
manutenção na perda de peso e tendência de retorno ao peso inicial, apesar da restrição
calórica contínua, contribuindo para uma pobre eficácia de longo período dessa
intervenção. No entanto, a combinação de restrição calórica com exercício físico ajuda a
manter a TMR, melhorando os resultados de programas de redução de peso de longo
período. Isso ocorre porque o exercício físico eleva a TMR após a sua realização, pelo
aumento da oxidação de substratos, níveis de catecolaminas e estimulação de síntese
proteica. Esse efeito do exercício na TMR pode durar de três horas a três dias,
dependendo do tipo, intensidade e duração do exercício(19,20). Outro motivo que
incentiva a inclusão da atividade física em programas de redução de peso está em que
a atividade física é o efeito mais variável do gasto energético diário, pelo que a maioria
das pessoas consegue gerar taxas metabólicas que são 10 vezes maiores que os seus
valores em repouso durante exercícios com participação de grandes grupos musculares,
como caminhadas rápidas, corridas e natação. Atletas que treinam de três a quatro horas
diárias podem aumentar o gasto energético diário em quase 100%. Em circunstâncias
normais, a atividade física é responsável por entre 15 e 30% do gasto energético diário.
Embora a maioria dos estudos tenha examinado o efeito do exercício aeróbio sobre a
perda de peso, a inclusão do exercício resistido (musculação) mostra vantagens. O
exercício resistido é um potente estímulo para aumentar a massa, força e potência
muscular, podendo ajudar a preservar a musculatura, que tende a diminuir devido à
dieta, maximizando a redução de gordura corporal. Além disso, seu potencial em
melhorar a força e resistência muscular pode ser especialmente benéfico para as tarefas
do cotidiano, podendo facilitar a adoção de um estilo de vida mais ativo em indivíduos
obesos sedentários. A recomendação tradicional de no mínimo 150 minutos semanais
(30 minutos, cinco dias por semana) de atividade física de intensidade leve a moderada,
que é baseada primariamente nos efeitos da atividade física sobre a doença
cardiovascular e outras doenças crônicas, como o diabetes mellitus, demonstra não ser
suficiente para programas que priorizem a redução de peso. Com isso, tem sido
recomendado que programas de exercício para obesos comecem com o mínimo de 150
minutos semanais em intensidade moderada e progridam gradativamente para 200 a
300 minutos semanais na mesma intensidade. Entretanto, se por algum motivo o obeso
não puder atingir essa meta de exercícios, ele deve ser incentivado a realizar pelo menos
a recomendação mínima de 150 minutos semanais, pois mesmo não havendo redução
de peso haverá benefícios para a saúde.
EXERCÍCIO E RESISTÊNCIA À INSULINA
A associação entre inatividade física e resistência à insulina foi sugerida pela primeira
vez em 1945. Desde então, estudos transversais e de intervenção têm demonstrado
relação direta entre atividade física e sensibilidade à insulina. Estudos transversais
demonstram menores níveis de insulina e maior sensibilidade à insulina em atletas,
quando comparados a seus congêneres sedentários. Atletas másteres demonstram ser
protegidos contra a deterioração da tolerância à glicose associada ao envelhecimento.
Entretanto, pouco tempo de atividade física está associado a baixa sensibilidade à
insulina e alguns dias de repouso estão associados a aumento da resistência à insulina.
Tem sido demonstrado que uma única sessão de exercício físico aumenta a disposição
de glicose mediada pela insulina em sujeitos normais, em indivíduos com resistência à
insulina parentes de primeiro grau de diabéticos do tipo 2, em obesos com resistência à
insulina, bem como em diabéticos do tipo 2, e o exercício físico crônico melhora a
sensibilidade à insulina em indivíduos saudáveis, em obesos não-diabéticos e em
diabéticos dos tipos 1 e 2. Apesar do claro benefício da prática de atividade física sobre
a sensibilidade à insulina, há situações em que o exercício agudo não melhora a
sensibilidade à insulina e pode até piorá-la. A sensibilidade à insulina está diminuída após
a corrida de maratona, assim como após exercício extenuante e excêntrico, como correr
numa ladeira; uma provável explicação para esse fato é a utilização aumentada e
contínua de ácidos graxos como combustível muscular. Entretanto, estas são condições
extremas em que a intensidade de exercício é maior do que a intensidade que a maioria
dos indivíduos com síndrome metabólica conseguem suportar. O efeito do exercício físico
sobre a sensibilidade à insulina tem sido demonstrado de 12 a 48 horas após a sessão
de exercício, porém volta aos níveis pré-atividade em três a cinco dias após a última
sessão de exercício físico, o que reforça a necessidade de praticar atividade física com
freqüência e regularidade. O fato de que apenas uma sessão de exercício físico melhora
a sensibilidade à insulina e que o efeito proporcionado pelo treinamento regride em
poucos dias de inatividade levantam a hipótese de que o efeito do exercício físico sobre
a sensibilidade à insulina é meramente agudo. No entanto, foi demonstrado em estudo
que indivíduos com resistência à insulina melhoram a sensibilidade à insulina em 22%
após a primeira sessão de exercício e em 42% após seis semanas de treinamento, o que
demonstra que o exercício físico apresenta tanto um efeito agudo como um efeito crônico
sobre a sensibilidade à insulina. Benefício do exercício físico sobre a sensibilidade à
insulina é demonstrado tanto com o exercício aeróbio como com exercício resistido. O
mecanismo pelo qual essas modalidades de exercício melhoram a sensibilidade à insulina
parece ser diferente, o que sugere que a combinação das duas modalidades de exercício
pode ser aditiva.
EXERCÍCIO E DIABETES DO TIPO 2
Estudos epidemiológicos e de intervenção demonstram claramente que a prática regular
de atividade física é eficaz para a prevenção e controle do diabetes do tipo 2. A prática
regular de atividade física tem demonstrado diminuir o risco de desenvolver diabetes do
tipo 2, tanto em homens como em mulheres, independente da história familiar, do peso
e de outros fatores de risco cardiovascular como o fumo e a hipertensão. Estudos de
intervenção têm demonstrado que mudanças no estilo de vida, adotando-se novos
hábitos alimentares e prática regular de atividade física, diminuem a incidência de
diabetes do tipo 2 em indivíduos com intolerância à glicose; a realização de pelo menos
quatro horas semanais de atividade física de intensidade moderada a alta diminuiu em
média 70% a incidência de diabetes do tipo 2, em relação ao estilo de vida sedentário,
após quatro anos de seguimento. A prática de atividade física também tem sido
considerada uma importante ferramenta no tratamento de indivíduos com diabetes do
tipo 2. Programas de exercício físico têm demonstrado ser eficientes no controle
glicêmico de diabéticos, melhorando a sensibilidade à insulina e tolerância à glicose e
diminuindo a glicemia sanguínea desses indivíduos. Geralmente tem sido recomendada
a realização de exercícios aeróbios para indivíduos com diabetes do tipo 2. No entanto,
recentes estudos têm demonstrado que o exercício resistido também é benéfico no
controle glicêmico de diabéticos do tipo 2. O exercício resistido pode ser especialmente
benéfico para diabéticos idosos, pois durante o envelhecimento há diminuição da força
e massa muscular, a qual afeta o metabolismo energético de maneira indesejável. O
aumento da força e massa muscular através da prática de exercício resistido pode
reverter esse quadro, melhorando o controle glicêmico desses indivíduos. De acordo com
isso, foi demonstrada diminuição dos níveis de glicose sanguínea, aumento dos estoques
de glicogênio muscular, redução da pressão sistólica e gordura do tronco, aumento da
massa muscular e do nível de atividade física diária de diabéticos idosos de ambos os
sexos, após 16 semanas de exercício resistido, o que resultou em redução da medicação
em 72% dos praticantes, enquanto que indivíduos que participaram do grupo controle
tiveram inalterados os níveis de glicemia sanguínea, pressão sistólica, gordura do tronco
e atividade física diária, e diminuídos os estoques de glicogênio muscular, sendo que
42% tiveram a medicação aumentada.
EXERCÍCIO FÍSICO E DOENÇAS ARTICULRES
O que é Artrite?
Há mais de 100 formas de artrite a outras doenças reumáticas. Essas enfermidades
podem causar dor, rigidez e inchaço nas articulações e outras estruturas de apoio do
corpo como músculos, tendões, ligamentos e ossos. Algumas formas também podem
afetar outras partes do corpo incluindo vários órgãos internos.
Muitas pessoas usam a palavra "artrite" para se referir a todas as doenças reumáticas.
Porém, a palavra significa literalmente inflamação na articulação; que é inchaço,
vermelhidão e dor causada por tecido lesionado ou enfermidade na articulação. O
vários tipos diferentes de artrite englobam apenas uma parte das doenças
reumáticas. Algumas enfermidades reumáticas são descritas como doenças do tecido,
porque elas afetam o tecido conectivo do organismo -- a estrutura de suporte do
corpo e seus órgãos internos. Outras são conhecidas como doenças
autoimunes porque são causadas por um problema no qual o sistema imunológico
danifica os próprios tecidos sadios do corpo.
Pessoas com artrite deveriam praticar exercícios físicos?
Sim. Estudos têm mostrado que exercícios físicos ajudam pessoas com artrite de
várias formas. Exercícios reduzem a dor e rigidez na articulação e aumenta
a flexibilidade, força muscular, saúde do coração e resistência. Eles também ajudam
na redução de peso e contribuem para uma sensação debem-estar.
Como os exercícios se encaixam num plano de tratamento para pessoas
com artrite?
Exercícios são uma parte do plano de tratamento amplo para a artrite. Planos de
tratamento podem incluir descanso e relaxamento, dieta apropriada, medicação, e
orientação sobre o melhor uso das articulações e modos de conservar energia (ou
seja, não desperdiçar movimentos), assim como a utilização de métodos para aliviar
a dor.
Que tipos de exercícios são mais adequados para alguém com artrite?
Três tipos de exercícios são os melhores para pessoas com artrite:
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
Exercícios de extensão de movimento (por exemplo dança) ajudam a
manter a movimentação normal das articulações e aliviar a rigidez. Esse
tipo de exercício ajuda a manter ou elevar a flexibilidade.
Exercícios de força (por exemplo musculação) ajudam a manter ou
aumentar a força muscular. Músculos fortes ajudar a dar apoio e proteger
as articulações afetadas pela artrite.
Exercícios aeróbicos ou de resistência (por exemplo pedalar a bicicleta)
elevam o condicionamento cardiovascular, auxiliam no controle de peso e
melhoram as funções gerais. O controle de peso pode ser importante para
pessoas que têm artrite devido à pressão a mais do peso extra em várias
articulações. Alguns estudos mostram que o exercício aeróbico pode
reduzir a inflamação em algumas articulações.
Muitos clubes e centros comunitários oferecem programas de exercício para
pessoas com limitações físicas.
Como uma pessoa com artrite pode começar um programa de
exercícios?
Pessoas com artrite devem discutir as opções de exercícios com seu médico e
outros profissionais da área da saúde. A maioria dos médicos recomenda atividade
física a seus pacientes. Muitas pessoas com artrite começam com exercícios leves,
de extensão de movimento e aeróbicos de baixo impacto. Indivíduos com artrite
pode participar de vários, mas não todos, esportes e programas de exercícios. O
médico saberá quais (se algum) esportes não devem ser praticados.
O médico pode ter sugestões sobre como começar e pode direcionar o paciente a
um fisioterapeuta. É melhor encontrar um fisioterapeuta que tenha experiência
em trabalhar com pessoas com artrite. O fisioterapeuta irá elaborar um programa
apropriado de exercícios e ensinar os clientes sobre métodos para alívio da dor,
mecânica corporal adequada (disposição do corpo para uma tarefa dada, como
levantar uma caixa pesada), proteção das articulações e conservação de energia.
Com que freqüência pessoas com artrite devem praticar exercícios
físicos?



Exercícios de extensão de movimento podem ser feitos pelo menos a
cada dois dias
Exercícios de força podem ser realizados a cada dois dias a não ser que
tenha dor severa ou inchaço nas articulações.
Exercícios aeróbicos devem ser feitos de 20 a 30 minutos três vezes por
semana a menos que tenha dor severa ou inchaço nas articulações. De
acordo com a American College of Rheumatology, rotinas de 20-30 minutos
pode ser feitas em incrementos de 10 minutos no curso do dia.
Que tipo de exercício de força é melhor?
Isso varia dependendo da preferência pessoal, tipo de artrite envolvida e o quanto
ativa é a inflamação. O fortalecimento muscular em pessoas com artrite pode
ajudá-las a livrarem-se do fardo das articulações com dor. O treinamento de força
pode ser feito com pequenos pesos soltos, equipamentos de musculação,
isométricos, tiras elásticas e exercícios com resistência da água. O posicionamento
correto é crítico porque se feitos incorretamente os exercícios de força podem
causar estiramento muscular, mais dor e maior inchaço na articulação.
Há diferentes exercícios para pessoas com tipos diferentes de artrite?
Há vários tipos de artrite. Médicos experientes, fisioterapeutas e terapeutas
ocupacionais podem recomendar exercícios que são particularmente úteis para um
tipo específico de artrite. Médicos e terapeutas também conhecem exercícios
específicos para a articulação dolorida em particular. Há vários exercícios que
ultrapassam o limite para pessoas com um tipo particular de artrite ou quando as
articulações estão inchadas e inflamadas. Pessoas com artrite devem discutir seus
programas de exercícios com um médico. Os médicos que tratam pessoas com
artrite incluem: reumatologistas, cirurgiões ortopedistas, clínicos gerais, médicos
de família e especialistas em reabilitação.
Quando a quantidade de exercício é demais?
A maioria dos especialistas concordam que exercícios causam dor se durarem mais
de 1 hora, são muito extenuantes. Pessoas com artrite devem ver com seus
fisioterapeuta ou médico como ajustar o programa de exercícios quando notarem
alguns dos seguintes sintomas de exercício extenuante:





Fadiga incomum ou persistente
Fraqueza elevada
Extensão de movimento diminuída
Aumento do inchaço na articulação
Dor contínua (dor que dura mais de 1 hora depois do exercício)
Alguém com artrite reumatóide deve continuar a exercitar-se depois de
uma crise geral? E se for uma crise local de articulação?
É apropriado colocar as articulações suavemente em suas amplitudes totais de
movimento uma vez por dia, com períodos de repouso, durante crises agudas
sistemáticas ou crises locais. O Paciente pode conversar com seu médico sobre a
qual a melhor quantidade de repouso durante crises gerais ou de um articulação.
Os pesquisadores estão estudando exercícios e artrite?
Pesquisadores estão examinando os efeitos dos exercícios e esportes na evolução
de deficiências músculo-esqueléticas, incluindo artrite. Eles descobriram que
pessoas que praticam a corrida em intensidade moderada tem risco baixo, se
algum, de desenvolver osteoartrite. Entretanto, estudos mostram que pessoas que
participam de esportes com impactos diretos de alta-intensidade nas articulações,
como por exemplo o futebol, têm o risco de desenvolver a doença. Esportes
envolvendo impacto repetitivo nas articulações e rotação (como basquete e
futebol) também elevam o risco de osteoartrite. Diagnóstico precoce e tratamento
efetivo de lesões esportivas e reabilitação completa devem diminuir o risco de
osteoartrite decorrente dessas lesões.
Os pesquisadores também estão examinando os efeitos da força muscular na
evolução da osteoartrite. Estudos mostraram, por exemplo, que o fortalecimento
dos quadrícepes pode reduzir a dor no joelho e incapacidade relacionada à
osteoartrite. Um estudo mostrou que o aumento relativamente pequeno na força
(20-25%) pode resultar numa diminuição de 20-30% do risco de desenvolver
osteoartrite no joelho. Outras pesquisas continuam a procurar e encontrar
benefícios dos exercícios para pacientes com artrite reumatóide, lúpus eritematoso
sistêmico, espondilite anquilosante e fibromialgia. Eles também estão estudando
os benefícios dos exercícios a curto e longo prazo em pessoas mais velhas.
AVC
Sinônimos: ave, acidente vascular encefálico
O acidente vascular cerebral, ou derrame cerebral, ocorre quando há um entupimento
ou o rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro provocando a paralisia da
área cerebral que ficou sem circulação sanguínea adequada. O AVC também é chamado
de Acidente Vascular Encefálico (AVE).
Tipos de AVC
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AVC Isquêmico: entupimento dos vasos que levam sangue ao cérebro
AVC Hemorrágico: rompimento do vaso provocando sangramento no cérebro.
Sintomas de AVC
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
Diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna de um lado do corpo
Alteração súbita da sensibilidade com sensação de formigamento na face, braço
ou perna de um lado do corpo
Perda súbita de visão num olho ou nos dois olhos
Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular, expressar ou para
compreender a linguagem
Dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente
Instabilidade, vertigem súbita intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou
vômitos.
Tratamento de AVC
O tratamento e a reabilitação da pessoa vitimada por um AVC dependerá sempre
das particularidades que envolvam cada caso. Há recursos terapêuticos que
podem auxiliar na restauração das funções afetadas. Para que o paciente possa
ter uma melhor recuperação e qualidade de vida, é fundamental que ele seja
analisado e tratado por uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde,
fisioterapeutas, médicos, psicólogos e demais profissionais. Seja qual for o tipo
do acidente, as consequências são bastante danosas. Além de estar entre as
principais causas de morte mundiais, o AVC é uma das patologias que mais
incapacitam para a realização das atividades cotidianas.
Conforme a região cerebral atingida, bem como de acordo com a extensão das
lesões, o AVC pode oscilar entre dois opostos. Os de menor intensidade
praticamente não deixam sequelas. Os mais graves, todavia, podem levar as
pessoas à morte ou a um estado de absoluta dependência, sem condições, por
vezes, de nem mesmo sair da cama.


A pessoa pode sofrer diversas complicações, como alterações comportamentais
e cognitivas, dificuldades na fala, dificuldade para se alimentar, constipação
intestinal, epilepsia vascular, depressão e outras implicações decorrentes da
imobilidade e pelo acometimento muscular. Um dos fatores determinantes para
os tipos de consequências provocadas é o tempo decorrido entre o início do AVC
e o recebimento do tratamento necessário. Para que o risco de sequelas seja
significativamente reduzido, o correto é que a vítima seja levada imediatamente
ao hospital.
Os danos são consideravelmente maiores quando o atendimento demora mais
de 3 horas para ser iniciado.
Prevenção
Fatores de risco contribuem para o seu aparecimento. Alguns desses fatores não
podem ser modificados, como a idade, a raça, a constituição genética e o sexo.
Outros fatores, entretanto, podem ser diagnosticados e tratados, tais como
a hipertensão arterial (pressão alta), a diabetes mellitus, as doenças
cardíacas, a enxaqueca, o uso de anticoncepcionais hormonais, a ingestão de
bebidas alcoólicas, o fumo, o sedentarismo (falta de atividades físicas) e
a obesidade. A adequação dos hábitos de vida diária é primordial para a
prevenção do AVC.
O que é Distúrbio do sono?
Distúrbios do sono consistem nas dificuldades relacionadas ao sono. O sono tem quatro
fases, e cada uma delas é responsável por uma atividade diferente. Dificuldades em
qualquer uma das fases do sono pode trazer prejuízos a curto e longo prazo.
Entenda como funciona cada fase do sono:




Fase 1: Abrange 10% da noite. Nesta fase, ocorre a transição entre a vigília e o
sono. Quando escurece, ocorre a liberação da melatonina no organismo, que
induz a sonolência
Fase 2: Abrange 45% da noite. Na fase 2, diminuem os ritmos cardíaco e
respiratório, os músculos relaxam e a temperatura corporal baixa. É a fase do
sono leve
Fase 3: Abrange 25% da noite. O corpo funciona mais lentamente e o
metabolismo cai. O coração passa a bater em ritmo mais lento e a respiração
também fica mais leve
Fase REM: Abrange 20% da noite. Esta é a fase do sono profundo. REM, em
inglês, significa “Rapid Eye Movement” (movimento rápido dos olhos). É nesta
fase em que ocorrem os sonhos, a pessoa tem descargas de adrenalina e há
picos de batimentos cardíacos e pressão arterial.
Durante as três primeiras fases do sono, o corpo economiza energias, promove a
restauração de tecidos, o aumento da massa muscular e libera o hormônio de
crescimento. Já na fase REM, há a consolidação da memória e do aprendizado. Quando
a pessoa está dormindo e é acordada, ela volta imediatamente à fase 1 do sono,
comprometendo esse processo.
Tipos
Mais de 100 distúrbios do sono e do despertar já foram identificados. Eles podem ser
agrupados em quatro categorias principais:
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Dificuldade de adormecer ou permanecer dormindo
Problemas para permanecer acordado
Problemas para conseguir manter uma rotina regular de sono
Comportamentos incomuns durante o sono.
Dificuldade para adormecer ou permanecer dormindo
A insônia inclui qualquer combinação de dificuldade para adormecer, para permanecer
dormindo, falta de sono intermitente e despertar nas primeiras horas da manhã. Os
episódios podem aparecer e desaparecer (transitório), durar até duas ou três semanas
(curto prazo) ou ter longa duração (crônico).
Fatores comuns associados à insônia:
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Doença física
Depressão
Ansiedade ou estresse
Ambiente insatisfatório para o sono (p. ex.: com barulho ou luz excessiva)
Cafeína
Álcool ou outras drogas
Uso de determinados medicamentos
Fumo em excesso
Desconforto físico
Cochilos durante o dia
Deitar-se cedo
Passar muito tempo acordado na cama.
Os distúrbios incluem:
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
Insônia psicofisiológica, uma condição em que o estresse causado pela insônia
dificulta ainda mais o adormecer
Síndrome do atraso da fase do sono: seu relógio interno está constantemente
fora de sincronia com as fases de dia e noite "aceitas"
Distúrbio do sono com dependência de hipnóticos: insônia que ocorre quando
você para de tomar ou desenvolve tolerância a determinados tipos de
medicamentos para dormir
Distúrbio do sono com dependência de estimulantes: insônia que ocorre quando
você para de tomar ou desenvolve dependência a determinados tipos de
estimulantes.
Dificuldade para permanecer acordado
Os distúrbios de sonolência excessiva são chamados de hipersônia. São eles:

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Hipersônia idiopática (sonolência excessiva que ocorre sem uma causa
identificável)
Narcolepsia
Apneia do sono central e obstrutiva
Distúrbio do movimento periódico dos membros
Síndrome das pernas inquietas.
Problemas para conseguir manter uma rotina regular de sono
Os problemas também podem ocorrer quando você não mantém uma rotina de sono e
despertar consistentes. Isso ocorre durante viagens entre diferentes fuso-horários e com
pessoas que trabalham por turnos em escalas alternadas, principalmente quem trabalha
à noite.
Distúrbios de interrupção do sono:
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
Distúrbios da transição sonovigília
Síndrome do Jet lag
Pessoa que dorme pouco naturalmente (a pessoa dorme menos horas do que o
normal, mas não apresenta sinais de doença)
Insônia paradoxal (na verdade, a pessoa dorme um número de horas diferente
do que ela imagina)
Distúrbio do trabalho em turnos.
Comportamentos que perturbam o sono
Os comportamentos anormais durante o sono são chamados de parassônia e são muito
comuns em crianças. São eles:
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

Terrores noturnos
Sonambulismo
Distúrbio comportamental do sono REM (um tipo de psicose na qual a pessoa
"representa" seus sonhos de uma forma tão violenta que ela pode machucar a
pessoa que dorme ao seu lado).
Fatores genéticos
O treinamento esportivo, mesmo quando combinado com orientação adequada, oportunidades
precoces, muito incentivo e motivação incomum, nem sempre dará origem a atletas excepcionais.
Apesar de atrativa, a ideia de que a prática leva à perfeição, não parece ser realista. É inegável
a necessidade de dedicação aos treinamentos para obtenção do sucesso. Porém, as explicações
em termos de prática não são suficientes e características hereditárias não podem ser
desprezadas (Schneider, 1997). Na verdade, não existe nenhuma evidência científica que
sustente exclusividade em favor de características hereditárias ou ambientais no desempenho
esportivo apresentado.
BOUCHARD, MALINA e PÉRUSSE (1997) destacaram que ainda existem lacunas no
conhecimento das possíveis contribuições de aspectos genéticos no esporte. De acordo com esses
autores, até mesmo características antropométricas, como a composição corporal, sofrem
importante influência ambiental. A estatura é um exemplo singular de mecanismo genético
claramente demonstrado. Dentro de condições normais e nutrição adequada é bem conhecido
que o crescimento físico é amplamente determinado por fatores genéticos em termos de
velocidade e estatura final (Bouchard & Malina, 1986; Malina, Bouchard & Bar-Or, 2004; Wilson,
1986). Evidentemente, essa predisposição genética da estatura, pode interferir no desempenho
esportivo, talvez limitando as possibilidades de superação com o treinamento. Por exemplo, é
improvável que um indivíduo de 1,60m tenha sucesso internacional no basquetebol, por maior
que seja sua dedicação aos treinamentos.
Chase e Simon (1973) e Ericsson, Krampe e Römer (1993) popularizaram o que se tornou
conhecido como “regra dos dez anos” de prática para atingir a excelência. Entretanto, tal teoria
apresenta limitações, pois é baseada em dados de indivíduos que atingiram o sucesso, não tendo
acesso àqueles que se dedicaram, com a necessária motivação, entre outros fatores, mas não
atingiram níveis elevados de desempenho. Parece que, quanto mais favorável for a disposição
genética, maior a probabilidade de resposta favorável ao treinamento.
Fatores genéticos são importantes na maturação neuro-muscular e, consequentemente, no
desenvolvimento de habilidades motoras, mas a contribuição específica dos genes para esses
processos é difícil de quantificar. Para Seefeldt (1988) a herança genética determina os limites
em que as habilidades são expressas. Kupferman e Kandel (1995) afirmaram que a maior parte
dos comportamentos humanos depende de interações entre processos genéticos e ambientais,
e, nesse caso, a motivação para se dedicar ao treinamento ocupa um lugar de destaque.
Diversos aspectos da personalidade podem predispor os indivíduos no sentido de maior ou
menor dedicação aos treinos, assim como manter níveis ótimos de motivação por longos períodos.
Wolansky (1984) citou que existem diferenças na sensibilidade (aceitação) dos diferentes
estímulos ambientais. Segundo ele, a sensibilidade do organismo é geneticamente determinada
e influenciada por experiências precoces. É provável que características psicológicas sejam
influenciadas indiretamente pelos genes (Plomin & Thompson, 1993). Entretanto, não existe um
padrão psicológico que possa ser considerado ideal para o alto desempenho (Williams & Reilly,
2000; Abbott & Collins, 2004).
A motivação para se dedicar pode fazer parte de um potencial inato (Winner & Martino, 1993).
Ainda que sejam oferecidos oportunidades e incentivo para a criança, não são todas que
respondem de maneira positiva a tais ofertas. Crianças que notoriamente se destacam passam
horas praticando tarefas relacionadas à sua atividade de maneira absolutamente voluntária.
Feldman (1988) e Winner e Martino (1993) argumentaram que alguns fatores apontam para a
existência de habilidades que naturalmente variam entre crianças. Um desses fatores seria o
grande empenho e dedicação para se destacar em determinada atividade.
Em relação à influência da família, Freeman (1991) identificou que as crianças que se
destacavam na música tinham tido o necessário apoio familiar e oportunidades iniciais de
treinamento, mas, acompanhando o desenvolvimento das mesmas, o autor concluiu que muitas
vezes o que era identificado como uma “promessa” era, na verdade, o resultado das
oportunidades iniciais. O grande destaque inicial não foi mantido quando estas crianças se
tornaram mais velhas. Freeman (1995) argumentou que não existem estudos, em nenhuma área,
realizados com um grupo randomizado de crianças, treinadas nas mesmas condições, resultando
em grandes desempenhos. Não existe nenhuma evidência que permita desprezar a participação
de fatores hereditários no desempenho. De acordo com Bouchard e Malina (1986), a resposta e
adaptação a estímulos crônicos, como o treinamento, sofre considerável influência de fatores
genéticos. Porém, mesmo que diferentes resultados sejam observados em decorrência de um
mesmo treino, não é possível concluir que apenas aspectos genéticos interferem nessas
diferenças. Características genéticas e ambientais influenciam-se mutuamente, sendo difícil
“isolar” determinado fator.
Na realidade, os caminhos que levam ao alto desempenho são diversos, sendo improvável
especificar seus fatores determinantes (Silva, Massa, Ré, Uezu & Teixeira, 2010). Compensações
são possíveis, ou seja, uma eventual desvantagem em determinado aspecto pode ser
compensada por uma superação em algum outro fator. Segundo Singer e Janelle (1999), a
excelência no esporte é o resultado da ótima integração entre genes e ambiente. Mesmo
reconhecendo que existem influências genéticas no alto desempenho, elas devem ser entendidas
de forma probabilística para obtenção do sucesso, sendo necessárias condições ambientais
apropriadas para que o indivíduo se destaque (Tranckle & Cushion, 2006). Desse modo, é
absolutamente questionável o pensamento, ainda sustentado por um itos envolvidos com a
formação esportiva, de que os atletas habilidosos “nasceram para o esporte” ou possuem um
“dom natural” que os possibilita atingir um alto nível de desempenho.
Asma, Alergia e Atividades Físicas
Nas últimas décadas é crescente a preocupação com os efeitos que a poluição vem
trazendo à humanidade. Após três episódios traumáticos – Vale do Mosa, Bélgica, em 1930;
Donora, Pensilvânia, em 1948 e em Londres, em 1952 – as autoridades mundiais têm se
preocupado com as graves consequências causadas pela poluição atmosférica. Vários estudos
foram realizados, demonstrando que a poluição, mesmo dentro das taxas normais vem
provocando aumento nas taxas de morbidade e mortalidade, principalmente em crianças e idosos.
Fatores como poluição industrial e o crescente aumento de veículos automotores, que vem se
transformando na principal fonte de emissão, são os principais responsáveis pelo aumento nas
taxas de mortes e de internações em hospitais devido a doenças cardiovasculares (cardíacas,
arteriais, cerebrovasculares), doenças respiratórias, diminuição da prática de atividades físicas e
absenteísmo escolar.
Alguns estudos apontam, ainda, para a relação do câncer, mais especificamente câncer
de pulmão, com a poluição ambiental, evidenciando diferenças na ocorrência desta patologia
entre áreas urbanas e rurais. Porém existe certa dificuldade em se confirmar esta hipótese devido
à presença de fatores de risco como o fumo ativo e passivo, além de exposições ocupacionais.
A asma é uma doença comum que afeta o indivíduo de qualquer idade, sendo uma das doenças
crônicas mais incidentes na infância causando inúmeros prejuízos a criança, que tem suas
atividades restritas pela doença por mais de cem dias por ano, além de um alto índice de utilização
dos serviços de saúde.
Estudos recentes sugerem que a asma está se tornando cada vez mais frequente, grave,
problemática e que o número de crianças asmáticas dobrou nos últimos 20 anos. Hoje é
considerada a principal causa de falta à escola e ao trabalho. Várias possibilidades têm sido
aventadas para explicar esse aumento, entre elas a poluição do ar e o aumento de elementos
alergênicos na atmosfera, em particular o ácaro, que encontrou um ambiente propício para sua
proliferação.
As alergias são respostas imunológicas que podem ocorrer devido a características e
susceptibilidade individuais e como resultado de exposição a estímulos físicos.
Para pessoas menos acostumadas com temas relacionados a atividades físicas pode
parecer estranho afirmar que o exercício faz parte de um programa de atendimento ao alérgico,
principalmente ao se levar em consideração que o exercício pode também provocar manifestações
alérgicas. As atividades físicas, particularmente aquelas realizadas em ambientes externos e com
maiores probabilidades de exposição e contato com inúmeros desencadeantes, são estímulos
suficientes para provocar e agravar essa condição. A maioria dessas respostas é mediada por
numerosas substâncias vaso-ativas, que estão envolvidas na patogênese e resultam em sintomas
como urticária e/ou angioedema, podendo ambas as manifestações coexistir na mesma pessoa.
Nas crises de asma o estreitamento das vias aéreas, de pequeno e grande calibre provoca
alterações na relação ventilação/perfusão, devido à ventilação não uniforme. A hipoxemia que
ocorre devido a esse fato aumenta o estímulo respiratório, que é uma tentativa de aumentar a
ventilação, e isso envolve maior gasto energético.
A principal ocorrência da crise de asma é a obstrução generalizada das vias aéreas, sendo
que quatro eventos contribuem para essa obstrução:
a) broncoespasmo (aumento do tônus da musculatura lisa do brônquio);
b) hipersecreção (receptores estimulados aumentam a secreção de muco para a luz dos
brônquios);
c) edema da mucosa respiratória (mediadores inflamatórios aumentam a permeabilidade
vascular);
d) inflamação (mastócitos liberam fatores quimiotáticos que atraem o infiltrado inflamatório
celular com eosinófilos e neutrófilos).
Como consequência, ocorrem também a descamação epitelial (ruptura e subsequente
eliminação do epitélio respiratório) e o espessamento da membrana basal (multiplicação das
células epiteliais para repor a membrana que resulta em espessamento).
Por ser uma doença de evolução crônica, que muitas vezes melhora na adolescência, mas
isto nem sempre ocorre, a pessoa pode continuar a ter sintomas até a idade adulta ou durante a
vida toda. De qualquer forma, a asma se adequadamente tratada não impede que o indivíduo
pratique atividades físicas. A pessoa asmática deve estar sob tratamento médico, pois a atividade
física não é tratamento de asma.
O aparecimento de sintomas (tosse chiado e/ou falta de ar, sensação aperto no peito)
leva o asmático a evitar as atividades físicas com receio de que possa ter uma crise de asma ou
então interromper suas atividades quando do aparecimento dos sintomas. Estas situações
acabam por criar um círculo vicioso de hipoatividade física e deteriorização do condicionamento
físico geral.
As atividades físicas são benéficas e têm sido recomendadas, mas podem ser
provocadoras de broncoespasmo induzido pelo exercício (BIE). As pesquisas indicam que os
exercícios físicos são provocadores de BIE em 80% a 90% dos asmáticos e em 40% dos atópicos
(não asmáticos). Outros estudos apontam a ocorrência de BIE em atletas sendo a prevalência de
10% a 14%.
Os sintomas como tosse, dispneia, aperto torácico e chiado após exercícios, são
característicos. Geralmente professores de educação física e técnicos esportivos confundem esses
sintomas com baixa condição física. A resposta do asmático diante o exercício é diferente do não
asmático. Há de se compreender que nem todas as atividades físicas provocam esse tipo de
reação. Diferentes exercícios em diferentes intensidades provocam diferentes magnitudes de
crises. Os exercícios podem ser classificados em mais asmagênicos (mais provocadores de crises)
como a corrida e menos asmagênicos como a natação por exemplo.
Portanto, é muito comum encontrar professores, técnicos, instrutores relacionando os
sintomas de tosse, dispneia (falta de ar) e chiado a uma má condição física do aluno e com isso
continuam insistindo com o treinamento que na verdade não irá mudar este quadro. O ideal é
que se faça um teste de 6-8 minutos de corrida com intensidade superior a 80% da FCmáx com
o aluno realizando um teste de espirometria, antes e após o teste, em um aparelho medidor de
pico de fluxo expiratório (PEAK FLOW).
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Hipertensão arterial e exercício físico Exercício físico consiste em