Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Atividade de substâncias obtidas de laranja pêra frente a Alternaria alternata. 1* 1 1 Juliana Amaral Dias (IC) , Marsele Machado Isidoro (PG) , Leonardo Toffano (PQ) , Maria Fátima 1 das Graças Fernandes da Silva (PQ) . 1 Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Química, São Carlos, São Paulo, Brasil *[email protected] Palavras Chave: Alternaria alternata, laranja pêra, Mancha marrom. Introdução A mancha marrom de alternaria (MMA) é causada pelo fungo Alternaria alternata e afeta tangerina e seus híbridos. A alta severidade e dificuldade de controle da doença tem levado os produtores a erradicar as plantações das variedades mais 1 susceptívei . Poucos estudos têm sido realizados para elucidar os mecanismos da resistência à doença nos citros. Testes de patogenicidade mostraram a susceptibilidade das tangerinas frente ao patógeno A. alternata. Entretanto, as laranjas doces, como por exemplo, a Laranja pêra (Citrus sinensis L. Osbeck) mostrou-se resistente à doença 2 mancha marrom de alternaria . Sendo assim, conhecer as possíveis substâncias que oferecem resistência a esta espécie, permitirá ampliar esta defesa a outros citros utilizando as mesmas como fungicida ou indutor de resistência. Figura 1. Atividade dos compostos naturais isolados de laranja pêra no crescimento micelial de A. alternata. Resultados e Discussão Mudas de Laranja pêra provenientes de um viveiro de Herculândia-SP, foram inoculadas com o fungo A. alternata. Para inoculação, utilizou-se uma 5 solução de esporos (1x10 esporos/mL) obtidas junto ao Laboratório de Produtos Naturais UFSCAR. Após a inoculação, as plantas foram armazenadas de forma apropriada para colonização do patógeno. Após 24 horas da inoculação do fungo foram obtidos os extratos etanólicos das folhas e raízes. A partir do estudo fitoquímico do extrato das raízes foram isoladas Xantiletina e Seselina. E a partir das folhas foram isolados Triglicerídeo e Sinensetina. A identificação foi baseada por Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e por Cromatografia em fase gasosa acoplado a Espectrometria de Massas (CG-EM). Realizou-se um ensaio biológico dessas substâncias (0,1mg/mL de H2O) frente ao crescimento micelial do fungo A. alternata. O ensaio foi realizado em um período de dez dias, ocorrendo avaliações (crescimento radial do fungo) a cada 48 horas. As substâncias isoladas foram comparadas com uma testemunha e com um fungicida comercial Cercobin (Tiofanato Metílico 700g/Kg). Foi realizado um ensaio de inibição frente à germinação e formação de apressórios a partir dos esporos do 5 fungo (1x10 esporos/mL) com as mesmas substâncias ensaiadas anteriormente. 36a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química Figura 2. Atividade dos compostos naturais isolados de laranja pêra na germinação e formação de apressório de A. alternata. Conclusões O ensaio in vitro do fungo A. alternata mostrou-se promissor, uma vez que a substância Xantiletina inibiu o crescimento micelial, a germinação de esporos e a formação de apressórios. Agradecimentos Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP ____________________ 1 TIMMER, L.W.; SOLEIL, Z. & OROZCO-SANTOS, M. (2000b) Alternaria Brown Spot of mandarines. In: TIMMER, L.H.; GARNSEY, S.M. & GRAHAM, J.H. 2 KOHMOTO, K., AKIMITSU, K., and OTANI, H. 1991. Correlation of resistance and susceptibility of citrus to Alternaria alternata with sensitivity to host-specific toxins.Phytopathology 81:719-722.