São Paulo, julho de 2007.
Universidade Estácio de Sá vai abrir o capital
Instituição sem vestibular para quem fez o Enem é a maior do País em
número de alunos e também vai comprar a UniRadial, de São Paulo
Renata Cafardo
A maior universidade do Brasil em número de alunos, a Estácio de Sá, está em processo de
abertura de capital. É a terceira instituição de ensino superior do País a colocar ações à venda na
Bolsa de Valores.
A Estácio surgiu há 37 anos no Rio e tem 176 mil alunos - na Universidade de São Paulo (USP), por
exemplo, são 80 mil. Ontem, a instituição divulgou um anúncio ao mercado sobre o processo de
abertura de capital. No início deste ano, ela se tornou uma organização com fins lucrativos,
condição necessária para se habilitar a uma oferta pública de ações.
Mesmo com
no entanto,
(UniRadial),
instituições,
55 campi, 39 deles no Rio, a universidade ainda não atuava em São Paulo. Neste mês,
a Estácio finalizará também um processo de compra do Centro Universitário Radial
na capital, que tem 10 mil alunos. Há informações, ainda não confirmadas pelas
de que a Estácio teria pago R$ 60 milhões pela UniRadial.
São Paulo é a cidade com o maior mercado de ensino do País, com um grande número de alunos
formados no ensino médio, clientela que pode servir de atrativo para potenciais investidores.
CAPITAL ESTRANGEIRO
O prospecto da abertura de capital mostra que a captação de recursos da universidade pode ser de
mais de R$ 800 milhões. O processo está sendo analisado pela Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), órgão responsável pela regulação e controle desse tipo de operação. O processo deve se
encerrar em setembro. Enquanto isso, as partes integrantes não podem se pronunciar. O texto fala
em “esforços para colocação” das ações no exterior.
No início do ano, a primeira instituição a abrir seu capital, a Anhanguera Educacional, teve 75%
das ações compradas por investidores estrangeiros. Na semana passada, o grupo Pitágoras, de
Minas, iniciou o mesmo processo. Atualmente não há limites legais para o investimento estrangeiro
em universidades no País.
Segundo Ryon Braga, presidente da Hoper Educacional, uma consultoria da área de ensino
superior, as ações da Estácio devem despertar mais o interesse de investidores internacionais do
que de brasileiros. Isso porque, em outros países, pode ser considerado um bom negócio investir
na maior universidade do Brasil.
Para Braga, os investidores nacionais, no entanto, têm mais consciência do mercado no País e não
acreditam que haja uma demanda reprimida, com perspectivas de grande crescimento. “Isto é um
engodo”, diz o consultor, comentando trechos do prospecto de abertura de capital da Estácio que
fala em atender o público que ainda não está no ensino superior.
Atualmente, 11% da população brasileira de 18 a 24 anos cursa o ensino superior. Mas estudos
mostram que o aumento desse índice depende do crescimento das vagas em universidades
públicas, uma vez que muitos jovens não estudam por falta de dinheiro para pagar as
mensalidades.
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MERCADO NERVOSO
A Estácio de Sá, propriedade da família Uchôa Cavalcanti, se expandiu no País nos últimos anos
com a oferta de cursos a baixo custo. São hoje 89 programas de graduação, cinco mestrados e
apenas um doutorado, na área de Direito.
A média da mensalidade na instituição é de cerca de R$ 400. O site da Estácio informa que alunos
que já foram avaliados pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), do Ministério da Educação,
são dispensados do vestibular.
A instituição tem uma unidade desde 2002 em parceria com o jogador de futebol Ronaldo,
chamado Campus R9. Lá, há um centro de fisioterapia e cursos de Educação Física e Nutrição,
entre outros. Procurada pelo Estado, a universidade informou por meio de uma telefonista que
passava por reestruturação e não poderia atender à imprensa.
Empresários do ensino superior privado, principalmente do Rio, costumam reclamar da
concorrência exercida pela instituição por oferecer preços “abaixo do mercado”. Em São Paulo,
reclamações semelhantes já começaram em reação à entrada da Estácio no mercado paulista.
“Tenho ressalvas com relação a essa expansão que pode levar ao ensino de massa, pasteurizado e
que não tem a melhor qualidade”, diz o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do
Estado de São Paulo (Semesp), Hermes Figueiredo. “O mercado está nervoso. Esperamos para ver
qual será o tipo de concorrência”, completa Figueiredo, que é também proprietário da Universidade
Cruzeiro do Sul (Unicsul).
* Notícia Publicada no Jornal Estado de São Paulo em 13 de Julho de 2007
A Universidade Estácio de Sá utiliza o Lyceum – Sistema de Gestão Acadêmica da Techne - desde
2001.
Para mais informações sobre a Universidade Estácio de Sá visite: http://www.estacio.br
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