UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ LEONARDO ALLEVATO MAGALHÃES PERCEPÇÃO DE ESFORÇO EM MULHERES TREINADAS E DESTREINADAS NO ATINGIMENTO DE 70 e 85 % DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA MÁXIMA EM 4 TIPOS DE ERGÔMETRO JULHO 2004 LEONARDO ALLEVATO MAGALHÃES PERCEPÇÃO DE ESFORÇO EM MULHERES TREINADAS E DESTREINADAS NO ATINGIMENTO DE 70 e 85 % DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA MÁXIMA EM 4 TIPOS DE ERGÔMETRO Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado em cumprimento às exigências para obtenção do grau no Curso de Educação Física na Universidade Estácio de Sá ORIENTADORA :Profª Drª Márcia Borges Albergaria Rio de Janeiro 2004 i UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ LEONARDO ALLEVATO MAGALHÃES PERCEPÇÃO DE ESFORÇO EM MULHERES TREINADAS E DESTREINADAS NO ATINGIMENTO DE 70 e 85 % DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA MÁXIMA EM 4 TIPOS DE ERGÔMETRO Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado em cumprimento as exigências para obtenção de grau no Curso de Graduação em Ed. Física na Universidade Estácio de Sá Aprovado em ____/_____/_____ BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________________ Prof. MSc. Josué Morrison de Moraes Universidade Estácio de Sá Profª.MSc. Danielli Braga de Mello Universidade Estácio de Sá Prof.MSc. Eduardo da Silveira Netto Universidade Estácio de Sá Rio de Janeiro 2004 ii DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho a todos os profissionais de Educação Física que tenham interesse em desenvolver um trabalho sério e totalmente voltado para a satisfação de alunos e clientes. Que ele possa, de alguma forma, contribuir para o trabalho deles. iii Agradecimentos A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a minha formação e desenvolvimento profissional principalmente o corpo docente da Universidade Estácio de Sá, em especial os seguintes professores e professoras: Márcia Albergaria Ângelo Vargas Edvaldo de Farias Eduardo Netto Vicente Lima Henrique Baungarte Kátia Fiúza Fabiana Albino Janaína Côdea Célio Cordeiro Josué de Moraes Ana Iório Tony Meireles Jorge Teixeira iv EPÍGRAFE “Se disserem mal de ti com fundamento corrige-te; do contrário, ri e faça pouco caso.” Epicteto, filósofo grego v Resumo Para se determinar se existe algum tipo de ergômetro onde a percepção de esforço é menor, 6 mulheres (3 treinadas (MT) e 3 destreinadas (MD)) realizaram um teste submáximo em 4 tipos diferentes de ergômetro: bicicleta vertical (BV), bicicleta horizontal (BH), transport (T) e esteira rolante (E). Foram registrados os valores de Borg e do lactato sangüíneo a 70 e 85 % da freqüência cardíaca máxima (FC máx) para ver se havia uma relação linear entre essas três variáveis e se a percepção de esforço era a mesma entre os grupos e para cada sujeito nos diferentes ergômetros. Um teste T pareado foi utilizado para ver se havia alguma diferença significativa na percepção de esforço entre MT e MD (p ≤ 0.05). Não houve diferença significativa na percepção de esforço entre os grupos. Analisando-se os grupos separadamente, o grupo MD apresentou uma menor percepção de esforço em T e o grupo MT apresentou uma menor percepção de esforço em BV tanto a 70 quanto a 85 % da FCmáx. Individualmente não houve a mesma consistência nos resultados. Concluímos que mulheres destreinadas têm uma menor percepção de esforço no transport e mulheres treinadas têm uma menor percepção de esforço na bicicleta vertical e que mulheres destreinadas têm uma percepção mais homogênea do esforço exercido. Palavras-chave: percepção de esforço, ergômetro, lactato vi Abstract To determine whether there is one specific ergometer where perceived exertion is lower, 6 women (3 trained (TW) and 3 untrained (UW)) completed a submaximal test in four different types of ergometer: vertical bicycle (VB), horizontal bicycle (HB), transport (T) and treadmill (TL). The values of Borg´s scale and blood lactate at 70 and 85 % of maximum heart rate (HRmax) were registered to check whether there was a linear relationship between these three parameters and if the perceived exertion was the same between groups and for each subject on the different ergometers. A paired T-test was used to see if there was any signicant difference on perceived exertion between groups (p ≤ 0.05). There was no significant difference on perceived exertion between groups. When analysed separately, UW showed a lower perceived exertion on T and the TW showed a lower perceived exertion on VB both at 70 and 85 % of HRmax. Individually there was no consistency in results. We conclude that untrained women have a lower perceived exertion on transport and that trained women have a lower perceived exertion on vertical bicycle and that untrained women have a more homogeneous perception of the exertion. Key words: perceived exertion, ergometer, lactate vii SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1 1.1. PROBLEMA .................................................................................................................. 1 1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 3 1.3. RELEVÂNCIA ............................................................................................................... 4 1.4. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .................................................................................... 5 1.5. DEFINIÇÃO DE TERMOS......................................................................................... 5 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 7 2.1. PERCEPÇÃO DE ESFORÇO .................................................................................... 7 2.2. ESCALA DE BORG ..................................................................................................... 8 2.3. ZONA ALVO ............................................................................................................... 10 2.4. TESTE DE ESFORÇO SUB-MÁXIMO ................................................................... 11 2.5. CARACTERÍSTICAS FEMININAS .......................................................................... 12 2.6. LIMIAR ANAERÓBIO ................................................................................................ 13 3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 14 3.1. TIPO DE PESQUISA ................................................................................................. 14 3.2. SELEÇÃO DOS SUJEITOS ..................................................................................... 14 3.3. INSTRUMENTOS E MATERIAL ............................................................................. 15 3.4. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ........................................................ 16 4. ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................... 18 5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................... 19 6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .................................................................. 22 ANEXOS ............................................................................................................................. 27 APÊNDICES ....................................................................................................................... 33 1. INTRODUÇÃO Mesmo com o advento do conceito de wellness (Nahas, 2003), muitos alunos freqüentadores de academias ainda aderem a um programa de exercícios com o objetivo de atingirem objetivos estéticos, ou seja, redução do percentual de gordura aliada ao aumento de massa muscular. Ao serem perguntados sobre os objetivos com relação à atividade física, 82% das respostas relatadas pelos alunos em uma determinada academia da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro são relacionadas à estética corporal (ALLEVATO, 2004). Nessa mesma academia, 58% dos alunos que se matricularam no ano de 2003 foram do gênero feminino (ALLEVATO, 2004). 1.1. PROBLEMA Uma das estratégias utilizadas com o objetivo de se alcançar uma redução dos níveis de gordura corporal é a prescrição de exercícios aeróbios aliados ao treinamento contra-resistência. Para se controlar a intensidade dos exercícios aeróbios, alguns indicadores podem ser utilizados - o equivalente metabólico (MET), o consumo máximo de O2 (VO2 máx) e a lactacidemia - porém, são parâmetros inexeqüíveis de se mensurar no ambiente de uma academia de ginástica; a freqüência cardíaca (FC) mensurada através da palpação torna-se uma medida imprecisa se medida durante o exercício (DUNBAR et al, 1994; DISHMAN, 1994) e muitos não podem adquirir um 2 freqüêncímetro. Um outro parâmetro para se medir a intensidade do exercício é a percepção subjetiva do esforço realizado, através da Escala de Borg. Entretanto, observa-se que mesmo com essas estratégias recomendadas pelo American College of Sports Medicine (ACSM) - cujas recomendações vamos aqui considerar - muitas pessoas não conseguem atingir seus objetivos principalmente por não conseguirem manter uma intensidade adequada do exercício (DISHMAN, 1994; FOSTER et al, 2001) O que fazer, então, para se acabar com essa dificuldade? A partir de uma avaliação não-sistemática por parte do autor, observou-se que algumas alunas já treinadas relatavam não estarem satisfeitas com os resultados que esperavam atingir ao iniciarem um programa de exercícios, não obstante o fato de estarem seguindo as recomendações dos profissionais de Educação Física principalmente com relação à realização de exercícios aeróbios em ergômetros. O mesmo acontecia com alunas destreinadas que têm dificuldade em atingir um nível ótimo de intensidade durante os exercícios aeróbios em ergômetros devido ao seu grau de inatividade física. Observou-se, a partir desses comentários, que essas mesmas pessoas não realizavam esses exercícios em uma zona alvo de certa intensidade considerada alta (70 a 85% da FCmáx), como é recomendado pelo American College of Sports Medicine (ACSM, 2000) a fim de atingirem benefícios cardiovasculares, além de produzirem uma aceleração de seu metabolismo corporal e, assim, aumentarem a velocidade de oxidação das reservas corporais de gordura. A solução parece simples – aumentar a intensidade do exercício. Contudo, muitas pessoas não toleram um exercício cardiovascular nessa intensidade indicada – essa intolerância, porém, não acontece em todos os tipos de ergômetro, ou seja, a 3 resposta perceptiva subjetiva do exercício é diferente em cada tipo de ergômetro, bem como em pessoas treinadas e destreinadas. Sendo assim, em algum tipo de ergômetro a pessoa consegue atingir uma determinada zona alvo com uma menor percepção de esforço, ou seja, a pessoa parece sentir que exerce um menor esforço ao realizar o exercício. O problema é: existe uma correlação entre os valores da percepção de esforço entre as mulheres treinadas e entre as mulheres destreinadas e essa correlação existe também intra-grupos? E intra-individualmente, existe essa correlação em cada tipo de ergômetro para cada percentual de freqüência cardíaca analisado? Ou seja, existe algum tipo de ergômetro onde se consiga atingir uma menor percepção de esforço e assim fazer com que a intensidade do exercício possa chegar mais próxima do ideal? 1.2. OBJETIVOS Esse estudo tem como objetivos verificar em qual dos 4 (quatro) tipos de ergômetro disponíveis em uma academia da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro mulheres treinadas e destreinadas têm a menor percepção de esforço ao atingirem uma determinada freqüência cardíaca dentro de uma zona alvo de treinamento e qual desses grupos tem a menor percepção de esforço, bem como se há diferenças na percepção de esforço dentro dos grupos e intra-individualmente. 4 1.3. RELEVÂNCIA O tema foi escolhido em virtude da preocupação do autor com a insatisfação de algumas alunas que verbalmente relatavam não conseguir atingir seus objetivos com relação à atividade física, sobretudo com relação à redução do percentual de gordura e que, ao realizarem exercícios cardiovasculares em diferentes tipos de ergômetro, sentiam-se muito cansadas ao serem estimuladas a atingirem um nível de freqüência cardíaca mais alto dentro de uma zona alvo de treinamento considerada ótima, minimizando, dessa forma, os possíveis ganhos com aquela atividade. A realização desse estudo é de considerada relevância pelo fato de que, com ele, será possível nortear melhor o trabalho do profissional de Educação Física no sentido de prescrever exercícios cardiovasculares em ergômetros de maneira mais eficaz através da Escala de Percepção de Esforço (Escala de Borg), ou seja, fazer com que os alunos possam atingir uma zona alvo ótima de treinamento conscientes do maior ou menor esforço necessário para seu atingimento em função do tipo de ergômetro escolhido. Além disso, ele poderá nortear a decisão de proprietários de academia na hora da compra de ergômetros para seus estabelecimentos. 5 1.4. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO O estudo será realizado apenas com mulheres na faixa etária de 21 a 30 anos por serem essas as ocorrências mais freqüentes em termos de gênero e faixa etária na academia onde será realizado o estudo (ALLEVATO, 2004), sendo 3 (três) mulheres treinadas e 3 (três) destreinadas. 1.5. DEFINIÇÃO DE TERMOS Percepção de esforço: é a sensação de quão pesada e extenuante é uma atividade física. Mulheres treinadas: mulheres que estejam realizando atividades aeróbias em quaisquer dos ergômetros em estudo por um período de pelo menos 6 (seis) meses, durante um mínimo de 3 (três) dias por semana e 30 (trinta) minutos por dia. Mulheres destreinadas: mulheres que não estejam realizando atividades aeróbias em quaisquer dos ergômetros em estudo por um período de pelo menos 6 (seis) meses, durante um mínimo de 3 (três) dias por semana e 30 (trinta) minutos por dia. Ergômetro: dispositivo utilizado para se medir os efeitos fisiológicos do exercício. Transport: ergômetro de rotação elíptica. Zona alvo: intervalo de percentuais de freqüência cardíaca estipulados para o treinamento cardiovascular. Lactacidemia: processo de medição dos níveis de lactato sangüíneo. 6 Lactímetro: aparelho utilizado para se medir os níveis de lactato sangüíneo. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. PERCEPÇÃO DE ESFORÇO Segundo RAPPAPORT, 1995, a Psicofísica é uma disciplina da Psicologia que procura relacionar, funcionalmente, os estímulos ou eventos físicos com as sensações provocadas; SCHULTZ, 1975 já havia definido mais simplificadamente o conceito da disciplina – relação entre mente e o mundo material. Os estudos sobre percepção originaram-se no século XIX com Gustav Fechner, médico, físico, matemático e filósofo, considerado o pai da Psicofísica, cujo objetivo primário era medir, de forma acurada, as sensações em termos do referencial dos estímulos físicos (RAPPAPORT, 1995). Os estudos de Fechner transcenderam o campo da Psicologia Experimental, sendo utilizados em diversas outras ciências como por exemplo, a Sociologia e a Fisiologia. Cerca de um século depois do início dos estudos de Fechner, por volta da década de 50, o Dr. Gunnar Borg introduz o conceito de esforço percebido, juntamente com métodos para medi-lo (BORG, 2000). Segundo Borg, “esforço percebido é a sensação de quão pesada e extenuante é uma tarefa física”. (BORG, 2000) Aplicando-se esse conceito à fisiologia do exercício, nota-se que ele está intimamente ligado ao conceito de intensidade do exercício. (BORG, 2000) Contudo, aspectos motivacionais, emocionais e patológicos podem estar envolvidos - mesmo que de forma menos dominante – fazendo com que esse 8 conceito seja ampliado, ou seja, “ele passa a depender da situação e do contexto, da definição operacional e do método de exercício utilizado” (BORG, 2000) e também leva em conta o nível de aptidão pessoal, as condições ambientais e os níveis gerais de fadiga. (BORG et al, 1983 in ACSM, 2000) Talvez por conta disso, Borg diz, ainda, que a percepção de esforço pode ser considerada uma Gestalt já que fatores isolados podem influenciar na percepção do esforço. A base da teoria gestáltica foi resumida por Schultz como sendo “a concentração na unidade de percepção” (SCHULTZ, 1975) e é exatamente a isso que Borg se refere quando diz que a situação especial em que o trabalho é realizado pode enfatizar alguns de seus aspectos tais como tensão, dores e fadiga dos músculos periféricos e do sistema pulmonar, suprimindo algumas sensações e fazendo com que o indivíduo perceba e concentre-se em outras. (BORG, 1962). Tal fato é corroborado pelo estudo de WHALEY et al, 1997a, onde ele analisa sujeitos saudáveis e cardiopatas, mostrando que uma patologia influencia na percepção de esforço. 2.2. ESCALA DE BORG A partir de seus estudos sobre percepção de esforço, Borg criou um método de classificação por escala para quantificar essa percepção; essa escala ficou conhecida como Escala de Percepção de Esforço (EPE) ou Escala de Borg. (BORG, 2000) 9 Tal escala tem uma relação linear com a freqüência cardíaca e o VO 2 máximo (BORG, 2000); essas variáveis, por sua vez, têm relação direta com a intensidade do exercício. O uso da Escala de Borg para prescrever a intensidade do exercício é bem aceito na comunidade científica internacional (GLASS, 1991; DUNBAR et al, 1992; KANG et al, 1998) e, sobre o tema, o ACSM escreveu: “(...) a Taxação de Esforço Percebido revelou ser um recurso valioso na prescrição do exercício para indivíduos que têm dificuldade com a palpação da FC e nos casos em que a resposta da FC ao exercício pode ter sido alterada em virtude de uma mudança na medicação. (...) Conseqüentemente, a Taxação de Esforço Percebido deve ser usada como diretriz para estabelecer a intensidade do exercício” (ACSM, p. 99, 2000). Duas escalas foram desenvolvidas por Borg para a mensuração do esforço percebido, a escala RPE (Ratings of Perceived Exertion) e a CR-10 (Category-ratio 10). A escala RPE é a que se utiliza comumente para a mensuração do esforço percebido; a CR-10, por sua vez, é mais utilizada para a mensuração da dor. A escala RPE tem uma relação linear com a FC e com o VO 2, dando, assim, uma medida confiável da intensidade do exercício. A escala CR-10 foi desenvolvida, originalmente, para mensurar a percepção de dor e foi construída baseada na escala RPE a fim de que esforços extremos fossem mais bem mensurados, já que “quase todas as percepções sensórias fundem-se à dor nas intensidades mais elevadas” (BORG, 2000), até mesmo porque a prescrição da intensidade do exercício através da percepção do esforço é mais precisa em intensidades mais elevadas (DISHMAN, 1994; ESTON et al, 1987; CHEN, 2002). Apesar disso, a escala CR-10 também apresenta traços de linearidade com a FC e o VO2 (BORG, 2000). 10 Além disso, a maioria dos estudos sobre esforço percebido obteve coeficientes de confiabilidade similares para as duas escalas com relação à FC, VO 2 e lactato sangüíneo (BOUTCHER et al, 1989; SPODARYK et al, 1990; HETZLER et al, 1991; STEED et al, 1994; ZENI et al, 1996, LJUNGGREN e JOHANSSON, 1998; MOREAU et al, 1999, BORG, 2000). Existem variações entre os diversos tipos de exercícios cardiovasculares submáximos em ergômetros no que se refere às respostas perceptivas registradas na Escala de Borg, tanto com relação aos diferentes tipos de ergômetro (DUNBAR et al,1992; DUNBAR et al, 1994; THOMAS et al, 1995; KANG et al, 1998) como quando se analisa o exercício no mesmo ergômetro em condições diferenciadas (WHALEY et al, 1997a; GREEN, 2002). Além disso, as respostas perceptivas também diferem entre indivíduos treinados e não treinados (TRAVLOS e MARISI, 1996) e apenas um estudo (GLASS, 1991) mostra diferenças na percepção de esforço entre os gêneros. 2.3. ZONA ALVO A determinação de dois limites, um inferior e outro superior, para se estipular a intensidade do treinamento constitui a zona alvo de treinamento. Tais limites podem ser determinados em valores percentuais relacionados à FC, ao VO2 ou ainda com relação à EPE. O estabelecimento de dois limites permite a prescrição de exercícios tanto para indivíduos aptos quanto para os sedentários ou portadores de alguma patologia dentro de uma mesma zona alvo. 11 Melhoras fisiológicas podem ser obtidas tanto trabalhando-se no limite inferior durante um maior período de tempo quanto no limite superior durante um menor período de tempo (ACSM, 2000) Ao se determinar a intensidade do exercício deve-se levar em conta a aptidão física e fatores como risco de lesão e aderência ao exercício (ACSM, 2000), porém, para a maioria dos indivíduos é recomendado a realização de exercícios o mais próximo possível do limite superior durante o maior espaço de tempo possível (POLLOCK, 1998). O ACSM recomenda a realização de exercícios cardiorrespiratórios com uma intensidade que varia 55 a 90% da FCmáx mas, para a maioria dos indivíduos, intensidades dentro da variação de 70 a 85% são suficientes para conseguir os aprimoramentos na aptidão cardiorrespiratória. (ACSM, 2000) 2.4. TESTE DE ESFORÇO SUB-MÁXIMO Testes de esforço sub-máximos podem ser utilizados preferencialmente aos testes máximos por serem mais seguros tanto para o avaliado quanto para o avaliador que muitas vezes não têm os equipamentos necessários para conduzi-lo (ACSM, 2000). O teste sub-máximo consiste em determinar a resposta da FC a um ou mais ritmos de trabalho, além de proporcionar um reflexo bastante preciso da aptidão de um indivíduo com um risco reduzido e um menor esforço por parte do indivíduo (ACSM, 2000). 12 Durante o teste sub-máximo a resposta da FC pode ser alterada por diversos fatores tais como temperatura e umidade do ambiente, tempo transcorrido desde a última refeição, atividade anterior ao teste, fumo, dentre outros (ACSM, 2000). 2.5. CARACTERÍSTICAS FEMININAS Existem diversas diferenças morfológicas e fisiológicas entre os gêneros masculino e feminino que são importantes serem consideradas quando se avalia a performance humana. O tamanho diminuído do coração das mulheres em relação ao dos homens faz com que elas tenham um menor volume sistólico que aliado a um número menor de células vermelhas leva a um menor carreamento de O 2 e conseqüente diferença artério-venosa diminuída. (POLLOCK, 1998). Essa desvantagem leva a uma capacidade aeróbia diminuída. O efeito da menstruação sobre o desempenho atlético é bastante variável com alguns estudos relatando efeitos negativos e outros relatando efeitos positivos; do ponto de vista fisiológico, porém, as respostas metabólicas e cardiovasculares durante o repouso e o exercício sub-máximo não são afetados sistematicamente durante as diferentes fases do ciclo menstrual. (FOSS e KETEYIAN, 2000). 13 2.6. LIMIAR ANAERÓBIO O limiar anaeróbio ou limiar de lactato refere-se ao nível de intensidade mais alto do exercício até onde o nível de lactato sangüíneo permanece inalterado ou se altera até 1 mM com relação aos valores pré-exercício. (McARDLE et al, 1996; DENADAI, 2000). A quantidade de lactato produzida é rapidamente oxidada pelo coração e pelas fibras musculares adjacentes àquelas utilizadas durante o exercício e que possuem alto poder de oxidativo. Por causa disso, os níveis de lactato permanecem estáveis durante um certo tempo mesmo com um aumento do consumo de O 2 (McARDLE, 1996). A dosagem do lactato sangüíneo é empregada para avaliação da aptidão de atletas de resistência e velocidade e apresenta uma correlação com o desempenho de boa a excelente, além de ser um critério objetivo para a avaliação da resistência aeróbia, tanto dentro de um mesmo grupo, quanto em grupos diferentes (WEINECK, 1999; ROCHA, 2004). O lactato pode também ser usado para o direcionamento do treinamento utilizando-se paralelamente a FC. (WEINECK, 1999) Fatores como nível de treinamento, alimentação, repouso, tipo de ergômetro e tempo gasto em cada estágio podem influenciar nos valores do lactato sangüíneo (WEINECK, 1999; ROCHA, 2004). 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. TIPO DE PESQUISA Esse estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa de campo realizada com mulheres destreinadas e treinadas há pelo menos 6 meses nos ergômetros que serão utilizados no estudo. O estudo foi realizado apenas com mulheres na faixa etária de 21 a 30 anos, por ser essa a faixa etária de maior ocorrência nessa academia (ALLEVATO, 2004), sendo 3 (três) treinadas e 3 (três) destreinadas. 3.2. SELEÇÃO DOS SUJEITOS Os sujeitos foram selecionados de acordo com os seguintes critérios: pessoas do sexo feminino entre 21 e 30 anos de uma determinada academia da zona norte do estado do Rio de Janeiro por ser esse o intervalo de classe de maior ocorrência no local da realização do estudo (ALLEVATO, 2004), classificadas como treinadas, ou seja, deveriam estar realizando treinamento cardiovascular em um ou mais dos ergômetros em estudo há pelo menos 6 meses, com uma freqüência mínima de 3 vezes por semana, durante 30 minutos por dia, ou como destreinadas, ou seja, não estarem realizando nenhum tipo de treinamento cardiovascular na faixa de 70 a 85% da FCmáx nos últimos 3 meses. Outro critério de seleção foi a condição de não estarem fazendo uso de nenhum contraceptivo oral ou injetável. 15 Algumas alunas desta academia foram, então, convidadas a participarem do estudo através de contato verbal do autor, tanto no ambiente da academia, no caso das treinadas ou durante a avaliação funcional, no caso das destreinadas. Tanto nos casos das treinadas como das destreinadas, as 3 (três) primeiras mulheres de cada categoria que preencheram os critérios de seleção foram escolhidas para participarem do estudo como voluntárias. 3.2.1. Ética Em Pesquisa O presente trabalho atende as Normas para a Realização de Pesquisa em Seres Humanos, Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde de 10/10/1996. Todos os participantes do estudo concordaram em assinar o Termo de Consentimento contendo o objetivo do estudo, os procedimentos de avaliação, o caráter de voluntariedade da participação do sujeito e isenção de responsabilidade por parte do avaliador e da Academia onde foi realizado o estudo e que pode ser visto no anexo 3. Além disso, foi também elaborado um Termo de Informação à Instituição na qual se realizou a pesquisa, com os mesmos itens do termo de participação consentida, constante do apêndice B. 3.3. INSTRUMENTOS E MATERIAL Os dados do estudo foram coletados nos seguintes ergômetros: Bicicleta vertical da marca Johnson, modelo JPC-5100 Bicicleta horizontal da marca Dunlop, modelo R 2200 16 Esteira da marca Johnson, modelo JET 7000 Transport EFX da marca Precor, modelo 544 Além disso, foram utilizados um freqüêncímetro da marca Acumen, modelo Excel, a Escala de Percepção de Esforço (Escala de Borg) reproduzida a partir de BORG, 2000 e um lactímetro da marca Accutrend da Roche. Para os teste realizados nas bicicletas vertical e horizontal foi utilizado o protocolo de Balke modificado que consiste em se manter uma velocidade constante de 60 rotações por minuto (rpm) com incrementos de 15 watts a cada minuto. Nos testes realizados na esteira rolante foi utilizado o protocolo de Bruce que consiste em incrementos na velocidade e na inclinação a cada 3 (três) minutos. Nos testes realizados no transport foi estipulado um protocolo que consistia em se manter uma velocidade constante de 100 passadas por minuto para as mulheres destreinadas e de 120 passadas para as mulheres treinadas, com incremento de um nível de resistência a cada minuto. 3.4. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS Após uma anamnese, preenchimento do PAR-Q e assinatura de um termo de consentimento, foi feita uma adaptação aos ergômetros em estudo, quando foi explicado às avaliadas como os testes se desenvolveriam. Após isso, foi realizado um único teste em cada ergômetro com cada um dos sujeitos. Os testes referentes a uma mesma avaliada foram realizados em dias diferentes. 17 Durante os testes, a freqüência cardíaca dos sujeitos foi constantemente monitorada através do freqüêncímetro. Antes de se iniciar cada teste, foi medida a quantidade de lactato sangüíneo em cada uma das avaliadas, além se perguntar a cada uma delas o tipo de atividade física realizada no dia anterior a cada teste, a quantidade de horas de sono na noite anterior e a quantidade de refeições realizadas no dia do teste. Não foi realizado nenhum tipo de aquecimento prévio, porém permitiu-se que a avaliada se alongasse se assim o quisesse. Os testes se desenvolveram de acordo com os protocolos apresentados no item anterior. Quando cada avaliada atingia 70% de sua FCmáx, era feita a medida da quantidade de lactato sangüíneo, além de se apresentar a Escala de Borg à avaliada para que ela indicasse o valor correspondente àquela intensidade. O mesmo procedimento foi adotado quando a avaliada atingia 85% de sua FCmáx. Imediatamente após ser coletado o sangue para a medição realizada a 85% da FCmáx, a intensidade do ergômetro voltava novamente aos valores iniciais do teste para que no 3º minuto após esse procedimento fosse realizada nova medição da quantidade de lactato sangüíneo. Após esses procedimentos o teste era encerrado. Os dados foram anotados em formulário apropriado, tabulados e analisados. 4. ANÁLISE DOS DADOS Após a tabulação dos dados, os mesmos foram analisados estatisticamente e plotados em gráfico específico. Os valores da quantidade de lactato sangüíneo foram normatizados para que se compensasse as diferenças relativas a valores iniciais que poderiam estar alterados devido a variáveis que não foram controladas durante o teste. Para análise dos valores da percepção subjetiva de esforço entre o grupo das treinadas e das destreinadas foi utilizado um teste-t pareado bi-caudal com nível de significância para que houvesse diferença significativa de p ≤ 0,05 (VIEIRA, 1981). Para análise dos valores da percepção subjetiva de esforço intragrupos e intra-individual dentro da mesma faixa de FC foi utilizado uma medida estatística de tendência central - a moda (Mo) - que calcula o valor que mais ocorreu em um determinado evento (VIEIRA, 1981). 5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Foram avaliadas, nesse estudo, 6 (seis) mulheres, sendo 3 (três) treinadas (IMC = 24; 22,9; 22,7; idade = 24, 29, 22) e 3 (três) destreinadas (IMC = 26; 22,7; 24; idade = 24, 28, 25) que foram testadas segundo a metodologia descrita no item 3.4. Para se minimizar a influência de variáveis intervenientes e a fim de se obter uma maior fidedignidade na análise dos resultados foram coletados dados acerca de algumas dessas variáveis que pudessem intervir nos resultados. As variáveis horário de realização do teste, atividades realizadas no dia anterior ao teste, horas de sono na noite anterior ao teste, refeições realizadas no dia do teste, período do ciclo menstrual e outras observações relevantes foram registrados para se associar a quaisquer alteração nos resultados. Analisando-se os valores da escala de Borg entre os grupos MT e MD para cada tipo de ergômetro e em cada percentual de FC, não foram encontradas diferenças significativas (p>0,05) nos valores que variaram de 3 a 11 para o grupo MT e de 5 a 10 para o grupo MD respectivamente para os cortes de 70 e de 85 % da FCmáx, indicando que a percepção de esforço é semelhante tanto para mulheres treinadas quanto para mulheres destreinadas nos 4 (quatro) tipos de ergômetro analisados. Os valores obtidos da Escala de Borg em todos os ergômetros em cada faixa de FC são apresentados na figura abaixo. 20 VALORES DE BORG 14 12 10 8 6 4 2 0 1 2 3 4 5 D85 D70 6 T85 7 8 9 10 11 T70 Figura 1: Valores de Borg obtidos em todos os ergômetros (D = destreinadas; T = treinadas) Analisando-se os grupos separadamente, o grupo MD apresentou uma menor percepção de esforço no transport, tanto em 70% da FCmáx (Mo=3) quanto em 85% da FCmáx (Mo=5) e o grupo MT apresentou uma menor percepção de esforço na bicicleta vertical, tanto em 70% da FCmáx (Mo=4) quanto em 85% da FCmáx (Mo=6). Quando analisados individualmente, os resultados não foram consistentes como os resultados intergrupos, ou seja, não houve convergência de resultados quando cada avaliada foi analisada isoladamente agrupando-se seus resultados em cada percentual de FC analisado, com exceção de uma treinada cuja percepção de esforço foi a mesma (70% da FCmáx = 4, 85% da FCmáx =11) em todos os ergômetros, com exceção do corte de 70% da FCmax na bicicleta horizontal cujo valor foi 8. Isso pode ter sido influência de uma série de fatores que não aqueles controlados no estudo, pois não houve relação causal entre os fatores controlados e os valores encontrados, o que é corroborado por diversos estudos. (DUNBAR et 12 21 al,1992; THOMAS et al, 1995; TRAVLOS e MARISI, 1996; ZENI et al, 1996; MOREAU et al, 1999). Não houve uma relação linear dos valores de lactato com os valores encontrados para a percepção de esforço nem com o percentual de freqüência cardíaca estudado, podendo ser reflexo de adaptações fisiológicas individuais, até mesmo porque os valores iniciais do lactato foram considerados altos, o que não deve ser considerado uma anormalidade já que indivíduos podem apresentar valores iniciais entre 3 e 5 mMol/L; isso, por si só, extrapolaria o valor do limiar de lactato proposto por diversos autores (DENADAI, 2000) Por estar sujeita à influência de fatores internos e externos (WEINECK, 1996; BORG, 2000; ROCHA, 2004), os resultados dos estudos tornam-se controversos quando variáveis como aptidão física, aspectos patológicos, motivacionais, emocionais e condições ambientais, dentre outras, não são controlados (DUNBAR et al,1992; DUNBAR et al,1994; THOMAS et al, 1995; TRAVLOS e MARISI, 1996; KANG et al, 1998; DENADAI, 2000). Apesar disso, todos os estudos analisados são unânimes em confirmar a confiabilidade da Escala de Borg para prescrição da intensidade do exercício. 6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES Os resultados do estudo realizado mostram que existe um tipo ergômetro onde mulheres treinadas e destreinadas na faixa etária de 21 a 30 anos de uma determinada academia da zona norte do estado do Rio de Janeiro percebem o esforço realizado em uma intensidade menor, sendo esse ergômetro o transport para as mulheres destreinadas e a bicicleta vertical para as mulheres treinadas e, mostram, ainda, que mulheres destreinadas têm uma percepção de esforço mais homogênea do que as treinadas, provavelmente por causa da inabilidade motora e da falta de condicionamento físico. Recomenda-se que se aumente o número de sujeitos avaliados para corroborar os resultados obtidos com esse estudo e que se diversifique a população estudada para avaliar se os resultados serão condizentes com os aqui apresentados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERGARIA, MB. Apontamentos de aula. Universidade Estácio de Sá, 2004 ALLEVATO, L. Perfil de clientes que ingressaram em uma academia do Rio de Janeiro no ano de 2003. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ESPORTES, FITNESS E CIÊNCIAS DA SAÚDE, 2004, Varginha, Minas Gerais. Temário Livre. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Guidelines for graded exercise testing and exercise prescription. Ed. Philadelphia, 2000 BORG, G. Escalas de Borg para a dor e o esforço percebidos. São Paulo: Ed. Manole, 2000 BOUTCHER, SH et al. The effects of specificity of training on rating of perceived exertion at the lactate threshold. Eur J Appl Physiol Occup Physiol 1989; 59 (5):365-9 CHEW, MJ; FAN, X; MOE, ST. Criterion-related validity of the Borg ratings of perceived exertion scale in healthy individuals: a meta-analysis. J Sports Sci 2002 Nov; 20 (11):873-899 DENADAI, BS. Avaliação aeróbia – determinação indireta da resposta do lactato sanguineo. São Paulo: Ed. 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SIM NÃO 1.Seu medico já lhe disse que você é portador de uma afecção e que somente deve realizar a atividade recomendada por um médico? 2.Você sente dor no tórax quando realiza uma atividade física? 3.No ultimo mês, você teve dor toráxica quando não estava realizando uma atividade física? 4.Você perdeu o equilíbrio em virtude de uma tonteira ou já perdeu a consciência? 5.Você sofre de algum problema ósseo ou articular que poderia ser agravado por uma mudança em sua atividade física? 6.Seu médico está lhe receitando atualmente medicamentos (por exemplo, diuréticos) para pressão arterial ou alguma condição cardíaca? 7.Você está a par de alguma outra razão pela qual não deveria realizar uma atividade física? NOTA: Se o PAR-Q está sendo fornecido a uma pessoa antes de ela participar de um programa de atividade física ou de uma avaliação da aptidão, esta seção pode ser utilizada com finalidades legais ou administrativas. Li, compreendi e completei este questionário. Todas as dúvidas que eu tinha foram respondidas de uma maneira plenamente satisfatória. Rio de Janeiro,_____de ___________________ de 2004 NOME______________________________________________ ASSINATURA________________________________________ TESTEMUNHA_______________________________________ PESQUISADOR______________________________________ © Sociedade Canadense para a Fisiologia do Exercicio Société canadienne de physiologie de l’exercise ANEXO 2 ANAMNESE Nome:___________________________________________________ Idade: ___________________________________________________ Endereço: ________________________________________________ Telefone: ________________________________________________ 1. Qual o esporte que você mais pratica? 2. Quantas vezes por semana você costuma beber bebida alcoólica? 3. Fuma quantos cigarros por dia? 4. Que medicamentos usa habitualmente? 5. Há quantos anos você treina sistematicamente? 6. Nos últimos 6 meses, quantas horas por semana você treinou? 7. No último ano, quantas vezes você interrompeu seu treinamento? 8. Por que interrompeu seu treinamento? 9. Come carne, peixe ou galinha diariamente? 10. Bebe leite diariamente? 11. Come ovos e queijos? 12. Come frutas? 13. Come açúcar refinado? 14. Doces? 15. Gorduras animais? 16. Quantas horas dorme por noite? 17. Faz uso de anticoncepcionais? 30 Avaliação morfológica Peso: __________ Altura: __________ IMC: _________ Dobras cutâneas: Triciptal: ____________ Suprailíaca: __________ Coxa: _______________ Percentual de gordura corporal: ____________ Adaptado de ROCHA, 2004 31 ANEXO 3 Consentimento informado sobre o teste de esforço Finalidade e execução do teste Será realizado um teste de esforço em dois tipos de bicicleta ergométrica, uma esteira rolante e um aparelho elíptico conhecido como transport. A intensidade do exercício começará com um nível baixo e avançará por estágios, com exceção do transport que transcorrerá em estágio único. Podemos encerrar o teste a qualquer momento devido a sinais de fadiga ou de modificações anormais em sua freqüência cardíaca ou a sintomas que você possa experimentar. É importante reconhecer que você pode parar quando quiser caso sinta fadiga ou qualquer outro desconforto, porém, será sempre encorajada a continuar. Riscos e desconfortos inerentes Existe a possibilidade de ocorrerem certas modificações durante o teste. Estas incluem pressão arterial anormal, desmaio, ritmo cardíaco irregular, rápido ou lento e, em circunstâncias raras, ataque cardíaco, apoplexia ou morte. Devem ser envidados todos os esforços no sentido de minimizar esses riscos através da avaliação preliminar em relação à sua saúde e aptidão e pelas observações minuciosas feias durante o teste. Responsabilidade do participante Seu relato imediato de qualquer sintoma ou de qualquer sensação incomun que possa ocorrer com você durante o teste de esforço é de primordial importância. Você é responsável pela comunicação plena de sua história médica, assim como dos sintomas que podem ocorrer durante o teste. Espera-se também que você comunique a quem vai realizar o teste todas as medicações (incluindo aquelas obtidas sem prescrição) tomadas recentemente. Indagações São encorajadas todas as perguntas acerca dos procedimentos usados no teste de esforço ou dos resultados de seu teste. Se você tem quaisquer preocupações ou dúvidas, queira pedir-me informações adicionais. Uso dos valores registrados Os valores obtidos com o teste de esforço serão utilizados com finalidade científica em um estudo sobre percepção de esforço com o devido respeito a sua privacidade. Liberdade de consentimento Concordo voluntariamente em participar de um teste de esforço a fim de determinar minha capacidade de realizar exercícios em uma determinada intensidade. Minha permissão em realizar esse teste de esforço é dada voluntariamente. Compreendo que tenho o direito de interromper o teste em qualquer ponto se assim o desejar. Desde já autorizo a divulgação dos dados com fins científicos sem, no entanto, desrespeitarem minha privacidade. Li este formulário e compreendo os procedimentos do teste a que irei me submeter e os riscos e desconfortos inerentes. Conhecendo esses riscos e desconfortos e tendo tido a oportunidade de formular as questões que me foram respondidas satisfatoriamente, consinto em participar desse teste. Rio de Janeiro, de de 2004 TESTEMUNHA__________________ AVALIADO______________________ AVALIADOR _____________________ 32 ANEXO 4 Escala subjetiva de esforço (Escala de Borg) 0 Nenhuma atividade 0.3 0.5 Extremamente leve 1 Muito leve 1.5 2 Leve 2.5 3 Moderado 4 5 Forte 6 7 Muito forte 8 9 10 Extremamente forte 11 12 Máximo absoluto BORG, G. (2000). Escalas de Borg para a dor e o esforço percebido. Manole. APÊNDICES APÊNDICE A FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS MT 1 FC BORG E1 E2 E3 E4 MT 2 FC BORG MT 3 FC BORG 70% 85% 70% 85% 70% 85% 70% 85% LACTATO REPOUSO E1 70% 85% 3º min REPOUSO E2 70% 85% 3º min REPOUSO E3 70% 85% 3º min REPOUSO E4 70% 85% 3º min MD 1 FC BORG MD 2 FC BORG MD 3 FC BORG APÊNDICE B TERMO DE INFORMAÇÃO À INSTIUIÇÃO De: Leonardo Allevato Magalhães Para: Assunto: Data: Venho por meio desta solicitar autorização para realização da pesquisa “xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx” na Academia xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, com início em xx de yyyy de 2004. Os indivíduos avaliados serão submetidos a uma bateria de testes de xxxxxxxxxxxxx. Todos os indivíduos a serem avaliados estão cientes que em estudos desta natureza podem ocorrer algum tipo de desconforto. Caso aconteça algum, ou qualquer outro problema que tenha relação direta com a participação nesse estudo, todos os indivíduos voluntários à pesquisa receberão atendimento imediato, sem nenhum tipo de ônus material ou pessoal. Caso alguma anormalidade seja detectada antes ou durante a coleta de dados deste estudo, o teste será interrompido, sendo de inteira responsabilidade do avaliado a procura dos tratamentos cabíveis. Todos estão cientes também que podem abandonar este estudo a qualquer momento, sem que nenhuma implicação recaia sobre eles, além de concordarem com a utilização das informações obtidas nesse estudo para fins científicos, desde que não sejam divulgadas suas identificações. Atenciosamente, _________________________