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Publicação: 19/11/2013
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CRESCIMENTO ACELERADO DA INDÚSTRIA NAVAL BRASILEIRA
SEGUROS CRESCIMENTO ACELERADO DA INDÚSTRIA NAVAL BRASILEIRA 19/11/2013 - 21:30:56 Share on
facebookShare on twitter Risco preocupa o mercado segurador Especialistas discutem diferenças e vantagens entre
produtos da Noruega e da Inglaterra O mercado segurador observa com muita preocupação o crescimento acelerado
da indústria naval brasileira. Está é a opinião da diretora da Aon, Maria Helena Carbone, para quem o crescimento do
risco por unidade (embarcação) é bastante elevado. Como exemplo, citou o caso de uma embarcação da empresa
Maesk Triple-E, que representou um risco (sinistro), até o momento, de US$ 1,8 bilhão em um único navio. “É dessa
maneira que o mercado segurador analisa o crescimento da indústria naval, que concentra mais risco em menos
unidades e mais tonelagem”, ressaltou Produtos Durante workshop Seguro de Cascos Marítimos promovido pela
Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) realizado nesta terça-feira na Escola Nacional de Seguros
(Funenseg), a especialista, ao falar sobre “Seguros marítimos condições norueguesas e a regulação de sinistros”,
defendeu sua tese ao apontar o modelo nórdico como o melhor para o mercado segurador do que o brasileiro que,
segundo ela, é uma cópia do inglês. Segundo explicou, a navegação no mundo está em franco desenvolvimento e é
muito dinâmica, motivo que a levou citar a condição norueguesa que já está disponível no mercado interno. “É um
produto muito interessante e muito bem desenvolvido, considerando com menor número de gaps para o interesse do
segurado, equilibrando a relação entre segurador e segurado. Só que no Brasil este produto ainda está engatinhando
na utilização dessa condição”. Diferença A grande diferença entre o sistema nórdico e o inglês, segundo ela, se trata
do All risk, ou seja, uma apólice que cobre todos os riscos desde que não estejam excluídos na apólice. Essa
modalidade, explicou, traz uma segurança maior uma vez que, se surgir uma situação nova - uma bactéria corroer o
aço de um casco de um navio e que até hoje não é conhecida -, o seguro paga, é coberto porque não está excluído.
“É uma apólice pró-ativa. A nossa é restritiva, pois tudo tem que estar denominado na apólice. Tem outra
característica. A nórdica é revista de três em três anos para cumprir os procedimentos necessários da dinâmica do
mercado de navegação, que muda a cada ano numa velocidade grande”, disse, acrescentando que o modelo
brasileiro é estático. “Tudo que for alterado é por endosso e acaba ficando uma apólice confusa com muitos
remendos, enquanto que a outra evolui sempre em comum acordo entre as partes envolvidas”, ressaltou Maria Helena
Carbone. Maior desafio Em conversa com o MONITOR MERCANTIL, a executiva da Aon frisou que o maior desafio do
mercado segurador não é criar uma nova legislação para adotar o que há de mais moderno e que já está sendo
utilizado no Brasil por algumas empresas para facilitar a “vida” do segurado. Essas medidas, segundo ela, poderiam
ser adotadas no Brasil da mesma maneira que são usadas no exterior, com pequenas adaptações na legislação
brasileira. Que ficariam a cargo da Susep e das seguradoras. “A Susep tem autorizado a utilização dessa
modalidade, mas precisa nos ajudar a adaptá-la ao Brasil. Talvez nós tenhamos que reduzir as alterações que ainda
são feitas, se for possível, para atender as normas brasileiras”, disse. Prestar serviços Maria Helena Carbone lembrou
que a preocupação do mercado segurador nórdico não se baseia em ser o mais barato mas, sim, o melhor, ou seja,
prestar serviços. “Não é só vender o seguro. É apoiar porque a empresa de navegação se preocupa em navegar, que é
o negócio dela. Sinistros, muitos deles não sabem como lidar. Se o segurador souber como apoiá-los, vai ajudar
muito na solução dos problemas e torná-los mais barato”. Já Salvador Picolo, da Picolo e Associados Marine and
Cargo Surveyors, que também participou do evento, tem uma visão um pouco diferente de Maria Helena Carborne.
Conforme afirmou, o segurador é, antes de tudo, um vendedor de apólice de seguro no entanto, que deve atuar dentro
dos limites impostos pelo segmento de mercado que atua. Avaliação do risco “O mercado vê de uma maneira muito
boa o crescimento do setor naval, que será o mantenedor do seu negócio mas dentro dos limites impostos pelo
mercado”. Picolo fez questão de ressaltar ao MM que o principal problema do mercado segurador em relação ao setor
naval, hoje, diz respeito, em alguns casos, da falta de avaliação do risco anteriormente. Esse ponto, segundo ele,
tem sido o grande problema encontrado dentro do mercado brasileiro e mundial, aonde sua empresa também atua. “A
tendência é que isso seja corrigido, principalmente pela parte financeira que está sendo muito afetada. Acho que num
futuro bem próximo os seguradores devem fazer alguma legislação para impor algumas condições específicas”,
enfatizou. Avanço tecnológico Como forma de suprir essa lacuna, de identificar o risco anteriormente, ele sugere que
o mercado segurador brasileiro siga o modelo inglês, onde há um comitê conjunto que faz a determinação da
vistorias, que tipo de vistorias e o que deve ser verificado. “Como se fosse uma auditoria técnica em cada navio,
plataformas entre outros”. Na sua opinião, um dos desafios que o mercado segurador também deve enfrentar é o
avanço rápido da tecnologia. Esse tema, de acordo com ele, vai ser o requisito básico para toda e qualquer pessoa
que atue na área técnica quanto na área de emissão. “Todos devem estar preparados porque a tecnologia no mundo
está avançando a passos muitos rápidos. Acho que ainda falta alguma coisa para as seguradoras. Mas o processo
já está andando. Atualmente, há um intercâmbio entre seguradoras nacionais e estrangeiras, joint-venture, para
isso. Isso já está acontecendo a título de transferência de tecnologia. A tendência é aumentar e melhorar cada vez
mais a mão-de-obra porque todos precisam melhorar”, concluiu Picolo.
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