Respostas de 43 experientes profissionais (entre 56 contatados) a três questões
sobre possíveis problemas nematológicos nos Estados Unidos em anos vindouros
(aplicação do questionário e compilação de dados pelo Dr. Tom Powers / University of Nebraska)
Questão # 1: Você considera provável que nos próximos 5 a 10 anos novas espécies ou raças de
fitonematoides, capazes de causar perdas econômicas relevantes a culturas agronômicas,
venham a ser encontradas nos Estados Unidos?
R: Todos os nematologistas afirmaram ser provável, muito provável ou mesmo inevitável que isso
venha a acontecer. Mais de 50% deles, todavia, destacaram acreditar que o desenvolvimento de
novas raças/patótipos e/ou a simples ampliação na distribuição das espécies já ocorrentes nos
Estados Unidos os preocupavam tanto quanto a eventual introdução de espécies exóticas.
Questão # 2: Na hipótese de uma nova espécie potencialmente muito destrutiva vir a ser
introduzida nos Estados Unidos, o país conta com conhecimento, infraestrutura e recursos para
limitar os prejuízos?
R: Vários responderam que as ações abrangentes e efetivas preconizadas e adotadas pelo
USDA/APHIS (Serviço de Inspeção Vegetal e Animal) logo após a identificação/descoberta de
Globodera pallida em áreas do estado de Idaho deveriam constituir modelos a se seguir em casos
de futuras introduções de espécies altamente destrutivas. Porém, ressaltou-se que, nos estados
em que inexistem nematologistas bem treinados, a detecção de tais novas espécies poderá
demorar mais, prejudicando sensivelmente os esforços no sentido de se por em prática um
programa amplo de manejo. Ainda nesse aspecto, a escassez atual de oportunidades de
treinamento em Fitonematologia foi levantada como fator negativo a dificultar a adoção de
táticas de manejo em curto prazo, como necessárias em tais situações.
Questão # 3: Na atual luta contra as espécies de fitonematoides de maior expressão nos Estados
Unidos, você diria que estamos ganhando a partida, perdendo a batalha ou empatando o jogo?
R: Dezoito nematologistas opinaram que estamos perdendo a batalha e 17 entenderam que o
jogo segue empatado, por ora. Há um sentimento de frustração, para a maioria dos profissionais
que responderam, pela falta de opções realmente eficazes no manejo de nematoides de galhas e
de cistos na atual fase – pós-produtos químicos nematicidas.
Constatações úteis à formulação de um programa de detecção e identificação de
novas formas de nematoides de galhas e de cistos nos Estados Unidos.
(questionário-base e compilação de dados pelo Dr. Tom Powers / University of Nebraska)
01 ) O histórico recente da Fitonematologia nos Estados Unidos claramente aponta na direção de
introduções de novas e destrutivas espécies no país;
02 ) É muito provável que novas espécies de fitonematoides, ainda não detectadas, já estejam
presentes nos Estados Unidos;
03 ) É de se esperar que considerável período venha a ocorrer, em muitos casos, entre a introdução
e a detecção de novas espécies de fitonematoides nos Estados Unidos;
04 ) A detecção precoce de infestações por novas espécies é crítica em termos de elaboração de
estratégias de manejo bem sucedidas.
05 ) Em vários estados norte-americanos, inexiste pessoal treinado e competente para promover a
detecção rápida de novas espécies introduzidas;
06 ) As oportunidades de treinamento de pessoal em Nematologia de Plantas nos Estados Unidos
são poucas atualmente e estão se tornando cada vez mais restritas;
07 ) O Serviço de Inspeção Vegetal e Animal (APHIS) do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA), através do seu setor quarentenário (PPQ), conta com estrutura central adequada
para agir rápida e eficientemente em resposta a notificações de novas introduções de nematoides,
mas os estados não!
08 ) Uma vez estabelecida e relativamente bem disseminada no país, não há meios de se promover
a erradicação de uma nova espécie de nematoide;
09 ) Os métodos de controle, ou manejo, de fitonematoides disponíveis em 2013 são praticamente
os mesmos de 50 anos atrás, com a agravante de que o leque de produtos químicos nematicidas
hoje ao alcance para uso nos Estados Unidos é muito mais restrito;
10 ) Algumas técnicas atuais de manejo apresentam maior precisão, porém exigem elevado grau de
conhecimento acerca das especificidades que caracterizam as infestações locais por nematoides
para que sejam aplicadas com sucesso;
11 ) O controle eficaz de fitonematoides através de cultivares resistentes está disponível apenas
para algumas espécies em certas culturas e regiões do país; e
12 ) Não se dispõe, até o momento, de subsídios que permitam antever os reais efeitos das
mudanças climáticas sobre o manejo de fitonematoides no futuro.
Recomendações gerais em relação ao planejamento e à implantação
do manejo de fitonematoides
01 ) Estimular profissionais com interesses no controle de fitonematoides, envolvidos em projetos
de âmbito regional, a atuar em conjunto, criando programas mais abrangentes e racionais de
manejo integrado, evitando dispersão e/ou duplicação de esforços;
02 ) Treinamento adequado, a cargo de nematologistas experientes, de profissionais, mormente
com perfil extensionista, nos fundamentos do manejo integrado de fitonematoides, para que estes
possam orientar, por sua vez, as pessoas destinadas a auxiliar nas detecções de possíveis novas
espécies de nematoides no campo (os chamados “first-responders”);
03 ) Estabelecimento de um programa nacional de aprendizado de Fitonematologia ao nível de
campo, em etapas ou estágios sequenciais;
04 ) Utilizar a Society of Nematologists como entidade-base de apoio e orientação na elaboração de
recomendações de manejo.
Download

PDF incluindo sequência de três dos eslaides