A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO PARA ESPAÇOS NÃO-ESCOLARES: UMA ANÁLISE DOS CURRÍCULOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFPE PARA ATUAÇÃO NA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS Elaine Cristina Pereira de Aguiar1 Gérsyka Fernanda Correia de Freitas2 Irleide Viturino da Silva3 Ana Cristina Baptistella4 RESUMO: Este texto apresenta elementos para uma reflexão a partir da análise do resultado de uma pesquisa que objetivou identificar se o curso de pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco prepara o profissional para atuar na área de Recursos Humanos. Para se fazer a relação entre formação e a atuação do pedagogo na área, nos apoiamos em pesquisadores como LIBÂNEO (2007), RIBEIRO (2008), BRANDÃO (1981) e TOLEDO (1987) que defendem a idéia de que as áreas de atuação do pedagogo estão cada vez mais amplas na sociedade e que isso deve ser contemplado na formação desse profissional. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com entrevistas semi-estruturadas aplicadas com estudantes e professores do curso de pedagogia da UFPE, pedagogos já formados nesta instituição que atuam em RH e as empresas que os contrataram. Analisamos também os últimos currículos do curso a fim de identificar se os mesmos vêm acompanhando a ampliação da área de atuação do pedagogo. Palavras-chave: Currículos de pedagogia, Formação do pedagogo, atuação em Recursos Humanos. INTRODUÇÃO Como graduandas do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco, sentimos a necessidade de compreender se a nossa formação é 1 Graduanda do 9º período do curso de Pedagogia da UFPE. Graduanda do 9º período do curso de Pedagogia da UFPE. 3 Graduanda do 9º período do curso de Pedagogia da UFPE. 4 Profª. Drª. do Departamento de Administração Escolar do Centro de Educação da UFPE. 2 2 suficiente para o ingresso em qualquer espaço que requeira o desenvolvimento de práticas pedagógicas, em específico, no âmbito empresarial. Sendo assim, este estudo busca verificar se o curso de Pedagogia desta Instituição prepara o pedagogo para o desafio de atuar em espaços não-escolares, mais especificamente, na área de Recursos Humanos, pois histórica e culturalmente o pedagogo sempre atuou na educação escolar e sua inserção nas empresas tem se dado de maneira importante, porém lenta e gradual. Mas antes de iniciarmos esta discussão, torna-se indispensável apresentarmos o conceito de educação que fundamenta esta pesquisa, conceito esse que sofreu ampliação devido às transformações contemporâneas e que é definido por Brandão (2006) da seguinte forma: Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: Para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações. (...) Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a única prática... (p. 7 e 9). Estando a educação presente em diferentes esferas da sociedade, torna-se necessário um pedagogo capaz de intervir nesta realidade, de forma a dar intencionalidade ao processo educativo, isso requer que a sua formação seja ampla de tal forma que o mesmo acompanhe as transformações do meio social. Sabendo disso, sentimos a necessidade de investigar se o curso de Pedagogia da UFPE vem acompanhando as mudanças ocorridas no âmbito pedagógico fora do espaço escolar, mais especificamente no ambiente corporativo, e de que forma contribui para essa inserção do pedagogo neste espaço. Este estudo originou-se de nossas indagações no decorrer do curso como conseqüência da disparidade existente entre a ampliação dos espaços de atuação do pedagogo e a sua formação, sinalizando que a mesma está voltada primordialmente ao magistério, tratando assim, a atuação em espaços extra-escolares de forma marginal. Para responder aos nossos questionamentos, iremos analisar as duas últimas reformas curriculares do curso de Pedagogia da UFPE, bem como buscar compreender através de pesquisa qualitativa, utilizando-se de questionários semi- 3 estruturados, o que pensam os discentes que pretendem atuar na área, alguns docentes do curso, os pedagogos formados nesta instituição que atuam em RH e as empresas contratantes destes profissionais, a fim de identificar se a graduação em Pedagogia da UFPE vem acompanhando as mudanças ocorridas no âmbito da pedagogia empresarial. Face às diversas possibilidades de contribuição deste profissional na sociedade do conhecimento, Libâneo (2007) afirma que: O curso de pedagogia deve formar o pedagogo stricto sensu, isto é, um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender demandas sócio-educativas de tipo formal e não-formal e informal, decorrentes de novas realidades – novas tecnologias, novos atores sociais (...) – não apenas na gestão, supervisão e coordenação pedagógica de escolas, como também na pesquisa, na administração dos sistemas de ensino, no planejamento educacional, na definição de políticas educacionais, nos movimentos sociais, nas empresas, nas várias instancias de educação de adultos, nos serviços de psicopedagogia e orientação educacional... (p. 38-39). Portanto, é preciso preparar profissionais de pedagogia para desenvolver atividades nas diversas esferas da sociedade dentre elas na área corporativa, atendendo, dessa forma, a multidimensionalidade do processo educativo, permitindo assim que os pedagogos ocupem outros espaços que não sejam apenas a escola, acabando com a idéia de que a mesma seria o único espaço possuidor das práticas pedagógicas. Assim, é imprescindível dentro dos espaços extra-escolares a educação como ferramenta para formação de profissionais críticos e reflexivos capazes de entender e modificar a sua realidade. Ainda segundo Libâneo (2007): É quase unânime entre os estudiosos, hoje, o entendimento de que as práticas educativas estendem-se às mais variadas instâncias da vida social não se restringindo, portanto, à escola e muito menos à docência, embora estas devam ser a referência da formação do pedagogo escolar. Sendo assim, o campo de atuação do profissional formado em Pedagogia é tão vasto quanto são as práticas educativas na sociedade. Em todo lugar onde houver uma prática educativa com caráter de intencionalidade, há aí uma Pedagogia. (p.51). Diante disso, torna-se necessário que o profissional de Pedagogia esteja preparado para ingressar no mercado de trabalho, a fim de desenvolver habilidades e 4 atividades de planejamento, avaliação, organização de projetos de aprendizagem, além de desempenhar funções docentes em cursos de capacitação e aperfeiçoamento profissional em serviço, assessoramento, coordenação pedagógica e pesquisa educacional em diversos espaços não escolares. Para que estas necessidades sejam supridas, a Universidade precisa estar atenta ao seu papel e proporcionar aos alunos o desenvolvimento dessas competências. Optamos, assim, por investigar se o curso de Pedagogia vem acompanhando às demandas presentes no mundo do trabalho, diante do que denominamos de Sociedade do Conhecimento, como também compreender o que pensam o corpo docente e discente desta instituição e das empresas com relação aos novos conceitos de atuação dos pedagogos em espaços não escolares, e se estes têm encontrado espaço nas empresas, nos setores de Recursos Humanos como, por exemplo, na coordenação de projetos, programas de treinamento de funcionários e etc. Essa é a nossa preocupação central, ou seja, o que nos leva a desenvolver essa pesquisa, visando contribuir com a mesma para que ocorram as mudanças necessárias a fim de se estabelecer uma formação mais ampla do profissional de Pedagogia. Para isso, faremos análises dos dois últimos currículos do curso de Pedagogia da UFPE, a fim de identificar a presença de subsídios para atuação desse profissional na área de Recursos Humanos. Realizaremos, ainda, o recolhimento e sistematização da opinião dos docentes, discentes, profissionais atuantes e empresas contratantes sobre a formação que o Pedagogo tem na UFPE. BREVE HISTÓRICO DO CURSO DE PEDAGOGIA NO BRASIL E NA UFPE Diante da necessidade de se formar docentes para atuar em escolas secundárias foi criado no Brasil o curso de Pedagogia juntamente com outras licenciaturas pelo decreto lei nº 1190 de 1939 na antiga Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil. A princípio o curso visava a dupla formação nas habilitações em Bacharel e Licenciatura na área pedagógica constituída de disciplinas de natureza pedagógica a serem cursadas no período de um ano juntamente com disciplinas de conteúdo com duração de três anos . Assim, formava-se primeiramente o bacharel (nos três anos de 5 curso) em seguida se fazia o curso de didática (com um ano de duração) o chamado 3+1. Em 1962 o curso sofreu algumas mudanças em sua estrutura permanecendo assim até o ano de 1969 quando se pensou na abolição dessa distinção entre bacharelado e licenciatura criando-se então as habilitações, cumprindo-se o que dizia a lei 5540/68. Contudo a divisão do curso permaneceu de forma diferenciada ficando dividido em dois blocos distintos, ou seja, disciplinas de fundamentos de educação e as habilitações específicas. A partir daí, o curso passou a formar o especialista em educação, podendo atuar nas áreas de supervisão, orientação, administração, inspeção escolar e etc., como também a docência para os primeiros anos do ensino fundamental. Nesse mesmo contexto o Parecer CFE n° 252/69, incorporado à resolução CFE n° 2/69 fixava ao profissional formado em Pedagogia o título de Licenciado entendendo, por assim dizer, que este poderia exercer o magistério no Curso Normal, porém não lhe era garantido o mesmo exercício no magistério primário, pois, para isso, era exigida mais qualificação para que lhe fosse cedido este direito. Essa legislação estabelecia também uma base comum às disciplinas do curso de Pedagogia, partindo do princípio de que para se obter as habilitações era necessário, antes, ter uma base comum de estudos onde seriam trabalhados os conceitos básicos fundamentais para qualquer formação profissional na área, seguida de uma parte diversificada que atenderia as habilitações. A partir daí, várias discussões vão ser levantadas acerca da temática de fragmentação do Currículo de Pedagogia no Brasil que refletem não apenas na sua formação como também na sua identidade. Nesses debates a temática recaía sobre a reformulação do curso de Pedagogia, mais especificamente, o estabelecimento da Base Comum Nacional. Num desses encontros que aconteceram em Belo Horizonte, o princípio “A docência é a base da identidade profissional do educador” gerou descontentamento entre os educadores, pois a docência como base do Curso de Pedagogia era totalmente combatido por eles que também eram contra o estabelecimento de uma especificidade do curso. Com isso, voltou-se a ser discutida nos debates a questão relativa á Base Comum Nacional. Em 1994, foram apontados os entendimentos acerca da mesma, ficando acordado que: 6 • A Base Nacional garantiria uma prática comum educacional independente da escolha de sua área de atuação, estendendo-se a todas as licenciaturas com o objetivo de desenvolver reflexões acerca das questões educacionais e da realidade em que pretende atuar; • A base comum compreenderia uma concepção básica da formação do educador que se caracteriza numa visão de um profissional comprometido com o espaço e o tempo atual, como também, com a construção de uma sociedade justa e democrática; • A base comum incluída nas várias licenciaturas teria como objetivo formar uma consciência crítica e estabelecer um compromisso político do profissional. Esses debates se transformaram num verdadeiro movimento nacional em defesa de uma política global para a formação dos profissionais da educação. O resultado disso culminou em novas condições a serem dadas para a formatação do curso de Pedagogia e das demais licenciaturas. Nessa perspectiva, o curso de Pedagogia rompeu com o paradigma de formação docente que persistia no Brasil nas últimas décadas. Porém, sabemos que o fator impulsionador dos movimentos de reformulação do Curso de Pedagogia foi o ideal para formar o especialista em professor, sendo esta, uma visão reducionista e tecnicista do educador. Com isso, alguns cursos passavam ao largo da temática das mudanças decorridas no mundo do trabalho, atualizando conteúdos e introduzindo novas perspectivas. Diante disso, o Conselho Nacional de Educação apresentou uma proposta de diretrizes curriculares, em que se assumia o ideal de que o Curso de Pedagogia formava o profissional para atuar no ensino, na organização, na gestão de sistemas e difusão de saberes nas diversas áreas do conhecimento, tendo a docência como base obrigatória de sua formação profissional. Essa reformulação abrangia os campos de atuação do pedagogo, rompendo com a tradição tecnicista que separava a teoria da prática. Ficou entendido que o pedagogo necessita de uma formação diversificada, de forma a atender as diferentes demandas sociais, como também, articular a sua formação aos aspectos inovadores presentes no mundo contemporâneo. Desde o seu surgimento o curso de Pedagogia da UFPE, reconhecido pelo Decreto Lei Federal n°. 1.254/50, DOU de 08/12/50, possui a docência como eixo norteador e, a partir de 2001.1, foi instituída a prática pedagógica como eixo articulador dos diversos componentes curriculares. 7 A sua grade curricular composta no ano de 1986 trazia as seguintes disciplinas distribuídas em 7 (sete) grupos: -Ciclo Geral -Ciclo Profissional (Tronco Comum) -Habilitação para o Magistério de 2° Grau. -Habilitação em Administração Escolar -Habilitação em Supervisão Escolar -Habilitação em Orientação Educacional -Eletivas. Assim como era estabelecido, o curso continha ciclo geral ou tronco comum juntamente com as disciplinas específicas para se obter as habilitações e quantas mais o aluno quisesse cursar até completar a carga horária de 2.290 horas. Contudo, a partir de 1987 os currículos do curso de Pedagogia sofreram quatro reformulações, sendo duas totais (1987 e 1988), e duas parciais (1989 e 1990). No ano de 1987 houve uma reforma curricular do curso de Pedagogia que traria algumas modificações em sua estrutura e estas seriam implantadas no ano seguinte. Assim, estabeleceu-se a obrigatoriedade da habilitação do Magistério com disciplinas que seriam integradas no tronco comum do curso, sendo verificadas também outras alterações envolvendo a criação de disciplinas obrigatórias, mudanças de epígrafe, desdobramento de disciplinas, exclusão de disciplinas obrigatórias e eletivas e transformação de disciplinas eletivas em obrigatórias. Compôs-se então a seguinte grade curricular: -Ciclo Geral -Ciclo Profissional -Tronco Comum ( incluindo o Magistério ) -Habilitação em Administração Escolar -Habilitação em Supervisão Escolar -Habilitação em Orientação Educacional -Eletivas de cada habilitação -Eletivas gerais A reforma curricular de 1988, implantada no ano seguinte, tinha como objetivo aperfeiçoar a reforma já implantada a partir de 1986.2, definindo as habilitações, como também, promover outras alterações que compreendiam a criação e exclusão de disciplinas obrigatórias e eletivas, alterações de carga horária e requisitos e fusão de disciplinas sem alterar a estrutura da grade mencionada anteriormente. 8 As duas últimas modificações curriculares implantadas em 1990 e em 1991 foram parciais, reajustando apenas o perfil já aprovado em 1988, alterando os requisitos, carga horária e criando disciplinas obrigatórias. Ressaltando o princípio de uma formação ampla para o profissional de Pedagogia, em que este poderá atuar em todas as áreas de educação, o Manual Acadêmico do Curso de Pedagogia da UFPE (2003) afirma que: O pedagogo também atua na Educação Infantil, na Educação de Jovens e Adultos e na Educação Especial. Além da docência, o pedagogo atua na gestão de sistemas e unidades escolares, na coordenação pedagógica e em projetos educacionais escolares e não escolares. (p. 4). Com isso, entendemos que o lugar de atuação do Pedagogo não está restrito às escolas e que o seu destino também não é apenas a docência, mas sim que este profissional merece espaço em todos os âmbitos onde há possibilidade de se desenvolver uma prática pedagógica. RECURSOS HUMANOS E PEDAGOGIA A expressão Recursos Humanos passou a ser utilizada na década de 70 para designar o campo da Administração que trata dos aspectos relativos ao elemento humano, ou seja, aos problemas de pessoal de qualquer agrupamento organizado. Neste período as pessoas eram vistas como meros recursos, porém, atualmente, são vistas como colaboradores que impulsionam a organização. Toledo (1987) define a área de RH como um conjunto de princípios, estratégias e técnicas que visam contribuir para a atração, manutenção, motivação, treinamento e desenvolvimento do patrimônio humano de qualquer grupo humanizado. Tendo como algumas das principais funções: treinamento, aconselhamento, contribuição para um clima motivacional de ensino, seleção de pessoal, consolidação de integração grupal, através da discussão e estabelecimento conjunto de objetivos, motivação do grupo, capacitação para o desempenho da função, contribuição para o desenvolvimento dos elementos jovens e etc, tendo como objetivo aumentar o índice de participação das pessoas nas atividades organizacionais, o que resulta em condições propícias à sua autorealização. 9 Alguns autores, como Gil (2001), afirmam que a expressão “Gestão de Pessoas” seria mais adequada para representar os desafios profissionais no mundo cada vez mais globalizado, pois dá idéia de que gerir pessoas com seus problemas, angústias e alegrias é diferente de administrar apenas “recursos”. Entendidas desse modo as pessoas constituiriam o capital intelectual da organização, devendo, portanto, serem tratadas como parceiros do negócio e não apenas como simples empregados contratados. Para a Pedagogia, Recursos Humanos trata de pessoas em sua totalidade e não as percebe apenas como recursos, pois se tratando de um curso de base humanista, ele vê o ser humano dentro das diversas esferas, seja psicológica, sociológica, filosófica, antropológica, enfim, levando em consideração todas as influências e vivências do indivíduo. Percebe-se a importância de se ter um pedagogo na empresa a partir do momento que a mesma pode ser considerada um espaço educativo que se estrutura como uma associação de pessoas em torno de uma atividade com objetivos específicos. Cabe à Pedagogia a busca de estratégias para a realização desses ideais e objetivos precisamente definidos, ou seja, neste contexto a Pedagogia tem como finalidade principal provocar mudanças no comportamento das pessoas de modo que estas melhorem tanto a qualidade do seu desempenho profissional quanto pessoal. Dessa forma, é essencial desenvolver a sensibilidade para atender às adequações do indivíduo e da própria organização. ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO RH Com a nova concepção acerca do papel dos indivíduos nas organizações, o RH sofreu mudanças e passou a exigir profissionais que mostrassem competências como: espírito de liderança, orientação para o cliente, orientação para resultados, comunicação clara e objetiva, flexibilidade, adaptabilidade, criatividade, pró-atividade e aprendizagem contínua. Foi neste contexto que a Pedagogia Empresarial ganhou força e tornou-se uma das possibilidades de atuação do Pedagogo. Etnologicamente, a palavra grega “pedagogo” significa “condutor”, ou seja, aquele profissional que sabe conduzir o processo educativo, conseguindo mudar certos comportamentos em direção de seus objetivos. Cabe ao Pedagogo ter em mente que as iniciativas de educar devem partir dele e não apenas das organizações. 10 Com as “novas” exigências, a Pedagogia Empresarial se apresenta segundo Ribeiro (2008), “... como um elemento de articulação entre o desenvolvimento das pessoas e as estratégias organizacionais.” (p. 10), levando o RH a se tornar mais sensível às dinâmicas das relações indivíduo-sociedade, compreendendo que acima de tudo o espaço organizacional valoriza a dimensão e a dignidade humana, sendo um dos propósitos a qualificação de todo pessoal elevando a qualidade e a produtividade organizacional. Para que sejam cumpridos os propósitos da Pedagogia Empresarial, cabe ao profissional de Pedagogia deter uma formação filosófica, humanista e técnica para que possa desenvolver a capacidade de atuação junto aos Recursos Humanos da empresa. Segundo Ribeiro (2008): Um processo de formação mais efetivo inclui disciplinas, como Didática Aplicada ao Treinamento, Jogos e Simulações Empresariais, Administração do conhecimento, Ética nas Organizações, Comportamento Humano nas Organizações e Mudanças nas Organizações, educação e Dinâmica de Grupos, Relações interpessoais nas Organizações, desenvolvimento Organizacional e Avaliação de Desempenho. (p. 13). Para atender a esse processo de formação mais efetivo, é necessário que os cursos vigentes nesta área passem a oferecer uma formação mais direcionada para essas novas demandas, não só a Pedagogia Empresarial, mas toda Pedagogia que não se dá em espaço escolar. Observa-se ainda que, as atividades do Pedagogo Empresarial encontram-se relacionadas a quatro campos específicos: atividades pedagógicas, sociais, burocráticas e administrativas. E estas permitem a atuação em escolas e empresas em função de natureza técnico-pedagógica e administrativa. (Ribeiro, 2008). O Pedagogo empresarial recebe novas funções, passando a ser o motivador, o formador e mediador de novas e diferentes estratégias nas diversas instâncias do sistema organizacional, sempre com o objetivo de promover o desenvolvimento das competências humanas, como também atender as demandas do mercado. Acima de tudo, este profissional visa obter o crescimento pessoal e profissional de cada membro da organização, independente do nível de hierarquia, ou seja, adquirindo cada vez mais conhecimento, interagindo, ouvindo e interpretando as necessidades do trabalho das equipes. 11 Assim, é importante observar que ao Pedagogo Empresarial é solicitada uma formação específica, que contemple a dualidade na visão da empresa e do indivíduo, esperando-se deste profissional que ao implantar na organização fatores como desenvolvimento, solidariedade e crescimento pessoal, adquiram uma nova cultura de mudanças significativas de comportamento. METODOLOGIA Este estudo se desenvolveu a partir das indagações acerca da formação do pedagogo na UFPE e o reconhecimento de novos espaços de atuação, pois identificamos na sociedade do conhecimento uma ampliação do campo pedagógico dentro do espaço empresarial. Para responder a estes questionamentos realizamos uma pesquisa, que segundo Minayo (1994) é a atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade, vinculando pensamento e ação, visto que “... nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática”. (p. 17) Esta pesquisa teve caráter primordialmente qualitativo, pois esse tipo de abordagem nos possibilita a obtenção de uma profunda compreensão do contexto da situação. Sobre isso, Teixeira (2007) afirma que: Na pesquisa qualitativa o pesquisador procura reduzir a distância entre a teoria e os dados, entre o contexto e a ação, usando a lógica da análise fenomenológica, isto é, da compreensão dos fenômenos pela sua descrição e interpretação. (p. 137). A princípio, realizamos uma análise documental dos currículos do Curso de Pedagogia da UFPE com o objetivo de verificar a historicidade e as mudanças ocorridas em seu perfil desde o seu surgimento até os dias atuais em relação aos conteúdos e disciplinas voltadas á preparação do profissional para a área de Recursos Humanos. A análise documental segundo Caully (1981) (apud Ludke e André, 1986) “busca identificar informações factuais nos documentos a partir de questões ou hipóteses de interesse.” (p.38) visto que eles constituem um conjunto de informações onde estão registrados fatos e dados que compõem a historicidade de um determinado acontecimento ou processo. 12 Dessa forma, esta análise documental busca subsidiar os dados obtidos por meio das entrevistas que foram realizadas como forma de fundamentar o nosso estudo. Sobre isso Ludke e André (1986) afirmam que: Os documentos constituem também uma fonte poderosa de onde podem ser retiradas evidências que fundamentem afirmações e declarações do pesquisador. Representam ainda uma fonte “natural” de informação. Não sendo apenas uma fonte de informação contextualizada, mas surgem num determinado contexto e fornecem informações sobre esse mesmo contexto.(p. 39) Este processo de análise contou também com o suporte de entrevistas semiestruturadas através de questionários individuais que foram aplicados com 20 sujeitos, a fim de verificar suas opiniões a respeito da formação do Pedagogo na UFPE e de sua atuação na área de Recursos Humanos de empresas. Sobre isso, Triviños (1987) (apud Beuren (org.), 2004) afirma que: A entrevista semi-estruturada é a que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida, adicionam-se a uma grande quantidade de interrogativas, fruto de novas hipóteses que surgem no transcorrer da entrevista. Assim, o informante, seguindo espontaneamente sua linha de pensamento e suas experiências cotidianas, influencia a elaboração do conteúdo da pesquisa. (p.133) Os sujeitos foram assim distribuídos: • 5 (cinco) discentes que, atualmente, cursam a Disciplina de Recursos Humanos e querem ingressar nesta área, a fim de identificar o que os levou a essa escolha; • 5 (cinco) docentes que lecionam no Curso de Pedagogia desta Instituição, com o objetivo de identificar suas percepções sobre a formação do pedagogo para a atuação em espaços extra-escolares; • 5 (cinco) profissionais de Pedagogia que atuam na área corporativa , a fim de analisar se o curso ofereceu subsídios suficientes para sua atuação; • 5 (cinco) responsáveis pelas contratações nas empresas onde atuam pedagogos formados na UFPE, com o intuito de analisar o que os levou a optar por pedagogos e se consideram que o profissional formado nesta instituição já possui conhecimento necessário ou se necessita de alguma qualificação especifica. 13 A partir das respostas apontadas pelos sujeitos dessa pesquisa, obtidas por meio da entrevista, juntamente com os resultados da análise documental realizada com os currículos do Curso de Pedagogia oferecido pela UFPE, iremos discutir, no decorrer da pesquisa, de que maneira foram e como vem sendo tratados e pensados os componentes curriculares desse curso em relação à preparação do Pedagogo para atuar na área de Recursos Humanos, como também se os saberes compreendidos em sua formação são suficientes para atuar nesses espaços. Para reforçar e validar as questões levantadas em nossa pesquisa, contamos com o apoio de nosso marco teórico, tendo como base a opinião de alguns autores como Libâneo e Brandão que defendem a idéia de que existem vários tipos de educação e que o processo educativo não acontece apenas no ambiente escolar. Eles defendem também que a educação acontece nos espaços corporativos como, por exemplo, nas empresas como forma de preparação e capacitação dos profissionais que as constituem. ANÁLISE DE DADOS Durante a nossa pesquisa identificamos que o curso de pedagogia oferecido pela UFPE deixa evidente que o seu eixo norteador é a docência, mas que a atuação é ampla. Apesar de deixar clara a possibilidade de atuar em outros espaços, suas reformas nunca se mostraram preocupadas em propor tal preparação. Analisando os últimos currículos do curso de Pedagogia (perfis 1317, 1321 e 1322) identificamos que as modificações ocorridas entre os dois primeiros, tratam-se apenas de uma reforma estrutural, ou seja, no que diz respeito à carga horária e créditos de determinadas disciplinas, mantendo como eixo norteador o magistério, representado por disciplinas como as metodologias, PPPs, fundamentos e introduções que especificam as demais ramificações do campo educacional. Em relação aos perfis 1321e 1322, referentes à última reforma curricular implantada no ano de 2008, pudemos identificar uma mudança mais acentuada do que a ocorrida anteriormente, pelo fato de se manterem algumas disciplinas, da modificação em disciplinas já existentes (como por exemplo, as PPPs) abrangendo espaços escolares e não-escolares, a transferência de disciplinas que antes possuíam caráter obrigatório que passaram a ser eletivas e vice-versa, como também o surgimento de outras disciplinas que têm por objetivo oferecer ao Pedagogo uma visão mais ampla acerca do 14 universo educacional, abordando aspectos como, por exemplo, Movimentos Sociais, Educação Inclusiva, Libras, Tendências e o Desenvolvimento Humano, Cultura Organizacional e Educação, Políticas Educacionais, Tecnologias da Informação e Comunicação, Braile e Tecnologias Associadas, Políticas de Educação Não-Formal, Impactos nas Interações Educacionais, Sexualidade, Adolescência e Juventude Contemporâneas. Vale salientar que a disciplina Recursos Humanos em Educação não se faz presente no novo perfil, sendo criadas duas disciplinas que visam o desenvolvimento de projetos educacionais em espaços não-escolares: PPP 1 (Processos formativos em espaços não escolares) que é obrigatória e a disciplina eletiva Gestão Educacional em Espaços Não Escolares. Diante dessa análise curricular que, como pudemos observar, pouco favorece uma possível atuação do pedagogo em espaços não escolares, decidimos analisar como isso se reflete na prática, como podemos ver a seguir: ALUNOS ALUNOS ANO DE CONCLUSÃO Aluno A 2011.1 Aluno B 2010.2 Aluno C 2010.2 Aluno D 2010.1 Aluno E 2011.1 Quadro 01 – Alunos vinculados ao curso de Pedagogia da UFPE e ano de conclusão No decorrer do processo de aplicação dos questionários com alunos vinculados ao curso de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco e que têm interesse em atuar na área de Recursos Humanos, buscamos identificar os seguintes aspectos: o que levou os alunos a cursar a disciplina de RH, já que a mesma é eletiva, porque escolheram atuar na área de RH e se os mesmos acreditam que o curso os prepara para essa atuação. Ao analisarmos as respostas obtidas, percebemos que houve certa unanimidade quanto aos motivos que os levaram a cursar a disciplina, pois todos eles afirmam que enxergam nela uma possibilidade de conhecer outros diferentes espaços de atuação do 15 Pedagogo fora da escola, como afirma um dos alunos: “Porque acredito que existe espaço para o Pedagogo atuar fora da sala de aula”. (Aluna D). Outro aluno optou por cursar a disciplina de RH em busca de um complemento à sua formação: Para me dar uma formação complementar ao curso de Pedagogia e me preparar para atuar em outra área que não seja apenas a sala de aluna. (Aluna B). Quanto à escolha de pretenderem atuar na área de RH, os motivos foram diversificados, pois alguns têm afinidade pela área, outros buscam melhores salários e outros buscam desenvolver relações interpessoais no setor empresarial: “Escolhi esta área por buscar realização pessoal e um bom salário”. (Aluna B). Sobre este mesmo aspecto outro aluno diz: “Escolhi a área de RH por ela trabalhar a relação entre as pessoas.” (Aluna E). Em relação à sua preparação no curso de Pedagogia da UFPE para atuação em RH os alunos afirmam que o curso não prepara o Pedagogo para o exercício na área, pois as disciplinas ainda são mais voltadas para o magistério: Não muito. O curso é muito voltado para a sala de aula de Educação Infantil e Ensino Fundamental. É preciso procurar disciplinas eletivas para complementar os conhecimentos precisos para outras áreas.” (Aluna B). Acredito que o curso de Pedagogia irá me auxiliar enquanto educador, mas preciso de outros conhecimentos para atuar nesta área. O Pedagogo não está pronto para atuar na área de RH.” (Aluna C). QUESTIONAMENTOS Por que cursar a disciplina de RH? RESPOSTAS • Por enxergar outra possibilidade de atuação além da escola. (unanimidade) Por que atuar em RH? O curso prepara para essa atuação? • Afinidade; • Bons salários; • Relações interpessoais. • Não, pois ele é voltado para o magistério. (Unanimidade) Quadro 02 – Síntese das respostas dos alunos vinculados a UFPE. 16 PROFESSORES PROFESSORES TEMPO DE ATUAÇÃO NO CURSO Professor A 24 anos Professor B 12 anos Professor C 20 anos Professor D 14 anos Professor E 12 anos Quadro 03 – Professores do curso de Pedagogia da UFPE. Na aplicação dos questionários com os professores do curso de Pedagogia da UFPE, buscamos analisar os seguintes aspectos: se eles acreditam que o curso prepara para atuação em espaços extra-escolares e em Rh de empresas. Nos preocupamos também em verificar a opinião dos mesmos com relação às funções que o Pedagogo pode desempenhar nesse espaço e se os docentes acreditam que as reformas curriculares do curso se preocupam com tal preparação. Ao analisarmos as respostas obtidas, percebemos que a maioria dos professores entrevistados acredita que o curso prepara o profissional de Pedagogia para a atuação em espaços extra-escolares, como podemos observar a seguir: Acredito, pois a formação inicial se constitui a partir de fundamentos advindos de outras ciências (Psicologia, Sociologia, Antropologia e Filosofia), os quais servem de base para a produção de saberes que possibilitam o diálogo na atuação do pedagogo, entre a teoria e a prática. (Professora D). Por outro lado, alguns professores dizem que a preparação para espaços extraescolares não se faz possível com o atual currículo do curso da UFPE, pois o mesmo é voltado para o magistério, como podemos ver na fala do professor a seguir: “Não, ele não é voltado para isso. Pois a UFPE tem um compromisso com a melhoria do ensino.” (Professor A). Identificamos ainda que alguns professores acreditam que tal preparação não tem sido a principal finalidade do curso: “Sim, embora de forma preliminar. Porque o currículo não está estruturado para dar ênfase a estes ambientes.” (Professora C) 17 Com relação à formação que o curso oferece para a atuação na área de RH e se a mesma é suficiente, dois dos professores entrevistados afirmam que não, como podemos ver a seguir: O currículo vigente preocupa-se com a formação para espaços nãoescolares, porém não especificamente para a área de RH. Essa só pode ser obtida através de formação continuada. (Professora B) Os que afirmam que o curso prepara para a atuação em RH dizem, porém, que esta não é suficiente. Prepara, mas não é suficiente. Pois acredito que ainda faltam conteúdos para embasar essa área. É preciso trabalhar os fundamentos de RH, e o professor acompanhar o estágio nesta área de forma oficial. (Professora C) Sim. No entanto nenhuma formação é suficiente. Como Freire chama a nossa atenção ela é permanente. Acredito que talvez estejam faltando práticas formativas que levem os alunos a refletirem na formação inicial, sobre as ações educativas existentes nesta área, mas isso de forma critica e criativa. (Professora D) Outro professor também afirma que sim e levanta a questão do tipo de educação que os alunos recebem nesse tipo de preparação: “Sim, mas acredito que a educação que o Pedagogo recebe para esse ambiente o torna um objeto de manipulação da empresa”. (Professor E). Quando questionados se o curso de Pedagogia abre espaço para o profissional atuar em empresas, três dos docentes entrevistados afirmam que sim: Apesar de a escola ser o foco principal de atuação do pedagogo, penso que o curso também abre espaço para outras áreas e isso temos observado pela oferta de trabalho em locais como: Aeronáutica, DETRAN, Chesf e empresas. Isso tem sido possível a proposta do curso de Pedagogia da UFPE. (Professora D) Sim. Porque ele está voltado para trabalhar o ser humano na sua formação inicial e continuada, planejando as relações pessoais e interpessoais. E isso é muito trabalhado nas empresas. (Professora C) Porém outros professores afirmam que o curso não se preocupa com relação à atuação do Pedagogo nas empresas: “Penso que não há ênfase nesse aspecto” (Professora B) No que diz respeito às funções que o Pedagogo pode executar na empresa, os professores mostram opiniões diversificadas: 18 Ele pode atuar no setor de RH, no que se refere à formação dos profissionais qualificados na perspectiva da politecnia, ou seja, autônomos, críticos e criativos; Se a empresa possuir uma creche ele pode atuar na seleção de profissionais e elaboração do Projeto Político Pedagógico que possibilite uma pratica pedagógica humanizadora. Pode ser utopia, mas sem ela não há transformações sociais. (Professora D) Entre as respostas obtidas, existe também certa preocupação com relação às funções realizadas pelo profissional de pedagogia dentro das empresas, por serem semelhantes às desempenhadas por psicólogos e assistentes sociais gerando, dessa forma, uma espécie de rivalidade. Mas, vale ressaltar que a atuação do Pedagogo se diferencia das demais no que diz respeito à formação, desenvolvimento e capacitação profissional pelo fato desse se preocupar com a prática educativa que se realiza como um dos ingredientes básicos da configuração da atividade humana. Quando questionados se eles acreditavam que as reformas curriculares do curso preocupavam-se em preparar o Pedagogo para atuar na área de RH, a maioria acredita que sim: Acho que sim, pois nosso curso entende a Educação tanto nos espaços formais como nos não-formais e acho que as disciplinas presentes na nossa matriz curricular revelam essa preocupação ao longo da formação. Não vou negar que as disciplinas de conteúdos específicos têm uma presença marcante no curso, mas acho que no conjunto temos uma formação que possibilita a atuação do pedagogo em outros espaços. (Professora D) Outro professor afirma que as reformas preocupam-se com a preparação do profissional de Pedagogia para a área de RH, mas que elas ainda não se deram de forma relevante: “Sim, embora ainda não tenha atingido como deveria acontecer para atuar na pratica social. Está iniciada”. (Professora C) Um docente afirma que as reformas curriculares contemplam mais os conhecimentos relacionados ao exercício do magistério: Os cursos de pedagogia das instituições públicas do país desde os anos 1980 têm como foco a docência, a formação do professor para atuar na escola pública, esses conhecimentos a mais ou núcleos específicos de formação tem tido espaços secundário na formação. No caso da UFPE, insisto falta produção de conhecimento no campo que possa alimentar e fortalecer essa formação específica. Assim, mesmo a reforma prevendo a atuação do pedagogo em espaços não escolares, pela razão já aqui exposta, isso não tem acontecido. (Professora B) 19 QUESTIONAMENTOS RESPOSTAS O curso prepara para atuação em • espaços não escolares e em RH? Há formação para atuação em RH, é Sim, o curso prepara para esta atuação. (maioria) • Sim, porém não é suficiente. (maioria) • Formação, desenvolvimento e capacitação suficiente? Quais as funções que o Pedagogo pode desempenhar na empresa? profissional. (maioria) As reformas do curso preocupam-se • Sim, mas não de forma relevante. (maioria) em preparar para atuação em RH? Quadro 04 – Síntese das respostas dos professores do curso de Pedagogia da UFPE. PEDAGOGOS PEDAGOGOS RAMO DE ATIVIDADE DA TEMPO DE ATUAÇÃO EMPRESA NA ÁREA DE RH Pedagogo A Empresa de Transporte Rodoviário 7 anos Pedagogo B Instituição de Ensino 1 ano Pedagogo C Empresa Brasileira de Infra-Estrutura 1 ano Aeroportuária Pedagogo D Empresa de Transporte Rodoviário 3 anos Pedagogo E Empresa de Telemarketing 2 anos Quadro 05 – Pedagogos formados na UFPE, empresas que atuam e tempo de atuação na área de RH. Na aplicação dos questionários com pedagogos atuantes na área de Recursos Humanos, gostaríamos de entender o que os motivou a atuar nesta área, as dificuldades encontradas por eles para ingressar na mesma, se a formação obtida na UFPE foi o suficiente para tal atuação e, ainda, identificar a opinião dos mesmos sobre a importância da atuação do pedagogo nas empresas. Histórica e culturalmente o pedagogo sempre atou na educação escolarizada e sua inserção na educação nas empresas tem se dado de maneira importante, porém lenta e gradual, por isso ao analisarmos as respostas, observamos que os pedagogos atuantes, ao iniciarem sua graduação, não sabiam das possibilidades de sua atuação fora do espaço escolar, como afirma uma das Pedagogas: 20 No início tinha dúvidas quanto à formação do pedagogo, em que nichos poderiam atuar o que efetivamente poderia fazer. Até que uma amiga, também pedagoga em formação, informou que havia essa divisão da pedagogia, (...) (Pedagoga A) Quanto às dificuldades encontradas para atuação, os profissionais foram unânimes ao afirmar que tiveram dificuldades para ingressar na área, seja por falta de conhecimento das empresas, seja por falta de preparação deste profissional, como segue: Sim, encontrei bastante dificuldade. A maioria das organizações, assim como os profissionais que trabalham na área de RH, desconhecem o trabalho do pedagogo nas organizações. (Pedagogo B). Algumas, porém em relação ao que fazer enquanto pedagoga na área de RH, pois não havia literatura sobre, nem outros profissionais de educação ligados à área... (Pedagoga A) (...) sinto dificuldades sobre as teorias de RH, aprendi tudo que sei hoje na prática, a formação teórica para mim ainda é um desafio que procuro minimizar estudando sobre tudo que estou fazendo e é claro perguntando sobre tudo que tenho dúvida aos demais profissionais da área. (Pedagoga D) Quanto ao percurso desses profissionais, a maioria afirma ter tido experiência primeiro em sala de aula e que a atuação em Rh se deu por conseqüência da curiosidade e das oportunidades que apareceram e que não foram desprezadas, o que pode ser observado na fala desta Pedagoga: (...) em 2003, entrei no IMIP, onde havia uma grande defasagem em treinamento, pois ninguém tinha formação na área educacional, portanto os treinamentos desenvolvidos eram apenas os da área médica(...)os programas educacionais existentes hoje em funcionamento lá, foram os criados na época da minha atuação. Havia também supletivo, para os funcionários analfabetos com mais de 40 anos de casa (...) (Pedagoga A). Ao serem questionados sobre a suficiência da formação proposta pela UFPE para atuação na área de RH, quatro dos entrevistados deram respostas negativas, pois acreditam que o curso é muito voltado para o magistério, como afirmam alguns pedagogos a seguir: 21 Não, o curso oferece subsídios apenas para o trabalho do pedagogo dentro dos muros da escola, mesmo assim, focada na formação docente, evidenciando pouco a formação do pedagogo especialista (Supervisor, coordenador, Gestor escolar). (Pedagoga C). Não. O pedagogo formado pela UFPE não está preparado para atuar nesta área, pois é normalmente inserido no contexto escolar formal, enquanto pesquisador. Precisei errar bastante, descobrir com a experiência, ler muitos livros, ir a varias palestras e fazer muitos cursos na área. E digo que ainda preciso aprender bastante. (Pedagoga A). Quanto à opinião dos pedagogos atuantes, percebemos que todos acreditam que é de extrema importância a presença do Profissional de pedagogia em espaços não escolares, como afirma a pedagoga a seguir: A formação do pedagogo o deixa apto para trabalhar com educação, e como sabemos a escola não é o único espaço educacional presente em uma sociedade. Embora concorde que o curso de pedagogia da uma ênfase maior para a atuação em escola, vejo que o curso prepara a sensibilidade, podendo perceber o ato educacional nas suas múltiplas dimensões. (Pedagoga E) Ou seja, a visão ampla advinda da sua formação sobre as ciências aplicadas à educação, o pensamento estruturado e o modelo mental que o curso de pedagogia proporciona, aliados organização e planejamento dão ao pedagogo condições de desenvolver um trabalho multidisciplinar nas organizações empresarias trazendo assim inúmeras contribuições para a sociedade. QUESTIONAMENTOS O que os motivou a atuar na área de RESPOSTAS • RH? Outros profissionais atuantes na área. (maioria) Que dificuldades você encontrou ao • Insuficiência da preparação para atuação. ingressar nessa área? • Falta de conhecimento por parte das empresas. A formação que obteve no curso foi • suficiente para a sua atuação? É importante a atuação do Pedagogo em ambientes extra- Não, o curso tem como foco o magistério. (unanimidade) • Sim, pois a educação pode atingir outras dimensões. (unanimidade) escolares? Quadro 06 – Síntese das respostas dos pedagogos formados na UFPE e atuantes em RH. 22 EMPRESAS EMPRESAS RAMO DE ATIVIDADES Empresa A Empresa de Transporte Rodoviário Empresa B Instituição de Ensino Empresa C Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária Empresa D Empresa de Transporte Rodoviário Empresa E Empresa de Telemarketing Quadro 07 – Empresas contratantes de pedagogos e seu ramo de atuação. Na aplicação dos questionários com os profissionais responsáveis pela contratação dos pedagogos citados acima, buscamos analisar o que motivou a empresa a contratar pedagogos para atuar na área de RH, se a mesma considera que a formação superior que esse profissional obteve é suficiente para a sua atuação e se a empresa vê a possibilidade de crescimento desse profissional na área de RH. Quanto aos motivos que levaram as empresas a contratar pedagogos para a área de Recursos Humanos, o mais apontado foi o fato do profissional de pedagogia possuir uma ampla formação humana voltada para o desenvolvimento de pessoas, como podemos ver a seguir: Optamos por contratar pedagogos pelo fato desses profissionais possuírem uma excelente capacidade didática, pois todos possuem uma formação humana, boa desenvoltura, além de contribuírem para uma maior eficácia dos treinamentos propostos. (Empresa B) Além dos conhecimentos gerais que são proporcionados pelos cursos de pedagogia, outros conhecimentos do pedagogo fazem com que ele seja importante para as empresas, como: conhecer recursos auxiliares de ensino, entender processos de ensino-aprendizagem, saber avaliar seus programas, estudar didática (arte de ensinar), saber elaborar projetos, além desses pré-requisitos que são indispensáveis à função, outros se fazem necessários para uma boa atuação profissional. Com relação à formação que o pedagogo obteve na graduação, as empresas acreditam que a mesma não é suficiente pelo fato de ser voltada ao magistério, como vemos a seguir: 23 Identificamos que o profissional de pedagogia planeja e executa as atividades de forma satisfatória, porém no que diz respeito à parte analítica, mais técnica, que requer um conhecimento mais voltado pra área existe uma certa dificuldade, pois sabemos que o curso é voltado para área educativa. (Empresa E) A formação do pedagogo do ponto de vista didático e obviamente pedagógico corresponde a 50% da sua atuação no mercado empresarial, pois em muitas universidades a formação ainda é escolar, ou seja, não é voltada para a educação corporativa, que demanda uma serie de indicadores e metodologias não contemplados na formação tradicional. (Empresa A) Quanto à perspectiva de crescimento do profissional de pedagogia na área de RH, percebemos que as empresas acreditam que há um amplo campo de atuação, visto que há uma tendência mundial impulsionada pela Sociedade do Conhecimento, como podemos ver abaixo: Sim, agora mais que nunca, pois muitas empresas multinacionais já contratam exclusivamente pedagogos para atuar na área de treinamento e desenvolvimento de pessoas. (Empresa C) Sim, tanto que investimos muito em capacitação, a fim de ampliar sua atuação. Não os restringimos. Aqui o pedagogo não atua apenas em treinamento e desenvolvimento, utiliza outras ferramentas de RH, como por exemplo, avaliação de desempenho, assessoria e programas motivacionais. (Empresa D) Para que os recursos investidos na educação dos profissionais tragam os retornos desejados pela empresa é necessário que o processo pedagógico seja planejado, implantado e desenvolvido de maneira eficaz, demandando profissionais aptos para sua operacionalização, evidenciando nestes espaços, oportunidades de atuação para o pedagogo. Por isso, o pedagogo deve ser preparado de forma eficaz para desenvolver projetos educacionais também nessa área. QUESTIONAMENTOS Que motivos os levaram a contratar RESPOSTAS • pedagogos para atuar no RH? Você acredita que a formação deste profissional é suficiente para atuação em RH? Ampla formação humana e desenvolvimento de pessoas. (maioria) • Não, pois o curso se preocupa em formar professores. (maioria) 24 Existe a possibilidade de crescimento deste profissional no • Sim, devido as novas demandas da sociedade. (maioria) RH? Quadro 08 – Síntese das respostas Empresas contratantes de pedagogos e seu ramo de atuação. CONSIDERAÇÕES No decorrer desta pesquisa, constatamos que a área de atuação do profissional de pedagogia está cada vez mais se expandindo no mercado de trabalho. O pedagogo vem desempenhando funções em âmbitos que ultrapassam os muros da escola, principalmente em empresas, onde sua atuação se dá, mais especificamente, no setor de Recursos Humanos. Mas torna-se importante ressaltar que tal ampliação do campo de atuação do pedagogo deve ser acompanhada por uma formação superior que o possibilite obter os conhecimentos necessários para essa prática. Diante de tal problemática, buscamos analisar se a Universidade Federal de Pernambuco prepara o pedagogo para atuar na área de Recursos Humanos. E a partir das análises identificamos que essa formação para a atuação em espaços não escolares tem se dado de forma precária, pois o curso tem como foco o exercício do magistério. Tal situação pode ser percebida através da análise dos últimos currículos do curso, onde existem poucas disciplinas voltadas para espaços não escolares e, principalmente, para o setor de RH em específico. Essa formação precária também foi apontada pela grande maioria dos sujeitos da nossa pesquisa, pois os alunos que desejam atuar na área afirmam que sabem da necessidade de terem que complementar sua formação com capacitações mais voltadas à área, visto que o curso não prepara o pedagogo para atuar em RH da mesma forma que prepara o pedagogo para o âmbito escolar. O mesmo foi identificado nas opiniões de pedagogos atuantes e das empresas contratantes, quando afirmam que a formação deixa a desejar para a área, pois muitos aspectos que poderiam ser abordados no ensino superior tornam-se dificuldades na hora de se exercer a função. Identificamos ainda, através de alguns professores entrevistados, que a UFPE possui um compromisso com a sociedade de melhorar o ensino público, por isso o fato da abrangência do curso ser o âmbito escolar. 25 Por fim, gostaríamos de deixar claro que mesmo sabendo que o curso tem o compromisso de formar pedagogos para a área escolar, pensamos também que a partir do momento que surgem outras possibilidades de atuação do profissional de pedagogia, o curso tem que acompanhar essa flexibilidade, dando aos seus alunos subsídios necessários para atuação em ambos os campos, deixando que os mesmos façam suas escolhas, estando igualmente preparados para o seu exercício. 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação? São Paulo, SP: Brasiliense, 1981. (Coleção Primeiros Passos). GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo, SP: Atlas, 2001. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 9ª ed. São Paulo, SP: Cortez, 2007. LUDKE, Menga. e ANDRÉ, Marli E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, SP: EPU, 1986. MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 17ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia empresarial: atuação do pedagogo na empresa. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Wak, 2008. TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 4ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. TOLEDO, Flavio de. O que são recursos humanos? 6ª ed. São Paulo, SP: Brasiliense, 1987. (Coleção Primeiros Passos). UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, Manual acadêmico dos cursos de graduação em pedagogia e licenciaturas diversas. 2003. 27 ANEXOS Questionários Universidade Federal de Pernambuco Pesquisa – TCC 01 1. ALUNOS VINCULADOS NOME: _________________________________________________ INSTITUIÇÃO: _______________________ PERÍODO: _______________________ ANO DE CONCLUSÃO: ____________________ 1. PORQUE VOCÊ ESCOLHEU CURSAR A DISCIPLINA DE RECURSOS HUMANOS? 2. EM QUAL ÁREA VOCÊ GOSTARIA DE ATUAR APÓS A SUA FORMAÇÃO? 3. POR QUE VOCÊ ESCOLHEU ESTA ÁREA? 4. VOCÊ ACREDITA QUE O CURSO DE PEDAGOGIA IRÁ PREPARÁ-LO PARA ATUAR NA ÁREA QUE ESCOLHEU? POR QUÊ? 5. ATUALMENTE VOCÊ TRABALHA? ( ) SIM ( ) NÃO 6. SE SIM RESPONDA: a. EMPRESA: _______________________________________ b. FUNÇÃO: ________________________________________ 7. VOCÊ DIRIA QUE A SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL TEM RELAÇÃO COM A ÁREA QUE VOCÊ PRETENDE ATUAR? 28 Universidade Federal de Pernambuco Pesquisa – TCC 01 PROFESSORES DO CURSO DE PEDAGOGIA NOME: _________________________________________________ FORMAÇÃO: _______________________ TEMPO DE ATUAÇÃO NO CURSO: _______________________ 1. VOCÊ ACREDITA QUE O CURSO DE PEDAGOGIA PREPARA PARA ATUAÇÃO EM AMBIENTES EXTRA-ESCOLARES? POR QUÊ? 2. VOCÊ ACREDITA QUE O CURSO DE PEDAGOGIA PREPARA PARA ATUAÇÃO NA ÁREA DE RH? É SUFICIENTE? O QUE FALTA? POR QUÊ? 3. VOCÊ ACREDITA QUE A FORMAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA ABRE ESPAÇO PARA ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NAS EMPRESAS? POR QUÊ? 4. QUAIS AS FUNÇÕES QUE O PEDAGOGO PODE DESEMPENHAR NA EMPRESA? 5. VOCÊ ACREDITA QUE AS REFORMAS CURRICULARES DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFPE PREOCUPAM-SE COM A PREPARAÇÃO DO PEDAGOGO PARA ATUAR NA ÁREA DE RH? 29 Universidade Federal de Pernambuco Pesquisa – TCC 01 PEDAGOGOS ATUANTES NOME: __________________________________________________ INSTITUIÇÃO: ____________________________________________ FORMAÇÃO: _____________________________________________ PERÍODO SE ECTIVER CURSANDO: ________________________ ANO DE CONCLUSÃO: ____________________________________ EMPRESA: _______________________________________________ ÁREA DE ATUAÇÃO: ______________________________________ 1. POR QUE VOCÊ ESCOLHEU ESTA ÁREA PARA ATUAR? 2. VOCÊ TEVE DIFICULDADES PARA INGRESSAR NESSA ÁREA? QUAIS? 3. QUAL O SEU PERCURSO PROFISSIONAL ATÉ AQUI? 4. POR QUE A MUDANÇA NA SUA VISÃO PROFISSIONAL? 5. VOCÊ ACREDITA QUE SUA FORMAÇÃO FOI SUFICIENTE PARA ATUAR NESTA ÁREA? 6. QUE OUTROS CURSOS/ CAPACITAÇÃO VOCÊ FEZ? 7. POR QUE VOCÊ ESCOLHEU ESTE CURSO? QUE CONTRIBUIÇÃO ELE TEVE PARA SUA ATUAÇÃO? 8. QUAIS AS DIFICULDADES QUE VOCÊ ENCONTRA PARA EXERCER SUA FUNÇÃO FORA DO ESPAÇO ESCOLAR? 9. COMO VOCÊ PROCURA RESOLVER OS PROBLEMAS QUE SURGEM EM SEU AMBIENTE DE TRABALHO? 10. COMO SÃO DESENVOLVIDAS AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO SEU TRABALHO? QUE CONTRIBUIÇÃO O PEDAGOGO TEM NESTAS QUESTÕES? 30 11. VOCÊ JÁ TRABALHOU EM SALA DE AULA? POR QUE ESCOLHEU SAIR DA ESCOLA? 12. QUAL A SUA OPINIÃO SOBRE A PRESENÇA DOS PEDAGOGOS EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES? 31 Universidade Federal de Pernambuco Pesquisa – TCC 01 REPRESENTANTE DA EMPRESA CONTRATANTE NOME: _____________________________________________________ EMPRESA: __________________________________________________ PROFISSÃO/ FORMAÇÃO:____________________________________ TEMPO DE ATUAÇÃO: _______________________________________ 1. QUANDO VOCÊ VAI CONTRATAR UM PROFISSIONAL PARA A ÁREA DE RH QUAL O PERFIL QUE ELE DEVE TER? 2. QUE CONHECIMENTOS SÃO PRÉ-REQUISITOS PARA ESSE PROFISSIONAL? 3. VOCÊ ACREDITA QUE O PEDAGOGO SE ENCAIXA NESTE PERFIL? POR QUÊ? O QUE FALTA? 4. POR QUE VOCÊ OPTOU POR CONTRATAR O PEDAGOGO NA SUA EMPRESA (FUNÇÃO EXERCIDA)? 5. A EMPRESA SE SENTE SATISFEITA COM O TRABALHO DESTE PROFISSIONAL? 6. A EMPRESA VÊ A POSSIBILIDADE DE CRESCIMENTO DESTE PROFISSIONAL? COMO?