- Tema: A politização do consumo na América Latina - Objetivos e/ou Hipóteses: Testar a hipótese do consumo ético como uma alternativa de substituição ou complemento das formas de participação política, na Argentina, Brasil e México - Metodologia e informações utilizadas: Pesquisas com amostras representativas (n=±800 casos/país) da população urbana nos 3 países, replicando um conjunto de perguntas sobre consumo ético, interesse em política e em comportamento socioambiental empresarial, formas convencionais e não convencionais de ação política e confiança institucional - Parte dos Resultados: Nos 3 países encontramos evidências de um senso de eficácia política pessoal maior diante da esfera corporativa que política... Percepção de Eficácia Política Interna frente ao Mercado e ao Governo, 2008-09 Percepção de eficácia política interna frente ao mercado e ao governo Hoje em dia, você diria que pessoas como você têm mais influência sobre as decisões do governo sobre políticas do que sobre as decisões de grandes empresas sobre produtos e serviços . Ou você diria que pessoas como você têm mais influência sobre as decisões das grandes empresas sobre produtos e serviços do que sobre as decisões do governo a respeito de políticas. Tem o mesmo nível de influência perante empresas e governo (opção espontânea) Não tem nenhum tipo de influência (opção espontânea) Não sabe/ Não responde Argentina Brasil México 16% 23% 20% 39% 41% 23% 14% 11% 15% 29% 20% 25% 2% 6% 17% Fonte: Market Analysis assim como uma percepção de maior accountability das empresas se comparadas às instituições políticas... 1 Percepção de Permeabilidade do Mercado (corporações) e da Política (governo) Indicadores de permeabilidade institucional Acessibilidade cognitiva Empresas-Política* % Concordância com “A política é tão complicada que, frequentemente, não se entende o que está acontecendo”. % Concordância com “A vida das empresas é tão complicada que, frequentemente, não se entende o que está acontecendo com elas”. Argentina - 5% Brasil + 17% México + 5% 38% 59% 37% 43% 32% 42% Responsabilidade percebida Mercado-Governo* + 50% + 65% + 12% % Concordância com “Nosso país é governado para o benefício de poucos grupos de interesse e de gente 81% 79% 40% muito poderosa”. % Concordância com “As grandes empresas podem decidir o que quiserem sem se preocupar com os 31% 14% 28% consumidores” *Diferença líquida entre os percentuais de concordância com a primeira afirmação menos discordância com a segunda afirmação. Fonte: Market Analysis um nivelamento do comportamento diante das empresas como instrumento capaz de trazer mudanças relevantes na sociedade... Preferência por participação segundo auto-percepção de empoderamento nas esferas mercado-governo Forma mais efetiva de influenciar sobre o destino da sociedade* Votar em eleições para escolher um candidato que pense como você Participar de movimentos de protesto Consumo ético/político Argentina Brasil México - 18% - 7% - 48% - 1% + 16% - 3% + 6% + 8% + 19% Não tem como influenciar / Não sabe + 4% + 3% + 2% *Diferença líquida nos percentuais das respostas sobre as formas mais efetivas de influenciar mudanças na sociedade entre aqueles que se auto-percebem com maior grau de empoderamento diante das empresas, comparado a quem se auto-percebe com maior empoderamento diante do governo. Fuente: Market Analysis 2 Uma relação inversa entre confiança no governo e adoção de consumo ético, embora a extensão com que o consumo político representa uma força que concorre ou complementa formas tradicionais de participação política varia de país a país. Motivadores da politização do consumo, 2009 (Argentina, Brasil, México) Motivadores Confiança no governo Interesse político Interesse em responsabilidade social corporativa Deliberação política Contato político pessoal Solicitações políticas Mobilização política Constante R2 ajustado Prob>F Argentina -3,83** (1,84) 2,93† (1,87) 5,96*** (1,80) 13,45*** (2,18) 5,00* (2,81) 11,07*** (2,26) 1,06 (3,02) -28,60*** (8,74) 30% Brasil -0,06 (1,42) 2,85* (1,61) -0,32 (1,34) 7,94*** (1,91) 10,71*** (3,48) 7,95*** (2,44) 9,67*** (3,00) -31,20*** (6,10) 26,8% México -1,76 (1,53) 1,63 (1,62) 1,03 (1,44) 5,70*** (1,83) 6,70*** (2,19) 11,18*** (2,18) 13,36*** (2,35) -34,21*** (6,63) 34,9% <.01 <.01 <.01 Nota: Coeficientes de regressão múltiple com erros estándar indicados entre parêntesis. *p<.10, **p<.05, ***p<.01, † p <0.12 (teste de 2 caudas). - Conclusões ou conclusões parciais, reflexões sobre os resultados, propostas ao debate: A disposição para um uso político do consumo é cada vez maior nos 3 países como resultado da percepção do mundo corporativo como mais permeável que as instituições públicas ou representativas, o qual facilita uma incorporação de práticas de consumo ético no repertório de participação política dos indivíduos - Principais referências bibliográficas (máximo 5): Barnes, Samuel y Max Kaase, eds. (1979). Political action: Mass participation in five Western democracies. California: Sage. 3 Echegaray, Fabián (2009a): “Reinventando la ciudadanía desde el consumo: Exploraciones sobre el consumo ético en Brasil”, en María Braun y Cecilia Straw (comps.), Opinión pública:Una mirada desde América Latina. Buenos Aires: Emecé. Inglehart, Ronald y Gabriela Catterberg (2002): “Trends in Political Action: The Developmental Trend and the Post-Honeymoon Decline”, International Journal of Comparative Sociology, vol. 43, no 3-5: 300-316 Micheletti, Michele et al. (eds.) (2003): Politics, products, and markets: Exploring political consumerism. New Brunswick, NJ: Transaction Press. Torcal, Mariano (2006): “Political disaffection and democratization history in new democracies”, en Mariano Torcal y José Ramón Montero (eds.), Political disaffection in contemporary democracies, Nueva York: Routledge.. 4