CONTINUIDADES E RUPTURAS
COM AUGUSTO M. SEABRA
Desde os mais remotos exemplos, houve uma inscrição social das práticas
artísticas. Mas ao longo da História, houve um progressivo processo de
autonomização da esfera artística, libertando-a das mais imediatas funções
de inscrição simbólica na vida das comunidades e das suas estruturas
sociais. A “invenção da Modernidade” e depois as “vanguardas históricas”
do século XX suscitaram mesmo a constituição de específicas comunidades
artísticas. Mas os processos políticos e situações sociais têm voltado a
agudizar a relação de práticas artísticas com comunidades particulares,
colocando questões de recepção e legitimação. São essas práticas apreendidas
em específicos termos artísticos ou enquanto trabalho social de comunidade?
E a sua escala é estritamente local ou é passível de ser também equacionada
no processo de globalização?
ARTISTA (A)VENTUROSO PROCURA COMUNIDADE:
PROBLEMATIZAÇÃO DA CRIAÇÃO CONTEMPORÂNEA
EM DIÁLOGO COM COMUNIDADES ESPECÍFICAS
COM LUÍS COSTA
A interação com o real surge como uma das “linhas de fuga” mais
prementes para muitos artistas contemporâneos. Este seminário irá discutir
pertinências, reciprocidades, validações e condicionamentos na criação
e programação artística de hoje em dia, apontando pistas concretas para
obviar a equívocos e simplificações, seja no momento da formulação das
propostas de trabalho a apresentar a instituições e comunidades, seja no
próprio processo de trabalho de campo, seja na apresentação e devolução do
trabalho às comunidades observadas. O seminário concretizará os conceitos
discutidos com o desenvolvimento de alguns casos práticos relacionados
com as referidas três fases do processo criativo, o qual terá como resultado
Augusto M. Seabra é sociólogo, crítico e programador.
final uma peça sonora/vocal coletiva que condensará opiniões válidas, ideias
balbuciadas e glossários de palavras, tentando, quiçá, convocar velhos
espíritos do teatro radiofónico.
Luís Costa é um curador e organizador de artes media, educador e arquivador sonoro. É membro
fundador e atual presidente da Binaural / Nodar, uma organização que, desde 2006, gere o Nodar
Rural Art Lab, um espaço de residência artística dedicado às artes media no contexto rural no maciço
da Gralheira (São Pedro do Sul). Luís Costa comissariou dezenas de exposições relacionadas com
o trabalho criativo acolhido no Nodar Rural Art Lab. Desde 2008, coordena “Aldeias Sonoras”, um
programa educacional que consiste no mapeamento sonoro de zonas rurais portuguesas. Em 2011,
dirigiu “Onde Nasce o Meu Paiva?”, um inquérito sonoro / vídeo experimental sobre o rio Paiva. No
mesmo ano, publicou na Edições Nodar um CD de gravações de campo, juntamente com Jez Riley
French intitulado “Sonata para clarinete e Nodar” e coeditou o catálogo retrospectivo e CD duplo
“Três Anos em Nodar: Práticas Artísticas em Contexto Específico no Portugal Rural”.
O NÚCLEO DO DIRCEU E O PROJETO 1000 CASAS
COM MARCELO EVELIN
Este seminário vai abordar a criação e a manutenção do Núcleo do Dirceu,
uma plataforma horizontal e interdisciplinar voltada para a pesquisa do
corpo na arte contemporânea, instalada na comunidade do Dirceu, na
FICHA DE INSCRIÇÃO
NOME
IDADE
TELEFONE / TELEMÓVEL
EMAIL
NIF
MORADA
periferia da cidade de Teresina, no Brasil. O encontro visa compartilhar
estratégias, ferramentas e subversões que têm tornado esse trabalho possível
no âmbito artístico e político, com especial atenção para a relação entre
artista e espetador, na esfera dissociada do público e do privado, ou entre
arte e vida. O seminário desenvolve-se de forma teórica e prática, como
ATIVIDADE PROFISSIONAL
CONTEXTO ONDE A DESENVOLVE
partes que se completam e sem distinção entre ambas.
SEMINÁRIO EM QUE SE INSCREVE:
Marcelo Evelin é coreógrafo, investigador e intérprete. Vive e trabalha na Europa desde 1986, onde
atua na área da dança e do teatro físico, tendo colaborado com profissionais de variadas linguagens,
nacionalidades e experiências, em projetos que envolvem música, vídeo, instalação e site specific.
 AUGUSTO M. SEABRA
 LUÍS COSTA  MARCELO EVELIN
CURRICULUM VITAE
É criador residente do Hetveem Theater, em Amsterdão, com sua Companhia Demolition Inc., e
ensina improvisação e composição na Escola Superior de Mímica de Amesterdão, onde também cria
CARTA DE MOTIVAÇÃO
projetos e orienta estudantes em processos criativos. Orienta workshops e projetos colaborativos
em vários países da Europa, Estados Unidos da América, África, América do Sul, bem como no
Japão e no Brasil, para onde regressou em 2006. Desde então, vem atuando também como gestor e
curador, além de ter implantado e de coordenar, em Teresina-Piauí, o Núcleo do Dirceu, um coletivo
de artistas independentes e plataforma de pesquisa e desenvolvimento das Artes Performativas
Contemporâneas. O seu último espetáculo, “Matadouro” (2010), tem sido apresentado no Brasil
e no exterior. Atualmente, trabalha no projeto 1000 Casas com o Núcleo do Dirceu, em Teresina,
e no projeto “De repente fica tudo preto de gente” em fase de pesquisa nas cidades de São Paulo,
Amesterdão e Kyoto.
Atividade sujeita a pré-inscrição até 15 de novembro no Centro Cultural Vila Flor ou através do preenchimento do
formulário online disponível no site www.ccvf.pt.
As inscrições serão objeto de pré-seleção, através do envio de pequena biografia e motivação para participação nos
Encontros. Após pré-seleção será necessário validar a inscrição efetuando o respetivo pagamento. O pagamento poderá
ser efetuado em numerário no Centro Cultural Vila Flor, através de cheque enviado por correio à ordem de “A Oficina,
CIPRL”, ou através de referência multibanco a gerar no ato de inscrição, até à data limite designada para o efeito. Em caso
de desistência, o valor apenas será reembolsado se a mesma ocorrer até 48h antes do início da atividade.
Para mais informações contactar o Serviço Educativo através do email [email protected].
Público-alvo Artistas, programadores, animadores socioculturais, professores e todos os profissionais
interessados nos cruzamentos entre artes e sociedade
Preço 30 eur (inclui o jantar de dia 23)
Lotação 15 a 20 participantes por seminário
Data limite de inscrição 15 de novembro
morada
Av. D. Afonso Henriques, 701
4810 431 Guimarães
tel. 253 424 700
www.ccvf.pt
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Encontros - Centro Cultural Vila Flor