E. T. Bomgfim, W. S. Teixeira, A.L.C. Callado
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Desafio Online, Campo Grande, v. 1, n. 1, Jan./Abr. 2013
UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO EM MICROS E
PEQUENAS EMPRESAS: UM ESTUDO EM EMPRESAS LOCALIZADAS EM
JOÃO PESSOA/PB
The Use of Performance Indicators in Micro and Small Firms: a Study in
Companies Localized in João Pessoa/PB
Emanoel Truta do Bomfim1
E-mail: [email protected]
Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis UnB/UFPB/UFRN
Wellington dos Santos Teixeira
E-mail: [email protected]
Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis UnB/UFPB/UFRN
Aldo Leonardo Cunha Callado
E-mail: [email protected]
Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis UnB/UFPB/UFRN
1
Endereço: Emanoel Truta do Bomfim
Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis - Cidade
Universitária - João Pessoa - PB - Brasil - CEP: 58051-900
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Resumo
O objetivo deste estudo foi identificar quais indicadores de desempenho são mais
utilizados pelas micros e pequenas empresas localizadas na cidade de João Pessoa/PB,
relacionando-os com aspectos associados ao perfil dos gestores e ao tempo de atuação
dessas empresas no mercado. Para tanto, realizou-se a aplicação de um questionário em
trinta e cinco empresas. Para testar as hipóteses da pesquisa foi aplicada uma regressão
probit ordenada. Os resultados da pesquisa indicam que a experiência dos gestores pode
influenciar na escolha dos indicadores de desempenho que são utilizados pelas empresas
investigadas.
Palavras-chave: Indicadores de desempenho. Micro e pequenas empresas. Avaliação
de desempenho
Abstract
The aim of this study was to identify which performance indicators most commonly
used in the smal and micro firms in the city of João Pessoa, linking them with the
aspects associated with the profile of managers and the operating time of these
corporations. So, there was the application of a survey, which identified the most
frequently used performance indicators. Based in the information was used ordinate
probit regression to test the research hypotheses. Our findings suggest that the
experience of managers appear to influence the choice of performance indicators that
are used by the firms studied.
Keywords: Performance indicators, Smal and micro firms, Performance evaluation.
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Introdução
Em um ambiente econômico cada vez mais competitivo e acirrado, a avaliação
de desempenho em qualquer organização é visto como um fator primordial, pois
possibilita aos gestores mensurar sua performance, bem como implantar estratégias
necessárias para fazer frente aos seus concorrentes.
Para Garengo, Biazzo e Bititci (2005), o acirramento competitivo que existe
entre as organizações tem aumentado a necessidade por mudanças na cultura
organizacional e nos sistemas gerenciais, fazendo com que as empresas precisem se
adaptar às novas demandas do mercado.
Segundo Nunes (2008), as mudanças ocorridas nos últimos anos têm levado as
organizações a refletirem e avaliarem suas políticas de modo a adequá-las a uma
sociedade baseada na informação e no conhecimento, onde o desempenho da
organização, depende da implementação de estratégias que adequem seus objetivos às
necessidades de seus clientes.
Para as micros e pequenas empresas (MPE), este ambiente é ainda mais
complexo e perigoso, visto que organizações destes portes são fundamentalmente
diferentes das grandes corporações, pois operam em um ambiente cercado por
incertezas, em que a inovação e evolução nos processos, demandam recursos
necessários para garantir a sua sobrevivência (GARENGO; BIAZZO; BITITCI, 2005).
De acordo com Hudson, Smart e Bourne (2001), as micros e pequenas empresas
devem utilizar medidas de desempenho apropriadas à sua realidade, possibilitando
alinhar suas estratégias organizacionais as demandas impostas pelo mercado, bem como
aperfeiçoar a utilização dos recursos disponíveis.
Contudo, alguns estudos têm indicado que muitas MPEs não utilizam
indicadores de desempenho para avaliar sua performance, e quando utilizam alguma
medida de desempenho, utilizam-na incorretamente, pois não consideram seus
objetivos, nem mesmo as especificidades do ambiente em que operam (GARENGO;
BIAZZO; BITITCI, 2005; HUDSON; SMART; BOURNE, 2001).
Desta forma, o presente estudo tem como objetivo identificar quais são os
indicadores de desempenho mais utilizados por micros e pequenas empresas da cidade
de João Pessoa/PB, buscando explicar sua utilização através do perfil dos gestores e do
tempo de atuação dessas empresas no mercado.
Essa pesquisa justifica-se pela grande importância de empresas destes portes
para a economia brasileira, visto que de acordo com Serviço Brasileiro de Apoio as
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Micros e Pequenas Empresas – SEBRAE (2012), estas empresas participam na geração
de 20% do Produto Interno do Bruto (PIB), representando 99% das empresas
constituídas no país, e ainda são responsáveis por 52% da geração de emprego formal.
Além destes aspectos, o desenvolvimento de estudos associados à temática avaliação de
desempenho, pode auxiliar essas entidades a implementarem novas estratégias e/ou
acompanhar as já existentes.
Revisão da Literatura
Indicadores de Desempenho
A escolha dos indicadores de desempenho é um dos desafios mais críticos
enfrentados pelas empresas. Essas medidas têm um papel fundamental, pois auxiliam no
desenvolvimento dos planos estratégicos, no alcance dos objetivos e na formulação ou
revisão das metas organizacionais (ITTNER; LARCKER, 1998).
Segundo Neely, Gregory e Platts (2005), um indicador de desempenho pode ser
definido como o processo de quantificar a eficiência e a eficácia de uma ação, recurso e
ou tomada de decisão em uma empresa.
Williams (2002) afirma que no processo de mensuração de desempenho devemse estabelecer indicadores-chaves que informem aos gestores, independente do nível de
cargo que ele ocupe, se os objetivos planejados estão sendo alcançados ou não. Neste
processo de avaliação de desempenho, deve-se ainda utilizar um conjunto de medidas
de desempenho multidimensionais, isto é, indicadores que envolvam fatores internos e
externos a organização, bem como medidas financeiras e não financeiras (BOURNE;
NEELY, 2003).
Neste sentido, Kaplan e Norton (2001) ressaltam que medidas de desempenho
devem ser desenvolvidas a partir da estratégia organizacional, bem como devem
englobar indicadores de performance tanto financeiros como não financeiros,
estabelecendo-se uma ligação com os objetivos da organização.
Miranda et al. (2003) corroboram com este posicionamento ao ressaltar que na
literatura há inúmeros indicadores de desempenho, dentre os quais destacam-se os
indicadores financeiros tradicionais, os indicadores não financeiros tradicionais, e os
indicadores não tradicionais. Para os autores os indicadores financeiros tradicionais são
expressos em valores monetários. Já os indicadores não financeiros são expressos em
valores não monetários.
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De acordo com Lau e Sholihin (2005), as medidas financeiras têm sido criticadas
por
fornecer
informações
de
natureza
histórica
e
incompleta,
voltando-se
exclusivamente para o curto prazo, bem como por não possibilitar uma integração com
os objetivos organizacionais. Por outro lado, Ittner e Larcker (1998) salientam que as
medidas não financeiras são vistas como indicadores que fornecem informações sobre o
desempenho futuro da organização que não estão contidas nos atuais indicadores
contábil-financeiros.
As medidas de performance não financeiras também são consideradas melhores
indicadores de desempenho futuro do que as medidas financeiras, sendo vistas como
elementos imprescindíveis para avaliar e direcionar o desempenho organizacional
(BANKER; POTTER; SRINIVASAN, 2000). Contudo, em que pese às críticas sofridas
pelos indicadores financeiros para a avaliação de desempenho, estes não podem ser
menosprezados no processo, pois são evidências concretas dos resultados obtidos pela
empresa (CALLADO; CALLADO; ANDRADE, 2008).
Segundo Kaplan e Norton (1992), os executivos desejam tanto informações
financeiras como não financeiras para avaliar o desempenho empresarial, considerando
que a utilização de um grupo de indicador não exclui o outro, bem como por que ambos
os indicadores fornecem informações que se complementam, e que são indispensáveis
para a avaliação da gestão.
Um breve histórico de estudos já realizados
As pesquisas sobre a utilização de indicadores para avaliação de desempenho
tem se disseminado no meio acadêmico nas últimas décadas. A seguir apresentam-se
alguns estudos acerca da utilização de indicadores para avaliação de performance em
micros e pequenas empresas.
Jarviset al. (2000) buscaram investigar a utilização de indicadores quantitativos
e qualitativos na mensuração de desempenho de pequenas empresas do setor industrial e
de serviços da cidade de Londres. O estudo revelou que as pequenas empresas utilizam
mais o fluxo de caixa do que o lucro para avaliar suas atividades. Além disso, observouse que alguns proprietários buscaram avaliar seu negócio com medidas não financeiras
como o número de pedidos por cliente, sua satisfação, bem com, a qualidade dos
produtos e serviços prestados.
Já Collis e Jarvis (2002) examinaram a utilização de informações financeiras
para o gerenciamento e avaliação de desempenho em pequenas empresas localizadas no
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Reino Unido. Os resultados indicaram que as empresas pesquisadas adotavam práticas
de planejamento e controle, buscando monitorar seu desempenho através do fluxo de
caixa. Ainda segundo os autores, a utilização de informações financeiras pelas empresas
varia de acordo com o seu tamanho e com as informações repassadas pelo profissional
da contabilidade (contador).
Em outro estudo, Wood (2006) realizou uma pesquisa como objetivo de
proporcionar evidências acerca do desempenho de pequenas empresas do setor de
eventos do Reino Unido. O estudo identificou as variáveis organizacionais que
influenciam o desempenho das empresas, bem como identificou quais atividades tinham
pouco ou nenhum efeito sobre o desempenho. Os resultados da pesquisa sugerem que a
idade das empresas, as fontes de financiamento e os métodos utilizados para
promoverem os eventos, influenciavam bastante no desempenho das organizações
investigadas. Contudo, fatores ligados ao planejamento estratégico tinham pouco efeito
sobre a performancedessas empresas.
Callado, Callado e Almeida (2008) realizaram uma pesquisa com empresas de
pequeno porte na cidade de João Pessoa/PB, buscando identificar a estrutura e padrões
de relações existentes entre os indicadores de desempenho utilizados pelas empresas
analisadas. Os resultados obtidos corroboram com a literatura, que pressupõe uma
perspectiva múltipla e complementar no processo de avaliação de desempenho. Ainda
segundo estes autores, os resultados dão sustentação à necessidade gerencial de
construir um elenco de indicadores de desempenho variado, mas que considere as
características do setor a qual a empresa pertence.
Já Inmyxai e Takahashi (2010) desenvolveram um estudo com objetivo de
examinar o efeito de alguns recursos no desempenho de micro, pequenas e médias
empresas da República Democrática Popular do Lao administradas por gestores dos
dois sexos. Os autores conseguiram identificar que as empresas administradas pelos
homens obtiveram um melhor desempenho quando comparadas com as empresas
gerenciadas por mulheres. Ainda segundo os autores, percebeu-se que o nível de
escolaridade, a formação e a experiência dos gestores tinham um forte impacto sobre a
performance dessas empresas, independente de quem as administrassem.
Metodologia
O presente estudo quanto aos objetivos trata-se de uma pesquisa descritiva, pois
descreve as características que permeiam a utilização de indicadores de desempenho em
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micros e pequenas empresas. Já quanto aos procedimentos adotados caracteriza-se como
levantamento ou survey, implementado através de uma pesquisa de campo, buscando-se
informações acerca dessas entidades. E, quanto à abordagem do problema trata-se de
uma pesquisa quantitativa (RAUPP; BEUREN, 2006).
Definições do Universo e Amostra da pesquisa
Em relação ao universo da pesquisa, esta pesquisa considerou as micros e
pequenas empresas, conforme classificação do Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e
Pequenas Empresas (SEBRAE). O universo dessa pesquisa foi composto por 100
empresas listadas no cadastro mantido por este órgão.
A composição da amostra investigada nesta pesquisa foi determinada através do
recebimento de questionários. Apesar de o questionário ter sido enviado para todas 100
empresas cadastradas, 35 empresas confirmaram ter interesse em participar da pesquisa,
representando 35% do universo.
Indicadores de desempenho investigados
Para a seleção dos indicadores de desempenho, buscaram-se na literatura
existente as medidas de desempenho mais utilizadas pelas empresas. Neste sentido,
foram selecionados 33 indicadores de desempenho, dentre os indicadores financeiros e
não financeiros reportados na literatura especializada.
Esta escolha deu-se devido à utilidade desses dois grupos de medidas de
desempenho para a avaliação de desempenho empresarial. Os indicadores financeiros
servem com um parâmetro para as empresas avaliarem as se as decisões, metas e
estratégias implementadas alcançaram o resultado almejado. Já os indicadores não
financeiros são vistos como medidas que fornecem informações sobre o desempenho
futuro da organização, podendo ser estabelecidas a partir da estratégia da entidade
(KAPLAN; NORTON, 1992; ITTNER; LACKER, 1998; CALLADO; CALLADO;
ALMEIDA, 2008).
Os indicadores de desempenho foram divididos da seguinte forma:
a) Indicadores financeiros: faturamento por filiais; evolução da participação do
produto/serviço no faturamento; volume de vendas no estado; volume de vendas fora do
estado; evolução do volume de vendas por propaganda; faturamento pela internet;
participação das vendas na internet sobre o faturamento total; faturamento médio;
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volume de devolução de vendas; faturamento por clientes; faturamento projetado;
margem de lucro; evolução da margem de lucro; lucro por produto; margem líquida;
resultado líquido; percentual do produto/serviço sobre o lucro operacional; pagamento
de juros e multas; participação de juros e multas na receita bruta; fluxo de caixa;
evolução do fluxo de caixa operacional; retorno sobre o investimento; lucratividade por
produto/serviço; evolução de custos e despesas; custo unitário do produto/serviço;
evolução dos custos com funcionários e investimentos em novos produtos/serviços.
b) Indicadores não financeiros: número de reclamação de clientes; evolução
do número de clientes; evolução do número de funcionários; número de contratações;
evolução no mix/cesta de produtos e serviços; volume de produção e serviços.
Hipóteses propostas de pesquisa
Com base na literatura e em estudos já desenvolvidos foram selecionadas
algumas variáveis para identificar possíveis explicações em relação à utilização dos
indicadores de desempenho pelas micros e pequenas empresas da cidade de João
Pessoa, a saber: tempo de atuação das empresas no mercado; gênero dos gestores;
experiência dos gestores; e, formação dos gestores.
a) Tempo de atuação das empresas no mercado.O tempo de atuação das
empresas no mercado é visto como um fator que afeta o desempenho das empresas
(WOOD, 2006; ROBB; WATSON, 2010). Para Inmyxai e Takahashi (2010), a idade da
empresa é um fator de poder e experiência que influencia as políticas e o sucesso das
empresas.
Neste sentido, considerando que o tempo de atuação de uma empresa pode
influenciar em suas decisões, principalmente na utilização de indicadores de
desempenho, elaborou-se a seguinte hipótese de pesquisa:
Hipótese 1: A escolha dos indicadores de desempenho pelas micros e pequenas
empresas é influenciada pelo tempo de atuação dessas empresas no
mercado.
b) Gênero dos gestores.Algumas pesquisas recentemente vêm buscando
identificar a influencia do gênero do gestor no desempenho e nas políticas implantadas
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pelas empresas. Segundo Robb e Watson (2010), as mulheres são mais avessas ao risco
do que os homens quando estão no controle das empresas, e o desempenho das
empresas controladas por elas não difere muito do resultado alcançado pelos homens.
Para Inmyxai e Takahashi (2010), os homens são vistos como sendo mais hábeis na
implantação de políticas e na aplicação dos recursos das empresas.
Considerando que os gestores são peças chaves nas políticas e no processo de
tomada de decisões nas empresas, apresenta-se a seguinte hipótese de pesquisa:
Hipótese 2: A escolha dos indicadores de desempenho pelas micros e pequenas
empresas é influenciada pelo gênero dos gestores que estão à frente
dessas entidades.
c) Experiência dos gestores. Segundo Cooper (1981) a experiência dos gestores
é um pré-requisito para os gerentes, sendo considerado como um fator que influencia o
desempenho das empresas quando comandadas por gestores mais experientes. Inmyxai
e Takahashi (2010) ressaltam que a experiência dos gestores é vista como o fator de
vantagem competitiva para as empresas, pois é uma habilidade específica que ajuda na
sobrevivência das firmas no mercado.
Desta forma, considerando que a experiência dos gestores é um fator que pode
influenciar na escolha dos indicadores de desempenho utilizados pelas micros e
pequenas empresas, levantou-se a seguinte hipótese de pesquisa:
Hipótese 3: A escolha dos indicadores de desempenho pelas micros e pequenas
empresas é influenciada pela experiência dos gestores que estão na
direção dessas entidades.
d) Formação dos gestores. A educação/formação dos gestores tem sido
reportada na literatura como um fator importante para o sucesso das empresas
(DANNEELS, 2008). Inmyxai e Takahashi (2010) ressaltam que a formação e o nível
educacional dos gestores pode ser um diferencial importante para as pequenas empresas,
ajudando-as a sobreviver e gerir suas atividades em um mercado cada vez mais
competitivo. Neste sentido, Schutjens e Wever (2000) sugerem que empresários com
uma boa formação, podem lidar melhor com as atividades de suas empresas.
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Considerando que a formação dos gestores pode influenciar na escolha dos
indicadores de desempenho utilizados pelas micro e pequenas empresas, elaborou-se a
seguinte hipótese de pesquisa:
Hipótese 4: A utilização dos indicadores de desempenho é influenciada pela formação
dos gestores.
As variáveis explicativas descritas acima foram obtidas por meio do questionário
de pesquisa, onde os participantes indicavam ou assinalavam o tempo de atuação das
empresas no mercado, o seu gênero, seu tempo de experiência e área de formação.
Validação do instrumento de pesquisa
Para verificar a validade do questionário empregado para coleta de dados
aplicou-se o teste do Alpha de Conbrach, que visa avaliar a consistência deste
instrumento de pesquisa (CRONBACH, 1951). De acordo com esse teste o questionário
de pesquisa é valido, apresentando um coeficiente maior que 0,80; parâmetro aceitável
para esse tipo de instrumento de pesquisa, na Tabela 1, a seguir apresentam-se os
resultados do teste:
Tabela 1 – Alfa de Cronbach’s.
Indicador de desempenho
Sigla
Média Variância Cronbach's
Número de reclamação de clientes
RECL
77,79
377,042
0,942
Evolução do número de clientes
EVCL
77,25
372,978
0,940
Evolução do número de funcionários
EVFU
78,04
381,694
0,941
Número de contratações
NRCO
78,04
381,607
0,941
Faturamento por filiais
FATF
77,46
376,607
0,941
EVPR
77,29
377,085
0,940
Evolução do mix produto/serviço
EVMX
77,33
380,058
0,941
Volume de vendas no estado
VLVI
76,92
372,601
0,940
Volume de vendas para fora do estado
VLVE
78,04
367,607
0,942
EVVE
77,5
371,913
0,939
Evolução da participação de
produto/serviço no faturamento
Evolução do volume vendas por
propaganda
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Volume de produção/serviços
VLPR
77,42
375,123
0,940
Faturamento pela internet
FAT@
78,58
374,428
0,943
PVE@
78,54
376,433
0,943
Faturamento médio
FATM
77
380,87
0,941
Volume de devolução de vendas
VOLD
77,58
378,688
0,942
Faturamento por clientes
FATC
76,79
381,389
0,941
Faturamento projetado
FATP
76,42
379,732
0,941
Margem de lucro
MLUC
76,58
377,036
0,940
Evolução da margem de lucro
EVML
76,54
379,65
0,941
Lucro por produto
LPRO
76,62
375,984
0,940
Margem líquida
MLIQ
76,79
377,129
0,940
Resultado líquido
RLIQ
76,79
380,781
0,941
PPLO
77,54
382,694
0,942
PAGM
77,75
384,63
0,942
PARM
77,37
385,723
0,944
Fluxo de caixa
FLCX
76,42
376,688
0,940
Evolução do fluxo de caixa operacional
EVFC
76,42
373,384
0,939
ROI
77,04
379,085
0,941
Lucratividade por produto/serviço
LUPR
77,12
376,81
0,940
Evolução dos custos e despesas
EVCT
77,37
380,853
0,942
Custo unitário do produto/serviço
CUNIT
77,42
381,471
0,941
Evolução dos custos com funcionários
EVCF
77,37
384,071
0,942
Investimentos em novos produtos/serviço
INNP
77,5
379,739
0,941
Participação das vendas na internet no
faturamento
Percentual do Produto/serviço sobre o
lucro operacional
Pagamento juros e multas
Participação de juros e multas no
faturamento
Retorno sobre o investimento
Fonte: Dados da pesquisa.
Tratamento estatístico e método utilizado
O tratamento estatístico deste trabalho permeia à análise descritiva dos dados
obtidos na pesquisa, além de análise de regressão não linear para testar as hipóteses
propostas.
Para análise e verificação das hipóteses de pesquisa foi empregado o modelo de
Regressão Probit Ordenado. Esse modelo é empregado devido a variável dependente ser
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uma variável qualitativa. De acordo com Gujarati e Porter (2011), em modelos de
regressão não linear, como o Probit, busca-se verificar a probabilidade de ocorrência de
um evento dado os valores das variáveis explanatórias.
Neste sentido, observaram-se quais foram os indicadores de desempenho mais
utilizados pelas micro e pequenas empresas, as quais foram definidas como a variável
dependente, e através da regressão probit ordenada analisou-se a probabilidade da
escolha dessas medidas explicadas pelas características dos gestores e pelo tempo de
atuação da firma no mercado.
De posse dos indicadores de desempenho mais utilizados por estas firmas,
utilizou-se uma regressão probit ordenada para testar as hipóteses dessa pesquisa. Esse
modelo é utilizado em estudos em que a variável dependente é de natureza qualitativa
(GUJARATI; PORTER, 2011). O modelo empregado é assim descrito:
‫ܭ‬௜∗ = ෍
ହ
௜ୀଵ
β௜ ܺ௜ + ߝ௜
(1)
Onde:
‫ܭ‬௜∗ é a variável dependente, representada pelos indicadores de desempenho mais
utilizados pelas empresas pesquisadas; Xi variáveis independentes (tempo de atuação no
mercado; gênero do gestor; experiência do gestor; e, formação dos gestores); eԑi erro da
regressão.
Descrição e Análise dos Resultados
Análise Descritiva
Nesta seção, apresentam-se os resultados da pesquisa acerca da utilização dos
indicadores de desempenho pelas micros e pequenas empresas pesquisadas, destacandose o tempo de atuação dessas empresas no mercado, o tempo de experiência dos
gestores, a área de formação dos gestores, e o resultado da regressão probit empregada
para testar a dependência estatística da utilização dessas medidas de desempenho em
relação ao perfil dos gestores e tempo de atuação dessas firmas.
No Gráfico 1apresenta-se o tempo de atuação das empresas no mercado.
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16%
6%
3%
34%
Até 10 anos
11 a 20 anos
21 a 30 anos
31 a 40 anos
41%
Mais de 40 anos
Gráfico 1 – Tempo de atuação das empresas no mercado.
Fonte: Dados da pesquisa.
Observa-se
se que de acordo com os resultados obtidos, 41% das empresas
pesquisadas têm entre 11 a 20 anos de atuação no mercado, seguido pelas firmas que
têm até 10 anos de idade, que apresentou 34% das entidades pesquisadas. Destaca-se
Destaca
também que 16% das empresas investigadas
investigadas atuam a mais de 40 anos. Além disso,
verificou-se
se que dentre as empresas analisadas,
analisadas a mais nova tinha um ano de atuação no
mercado e a mais velha apresentava 70 anos de atuação.
atuação Em média, o tempo de atuação
dessas organizações era de 20 anos.
Com relação aos gestores dessas empresas, os dados da pesquisa indicam que
77% são do sexo masculino e 23% são do sexo feminino, o que revela que a maioria
dessas empresas são administradas por homens. No Gráfico 2, pode-se
pode
observar a
experiência dos gestores que ocupam cargos de direção nas empresas investigadas.
3%
11%
26%
Até 10 anos
11 a 20 anos
26%
21 a 30 anos
34%
31 a 40 anos
Mais de 40 anos
Gráfico 2 – Tempo de experiência dos gestores.
Fonte: Dados da pesquisa.
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De acordo com os resultados apresentados no Gráfico 2, percebe-se
percebe
que a
maioria dos gestores das empresas analisadas têm entre
entre 11 e 20 anos de experiência, o
que representa 34% da amostra. Ainda pode-se
pode se observar que 26% dos gestores
investigados possuem entre 21 a 30 anos e mais de 40 anos de experiência. Observou-se
Observou
também que em média, os gestores apresentam 19 anos de experiência,
experiência, sendo que o
menos experiente possui apenas 1 ano de experiênciae o mais experiente indica ter mais
de 45 anos na atividade.
A seguir, no Gráfico 3, apresenta-se
apresenta se a área de formação desses gestores, onde
pode-se
se visualizar que 62% dos gestores investigados
investigados são formados em áreas associadas
com as ciências sociais aplicadas (Administração, Economia e Contabilidade).
29%
31%
Administração
Contabilidade
Direito
17%
14%
Economia
9%
Outros
Gráfico 3 – Área de formação dos gestores.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Após analisado os dados referentes ao tempo de atuação da firma no mercado e
das características dos gestores, verificou-se
verificou se quais eram os indicadores de desempenho
mais utilizados pelas organizações, para tanto, foram observadas as médias de todos os
indicadores listados na Tabela 2.
Tabela 2 – Frequência de utilização dos indicadores de desempenho.
(2)
Indicador de Desempenho
(0)
(1)
Ás
Não
Pouco
vezes
utiliza utiliza utiliza
(3)
(4)
Frequent. Sempre
utiliza
Total Média
utiliza
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Número
de
reclamação
de
clientes
5
10
8
10
2
35
1,83
Evolução do número de clientes
2
4
6
19
4
35
2,54
funcionários
2
9
19
5
-
35
1,77
Número de contratações
3
10
16
5
1
35
1,74
Faturamento por filiais
3
4
11
13
1
32
2,16
3
2
13
15
-
33
2,21
produto/serviço
3
6
4
19
1
33
2,27
Volume de vendas no estado
2
2
3
22
5
34
2,76
3
1
19
7
3
33
1,82
propaganda
3
1
19
7
3
33
2,18
Volume de produção/serviços
3
2
15
12
2
34
2,24
Faturamento pela internet
18
6
2
6
2
34
1,06
internet no faturamento
17
7
2
6
1
34
1,09
Faturamento médio
1
-
11
16
6
34
2,76
Volume de devolução de vendas
7
3
6
17
1
34
2,06
Faturamento por clientes
1
1
2
25
5
34
2,94
Faturamento projetado
1
-
1
21
12
35
3,23
Margem de lucro
1
1
3
19
10
34
3,06
Evolução da margem de lucro
1
1
1
18
11
32
3,16
Lucro por produto
2
1
4
13
13
33
3,03
Margem líquida
2
-
6
16
7
31
2,84
Resultado líquido
2
-
6
18
8
34
2,88
sobre o lucro operacional
2
3
15
11
3
34
2,29
Pagamento juros e multas
2
6
17
7
1
35
1,97
Participação juros e multas no
3
4
11
11
4
33
2,27
Evolução
do
número
de
Evolução da participação de
produto/serviço no faturamento
Evolução
do
mix
Volume de vendas para fora do
estado
Evolução do volume vendas por
Participação
das
vendas
na
Percentual do Produto/serviço
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faturamento
Fluxo de caixa
1
1
2
18
12
34
3,15
operacional
1
-
3
16
13
33
3,21
Retorno sobre o investimento
3
-
10
17
3
33
2,52
produto/serviço
2
1
14
15
3
35
2,46
Evolução dos custos e despesas
2
2
14
13
3
34
2,38
3
2
14
13
2
34
2,26
1
3
14
13
2
33
2,36
1
6
16
8
2
33
2,12
Evolução do fluxo de caixa
Lucratividade
Custo
por
unitário
do
produto/serviço
Evolução
dos
custos
com
funcionários
Investimentos
em
novos
produtos/serviço
Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com a média observada as cinco medidas mais utilizadas pelos
gestores dessas empresas foram o faturamento projetado (3,23); a evolução do fluxo de
caixa operacional (3,21); a evolução da margem de lucro (3,16); o fluxo de caixa (3,15);
e a margem de lucro (3,06). Percebe-se que a partir da análise destes dados que a
preocupação dos gestores com a geração de caixa pelas entidades, visto que das cinco
medidas mais utilizadas, duas referem-se a fluxo de caixa.
Ainda verificou-se, que dentre os indicadores os menos utilizados pelos gestores
foram o faturamento pela internet (1,06); a participação das vendas na internet no
faturamento (1,09); o número de contratações de funcionários (1,74); a evolução no
número de funcionários (1,77); e o número de reclamação de clientes (1,83). Observa-se
que dentre os indicadores utilizados pelos gestores, está o número de reclamação de
clientes, que é vista com uma medida de suma importância para as empresas, pois é uma
medida que está diretamente relacionada à geração de fluxo de caixa futuro.
Resultados da regressão probit
Depois de uma breve análise descritiva dos dados, apresentam-se a seguir os
resultados estimados a partir do modelo econométrico. Para tanto, considerou-se como
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variáveis dependentes os cinco indicadores de desempenho mais utilizados pelos
gestores das empresas conforme foram definidos na seção anterior.
Inicialmente, ressalta-se que modelos não-lineares não atendem aos pressupostos
da normalidade dos resíduos e da homocedasticidade. Desta forma, decidiu-se pela a
utilização de um modelo com erros padrões robustos para minimizar os problemas com
a não-normalidade e heterocedasticidade dos resíduos.
Os resultados da regressão probit ordenada são apresentados na Tabela 3, onde
se pode observar o resultado para cada uma das variáveis dependentes para os cinco
modelos estimados, bem como a significância de cada variável explicativa.
Tabela 3 – Resultados da regressão probit ordenada.
FATP
EVFC
EVML
Tempo de mercado
FLCX
MLUC
-
Coeficiente -0.0400739 -0,0374818 -0,0101357 0,00703321 0,00613713
P-valor
0,8393
0,0648
0,6696
0,7240
0,7237
-0,514838
0,156170
0,446251
-0,161808
0,2806
0,7456
0,3183
0,7172
0,0612239
0,0196650
0,0368622
0,0449684
0,0197*
0,5262
0,1863
0,0690
-0,0640125
0,0598949
-0,113090
0,0300707
0,6595
0,6050
0,5884
0,3259
0,8135
32
30
29
31
31
Gênero
Coeficiente 0,0160608
P-valor
0,9745
Experiência do gestor
Coeficiente 0,0690004
P-valor
0,0171*
Formação do gestor
Coeficiente 0,0577280
P-valor
Observações
Fonte: Dados da pesquisa. * Estatisticamente significante ao nível de 5%.
O primeiro modelo estima a utilização do indicador de desempenho faturamento
projetado (FATP) em relação às variáveis, tempo de mercado, gênero, experiência do
gestor e formação do gestor. Os resultados indicam que a experiência do gestor afeta
positivamente a utilização deste indicador pelas empresas, sendo estatisticamente
significante ao nível de 5%, indicando que quanto mais experiente o gestor mais essa
medida é utilizada para a avaliação de performance. Contudo, as demais variáveis não
se apresentaram estatisticamente significantes.
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Já para a estimação do segundo modelo, mantiveram-se as variáveis
explicativas, e foi introduzida como variável dependente o segundo indicador de
desempenho mais utilizado pelas empresas, a evolução do fluxo de caixa (EVFC). Os
resultados para o segundo modelo sugerem que a experiência do gestor influencia
positivamente a utilização da evolução do fluxo de caixa como medida de performance
pelas empresas, sendo estatisticamente significante ao nível de 5%. Entretanto, as
demais variáveis não se apresentaram estatisticamente significantes.
Para a estimação dos demais modelos, utilizaram-se como variáveis
dependentes, respectivamente, a evolução da margem de lucro (EVML), o fluxo de
caixa (FLCX) e a margem de lucro (MLUC), mantendo-se constante as variáveis
independentes.De acordo com os resultados expostos na Tabela 3, verifica-se que para
estes modelos as variáveis explicativas não apresentaram significância estatística.
Desta forma, considerando-se os resultados apresentados, pode-se aceitar a
segunda hipótese de pesquisa, visto que a experiência dos gestores apresentou
significância estatística ao nível de 5% na utilização dos indicadores associados com
faturamento projetado (FATP) e evolução do fluxo de caixa (EVFC). No entanto, as
demais hipóteses de pesquisas devem ser rejeitadas, pois as demais variáveis
explicativas não demonstraram significância estatística.
Concluindo, pode-se afirmar que os resultados apresentados para a variável
experiência dos gestores estão em consonância com a literatura, visto que essa variável
afeta positivamente na escolha dos indicadores de desempenho para avaliação de
performance nas organizações (COOPER, 1981; INMYXAI; TAKAHASHI, 2010).
Por outro lado, as variáveis explicativas de tempo de atuação no mercado,
gênero e formação dos gestores não se apresentaram em conformidade com os
pressupostos teóricos, que indicam que essas variáveis podem influenciar na escolha de
medidas de desempenho e na implantação de políticas pelas organizações
(SCHUTJENS; WEVER, 2000; WOOD, 2006; DANNEELS, 2008; ROBB; WATSON,
2010; INMYXAI; TAKAHASHI, 2010).
Conclusões e Recomendações
O alto grau de competitividade e as constantes mudanças ocorridas no cenário
econômico mundial e local demandam das empresas e dos seus gestores adoção de
medidas que possam ajuda-los a enfrentar a nova dinâmica do mercado, onde o processo
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de tomada de decisão requer cada vez mais dinamismo e celeridade por parte dos
agentes.
Neste sentido, o presente estudo buscou identificar quais eram os indicadores
mais utilizados pelas micro e pequenas empresas da cidade de João Pessoa/PB para a
avaliação de desempenho, relacionando-os com o perfil dos gestores e o tempo de
atuação dessas empresas no mercado.
Através da aplicação de um questionário observou-se que o faturamento
projetado (FATP), a evolução do fluxo de caixa operacional (EVFC), evolução da
margem de lucro (EVML), o fluxo de caixa (FLCX) e a margem de lucro (MLUC) eram
as medidas mais utilizadas por essas empresas para avaliar sua performance.
De posse dessa informação empregou-se uma regressão probit para testar a
utilização desses indicadores em relação ao tempo de experiência dos gestores, o gênero
desses gestores, a formação dos gestores e o tempo de atuação dessas firmas no
mercado.
Os resultados da regressão probit revelaram que a experiência dos gestores afeta
a utilização dos indicadores evolução do fluxo de caixa operacional e faturamento
projetado, sendo estatisticamente significante ao nível de 5%. Contudo, as variáveis
explicativas, tempo de atuação no mercado, gênero e a formação dos gestores não
apresentaram significância estatística em nenhum dos modelos estimados.
Assim, pode-se aceitar a segunda hipótese de pesquisa deste estudo, pois a
experiência dos gestores parece influenciar na utilização de dois dos cinco indicadores
mais utilizados, sendo significante ao nível de 5%, estando em consonância com
pressupostos teóricos (COOPER, 1981; INMYXAI; TAKAHASHI, 2010). Em relação
às outras hipóteses de pesquisa os resultados sugerem que elas devem ser rejeitadas,
visto que o tempo de atuação das empresas no mercado, o gênero e a formação dos
gestores não se apresentaram estatisticamente significantes com a utilização das
medidas de desempenho mais utilizadas pelas empresas, contrariando ao exposto pela
literatura (SCHUTJENS; WEVER, 2000; WOOD, 2006; DANNEELS, 2008; ROBB;
WATSON, 2010; INMYXAI; TAKAHASHI, 2010).
Ressalta-se que os resultados aqui apresentados limitam-se as empresas
pesquisadas, não podendo ser estendidas a outras empresas, haja vista, que a
amostragem empregada neste estudo foi a não probabilística intencional. Contudo,
salienta-se que este estudo pode contribuir no desenvolvimento de novas pesquisas,
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buscando investigar quais outros fatores podem influenciar na utilização ou não dos
indicadores de desempenho por parte das micro e pequenas empresas.
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Artigo 5 – Indicadores em MPEs