UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO DE CERVEJAS NO BRASIL – PONTUALIDADE NAS ENTREGAS Por: Leandro de Aquino Cavalcante Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2012 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO DE CERVEJAS NO BRASIL – PONTUALIDADE NAS ENTREGAS Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Logística Empresarial. Por: Leandro de Aquino Cavalcante. 3 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, agradeço a DEUS por todas as graças que tenho familiares pelos recebido. Aos amigos e constantes incentivos. Á minha esposa que me incentivou e acreditou nesse trabalho. 4 DEDICATÓRIA À minha Família, que conviveram com minhas preocupações e souberam compreende-las, que me apoiaram na minha formação e na escolha por meus caminhos. Especialmente á minha esposa, Juliana que com muito amor me acompanhou, ajudou e me estimulou em todas as etapas da minha formação, sem ela não conseguiria realizar este sonho. Obrigado a todos que me incentivaram. 5 RESUMO A missão da logística é dispor o produto certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa. É neste cenário que de destacam algumas atividades tidas como estratégicas para as empresas se manterem competitivas no mercado. Neste trabalho tratou-se estratégias relacionadas à logística de distribuição da indústria cervejeira no Brasil. Tais estratégias tornam possível a coordenação do fluxo de produtos, a fim de que estes produtos cheguem até os mercados ou centros de distribuição geograficamente distantes das fontes de produção de forma econômica e com elevados níveis de serviço. Diversas atividades compõem a rotina da operação de distribuição, portanto serão tratados os aspectos relativos à indústria cervejeira, os canais de distribuições e vendas, sistema de distribuição física urbana e a roteirização e programação dos veículos, obedecendo a vários critérios e restrições impostos por clientes e fornecedores. 6 METODOLOGIA O objetivo é demonstrar a metodologia estipulada para a realização deste trabalho, construído via pesquisa descritiva. Este estudo caracteriza-se como pesquisa bibliográfica dissertativa pelo motivo de recorrer ao uso de materiais como livros, revistas, artigos, publicações avulsas e imprensa escrita. Pretendo demonstrar o sistema de distribuição no Rio de Janeiro visando melhorias nas entregas aos clientes. Com a pesquisa estarei respondendo que o processo de entrega é feito de forma adequada a atender aos pedidos dentro dos prazos estabelecidos pelos clientes. Os dados levantados na fundamentação teórica trazem reflexões, argumentações, interpretações, análise e conclusões de autores, a partir, deles, busca-se uma correlação com a realidade do tema em estudo. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 8 1. INDÚSTRIA CERVEJEIRA .................................................................................. 10 1.1. A INDÚSTRIA CERVEJEIRA BRASILEIRA ............................................... 10 1.1.1. Canais de Distribuição e Canais de Vendas.................................................. 13 1.2. ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO ............................................................. 14 1.3. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO ............................................................... 15 2. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA URBANA ................................................ 17 2.1. Gerenciamento da Cadeia de Distribuição........................................................... 19 2.1.1. Atividades do Centro de Distribuição ........................................................... 20 2.1.2. Estratégias de Localização de Centros de Distribuição ................................ 23 3. ROTEIRIZAÇÃO E PROGRAMAÇÃO DOS VEÍCULOS...................................... 28 3.1. PROBLEMA DE ROTEIRIZAÇÃO E PROGRAMAÇÃO DE VEÍCULOS .... 29 3.1.1. Métodos de Solução para os Problemas de Roteirização e Programação..... 32 3.2. TENDÊNCIAS TECNOLOGICAS DA ROTEIRIZAÇÃO ............................... 35 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 38 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 40 8 INTRODUÇÃO Hoje a logística é muito mais que a simples ampliação das operações tradicionais, tais como transporte, armazenamento e distribuição. A logística engloba desde a compra e entrada de materiais, o planejamento de produção, o armazenamento, o transporte, à distribuição dos produtos obedecendo aos prazos de entrega, monitorando as operações e gerenciando informações, por isso é de grande importância para o mercado e quem souber explorar os novos horizontes da atividade logística poderá “sair na frente” e usá-la como uma poderosa arma de competitividade. O avanço da tecnologia da informação e a adoção de um gerenciamento orientado para processos facilitaram essa mudança. Isto culminou com a percepção de que o processo logístico não começa e nem termina nos limites da própria empresa. Na verdade, o início se dá na correta escolha e no estabelecimento de parcerias com fornecedores, exigindo que o canal de distribuição esteja apto a atender plenamente às necessidades e expectativas dos clientes finais. A logística de distribuição é uma área de grande complexidade, neste caso será que o processo de entrega é feito de forma adequada a atender aos pedidos dentro dos prazos estabelecidos pelos clientes? Com a gestão integrada da logística, procura-se administrar as relações na cadeia logística de forma cooperativa e benéfica para todos os envolvidos oferecendo aos clientes produtos de boa qualidade, entregues no prazo acordado, na forma estabelecida, dentro da quantidade desejada e proporcionando à empresa a satisfação do cliente, sua fidelização e a rentabilidade que esta relação pressupõe. No capítulo 1 que fala sobre a indústria cervejeira no Brasil falarei sobre o crescimento deste mercado e a importância da estratégia de comunicação e distribuição para um perfeito andamento do negócio, visando uma logística eficiente. No capítulo 2 abordarei o sistema de distribuição física urbana apontando os canais de distribuição que são compostos por depósitos, centros 9 de distribuição, estocagem e mecanismos de transportes visando que o conhecimento destes sistemas são fundamentais para o sucesso da logística de uma organização. No capítulo 3 que fala sobre a roteirização, que é uma forma de determinar percursos ótimos para uma frota de veículos, otimizando tempo e recursos aplicados, para diminuir custos e ter eficiência nas entregas, será apontado que nem sempre é possível conseguir essa eficiência pois são vários os fatores que influenciam nos problemas de roteirização como congestionamentos, temporais e outros. Á medida que a complexidade dos problemas aumenta, surge a necessidade de se estudar e utilizar abordagens sistêmicas e/ou otimizações, possibilitando que as empresas consigam melhorias nos seus processos. Com relação à programação ou sequenciamento de um veículo, Chih (1987) caracteriza o problema como uma sequência de pontos que um veículo precisa percorrer, tendo a condição adicional de terem horários préestabelecidos de chegada e partida (conhecidos como janelas de tempo), ou então, relação de precedência entre pontos a serem cumpridos. Para que o processo de distribuição de cervejas no Brasil aconteça de forma adequada é necessário analisar melhor o segmento da indústria cervejeira e rever o sistema de distribuição física urbana e os processos que envolvem a roteirização e programações de rotas para um bom planejamento e eficácia do serviço. A pesquisa realizada considerou a distribuição de cervejas na cidade do Rio de Janeiro. Foi considerado somente o modal rodoviário. A dissertação estabelece seu foco de estudo e análises nas operações de transporte de mercadorias entre centros de distribuição e clientes. 10 1. INDÚSTRIA CERVEJEIRA O crescimento da indústria varia entre 1% e 4% dependendo de cada país. Entre os principais produtores de cerveja do mundo estão Brasil, México, Colômbia, Venezuela, Peru e Chile. Juanatey não descartou que alguns países da região registrem neste ano um crescimento de 4%, superior à média regional, devido ao vigoroso comportamento de suas economias. Destacou que Brasil, México, Colômbia e Peru estão entre as nações latino-americanas que demonstraram força e estabilidade em suas finanças, um fator que influi no consumo. O consumo de cerveja na América Latina oscila entre 12 e 80 l per capita por ano, segundo números da associação. A indústria cervejeira, explicou o secretário-geral, costuma fornecer muito ao Produto Interno Bruto (PIB) e vice-versa. "Países de boa situação econômica permitem à população poder orientar investimentos em produtos como o nosso". Na América Latina este setor se transformou em uma importante atividade econômica, representando entre 1 e 7 pontos percentuais do PIB dos países da região. 1.1. A INDÚSTRIA CERVEJEIRA BRASILEIRA A indústria cervejeira está vivendo um período de grande expansão e de conquistas significativas no mercado nacional, ajustando-se a um novo modelo de negócio, livre da ação governamental de controle de preços e margens de lucro que norteou esse segmento por muitos anos, adotando uma política de estímulo e incentivo a concorrência, características de economias desenvolvidas (BANDES, 2004). A consequência desta mudança nos rumos da indústria cervejeira pode ser verificada com as alianças estratégicas realizadas com as indústrias nacionais e estrangeiras deste segmento na década de 90. O mercado 11 presenciou os joint-ventures de Brahma com Miller, Antarctica com AnheuserBush, fabricante da Budweiser, Kaiser com Heineken e a Skol com a Carlsberg. Todas as alianças formadas tiveram a aprovação do Sistema Brasileira de Defesa da Concorrência (BANDES, 2004). Porém, outras alianças ocorreram no mercado interno, principalmente a da Cervejaria Brahma, detentora das marcas Brahma e Skol com a Cervejaria Antarctica, dando origem a maior indústria cervejeira nacional, a AmBev (BANDES, 2004). Com as mudanças ocorridas neste mercado competitivo, intenso e dinâmico percebe-se o crescimento e surgimento de outros concorrentes, sem deixar a característica marcante de oligopólio altamente concentrado na sua estrutura de oferta. Um bom exemplo de crescimento é a Cervejaria Schincariol, que presente no mercado há menos tempo, obteve nos últimos anos um forte impulso nas suas vendas, principalmente devido às ações de marketing oportunas e agressivas. A novata no cenário nacional é a Cervejaria Petrópolis, uma empresa de espírito jovem, que acumula uma história repleta de sucessos e conquistas, mesmo atuando somente em algumas regiões do país (sudeste, parte do sul e centro-oeste). Representada pelas marcas Itaipava, Crystal, Petra e Lokal, a Cervejaria Petrópolis em pouco tempo de atuação no mercado cervejeiro já ocupa uma posição de destaque, contribuindo para uma acirrada concorrência (BANDES, 2004). Para Urdan e Urdan (2001), as maiores cervejeiras brasileiras concentram esforço na eficiência operacional, na qualidade e no posicionamento de suas marcas junto ao mercado, respondendo assim às exigências do mercado competitivo. Dados do relatório anual 2006/2007 dos cervejeiros latino-americanos aponta o Brasil na privilegiada quinta posição do ranking mundial de produtores de cerveja. 12 Outro dado relevante para o presente estudo é que, conforme dados do Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria de Cerveja) o consumo interno per capita também está em fase de crescimento e contando hoje com mais de 20 grandes grupos produtores de diversas marcas para atender um consumo per capita de 51,93 litros ano, conforme tabela 1. Vale observar como vem crescendo anualmente este consumo. Em duas décadas o consumo aumentou quase 30 litros por pessoa; ou seja, 133%. Tabela 1 – Evolução do consumo nacional percapita de cerveja (extraído site SINDICERV, 2008) Enfim, as informações disponíveis sobre o mercado nacional mostram que a indústria de cerveja no Brasil apresenta uma estrutura de mercado altamente concentrada. Essa concentração, entretanto tem mostrado uma tendência de declínio, que se deve a acomodação de grandes participantes e o 13 surgimento e crescimento de outros novos participantes, principalmente das cervejarias regionais e micro cervejarias. 1.1.1. Canais de Distribuição e Canais de Vendas Na indústria cervejeira os canais de vendas e distribuição estão interrelacionados e são de fundamental importância para o negócio. Uma estrutura de distribuição é composta pela estratégia de canal e pela gestão logística. Quanto à estratégia, está relacionada ao desenvolvimento e operacionalização das metas de distribuição da empresa onde devem ser contemplados os níveis do canal. A gestão logística compõe a atividade de disponibilizar o produto pelos canais, no tempo e local adequado ROSENBLOOM (2002). A indústria além de comercializar seus produtos com os seus próprios centros de distribuição ou revendedores terceirizados, conta com uma estrutura comercial própria para atender as grandes redes de hiper e supermercados. Desta maneira negocia melhores preços e condições de pagamentos, além de agilizar a chegada dos produtos a esses pontos de vendas. Outro membro importante nesta cadeia são os atacadistas ou também conhecidos como depósito de bebidas. Estes atendem outros comerciantes ou consumidores finais que se encontram em áreas de difícil acesso ou de riscos à logística da empresa. Para a indústria cervejeira, os depósitos de bebidas são considerados um “mal necessário”; pois além de exigirem condições comerciais e financeiras diferenciadas aproveitam a oportunidade de mercado, criada pela diferenciação dos preços por região, para realizar um tráfego de produtos. Eles transportam os produtos de uma região para outra, aproveitando vantagens fiscais e o posicionamento de cada marca, já que a empresa atua com precificação diferenciada, em virtude da participação de mercado, gerando algumas vezes conflitos entre os membros dos canais. 14 Nos canais de vendas há também a presença dos clientes formadores de opinião e das grandes redes de supermercados que independentemente do volume de vendas representam uma importante vitrine para as marcas e para tanto precisam de atenção e cuidados especiais e diferenciados. 1.2. ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO As estratégias de comunicação e marketing representam para as indústrias cervejeiras uma grande aliada na conquista da preferência dos consumidores, uma vez que a diferenciação do produto passa pela esfera subjetiva. É possível verificar três tipos de comunicação, de acordo com o propósito da indústria: a propaganda informativa, utilizada no início do ciclo de vida do produto ou no seu lançamento, fornecendo informações diretas sobre este, tais como preço, disponibilidade, formato, aparência, funcionalidade; a propaganda persuasiva, utilizada no estágio competitivo do produto, onde a empresa atua diretamente no gosto do consumidor, através de apelos psicológicos e ou culturais e, por último, a propaganda de lembrança, utilizada no estágio de maturidade do produto, reforçando no consumidor uma imagem positiva do produto e que eles fizeram a melhor escolha (KOTLER, 1998). O segmento de cervejas é um dos grandes anunciantes do Brasil, todavia, com as constantes restrições do governo a este tipo de propaganda, as empresas vêm sendo obrigadas a desenvolver estratégias e soluções criativas de comunicação para destacar seus produtos de forma legal. Cada vez mais a comunicação de cervejas vem sendo transferida da mídia convencional para os pontos de vendas – seja através de materiais de merchandising ou ações promocionais (BANDES, 2004). Com base no que foi exposto no parágrafo anterior, pode-se dizer que as ações de merchandising nos pontos de vendas demonstram um novo cenário no qual os produtos e marcas precisam estar evidenciados para o 15 consumidor no momento da decisão da compra, propondo ofertas sedutoras a ponto de capturá-los e estimulá-los. A forte presença da comunicação no ponto de venda, através de materiais de merchandising, estimula o consumidor a experimentar e criar relações duradouras com produtos e marcas em um mercado cada vez mais competitivo (OMINE, 2006). 1.3. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO Os canais de vendas e o desenho de distribuição adotado pelas indústrias de bebidas são capazes de proporcionar uma maior agilidade aos processos de comercialização, além de viabilizar a realização de ações diferenciadas de mercado – voltadas especificamente para cada um dos canais. De fato, os canais de vendas e a forma de distribuir os produtos na indústria cervejeira apresentam uma interligação significativa. O acesso aos canais de vendas pode ser feito através de distribuições próprias ou terceirizadas. Na distribuição própria, o fabricante atua diretamente, necessitando da empresa uma grande imobilização de veículos, sistemas de logística, armazéns apropriados para a estocagem dos produtos, equipamentos de segurança para manuseio e treinamentos para o pessoal envolvido (BANDES, 2006). Já na distribuição terceirizada, os produtos chegam ao canal de venda por meio de agentes intermediários que possuem expertise e grande foco gerencial, conseguindo realizar a distribuição, muitas vezes, de forma mais eficiente. Nesta última modalidade, a distribuição representa uma parceria na qual o fabricante consegue melhorar e aumentar sua penetração em mercados consumidores de maneira menos arriscada e custosa (BANDES, 2006). A distribuição dos produtos pode ser realizada também por empresas 16 independentes, designadas depósitos de bebidas, atacadistas ou adegas. Estes distribuidores recebem os produtos das redes de distribuição própria ou terceirizadas para revender, melhorando assim a capacidade de distribuição e escoamento da produção dos fabricantes. Contudo, por não estarem vinculados à marca e a um fabricante específico, estes distribuidores podem afetar negativamente as políticas de preço, prazo, promoção e posicionamento de produto e marca no mercado de atuação (BANDES, 2006). Enfim, uma boa estrutura de canais também pode fazer com que o produto chegue mais rápido ao consumidor final e até mesmo reduzir seu custo, resultando numa margem maior ou num preço inferior na briga com a concorrência. A estratégia de canais deve ser parte do planejamento de marketing das empresas e estar alinhada com as demais (ROSENBLOOM, 2002). variáveis estratégicas do marketing mix 17 2. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA URBANA A distribuição de produtos é uma das principais atividades das empresas, pois define o seu sucesso no processo de atendimento aos seus clientes. Um bom planejamento desta atividade pode criar condições para alcançar a eficiência e a confiabilidade no serviço prestado pela empresa, garantindo a satisfação dos clientes e a redução dos seus custos (BOTELHO, 2003). Este planejamento é bastante importante, uma vez que os custos de transporte correspondem de um a dois terços do total dos custos operacionais das empresas (BALLOU, 2001). Para Novaes (2004), na prática, a distribuição de produtos é analisada sobre diferentes perspectivas funcionais. Pelos técnicos de logística por um lado e, por outro, pelo pessoal de marketing e vendas. Para a logística, a distribuição física está relacionada aos processos operacionais e de controle. Já para o pessoal de marketing e de vendas, a cadeia de suprimentos é encarada focalizando os aspectos ligados à comercialização dos produtos e aos serviços a ela associados. A distribuição física compreende o transporte do produto do centro produtor ao consumidor diretamente ou via depósitos. Assim, os profissionais da distribuição operam elementos como: depósitos, veículos, estoques, equipamentos de carga e descarga, entre outros. A distribuição deve ser garantida em todos os componentes da cadeia de abastecimento no prazo e com a qualidade determinada. É a distribuição física que efetua o vínculo entre a empresa e seus clientes (BOWERSOX e CLOSS, 2001). O profissional de logística deve se preocupar em garantir a disponibilidade dos produtos requeridos pelos clientes à medida que eles os solicitem e também em assegurar que isso seja feito a um custo razoável. O gerenciamento da distribuição física se dá em três níveis: estratégico, tático e operacional. 18 • O nível estratégico trata decisões de longo prazo e apresenta como objetivo a definição do sistema em linhas gerais, ou seja, relaciona estruturas globais, requisitos e a configuração geral do sistema de distribuição. Neste nível há a definição da rede logística, com reduções de custos associados, porém mantendo o nível de serviço. São considerados, no nível estratégico, aspectos que levam em conta o número e a localização de instalações produtivas e de armazenamento, tais como fábricas, armazéns e centrais de distribuição; os canais de distribuição; os meios de transporte e tipos de veículo a serem utilizados; o sistema de processamento de pedidos e faturamento; outros. • No nível tático há um planejamento de médio e curto prazo, de forma a assegurar a maior eficiência na operação do sistema de distribuição, bem como na utilização dos equipamentos, dos veículos e das instalações, definidas no nível estratégico. Entre elas o planejamento de transportes, seleção e contratação de transportadores, análise de frete de retorno e a utilização desses fatores de modo eficiente. No que tange a frota, ela é analisada de forma a indicar o número de veículos e as diferentes capacidades. Esses problemas são designados como problemas de tamanho e mix de frota. • O nível operacional engloba a programação, execução e controle das atividades diárias, de forma a assegurar o deslocamento dos produtos para os canais de distribuição ou diretamente para os mercados consumidores, no tempo correto. Diversas atividades compõem a rotina da operação de distribuição, entre elas os procedimentos de armazenamento e movimentação interna de materiais, o processo de carga e descarga dos veículos, emissão de documentos e a programação dos roteiros de entregas. 19 Para que a otimização dos roteiros dê resultados satisfatórios é preciso que o sistema tenha sido bem planejado e bem dimensionado nos níveis estratégicos e táticos (GALVÃO, 2003). Os problemas de roteirização e programação são tratados na fase operacional do sistema quando já estão definidas a frota e as zonas de distribuição. A distribuição física está sofrendo grandes transformações à medida que as empresas adotam sistemas de gestão de logística e operações globais, exigindo do mercado de transportes uma melhoria contínua para que seja atendida a demanda crescente. 2.1. Gerenciamento da Cadeia de Distribuição Para que as redes de distribuição se tornem mais eficientes na satisfação das exigências do usuário final, um alto nível de cooperação entre as organizações participantes e o reconhecimento da necessidade de tornar os relacionamentos mutuamente benéficos são requeridos. A troca de informações entre os integrantes da rede de distribuição assegura que a manufatura e o fornecimento de produtos sejam orientados pela demanda real, e não por previsões equivocadas, e, consequentemente, permite que todos os membros do canal de distribuição operem melhor. Segundo Bowersox (2001), o canal de distribuição pode ser definido como um grupo de entidades interessadas que assume a propriedade de produtos ou viabiliza a sua troca durante o processo de comercialização, do fornecedor até o comprador final. Para que se caracterize um canal de distribuição é necessário que os membros que atuam nesse sistema mantenham uma relação de interdependência. Complementando esta definição, a American Marketing Association (2005) define um canal de distribuição como uma estrutura de unidades 20 organizacionais da empresa e agentes e firmas comerciais fora dela, por meio das quais mercadorias, produtos ou serviços são comercializados. Para Novaes (2001), há uma correlação estreita entre as atividades que constituem a distribuição física de produtos e os canais de distribuição. As atividades logísticas relacionadas à distribuição física são então definidas a partir da estrutura planejada para seus canais. Uma vez definidos os canais de distribuição, podem ser identificados os deslocamentos físico-espaciais a que os produtos serão submetidos, detalhando-se, a partir dessa análise, a rede logística e o sistema de distribuição decorrente. A rede de distribuição é composta por depósitos, centros de distribuição, estocagem, mecanismos de transportes e estrutura auxiliar. Ainda segundo Novaes, outro aspecto importante a ser considerado é a dificuldade de alteração dos canais de distribuição selecionados para uma empresa, que se mantêm fixos por muito tempo, pois envolvem outras empresas, intermediários, contratos, etc. As principais funções de um canal de distribuição são: Adaptação, negociação, nível de serviço, informação, distribuição física, promoção e venda, financiamento e redução de custos. 2.1.1. Atividades do Centro de Distribuição Lambert e Stock (1992) estabelecem três funções básicas para um Centro de Distribuição: movimentação, armazenagem e transferência de informação. A função de movimentação subdivide-se em quatro atividades: receber, transferir, selecionar e enviar. A fase de recebimento inclui o descarregamento 21 dos produtos, a conferência de avarias ou diferenças entre as quantidades demandadas e recebidas, e a entrada do material no sistema de controle de estoque. O processo de transferência envolve a movimentação do material para as áreas de armazenagem, de serviços especiais, tais como beneficiamento e consolidação/desconsolidação, e de picking (área para onde os produtos armazenados são transferidos em lotes menores, visando agilizar a seleção de pequenas quantidades para expedição). A seleção do pedido do cliente consiste das atividades de picking e packing (empacotamento e formação de novos lotes de distribuição). O envio é caracterizado pela checagem das ordens de expedição, alocação do pedido no equipamento de transporte e ajustes no sistema de controle de estoques. A transferência de informações ocorre simultaneamente às outras duas atividades do CD, fornecendo um fluxo constante e confiável de dados que sirva de base para a tomada de decisões administrativas por parte dos gestores do centro de distribuição. Estas informações podem referir-se aos controles de níveis de estoque, de localização do material, de chegadas e expedições, de espaço disponível e de dados do cliente. Ballou (1993) separa os serviços prestados por um centro de distribuição em quatro categorias: • Abrigo do Produto. Pode ser caracterizada, principalmente, pela atividade de armazenagem, com serviços de manutenção de registros, rotação de estoques e reparos. • Consolidação. Consiste em utilizar o centro de distribuição como ponto de concentração de bens, aumentando o controle e diminuindo gastos com transportes. • Transferência e Transbordo. A transferência é caracterizada pela distribuição de pequenos lotes para clientes, podendo haver breve 22 estocagem para sincronização das entradas (suprimento) e das saídas do armazém (demanda). No transbordo, o depósito serve como ponto de troca modal, sem intenção de manutenção de estoque, onde os grandes lotes são fracionados e distribuídos. • Agrupamento. Consiste em produzir itens em diversas plantas industriais e utilizar o armazém para agrupá-los, uma vez que os clientes geralmente adquirem a linha inteira. Lacerda (2000) cita novas funções recentemente incorporadas aos centros de distribuição: • Cross Docking. Múltiplos fornecedores utilizam o centro de distribuição para atender clientes comuns. Nos centros, as cargas são fracionadas, os pedidos de vários fornecedores são agrupados e, em seguida, expedidos em cargas cheias. Nessa modalidade, a mercadoria em trânsito pode ser armazenada por períodos curtos. • Transit Point (Ponto de Apoio). O centro de distribuição é visto como uma instalação de passagem, próxima ao mercado consumidor, onde os carregamentos consolidados são fracionados e distribuídos aos clientes, sem que haja manutenção de estoque. • Merge in Transit. É uma extensão dos conceitos de cross docking, associado ao sistema Just-in-Time. Aplica-se, basicamente, à distribuição de produtos de alto valor agregado, onde as partes são produzidas em diferentes plantas industriais, sendo consolidadas no centro de distribuição próximo ao mercado consumidor, no momento de sua necessidade, extinguindo os estoques intermediários. Segundo a Associação Americana dos Profissionais de Armazenagem (apud Ballou,1993), os modernos centros de distribuição devem oferecer os 23 serviços de manuseio, estocagem em trânsito, armazenagem alfandegada, ambiente com temperatura e umidade controladas, consolidação de carregamentos, serviços portuários, facilidade de transmissão de dados, planos de consolidação de fretes, empacotamento e embalagem, consertos e pequenas montagens. A escolha do tipo de sistema de distribuição, bem como das funções das instalações de armazenagem são parte de uma decisão estratégica adotada pelas empresas, que cada vez mais estão buscando alternativas, para atender as expectativas do consumidor, alem da redução de custos. Neste ambiente, o papel da armazenagem está voltado para prover capacidade de resposta rápida e muitos dos serviços executados visam justamente reduzir as necessidades de estoque. Este quadro indica grandes oportunidades a serem obtidas através de um processo de revisão das redes logísticas. De fato, muitas empresas têm revisto seus sistemas de distribuição e podemos dizer que existe uma tendência de centralização, onde o número de depósitos que operam atualmente é menor do que há alguns anos atrás. Mas não existe um modelo único. As soluções mais adequadas dependem de características próprias de cada empresa e da estratégia logística adotada. Podem perfeitamente combinar as vantagens de consolidação dos sistemas escalonados e a flexibilidade e capacidade de resposta dos sistemas diretos (LACERDA, 2000). 2.1.2. Estratégias de Localização de Centros de Distribuição Um dos pontos fundamentais para o sucesso de um sistema logístico é a eficácia na determinação da quantidade e localização dos centros de distribuição envolvidos. A escolha equivocada do número e posicionamento dessas estruturas acarreta desperdícios e custos que podem inviabilizar toda a operação. 24 A localização dos centros de distribuição (Bowersox, 2001), determinada em função de sua finalidade, é fator fundamental para o sucesso do empreendimento. De acordo com esse critério, os centros de distribuição podem ser: • Orientados para a Produção Estabelecidos próximos à planta industrial, funcionam como concentradores da produção dos fornecedores, pontos de montagem e consolidação de produtos fabricados. Permitem o envio de cargas de produtos variados a diversos clientes a um custo de transporte de carga consolidada. Sua principal finalidade é facilitar a expedição dos produtos aos clientes. • Orientados para o Mercado Depósitos localizados próximos aos grandes mercados consumidores dedicam se ao ressuprimento do estoque dos clientes, permitindo máxima consolidação de cargas para o transporte de longas distâncias, da fábrica ao depósito, com transporte secundário de curta distância, do armazém ao cliente. Servem, também, como locais para a montagem de produtos de diferentes origens e de vários fornecedores. Nas questões relativas ao ressuprimento de estoques, esta modalidade apresenta-se como a alternativa de menor custo. • Intermediários São centros híbridos, funcionando entre a área industrial e o mercado consumidor. Semelhantes aos depósitos localizados em atenção à produção oferecem cargas únicas de uma ampla variedade de produtos a um custo logístico reduzido. Buscam equalizar as vantagens dos centros de distribuição orientados para a produção e orientados para o mercado, priorizando o menor custo. São diversos os fatores que devem ser considerados durante a análise de potenciais áreas para a construção desses centros. Entre os principais, podem ser citados: 25 • Posicionamento dos fornecedores e clientes. A proximidade facilita o transporte, a comunicação e a resolução de problemas. • Previsão de demanda e características do produto. Fatores essenciais para dimensionamento do armazém e da quantidade de funcionários. • Disponibilidade e capacidade de veículos. Regiões concentradoras de veículos têm maior apelo para o estabelecimento de centros de distribuição. • Restrições legais de circulação de veículos. Em determinados locais, principalmente em áreas de grande movimentação, e horários não é permitida a circulação de veículos de carga de grande porte. • Custos de terrenos. Determinadas áreas podem mostrar-se estratégica e operacionalmente perfeitas, no entanto inviáveis economicamente. • Periculosidade da área. Um dos fatores de grande peso e motivador do surgimento e rápido crescimento dos condomínios de carga. • Infraestrutura e geografia. Quanto maior a acessibilidade e outras facilidades geográficas e de infraestrutura, maior a atratividade da região. • Impostos e subsídios fiscais. Incentivos fiscais podem ser determinantes na escolha do local. • Quantidade de períodos analisados. Diferentes resultados são conseguidos a partir da análise de diferentes períodos. Estratégias de curto, médio ou longo prazo podem indicar decisões divergentes. 26 • Mão-de-obra disponível. Toda a construção e operação do armazém dependem diretamente da mão-de-obra envolvida, daí a importância da instalação em áreas de grande oferta de trabalhadores. • Impacto urbano. O centro de distribuição deve ser projetado e instalado de forma a minimizar os impactos urbanos advindos de sua construção e operação. Estudos mais recentes, entre os quais pode ser citado o de Turnquist e Nozick (1998), incluem elementos mais específicos da armazenagem e distribuição de materiais a esses problemas, de forma a torná-los mais representativos da realidade. Dessa forma, os custos de manutenção de estoque e processamento de pedidos, entre outros, são incluídos na análise das soluções. Já de acordo com Sheu (2003), os melhores resultados na determinação da localização tanto de fábricas quanto de centros de distribuição são obtidos a partir de uma abordagem de interação no espaço da cadeia de suprimento integrada. É a partir da agregação de novas restrições, fatores de análise e abordagens que os modelos de localização de centros de distribuição têm se tornado cada vez mais específicos e precisos, abrangendo uma grande gama de situações (Goldbarg e Luna, 2000). Segundo Wanke (2001), o paradigma da presença local - explicado pela manutenção de estoques em cada mercado, próximo ao consumidor final, suprindo dessa forma deficiências em transporte e processamentos de pedidos – tem sido reavaliado pelas empresas devido a duas grandes transformações na logística: a informática e a melhoria dos transportes. O alto custo de manutenção de estoques elevados, principalmente de produtos acabados, incentiva às empresas a investir na concepção de uma cadeia logística integrada e de maior dinamismo. Um sistema de transportes 27 mais eficaz e confiável apoiado pelo processamento eletrônico de informações em alta velocidade tem sido percebido como pilar para a redução da quantidade de estoque necessária ao longo da cadeia de suprimentos. 28 3. ROTEIRIZAÇÃO E PROGRAMAÇÃO DOS VEÍCULOS Para Araújo e Michel (2001), a movimentação dos recursos necessários à produção de bens ou serviços se coloca como uma atividade de fundamental importância, pois o valor associado a tais recursos existirá se estes forem disponibilizados no local, tempo e quantidades corretas. Desta forma, para assegurar um transporte de qualidade, que atenda as demandas existentes, uma série de rotinas operacionais deve ser adequadamente planejada, dentre as quais se destaca o problema da roteirização e programação de veículos. Cunha (2000) e Vieira (1999) classificam o termo roteirização de veículos, embora não encontrado nos dicionários de língua portuguesa, como a forma que vem sendo utilizada como equivalente ao inglês “routing” (ou ”routeing”). Assim, a roteirização é o processo para a determinação de um ou mais roteiros ou sequências de paradas a serem cumpridos por veículos de uma frota, tendo por objetivo utilizar um conjunto de pontos geograficamente dispersos, em locais pré-determinados, que necessitam de atendimento. A roteirização pode ser caracterizada por N clientes (representados numa rede de transportes por nós ou arcos) que deverão ser servidos por uma frota de veículos, sem apresentarem restrições ou ordem que deverão ser atendidos. A programação (do inglês “scheduling”), por sua vez, refere-se à definição dos aspectos temporais de um ou mais roteiros, mais especificamente aos horários de cada uma das tarefas ou eventos importantes (CUNHA, 1997). Para Bose (1990), a programação caracteriza-se por clientes que requerem prioridade no atendimento ou cumprimento de um horário. Assim, representa uma configuração temporal. A programação pode englobar os horários de saída e retorno à base, chegadas e partidas dos pontos do roteiro, sendo estes horários condicionados pelos tempos gastos no atendimento de 29 cada ponto e pelos tempos de viagem ou deslocamentos entre os pontos consecutivos dos roteiros. Porém, a roteirização, no sentido mais amplo, pode ser entendida como uma otimização da programação operacional de um ou mais veículos. Este processamento se aplica tanto a rotas urbanas como rodoviárias e o resultado consiste na alocação racional de serviços de transporte (coleta e/ou entrega) à frota e a definição dos itinerários (roteiros), com a consequente ordem de atendimento a serem realizados. Os problemas operacionais de distribuição física com os quais as empresas se deparam no dia a dia podem ser problemas de roteirização, apenas de programação ou poderão ser problemas mistos, isto é, que apresentam características de programação com componentes de roteirização. 3.1. PROBLEMA DE ROTEIRIZAÇÃO E PROGRAMAÇÃO DE VEÍCULOS Christofides (1985) e Cunha (1997) definem o problema de roteirização e programação de veículos como o problema de distribuição, onde veículos localizados em um depósito central devem ser programados para visitar clientes geograficamente dispersos, de modo a atender suas solicitações conhecidas. Com relação à programação ou sequenciamento de um veículo, Chih (1987) caracteriza o problema como uma sequência de pontos que um veículo precisa percorrer, tendo a condição adicional de terem horários préestabelecidos de chegada e partida (conhecidos como janelas de tempo), ou então, relação de precedência entre pontos a serem cumpridos. Considerando Bodin et al. (1983) e Assad (1991), observa-se que as principais características dos problemas de roteirização e programação são: tamanho da frota disponível, tipo de frota, garagem dos veículos, natureza da 30 demanda, localização da demanda, características da rede, restrições de capacidade dos veículos, requisitos de pessoal, tempos máximos de rotas, operações envolvidas, custos, objetivos e outras restrições (variáveis do problema). Estas características podem ser usadas para modelar os problemas reais, sendo de grande interesse e importância para os pesquisadores, que buscam utilizar todos os recursos disponíveis a fim de minimizar os custos das rotas, diminuindo o tempo e a distância percorrida. Os problemas de roteirização podem ser classificados em três grupos principais: • Problemas de roteirização pura de veículos (PRV): neste tipo de problema as condicionantes temporais não são consideradas na geração dos roteiros para coleta e/ou entrega, sendo que em alguns casos pode-se considerar a restrição de comprimento máximo da rota. O problema de roteirização pura busca definir a sequência de rotas que cada veículo deve seguir visando a minimização de custos relacionados a transporte; • Problemas de programação de veículos e tripulações (PRVT): tipo de problema de roteirização onde as condicionantes temporais devem ser consideradas explicitamente, ou seja, as restrições adicionais relacionadas aos horários em que as atividades devem ser executadas devem ser consideradas no tratamento do problema; • Problemas combinados de roteirização e programação: é uma extensão do problema da roteirização do veículo, onde restrições realistas são incluídas, restrições estas tais como janelas de tempo e precedência de tarefas. Embora os problemas de roteirização de veículos apresentem variações, pode-se de um modo geral reduzi-los segundo a origem e destino do trajeto e segundo o tipo de modelagem (nós ou arco). Quanto à origem e destino, há o problema de se encontrar um trajeto em uma rede onde o ponto de origem seja 31 diferente do ponto de destino, em que os pontos de origem e de destino são coincidentes, ou em que existem múltiplos pontos de origem e de destino. Segundo Cunha (1997), com relação ao ambiente de distribuição, os problemas reais de roteirização podem ser divididos em dois grupos: • Roteirização em meio urbano, em que tanto os atendimentos quanto a base localizam-se na mesma área urbana; os percursos do roteiro são predominantemente urbanos; • Roteirização intermunicipal, na qual os atendimentos localizam-se em municípios distintos da base e entre si; os percursos do roteiro são predominantemente rodoviários. Em geral, os problemas de roteirização em meio urbano tendem a ser mais complexos do ponto de vista da sua natureza combinatória, uma vez que há um número maior de alternativas de caminhos e, consequentemente, de roteiros viáveis. Adicionalmente, há restrições à circulação de veículos, e incertezas quanto aos tempos de viagem. Na distribuição intermunicipal (rodoviária), as distâncias entre pontos de atendimento, em geral, diferentes cidades, são geralmente longas, e podem ser determinadas a partir de dados facilmente acessíveis e disponíveis da malha rodoviária de interesse. A densidade da malha rodoviária é baixa face às distâncias a serem percorridas. Além disso, são menores as incertezas associadas às restrições e condicionantes de tráfego. Embora as várias combinações de trechos viários possam ser testadas manualmente, caso o problema envolva muitas rotas viáveis ou deva ser resolvido freqüentemente, técnicas matemáticas programáveis em computadores podem ser bastante atrativas (BALLOU, 2006). Muitas empresas têm buscado redução de custos logísticos e melhoria de seu nível de serviço 32 através da adoção de ferramentas como tecnologia da informação e softwares de roteirização. 3.1.1. Métodos de Solução para os Problemas de Roteirização e Programação Nas ultimas décadas, a pesquisa por métodos de soluções de rotas e de programação de veículos vem crescendo, já que são técnicas fundamentais para empresas que necessitam consolidar cargas para entrega e/ou coletas, minimizando os custos. Segundo Cunha (1997, 2000), os problemas tratados na literatura especializada foram evoluindo em abrangência e complexidade, concomitantemente com a evolução da informática e dos recursos computacionais. Os primeiros trabalhos publicados na década de 60 tratavam principalmente do problema do caixeiro viajante. Desde então, novas restrições vêm sendo incorporadas aos problemas, visando melhor representar os diferentes tipos de problemas que envolvem roteiros de pessoas e veículos. Bodin et al. (1983) classificam a maioria das estratégias de solução para os problemas de roteirização de veículos da seguinte forma: • agrupa e roteiriza (“cluster first-route second”) – Este procedimento consiste em agrupar a demanda dos nós e/ou arcos primeiro e então desenvolver rotas econômicas sobre cada agrupamento; • roteiriza e agrupa (“route first-cluster second”) – Como procedimento tem-se a criação de uma grande rota ou ciclo, geralmente que não pode ser realizada, na qual incluem-se todas demandas nos nós e/ou arcos. Posteriormente, esta grande rota é dividida em rotas menores e factíveis; • economia/inserção – Procedimento de construção de uma solução em um dado caminho, de maneira que, para cada passo do processo, uma 33 configuração corrente, que é possivelmente infactível, é comparada com uma alternativa que também pode ser infactível. A configuração alternativa é aquela que produz a maior economia em termos de alguma função ou critério adotado, como o custo total, ou que insira de forma menos custosa demandas ainda não inseridas na rota (ou rotas) em construção. O processo é finalmente concluído com uma configuração factível; • melhoria/troca – Procedimento heurístico (também conhecido como troca de arcos ou arestas), em que em cada etapa uma solução factível é alterada, resultando em outra solução factível com o custo total reduzido. Este procedimento continua até que não seja possível reduções adicionais no custo; • programação matemática – Esta abordagem inclui algoritmos baseados em formulações de programação matemática do problema em questão; • otimização interativa – Este procedimento apresenta um alto grau de interação humana incorporado no processo de solução do problema. A idéia está na experiência do decisor, que tem a capacidade de fixar os parâmetros e propor alterações subjetivas nas soluções do modelo baseado no conhecimento e na intuição. Cunha (1997) alerta sobre as dificuldades de problemas com muitas restrições, onde a participação humana encontra grande dificuldade de considerar e tratar estas restrições simultaneamente. O problema é a excessiva dependência da habilidade e talento do analista; • procedimentos exatos – Procedimento para problemas de roteirização de veículos que incluem técnicas especializadas de branch and bound, programação inteira mista e programação linear inteira. Evoluiu bastante, mas ainda apresenta como principal problema o tempo de processamento e memória necessária para alcançar a solução; 34 Assad (1991) identificou três direções para o desenvolvimento de novos métodos de solução para problemas de roteirização e programação com restrições mais realistas: • Adaptar ou desenvolver alguma heurística conhecida e consagrada, de forma a incorporar novas restrições e condicionantes; • Usar técnicas de programação matemática, para a solução de problemas complexos de roteirização de veículos; • Adotar heurísticas seqüenciais ou decomposição, nas quais o problema é decomposto em subproblemas, que são resolvidos seqüencialmente através de diferentes algoritmos ou heurísticas. Cunha (1997) também classifica os métodos de solução para os problemas de roteirização, em: • Métodos exatos – possibilitam a obtenção da solução ótima. Os métodos exatos possuem uma classificação de algoritmos em termos de complexidade polinomial. Os algoritmos polinomiais são aqueles em que o número de operações necessárias para obtenção da solução ótima de um dado problema é limitado. Os problemas de otimização combinatória e difíceis de serem solucionados de forma exata são classificados como NP-Completos (ou NPHard), e são considerados complexos. Alguns autores consideram que os algoritmos exatos são usados apenas em soluções de problemas de pequeno porte. Para problemas de maior porte, utiliza-se métodos heurísticos ou combinação dos dois métodos. • Métodos heurísticos – geram soluções aproximadas, porém chegam à solução de modo mais rápido; adotam regras empíricas de agrupamento 35 ou técnicas baseadas em “economias”, acrescentando ou excluindo paradas. • Métodos emergentes ou meta-heurísticas – reúnem técnicas mais recentes e avançadas, não tradicionais, baseadas em sistemas especialistas, métodos de busca avançada ou procedimentos iterativos. Deve-se ressaltar que as estratégias e técnicas deste grupo são procedimentos heurísticos, pois não garantem a obtenção de solução ótima. Laporte et al. (2000) apresentam uma das mais completas revisões dos principais métodos de solução para problemas de roteirização de veículos, englobando tanto heurísticas tradicionais quanto meta-heurísticas. Existem diversas formulações originadas do PCV com desenvolvimento de um grande número de métodos para resolvê-las. Segundo Novaes (1989), muitos dos métodos exatos usados para resolver o PCV não são computacionalmente eficientes, o que tem levado os pesquisadores a planejarem processos heurísticos, que geram soluções satisfatórias, com consumo de tempo de computação muitas vezes menor. 3.2. TENDÊNCIAS TECNOLOGICAS DA ROTEIRIZAÇÃO O principal objetivo de um software roteirizador é minimizar custos e atender as premissas de nível de serviço, utilizando para isso algoritmos sofisticados na resolução de problemas, cujas variáveis de entrada consistem em rede logística, recursos e restrições existentes. De acordo com Marques (2002) os softwares de roteirização possuem três funcionalidades principais: Monitoramento e Controle, que diz respeito ao controle de variáveis como, por exemplo, o custo; Planejamento e Execução, que está ligado a questões de otimização das rotas e entregas; e por fim, o Apoio a negociação e auditoria de frete, relacionado ao controle sobre serviços de transportes oferecidos por terceiros. 36 Há algum tempo atrás, segundo Farkuh Neto & Lima (2006), os despachantes localizados nos depósitos e CDs só conseguiam falar com os motoristas dos veículos através de rádio e assim mesmo quando estavam dentro da área de alcance das transmissões. No entanto, na maioria das vezes o contato só era realizado em algumas ocasiões, em que o motorista conseguia um acesso telefônico, e ligava para sua sede. Atualmente, os avanços tecnológicos disponibilizam ferramentas como telefones celulares, pagers alfanuméricos, scanners portáteis, pequenos computadores de bordo. Diversos veículos são hoje equipados com rastreadores, muitas vezes dispondo de receptores GPS (Global Positioning System), que fornecem a latitude e a longitude do caminhão em tempo real. O GPS, combinado com uma base geográfica de dados de um SIG, permite ao despachante localizar o veículo, na rede viária, a qualquer instante. Essa facilidade permite alocar o veículo mais próximo e disponível a uma tarefa emergencial, por exemplo. Hoje, segundo Farkuh Neto & Lima (2006), se dispõe no mercado de um número razoável de software de roteirização (roteirizadores), que auxiliam as empresas a planejarem e programarem os serviços de distribuição física. No entanto, num passado não muito distante, os roteirizadores focalizavam o planejamento da distribuição no CD dentro de um prazo mínimo de 24 horas, ou seja, o planejamento ocorria num dia, e as entregas eram realizadas no dia seguinte. Hoje, muitos clientes indagam constantemente sobre a situação de seus pedidos, perguntam quando os produtos serão entregues e querem saber onde está a carga. A razão para isso é fundamentalmente a busca por estoques cada vez menores, o que obriga as empresas a controlarem de modo bastante preciso a distribuição dos produtos, deforma a evitar situações emergenciais irreparáveis. Por isso, a tendência atual dos softwares de roteirização é de executarem a programação em tempo real através da Internet. 37 Com a utilização de Palm-Tops, motoristas dos veículos poderão não somente se comunicar com a sede como também obter informações sobre tráfego e sobre condições de tempo, além de trocar mensagens com os clientes e solicitar socorro, quando necessário (Novaes, 2001). Outra meta das empresas fornecedoras de roteirizadores é tornar os softwares mais fáceis de serem utilizados pelos despachantes. Para isso, é necessário, entre outros requisitos, que se possua uma representação digital adequada da rede viária e uma base de dados georeferenciada dos endereços dos clientes. Infelizmente, as bases de dados georeferenciadas nem sempre estão disponíveis no mercado, e quando estão muitas vezes estão incompletas, imprecisas e desatualizadas. Essa situação é particularmente problemática no Brasil, em que pesem os esforços de algumas entidades e empresas, que vêm tentando suplantar tais deficiências. Obviamente, quando se fala em dados georeferenciados, os Sistemas de Informações Geográficas acabam sendo o termo automaticamente associado (Farkuh Neto &Lima, 2006). Os roteirizadores podem ser considerados como uma importante ferramenta na busca de uma visão mais estratégica de problemas de roteirização de veículos. Porém, é importante lembrar que estes softwares de roteirização fornecem informações precisas para tomadas de decisão e não a solução em si, como imaginado por muitas empresas. 38 CONCLUSÃO A logística de distribuição no Brasil é uma área de grande complexidade já que existem problemas na pontualidade nas entregas, nos prazos, na qualidade das prestações de serviços, no gerenciamento eficiente e eficaz nos processos de logística e etc. Desde o início do trabalho procurou- se demonstrar a importância na distribuição de cervejas e sua operacionalização. Para concluir, pode-se dizer que esta monografia foi elaborada com dedicação e seriedade, buscando entendimento sobre o tema. Teve como objetivo analisar e demonstrar o processo de distribuição de cervejas no Brasil, objetivo que foi alcançado e apresentado ao longo do trabalho. No capítulo 1 que fala sobre a indústria cervejeira conclui-se que é um mercado de grande expansão já que atinge conquistas significativas no mercado nacional ajustando-se a um novo modelo de negócio, livre da ação governamental de controle de preços e hoje adotando uma política de estímulos e incentivos contribuindo para a criação de empregos direta ou indiretamente. Os canais de vendas e distribuição estão inter-relacionados e são de fundamental importância para o negócio, são capazes de proporcionar uma maior agilidade aos processos de comercialização, além de viabilizar a realização de ações diferenciadas de mercado. No capítulo 2 foi citado o sistema de distribuição física urbana e conclui-se que ainda há falhas nas organizações participantes e que falta relacionamento mutuamente benéfico nos canais de distribuição. Muito precisa ser feito para que os membros que atuam nesse sistema sejam mais eficientes. No capítulo 3 que fala de roteirização e programação dos veículos conclui-se que as empresas do Rio de Janeiro deverão investir num software adequado para um melhor desempenho dos serviços de distribuição, otimizando a composição de cargas e rotas, reduzindo custos e melhorando a utilização dos veículos, permitindo um maior controle sobre os prazos de entrega, ocasionando uma melhoria do nível de serviço. Apesar das 39 significativas vantagens, esses softwares apresentam algumas limitações: são produtos relativamente caros, não triviais, além de necessitarem de uma base atualizada e precisa de dados. Mas com um bom planejamento estas falhas se minimizam, satisfazendo os clientes, realizando de forma adequada, obedecendo aos prazos e a pontualidade. Considerando toda a monografia, concluímos que a logistica de distribuição de cargas no Rio de Janeiro é de extrema importância para o bom andamento do mercado logistico de forma geral e é viavel o seu estudo. Acredito que com estudo, um bom softaware e um bom planejamento os processos de entregas possam ser feitos dentro dos prazos estabelecidos pelos clientes, satisfazendo suas necessidades, gerando lucratividade para as empresas, obtendo assim um melhor desempenho dos veículos. 40 BIBLIOGRAFIA AMERICAN MARKETING ASSOCIATION. Disponível em http://www.ama.org. Acesso em 10 de maio de 2012. ARAÚJO, R. R. de; MICHEL, F. D. Problemas de roteirização em arcos: características e métodos de resolução. Simpósio de Pesquisa Operacional e Logística da Marinha. 2001, Rio de Janeiro – RJ. ASSAD, A. A. Modeling and Implementation Issues in Vehicle Routing. In: Vehicle Routing: Methods and Studies, edited by: Golden, B.L; Assad, A. A. v.16, 127- 148p., second impression, 1991. BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suplementos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial: trad. Elias Pereira. Porto Alegre: Bookman, 2001. ______. Logística Empresarial. Atlas. 1993, São Paulo, SP. 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