Proposta N°7312 Situação do OAC: 8 Autor: SONISVALDO DE SOUZA RIBEIRO Estabelecimento: 11 DE OUTUBRO, C E - E FUND MEDIO Ensino: ED PROFISSIONAL Disciplina: ORGANIZACAO DO TRAB.PEDAGOGICO Conteúdo: TRABALHO PEDAGOGICO Cor do conteúdo: Problematização do Conteúdo Chamada para a Problematização: Por quê trabalhar com o tema: A construção do projeto político-pedagógico? Foi pela necessidade de se construir coletivamente o projeto. Texto: A construção do Projeto Político-Pedagógico de forma coletiva tem sido a grande dificuldade para as instituições de ensino, pois o corpo docente, na sua maioria, não se sentem responsáveis pela elaboração do projeto político-pedagógico, também outros segmentos da comunidade escolar estão ausentes do cotidiano da escola. A importância da elaboração do projeto político-pedagógico tem respaldo na LDB 9394/96, pois ,em seu artigo 12 inciso primeiro, ressalta que as instituições de ensino possuem a incumbência de "elaborar e executar sua proposta pedagógica". Também na LDB, nos artigos 13 e 14, está escrito que é atribuição dos profissionais da educação ( professores, pedagogos, técnicos administrativos e outros) participarem da elaboração do projeto político-pedagógico da escola. O projeto político-pedagógico é que caracterizará , dará identidade à instituição de ensino, pois o mesmo procura direcionar as ações do processo educativo. Através do projeto políticco-pedagógico a escola planeja o fazer pedagógico escolar, procura dar significado às ações desenvolvidas no cotidiano da escola, portanto a construção coletiva do projeto político-pedagógico faz-se necessário para se legitimar a gestão verdadeiramente democrática. Todos os segmentos da comunidade escolar devem participar desta construção para se estabelecer as diretrizes para o consistente funcionamento do estabelecimento de ensino. Dessa forma, sua elaboração não será apenas para cumprir uma formalidade burocrática, legal, mas sim toda ação desevolvida no interior da escola será fruto de uma reflexão antes pensada e planejada. Investigação Disciplinar Título: A importância do Projeto político-pedagógico para a escola. Texto: Este trabalho tem por objeto de estudo desmistificar que a construção do projeto político-pedagógico é tarefa apenas do pedagogo, mas de todo o coletivo escolar. A equipe pedagógica tem a incumbência de coordenar as discussões para a elaboração do projeto político-pedagógico "entendido como a própria organização do trabalho pedagógico da escola como um todo" (Veiga, 2005), daí sua importância . Sem o projeto político-pedagógico torna-se difícil definir que educação se deseja ter, que perfil de aluno se pretende formar. Sem esta reflexão ,certamente, a escola continuará a servir a classe dominante, a ideologia neoliberal de forma reprodutivista inconsciente ou conscientemente, pois" o grande erro da escola básica, cujas funções têm sido subsumidas pela preocupação de como levar os alunos a um trabalho futuro"(Paro, 1999). A relevância da construção coletiva do projeto político-pedagógico para a escola seria que, a partir, do mesmo a instituição passa a ter uma identidade e desta forma adquire autonomia para desenvolver suas ações. Perspectiva Interdisciplinar Título: O projeto político-pedagógico na perspectiva interdisciplinar Texto: Ao construir coletivamente o projeto político-pedagógico com efetivo envolvimento de todos os segmentos da comunidade escolar, procura-se quebrar o paradigma de um trabalho fragmentado e individualista presente nas escolas. O corpo docente ao elaborar a proposta pedagógica ainda volta-se quase que exclusivamente para a realidade de sua disciplina particularizando, esquecendo-se de um todo que precisa estar articulado. As diversas disciplinas que compõem o currículo nesta perspectiva interdisciplinar necessitam romper com o trabalho individualista, todo o corpo docente precisa conhecer, de maneira geral, os conteúdos estruturantes das diversas disciplinas e promover a necessária articulação entre as mesmas, pois o currículo é construído socialmente de forma contextualizada e não fragmentado. É preciso pensar coletivamente numa concepção de educação que atenda a real demanda científica e tecnológica dos tempos atuais. Daí a importância de um projeto político-pedagógico consolidado em princípios de uma gestão verdadeiramente democrática. É preciso viabilizar espaços durante todo ano letivo para se promover a discussão e conhecimento das diretrizes curriculares das diversas disciplinas que compõem o currículo das escolas públicas paranaenses. Iniciativas tais como reuniões técnicas com professores das diversas disciplinas, jornadas pedagógicas com pedagogos e diretores promovidas pelos núcleos regionais de ensino contribuem para mudanças no sentido de se ter uma escola pública de qualidade.Todo esse trabalho tem sido coordenados pela Superintendência da Educação e CADEP da Secretaria de Estado da Educação. Outro aspecto importante é o currículo: O que é ? Está a serviço de quem? Para que tipo de sociedade? Que sociedade se quer? Que transformações sociais? Que educando se quer formar? Conforme J. Gimeno Sacristan: [...] o currículo como programa que proporciona conteúdos e valores para que os alunos melhorem a sociedade em relação à reconstrução social da mesma. (SACRISTAN 2000, p.14) A sugestão de leitura indicada seria o texto, Identidade do Ensino Médio enviado às escolas através da SUED para se discutir na semana pedagógica. Contextualização Título: Projeto político-pedagógico: contexto histórico no Paraná Texto: Na segunda metade da década de noventa, com maior intensidade, após a promulgação da nova LDB 9394/96, as instituições de ensino procuraram elaborar seu projeto político-pedagógico. Houve cobrança da Secretaria de Estado da Educação com prazos definidos para que as escolas entregassem seus projetos político-pedagógicos, porém havia pouca experiência na elaboração deste documento e também pouca fundamentação teórica. As escolas estaduais cumpriram a formalidade de entrega,no geral, não houve empenho em executá-lo, nem avaliá-lo, constantemente, para que este projeto fosse realimentado. Durante as gestões do governo Jaime Lerner (8 anos até janeiro de 2003), houve pouca cobrança no sentido de execução e avaliação do projeto político-pedagógico. O documento ficava nas gavetas das escolas, apenas para cumprir uma formalidade. A partir de 2003, na gestão do governo Roberto Requião, iniciou-se uma retomada na elaboração do projeto políticopedagógico. Ocorreu capacitação da equipe pedagógica e das direções através das jornadas pedagógicas. Desta forma, capacitando este segmento escolar para que o mesmo pudesse articular, coordenar todo o trabalho pedagógico no âmbito da instituição de ensino. Houve também valorização dos profissionais da educação através de concursos públicos: a efetivação de professores, pedagogos, técnicos administrativos e agentes de apoio ( antigo serviços gerais). Estas medidas criaram condições para se efetivar a construção do projeto político-pedagógico, pois acabou com a alta rotatividade destes profissionais na escola. No ano de 2007, 1200 professores e pedagogos tiveram a oportunidade através do PDE ( Programa de Desenvolvimento Educacional) puderam licenciar-se de suas atividades profissionais para dedicarem-se exclusivamente aos estudos e pesquisas e assim mudarem suas práticas educacionais, promoverem a intervenção pedagógica nas escolas tendo como objetivo maior a melhoria na qualidade de ensino. Essas ações transformaram significativamente o perfil dos profissionais de educação no Paraná. Houve também investimentos na capacitação dos funcionários através do pró-funcionário. Desta forma, criou-se condições satisfatórias para que as escolas elaborassem efetivamente seu projeto político-pedagógico, com ênfase na qualidade da escola pública e consequentemente o sucesso e permanência do educando na instituição de ensino. A título de sugestão, para uma fundamentação teórica, há uma indicação de leitura do livro: Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível de Ilma Passos A Veiga (org.) Bibliografia VEIGA, Ilma Passos A (org.). Projeto Político-Pedagógico da Escola: Uma construção possível. 20ª ed.Campinas: Papirus Editora ,2005. Sítio Título do Sítio: Projeto político-pedagógico : caminho para uma Escola Cidadã mais bela, prazerosa e aprendente Disponível em (endereço web): http://www.paulofreire.org/Biblioteca/t_pad3.html Acessado em (mês.ano): Novembro/2007 Comentários: Neste site há uma abordagem de contrução do projeto político-pedagógico na perspectiva de uma escola cidadã. Há um texto inicial de Paulo Roberto Padilha, que comenta a importância de se construir coletivamente o projeto político-pedagógico. A construção coletiva do projeto político-pedagógico possibilita ao corpo docente, em especial, se dê novos significados ao fazer pedagógico na escola. "Ao desenvolvê-lo as pessoas reafirmam e atualizam valores, explicitam seus sonhos e utopias, demonstram saberes, dão sentido aos seus projetos individuais e coletivos"( Padilha, 2002, pp73-93) Há uma orientação de como construir o projeto político-pedagógico da escola. O texto também apresenta uma sugestão de bibliografia bastante consistente para se fundamentar o trabalho pedagógico na escola. Bibliografia PADILHA, Paulo Roberto. Projeto políticopedagógico, leitura do mundo e a Festa da Escola Cidadã, São Paulo, Instituto Paulo Freire, 2002. (mimeo), 13 p. Título do Sítio: Projeto político-pedagógico : uma perspectiva de identidade no exercício da autonomia Disponível em (endereço web): http://www.cefetsp.br/edu/sinergia/4p32chtml Acessado em (mês.ano): Novembro/2007 Comentários: O texto inicial traz como idéia central a autonomia da escola e seu verdadeiro papel social enquanto instituição de ensino. A autonomia da escola não significa cada profissional da educação trabalhar de forma isolada sem fundamentação, mas ao contrário, seria a elaboração de um projeto coletivo com responsabilidade compromisso de todos os segmentos da comunidade escolar dando voz aos colegiados tais como:( conselho escolar, associações de pais e mestres, grêmio estudantil etc). Todos devem participar na construção deste projeto. É preciso uma reflexão de o verdadeiro papel social da escola que possa se contrapor ao sistema de exlusão social pautado numa política de gastos mínimos com educação de inspiração neoliberal. É preciso que os órgãos colegiados da instituição educacional juntamente com a direção cobrem do Estado a responsabilidade em investimentos consistentes para o setor educacional. Daí a necessidade de participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar. Sons e Vídeos Categoria: Vídeo Título: Ensino Médio - Fazendo Escola (Projeto político-pedagógico: passo a passo) Direção: Ministério da Educação - Secretaria de Educação a Distância Produtora: Polo industrial de Manaus Duração (hh:mm): 00:50 Local da Publicação: Distrito Industrial - Manaus - AM Ano: Disponível em (endereço web): http://www.mec.gov.br Comentário: O vídeo procura abordar a elaboração do projeto político-pedagógico de forma coletiva, com participação dos diversos segmentos da comunidade escolar: professores, pais, alunos, diretor, equipe pedagógica. O vídeo também comenta que o projeto político-pedagógico é algo inacabado, pois necessita estar em constante realimentação, adequação. Através do projeto político-pedagógico a escola consquista autonomia pedagógica, pois há um planejamento e organização do trabalho pedagógico. O vídeo também chama atenção no sentido de que a escola deve construir seu próprio projeto político-pedagógico e não copiar de outro estabelecimento, pois cada comunidade tem suas especificidades, é preciso conhecer a realidade sócio-econômicacultural para que o projeto político-pedagógico tenha sua identidade. Ao copiar de outra escola ou comprar um projeto político-pedagógico pronto, este passa a ser apenas o cumprimento de uma formalidade. Os diversos segmentos da comunidade escolar não estarão comprometidos com a execução do projeto político-pedagógico. Proposta de Atividades Título: Atividade de pesquisa Texto: Seria interessante iniciar o trabalho com uma série de entrevistas com professores, funcionários, pais e alunos, para se ter clareza se os diversos segmentos da comunidade escolar sabem, conhecem o projeto político-pedagógico da escola. Através das entrevistas será possível conhecer a realidade escolar, especialmente, o grau de envolvimento dos profissionais da educação da referida escola. A entrevista poderá ser feita por amostragem, com questões do tipo: 1) Você sabe o que é o projeto político-pedagógico e qual sua importância? 2) Participou da elaboração do projeto político-pedagógico da unidade escolar? Em que momento? 3) Já leu em algum momento o projeto político-pedagógico de sua escola? Quando? 4)Conhece as diretrizes curriculares da sua disciplina? Quais são os conteúdos estruturantes? ( as questões 3 e 4 seriam específicas para professores). Após as entrevistas, seria feita a tabulação dos dados e análise dos resultados. Desta forma, haveria sensibilização de toda a comunidade escolar, e também um conhecimento prévio da realidade, para um início efetivo do trabalho de elaboração do projeto político-pedagógico. Além das sugestões dadas, outras questões poderão ser elaboradas. A atividade sugerida seria consistente para início dos trabalhos de construção do projeto político-pedagógico. Imagens Comentários e outras sugestões de Imagens: As imagens apresentam uma atividade cultural produzida por alunos e coordenação do corpo docente da escola: uma noite de autógrafos de contos selecionados que foram produzidos pelos alunos. É de extrema importância ter a comunidade participando de atividades cuturais promovidas pela escola. Iniciativas dessa natureza integram os diversos segmentos da comunidade escolar e tornam a escola parte da comunidade na qual está inserida, há uma valorização do espaço escolar e da produção de alunos sob a coordenação dos professores e também uma valorização dos profissionais da educação. Sugestão de Leitura Categoria: Revista Científica Sobrenome: ROSSA Nome: Leandro Título do artigo: Projeto político-pedagógico: uma contrução coletiva, inclusiva e solidária Título da revista: Revista da AEC Local da Publicação Brasília Volume ou tomo: 28 Fascículo: 111 Página inicial: 63 Página final: 72 Disponível em (endereço WEB): Data de Publicação (mês.ano): Abril/1999 Comentários: O artigo de Rossa explicita como se constrói o projeto político-pedagógico: suas partes constitutivas: precisa constar de um marco referencial, marco conceitual e operacional, não necessariamente nesta ordem. Para se elaborar o projeto políticopedagógico é necessário conhecer a realidade sócio-política-econômica e cultural da comunidade escolar. Rossa também reforça o sentido da expressão construção coletiva. Comenta que " a construção coletiva exige reconhecimento e valorização do outro" ( Rossa, 1999). É preciso que todos os segmentos da comunidade escolar sintam-se co-responsáveis, pertencentes ao projeto. Rossa aborda as dificuldades na elaboração do projeto político-pedagógico: o corpo docente trabalhar em várias escolas, daí a dificuldade em convocar reuniões com todos, a obrigatoriedade dos duzentos dias letivos e outros entraves. É preciso criar um espaço de discussão para se garantir a construção, execução e avaliação efetiva do projeto políticopedagógico. Categoria: Internet Sobrenome: PALAGI, Marques Nome: Ana Maria Título: A FUNÇAO DO PEDAGOGO FRENTE À CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Disponível em (endereço WEB): http://www.unipan.br Acesso em (mês.ano): Março/2008 Comentários: A artigo: A Função do Pedagogo Frente à Construção do Projeto Político-Pedagógico: Relato de Experiência,da autora Ana Maria Marques Palagi procura ressaltar a grande dificuldade na elaboração do projeto político-pedagógico por parte das escolas, embora sua construção tenha respaldo legal. A autora comenta que em, décadas anteriores, o trabalho de construção do projeto político pedagógico era extremamente complexo, obscuro, enfadonho, porém, na atualidade, com as conquistas de uma gestão democrática as discussões avançaram, "a escola tem se constituído em espaço de reflexão e construção da democracia." Numa gestão democrática a elaboração coletiva do projeto político-pedagógico não pode ser ignorada. A autora comenta ainda que, o pedagogo exerce papel importante, pois o mesmo através de sua formação acadêmica "procura aprofundar conceitos sobre educação e demonstrar as dificuldades entre elaboração do projeto e sua efetivação". O texto procura enfatizar a verdadeira função do pedagogo na instituição escolar " que tenha como referências a ética profissional e atititude investigativa... o pedagogo ao ter a dimensão da organização de seu trabalho deve considerar a descentralização do poder ..." A autora comenta que no Paraná, a partir de novembro de 2005, com o concurso público para pedagogo a função desse profissional foi redefinida: passou-se para a denominação de equipe de ensino e não mais supervisão e ou orientação como era antes. O pedagogo era visto como um auxiliar do professor, um inspetor de alunos, sua função restringia-se a resolver problemas disciplinares. Avançou-se muito nessa questão, pois a equipe pedagógica procura nortear "dentro dos princípios da gestão democrática a função específica da escola que é o seu compromisso com a educação." Daí a importância do pedagogo ser o articulador na construção do projeto político-pedagógico, pois as funções deste profissional devem estar explícitas no projeto político-pedagógico da escola. Conforme aborda a autora a função do pedagogo no Paraná deixou de ser um cargo de confiança do diretor e passou a fazer parte do quadro próprio do magistério através de concurso público, um avanço para a educação pública paranaense. Categoria: Internet Sobrenome: MARTINS Nome: Elita Betania da Andrade Título: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E FORMAÇÃO DO PROFESSOR Disponível em (endereço WEB): http://re.granbery.edu.br/artigos/pe/artigo_ped_o2_004_pdf Acesso em (mês.ano): Março/2008 Comentários: No texto: Projeto Político-pedagógico e Formação do Professor de Elita Betania de Andrade Martins, a mesma comenta a necessidade de construir um projeto político-pedagógico que realmente seja um retrato fiel da identidade da escola. A autora relembra que historicamente as propostas para a educação eram elaboradas por uma elite nos gabinetes e as escolas apenas executavam esses projetos. A partir da década de 80, houve um intenso movimento reivindicatório pela democratização da sociedade brasileira e consequentemente das escolas. Houve a reivindicação de eleição para diretores nas escolas públicas, também a realização de concursos públicos para os profissionais da educação. Dessa forma, uma participação efetiva dos mesmos na construção do projeto político-pedagógico das escolas. Um aspecto importante comentado pela autora é que, a partir da nova LDB. lei 9394/96, intensificou-se a elaboração do projeto político-pedagógico de cada escola, houve também a necessária reorganização das instituições de ensino. "O Estado passou a transferir para as escolas a responsabilidade pelo seu gerenciamento, concedendo-lhe autonomia".É preciso estar atento se essa autonomia não significa uma diminuição de investimentos em educação por parte do Estado. Na perspectiva das escolas elaborarem sua proposta pedagógica criou-se ambiente favorável para se discutir a realidade de cada escola. No âmbito escolar passou-se a discutir, refletir e definir que concepção de educação que se deseja, para que tipo de sociedade, que cidadão se quer formar. Todas essas reflexões ganharam mais espaço, a partir da construção coletiva do projeto políticopedagógico na instituição escolar. A autora comenta também da necessidade de formação continuada, pois na graduação, a formação do profissional não é suficiente para a complexa realidade escolar, pois a realidade de cada instituição apresenta-se distinta, "será necessário que este professor juntamente com seus pares, busque o que tem sido apontado como formação em contexto." É preciso viabilizar esses espaços para discussão no âmbito escolar, caso contrário o projeto político-pedagógico servirá apenas para se cumprir uma exigência legal, burocrática. Categoria: Livro Sobrenome: Gadotti Nome: Moacir Título do Livro: Autonomia da Escola - princípios e propostas Edição: 6 Local da Publicação: São Paulo Editora: Cortez Editora Disponível em (endereço WEB): Ano da Publicação: 2004 Comentários: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA Fundamentos para a sua realização capítulo 2 Moacir Gadotti comenta que uma característica marcante das escolas, atualmente, é a multiculturalidade, não é mais possível escolher ser uma escola tradicional ou moderna, estas duas realidades não respondem mais a todas as questões atuais da escola. Um outro aspecto importante, na atualidade, é o número crescente da "reivindicação pela participação e autonomia contra toda forma de unifomização..." (GADOTTI 2004 ) A autonomia, cidadania e participação ganharam força na atualidade, portanto, construir um projeto político-pedagógico requer a participação de todos os segmentos da comunidade escolar. O texto também comenta que não se pode falar em construção do projeto da escola desvinculado de uma gestão democrática. " A gestão democrática pode melhorar o que é específico da escola, isto é, o seu ensino..." ( GADOTTI 2004 ). É preciso através do projeto político-pedagógico efetivar a participação dos colegiados na escola: conselho escolar, APMF,grêmio estudantil com efetivo exercício da democracia. Moacir Gadotti comenta que a construção do projeto político-pedagógico é "um momento de renovação da escola...pressupõe uma ação intencionada com um sentido definido, explícito sobre o que se quer inovar." (GADOTTI 2004) Ao construir o projeto político-pedagógico é preciso controle, acompanhamento e avaliação, caso contrário perde-se o caminho, não se sabe se os objetivos foram alcançados. Na conclusão o autor comenta que não é possível construir um projeto político-pedagógico sem uma direção política, um norte, um rumo. "O projeto pedagógico da escola está hoje inserido num cenário marcado pela diversidade. Cada escola é o resultado de um processo de desenvolvimento de suas contradições..."(GADOTTI 2004 ) Categoria: Periódico Sobrenome: SILVA Nome: Maria Abádia da Nome do Periódico: Cadernos CEDES Local da publicação: Campinas Volume: 23 Número: 61 Disponível em (endereço WEB): Data de Publicação (mês.ano): Dezembro/2003 Comentários: Do projeto político do Banco Mundial ao projeto político-pedagógico da escola pública brasileira. O artigo de Maria Abádia da Silva, doutoranda em educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) faz uma análise da educação nos anos 90. Procura abordar a influência dos organismos internacionais, em especial, o Banco Mundial na educação pública dos países em desenvolvimento tais como o Brasil. A autora relata que, desde 1946, o Banco Mundial mantém relações com o Brasil através do MEC. Segundo a autora "ocorre uma apropriação das estruturas institucionais educacionais do país por meio do desenvolvimento de projetos que sirvam aos interesses desses organismos internacionais"..(Silva, 2003). Depois, para que o país consiga saldar a dívida, a orientação seria que houvesse pouco investimento em educação, saúde, cultura e produção científica e dessa forma sobrasse dinheiro e o país pudesse honrar seus compromissos com o Banco Mundial. Uma das exigências do Banco Mundial é que a parcela significativa de recursos seja investida no ensino fundamental, daí a criação do FUNDEF. O ensino médio e ensino superior ficam a cargo da iniciativa privada. Segundo a autora há mais de 50 anos o Brasil mantém relações com o Banco Mundial. Ao emprestar dinheiro para se investir em educação, há também uma orientação de como se gastar esses recursos, que são decididos pelo MEC e ou pelos secretários de educação estaduais, as escolas são meras executoras das decisões já tomadas. A autora comenta que ,na década de 80 e início dos anos 90, havia um expressivo movimento de professores, sindicatos para que a escola tivesse, construisse seu projeto político-pedagógico, que perdeu consistência a partir da reaproximação do governo federal com o Banco Mundial. Nesta perspectiva é inegável a forte influência dos organismos internacionais no sistema educacinal brasileiro, na tomada de decisões. É preciso que as escolas construam seu projeto político-pedagógico e estejam cientes da necessidade de se contrapor a essa influência externa. A autora ainda comenta a real necessidade dos profissionais da educação e toda comunidade escolar na elaboração do projeto político-pedagógico e que esta seja uma prioridade e esteja a serviço do educando e não da classe dominante e ou dos organismos internacionais. Categoria: Livro Sobrenome: PARO Nome: Vitor Henrique Título do Livro: Gestão democrática da escola pública Edição: Local da Publicação: São Paulo Editora: Ática Disponível em (endereço WEB): Ano da Publicação: 1997 Comentários: A leitura do livro traz alguns questionamentos de extrema importância: se a gestão de fato é democrática, a qualidade da escola pública e de seus profissionais e também o papel social da educação. O texto inicia afirmando que a estrutura hierarquizada de poder encontra-se montada com explícito objetivo de concentração do poder no interior da escola, sendo o diretor autoridade máxima centralizando as decisões. Paro comenta a situação da escola pública de São Paulo, cujo diretor é vitalício, aprovado através de concurso público, um "preposto do Estado". Isso em muito dificulta a democratização da escola, pois o poder de decisão está apenas nas mãos do diretor. Os órgãos colegiados: o conselho de escola, a APM... existem para cumprirem uma formalidade. Essa hierarquização seria o oposto de democracia. A escola não estimula a participação da comunidade, pois os pais apenas são convocados para ouvirem reclamações em relação a seus filhos " alunos bagunceiros". Um outro aspecto importante seria no tocante à qualidade de ensino: escolas com suas estruturas físicas-materiais em condições precárias, péssimas condições de trabalho aos profissionais da educação. Tudo isso desestimula os profissionais a realizarem um bom trabalho, pois há uma desvalorização dos professores e consequentemente, uma baixa qualidade educacional. Professores despreparados com formação ruim, alto índice de reprovação e evasão dos educandos. O texto também procura trazer uma reflexão em relação ao papel social da escola. A escola pública contemporânea deveria estar a serviço da população menos favorecida ( a classe trabalhadora). Categoria: Livro Sobrenome: VEIGA Nome: Ilma Passos A (org.) Título do Livro: Projeto político-pedagógico da escola Edição: Local da Publicação: Campinas Editora: Papirus Disponível em (endereço WEB): Ano da Publicação: 1995 Comentários: A obra aborda a importância de se construir coletivamente o projeto político-pedagógico da escola e a participação das instâncias colegiadas nesta construção, tais como: Conselho Escolar, APMF, Grêmio Estudantil, é preciso que todos os segmentos da comunidade escolar participem efetivamente. Notícias Categoria: Revista de circulação Sobrenome: Gentile Nome: Paola *Título da Notícia/Artigo: A Educação vista pelos olhos do professor. *Nome da revista: Revista Nova Escola Local da Publicação São Paulo Fascículo: *Página inicial: 04 *Página final: 82 Disponível em (endereço WEB): https://www.novaescola.org.br Data de Publicação (mês.ano): Novembro/2007 Comentários: É bastante interessante a pesquisa Ibope e Nova Escola: revista distribuída às escolas em novembro, 2007. A pesquisa procura saber como o professor vê a educação. Foram entrevistados 500 professores nas capitais brasileiras com um resultado surpreendente: 77% dos entrevistados apontam a ausência dos pais como um dos principais problemas da sala de aula, 70% desmotivação dos alunos e 69% indisciplina e falta de atenção. Conforme análise os professores apontam problemas externos responsáveis pelo fracasso escolar. Os profissionais da educação não assumem a responsabilidade nem cobram do Estado. Alguns estudiosos analisam essas contradições e outras: 64% avaliam a formação inicial que tiveram excelente ou muito boa, mas 49% dos professores admitem que a formação preparou pouco para a realidade da sala de aula. A pesquisa de capa da revista Nova Escola é um convite à reflexão de qual seria o verdadeiro papel da escola, dos educadores. A reportagem chama a atenção para a necessidade de um projeto pedagógico construído coletivamente. Só assim seria possível encarar de frente o problema do fracasso escolar. Todos os profissionais envolvidos com a educação assumirem suas responsabilidades e cobrarem do Estado melhores condições de trabalho, políticas públicas educacionais que tenham continuidade e não terminem com o fim do mandato deste ou daquele governante. Destaques Título: Reformulação Curricular nas Escolas Públicas do Paraná Fonte: Portal Dia-a-diaeducação Texto: É oportuno apresentar o texto, cujo título é: Reformulação Curricular nas Escolas Públicas do Paraná de autoria da profª DRª Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde, Superintendente da Educação da SEED, pois o referido texto aborda desde a criação do Currículo Básico das escolas públicas do Paraná, na década de 90, até a reformulação curricular e implantação das novas diretrizes curriculares nas diversas disciplinas e modalidades de ensino na atualidade. No texto a autora comenta que, no início dos anos 90, houve a elaboração do Currículo Básico. Esse período foi marcado por um avanço, "um aprendizado novo para o conjunto de professores", porém com as mudanças dos governos seguintes, houve uma descontinuidade do processo e conseqüentemente inadequação das propostas curriculares e desatualização do currículo Básico. Um outro fator que contribuiiu para a desatualização e inadequação das propostas curriculares foi a "indefinição de propostas pedagógicas da própria secretaria de Estado da Educação", tudo isso contribuiu para a descaraterização do Currículo Básico de 1990. No início da gestão do governo Requião 2003-2006 a SEED através da Superintendência da Educação estabeleceu "como linha de ação prioritária a retomada da discussão coletiva do currículo. Num primeiro momento, conheceu-se a realidade, promoveuse seminários e produção de "documentos referenciais". A partir das discussões coletivas das propostas pedagógicas nas diversas áreas e modalidades de ensino houve a reformulação das diretrizes curriculares por disciplinas , níveis e modalidades de ensino. Esse trabalho teve o cuidado de contar com o coletivo de professores da rede pública paranaense, um sinal de valorização e respeito aos professores e todos os profissionais da educação. Concomitante a esse trabalho ocorre a instrumentalização das direções e equipes pedagógicas da rede pública de ensino para que as mesmas possam construir coletivamente o projeto político-pedagógico das escolas públicas no Paraná. A SEED através da CADEP ( Coordenação de Apoio à Direção e Equipe Pedagógica) procura assessorar as escolas na perspectiva de se construir uma educação de qualidade. A proposta curricular do Estado do Paraná procura dar "ênfase nos conteúdos científicos, nos saberes das disciplinas que compõem a grade curricular, e não em competências e habilidades, como era anteriomente", no período das gestões passadas, quando houve descontinuidade e inadequação do Currículo Básico. Paraná Título: A construção coletiva do projeto político-pedagógico Texto: O texto, A Construção Coletiva do Projeto Político-Pedagógico elaborado e divulgado pela CADEP ( Coordenação de Apoio à Direção e Equipe Pedagógica) procura orientar de forma consistente as direções e equipes pedagógicas das escolas públicas paranaenses. O documento encontra-se disponível no portal Dia-a-Dia Educação do Paraná: www8.pr.gov.br/portals/portal/cadep/projeto_construção2005.pdf. Há inicialmente, um conceito do que seja o projeto político pedagógico: "É a própria organização do trabalho pedagógico escolar como um todo, em suas especificidades, níveis e modalidades." O texto procura explicitar a importância de se construir coletivamente o projeto político pedagógico. O resultado dessa construção não é algo pronto acabado, necessita de constante realimentação, complementação e readequação. A elaboração do projeto político pedagógico deve partir da realidade na qual a escola encontra-se inserida para partir-se para uma prática social transformada. O mesmo "alicerça o trabalho pedagógico escolar enquanto processo de construção contínua..." O texto traz também os artigos 12, 13 e 14 da LDB Lei 9394/96. Os referidos artigos estabelecem que é de responsabilidade das instituições de ensino a elaboração do projeto político pedagógico e que os profissionais da educação: professores, direções, pedagogos devem participar ativamente na elaboração do mesmo. É preciso que todos os segmentos da comunidade escolar estejam envolvidos nesta construção, pois isso favorece " o diálogo, o respeito e a auto-crítica", horizontaliza as relações de poder. Certamente, o enfrentamento das dificuldades, dos conflitos tornam-se menos difíceis e os resultados são mais eficazes no sentido da permanência e sucesso do aluno na escola, representa um salto de qualidade nas escolas públicas paranaenses. Há também uma explicitação das partes constitutivas do projeto político pedagógico: 01 Ato Situacional sendo o ponto de partida, a prática social, o levantamento da realidade, 02 Ato Conceitual: ponto de chegada " o projeto político social ( prática social transformada)", quais os fundamentos teóricos de forma objetiva e clara,03 Ato Operacional : quais as linhas de ações a serem enfrentadas para se alcançar os objetivos propostos e elaborados no coletivo escolar? Ao elaborar o projeto político-pedagógico da escola recomenta-se a leitura do referido texto proposto pela CADEP, pois será um facilitador para se construir o projeto político-pedagógico da escola pública paranaense.