APLICAÇÃO DO LEE SILVERMAN VOICE TREATMENT E ANÁLISE ACÚSTICA
EM PACIENTE COM DOENÇA DE PARKINSON: RELATO DE CASO
JAMILE VASCONCELOS, RENATA MARIA CUNHA DE AQUINO, TATIANE BATISTA VIEIRA DE MELO,
CATARINA MATOS BRITO SANTOS, CARLA MARIA CAVALCANTI PADILHA DE BRITO
INTRODUÇÃO
A doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa e progressiva do
Na avaliação pós tratamento obteve-se os seguintes parâmetros:
sistema nervoso central que acomete principalmente o sistema motor. Os
intensidade vocal média de 85,77dB, desvio padrão da intensidade vocal
sinais e sintomas relacionados à comunicação característicos da doença
de 1,60dB, coeficiente de variação do desvio padrão da intensidade vocal
são: intensidade vocal reduzida, rouquidão, soprosidade, modulação
de 1,86%, freqüência fundamental média de 309,62Hz, desvio padrão da
restrita, velocidade de fala alterada, articulação imprecisa, tremor vocal
freqüência fundamental de 4,87Hz, coeficiente de variação do desvio
e instabilidade fonatória 1. O método Lee Silverman Voice Treatment
padrão da freqüência fundamental de 1,57%, variabilidade da freqüência
(LSVT) foi desenvolvido para aprimorar a comunicação do parkinsoniano,
fundamental de 32,23Hz (dois semitons), jitter de 0,22%, shimmer de
apresentando como foco a fonação em forte intensidade, onde a partir daí
3,31%, correlação de 0,98, irregularidade de 3,67, desvio padrão da
observa-se uma melhora indireta da articulação, entonação e do tempo de
irregularidade de 0,68, coeficiente de variação da irregularidade de
emissão 2.
18,50%, proporção GNE de 0,51dB e desvio fonatório normal.
OBJETIVO
Relatar o comportamento vocal pré e pós a aplicação do método LSVT em
uma paciente portadora de DP.
Tabela 1. Achados da avaliação acústica da vogal /a/ durante os períodos pré e pós
aplicação do LSVT.
PARÂMETROS
PRÉ-FONOTERAPIA
PÓS-FONOTERAPIA
Intensidade Vocal Média
73,23 dB
85,77 dB (↑)
Desvio Padrão da Intensidade Vocal
Média
3,13 dB
1,60 dB (↓)
paciente foi submetida ao LSVT, que consiste em aumento da intensidade
Coeficiente de Variação do Desvio
Padrão da Intensidade Vocal
4,27%
1,86% (↓)
vocal através de tarefas de esforço fonatório máximo com a vogal /a/ em
Freqüência Fundamental Média
185,82Hz (N)
309,62Hz (A↑)
Desvio Padrão da Freqüência
Fundamental
12,44Hz
4,87Hz (↓)
Coeficiente de Variação do Desvio
Padrão da Freqüência Fundamental
6,69%
1,57% (↓)
Variabilidade da Freqüência
Fundamental
112,98Hz (11 semitons)
32,23Hz (2 semitons) (↓)
METODOLOGIA
Participou deste estudo de caso do tipo descritivo, transversal e
observacional, uma paciente com DP, do sexo feminino, com 53 anos. A
freqüências médias, graves e agudas o máximo de tempo possível e em
produção de fala hierárquica. Utilizou-se o decibelímetro para o
monitoramento da intensidade vocal, que deveria permanecer em torno
de 90 dB nas emissões sustentadas e 80 dB para situações de fala. As
sessões ocorreram dentro de um mês, em quatro atendimentos semanais,
Jitter
4,09% (A)
0,22% (N↓)
Shimmer
17,73% (A)
3,31% (N↓)
Correlação
0,89
0,98 (↑)
quando havia sessão e duas vezes nos demais. Para a coleta dos dados
Irregularidade
6,32
3,67 (↓)
foram realizadas avaliações acústicas pré e pós a aplicação do LSVT,
Desvio Padrão da irregularidade
1,8
0,68 (↓)
Coeficiente de Variação da
Irregularidade
54%
18,50% (↓)
Proporção GNE
0,84 (N)
0,51 (N↓)
Desvio Fonatório
Alterado
Normal
com duração de 50 minutos cada, totalizando 16 sessões. A paciente foi
orientada a realizar em casa uma seqüência de exercícios, uma vez ao dia
através de emissões sustentadas da vogal /a/ em condições habituais de
fala, registradas no programa de análise acústica VoxMetria.
Legenda: (N) Normal; (A) Alterado; ↓ reduzido; ↑ aumentado.
RESULTADOS
Na avaliação acústica, os parâmetros observados foram: intensidade vocal
média de 73,23dB, desvio padrão da intensidade vocal de 3,13dB,
coeficiente de variação do desvio padrão da intensidade vocal de 4,27%,
freqüência fundamental média de 185,82Hz, desvio padrão da freqüência
fundamental de 12,44%, coeficiente de variação do desvio padrão da
freqüência
fundamental
de
6,69%,
variabilidade
da
freqüência
CONCLUSÃO
Após a aplicação do LSVT foi possível observar uma adequação de todos os
parâmetros acústicos, o que refletiu diretamente na melhora da
comunicação.
fundamental de 112,98Hz (11 semitons), jitter de 4,09%, shimmer de
17,73%, correlação de 0,89, irregularidade de 6,32, desvio padrão da
irregularidade de 1,8, coeficiente de variação da irregularidade de 54%,
Glottal to Noise Excitation ratio (GNE) de 0,84dB e desvio fonatório
alterado.
REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS
1. AZEVEDO,L.L. Aspectos prosódicos da fala do parkinsoniano. 2001.151f.Dissertação (Mestrado em
Lingüística) 2 Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
2. DIAS, A. E.; LIMONGI, J. C. P. Tratamento dos distúrbios da voz na doença de Parkinson: O método
Lee Silverman. Arq. Neuropsiquiatr, São Paulo, 61 (1): p.61-66; 2003.
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variabilidade da frequência