AUGRAS, M. O Ser da Compreensão: Fenomenologia da Situação de Psicodiagnóstico. 12ª ed. Petrópolis: Ed. Vozes, 2008. Cap. 5. “O Outro”. UNIP FEP Novembro de 2010 Msc. Carolina Brum O mundo humano é o mundo da coexistência. Homem: ser social – crescimento individual depende do encontro com os demais. Psicoterapia: consiste em reaprender a conviver com os demais, mediante a interação com o outro (psicoterapeuta) ou desdobrando nos outros (grupo). Heidegger: mesmo sem a presença do outro, o serno-mundo é ser-com-os-outros. Compreensão de si: reconhecimento da coexistência e é o ponto de partida para a compreensão do outro. Mitos abarcam a duplicidade do mundo: real e irreal. Espelho: reflexo. Mito de Narciso. Outra fonte do duplo: o sonho. Espelho, sonho e morte: 3 fontes de angústia – o homem é duplo (idêntico e outro, real e irreal). Espelho: cria a imagem. Sonho: inaugura o reino do imaginário. Problema: O que se analisa dos sonhos é o seu relato e não o sonho em si. O homem como ser imaginário: a função do sonho lhe garante essa condição. Sonho: palco onde o sonhador é ao mesmo tempo: autor, ator, palco, público, crítica... Jung: o sonho é aquilo que é, não é uma fachada, algo pré-arranjado, um espaço qualquer, mas uma construção completamente realizada. Mais uma faceta da duplicidade humana: máscara. Funções das máscaras: Assegurar a identificação do indivíduo pelos demais. Conformar-se aos costumes. Beleza corporal. Esquecer da realidade através das máscaras. Substituir o sujeito por um ser irreal. Antigamente: o uso representava entidades sagradas, espíritos dos mortos, forças da natureza. Nesse caso a máscara não dissimula, revela. Os deuses também precisam dos homens para atuarem. O imaginário é a mola do universo! As máscaras são sonhos fixados! A máscara encobre o rosto, o rosto encobre a caveira. A morte é a máscara absoluta! A morte é o outro, pois o que se vivencia é sempre a morte alheia. A própria morte é o total desconhecido. O corpo morto da pessoa próxima pode estar presente, mas ao mesmo tempo aquilo que ali jaz nada tem a ver com a pessoa viva que se conhecia. “Doente mental”: despojado da sua individualidade e alienado do convívio social. Para apreender o outro em sua multiplicidade é necessário aceitar-se como outro. Pergunta: o psicólogo está preparado para reconhecer a alteridade de si e do outro? Para valorizá-la e preservá-la?