1 ASPECTOS ELÉTRICOS DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS Objetivo geral: criar mecanismo que motive os proprietários das fontes poluidoras (em propriedades rurais, agroindústria e esgotos domésticos) a gerar energia elétrica aproveitando o potencial energético contido nos dejetos que está sendo desperdiçado – Geração Distribuída. Objetivo específico: eliminar as barreiras de natureza elétrica que existem e impedem que este objetivo geral seja atingido GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS COMO SE DÁ O PROCESSO? Dejetos de animais geram biogás na ausência do ar; • Biogás produzido move motor a combustão; • Motor aciona um gerador; • Gerador acoplado ao eixo do motor gera energia elétrica; • Gerador opera em paralelo com a rede elétrica da concessionária; • Energia elétrica é consumida localmente; • Excedente de energia elétrica vendida à concessionária; e • Biofertilizante é utilizado localmente na propriedade. GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS MODOS DE OPERAÇÃO DO GERADOR • Isolado do sistema da Copel para auto-suprimento da energia: sem dificuldades, não há qualquer restrição. Há inúmeras instalações operando desta forma no país. • Em paralelo com o sistema da Copel, para venda dos excedentes: há restrições de toda natureza, a começar pela segurança que resultam em impedimento real. GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS Este impedimento prático atual é que se pretende eliminar: • Dentro da legalidade; • Com sustentabilidade financeira; • Sem subsídios; e • De forma definitiva. GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS A REALIDADE BRASILEIRA: • A complexidade do setor elétrico brasileiro é grande: torna-se complicado e caro para que um gerador possa operar em paralelo com a rede elétrica; • Para estes micro-geradores a biogás (25 a 100 kVA) os requisitos legalmente exigidos (iguais para todos) na prática inviabilizam tal operação em paralelo; • Se hoje existe no Brasil algum gerador deste porte operando em paralelo com a rede elétrica ele o faz ou com prejuízo financeiro ou de forma irregular; GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS DESAFIOS: • Permitir conectar os micro-geradores em qualquer ponto da rede de distribuição sem provocar violação dos requisitos de segurança da Copel; • Eliminar riscos de proprietários rurais; avaria dos equipamentos dos • Não alteração das características e ajustes do sistema de distribuição da Copel; • Sistema de proteção do gerador adequado para “enxergar” também condições anormais (faltas) de operação da rede de distribuição; GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS DESAFIOS: • Maior redução possível dos investimentos para permitir viabilidade econômica e auto-sustentabilidade do programa de geração distribuída; • Simplificação dos requisitos de conexão desses microgeradores à rede; e • Simplificação dos requisitos para comercialização da energia excedente. • Preço justo para compra da energia elétrica excedente. GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS AQUI SERÃO ABORDADOS APENAS OS ASPECTOS ELÉTRICOS GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS PREMISSAS BÁSICAS: • Geradores não podem, NUNCA, injetar tensão em rede de distribuição da Copel que esteja desligada; • Se uma rede de distribuição é automaticamente desligada o GD a ela conectado tem que ser desconectado ANTES que tal rede seja religada; GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS ETAPA 1: os sistemas elétricos e os microgeradores são estudados com grande detalhamento e sofisticação técnica para avaliação completa do desempenho frente às mais diversas condições de operação da rede. Sistemas de proteção são também modelados; Caso 7: Tensão nos geradores de 100kVA 250,0 Caso 7: Corrente nos geradores de 100kVA 2500 187,5 1600 125,0 700 62,5 0,0 -200 -62,5 -1100 -125,0 -187,5 -250,0 0,00 -2000 0,00 0,05 0,10 (f ile Uiv PL-7.pl4; x-v ar t) v :VT1A v :VT1B v :VT1C factors: 1 1 1 1 offsets: 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 0,15 m:SUBTA1 100 0,00E+00 0,20 m:SUBTB1 120 0,00E+00 0,25 m:SUBTC1 140 0,00E+00 [s] 0,30 0,05 0,10 (f ile Uiv PL-7.pl4; x-v ar t) c:VT1A -GE1A factors: 1 1 offsets: 0,00E+00 0,00E+00 m:SOC1C 2200 0,00E+00 0,15 c:VT1B -GE1B 1 0,00E+00 0,20 c:VT1C -GE1C 1 0,00E+00 0,25 m:SOC1A 2000 0,00E+00 [s] m:SOC1B 2100 0,00E+00 0,30 GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS ESQUEMA DE PROTEÇÃO Y Rede Copel Y Transf. Copel 34,5/0,22kV Consumidor Disj. Termomagnético kW Contactor c/bob. comando e contatos de status Cargas Abertura e fechamento KC Status contactor relés externos 78TX 0,22kV KG Status contactor 25 32 46 78 51 Relés do gerador 27 59 81o 81u Relés da rede 27 Y Abertura e fechamento 59 78 81o 81u CONTROLADOR DIGITAL ATUAÇÃO OU NÃO DAS PROTEÇÕES DO GERADOR PARA OS GERADORES DE 100kVA NA SIMULAÇÃO RESULTADOS DE ESTUDOS CASO 59 27 df/dt 81 sobre 81 sub 78 s.v. Ifase (1) Ides/I 2 (2) Total de atuaçõe s D A D A D A D A D A D A D A D A D A 1-Falta fase-terra em Medianeira N N S S N S N N S S S N S N N N 4 3 2-Falta fase-faseterra em Medianeira N N S S S S N N S S S N S N N N 5 3 3-Falta trifásicaterra em Medianeira N N S S S S N N S S N N N N N N 3 3 4-Abertura de duas fases em Medianeira - N - S - S - N - S - S - S - N - 5 5-Abertura de uma fase em Medianeira - N - S - S - N - N - N - N - N - 2 6-Falta fase-terra em Itaipulândia S N S S N S N N N S S N S N N N 4 3 7-Falta fase-faseterra em Itaipulândia S N S S S S N N S S N N S N N N 5 3 8-Falta trifásicaterra em Itaipulândia N N S S S S N N S S N N N N N N 3 3 9-Abertura de uma fase em Itaipulândia - N - S - N - N - N - N - N - N - 1 10-Abertura de duas fases em Itaipuândia - N - S - S - N - S - S - S - N - 5 11-Falta fase-terra em al. Adjacente N - S - S - S - S - S - S - N - 6 - 12-Falta fase-faseterra em al. adjac. N - S - S - N - S - S S - N - 5 - 13-Falta trif-terra em al. Adjacente N - S - S - N - S - N - N - N - 3 - 14- Ab religador, sem falta, em Missal - N - S - S - N - S - S - N N - 4 - 15- Falta Fase-Terra Med, Rf=100ohms N N N S N S N N N S N S N N N N 0 4 16-Carga 942 kVA, ab do rel Med - N - S - S - N - S - S - N - N - 4 16a- Ger 50% da carga ab Med - N - S - S - N - S - S - N - N - 4 - GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS ETAPA 2: definidos os requisitos elétricos, especificações e requisitos de projetos; ETAPA 3: aquisição do sistema de comando, proteção, supervisão, etc; GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS ETAPA 4: ensaios de laboratório do sistema adquirido; RESULTADOS DE ENSAIOS DE LABORATÓRIO CASO SIMULAÇÃO 1 (msegundos) SIMULAÇÃO 2 (msegundos) SIMULAÇÃO 3 (msegundos) SIMULAÇÃO 4 (msegundos) Caso 1 87 103 92 65 Caso 2 91 94 84 89 Caso 3 88 94 85 94 Caso 4 82 87 85 90 Caso 5 90 90 96 96 Caso 6 93 80 91 112 Caso 7 87 87 88 75 Caso 7A 85 85 88 64 Caso 8 89 89 85 81 Caso 8A 102 82 84 69 Caso 9 106 106 89 100 Caso 10 107 81 94 75 Caso 11 100 81 87 98 Caso 12 95 76 96 84 Caso 13 88 96 94 73 Caso 14 102 100 95 73 Caso 15 144 107 113 54 Caso 16 185 175 66 76 GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS ETAPA 5: elaboração e aprovação do projeto; ETAPA 6: instalação e comissionamento; GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS ETAPA 6: ensaios de campo; 3.1 RESULTADO DO ENSAIO 1 1- SISTEMA: Colocar o grupo gerador em paralelo com a rede de distribuição da COPEL. 1.1 AÇÃO: Desligar a rede. Através da abertura manual do religador de trecho RA São Vicente, deve ser realizada uma abertura trifásica, o religador deverá estar com o religamento bloqueado. 1.2 Resultado esperado: Deve ocorrer a atuação das proteções no disjuntor do gerador, provocando sua saída de operação. Ocorreu a abertura do contactor KG_52a por atuação do rele salto de vetor, com tempo de atuação de 76 mseg. Para melhor visualização foi dado um zoom no oscilograma acima. Veja a figura abaixo. GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS ETAPA 7: operação em caráter experimental; e GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS ETAPA 8: operação comercial. GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS O SISTEMA DE PROTEÇÃO: • Não existe uma única solução, há várias soluções possíveis. A alternativa adotada é a mais econômica que atende todos os requisitos e premissas estabelecidos; • O requisito de detectar condições de defeito na rede externa à instalação do cliente é muito severa e, portanto, NÃO SE CONSEGUE SELETIVIDADE DE ATUAÇÃO DA PROTEÇÃO; GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS ESQUEMA DE PROTEÇÃO Y Rede Copel Y Transf. Copel 34,5/0,22kV Consumidor Disj. Termomagnético kW Contactor c/bob. comando e contatos de status Cargas Abertura e fechamento KC Status contactor relés externos 78TX 0,22kV KG Status contactor 25 32 46 78 51 Relés do gerador 27 59 81o 81u Relés da rede 27 Y Abertura e fechamento 59 78 81o 81u CONTROLADOR DIGITAL GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS O SISTEMA DE PROTEÇÃO (cont.): • Admitiu-se que há coordenação deste sistema quando os resultados das simulações e dos ensaios de laboratorio mostrarem que o gerador é desligado pelo menos 0,3s antes de haver religamento do circuito desligado; • A redundância de atuação da proteção é necessária: admitiu-se que há necessidade de redundância de atuação de pelo menos 3 proteções para cada evento nos estudos e nos ensaios de laboratório. ATUAÇÃO OU NÃO DAS PROTEÇÕES DO GERADOR PARA OS GERADORES DE 100kVA NA SIMULAÇÃO RESULTADOS DE ESTUDOS CASO 59 27 df/dt 81 sobre 81 sub 78 s.v. Ifase (1) Ides/I 2 (2) Total de atuaçõe s D A D A D A D A D A D A D A D A D A 1-Falta fase-terra em Medianeira N N S S N S N N S S S N S N N N 4 3 2-Falta fase-faseterra em Medianeira N N S S S S N N S S S N S N N N 5 3 3-Falta trifásicaterra em Medianeira N N S S S S N N S S N N N N N N 3 3 4-Abertura de duas fases em Medianeira - N - S - S - N - S - S - S - N - 5 5-Abertura de uma fase em Medianeira - N - S - S - N - N - N - N - N - 2 6-Falta fase-terra em Itaipulândia S N S S N S N N N S S N S N N N 4 3 7-Falta fase-faseterra em Itaipulândia S N S S S S N N S S N N S N N N 5 3 8-Falta trifásicaterra em Itaipulândia N N S S S S N N S S N N N N N N 3 3 9-Abertura de uma fase em Itaipulândia - N - S - N - N - N - N - N - N - 1 10-Abertura de duas fases em Itaipuândia - N - S - S - N - S - S - S - N - 5 11-Falta fase-terra em al. Adjacente N - S - S - S - S - S - S - N - 6 - 12-Falta fase-faseterra em al. adjac. N - S - S - N - S - S S - N - 5 - 13-Falta trif-terra em al. Adjacente N - S - S - N - S - N - N - N - 3 - 14- Ab religador, sem falta, em Missal - N - S - S - N - S - S - N N - 4 - 15- Falta Fase-Terra Med, Rf=100ohms N N N S N S N N N S N S N N N N 0 4 16-Carga 942 kVA, ab do rel Med - N - S - S - N - S - S - N - N - 4 16a- Ger 50% da carga ab Med - N - S - S - N - S - S - N - N - 4 - GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS CONCLUSÃO: Confirmada a necessidade das seguintes proteções: •Sobrecorrente; •Subtensão; •Sobretensão; •Subfreqüência; •Sobrefreqüência; •Desbalanço de corrente; •Salto de vetor; •Taxa de variação de freqüência; e •Reversão de potência ativa GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS RECOMENDAÇÕES PRELIMINARES: Em princípio, não permitir que a GD seja superior a 50% da carga mínima a jusante do respectivo religador; • Caso a condição anterior seja superada, instalar nos religadores esquema para evitar religamento em condição de linha viva; • Analisar outras formas alternativas de baixo custo para envio de sinal via PLC (power line carrier communication); • Pesquisar formas alternativas de baixo custo para forçar o desligamento de contactores/disjuntores dos geradores sempre que se mostrar necessário; • Revisar dos procedimentos de intervenção do pessoal da Copel e de terceiros na rede de distribuição. GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS SITUAÇÃO PRESENTE: • Uma instalação em operação comercial; • Três instalações em operação experimental; • Uma instalação em construção; e • Uma instalação em projeto. GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS PRÓXIMAS ETAPAS: • Elaboração de um “Guia de Conexão de Geradores Distribuídos ao Sistema da Copel”; • Elaboração de normas internas à Copel para acomodação de um futuro Programa de GD permenente; • Definição de requisitos para certificação de agentes prestadores do serviço de habilitação de geradores para conexão ao sistema da Copel; • Relatório de “fechamento” do Programa Piloto. GD – ESTUDOS E REQUISITOS ELÉTRICOS OBRIGADO 31