Universidade Federal de Mato Grosso Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES ATRIBUTOS MICROBIOLÓGICOS DO SOLO EM SISTEMAS INTEGRADOS NA REGIÃO NORTE DE MATO GROSSO Pesquisador responsável: Profa. Dra Daniela Tiago da Silva Campos - UFMT/FAMEV Janeiro - 2015 Cuiabá-MT RELATÓRIO FINAL Projeto Agrisus No: PA 1045-12 Título do projeto: Atributos microbiológicos do solo em sistemas integrados na região norte de Mato Grosso Interessado: Profa. Dra. Daniela Tiago da Silva Campos Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, Avenida Fernando Correa da Costa, Cuiabá, MT. Fone: (65) 3615-8606. E-mail: [email protected] Local da Pesquisa: Experimental โ Santa Carmen e Nova Canaã do Norte, MT. Análises โ UFMT/FAMEVZ, Laboratório de Microbiologia do Solo. Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 26.800,00 Vigência do Projeto: 04/09/12 a 30/12/14 RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES 1. RESUMO Os sistemas de integração são uma alternativa de conservação dos recursos naturais. A integração Lavoura-Pecuária (ILP) tem como característica principal incluir culturas anuais e pastagens em uma mesma área, com objetivos de aumentar os lucros, manter e ou melhorar os atributos químicos, físicos e biológicos do solo. Além da ILP, os sistemas de produção que integram agricultura, pecuária e floresta (ILPF) são práticas de manejo que também buscam maximizar a utilização da área, integrando grandes culturas, como soja, milho e feijão, com pastagem e espécies florestais. O objetivo principal deste trabalho foi monitorar dois sistemas integrados, ILP e ILPF, e avaliar os atributos microbiológicos do solo, na região Norte de Mato Grosso, durante os anos de 2013 e 2014. As variáveis microbiológicas analisadas isoladamente são sensíveis às alterações em função do uso do solo e do tempo, e são bons indicadores de qualidade do solo. A época de coleta influenciou os resultados microbiológicos. É possível inferir que os sistemas integrados de produção beneficiam a microbiota do solo e o mesmo torna-se um ambiente mais estável com o emprego dessas formas de manejo, uma vez que é possível evidenciar aporte de carbono, diversidade e atividades continuas da microbiota após o encerramento das atividades de integração, caso investigado na ILP, e em todas as direções e distâncias dentro do sistema, verificado na ILPF. O sistema integrado de produção proporciona resiliência na estrutura e função da microbiota do solo, sendo uma ferramenta de manejo menos impactante e com maior capacidade de sustentabilidade do componente microbiológico. 2 2. INTRODUÇÃO O solo merece atenção para seus atributos, dentre eles a atividade biológica é fundamental para seu equilíbrio, uma vez que esta é em parte responsável pelo processo de transformação estrutural do solo (Spera et al., 2009), além da microbiota do solo ser a principal responsável pela degradação de compostos orgânicos, ciclagem de nutrientes, respiração basal, produção primária e fluxo de energia neste ambiente (Oliveira, 2006). Porém a biomassa microbiana e sua atividade têm sido apontadas como as características mais sensíveis às alterações na qualidade do solo (Mercante et al., 2008), causadas por mudanças de uso e práticas de manejo (Trannin et al., 2007; Cardoso et al., 2009). A qualidade do solo tem chamado atenção, e a quantificação de alterações nos seus atributos, decorrentes da intensificação de sistemas de uso e manejo, têm sido amplamente realizadas para monitorar a produção sustentável desses ambientes (Neves et al., 2007). No estado de Mato Grosso, em especial a região Norte e Médio Norte, devido à exploração agrícola e pecuária, com o uso intensivo do solo associado a manejos inadequados, levou à degradação do mesmo, perda do potencial produtivo e elevados custos de produção, além de gerar sérios problemas tanto econômicos como ambientais, e a necessidade de abertura de novas áreas na região. Frente a esta realidade, deve-se buscar alternativas viáveis para utilização sustentável dos recursos naturais, baseadas em conservação de solo e ambiente, maximizando o uso de recursos e a produção agropecuária. Nesse contexto, podem-se destacar práticas agropecuárias, tais como o sistema de plantio direto na palha e a diversificação das atividades, por meio da integração LavouraPecuária (ILP) e integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). A inclusão de pastagens e floresta em áreas agrícolas pode ser uma ferramenta útil na recuperação de áreas degradadas, bem como um meio para garantir a sustentabilidade deste sistema. Esses sistemas de produção que integram agricultura e pecuária, bem como agricultura, pecuária e floresta são práticas recentes empregadas no Estado de Mato Grosso, o qual é responsável por uma das maiores produções agrícolas nacionais. Esses sistemas de manejo buscam maximizar a utilização da área, integrando grandes culturas como, milho, soja e feijão, com pastagem e floresta, as árvores são, geralmente, as utilizadas para reflorestamento, sendo elas o eucalipto, mogno entre outras. A integração de plantas e pecuária é uma estratégia de produção sustentável, que integra as atividades agrícolas e pecuária, em uma mesma área, seja em cultivo consorciado, sucessão ou rotacionado (Alvarenga et al., 2006), e que busca efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecossistema (Leite et al., 2010). Para que os sistemas integrados sejam adotados em escala, a realização de pesquisas nas 3 áreas já instaladas e a demonstração de resultados práticos aos produtores por meio de dias de campo, palestras e publicações são indispensáveis para que os mesmos sejam incentivados e os sistemas ganhem âmbito de áreas comerciais. O objetivo principal deste trabalho foi monitorar dois sistemas integrados, ILP e ILPF, e avaliar os atributos microbiológicos do solo, na região Norte de Mato Grosso, durante os anos de 2013 e 2014. 3. MATERIAL e MÉTODOS 3.1. Descrição das áreas de estudo O trabalho foi desenvolvido com solos coletados na região Norte do estado de Mato Grosso, nos municípios de Santa Carmem e Nova Canaã do Norte. Nos dois municípios estão implantadas as Unidades de Referência Tecnológica (URT) da Embrapa Arroz e Feijão. No município de Santa Carmem, a área está localizada na Fazenda Dona Isabina, e o sistema ILP foi estabelecido em dezembro de 2006, atualmente está apenas com rotação da lavoura de soja e milho safrinha (2012 até o presente momento). A URT de Nova Canaã do Norte localiza-se na fazenda Gamada, com sistema de ILPF estabelecido em dezembro de 2008, atualmente com implantação de pasto e presença de gado na área, que serão mantidas por quatro anos consecutivos (2012-2016). As áreas de estudo dos sistemas de ILP e ILPF foram georeferenciadas. A ILP eram compostas de 6 piquetes de 20 hectares cada, de acordo com descrição apresentada na Tabela 1; a ILPF está composta de 3 piquetes com presença de eucalipto, de 5 hectares cada, e a descrição está apresentada na Tabela 2. Tabela 1. Descrição da configuração dos tratamentos da ILP, URT Santa Carmem, MT. Trat. 01 Sistema ILP/ A 02 ILP/ B 03 ILP/ C 04 ILP/ D 05 ILP/ E Configuração anterior e atual do campo Sucessão de ILP, que havia cultivo de soja na safra, milheto consorciado com B. ruziziensis, na entressafra. Atualmente com lavoura de soja e milho safrinha. Sucessão de ILP, cultivo de arroz na safra, seguido de milho, sorgo ou milheto consorciado com B. ruziziensis, na entressafra. Atualmente com lavoura de soja e milho safrinha. Sucessão de ILP, cultivo de soja na safra, milho consorciado com B. ruziziensis, na entressafra. Atualmente com lavoura de soja e milho safrinha. Sucessão de ILP, cultivo de B. ruziziensis por 1 ano mais gado com rotação de lavoura por 3 anos. Atualmente com lavoura de soja e milho safrinha. Sucessão de ILP, cultivo de B. ruziziensis por 1 ano + gado com rotação de lavoura por 3 anos. Atualmente com lavoura de soja e milho safrinha. 4 06 Lavoura Monocultivo de soja (G. max (L.) sob manejo convencional. 07 Pastagem Pastagem com cultivo de B. brizantha, há 7 anos. 08 Mata nativa Mata nativa com caracteristica da região. Tabela 2. Descrição dos tratamentos da ILPF, em Nova Canaã do Norte, MT. Sistema ILPF linha simples de eucalipto ILPF linha dupla de eucalipto ILPF linha tripla eucalipto Pasto Mata nativa Configuração Faixa de 200 m de largura com povoamento de eucalipto (E. urograndis), em linhas únicas de 250 m de comprimento separadas entre si por 20 m, com plantio de soja (G. max) na safra, milho (Z. mays) na safrinha e E. urograndis na entressafra, nas entrelinhas. Faixa de 200m de largura com povoamento de eucalipto (E. urograndis) distribuídos em sub-faixas compostas por duas linhas de 250 m de comprimento separadas entre si por 3 m, com distância entre plantas de 2 m e distancia entre sub-faixas de 20m , com plantio de soja (G. max) na safra, milho (Z. mays) na safrinha e B. ruziziensis na entressafra, nas entrelinhas. Faixa de 200 m de largura com povoamento de eucalipto (E. urograndis) distribuídos em sub-faixas composta por três linhas de 250 m de comprimento separadas entre si por 3 m, com distância entre plantas de 2 m e distância entre sub-faixas de 20 m, com plantio de soja (G. max) na safra, milho (Z. mays) na safrinha e B. ruziziensis na entressafra, nas entrelinhas. Área anteriormente com plantio de soja (G. max) na safra, milho (Z. mays) na safrinha e atualmente B. ruziziensis mantida por 3 anos. Área com mata nativa característica da região. 3.2. Coleta dos solos As amostragens de solo foram realizadas nos 2013 e 2014. As amostras de solo foram deformadas e coletadas na profundidade de 0-20 cm. Nas áreas de ILP foram coletadas 5 amostras compostas de 3 subamostras simples em cada piquete. O mesmo procedimento foi realizado nas áreas de lavoura, pastagem e mata nativa. Na ILPF o solo foi amostrado no sentido transversal às linhas do eucalipto, colhendo-se 5 amostras compostas de 3 subamostras, sendo um os ponto a 0, 3, 6 e 10 m das árvores, de ambos os lado. O solo coletado foi homogeneizado, disposto em sacos plásticos devidamente identificados, acondicionados em caixas térmicas contendo gelo e transportados para ao Laboratório de Microbiologia do Solo da Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia, na Universidade Federal de Mato Grosso, campus Cuiabá-MT, onde foram armazenados em câmara fria à 4 °C até a execução das análises. 3.3. Atributos microbiológicos 5 3.3.1. Quantificação do carbono da biomassa microbiana (CBM), respiração basal (RB) e quociente metabólico (qMet) O método utilizado para a quantificação do carbono da biomassa microbiana do solo foi adaptado de Jenkinson e Powlson (1976) e realizado em quadruplicata para cada amostra que foi retirada do campo. Primeiramente, o solo teve a sua umidade corrigida para 60 % da capacidade de campo e em seguida as amostras de 25 g foram acondicionadas em béqueres de 50 mL e duas replicatas foram fumigadas e incubadas, e as outras duas foram incubadas sem fumigação. Os frascos contendo as amostras a serem fumigadas foram colocados em dessecadores contendo um béquer com 20 mL de clorofórmio. Os dessecadores, após terem a parede interna recoberta com papel toalha umedecido com água, foram fechados com a utilização de vaselina, submetidos a vácuo por 10 min e deixados em repouso em temperatura ambiente e no escuro por 48 h. Após esse período, os dessecadores foram abertos para aeração e eliminação do clorofórmio. Para a retirada do clorofórmio, os dessecadores foram submetidos ao vácuo com bomba de ar por cerca de 3 min. Os frascos contendo as amostras não fumigadas também foram deixados em repouso no escuro por 48 h em temperatura ambiente. Às amostras fumigadas foi adicionado 2 g do solo da mesma amostra não-fumigada (reinoculação), seguindo-se a homogeneização delas. A seguir, realizou-se a incubação das amostras em frascos herméticos de 280 mL, onde foi colocado um frasco plástico contendo 20 mL de NaOH 0,5 mol L-1. Os frascos herméticos foram fechados manualmente e vedados com parafilme. Os potes foram incubados no escuro, a 25 ± 2 °C, por 5 dias. Para cada repetição, incubou-se um frasco para testemunha (branco), mas com NaOH 0,5 mol L-1. Ao final do período de incubação, o NaOH dos frascos das amostras fumigadas e não fumigadas foram titulados com HCl 0,3 mol L-1. Para isso, em cada frasco de 20 mL de NaOH, adicionou-se 3 mL de solução saturada de BaCl2, e 3 gotas do indicador (fenolftaleína à 1 %), mantendo a solução sob agitação. O NaOH dos frascos sem solo (branco) também foram titulados. Após a titulação do NaOH, calculou-se a quantidade de RB liberada das amostras fumigadas e não fumigadas, sendo obtido a respiração basal (RB) e estimado o carbono da biomassa microbiana (CBM), quociente metabólico (qMet) e o estoque de carbono da biomassa microbiana. Os cálculos foram efetuados segundo Alef e Nannipieri (1995) para CBM, RB e qMet, pelas expressões abaixo: ๐ต๐๐๐๐๐ ๐ ๐ ๐ถ = ๐น๐ ๐พ๐ Onde: 6 Biomassa C = Carbono da Biomassa Microbiana em µg C g solo-1 Fc = CO2-C evoluído da amostras de solo fumigado incubado durante o período de 0-10 dias (7 neste experimento) - CO2-C evoluído da amostras de solo não fumigado incubado durante o período de 0-10 dias (7 neste experimento) Kc = Quociente de correção do solo, (0,45) conversão da biomassa morta e mineralizada para CO2 durante os 5 dias de incubação (Jenkinson, 1988). ๐ถ๐2 โ ๐ถ = (๐ โ ๐ต) โ ๐ โ ๐ธ โ ๐ด ๐ท๐ Onde: CO2-C = Respiração basal do solo em µg CO2 g solo-1 S = Quantidade de ácido necessária, em mL, para titular o NaOH exposto nas amostras de solo B = Quantidade de ácido necessária, em mL, para titular o NaOH exposto nas amostras de โbrancoโ, sem solo M = molaridade do HCl (0,3) E = número atômico do Carbono (6) A = volume do NaOH titulado (20 mL) ๐๐๐๐ก = ๐ถ๐2 โ ๐ถ ๐ต๐๐๐๐๐ ๐ ๐ ๐ถ Onde: qMet = Quociente metabólico em ฮผg CO2 ฮผg Cmic dia-1 CO2-C = Respiração basal do solo em µg CO2 g solo-1 Biomassa C = Carbono da Biomassa Microbiana em µg C g solo-1 3.3.2. Atividade enzimática Para a determinação da atividade da uréase do solo utilizou-se a metodologia de Kandeler e Gerber (1988), e para as atividades das enzimas ฮฒ-glicosidase, fosfatase alcalina e ácida foram utilizados os métodos descritos por Tabatabai e Bremner (1969), ambas as metodologias com adaptações. Esses métodos baseiam-se na determinação colorimétrica das soluções resultantes da ação destas enzimas quando o solo é incubado com solução tamponada de substratos específicos de cada uma delas. - Urease 7 A atividade da uréase foi determinada a partir de substrato de ureia. Para tanto foram pesados 0,5 g de solo em tubos para atividade enzimática próprios para centrífuga, em triplicata. A essas amostras foram adicionados 0,25 ml de solução de uréia 0,1 mol L-1. Os tubos foram rapidamente agitados em agitador tipo vórtex e então colocados em banho-maria por 1 hora a 37 ºC. Após o período de incubação foram adicionados 5 mL de solução de KCl 1 M aos tubos que foram posteriormente agitados em agitador orbital. Depois foram centrifugados a 4000 rpm por 10 minutos. Do sobrenadante pós-centrifugação foram retirados 1 mL e então adicionados 2 ml da solução colorimétrica (Kandeler e Gerber, 1988). Três tubos sem solos passaram pelos mesmos procedimentos para servirem de amostras testemunhas (brancos). Após 1 hora em repouso foi feita a leitura em espectrofotômetro digital a 690 nm de absorbância e os resultados das leituras em cada amostra foram determinados com base na curva de calibração. A curva foi determinada a partir da solução estoque de 1.000 mg mL-1 de N-NH4. A partir dessa solução foram ser retiradas alíquotas de 0 a 5 mL de solução e diluídas em 5 a 0 mL de água destilada separadamente, obtendo-se assim 6 pontos da curva de calibração. Os resultados da atividade da urease foram calculados de acordo com o mesmo autor e a equação é apresentada abaixo: ๐ โ ๐๐ป4 (๐๐ ๐ โ ๐๐ป4 ๐ ๐ ๐๐๐ โ1 ) = ๐ถ โ ๐ฃ โ 10 ๐๐ค๐ก Onde: N โ NH4: atividade enzimática da uréase em mg N โ NH4 g solo-1 C = Concentração obtida a partir da leitura em espectrofotômetro e plotada na equação do gráfico da curva de calibração v = volume total da suspensão do solo (7,75 mL) dwt = peso de solo seco utilizado (g) - ฮฒ-glicosidase O substrato utilizado na reação desta enzima foi o p-nitrofenil-ฮฒ-D-glucopiranosídeo 0,05 mol L-1 e uma solução tampão estoque universal modificada (MUB estoque) preparada para uma solução MUB pH 6 a partir de 200 mL de MUB estoque, para 1000 mL de solução, corrigindo o pH com HCl 0,1 mol L-1. Amostras de 0,5 g solo foram colocadas em tubos de ensaio separadamente, utilizando três repetições para cada tratamento. Em seguida foram adicionados 2 mL de MUB pH 6 e 0,5 mL de pnitrofenil 0,05 M em todos os frascos. Os tubos de ensaio foram fechados e incubados a 37 °C por 8 uma hora. Após incubação foram adicionados 0,5 mL CaCl2, 2 mL solução extratora e Tris- Hydroxymetyl-Amino-Metano (THAM pH 12) e 1 mL de água destilada. Procedeu-se em seguida à filtragem em papel filtro Whatman n° 02. Três tubos sem solos passaram pelos mesmos procedimentos para servirem de amostras testemunhas (brancos). A intensidade da coloração amarela do filtrado foi determinada em espectrofotômetro a 400 nm de absorbância. A quantidade de p-nitrofenol formada em cada amostra foi determinada com base em curva padrão preparada com concentrações conhecidas de p-nitrofenol (0, 1, 2, 3, 4, 5 mg de p-nitrofenol para solução em total de 5 mL, completados com água destilada). - Fosfatase alcalina e acida O substrato utilizado na reação de ambas as enzimas foi o p-nitrofenil fosfato 0,05 mol L-1 em uma solução tampão universal estoque modificada (MUB estoque) preparada para uma solução MUB pH 11 para a fosfatase alcalina e pH 6,5 para a fosfatase ácida, obtidas a partir da titulação de 200 mL MUB estoque, para 1000 mL solução, com adição de NaOH 0,1 mol L-1 e HCl 0,1 mol L-1 para regulação do pH, respectivamente. Amostras de 0,5 g solo foram colocadas em tubos de ensaio separadamente, utilizando três repetições e um controle, composto por todos os reagentes exceto o solo, para cada enzima. Em seguida foram adicionados 2 mL de MUB, com pH respectivo para cada fosfatase, em todos os frascos e 0,5 mL de p-nitrofenil 0,05 mol L-1. Os tubos de ensaio foram fechados e incubados a 37 °C por uma hora e então levados a agitação por mais uma hora. Após incubação e agitação, foram adicionados 0,5 mL CaCl 2 0,5 mol L-1, 2 mL NaOH 0,5 mol L-1 e 1 mL de água destilada, procedendo em seguida à filtragem em papel filtro Whatman n° 02. A intensidade da coloração amarela do filtrado foi determinada em espectrofotômetro a 400 nm de absorbância. Três tubos sem solos passaram pelos mesmos procedimentos para servirem de amostras testemunhas (brancos). A quantidade de p-nitrofenol formada em cada amostra foi determinada com base em curva padrão preparada com concentrações conhecidas de p-nitrofenol (0, 1, 2, 3, 4, 5, mg de p-nitrofenol em total de 5 mL, completos com água destilada). Os resultados das atividades das enzimas ฮฒ-glicosidase, fosfatase alcalina e ácida foram calculados de acordo com a equação de Tabatabai e Bremner (1969) e Eivazi e Tabatabai (1977) apresentada abaixo: 9 ๐ โ ๐๐๐ก๐๐๐โ๐๐๐๐ (๐๐ ๐ โ ๐๐๐ก๐๐๐๐๐๐๐ โโ1 ๐ ๐ ๐๐๐ ๐ ๐๐๐ โ1 ) = ๐ถ โ๐ฃ ๐๐ค๐ก โ ๐๐ โ ๐ก Onde: C = Concentração obtida a partir da leitura em espectrofotômetro e plotada na equação do gráfico da curva de calibração v = volume total da suspensão do solo (mL) dwt = peso de solo seco utilizado (g) SW = peso da quantidade de solo utilizado (0,5 g) t = tempo de incubação em horas (1) * Enumeração de micro-organismos do solo Para a enumeração da comunidade microbiana heterotrófica e aeróbica do solo foi utilizado o método da diluição seriada e plaqueamento spread plate em meio seletivo (Wollum, 1982). Foram tomadas amostras de 10 g de solo para execução da metodologia, a partir dessa amostra foi realizada diluição seriada até 10-5. Após a homogeneização, com auxílio de pipetador automático, foram distribuídos 200 ฮผL de cada diluição sobre o meio agarizado e uniformizado com o auxílio da alça de Drigalski. As placas, de 9 cm de diâmetro, foram incubadas invertidas a 28 ± 2 ºC. 3.3.3. Enumeração total de micro-organismos: bactérias, fungos, actinomicetos e degradadores de celulose Para a quantificação dos micro-organismos foram utilizados os meios Ágar Nutriente (AN, fosfato de sódio bibásico - 2 g; cloreto de sódio - 3 g; extrato de carne - 3 g; peptona bacteriológica - 5 g; Agar - 16 g; água destilada - 1000 mL; pH โ 6,5 - 7), Batata Dextrose Ágar (BDA, batata 200 g; dextrose - 20 g; ágar - 16 g; estreptomicina - 10 mg; água destilada - 1000 mL; pH โ 5,6 โ 5,8), Extrato de Solo (ES, extrato de solo - 20 g em 100 mL água destilada; glicose โ 1 g; fosfato de potássio bibásico - 0,5 g; nitrato de potássio - 0,1 g; Agar โ 15 g; água destilada - 1000 mL; pH 6,5 - 7) e meio celulolítico (Carboximethyl celulose โ 5 g; Nitrato de Amônio โ 1 g; Solução Salina (0,85%) โ 50 mL; Extrato de Solo โ 950 mL; Ágar โ 15 g; água destilada โ 1000 mL; pH โ 6,5 โ 7). A avaliação foi realizada 24 h, 48 h, 7 e 7 dias após incubação, respectivamente, contando-se, a olho nu, o número de unidades formadoras de colônias presentes em cada placa. Foram utilizadas três placas para cada diluição, e consideradas para cálculos apenas as diluições cujas placas tinham entre 30 e 300 colônias. Os valores obtidos a partir da contagem direta das colônias foram calculados para unidades formadoras de colônias por mililitro de acordo com o cálculo abaixo: ๐° ๐๐น๐ถ (๐๐น๐ถ ๐ ๐ ๐๐๐ โ1 ) ๐ โ 10๐ = ๐ 10 Onde: a = número de unidade formadoras de colônia quantificadas visualmente b = expoente da diluição que apresentou colônias entre o número de 30 e 300 c = alíquota de amostra inoculada nas placas (mL) 3.4. Análise estatística dos dados Os dados foram aplicados ao teste de médias ANOVA e após submetidos a estatística descritiva, esta foi computada pelo software ASSISTAT® (versão 7.6 beta). 4. RESULTADOS e DISCUSSÃO 4.1. Atributos microbiológicos em solos sob integração Lavoura-Pecuária Observaram-se respostas diferenciadas nos resultados dos atributos microbiológicos nos diferentes sistemas e épocas avaliados, levado em consideração a média dos valores apresentados na tabela de estatística descritiva (Tabela 4). Em 2013 os maiores valores de CBM foram encontrados no sistema de ILP D, já em 2014 foram a ILP A e a mata. Na respiração basal (RB) os dados seguiram os mesmos resultados do CBM, não houve diferenças significativas entre os sistemas no ano de 2013, diferentemente de 2014, em que nos sistemas ILP A, ILP C e mata nativa observaram-se os maiores valores (Tabela 4). O elevado teor de CBM apresentado pela ILP D em 2013, pode ser explicado devido a quantidade de culturas anuais nesta área. Neste contexto, ao longo do histórico da ILP D, essa área sempre esteve com três culturas diferentes ao longo de cada ano agrícola, essa diversificação de culturas em uma mesma área, proporcionaram diferentes fontes de exsudatos liberados e bem como diferentes fontes de matéria orgânica para serem metabolizados e decompostos pela microbiota do solo. Com isso aumentou a fonte de carbono, o que pode ter favorecido o desenvolvimento da biomassa microbiana do solo. Ainda neste mesmo contexto, os resultados diferem quanto aos sistemas, onde os maiores valores do CBM foram obtidos na ILP D em 2013 e na ILP A e na mata nativa em 2014, diferentemente aos de Martins et al. (2011) obtidos na ILP B em 2009. Tais resultados demonstram que o sistema ILP proporcionou modificações positivas neste atributo do solo, onde se mantém semelhantes e até mesmo maiores do que a mata nativa. Além disso, a taxa de respiração basal do solo, para Tótola e Chaer (2002), também está relacionada com a maior atividade biológica, a qual é diretamente proporcional à fração de carbono lábil no solo. 11 Tabela 4. Estatística descritiva de dados microbiológicos do solo sob integração Lavoura-Pecuária, Fazenda Santa Isabina, Santa Carmen, Mato Grosso, para dois anos de avaliação, na profundidade de 0-20 cm. Tratamentos Coletas 2013 ILP A 2014 2013 ILP B 2014 ILP C 2013 CBM RB qMet Bactérias Totais Fungos Totais µg C g solo-1 µg CO2 g solo-1 % UFCs g solo-1 UFCs g solo-1 UFCs g solo-1 40,3 37,8 37,8 45,4 4,4 10,8 304,6 800,5 769,1 838,1 34,6 11,3 196,5 196,5 181,4 211,7 15,1 7,7 250,7 347,1 202,5 358,9 87,1 34,8 93,2 90,7 75,6 113,4 19,0 20,4 256,3 268,7 183,7 316,3 67,2 26,2 357,7 403,2 397,9 488,0 50,5 14,1 178,0 176,9 163,3 193,9 15,3 8,6 133,8 66,7 30,7 79,7 25,4 19,0 210,9 197,3 183,7 251,7 36,0 17,1 6,5 7,1 4,1 8,4 2,2 34,1 5,4 0,5 0,5 0,6 0,0 0,8 0,9 0,9 0,8 1,0 0,1 8,0 0,7 0,2 0,1 0,3 0,1 18,6 2,4 2,2 1,6 3,3 0,9 36,7 1,45E+06 1,45E+06 1,43E+06 1,47E+06 2,25E+04 1,6 1,27E+06 9,70E+05 9,45E+05 9,80E+05 1,80E+04 1,4 1,38E+06 1,40E+06 1,35E+06 1,40E+06 3,04E+04 2,2 1,26E+06 9,60E+05 9,40E+05 9,85E+05 2,25E+04 1,8 1,14E+06 1,12E+06 1,10E+06 1,20E+06 5,58E+04 4,9 4,02E+04 4,70E+04 2,45E+04 4,90E+04 1,36E+04 33,9 3,80E+04 1,95E+04 1,80E+04 2,65E+04 4,54E+03 11,9 5,45E+04 5,35E+04 5,20E+04 5,80E+04 3,12E+03 5,7 4,70E+04 3,00E+04 2,45E+04 3,10E+04 3,50E+03 7,4 2,77E+04 2,80E+04 2,60E+04 2,90E+04 1,53E+03 5,5 1,36E+06 1,40E+06 1,20E+06 1,49E+06 1,46E+05 10,7 1,41E+06 1,28E+06 1,13E+06 1,34E+06 1,05E+05 7,5 1,14E+06 1,15E+06 1,12E+06 1,16E+06 2,36E+04 2,1 1,10E+06 1,05E+06 1,03E+06 1,11E+06 3,97E+04 3,6 8,97E+05 9,00E+05 8,55E+05 9,35E+05 4,01E+04 4,5 Variáveis Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Urease ฮglicosidase Fosfatase alcalina Fosfatase ácida UFCs g solo-1 N-NH4 mg-1 solo seco µg p-nitrofenol h-1 g solo µg p-nitrofenol h-1 g solo µg p-nitrofenol h-1 g solo 1,38E+06 1,44E+06 1,26E+06 1,45E+06 1,09E+05 7,9 1,12E+06 4,75E+05 4,75E+05 4,90E+05 8,66E+03 0,8 1,31E+06 1,33E+06 1,21E+06 1,38E+06 8,53E+04 6,5 9,07E+05 1,40E+05 1,35E+05 1,80E+05 2,47E+04 2,7 1,08E+06 1,09E+06 1,04E+06 1,11E+06 3,33E+04 3,1 440,5 441,5 419,5 460,4 20,5 4,6 361,2 203,8 203,5 204,1 0,3 0,1 409,0 410,1 381,8 435,2 26,7 6,5 339,9 202,8 202,7 202,8 0,1 0,0 361,9 366,0 350,3 369,2 10,1 2,8 116,4 116,4 115,6 117,2 0,8 0,7 171,5 280,8 279,0 283,8 2,4 1,4 123,9 124,2 117,2 130,4 6,6 5,4 161,5 237,0 232,7 250,0 9,0 5,6 123,2 123,4 105,5 140,6 17,6 14,3 46,7 47,0 44,2 48,8 2,3 5,0 248,5 654,4 572,1 669,6 52,4 21,1 171,7 172,0 138,9 204,2 32,6 19,0 394,9 679,0 621,6 808,4 95,7 24,2 168,1 168,4 127,9 207,9 40,0 23,8 117,8 117,8 111,4 124,2 6,4 5,5 198,0 326,9 288,4 352,0 32,1 16,2 100,0 100,3 68,1 131,6 31,7 31,7 146,1 228,2 197,8 238,5 21,1 14,5 108,0 107,7 107,7 108,6 0,5 0,5 Actinomicetos Celulolíticos 12 2014 2013 ILP D 2014 2013 ILP E 2014 2013 Sucessão 2014 Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo 248,7 724,5 579,7 740,4 88,5 35,6 733,2 763,5 657,6 778,6 65,9 9,0 621,9 446,7 444,6 470,0 14,1 2,3 143,6 143,6 113,4 173,9 30,2 21,1 100,2 174,1 43,6 202,9 84,9 84,8 264,6 279,7 226,8 287,2 32,9 12,5 247,8 229,3 60,8 471,3 277,4 396,1 383,2 416,5 16,8 6,1 229,0 234,7 214,3 238,1 12,9 5,6 191,5 133,0 101,6 149,2 24,2 12,6 159,9 163,3 149,7 166,7 9,0 5,6 172,6 213,6 187,8 266,1 39,9 23,1 183,7 187,1 159,9 204,1 22,3 12,1 166,5 108,3 46,2 128,3 2,1 0,6 0,5 0,7 0,1 3,0 0,3 0,3 0,3 0,4 0,0 13,9 0,3 0,3 0,2 0,3 0,1 17,6 1,2 1,1 0,9 1,5 0,3 26,4 2,3 1,5 1,1 4,3 1,8 76,3 0,7 0,7 0,6 0,8 0,1 18,1 0,7 0,5 0,3 0,8 1,23E+06 1,37E+06 1,33E+06 1,39E+06 3,12E+04 2,5 1,46E+06 1,48E+06 1,40E+06 1,49E+06 4,77E+04 3,3 1,19E+06 6,95E+05 6,75E+05 7,15E+05 2,00E+04 1,7 8,42E+05 8,45E+05 8,25E+05 8,55E+05 1,53E+04 1,8 6,58E+05 3,15E+05 3,05E+05 3,85E+05 4,36E+04 6,6 8,75E+05 8,90E+05 8,16E+05 9,20E+05 5,35E+04 6,1 8,95E+05 9,55E+05 9,50E+05 9,70E+05 3,10E+04 3,40E+04 2,95E+04 3,60E+04 3,33E+03 10,7 2,37E+04 2,40E+04 2,10E+04 2,60E+04 2,52E+03 10,6 2,28E+04 1,70E+04 1,60E+04 1,85E+04 1,26E+03 5,5 2,97E+04 2,90E+04 2,80E+04 3,20E+04 2,08E+03 7,0 2,52E+04 1,85E+04 1,55E+04 1,95E+04 2,08E+03 8,3 1,87E+04 1,80E+04 1,80E+04 2,00E+04 1,15E+03 6,2 1,68E+04 1,65E+04 1,25E+04 1,80E+04 1,06E+06 1,34E+06 1,20E+06 1,44E+06 1,18E+05 11,2 1,04E+06 1,03E+06 9,95E+05 1,08E+06 4,27E+04 4,1 9,43E+05 6,10E+05 5,95E+05 7,20E+05 6,83E+04 7,2 1,29E+06 1,31E+06 1,26E+06 1,32E+06 3,33E+04 2,6 1,30E+06 1,33E+06 1,32E+06 1,34E+06 1,26E+04 1,0 6,60E+05 6,60E+05 6,30E+05 6,90E+05 3,00E+04 4,5 7,22E+05 8,45E+05 8,15E+05 9,80E+05 9,45E+05 6,45E+05 5,90E+05 9,65E+05 2,03E+05 21,4 1,26E+06 1,24E+06 1,23E+06 1,31E+06 4,65E+04 3,7 9,43E+05 3,05E+05 2,95E+05 3,40E+05 2,36E+04 2,5 7,98E+05 8,10E+05 7,70E+05 8,15E+05 2,47E+04 3,1 6,13E+05 2,10E+05 2,05E+05 2,60E+05 3,04E+04 5,0 3,18E+05 3,20E+05 2,90E+05 3,45E+05 2,75E+04 8,7 3,25E+05 3,65E+05 3,10E+05 4,20E+05 307,6 203,2 203,2 203,6 0,2 0,1 261,2 262,3 246,5 274,9 14,2 5,4 236,6 200,7 200,7 201,1 0,2 0,1 346,1 334,6 331,5 372,3 22,7 6,6 303,5 203,6 203,1 203,6 0,3 0,1 435,2 435,2 397,5 473,0 37,7 8,7 373,8 213,2 213,2 213,8 170,9 273,6 266,6 285,1 9,4 5,5 108,3 108,6 107,0 109,4 1,2 1,1 147,2 214,1 208,7 225,4 8,5 5,8 110,7 110,9 107,8 113,3 2,7 2,5 151,2 236,9 232,6 239,7 3,6 2,4 114,1 114,1 113,3 114,8 0,8 0,7 149,9 223,3 221,5 230,4 377,2 835,4 791,3 885,0 46,9 12,4 97,3 93,0 84,7 114,1 15,2 15,6 259,4 661,3 600,5 765,1 83,2 32,1 77,0 77,3 74,6 79,2 2,3 3,0 221,7 628,3 511,2 703,5 96,9 43,7 60,8 60,8 59,9 61,7 0,9 1,5 255,3 644,3 578,0 721,6 190,4 421,2 355,0 422,5 38,6 20,3 127,9 127,9 105,8 150,0 22,1 17,3 125,9 144,0 126,2 150,8 12,7 10,1 80,1 80,1 75,5 84,7 4,6 5,7 99,5 155,8 133,7 181,1 23,7 23,8 131,6 131,6 125,1 138,0 6,4 4,9 176,8 290,2 267,4 294,5 13 2013 Mata nativa 2014 Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % 206,3 83,3 199,1 196,5 181,4 219,2 19,0 9,6 382,8 772,3 770,5 785,2 8,0 2,1 42,8 25,7 231,3 238,1 214,3 241,5 14,8 6,4 296,1 443,4 408,6 501,8 47,1 15,9 0,2 36,6 1,2 1,2 1,0 1,3 0,2 15,3 1,0 0,6 0,5 0,6 0,1 6,0 1,04E+04 1,2 1,37E+06 1,36E+06 1,32E+06 1,43E+06 5,30E+04 3,9 1,28E+06 1,15E+06 1,15E+06 1,21E+06 3,62E+04 2,8 2,84E+03 16,9 2,78E+04 2,85E+04 2,60E+04 2,90E+04 1,61E+03 5,8 2,43E+04 1,85E+04 1,70E+04 1,95E+04 1,26E+03 5,2 8,79E+04 12,2 1,12E+06 1,13E+06 1,06E+06 1,17E+06 5,35E+04 4,8 8,65E+05 4,20E+05 4,05E+05 4,65E+05 3,12E+04 3,6 5,50E+04 16,9 9,50E+05 9,70E+05 9,00E+05 9,80E+05 4,36E+04 4,6 8,02E+05 5,90E+05 5,35E+05 6,30E+05 4,77E+04 5,9 0,3 0,1 419,5 419,5 397,5 441,5 22,0 5,2 360,6 220,7 220,3 220,7 0,2 0,1 4,7 3,2 127,1 127,3 118,0 135,9 9,0 7,1 195,6 314,5 308,0 332,9 12,9 6,6 71,9 28,2 62,3 62,6 59,9 64,5 2,3 3,7 440,1 1196,1 1156,9 1233,1 38,1 8,7 14,6 8,3 184,0 184,0 159,2 208,8 24,8 13,5 289,6 500,9 492,7 509,3 8,3 2,9 14 Ao comparar diferentes biomassas microbianas, quanto a sua eficiência, Insam e Domsch (1988) consideram que a biomassa mais eficiente é aquela que perde menos carbono na respiração e incorpora mais à suas células. Assim, neste estudo, o sistema de ILP D se destacou, por ter incorporado maior quantidade de CBM e perdido menos pela respiração basal do solo. O qMet foi maior na ILP A em 2013, no ano seguinte, não houve diferença significativas entre os sistemas (Tabela 4). Na RB do solo, foram notadas diferenças significativas entre os sistemas somente em 2014, onde os sistemas ILP A, ILP C e a mata nativa apresentaram os maiores valores. Apesar de estes sistemas terem perdido muito carbono na forma de respiração, quando analisando o CBM é possível observar que houve incorporação elevada, o que pode estar associado à quantidade e a qualidade dos substratos disponíveis. A ILP A em 2013, apresentou elevado valor de qMet, que pode estar relacionado a uma condição de estresse, uma vez que, nesta área, foi mantido por 2 anos consecutivos o cultivo de pastagem (marandu), assim como ocorreu com a ILP C, acarretando um aumento de CO2 liberado por unidade de biomassa. A qualidade do substrato disponível para decomposição é outro fator a ser considerado, uma vez que, compostos muito lignificados, a sua decomposição é mais lenta e, desta forma, a microbiota têm um elevado gasto energético para degradar esse produto, até à sua incorporação (Santos, 2005). A população cultivável de bactérias, fungos, actinomicetos e micro-organismos celulolíticos do solo foram variáveis entre os sistemas (Tabela 4). A população de bactérias foi maior na ILP A, ILP B e na mata, não diferindo entre si no ano de 2012. Sendo alterado esse resultado em 2014, onde por sua vez a ILP C, se destacou dos demais sistemas. Os sistemas que favoreceram o crescimento bacteriano do solo foram a ILP A, ILP B e a mata, em 2013, e a ILP C em 2014, provavelmente estimulado pelas culturas, que exercem influências diretas sobre as comunidades bacterianas. Quanto maior o aporte de matéria orgânica, diversificada em compostos, maior será a diversidade de espécies microbianas (Garcia et al., 1997). A população de fungos foi favorecida pela ILP B em 2013, onde teve o maior número dessa população. Em 2014, esse resultado se mantém com o adicional da ILP C que também propiciou a população de fungos. A comunidade de fungos do solo é menor quando comparado com as de bactérias em unidade de células (Siqueira e Franco, 1988), corroborando com os obtidos neste trabalho. Para Perez et al. (2004), porém, a condição da mata, onde há uma diversidade na deposição de resíduos orgânicos, maior quantidade de raízes e de água retida no solo, estimulam a comunidade microbiana 15 do solo. A comunidade de fungos tende a ser maior em solos em condição de mata nativa do que em solos agrícolas que sofrem perturbações. O que não foi observado no presente estudo, pois em geral os solos sob ILP, favoreceram o crescimento microbiano. Isso se deve ao aporte de matéria orgânica, ao não revolvimento do solo e a diversificação de culturas em uma mesma área. O que seria o ideal ao se pensar em sustentabilidade das práticas agrícolas. Essa preocupação com a sustentabilidade se deve ao fato de que a perda da biodiversidade gera não somente impactos ecológicos, mas também sociais e econômicos, uma vez que o desequilíbrio ecológico tende a se compensar de alguma forma e, geralmente, mais drástica e dispendiosa. A população de actinomicetos foi maior na ILP A em 2013. Em 2014, foram os sistemas ILP C e ILP E, que apresentaram a maior quantidade de actinomicetos, diferindo dos demais sistemas, quando avaliados dentro de cada época. Dentro dos processos biogeoquímicos, os actinomicetos desempenham um papel fundamental na decomposição de compostos orgânicos e resíduos agrícolas, remediação, solubilização, entre outros (Groth et al., 1999). Os actinomicetos são bactérias Gram positivas, que em geral, seu desenvolvimento sofre maior influência do manejo e das culturas, quando comparado com as demais bactérias e os fungos. Devido o crescimento lento e a baixa capacidade competitiva desses micro-organismos, por não conseguirem se predominar em substratos orgânicos, onde outros micro-organismos apresentam capacidade de colonização mais rápida (Siqueira e Franco, 1988; Pereira et al., 1999). Na ILP A em 2013 e na ILP C em 2014, foram obtidos os maiores valores de microorganismos celulolíticos. A elevada quantidade de micro-organimos celulolíticos na ILP A em 2013 e na ILP C 2014, pode ser atribuída aos resultados observados para bactérias, os quais foram similares nos mesmos sistemas. Isso por que, o meio de cultura utilizado para enumeração de micro-organismos celulolíticos, favorece o crescimento de bactérias, actinomicetos e fungos, sem distinção. Apenas classifica-os quanto à degradação da celulose. Neste sentido, os resultados das populações de bactérias corroboram com os dos microorganismos celulolíticos e actinomicetos, sendo possível inferir, que o tipo de comunidade predominante de micro-organismos celulolíticos está mais associado a bactérias do que a fungos. Apesar dos fungos também serem notados como positivos a degradação da celulose, mas não foram predominantes neste estudo, quanto às bactérias. Os micro-organismos do solo são responsáveis por processos que têm influência direta ou indiretamente na produtividade e sustentabilidade dos ecossistemas terrestres. O método de 16 contagem desses micro-organismos, apesar de ser visto com ressalvas, ajuda a entender os processos que nele ocorrem, uma vez que, aliando com outros atributos, serve como indicador do impacto de diferentes atividades antrópicas (Previati et al., 2012). A atividade das enzimas urease, ฮฒ-glicosidase, fosfatase alcalina e ácida do solo apresentaram teores variáveis entre os sistemas e épocas avaliados (Tabela 4). A urease respondeu de forma diferente das demais enzimas, com resultados maiores em 2013 se comparados com 2014, para todos os sistemas avaliados. Em 2012, a ILP A, ILP B, mata e a sucessão, apresentaram os maiores valores desta enzima. Em 2013 os sistemas não diferiram significativamente entre si. A atividade da urease respondeu de forma homogênea nos sistemas avaliados em 2013 e 2014, com exceção da ILP C, ILP D e ILP E, que diferiram entre si e dos demais sistemas, apresentando os menores valores em 2012. Quanto às épocas, essa enzima teve os maiores valores em 2013 em todos os sistemas, respondendo diferentemente das demais enzimas, nas quais, os maiores valores foram observados em 2014 nos sistemas. Essa variação das épocas nos fornece informações da ação do ambiente sobre a atividade das enzimas. Resultados semelhantes foram observados por Matsuoka (2006), onde a urease respondeu de forma diferenciada nas épocas de amostragem. A ฮฒ-glicosidase apresentou uma maior produção em 2014 para todos os sistemas, quando comparados com 2013. Nesta enzima não houve diferenças significativas entre os sistemas em 2013. Em 2014 a mata nativa destacando-se com maior atividade desta mesma enzima. Em geral a produção de enzimas extracelulares pela microbiota, ocorre quando o carbono solúvel, nitrogênio e outros nutrientes estão escassos (Koch, 1985). Isso por que, quando um nutriente está disponível no solo, não há necessidade da célula microbiana gastar energia para assimilá-lo, uma vez que já está disponível (Wallenstein e Weintraub, 2008). Neste contexto, os sistemas de integração que mais se aproximaram da mata nativa, foram a ILP A e ILP C, quanto a atividade da ฮฒ-glicosidase do solo. Este resultado demonstra mais uma vez, a capacidade da ILP em melhorar os atributos microbiológicos, sobretudo, a atividade da enzima ฮฒglicosidase. Em 2013, considerando a atividade da fosfatase alcalina, os sistemas ILP B e ILP C, demonstraram os maiores valores desta enzima. A fosfatase alcalina teve respostas diferentes em 2013, quando comparadas com a fosfatase ácida, onde a ILP B e ILP C notaram valores mais altos que os da mata nativa. O pH e a qualidade da matéria orgânica nessas ILP podem ter favorecido este resultado. Em 2014, teve resultados diferentes dos encontrados em 2013, onde a fosfatase alcalina foi maior na mata nativa. Quando analisando as épocas, em 2014 apresentou os maiores valores desta 17 enzima em todos os sistemas, evidenciando o efeito do ambiente e do manejo do solo sobre a ação desta enzima. A ILP C foi a que mais se aproximou do resultado da mata nativa. Este resultado discrepante das enzimas, entre 2013 e 2014, apresentados no sistema de mata nativa, pode ser pelo fato desta área não ser homogênea, na questão das culturas, ao contrário, ela apresenta uma diversidade de espécies vegetais, além de outros fatores como pH do solo e umidade, os quais, favorecem a heterogeneidade de resultados entre épocas. Para a fosfatase ácida, em 2013, a mata nativa apresentou a maior atividade diferindo dos demais sistemas. Essa mesma observação de destaque da mata nativa ocorreu em 2014, porém com valores maiores se comparado com o ano anterior. A fosfatase ácida teve a maior atividade no sistema de mata nativa, como observado na ฮฒglicosidase. Os demais sistemas em 2013 apresentaram resultados homogêneos, que não diferiram estatisticamente. Em 2014, a ILP C foi a que mais se aproximou da mata nativa. Estes resultados encontram-se de acordo com os vários trabalhos apresentados em literatura, onde a maior atividade da fosfatase ácida foi apresentada na vegetação nativa sob diferentes solos (Carneiro et al., 1999; Matsuoka, 2006). 4.2. Atributos microbiológicos em solos sob integração Lavoura-Pecuária-Floresta Os atributos microbiológicos em solos sob os diferentes sistemas de integração LavouraPecuária-Floresta (ILPF) avaliados e as áreas utilizadas como comparativo, Pasto e Mata nativa, apresentou-se de forma diferente em cada um dos anos de investigação, levado em consideração a média dos valores apresentados na tabela de estatística descritiva (Tabela 5). Os resultados foram apresentados em médias a partir da investigação nas diferentes distâncias da planta perene, uma vez que não foram obtidas diferenças significativas no teste de médias ANOVA, bem como com relação às direções avaliadas. As variáveis relacionadas ao carbono, sendo elas o carbono da biomassa microbiana (CBM), respiração basal (RB) e quociente metabólico (qMet) são apresentadas na Tabela 5. Observa-se que os sistemas de ILPF linha simples e dupla de eucalipto, e na área de pastagem não diferem significativamente nos anos de 2013 e 2014 para o CBM, porém o sistema de ILPF linha tripla e mata nativa apresentam valores maiores no primeiro ano de avaliação (2013). Na área de mata nativa é possível observar valor 4 vezes maior no ano de 2013 comparado ao ano de 2014. 18 Tabela 5. Estatística descritiva de dados microbiológicos do solo sob integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Fazenda Gamada, Nova Canaã do Norte, Mato Grosso, para dois anos de avaliação, na profundidade de 0-20 cm. Tratamentos Coletas 2013 Eucalipto simples 2014 2013 Eucalipto duplo 2014 Eucalipto triplo 2013 CBM RB qMet Bactérias Totais Fungos Totais µg C g solo-1 µg CO2 g solo-1 % UFCs g solo-1 UFCs g solo-1 UFCs g solo-1 598,3 506,7 53,3 1973,3 519,6 86,8 593,6 472,9 39,1 1675,4 465,0 78,3 496,7 266,7 53,3 3200,0 697,3 140,4 508,2 328,2 20,4 2363,8 539,3 106,1 695,0 466,7 26,7 5493,3 940,5 574,5 516,0 144,0 1512,0 315,4 54,9 303,5 315,6 -70,4 546,6 172,4 56,8 514,5 444,0 24,0 1752,0 365,0 70,9 352,3 314,7 142,2 1211,9 215,2 61,1 705,4 582,0 192,0 3096,0 507,6 2,1 1,0 0,3 9,9 2,3 107,0 1,8 0,5 -0,1 12,6 2,8 155,2 2,7 1,9 0,0 16,2 3,0 110,9 2,2 0,7 0,2 12,6 3,0 135,7 2,0 1,4 0,4 14,0 2,7 3,8E+05 3,4E+05 2,6E+05 6,4E+05 1,0E+05 27,7 2,0E+05 8,3E+04 2,8E+04 1,2E+06 2,6E+05 129,5 5,8E+05 4,4E+05 2,1E+05 1,4E+06 4,0E+05 68,2 2,1E+05 8,7E+04 1,3E+04 1,1E+06 2,6E+05 124,8 3,2E+05 2,8E+05 1,6E+05 5,8E+05 1,2E+05 7,4E+04 6,8E+04 3,2E+04 1,3E+05 2,7E+04 36,7 6,5E+03 5,0E+03 0,0E+00 3,2E+04 7,5E+03 115,7 7,3E+04 6,8E+04 3,1E+04 1,5E+05 3,2E+04 43,6 7,8E+03 5,0E+03 0,0E+00 3,0E+04 7,1E+03 90,9 5,4E+04 5,7E+04 2,5E+04 7,8E+04 1,7E+04 7,4E+05 7,6E+05 3,5E+04 1,5E+06 3,6E+05 48,4 2,5E+05 1,7E+05 1,0E+04 1,4E+06 3,0E+05 116,2 9,2E+05 9,0E+05 4,1E+05 1,5E+06 3,7E+05 40,0 3,4E+05 3,5E+05 5,0E+03 5,9E+05 1,9E+05 57,4 5,4E+05 5,7E+05 2,0E+05 9,0E+05 2,2E+05 Variáveis Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão Urease ฮglicosidase Fosfatase alcalina Fosfatase ácida UFCs g solo-1 N-NH4 mg-1g solo seco µg p-nitrofenol h-1 g solo µg p-nitrofenol h-1 g solo µg p-nitrofenol h-1 g solo 6,3E+05 6,7E+05 2,4E+05 1,2E+06 3,1E+05 48,9 3,4E+05 1,2E+05 8,3E+03 1,5E+06 4,3E+05 124,8 9,7E+05 1,0E+06 3,6E+05 1,5E+06 4,2E+05 42,6 3,3E+05 1,6E+05 5,0E+03 1,1E+06 3,4E+05 103,4 6,8E+05 6,1E+05 3,7E+05 1,1E+06 2,1E+05 62,5 49,2 1,0 211,2 36,5 58,4 9540,8 8453,1 402,3 18686,9 4044,1 42,4 62,5 61,1 34,9 92,8 22,0 35,2 6805,6 6198,4 615,9 19799,3 5877,4 86,4 77,4 61,8 44,5 154,8 34,9 396,8 355,5 213,4 990,4 143,8 36,2 46,1 44,6 37,3 62,5 7,3 15,8 391,8 402,2 117,8 702,9 121,3 31,0 41,2 38,7 33,4 71,1 8,1 19,7 343,6 303,4 125,7 684,8 146,7 45,6 47,0 24,6 67,0 12,5 27,4 33,5 30,4 22,7 71,6 9,9 29,7 63,7 64,0 32,9 102,3 17,8 28,0 42,0 30,8 22,8 225,0 39,0 92,8 68,2 67,1 27,6 111,6 20,1 63,9 65,6 50,5 67,5 4,1 6,4 48,1 44,1 27,3 81,2 12,7 26,5 62,0 63,7 51,7 75,3 6,3 10,2 44,0 42,5 30,6 83,0 10,0 22,8 50,4 47,3 41,5 69,8 8,0 Actinomicetos Celulolíticos 19 2014 2013 Pasto 2014 2013 Mata nativa 2014 CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão CV % 135,3 499,6 353,0 40,1 1326,2 370,3 74,1 140,0 133,3 26,7 266,7 103,8 74,2 171,5 132,7 75,3 345,3 105,7 61,6 2600,0 600,0 266,7 8933,3 3717,7 143,0 547,6 462,7 136,9 1128,0 368,7 67,3 72,0 407,9 399,0 55,7 675,0 153,5 37,6 480,0 480,0 288,0 672,0 142,2 29,6 383,8 418,6 240,6 457,4 86,1 22,4 573,0 594,0 372,0 732,0 150,2 26,2 350,7 338,3 171,8 554,5 144,8 41,3 132,2 2,0 1,0 0,1 14,4 2,8 140,9 7,5 6,2 1,4 16,2 6,1 81,4 3,1 2,6 1,3 6,1 2,0 62,6 1,2 1,0 0,0 2,7 1,0 83,8 1,4 0,7 0,2 4,0 1,6 110,7 37,6 1,5E+05 9,5E+04 0,0E+00 5,6E+05 1,5E+05 103,9 1,6E+05 1,6E+05 1,5E+05 1,7E+05 7,5E+03 4,7 1,1E+05 1,1E+05 5,0E+04 1,7E+05 4,3E+04 39,2 2,3E+05 2,3E+05 1,9E+05 2,6E+05 2,5E+04 11,2 3,1E+04 1,8E+04 0,0E+00 9,0E+04 3,6E+04 114,0 31,2 7,7E+03 1,0E+04 0,0E+00 2,0E+04 5,1E+03 66,5 2,3E+04 2,3E+04 2,1E+04 2,4E+04 1,3E+03 5,8 1,1E+04 1,3E+04 1,7E+03 1,8E+04 6,4E+03 56,7 6,9E+04 6,8E+04 6,5E+04 7,4E+04 3,5E+03 5,1 1,3E+04 1,3E+04 0,0E+00 2,5E+04 9,2E+03 73,3 41,7 1,2E+05 2,0E+04 3,3E+03 5,5E+05 1,7E+05 137,5 2,4E+05 2,4E+05 2,1E+05 2,7E+05 2,2E+04 9,2 7,4E+04 2,6E+04 2,0E+04 2,2E+05 8,8E+04 119,1 3,2E+05 3,2E+05 3,1E+05 3,3E+05 5,5E+03 1,7 1,8E+04 1,8E+04 5,0E+03 3,0E+04 1,1E+04 60,3 30,9 1,4E+05 2,0E+04 0,0E+00 6,0E+05 2,2E+05 153,8 1,8E+05 1,8E+05 1,6E+05 1,9E+05 1,5E+04 8,1 4,2E+04 4,3E+04 0,0E+00 8,3E+04 3,1E+04 74,3 1,6E+05 1,6E+05 1,5E+05 1,8E+05 9,0E+03 5,6 2,7E+04 2,8E+04 1,5E+04 3,7E+04 9,5E+03 35,6 45,1 11089,1 9915,6 4332,8 15893,4 3348,0 30,2 53,3 53,8 49,6 56,1 2,4 4,5 13133,2 13121,6 13001,6 13287,9 110,1 0,8 29,2 28,6 26,6 33,1 2,5 8,4 9871,3 9903,7 9126,6 10551,3 567,7 5,8 42,7 44,7 42,6 32,4 71,4 10,6 23,6 337,3 333,8 327,9 353,9 10,4 3,1 60,5 60,2 49,6 71,8 8,5 14,0 342,6 352,2 269,4 396,6 47,2 13,8 36,7 37,7 30,3 41,2 4,0 11,0 29,4 31,5 28,3 18,5 58,4 10,6 33,8 56,9 56,9 42,4 71,5 10,5 18,4 25,7 24,7 23,0 30,4 2,9 11,2 43,7 43,7 35,6 51,8 5,8 13,4 27,2 24,5 21,2 38,6 6,8 25,0 15,8 40,7 38,0 30,0 66,8 9,2 22,6 41,1 40,4 39,3 44,2 1,9 4,7 36,2 35,8 34,8 38,4 1,4 3,7 72,7 72,2 71,3 74,9 1,4 1,9 40,1 37,2 30,6 55,1 9,6 24,1 20 De acordo com a literatura os teores de CBM podem ser alterados durante o ano, e diversos estudos realizados no Brasil constataram diferenças no teor de CBM entre épocas de amostragem, principalmente em função do ciclo das plantas, da adição de resíduos vegetais, da pluviosidade e da temperatura (Anderson e Domsch, 1993; Brandão Junior et al., 2008). Com relação a essa afirmação e investigação das condições climáticas, o ano de 2013 apresentou o dobro dos índices de pluviosidade comparados ao ano seguinte, 2014. O RB apresentou-se maior no ano de 2013 para todos os sistemas de ILPF e para mata nativa, sendo que apenas o sistema de pastagem permaneceu com valores próximos entre os dois anos. A respiração basal apresenta a capacidade de metabolização da matéria orgânica do solo por parte da microbiota, bem como seu comportamento na decomposição da mesma (Mesquita, 2005). Esta pode ser atribuída tanto a uma decomposição de matéria orgânica do solo de uma grande reserva de substratos, como de uma pequena reserva decorrente, por exemplo, da mobilização do solo, dessa forma altas taxas podem indicar tanto um distúrbio ecológico como um alto nível de produtividade do ecossistema (Moltocaro, 2007). Dessa forma, apesar do CBM apresentar valores semelhantes em ambos os anos, pode-se afirmar que a atividade da microbiota foi maior no ano de 2013 comparado ao ano de 2014. Para o qMet os sistemas de ILPF linha simples e área sob pasto apresentaram atividade metabólica significativamente maior no primeiro ano de avaliação, entretanto os sistemas de ILPF linha dupla e tripla e a mata nativa, não observou-se diferenças significativas entre os anos. O qMet indica a eficiência da biomassa microbiana em utilizar o carbono disponível para biossíntese (Saviozzi et al., 2002). Porém, Ocio e Brookes (1990) afirmam que a partir da substituição da cobertura vegetal ocorre decomposição mais acelerada dos resíduos vegetais, o que aumenta o quociente metabólico, confirmando o observado na Tabela 5, onde o sistema com maior diferenciação da mata nativa, ou seja, com menor diversidade vegetal, área de pasto apresentou maior qMet. Os valores de qMet para a área de pasto foi o dobro maior em 2013 comparado a 2014, e em ambos os anos destacou-se frente aos demais sistemas avaliados, sendo até 3 vezes maior. A enumeração de micro-organismos viáveis totais para bactérias, fungos, actinomicetos e celulolíticos são apresentados na Tabela 5. De acordo com a literatura a o método de contagem de micro-organismos, apesar de ser visto com ressalvas, ajuda a entender os processos que nele ocorrem, uma vez que, aliando com outros atributos, serve como indicador do impacto de diferentes atividades antrópicas (Previati et al., 2012). 21 Com relação à afirmação acima, além do impacto direto das atividades antrópicas, ou seja, manejo e uso do solo, o fator climático também é um grande influenciador da comunidade microbiana. Dessa forma observa-se que todos os sistemas foram beneficiados com a maior pluviosidade observada em 2013, onde os 4 grupos de micro-organismos enumerados destacaram-se neste ano. As exceções forma para a ILPF linha simples e pasto na enumeração de bactérias, ILPF linha dupla na enumeração de fungos, os quais não apresentaram alterações significativas em ambos os anos. As atividades enzimáticas avaliadas estão relacionadas às enzimas urease, ฮ-glicosidase e as fosfatases alcalina e ácida (Tabela 5). A atividade da urease, relacionada ao ciclo do nitrogênio, surpreende nos valores encontrados, onde, ao contrario das demais, apresenta índices de atividade muito maior para o ano de 2014 em todos os sistemas avaliados. A atividade dessa enzima está até 100 vezes maior no segundo ano de avaliação e a área de pasto destaca-se frente às demais. Alguns trabalhos que realizam comparações entre sistemas de plantio direto e convencional justificam a atividade da urease superior no sistema plantio direto. O resultado é atribuído aos maiores teores de matéria orgânica em plantio direto, o que estimula a atividade microbiana do solo (Van den Bosshe et al., 2008; Lisboa et al., 2012). Esta hipótese pode ser aceita uma vez que a pluviosidade foi muito superior no primeiro ano, o que pode ter gerado um acúmulo de matéria orgânica maior na superfície do solo sobre todos os sistemas, levando a maior atividade desta enzima no segundo ano. Os sistemas apresentaram um comportamento similar para as atividades da ฮ-glicosidase. Os valores encontrados no primeiro ano de avaliação foram maior comparado ao segundo ano, porém similares entre si. Destaca-se a atividade dessa enzima no sistema de ILPF linha simples para ambos os anos. A enzima ฮฒ-glicosidase é uma das mais comuns encontradas no solo, ela atua na etapa final do processo de decomposição da celulose. Essa enzima é responsável pela hidrólise dos resíduos de celobiose formando o açúcar simples B-D-glucose, ou seja, libera glicose como fonte de energia para os micro-organismos (Tabatabai, 1994; Makoi e Ndakidemi, 2008). A atividade das fosfatases seja ela alcalina ou ácida, esta diretamente relacionada ao ciclo do P, e é dependente das condições de pH que o solo apresenta. Apesar disso, foram encontrados resultados similares para ambas às enzimas e em todos os sistemas avaliados. A diferença significativa observada está em relação ao período da coleta, onde no primeiro ano obteve-se a maior atividade. Autores relatam a indução de produção desta enzima, pelos micro-organismos, na baixa disponibilidade de P no solo, o que pode justificar a semelhança nos sistemas, o que sugere não 22 haver falta deste nutriente. Assim não há necessidade da célula microbiana gastar energia para assimilá-lo, uma vez que já está disponível (Wallenstein e Weintraub, 2008; Gomide et al., 2011). Os ensaios enzimáticos oferecem vantagens quanto à sensibilidade, especificidade e facilidade. Isso por que respondem rapidamente a perturbações no solo, o que é interessante para o monitoramento da dinâmica espacial e temporal da atividade microbiana e investigações na ciclagem de nutrientes mediados por esta (Sinsabaugh, 1994). As enzimas apresentam grande importância para os solos, pois grande parte das transformações bioquímicas que ocorrem neste ambiente é dependente ou relacionada à presença de enzimas e a avaliação de suas atividades pode ser útil para indicar se um solo está desempenhando adequadamente os processos que estão intimamente ligados a sua qualidade (Reis Junior e Mendes, 2009). 5. CONCLUSÃO 1. Os sistemas integrados de produção beneficiam a microbiota do solo; 2. O solo torna-se um ambiente mais estável com o emprego dessas formas de manejo; 3. É possível evidenciar aporte de carbono, diversidade e atividades continuas da microbiota após o encerramento das atividades de integração, caso investigado na ILP, e em todas as direções e distâncias dentro do sistema, verificado na ILPF. 6. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS ALEF, K.; NANNIPIERI, P. Methods in applied soil microbiology and biochemietry. London: Academic Press, 1995. 576p. ALVARENGA, R.C.; GONTIJO NETO, M.M.; RAMALHO, J.H.; GARCIA, J.C.; VIANA, M.C.M.; CASTRO, A.A.D.N. Sistema de Integração Lavoura- Pecuária: O modelo implantado na Embrapa Milho e Sorgo. Sete Lagoas, MG: EMBRAPA, 2007. (Circular técnica 93). ANDERSON, J. P. E.; DOMSCH, K. H. The metabolic quocient for CO2 (qCO2) as a specific activity parameter to assess the effects of environmental condition, such as pH, on the microbial biomass of forest soils. Soil Biology and Biochemistry, v. 25, p. 393-395, 1993. BRANDÃO JUNIOR, O.; HUNGRIA, M.; FRANCHINI, J.C.; ESPINDOLA, C.R. Comparação entre métodos de fumigação extração e fumigação incubação para determinação do carbono da biomassa microbiana em um latossolo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.32, p.1911-1919, 2008. CARDOSO, E.L.; SILVA, M.L.N.; MOREIRA, F.M.S.; CURI, N. Atributos biológicos indicadores da qualidade do solo em pastagem cultivada e nativa no Pantanal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.44, n.6, 632p., jun. 2009. 23 CARNEIRO, R. G.; MENDES, I. C.; CARVALHO, A. M. de; VIVALDI, L. J.; LOVATO, P. E. Dinâmica de variáveis biológicas associadas ao ciclo do fósforo em solo de cerrado sob diferentes sistemas de manejo. Planaltina: Embrapa Cerrados, 1999. 5p. EIVAZI, F., TABATABAI, M. A. Glucosidases and agalactosidases in soils. Soil Biology and Biochemistry, v. 20, p. 601โ606, 1988. GARCÍA, C.; ROLDAN, A.; HERNÁNDEZ, T. Changes in microbial activity after abandonment of cultivation in a semiarid mediterranean environment. Journal of Environmental Quality, v. 26, p. 285-291, 1997. GROTH, I.; VETTERMANN,R.; SCHUETZE, B.; SCHUMANN, P .; SAIZ-JIMENEZ, C. Actinomycetes in Karstic caves of northern Spain (Altamira and Tito Bustillo). Journal of Microbiological Methods, Alemanha, v. 36, p. 115-122, 1999. INSAM, H.; DOMSCH, K. H. Relationship between soil organic carbon and microbial biomass on chronosequences of reelamation sites. Microbial Ecology, v.15, p.177-188, 1988. JENKINSON, D. S. Determination of microbial biomass carbon and nitrogen in soil. In: WILSON, J. R. Advances in nitrogen cycling in agricultural systems. Wallingford: CAB International, 1988. p. 368-386. JENKINSON, D.S.; POWLSON, D.S. The effects of biocidal treatments on metabolism in soil-I. Fumigation with chloroform. Soil Biology and Biochemistry, v.8, p.167-177, 1976. KANDELER, E.; GERBER, H. Short-term assay of soil urease activity using colorimetric determination of ammonium.Biology and Fertility of Soils, v. 6, p. 68-72, 1988. KOCH, A. L. The macroeconomics of bacterial growth. In: FLETCHER, M.; FLOODGATE, G. D. Bacteria in their Natural Environments. Academic Press, p. 1-42. 1985. LEITE, F. C.; PORFIRIO-DA-SILVA, V.; MADARI, B. E.; MACHADO, P. L. O. de A.; BARCELLOS, A. de O.; BALBINO, L. C. O potencial de seqüestro de carbono em sistemas de produção integrados: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). In: ENCONTRO NACIONAL DE PLANTIO DIRETO NA PALHA, 2010, Foz do Iguaçu. Tecnologia que mudou a visão do produto: Resumos. Ponta Grossa: FEBRAPDP, 2010. 60p. LISBOA, B. B.; VARGAS, L. K.; SILVEIRA, A. O. da; MARTINS, A. F.; SELBACH, P. A. Indicadores Microbianos de Qualidade do Solo em Diferentes Sistemas de Manejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 36, p. 45-55, 2014. MAKOI, J. H. J. R.; NDAKIDEMI, P. A. Selected soil enzymes: examples of theirs potential roles in the ecosystem. African Journal of Biotechnology, v. 7, p. 181-191, 2008. MARTINS, M. de E.; CAMPOS, D. T. da S.; WRUCK, F. de J. Caracterização microbiana em um latossolo vermelho-amarelo distroférico sob o sistema de integração lavoura pecuária. Global Science and Technology. v. 04, p. 38 โ 46, 2011. MATSUOKA, M. Atributos biológicos de solo cultivados com videira na região da Serra Gaúcha. 2006. 152f. Tese (Doutorado em Ciência do Solo) โ Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre - RS, 2006. 24 MERCANTE, F. M.; SILVA, R. F.; FRANCELINO, C. S. F.; CAVALHEIRO, J. C. T.; OTSUBO, A. A. Biomassa microbiana, em um Argissolo Vermelho, em diferentes coberturas vegetais, em área cultivada com mandioca. Acta Scientiarum Agronomy, v. 34, n. 4, p. 479-485, 2008. MESQUITA, C, M, de. Avaliação integrada do impacto do uso de agrotóxicos na microbiota do solo. Estudo de Caso: Paty do Alferes โ RJ. Dissertação (Ciência do solo). FIOCRUZ, RJ. 2005. MOLTOCARO, R.C.R. Guandu e micorriza no aproveitamento do fosfato natural pelo arroz em condições de casa-de-vegetação. 2007. 65p. (Dissertação), IAC, Campinas, SP, 2007. NEVES, C. M. N. das; SILVA, M. L. N.; CURI, N.; CARDOSO, E. L.; MACEDO, R. L. G.; FERREIRA, M. M.; SOUZA, F. S. de. Atributos indicadores da qualidade do solo em sistema agrossilvopastoril no noroeste do Estado de Minas Gerais. Scientia Florestais, v. 74, p. 45-53, 2007. OCIO, J.A.; BROOKES, P.C. An evaluation of methods for measuring biomass in soils following recent additions of wheat straw and the characterization of the biomass that develops. Soil Biology & Biochemistry, v.22, p.685-694, 1990. OLIVEIRA, A. S. de. Qualidade do solo em sistemas agroflorestais em Alta Floresta, MT. 2006, 59f. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) Departamento de Solos โ Universidade Federal de Viçosa - UFV, Viçosa - MG, 2006. PEREIRA, J. C.; NEVES, M. C. P.; DROZDOWICZ, A. Influência da antibiose exercida por actinomicetos às estirpes de Bradyrhizobium spp., na nodulação da soja. Pesquisa agropecuária Brasileira, v. 34, p. 99-108, 1999. PEREZ, K. S. S.; RAMOS, M. L. G.; McMANUS, C. Carbono da biomassa microbiana em solo cultivado com soja sob diferentes sistemas de manejo nos Cerrados. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 39, p. 567-573, 2004. PREVIATI, R.; SILVA J. R. R.; SOUZA, C. R.; JANKE, L. Isolamento e quantificação das populações de bactérias em geral e de Actinomicetos presentes no solo. Arquivos de Ciência Veterinária e Zoologia, v. 15, p. 155-160, 2014. PREVIATI, R.; SILVA J. R. R.; SOUZA, C. R.; JANKE, L. Isolamento e quantificação das populações de bactérias em geral e de Actinomicetos presentes no solo. Arquivos de Ciência Veterinária e Zoologia, v. 15, p. 155-160, 2014. REIS JUNIOR, F.B. e MENDES, I.C. Atividade enzimática e a qualidade dos solos. SANTOS, M. N. Método de controle de plantas daninhas na cultura do cafeeiro e seus efeitos na agregação e em frações da matéria orgânica do solo. 2005. 74f. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) Universidade Federal de Lavras, Lavras - MG, 2005. SAVIOZZI, A.; BUFALINO, P.; LEVI-MINZI, R.; RIFFALD, R. Biochemical activities in a degraded soil restored by two amendments: a laboratory study. Biology & fertility of Soils, Berlin, v. 35, p.96-101, 2002. SINSABAUGH, R. L. Enzymatic analysis of microbial pattern and process. Biology and Fertility of Soils, v. 17, p. 69-74, 1994. 25 SIQUEIRA, J. O.; FRANCO, A. A. Biotecnologia do solo: Fundamentos e perspectivas. Brasília: MEC Ministério da Educação, ABEAS; Lavras: ESAL, FAEPE, 1988. 236p. SIQUEIRA, J. O.; FRANCO, A. A. Biotecnologia do solo: Fundamentos e perspectivas. Brasília: MEC Ministério da Educação, ABEAS; Lavras: ESAL, FAEPE, 1988. 236p. SPERA, S. T.; SANTOS, H. P. dos; FONTANELI, R. S.; TOMMM, G. O. Integração lavoura e pecuária e os atributos físicos de solo manejado sob sistema plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 33, p.130, 2009. TABATABAI, M. A.; BREMNER, J. M. Use of p-nitrophenyl phosphate for assay of soil phosphatase activity. Soil Biology and Biochemistry, v. 1, p. 301-307, 1969. TABATABAI, M.A. Soil enzymes. In WEAVER, R.W.; ANGLE, J.S.; BOTTOMLEY, P.S. Methods of soil analysis microbiological and biochemical properties. Madison Soil Science, Society of America, p.775-833, 1994. TÓTOLA, M. R.; CHAER, G. M. Microrganismos e processos microbiológicos como indicadores da qualidade do solo. In: ALVAREZ ,V. V. H.; SCHAEFER, C. E. G. R.; BARROS, N. F. de; MELLO, J. W. V. de; COSTA, L. M. da. Tópicos em ciência do solo. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 2002. p. 195-276. TRANNIN, I.C.B.; SIQUEIRA, J.O.; MOREIRA, F.M.S. Características biológicas do solo indicadoras de qualidade após dois anos de aplicação de biossólido industrial e cultivo de milho. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.31, p.1173-1184, 2007. VAN DEN BOSSCHE, A.; DE BOLLE, S.; DE NEVE, S.; HOFMAN, G. Effect of tillage intensity on N mineralization of different crop residues in a temperate climate. Soil and Tillage Research, v. 103, p. 316-324, 2008. WALLENSTEIN, M. D.; WEINTRAUB, M. N. Emerging tools for measuring and modeling the in situ activity of soil extracellular enzymes. Soil Biology and Biochemistry, v. 40, p. 2098-2106, 2008. 7. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS Algumas dificuldades foram encontradas no momento da coleta dos solos, uma vez que devemos primeiramente realizar os gastos e depois solicitar a restituição dos mesmos. Mas tudo foi sanado da melhor forma. As secretárias da Fealq/Agrisus são muito eficientes e cooperam para que tudo dê certo no final. 8. RELATÓRIO PRÁTICO Os sistemas de integração apresentam resultados muito estáveis ao longo do tempo. O solo torna-se um ambiente mais estável com o emprego dessas formas de manejo, uma vez que é possível evidenciar aporte de carbono, diversidade e atividades continuas da microbiota após o encerramento das atividades de integração, caso investigado na ILP, e em todas as direções e distâncias dentro do sistema, verificado na ILPF. 26 Essas áreas não tomam resultados exorbitantes, porém são capazes de manter as características e atividades da microbiota do solo, o que favorece diretamente a sustentabilidade e qualidade do sistema. Os resultados observados nos sistemas integrados são, sempre, muito similares às áreas de mata utilizadas para comparação, e maiores que os observados para os sistemas de sucessão, rotação e manejo usualmente adotados na região. Por outro lado, é possível verificar uma alta sensibilidade da microbiota com relação às mudanças climáticas, o que, mais uma vez, os sistemas e integração parecem minimizar esses impactos. 9. COMPENSAÇÕES OFERECIDAS À FUNDAÇÃO AGRISUS A maior compensação oferecida à Fundação Agrisus vem em forma da produção científica, formação de bancos de dados e aperfeiçoamento de profissionais das áreas de ciências agrárias e afins, que é alcançada pelos integrantes do projeto. Dentre elas tem-se a publicação de artigos, participação em congressos nacionais e internacionais, e dias de campo que são realizados pelos professores e pesquisadores da UFMT, campus de Cuiabá e Sinop, MT e pela Embrapa. Por outro lado, o banco de dados pode ser utilizado pelos órgãos competentes para a tomada de decisão quando ao melhor manejo, com relação aos atributos e sustentabilidade dos sistemas. No âmbito da formação profissional, o presente projeto forneceu subsídios para a execução do trabalhos de conclusão de curso para alunos de graduação em agronomia, realização de duas dissertações de mestrado e duas teses de doutorado, com um doutorado sanduíche no exterior, além de subsidiar diversos projetos de iniciação científica, nas modalidades PIBIC e VIC. _______________________________________________________ Profa. Dra. Daniela Tiago da Silva Campos Cuiabá, 10 de Janeiro de 2015. 27 10. ANEXOS 10.1 TRABALHOS PUBLICADOS Resumos publicados em anais de congressos 1. MALHEIROS, C. H. ; STIEVEN, A.C. ; SANTOS, J.O. ; ALMEIDA, L. S. ; CAMPOS, D. T. S. ; OLIVEIRA, L. A. . Indicadores microbiológicos em diferentes sistemas de manejo do solo na Amazônia Meridional. In: 5 Congresso sobre a Diversidade Microbiana da Amazônia, 2014, Manaus, AM. 5 Congresso sobre a Diversidade Microbiana da Amazônia, 2014. 2. SANTOS, J.O. ; OLIVEIRA, D.A. ; STIEVEN, A. C. ; WRUCK, F.J. ; CAMPOS, D. T. S. . Impact of integrated crop-livestock system in arbuscular mycorrhizal fungi's inoculum potential. In: 5th Congress of European Microbiologists, 2013, Leipzig. 5th Congress of European Microbiologists, 2013. 3. Silva, B. de M. ; SOUSA, H. M. ; CORREA, A. R. ; OLIVEIRA, S. S. ; CAMPOS, D. T. S. ; WRUCK, F. de J. . População microbiana total em solos submetidos a diferentes sistemas de cultivo. In: XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2013, Florianópolis SC. Ciência do Solo: Para quê e para quem?. Florianópolis: Epagri e SBCS, 2013. v. 4. 4. SOUSA, H. M. ; CORREA, A. R. ; Silva, B. de M. ; OLIVEIRA, S. S. ; CAMPOS, D. T. S. ; WRUCK, F. de J. . Atividade enzimática do solo em diferentes sistemas. In: XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2013, Florianópolis SC. Ciência do Solo: Para quê e para quem?. Florianópolis: Epagri e SBCS, 2013. v. 4. 5. STIEVEN, A. C. ; SOUSA, H. M. ; WRUCK, F. de J. ; CAMPOS, D. T. S. ; COUTO, E. G. . ฮฒ-glicosidase em solo sob sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta. In: XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2013, Florianópolis SC. Ciência do Solo: Para quê e para quem?. Florianópolis: Epagri e SBCS, 2013. v. 4. 6. STIEVEN, A. C. ; SOUSA, H. M. ; WRUCK, F.J. ; CAMPOS, D. T. S. ; COUTO, E. G. . ฮ-glicosidase em solo sob sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. In: XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do solo, 2013, Florianópolis, SC. XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2013. 7. STIEVEN, A. C. ; CAMPOS, D. T. S. ; COUTO, E. G. . Integração Lavoura-PecuáriaFloresta: Avaliação da Comunidade Microbiana e Relação C/N da Biomassa do Solo. In: V Semana Acadêmica / VI Mostra de Pós-Graduação, 2014, Cuiabá, MT. V Semana Acadêmica / VI Mostra de Pós-Graduação, 2014. 8. STIEVEN, A. C. Uso de métodos microbiológicos para análise de solo. 2013. (Apresentação de Trabalho/Outra). 9. STIEVEN, A.C. ; MEURER, K. ; CAMPOS, D. T. S. ; COUTO, E. G. ; JUNGKUNST, H. . Germany x Brazil: GHG and microbiology - a comparative of soil under country - specific legume cultivation. First Global Soil Biodiversity Conference, Dijon, França. 2014. (Apresentação de Trabalho/Congresso). 10. STIEVEN, A.C. ; MEURER, K. ; CAMPOS, D. T. S. ; WRUCK, F.J. ; COUTO, E. G. ; JUNGKUNST, H. . Agroforestry systems in the north of mato Grosso (Brazil): The microbiological dynamic in the soil. 2014. (Apresentação de Trabalho/Congresso). 11. STIEVEN, A.C. ; MEURER, K. ; CAMPOS, D. T. S. ; MALHEIROS, C. H. ; COUTO, E. G. ; JUNGKUNST, H. . Bacteria and Fungi Number in German Soils under four Different 28 Land Use. In: XXII Congreso Latinoamericano de Microbiología y 4 Congreso Colombiano de Microbiología, 2014, Cartagena de Indias, Colombia. XXII Congreso Latinoamericano de Microbiología y 4 Congreso Colombiano de Microbiología, 2014. Artigo publicado STIEVEN, A.C. ; OLIVEIRA, D.A. ; SANTOS, J.O. ; WRUCK, F.J. ; CAMPOS, D.T.S. . Impacts of integrated crop-livestock-forest on microbiological indicators of soil. Agrária (Recife. Online), v. 9, p. 53-58, 2014. 29