Universidade Federal de Mato Grosso
Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia
Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade
RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES
ATRIBUTOS MICROBIOLÓGICOS DO SOLO EM SISTEMAS INTEGRADOS NA REGIÃO
NORTE DE MATO GROSSO
Pesquisador responsável:
Profa. Dra Daniela Tiago da Silva Campos - UFMT/FAMEV
Janeiro - 2015
Cuiabá-MT
RELATÓRIO FINAL
Projeto Agrisus No: PA 1045-12
Título do projeto: Atributos microbiológicos do solo em sistemas integrados na região norte de
Mato Grosso
Interessado: Profa. Dra. Daniela Tiago da Silva Campos
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, Avenida Fernando Correa da
Costa, Cuiabá, MT. Fone: (65) 3615-8606. E-mail: [email protected]
Local da Pesquisa: Experimental โ€“ Santa Carmen e Nova Canaã do Norte, MT. Análises โ€“
UFMT/FAMEVZ, Laboratório de Microbiologia do Solo.
Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 26.800,00
Vigência do Projeto: 04/09/12 a 30/12/14
RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES
1. RESUMO
Os sistemas de integração são uma alternativa de conservação dos recursos naturais. A
integração Lavoura-Pecuária (ILP) tem como característica principal incluir culturas anuais e
pastagens em uma mesma área, com objetivos de aumentar os lucros, manter e ou melhorar os
atributos químicos, físicos e biológicos do solo. Além da ILP, os sistemas de produção que
integram agricultura, pecuária e floresta (ILPF) são práticas de manejo que também buscam
maximizar a utilização da área, integrando grandes culturas, como soja, milho e feijão, com
pastagem e espécies florestais. O objetivo principal deste trabalho foi monitorar dois sistemas
integrados, ILP e ILPF, e avaliar os atributos microbiológicos do solo, na região Norte de Mato
Grosso, durante os anos de 2013 e 2014. As variáveis microbiológicas analisadas isoladamente são
sensíveis às alterações em função do uso do solo e do tempo, e são bons indicadores de qualidade
do solo. A época de coleta influenciou os resultados microbiológicos. É possível inferir que os
sistemas integrados de produção beneficiam a microbiota do solo e o mesmo torna-se um ambiente
mais estável com o emprego dessas formas de manejo, uma vez que é possível evidenciar aporte de
carbono, diversidade e atividades continuas da microbiota após o encerramento das atividades de
integração, caso investigado na ILP, e em todas as direções e distâncias dentro do sistema,
verificado na ILPF. O sistema integrado de produção proporciona resiliência na estrutura e função
da microbiota do solo, sendo uma ferramenta de manejo menos impactante e com maior capacidade
de sustentabilidade do componente microbiológico.
2
2. INTRODUÇÃO
O solo merece atenção para seus atributos, dentre eles a atividade biológica é fundamental
para seu equilíbrio, uma vez que esta é em parte responsável pelo processo de transformação
estrutural do solo (Spera et al., 2009), além da microbiota do solo ser a principal responsável pela
degradação de compostos orgânicos, ciclagem de nutrientes, respiração basal, produção primária e
fluxo de energia neste ambiente (Oliveira, 2006). Porém a biomassa microbiana e sua atividade têm
sido apontadas como as características mais sensíveis às alterações na qualidade do solo (Mercante
et al., 2008), causadas por mudanças de uso e práticas de manejo (Trannin et al., 2007; Cardoso et
al., 2009).
A qualidade do solo tem chamado atenção, e a quantificação de alterações nos seus
atributos, decorrentes da intensificação de sistemas de uso e manejo, têm sido amplamente
realizadas para monitorar a produção sustentável desses ambientes (Neves et al., 2007).
No estado de Mato Grosso, em especial a região Norte e Médio Norte, devido à exploração
agrícola e pecuária, com o uso intensivo do solo associado a manejos inadequados, levou à
degradação do mesmo, perda do potencial produtivo e elevados custos de produção, além de gerar
sérios problemas tanto econômicos como ambientais, e a necessidade de abertura de novas áreas na
região.
Frente a esta realidade, deve-se buscar alternativas viáveis para utilização sustentável dos
recursos naturais, baseadas em conservação de solo e ambiente, maximizando o uso de recursos e a
produção agropecuária. Nesse contexto, podem-se destacar práticas agropecuárias, tais como o
sistema de plantio direto na palha e a diversificação das atividades, por meio da integração LavouraPecuária (ILP) e integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). A inclusão de pastagens e floresta
em áreas agrícolas pode ser uma ferramenta útil na recuperação de áreas degradadas, bem como um
meio para garantir a sustentabilidade deste sistema.
Esses sistemas de produção que integram agricultura e pecuária, bem como agricultura,
pecuária e floresta são práticas recentes empregadas no Estado de Mato Grosso, o qual é
responsável por uma das maiores produções agrícolas nacionais. Esses sistemas de manejo buscam
maximizar a utilização da área, integrando grandes culturas como, milho, soja e feijão, com
pastagem e floresta, as árvores são, geralmente, as utilizadas para reflorestamento, sendo elas o
eucalipto, mogno entre outras.
A integração de plantas e pecuária é uma estratégia de produção sustentável, que integra as
atividades agrícolas e pecuária, em uma mesma área, seja em cultivo consorciado, sucessão ou
rotacionado (Alvarenga et al., 2006), e que busca efeitos sinérgicos entre os componentes do
agroecossistema (Leite et al., 2010).
Para que os sistemas integrados sejam adotados em escala, a realização de pesquisas nas
3
áreas já instaladas e a demonstração de resultados práticos aos produtores por meio de dias de
campo, palestras e publicações são indispensáveis para que os mesmos sejam incentivados e os
sistemas ganhem âmbito de áreas comerciais.
O objetivo principal deste trabalho foi monitorar dois sistemas integrados, ILP e ILPF, e
avaliar os atributos microbiológicos do solo, na região Norte de Mato Grosso, durante os anos de
2013 e 2014.
3. MATERIAL e MÉTODOS
3.1. Descrição das áreas de estudo
O trabalho foi desenvolvido com solos coletados na região Norte do estado de Mato Grosso,
nos municípios de Santa Carmem e Nova Canaã do Norte. Nos dois municípios estão implantadas
as Unidades de Referência Tecnológica (URT) da Embrapa Arroz e Feijão. No município de Santa
Carmem, a área está localizada na Fazenda Dona Isabina, e o sistema ILP foi estabelecido em
dezembro de 2006, atualmente está apenas com rotação da lavoura de soja e milho safrinha (2012
até o presente momento). A URT de Nova Canaã do Norte localiza-se na fazenda Gamada, com
sistema de ILPF estabelecido em dezembro de 2008, atualmente com implantação de pasto e
presença de gado na área, que serão mantidas por quatro anos consecutivos (2012-2016).
As áreas de estudo dos sistemas de ILP e ILPF foram georeferenciadas. A ILP eram
compostas de 6 piquetes de 20 hectares cada, de acordo com descrição apresentada na Tabela 1; a
ILPF está composta de 3 piquetes com presença de eucalipto, de 5 hectares cada, e a descrição está
apresentada na Tabela 2.
Tabela 1. Descrição da configuração dos tratamentos da ILP, URT Santa Carmem, MT.
Trat.
01
Sistema
ILP/ A
02
ILP/ B
03
ILP/ C
04
ILP/ D
05
ILP/ E
Configuração anterior e atual do campo
Sucessão de ILP, que havia cultivo de soja na safra, milheto
consorciado com B. ruziziensis, na entressafra. Atualmente com
lavoura de soja e milho safrinha.
Sucessão de ILP, cultivo de arroz na safra, seguido de milho, sorgo
ou milheto consorciado com B. ruziziensis, na entressafra.
Atualmente com lavoura de soja e milho safrinha.
Sucessão de ILP, cultivo de soja na safra, milho consorciado com
B. ruziziensis, na entressafra. Atualmente com lavoura de soja e
milho safrinha.
Sucessão de ILP, cultivo de B. ruziziensis por 1 ano mais gado com
rotação de lavoura por 3 anos. Atualmente com lavoura de soja e
milho safrinha.
Sucessão de ILP, cultivo de B. ruziziensis por 1 ano + gado com
rotação de lavoura por 3 anos. Atualmente com lavoura de soja e
milho safrinha.
4
06
Lavoura
Monocultivo de soja (G. max (L.) sob manejo convencional.
07
Pastagem
Pastagem com cultivo de B. brizantha, há 7 anos.
08
Mata
nativa
Mata nativa com caracteristica da região.
Tabela 2. Descrição dos tratamentos da ILPF, em Nova Canaã do Norte, MT.
Sistema
ILPF linha simples
de eucalipto
ILPF linha dupla de
eucalipto
ILPF linha tripla
eucalipto
Pasto
Mata nativa
Configuração
Faixa de 200 m de largura com povoamento de eucalipto (E.
urograndis), em linhas únicas de 250 m de comprimento separadas
entre si por 20 m, com plantio de soja (G. max) na safra, milho (Z.
mays) na safrinha e E. urograndis na entressafra, nas entrelinhas.
Faixa de 200m de largura com povoamento de eucalipto (E.
urograndis) distribuídos em sub-faixas compostas por duas linhas
de 250 m de comprimento separadas entre si por 3 m, com distância
entre plantas de 2 m e distancia entre sub-faixas de 20m , com
plantio de soja (G. max) na safra, milho (Z. mays) na safrinha e B.
ruziziensis na entressafra, nas entrelinhas.
Faixa de 200 m de largura com povoamento de eucalipto (E.
urograndis) distribuídos em sub-faixas composta por três linhas de
250 m de comprimento separadas entre si por 3 m, com distância
entre plantas de 2 m e distância entre sub-faixas de 20 m, com
plantio de soja (G. max) na safra, milho (Z. mays) na safrinha e B.
ruziziensis na entressafra, nas entrelinhas.
Área anteriormente com plantio de soja (G. max) na safra, milho (Z.
mays) na safrinha e atualmente B. ruziziensis mantida por 3 anos.
Área com mata nativa característica da região.
3.2. Coleta dos solos
As amostragens de solo foram realizadas nos 2013 e 2014. As amostras de solo foram
deformadas e coletadas na profundidade de 0-20 cm.
Nas áreas de ILP foram coletadas 5 amostras compostas de 3 subamostras simples em
cada piquete. O mesmo procedimento foi realizado nas áreas de lavoura, pastagem e mata nativa.
Na ILPF o solo foi amostrado no sentido transversal às linhas do eucalipto, colhendo-se 5 amostras
compostas de 3 subamostras, sendo um os ponto a 0, 3, 6 e 10 m das árvores, de ambos os lado.
O solo coletado foi homogeneizado, disposto em sacos plásticos devidamente
identificados, acondicionados em caixas térmicas contendo gelo e transportados para ao Laboratório
de Microbiologia do Solo da Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia, na
Universidade Federal de Mato Grosso, campus Cuiabá-MT, onde foram armazenados em câmara
fria à 4 °C até a execução das análises.
3.3. Atributos microbiológicos
5
3.3.1. Quantificação do carbono da biomassa microbiana (CBM), respiração basal (RB) e
quociente metabólico (qMet)
O método utilizado para a quantificação do carbono da biomassa microbiana do solo foi
adaptado de Jenkinson e Powlson (1976) e realizado em quadruplicata para cada amostra que foi
retirada do campo.
Primeiramente, o solo teve a sua umidade corrigida para 60 % da capacidade de campo e em
seguida as amostras de 25 g foram acondicionadas em béqueres de 50 mL e duas replicatas foram
fumigadas e incubadas, e as outras duas foram incubadas sem fumigação.
Os frascos contendo as amostras a serem fumigadas foram colocados em dessecadores
contendo um béquer com 20 mL de clorofórmio. Os dessecadores, após terem a parede interna
recoberta com papel toalha umedecido com água, foram fechados com a utilização de vaselina,
submetidos a vácuo por 10 min e deixados em repouso em temperatura ambiente e no escuro por 48
h. Após esse período, os dessecadores foram abertos para aeração e eliminação do clorofórmio. Para
a retirada do clorofórmio, os dessecadores foram submetidos ao vácuo com bomba de ar por cerca
de 3 min.
Os frascos contendo as amostras não fumigadas também foram deixados em repouso no
escuro por 48 h em temperatura ambiente. Às amostras fumigadas foi adicionado 2 g do solo da
mesma amostra não-fumigada (reinoculação), seguindo-se a homogeneização delas. A seguir,
realizou-se a incubação das amostras em frascos herméticos de 280 mL, onde foi colocado um
frasco plástico contendo 20 mL de NaOH 0,5 mol L-1. Os frascos herméticos foram fechados
manualmente e vedados com parafilme.
Os potes foram incubados no escuro, a 25 ± 2 °C, por 5 dias. Para cada repetição, incubou-se
um frasco para testemunha (branco), mas com NaOH 0,5 mol L-1. Ao final do período de incubação,
o NaOH dos frascos das amostras fumigadas e não fumigadas foram titulados com HCl 0,3 mol L-1.
Para isso, em cada frasco de 20 mL de NaOH, adicionou-se 3 mL de solução saturada de BaCl2, e 3
gotas do indicador (fenolftaleína à 1 %), mantendo a solução sob agitação. O NaOH dos frascos
sem solo (branco) também foram titulados.
Após a titulação do NaOH, calculou-se a quantidade de RB liberada das amostras fumigadas
e não fumigadas, sendo obtido a respiração basal (RB) e estimado o carbono da biomassa
microbiana (CBM), quociente metabólico (qMet) e o estoque de carbono da biomassa microbiana.
Os cálculos foram efetuados segundo Alef e Nannipieri (1995) para CBM, RB e qMet, pelas
expressões abaixo:
๐ต๐‘–๐‘œ๐‘š๐‘Ž๐‘ ๐‘ ๐‘Ž ๐ถ =
๐น๐‘
๐พ๐‘
Onde:
6
Biomassa C = Carbono da Biomassa Microbiana em µg C g solo-1
Fc = CO2-C evoluído da amostras de solo fumigado incubado durante o período de 0-10 dias
(7 neste experimento) - CO2-C evoluído da amostras de solo não fumigado incubado durante o
período de 0-10 dias (7 neste experimento)
Kc = Quociente de correção do solo, (0,45) conversão da biomassa morta e mineralizada
para CO2 durante os 5 dias de incubação (Jenkinson, 1988).
๐ถ๐‘‚2 โˆ’ ๐ถ =
(๐‘† โˆ’ ๐ต) โˆ™ ๐‘€ โˆ™ ๐ธ โˆ™ ๐ด
๐ท๐‘Š
Onde:
CO2-C = Respiração basal do solo em µg CO2 g solo-1
S = Quantidade de ácido necessária, em mL, para titular o NaOH exposto nas amostras de
solo
B = Quantidade de ácido necessária, em mL, para titular o NaOH exposto nas amostras de
โ€œbrancoโ€, sem solo
M = molaridade do HCl (0,3)
E = número atômico do Carbono (6)
A = volume do NaOH titulado (20 mL)
๐‘ž๐‘€๐‘’๐‘ก =
๐ถ๐‘‚2 โˆ’ ๐ถ
๐ต๐‘–๐‘œ๐‘š๐‘Ž๐‘ ๐‘ ๐‘Ž ๐ถ
Onde:
qMet = Quociente metabólico em ฮผg CO2 ฮผg Cmic dia-1
CO2-C = Respiração basal do solo em µg CO2 g solo-1
Biomassa C = Carbono da Biomassa Microbiana em µg C g solo-1
3.3.2. Atividade enzimática
Para a determinação da atividade da uréase do solo utilizou-se a metodologia de Kandeler e
Gerber (1988), e para as atividades das enzimas ฮฒ-glicosidase, fosfatase alcalina e ácida foram
utilizados os métodos descritos por Tabatabai e Bremner (1969), ambas as metodologias com
adaptações. Esses métodos baseiam-se na determinação colorimétrica das soluções resultantes da
ação destas enzimas quando o solo é incubado com solução tamponada de substratos específicos de
cada uma delas.
- Urease
7
A atividade da uréase foi determinada a partir de substrato de ureia. Para tanto foram
pesados 0,5 g de solo em tubos para atividade enzimática próprios para centrífuga, em triplicata. A
essas amostras foram adicionados 0,25 ml de solução de uréia 0,1 mol L-1. Os tubos foram
rapidamente agitados em agitador tipo vórtex e então colocados em banho-maria por 1 hora a 37 ºC.
Após o período de incubação foram adicionados 5 mL de solução de KCl 1 M aos tubos que
foram posteriormente agitados em agitador orbital. Depois foram centrifugados a 4000 rpm por 10
minutos.
Do sobrenadante pós-centrifugação foram retirados 1 mL e então adicionados 2 ml da
solução colorimétrica (Kandeler e Gerber, 1988).
Três tubos sem solos passaram pelos mesmos procedimentos para servirem de amostras
testemunhas (brancos).
Após 1 hora em repouso foi feita a leitura em espectrofotômetro digital a 690 nm de
absorbância e os resultados das leituras em cada amostra foram determinados com base na curva de
calibração. A curva foi determinada a partir da solução estoque de 1.000 mg mL-1 de N-NH4. A
partir dessa solução foram ser retiradas alíquotas de 0 a 5 mL de solução e diluídas em 5 a 0 mL de
água destilada separadamente, obtendo-se assim 6 pontos da curva de calibração.
Os resultados da atividade da urease foram calculados de acordo com o mesmo autor e a
equação é apresentada abaixo:
๐‘ โˆ’ ๐‘๐ป4 (๐‘š๐‘” ๐‘ โˆ’ ๐‘๐ป4 ๐‘” ๐‘ ๐‘œ๐‘™๐‘œ โˆ’1 ) =
๐ถ โˆ™ ๐‘ฃ โˆ™ 10
๐‘‘๐‘ค๐‘ก
Onde:
N โ€“ NH4: atividade enzimática da uréase em mg N โ€“ NH4 g solo-1
C = Concentração obtida a partir da leitura em espectrofotômetro e plotada na equação do
gráfico da curva de calibração
v = volume total da suspensão do solo (7,75 mL)
dwt = peso de solo seco utilizado (g)
- ฮฒ-glicosidase
O substrato utilizado na reação desta enzima foi o p-nitrofenil-ฮฒ-D-glucopiranosídeo 0,05
mol L-1 e uma solução tampão estoque universal modificada (MUB estoque) preparada para uma
solução MUB pH 6 a partir de 200 mL de MUB estoque, para 1000 mL de solução, corrigindo o pH
com HCl 0,1 mol L-1.
Amostras de 0,5 g solo foram colocadas em tubos de ensaio separadamente, utilizando três
repetições para cada tratamento. Em seguida foram adicionados 2 mL de MUB pH 6 e 0,5 mL de pnitrofenil 0,05 M em todos os frascos. Os tubos de ensaio foram fechados e incubados a 37 °C por
8
uma hora. Após incubação foram adicionados 0,5 mL CaCl2, 2 mL solução extratora
e Tris-
Hydroxymetyl-Amino-Metano (THAM pH 12) e 1 mL de água destilada. Procedeu-se em seguida à
filtragem em papel filtro Whatman n° 02.
Três tubos sem solos passaram pelos mesmos procedimentos para servirem de amostras
testemunhas (brancos).
A intensidade da coloração amarela do filtrado foi determinada em espectrofotômetro a 400
nm de absorbância. A quantidade de p-nitrofenol formada em cada amostra foi determinada com
base em curva padrão preparada com concentrações conhecidas de p-nitrofenol (0, 1, 2, 3, 4, 5 mg
de
p-nitrofenol para solução em total de 5 mL, completados com água destilada).
- Fosfatase alcalina e acida
O substrato utilizado na reação de ambas as enzimas foi o p-nitrofenil fosfato 0,05 mol L-1
em uma solução tampão universal estoque modificada (MUB estoque) preparada para uma solução
MUB pH 11 para a fosfatase alcalina e pH 6,5 para a fosfatase ácida, obtidas a partir da titulação de
200 mL MUB estoque, para 1000 mL solução, com adição de NaOH 0,1 mol L-1 e HCl 0,1 mol L-1
para regulação do pH, respectivamente.
Amostras de 0,5 g solo foram colocadas em tubos de ensaio separadamente, utilizando três
repetições e um controle, composto por todos os reagentes exceto o solo, para cada enzima. Em
seguida foram adicionados 2 mL de MUB, com pH respectivo para cada fosfatase, em todos os
frascos e 0,5 mL de p-nitrofenil 0,05 mol L-1.
Os tubos de ensaio foram fechados e incubados a 37 °C por uma hora e então levados a
agitação por mais uma hora. Após incubação e agitação, foram adicionados 0,5 mL CaCl 2 0,5 mol
L-1, 2 mL NaOH 0,5 mol L-1 e 1 mL de água destilada, procedendo em seguida à filtragem em papel
filtro Whatman n° 02. A intensidade da coloração amarela do filtrado foi determinada em
espectrofotômetro a 400 nm de absorbância.
Três tubos sem solos passaram pelos mesmos procedimentos para servirem de amostras
testemunhas (brancos).
A quantidade de p-nitrofenol formada em cada amostra foi determinada com base em curva
padrão preparada com concentrações conhecidas de p-nitrofenol (0, 1, 2, 3, 4, 5, mg de p-nitrofenol
em total de 5 mL, completos com água destilada).
Os resultados das atividades das enzimas ฮฒ-glicosidase, fosfatase alcalina e ácida foram
calculados de acordo com a equação de Tabatabai e Bremner (1969) e Eivazi e Tabatabai (1977)
apresentada abaixo:
9
๐‘ โˆ’ ๐‘๐‘–๐‘ก๐‘Ÿ๐‘œ๐‘โ„Ž๐‘’๐‘›๐‘œ๐‘™ (๐œ‡๐‘” ๐‘ โˆ’ ๐‘›๐‘–๐‘ก๐‘Ÿ๐‘œ๐‘“๐‘’๐‘›๐‘œ๐‘™ โ„Žโˆ’1 ๐‘” ๐‘ ๐‘œ๐‘™๐‘œ ๐‘ ๐‘’๐‘๐‘œ โˆ’1 ) =
๐ถ โˆ™๐‘ฃ
๐‘‘๐‘ค๐‘ก โˆ™ ๐‘†๐‘Š โˆ™ ๐‘ก
Onde:
C = Concentração obtida a partir da leitura em espectrofotômetro e plotada na equação do
gráfico da curva de calibração
v = volume total da suspensão do solo (mL)
dwt = peso de solo seco utilizado (g)
SW = peso da quantidade de solo utilizado (0,5 g)
t = tempo de incubação em horas (1)
* Enumeração de micro-organismos do solo
Para a enumeração da comunidade microbiana heterotrófica e aeróbica do solo foi utilizado
o método da diluição seriada e plaqueamento spread plate em meio seletivo (Wollum, 1982). Foram
tomadas amostras de 10 g de solo para execução da metodologia, a partir dessa amostra foi
realizada diluição seriada até 10-5. Após a homogeneização, com auxílio de pipetador automático,
foram distribuídos 200 ฮผL de cada diluição sobre o meio agarizado e uniformizado com o auxílio da
alça de Drigalski. As placas, de 9 cm de diâmetro, foram incubadas invertidas a 28 ± 2 ºC.
3.3.3. Enumeração total de micro-organismos: bactérias, fungos, actinomicetos e degradadores
de celulose
Para a quantificação dos micro-organismos foram utilizados os meios Ágar Nutriente (AN,
fosfato de sódio bibásico - 2 g; cloreto de sódio - 3 g; extrato de carne - 3 g; peptona bacteriológica
- 5 g; Agar - 16 g; água destilada - 1000 mL; pH โ€“ 6,5 - 7), Batata Dextrose Ágar (BDA, batata 200 g; dextrose - 20 g; ágar - 16 g; estreptomicina - 10 mg; água destilada - 1000 mL; pH โ€“ 5,6 โ€“
5,8), Extrato de Solo (ES, extrato de solo - 20 g em 100 mL água destilada; glicose โ€“ 1 g; fosfato de
potássio bibásico - 0,5 g; nitrato de potássio - 0,1 g; Agar โ€“ 15 g; água destilada - 1000 mL; pH 6,5 - 7) e meio celulolítico (Carboximethyl celulose โ€“ 5 g; Nitrato de Amônio โ€“ 1 g; Solução Salina
(0,85%) โ€“ 50 mL; Extrato de Solo โ€“ 950 mL; Ágar โ€“ 15 g; água destilada โ€“ 1000 mL; pH โ€“ 6,5 โ€“ 7).
A avaliação foi realizada 24 h, 48 h, 7 e 7 dias após incubação, respectivamente, contando-se, a
olho nu, o número de unidades formadoras de colônias presentes em cada placa.
Foram utilizadas três placas para cada diluição, e consideradas para cálculos apenas as
diluições cujas placas tinham entre 30 e 300 colônias.
Os valores obtidos a partir da contagem direta das colônias foram calculados para unidades
formadoras de colônias por mililitro de acordo com o cálculo abaixo:
๐‘° ๐‘ˆ๐น๐ถ (๐‘ˆ๐น๐ถ ๐‘” ๐‘ ๐‘œ๐‘™๐‘œ
โˆ’1 )
๐‘Ž โˆ™ 10๐‘
=
๐‘
10
Onde:
a = número de unidade formadoras de colônia quantificadas visualmente
b = expoente da diluição que apresentou colônias entre o número de 30 e 300
c = alíquota de amostra inoculada nas placas (mL)
3.4. Análise estatística dos dados
Os dados foram aplicados ao teste de médias ANOVA e após submetidos a estatística
descritiva, esta foi computada pelo software ASSISTAT® (versão 7.6 beta).
4. RESULTADOS e DISCUSSÃO
4.1. Atributos microbiológicos em solos sob integração Lavoura-Pecuária
Observaram-se respostas diferenciadas nos resultados dos atributos microbiológicos nos
diferentes sistemas e épocas avaliados, levado em consideração a média dos valores apresentados na
tabela de estatística descritiva (Tabela 4).
Em 2013 os maiores valores de CBM foram encontrados no sistema de ILP D, já em 2014
foram a ILP A e a mata. Na respiração basal (RB) os dados seguiram os mesmos resultados do
CBM, não houve diferenças significativas entre os sistemas no ano de 2013, diferentemente de
2014, em que nos sistemas ILP A, ILP C e mata nativa observaram-se os maiores valores (Tabela
4).
O elevado teor de CBM apresentado pela ILP D em 2013, pode ser explicado devido a
quantidade de culturas anuais nesta área. Neste contexto, ao longo do histórico da ILP D, essa área
sempre esteve com três culturas diferentes ao longo de cada ano agrícola, essa diversificação de
culturas em uma mesma área, proporcionaram diferentes fontes de exsudatos liberados e bem como
diferentes fontes de matéria orgânica para serem metabolizados e decompostos pela microbiota do
solo. Com isso aumentou a fonte de carbono, o que pode ter favorecido o desenvolvimento da
biomassa microbiana do solo.
Ainda neste mesmo contexto, os resultados diferem quanto aos sistemas, onde os maiores
valores do CBM foram obtidos na ILP D em 2013 e na ILP A e na mata nativa em 2014,
diferentemente aos de Martins et al. (2011) obtidos na ILP B em 2009. Tais resultados demonstram
que o sistema ILP proporcionou modificações positivas neste atributo do solo, onde se mantém
semelhantes e até mesmo maiores do que a mata nativa.
Além disso, a taxa de respiração basal do solo, para Tótola e Chaer (2002), também está
relacionada com a maior atividade biológica, a qual é diretamente proporcional à fração de carbono
lábil no solo.
11
Tabela 4. Estatística descritiva de dados microbiológicos do solo sob integração Lavoura-Pecuária, Fazenda Santa Isabina, Santa Carmen, Mato
Grosso, para dois anos de avaliação, na profundidade de 0-20 cm.
Tratamentos Coletas
2013
ILP A
2014
2013
ILP B
2014
ILP C
2013
CBM
RB
qMet
Bactérias
Totais
Fungos
Totais
µg C g solo-1
µg CO2 g solo-1
%
UFCs g solo-1
UFCs g solo-1
UFCs g solo-1
40,3
37,8
37,8
45,4
4,4
10,8
304,6
800,5
769,1
838,1
34,6
11,3
196,5
196,5
181,4
211,7
15,1
7,7
250,7
347,1
202,5
358,9
87,1
34,8
93,2
90,7
75,6
113,4
19,0
20,4
256,3
268,7
183,7
316,3
67,2
26,2
357,7
403,2
397,9
488,0
50,5
14,1
178,0
176,9
163,3
193,9
15,3
8,6
133,8
66,7
30,7
79,7
25,4
19,0
210,9
197,3
183,7
251,7
36,0
17,1
6,5
7,1
4,1
8,4
2,2
34,1
5,4
0,5
0,5
0,6
0,0
0,8
0,9
0,9
0,8
1,0
0,1
8,0
0,7
0,2
0,1
0,3
0,1
18,6
2,4
2,2
1,6
3,3
0,9
36,7
1,45E+06
1,45E+06
1,43E+06
1,47E+06
2,25E+04
1,6
1,27E+06
9,70E+05
9,45E+05
9,80E+05
1,80E+04
1,4
1,38E+06
1,40E+06
1,35E+06
1,40E+06
3,04E+04
2,2
1,26E+06
9,60E+05
9,40E+05
9,85E+05
2,25E+04
1,8
1,14E+06
1,12E+06
1,10E+06
1,20E+06
5,58E+04
4,9
4,02E+04
4,70E+04
2,45E+04
4,90E+04
1,36E+04
33,9
3,80E+04
1,95E+04
1,80E+04
2,65E+04
4,54E+03
11,9
5,45E+04
5,35E+04
5,20E+04
5,80E+04
3,12E+03
5,7
4,70E+04
3,00E+04
2,45E+04
3,10E+04
3,50E+03
7,4
2,77E+04
2,80E+04
2,60E+04
2,90E+04
1,53E+03
5,5
1,36E+06
1,40E+06
1,20E+06
1,49E+06
1,46E+05
10,7
1,41E+06
1,28E+06
1,13E+06
1,34E+06
1,05E+05
7,5
1,14E+06
1,15E+06
1,12E+06
1,16E+06
2,36E+04
2,1
1,10E+06
1,05E+06
1,03E+06
1,11E+06
3,97E+04
3,6
8,97E+05
9,00E+05
8,55E+05
9,35E+05
4,01E+04
4,5
Variáveis
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Urease
ฮ’glicosidase
Fosfatase
alcalina
Fosfatase
ácida
UFCs g solo-1
N-NH4 mg-1
solo seco
µg p-nitrofenol
h-1 g solo
µg p-nitrofenol
h-1 g solo
µg p-nitrofenol
h-1 g solo
1,38E+06
1,44E+06
1,26E+06
1,45E+06
1,09E+05
7,9
1,12E+06
4,75E+05
4,75E+05
4,90E+05
8,66E+03
0,8
1,31E+06
1,33E+06
1,21E+06
1,38E+06
8,53E+04
6,5
9,07E+05
1,40E+05
1,35E+05
1,80E+05
2,47E+04
2,7
1,08E+06
1,09E+06
1,04E+06
1,11E+06
3,33E+04
3,1
440,5
441,5
419,5
460,4
20,5
4,6
361,2
203,8
203,5
204,1
0,3
0,1
409,0
410,1
381,8
435,2
26,7
6,5
339,9
202,8
202,7
202,8
0,1
0,0
361,9
366,0
350,3
369,2
10,1
2,8
116,4
116,4
115,6
117,2
0,8
0,7
171,5
280,8
279,0
283,8
2,4
1,4
123,9
124,2
117,2
130,4
6,6
5,4
161,5
237,0
232,7
250,0
9,0
5,6
123,2
123,4
105,5
140,6
17,6
14,3
46,7
47,0
44,2
48,8
2,3
5,0
248,5
654,4
572,1
669,6
52,4
21,1
171,7
172,0
138,9
204,2
32,6
19,0
394,9
679,0
621,6
808,4
95,7
24,2
168,1
168,4
127,9
207,9
40,0
23,8
117,8
117,8
111,4
124,2
6,4
5,5
198,0
326,9
288,4
352,0
32,1
16,2
100,0
100,3
68,1
131,6
31,7
31,7
146,1
228,2
197,8
238,5
21,1
14,5
108,0
107,7
107,7
108,6
0,5
0,5
Actinomicetos Celulolíticos
12
2014
2013
ILP D
2014
2013
ILP E
2014
2013
Sucessão
2014
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
248,7
724,5
579,7
740,4
88,5
35,6
733,2
763,5
657,6
778,6
65,9
9,0
621,9
446,7
444,6
470,0
14,1
2,3
143,6
143,6
113,4
173,9
30,2
21,1
100,2
174,1
43,6
202,9
84,9
84,8
264,6
279,7
226,8
287,2
32,9
12,5
247,8
229,3
60,8
471,3
277,4
396,1
383,2
416,5
16,8
6,1
229,0
234,7
214,3
238,1
12,9
5,6
191,5
133,0
101,6
149,2
24,2
12,6
159,9
163,3
149,7
166,7
9,0
5,6
172,6
213,6
187,8
266,1
39,9
23,1
183,7
187,1
159,9
204,1
22,3
12,1
166,5
108,3
46,2
128,3
2,1
0,6
0,5
0,7
0,1
3,0
0,3
0,3
0,3
0,4
0,0
13,9
0,3
0,3
0,2
0,3
0,1
17,6
1,2
1,1
0,9
1,5
0,3
26,4
2,3
1,5
1,1
4,3
1,8
76,3
0,7
0,7
0,6
0,8
0,1
18,1
0,7
0,5
0,3
0,8
1,23E+06
1,37E+06
1,33E+06
1,39E+06
3,12E+04
2,5
1,46E+06
1,48E+06
1,40E+06
1,49E+06
4,77E+04
3,3
1,19E+06
6,95E+05
6,75E+05
7,15E+05
2,00E+04
1,7
8,42E+05
8,45E+05
8,25E+05
8,55E+05
1,53E+04
1,8
6,58E+05
3,15E+05
3,05E+05
3,85E+05
4,36E+04
6,6
8,75E+05
8,90E+05
8,16E+05
9,20E+05
5,35E+04
6,1
8,95E+05
9,55E+05
9,50E+05
9,70E+05
3,10E+04
3,40E+04
2,95E+04
3,60E+04
3,33E+03
10,7
2,37E+04
2,40E+04
2,10E+04
2,60E+04
2,52E+03
10,6
2,28E+04
1,70E+04
1,60E+04
1,85E+04
1,26E+03
5,5
2,97E+04
2,90E+04
2,80E+04
3,20E+04
2,08E+03
7,0
2,52E+04
1,85E+04
1,55E+04
1,95E+04
2,08E+03
8,3
1,87E+04
1,80E+04
1,80E+04
2,00E+04
1,15E+03
6,2
1,68E+04
1,65E+04
1,25E+04
1,80E+04
1,06E+06
1,34E+06
1,20E+06
1,44E+06
1,18E+05
11,2
1,04E+06
1,03E+06
9,95E+05
1,08E+06
4,27E+04
4,1
9,43E+05
6,10E+05
5,95E+05
7,20E+05
6,83E+04
7,2
1,29E+06
1,31E+06
1,26E+06
1,32E+06
3,33E+04
2,6
1,30E+06
1,33E+06
1,32E+06
1,34E+06
1,26E+04
1,0
6,60E+05
6,60E+05
6,30E+05
6,90E+05
3,00E+04
4,5
7,22E+05
8,45E+05
8,15E+05
9,80E+05
9,45E+05
6,45E+05
5,90E+05
9,65E+05
2,03E+05
21,4
1,26E+06
1,24E+06
1,23E+06
1,31E+06
4,65E+04
3,7
9,43E+05
3,05E+05
2,95E+05
3,40E+05
2,36E+04
2,5
7,98E+05
8,10E+05
7,70E+05
8,15E+05
2,47E+04
3,1
6,13E+05
2,10E+05
2,05E+05
2,60E+05
3,04E+04
5,0
3,18E+05
3,20E+05
2,90E+05
3,45E+05
2,75E+04
8,7
3,25E+05
3,65E+05
3,10E+05
4,20E+05
307,6
203,2
203,2
203,6
0,2
0,1
261,2
262,3
246,5
274,9
14,2
5,4
236,6
200,7
200,7
201,1
0,2
0,1
346,1
334,6
331,5
372,3
22,7
6,6
303,5
203,6
203,1
203,6
0,3
0,1
435,2
435,2
397,5
473,0
37,7
8,7
373,8
213,2
213,2
213,8
170,9
273,6
266,6
285,1
9,4
5,5
108,3
108,6
107,0
109,4
1,2
1,1
147,2
214,1
208,7
225,4
8,5
5,8
110,7
110,9
107,8
113,3
2,7
2,5
151,2
236,9
232,6
239,7
3,6
2,4
114,1
114,1
113,3
114,8
0,8
0,7
149,9
223,3
221,5
230,4
377,2
835,4
791,3
885,0
46,9
12,4
97,3
93,0
84,7
114,1
15,2
15,6
259,4
661,3
600,5
765,1
83,2
32,1
77,0
77,3
74,6
79,2
2,3
3,0
221,7
628,3
511,2
703,5
96,9
43,7
60,8
60,8
59,9
61,7
0,9
1,5
255,3
644,3
578,0
721,6
190,4
421,2
355,0
422,5
38,6
20,3
127,9
127,9
105,8
150,0
22,1
17,3
125,9
144,0
126,2
150,8
12,7
10,1
80,1
80,1
75,5
84,7
4,6
5,7
99,5
155,8
133,7
181,1
23,7
23,8
131,6
131,6
125,1
138,0
6,4
4,9
176,8
290,2
267,4
294,5
13
2013
Mata nativa
2014
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
206,3
83,3
199,1
196,5
181,4
219,2
19,0
9,6
382,8
772,3
770,5
785,2
8,0
2,1
42,8
25,7
231,3
238,1
214,3
241,5
14,8
6,4
296,1
443,4
408,6
501,8
47,1
15,9
0,2
36,6
1,2
1,2
1,0
1,3
0,2
15,3
1,0
0,6
0,5
0,6
0,1
6,0
1,04E+04
1,2
1,37E+06
1,36E+06
1,32E+06
1,43E+06
5,30E+04
3,9
1,28E+06
1,15E+06
1,15E+06
1,21E+06
3,62E+04
2,8
2,84E+03
16,9
2,78E+04
2,85E+04
2,60E+04
2,90E+04
1,61E+03
5,8
2,43E+04
1,85E+04
1,70E+04
1,95E+04
1,26E+03
5,2
8,79E+04
12,2
1,12E+06
1,13E+06
1,06E+06
1,17E+06
5,35E+04
4,8
8,65E+05
4,20E+05
4,05E+05
4,65E+05
3,12E+04
3,6
5,50E+04
16,9
9,50E+05
9,70E+05
9,00E+05
9,80E+05
4,36E+04
4,6
8,02E+05
5,90E+05
5,35E+05
6,30E+05
4,77E+04
5,9
0,3
0,1
419,5
419,5
397,5
441,5
22,0
5,2
360,6
220,7
220,3
220,7
0,2
0,1
4,7
3,2
127,1
127,3
118,0
135,9
9,0
7,1
195,6
314,5
308,0
332,9
12,9
6,6
71,9
28,2
62,3
62,6
59,9
64,5
2,3
3,7
440,1
1196,1
1156,9
1233,1
38,1
8,7
14,6
8,3
184,0
184,0
159,2
208,8
24,8
13,5
289,6
500,9
492,7
509,3
8,3
2,9
14
Ao comparar diferentes biomassas microbianas, quanto a sua eficiência, Insam e Domsch
(1988) consideram que a biomassa mais eficiente é aquela que perde menos carbono na respiração e
incorpora mais à suas células. Assim, neste estudo, o sistema de ILP D se destacou, por ter
incorporado maior quantidade de CBM e perdido menos pela respiração basal do solo.
O qMet foi maior na ILP A em 2013, no ano seguinte, não houve diferença significativas
entre os sistemas (Tabela 4). Na RB do solo, foram notadas diferenças significativas entre os
sistemas somente em 2014, onde os sistemas ILP A, ILP C e a mata nativa apresentaram os maiores
valores. Apesar de estes sistemas terem perdido muito carbono na forma de respiração, quando
analisando o CBM é possível observar que houve incorporação elevada, o que pode estar associado
à quantidade e a qualidade dos substratos disponíveis.
A ILP A em 2013, apresentou elevado valor de qMet, que pode estar relacionado a uma
condição de estresse, uma vez que, nesta área, foi mantido por 2 anos consecutivos o cultivo de
pastagem (marandu), assim como ocorreu com a ILP C, acarretando um aumento de CO2 liberado
por unidade de biomassa.
A qualidade do substrato disponível para decomposição é outro fator a ser considerado, uma
vez que, compostos muito lignificados, a sua decomposição é mais lenta e, desta forma, a
microbiota têm um elevado gasto energético para degradar esse produto, até à sua incorporação
(Santos, 2005).
A população cultivável de bactérias, fungos, actinomicetos e micro-organismos celulolíticos
do solo foram variáveis entre os sistemas (Tabela 4).
A população de bactérias foi maior na ILP A, ILP B e na mata, não diferindo entre si no ano
de 2012. Sendo alterado esse resultado em 2014, onde por sua vez a ILP C, se destacou dos demais
sistemas.
Os sistemas que favoreceram o crescimento bacteriano do solo foram a ILP A, ILP B e a
mata, em 2013, e a ILP C em 2014, provavelmente estimulado pelas culturas, que exercem
influências diretas sobre as comunidades bacterianas. Quanto maior o aporte de matéria orgânica,
diversificada em compostos, maior será a diversidade de espécies microbianas (Garcia et al., 1997).
A população de fungos foi favorecida pela ILP B em 2013, onde teve o maior número dessa
população. Em 2014, esse resultado se mantém com o adicional da ILP C que também propiciou a
população de fungos.
A comunidade de fungos do solo é menor quando comparado com as de bactérias em
unidade de células (Siqueira e Franco, 1988), corroborando com os obtidos neste trabalho. Para
Perez et al. (2004), porém, a condição da mata, onde há uma diversidade na deposição de resíduos
orgânicos, maior quantidade de raízes e de água retida no solo, estimulam a comunidade microbiana
15
do solo. A comunidade de fungos tende a ser maior em solos em condição de mata nativa do que em
solos agrícolas que sofrem perturbações.
O que não foi observado no presente estudo, pois em geral os solos sob ILP, favoreceram o
crescimento microbiano. Isso se deve ao aporte de matéria orgânica, ao não revolvimento do solo e
a diversificação de culturas em uma mesma área. O que seria o ideal ao se pensar em
sustentabilidade das práticas agrícolas.
Essa preocupação com a sustentabilidade se deve ao fato de que a perda da biodiversidade
gera não somente impactos ecológicos, mas também sociais e econômicos, uma vez que o
desequilíbrio ecológico tende a se compensar de alguma forma e, geralmente, mais drástica e
dispendiosa.
A população de actinomicetos foi maior na ILP A em 2013. Em 2014, foram os sistemas
ILP C e ILP E, que apresentaram a maior quantidade de actinomicetos, diferindo dos demais
sistemas, quando avaliados dentro de cada época.
Dentro dos processos biogeoquímicos, os actinomicetos desempenham um papel
fundamental na decomposição de compostos orgânicos e resíduos agrícolas, remediação,
solubilização, entre outros (Groth et al., 1999). Os actinomicetos são bactérias Gram positivas, que
em geral, seu desenvolvimento sofre maior influência do manejo e das culturas, quando comparado
com as demais bactérias e os fungos. Devido o crescimento lento e a baixa capacidade competitiva
desses micro-organismos, por não conseguirem se predominar em substratos orgânicos, onde outros
micro-organismos apresentam capacidade de colonização mais rápida (Siqueira e Franco, 1988;
Pereira et al., 1999).
Na ILP A em 2013 e na ILP C em 2014, foram obtidos os maiores valores de microorganismos celulolíticos.
A elevada quantidade de micro-organimos celulolíticos na ILP A em 2013 e na ILP C 2014,
pode ser atribuída aos resultados observados para bactérias, os quais foram similares nos mesmos
sistemas. Isso por que, o meio de cultura utilizado para enumeração de micro-organismos
celulolíticos, favorece o crescimento de bactérias, actinomicetos e fungos, sem distinção. Apenas
classifica-os quanto à degradação da celulose.
Neste sentido, os resultados das populações de bactérias corroboram com os dos microorganismos celulolíticos e actinomicetos, sendo possível inferir, que o tipo de comunidade
predominante de micro-organismos celulolíticos está mais associado a bactérias do que a fungos.
Apesar dos fungos também serem notados como positivos a degradação da celulose, mas não foram
predominantes neste estudo, quanto às bactérias.
Os micro-organismos do solo são responsáveis por processos que têm influência direta ou
indiretamente na produtividade e sustentabilidade dos ecossistemas terrestres. O método de
16
contagem desses micro-organismos, apesar de ser visto com ressalvas, ajuda a entender os
processos que nele ocorrem, uma vez que, aliando com outros atributos, serve como indicador do
impacto de diferentes atividades antrópicas (Previati et al., 2012).
A atividade das enzimas urease, ฮฒ-glicosidase, fosfatase alcalina e ácida do solo
apresentaram teores variáveis entre os sistemas e épocas avaliados (Tabela 4).
A urease respondeu de forma diferente das demais enzimas, com resultados maiores em
2013 se comparados com 2014, para todos os sistemas avaliados. Em 2012, a ILP A, ILP B, mata e
a sucessão, apresentaram os maiores valores desta enzima. Em 2013 os sistemas não diferiram
significativamente entre si. A atividade da urease respondeu de forma homogênea nos sistemas
avaliados em 2013 e 2014, com exceção da ILP C, ILP D e ILP E, que diferiram entre si e dos
demais sistemas, apresentando os menores valores em 2012. Quanto às épocas, essa enzima teve os
maiores valores em 2013 em todos os sistemas, respondendo diferentemente das demais enzimas,
nas quais, os maiores valores foram observados em 2014 nos sistemas.
Essa variação das épocas nos fornece informações da ação do ambiente sobre a atividade das
enzimas. Resultados semelhantes foram observados por Matsuoka (2006), onde a urease respondeu
de forma diferenciada nas épocas de amostragem.
A ฮฒ-glicosidase apresentou uma maior produção em 2014 para todos os sistemas, quando
comparados com 2013. Nesta enzima não houve diferenças significativas entre os sistemas em
2013. Em 2014 a mata nativa destacando-se com maior atividade desta mesma enzima.
Em geral a produção de enzimas extracelulares pela microbiota, ocorre quando o carbono
solúvel, nitrogênio e outros nutrientes estão escassos (Koch, 1985). Isso por que, quando um
nutriente está disponível no solo, não há necessidade da célula microbiana gastar energia para
assimilá-lo, uma vez que já está disponível (Wallenstein e Weintraub, 2008).
Neste contexto, os sistemas de integração que mais se aproximaram da mata nativa, foram a
ILP A e ILP C, quanto a atividade da ฮฒ-glicosidase do solo. Este resultado demonstra mais uma vez,
a capacidade da ILP em melhorar os atributos microbiológicos, sobretudo, a atividade da enzima ฮฒglicosidase.
Em 2013, considerando a atividade da fosfatase alcalina, os sistemas ILP B e ILP C,
demonstraram os maiores valores desta enzima. A fosfatase alcalina teve respostas diferentes em
2013, quando comparadas com a fosfatase ácida, onde a ILP B e ILP C notaram valores mais altos
que os da mata nativa. O pH e a qualidade da matéria orgânica nessas ILP podem ter favorecido
este resultado.
Em 2014, teve resultados diferentes dos encontrados em 2013, onde a fosfatase alcalina foi
maior na mata nativa. Quando analisando as épocas, em 2014 apresentou os maiores valores desta
17
enzima em todos os sistemas, evidenciando o efeito do ambiente e do manejo do solo sobre a ação
desta enzima. A ILP C foi a que mais se aproximou do resultado da mata nativa.
Este resultado discrepante das enzimas, entre 2013 e 2014, apresentados no sistema de mata
nativa, pode ser pelo fato desta área não ser homogênea, na questão das culturas, ao contrário, ela
apresenta uma diversidade de espécies vegetais, além de outros fatores como pH do solo e umidade,
os quais, favorecem a heterogeneidade de resultados entre épocas.
Para a fosfatase ácida, em 2013, a mata nativa apresentou a maior atividade diferindo dos
demais sistemas. Essa mesma observação de destaque da mata nativa ocorreu em 2014, porém com
valores maiores se comparado com o ano anterior.
A fosfatase ácida teve a maior atividade no sistema de mata nativa, como observado na ฮฒglicosidase. Os demais sistemas em 2013 apresentaram resultados homogêneos, que não diferiram
estatisticamente. Em 2014, a ILP C foi a que mais se aproximou da mata nativa. Estes resultados
encontram-se de acordo com os vários trabalhos apresentados em literatura, onde a maior atividade
da fosfatase ácida foi apresentada na vegetação nativa sob diferentes solos (Carneiro et al., 1999;
Matsuoka, 2006).
4.2. Atributos microbiológicos em solos sob integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Os atributos microbiológicos em solos sob os diferentes sistemas de integração LavouraPecuária-Floresta (ILPF) avaliados e as áreas utilizadas como comparativo, Pasto e Mata nativa,
apresentou-se de forma diferente em cada um dos anos de investigação, levado em consideração a
média dos valores apresentados na tabela de estatística descritiva (Tabela 5).
Os resultados foram apresentados em médias a partir da investigação nas diferentes
distâncias da planta perene, uma vez que não foram obtidas diferenças significativas no teste de
médias ANOVA, bem como com relação às direções avaliadas.
As variáveis relacionadas ao carbono, sendo elas o carbono da biomassa microbiana (CBM),
respiração basal (RB) e quociente metabólico (qMet) são apresentadas na Tabela 5.
Observa-se que os sistemas de ILPF linha simples e dupla de eucalipto, e na área de
pastagem não diferem significativamente nos anos de 2013 e 2014 para o CBM, porém o sistema de
ILPF linha tripla e mata nativa apresentam valores maiores no primeiro ano de avaliação (2013). Na
área de mata nativa é possível observar valor 4 vezes maior no ano de 2013 comparado ao ano de
2014.
18
Tabela 5. Estatística descritiva de dados microbiológicos do solo sob integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Fazenda Gamada, Nova Canaã do Norte,
Mato Grosso, para dois anos de avaliação, na profundidade de 0-20 cm.
Tratamentos Coletas
2013
Eucalipto
simples
2014
2013
Eucalipto
duplo
2014
Eucalipto
triplo
2013
CBM
RB
qMet
Bactérias
Totais
Fungos
Totais
µg C g solo-1
µg CO2 g solo-1
%
UFCs g solo-1
UFCs g solo-1
UFCs g solo-1
598,3
506,7
53,3
1973,3
519,6
86,8
593,6
472,9
39,1
1675,4
465,0
78,3
496,7
266,7
53,3
3200,0
697,3
140,4
508,2
328,2
20,4
2363,8
539,3
106,1
695,0
466,7
26,7
5493,3
940,5
574,5
516,0
144,0
1512,0
315,4
54,9
303,5
315,6
-70,4
546,6
172,4
56,8
514,5
444,0
24,0
1752,0
365,0
70,9
352,3
314,7
142,2
1211,9
215,2
61,1
705,4
582,0
192,0
3096,0
507,6
2,1
1,0
0,3
9,9
2,3
107,0
1,8
0,5
-0,1
12,6
2,8
155,2
2,7
1,9
0,0
16,2
3,0
110,9
2,2
0,7
0,2
12,6
3,0
135,7
2,0
1,4
0,4
14,0
2,7
3,8E+05
3,4E+05
2,6E+05
6,4E+05
1,0E+05
27,7
2,0E+05
8,3E+04
2,8E+04
1,2E+06
2,6E+05
129,5
5,8E+05
4,4E+05
2,1E+05
1,4E+06
4,0E+05
68,2
2,1E+05
8,7E+04
1,3E+04
1,1E+06
2,6E+05
124,8
3,2E+05
2,8E+05
1,6E+05
5,8E+05
1,2E+05
7,4E+04
6,8E+04
3,2E+04
1,3E+05
2,7E+04
36,7
6,5E+03
5,0E+03
0,0E+00
3,2E+04
7,5E+03
115,7
7,3E+04
6,8E+04
3,1E+04
1,5E+05
3,2E+04
43,6
7,8E+03
5,0E+03
0,0E+00
3,0E+04
7,1E+03
90,9
5,4E+04
5,7E+04
2,5E+04
7,8E+04
1,7E+04
7,4E+05
7,6E+05
3,5E+04
1,5E+06
3,6E+05
48,4
2,5E+05
1,7E+05
1,0E+04
1,4E+06
3,0E+05
116,2
9,2E+05
9,0E+05
4,1E+05
1,5E+06
3,7E+05
40,0
3,4E+05
3,5E+05
5,0E+03
5,9E+05
1,9E+05
57,4
5,4E+05
5,7E+05
2,0E+05
9,0E+05
2,2E+05
Variáveis
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
Urease
ฮ’glicosidase
Fosfatase
alcalina
Fosfatase
ácida
UFCs g solo-1
N-NH4 mg-1g
solo seco
µg p-nitrofenol
h-1 g solo
µg p-nitrofenol
h-1 g solo
µg p-nitrofenol
h-1 g solo
6,3E+05
6,7E+05
2,4E+05
1,2E+06
3,1E+05
48,9
3,4E+05
1,2E+05
8,3E+03
1,5E+06
4,3E+05
124,8
9,7E+05
1,0E+06
3,6E+05
1,5E+06
4,2E+05
42,6
3,3E+05
1,6E+05
5,0E+03
1,1E+06
3,4E+05
103,4
6,8E+05
6,1E+05
3,7E+05
1,1E+06
2,1E+05
62,5
49,2
1,0
211,2
36,5
58,4
9540,8
8453,1
402,3
18686,9
4044,1
42,4
62,5
61,1
34,9
92,8
22,0
35,2
6805,6
6198,4
615,9
19799,3
5877,4
86,4
77,4
61,8
44,5
154,8
34,9
396,8
355,5
213,4
990,4
143,8
36,2
46,1
44,6
37,3
62,5
7,3
15,8
391,8
402,2
117,8
702,9
121,3
31,0
41,2
38,7
33,4
71,1
8,1
19,7
343,6
303,4
125,7
684,8
146,7
45,6
47,0
24,6
67,0
12,5
27,4
33,5
30,4
22,7
71,6
9,9
29,7
63,7
64,0
32,9
102,3
17,8
28,0
42,0
30,8
22,8
225,0
39,0
92,8
68,2
67,1
27,6
111,6
20,1
63,9
65,6
50,5
67,5
4,1
6,4
48,1
44,1
27,3
81,2
12,7
26,5
62,0
63,7
51,7
75,3
6,3
10,2
44,0
42,5
30,6
83,0
10,0
22,8
50,4
47,3
41,5
69,8
8,0
Actinomicetos Celulolíticos
19
2014
2013
Pasto
2014
2013
Mata nativa
2014
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Desvio Padrão
CV %
135,3
499,6
353,0
40,1
1326,2
370,3
74,1
140,0
133,3
26,7
266,7
103,8
74,2
171,5
132,7
75,3
345,3
105,7
61,6
2600,0
600,0
266,7
8933,3
3717,7
143,0
547,6
462,7
136,9
1128,0
368,7
67,3
72,0
407,9
399,0
55,7
675,0
153,5
37,6
480,0
480,0
288,0
672,0
142,2
29,6
383,8
418,6
240,6
457,4
86,1
22,4
573,0
594,0
372,0
732,0
150,2
26,2
350,7
338,3
171,8
554,5
144,8
41,3
132,2
2,0
1,0
0,1
14,4
2,8
140,9
7,5
6,2
1,4
16,2
6,1
81,4
3,1
2,6
1,3
6,1
2,0
62,6
1,2
1,0
0,0
2,7
1,0
83,8
1,4
0,7
0,2
4,0
1,6
110,7
37,6
1,5E+05
9,5E+04
0,0E+00
5,6E+05
1,5E+05
103,9
1,6E+05
1,6E+05
1,5E+05
1,7E+05
7,5E+03
4,7
1,1E+05
1,1E+05
5,0E+04
1,7E+05
4,3E+04
39,2
2,3E+05
2,3E+05
1,9E+05
2,6E+05
2,5E+04
11,2
3,1E+04
1,8E+04
0,0E+00
9,0E+04
3,6E+04
114,0
31,2
7,7E+03
1,0E+04
0,0E+00
2,0E+04
5,1E+03
66,5
2,3E+04
2,3E+04
2,1E+04
2,4E+04
1,3E+03
5,8
1,1E+04
1,3E+04
1,7E+03
1,8E+04
6,4E+03
56,7
6,9E+04
6,8E+04
6,5E+04
7,4E+04
3,5E+03
5,1
1,3E+04
1,3E+04
0,0E+00
2,5E+04
9,2E+03
73,3
41,7
1,2E+05
2,0E+04
3,3E+03
5,5E+05
1,7E+05
137,5
2,4E+05
2,4E+05
2,1E+05
2,7E+05
2,2E+04
9,2
7,4E+04
2,6E+04
2,0E+04
2,2E+05
8,8E+04
119,1
3,2E+05
3,2E+05
3,1E+05
3,3E+05
5,5E+03
1,7
1,8E+04
1,8E+04
5,0E+03
3,0E+04
1,1E+04
60,3
30,9
1,4E+05
2,0E+04
0,0E+00
6,0E+05
2,2E+05
153,8
1,8E+05
1,8E+05
1,6E+05
1,9E+05
1,5E+04
8,1
4,2E+04
4,3E+04
0,0E+00
8,3E+04
3,1E+04
74,3
1,6E+05
1,6E+05
1,5E+05
1,8E+05
9,0E+03
5,6
2,7E+04
2,8E+04
1,5E+04
3,7E+04
9,5E+03
35,6
45,1
11089,1
9915,6
4332,8
15893,4
3348,0
30,2
53,3
53,8
49,6
56,1
2,4
4,5
13133,2
13121,6
13001,6
13287,9
110,1
0,8
29,2
28,6
26,6
33,1
2,5
8,4
9871,3
9903,7
9126,6
10551,3
567,7
5,8
42,7
44,7
42,6
32,4
71,4
10,6
23,6
337,3
333,8
327,9
353,9
10,4
3,1
60,5
60,2
49,6
71,8
8,5
14,0
342,6
352,2
269,4
396,6
47,2
13,8
36,7
37,7
30,3
41,2
4,0
11,0
29,4
31,5
28,3
18,5
58,4
10,6
33,8
56,9
56,9
42,4
71,5
10,5
18,4
25,7
24,7
23,0
30,4
2,9
11,2
43,7
43,7
35,6
51,8
5,8
13,4
27,2
24,5
21,2
38,6
6,8
25,0
15,8
40,7
38,0
30,0
66,8
9,2
22,6
41,1
40,4
39,3
44,2
1,9
4,7
36,2
35,8
34,8
38,4
1,4
3,7
72,7
72,2
71,3
74,9
1,4
1,9
40,1
37,2
30,6
55,1
9,6
24,1
20
De acordo com a literatura os teores de CBM podem ser alterados durante o ano, e diversos
estudos realizados no Brasil constataram diferenças no teor de CBM entre épocas de amostragem,
principalmente em função do ciclo das plantas, da adição de resíduos vegetais, da pluviosidade e da
temperatura (Anderson e Domsch, 1993; Brandão Junior et al., 2008). Com relação a essa afirmação
e investigação das condições climáticas, o ano de 2013 apresentou o dobro dos índices de
pluviosidade comparados ao ano seguinte, 2014.
O RB apresentou-se maior no ano de 2013 para todos os sistemas de ILPF e para mata
nativa, sendo que apenas o sistema de pastagem permaneceu com valores próximos entre os dois
anos.
A respiração basal apresenta a capacidade de metabolização da matéria orgânica do solo por
parte da microbiota, bem como seu comportamento na decomposição da mesma (Mesquita, 2005).
Esta pode ser atribuída tanto a uma decomposição de matéria orgânica do solo de uma grande
reserva de substratos, como de uma pequena reserva decorrente, por exemplo, da mobilização do
solo, dessa forma altas taxas podem indicar tanto um distúrbio ecológico como um alto nível de
produtividade do ecossistema (Moltocaro, 2007). Dessa forma, apesar do CBM apresentar valores
semelhantes em ambos os anos, pode-se afirmar que a atividade da microbiota foi maior no ano de
2013 comparado ao ano de 2014.
Para o qMet os sistemas de ILPF linha simples e área sob pasto apresentaram atividade
metabólica significativamente maior no primeiro ano de avaliação, entretanto os sistemas de ILPF
linha dupla e tripla e a mata nativa, não observou-se diferenças significativas entre os anos.
O qMet indica a eficiência da biomassa microbiana em utilizar o carbono disponível para
biossíntese (Saviozzi et al., 2002). Porém, Ocio e Brookes (1990) afirmam que a partir da
substituição da cobertura vegetal ocorre decomposição mais acelerada dos resíduos vegetais, o que
aumenta o quociente metabólico, confirmando o observado na Tabela 5, onde o sistema com maior
diferenciação da mata nativa, ou seja, com menor diversidade vegetal, área de pasto apresentou
maior qMet.
Os valores de qMet para a área de pasto foi o dobro maior em 2013 comparado a 2014, e em
ambos os anos destacou-se frente aos demais sistemas avaliados, sendo até 3 vezes maior.
A enumeração de micro-organismos viáveis totais para bactérias, fungos, actinomicetos e
celulolíticos são apresentados na Tabela 5.
De acordo com a literatura a o método de contagem de micro-organismos, apesar de ser
visto com ressalvas, ajuda a entender os processos que nele ocorrem, uma vez que, aliando com
outros atributos, serve como indicador do impacto de diferentes atividades antrópicas (Previati et
al., 2012).
21
Com relação à afirmação acima, além do impacto direto das atividades antrópicas, ou seja,
manejo e uso do solo, o fator climático também é um grande influenciador da comunidade
microbiana. Dessa forma observa-se que todos os sistemas foram beneficiados com a maior
pluviosidade observada em 2013, onde os 4 grupos de micro-organismos enumerados destacaram-se
neste ano. As exceções forma para a ILPF linha simples e pasto na enumeração de bactérias, ILPF
linha dupla na enumeração de fungos, os quais não apresentaram alterações significativas em ambos
os anos.
As atividades enzimáticas avaliadas estão relacionadas às enzimas urease, ฮ’-glicosidase e as
fosfatases alcalina e ácida (Tabela 5).
A atividade da urease, relacionada ao ciclo do nitrogênio, surpreende nos valores
encontrados, onde, ao contrario das demais, apresenta índices de atividade muito maior para o ano
de 2014 em todos os sistemas avaliados. A atividade dessa enzima está até 100 vezes maior no
segundo ano de avaliação e a área de pasto destaca-se frente às demais.
Alguns trabalhos que realizam comparações entre sistemas de plantio direto e convencional
justificam a atividade da urease superior no sistema plantio direto. O resultado é atribuído aos
maiores teores de matéria orgânica em plantio direto, o que estimula a atividade microbiana do solo
(Van den Bosshe et al., 2008; Lisboa et al., 2012). Esta hipótese pode ser aceita uma vez que a
pluviosidade foi muito superior no primeiro ano, o que pode ter gerado um acúmulo de matéria
orgânica maior na superfície do solo sobre todos os sistemas, levando a maior atividade desta
enzima no segundo ano.
Os sistemas apresentaram um comportamento similar para as atividades da ฮ’-glicosidase.
Os valores encontrados no primeiro ano de avaliação foram maior comparado ao segundo ano,
porém similares entre si. Destaca-se a atividade dessa enzima no sistema de ILPF linha simples para
ambos os anos.
A enzima ฮฒ-glicosidase é uma das mais comuns encontradas no solo, ela atua na etapa final
do processo de decomposição da celulose. Essa enzima é responsável pela hidrólise dos resíduos de
celobiose formando o açúcar simples B-D-glucose, ou seja, libera glicose como fonte de energia
para os micro-organismos (Tabatabai, 1994; Makoi e Ndakidemi, 2008).
A atividade das fosfatases seja ela alcalina ou ácida, esta diretamente relacionada ao ciclo do
P, e é dependente das condições de pH que o solo apresenta. Apesar disso, foram encontrados
resultados similares para ambas às enzimas e em todos os sistemas avaliados. A diferença
significativa observada está em relação ao período da coleta, onde no primeiro ano obteve-se a
maior atividade.
Autores relatam a indução de produção desta enzima, pelos micro-organismos, na baixa
disponibilidade de P no solo, o que pode justificar a semelhança nos sistemas, o que sugere não
22
haver falta deste nutriente. Assim não há necessidade da célula microbiana gastar energia para
assimilá-lo, uma vez que já está disponível (Wallenstein e Weintraub, 2008; Gomide et al., 2011).
Os ensaios enzimáticos oferecem vantagens quanto à sensibilidade, especificidade e
facilidade. Isso por que respondem rapidamente a perturbações no solo, o que é interessante para o
monitoramento da dinâmica espacial e temporal da atividade microbiana e investigações na
ciclagem de nutrientes mediados por esta (Sinsabaugh, 1994).
As enzimas apresentam grande importância para os solos, pois grande parte das
transformações bioquímicas que ocorrem neste ambiente é dependente ou relacionada à presença de
enzimas e a avaliação de suas atividades pode ser útil para indicar se um solo está desempenhando
adequadamente os processos que estão intimamente ligados a sua qualidade (Reis Junior e Mendes,
2009).
5. CONCLUSÃO
1. Os sistemas integrados de produção beneficiam a microbiota do solo;
2. O solo torna-se um ambiente mais estável com o emprego dessas formas de manejo;
3. É possível evidenciar aporte de carbono, diversidade e atividades continuas da microbiota
após o encerramento das atividades de integração, caso investigado na ILP, e em todas as direções e
distâncias dentro do sistema, verificado na ILPF.
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7. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS
Algumas dificuldades foram encontradas no momento da coleta dos solos, uma vez que
devemos primeiramente realizar os gastos e depois solicitar a restituição dos mesmos. Mas tudo foi
sanado da melhor forma. As secretárias da Fealq/Agrisus são muito eficientes e cooperam para que
tudo dê certo no final.
8. RELATÓRIO PRÁTICO
Os sistemas de integração apresentam resultados muito estáveis ao longo do tempo. O solo
torna-se um ambiente mais estável com o emprego dessas formas de manejo, uma vez que é
possível evidenciar aporte de carbono, diversidade e atividades continuas da microbiota após o
encerramento das atividades de integração, caso investigado na ILP, e em todas as direções e
distâncias dentro do sistema, verificado na ILPF.
26
Essas áreas não tomam resultados exorbitantes, porém são capazes de manter as
características e atividades da microbiota do solo, o que favorece diretamente a sustentabilidade e
qualidade do sistema.
Os resultados observados nos sistemas integrados são, sempre, muito similares às áreas de
mata utilizadas para comparação, e maiores que os observados para os sistemas de sucessão, rotação
e manejo usualmente adotados na região. Por outro lado, é possível verificar uma alta sensibilidade
da microbiota com relação às mudanças climáticas, o que, mais uma vez, os sistemas e integração
parecem minimizar esses impactos.
9. COMPENSAÇÕES OFERECIDAS À FUNDAÇÃO AGRISUS
A maior compensação oferecida à Fundação Agrisus vem em forma da produção científica,
formação de bancos de dados e aperfeiçoamento de profissionais das áreas de ciências agrárias e
afins, que é alcançada pelos integrantes do projeto.
Dentre elas tem-se a publicação de artigos, participação em congressos nacionais e
internacionais, e dias de campo que são realizados pelos professores e pesquisadores da UFMT,
campus de Cuiabá e Sinop, MT e pela Embrapa. Por outro lado, o banco de dados pode ser utilizado
pelos órgãos competentes para a tomada de decisão quando ao melhor manejo, com relação aos
atributos e sustentabilidade dos sistemas.
No âmbito da formação profissional, o presente projeto forneceu subsídios para a execução
do trabalhos de conclusão de curso para alunos de graduação em agronomia, realização de duas
dissertações de mestrado e duas teses de doutorado, com um doutorado sanduíche no exterior, além
de subsidiar diversos projetos de iniciação científica, nas modalidades PIBIC e VIC.
_______________________________________________________
Profa. Dra. Daniela Tiago da Silva Campos
Cuiabá, 10 de Janeiro de 2015.
27
10. ANEXOS
10.1 TRABALHOS PUBLICADOS
Resumos publicados em anais de congressos
1. MALHEIROS, C. H. ; STIEVEN, A.C. ; SANTOS, J.O. ; ALMEIDA, L. S. ; CAMPOS, D.
T. S. ; OLIVEIRA, L. A. . Indicadores microbiológicos em diferentes sistemas de manejo do
solo na Amazônia Meridional. In: 5 Congresso sobre a Diversidade Microbiana da
Amazônia, 2014, Manaus, AM. 5 Congresso sobre a Diversidade Microbiana da Amazônia,
2014.
2. SANTOS, J.O. ; OLIVEIRA, D.A. ; STIEVEN, A. C. ; WRUCK, F.J. ; CAMPOS, D. T. S. .
Impact of integrated crop-livestock system in arbuscular mycorrhizal fungi's inoculum
potential. In: 5th Congress of European Microbiologists, 2013, Leipzig. 5th Congress of
European Microbiologists, 2013.
3. Silva, B. de M. ; SOUSA, H. M. ; CORREA, A. R. ; OLIVEIRA, S. S. ; CAMPOS, D. T. S.
; WRUCK, F. de J. . População microbiana total em solos submetidos a diferentes sistemas
de cultivo. In: XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2013, Florianópolis SC.
Ciência do Solo: Para quê e para quem?. Florianópolis: Epagri e SBCS, 2013. v. 4.
4. SOUSA, H. M. ; CORREA, A. R. ; Silva, B. de M. ; OLIVEIRA, S. S. ; CAMPOS, D. T. S.
; WRUCK, F. de J. . Atividade enzimática do solo em diferentes sistemas. In: XXXIV
Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2013, Florianópolis SC. Ciência do Solo: Para quê
e para quem?. Florianópolis: Epagri e SBCS, 2013. v. 4.
5. STIEVEN, A. C. ; SOUSA, H. M. ; WRUCK, F. de J. ; CAMPOS, D. T. S. ; COUTO, E. G.
. ฮฒ-glicosidase em solo sob sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta. In: XXXIV
Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2013, Florianópolis SC. Ciência do Solo: Para quê
e para quem?. Florianópolis: Epagri e SBCS, 2013. v. 4.
6. STIEVEN, A. C. ; SOUSA, H. M. ; WRUCK, F.J. ; CAMPOS, D. T. S. ; COUTO, E. G. .
ฮ’-glicosidase em solo sob sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. In: XXXIV
Congresso Brasileiro de Ciência do solo, 2013, Florianópolis, SC. XXXIV Congresso
Brasileiro de Ciência do Solo, 2013.
7. STIEVEN, A. C. ; CAMPOS, D. T. S. ; COUTO, E. G. . Integração Lavoura-PecuáriaFloresta: Avaliação da Comunidade Microbiana e Relação C/N da Biomassa do Solo. In: V
Semana Acadêmica / VI Mostra de Pós-Graduação, 2014, Cuiabá, MT. V Semana
Acadêmica / VI Mostra de Pós-Graduação, 2014.
8. STIEVEN, A. C. Uso de métodos microbiológicos para análise de solo. 2013. (Apresentação
de Trabalho/Outra).
9. STIEVEN, A.C. ; MEURER, K. ; CAMPOS, D. T. S. ; COUTO, E. G. ; JUNGKUNST, H. .
Germany x Brazil: GHG and microbiology - a comparative of soil under country - specific
legume cultivation. First Global Soil Biodiversity Conference, Dijon, França. 2014.
(Apresentação de Trabalho/Congresso).
10. STIEVEN, A.C. ; MEURER, K. ; CAMPOS, D. T. S. ; WRUCK, F.J. ; COUTO, E. G. ;
JUNGKUNST, H. . Agroforestry systems in the north of mato Grosso (Brazil): The
microbiological dynamic in the soil. 2014. (Apresentação de Trabalho/Congresso).
11. STIEVEN, A.C. ; MEURER, K. ; CAMPOS, D. T. S. ; MALHEIROS, C. H. ; COUTO, E.
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Land Use. In: XXII Congreso Latinoamericano de Microbiología y 4 Congreso Colombiano
de Microbiología, 2014, Cartagena de Indias, Colombia. XXII Congreso Latinoamericano
de Microbiología y 4 Congreso Colombiano de Microbiología, 2014.
Artigo publicado
STIEVEN, A.C. ; OLIVEIRA, D.A. ; SANTOS, J.O. ; WRUCK, F.J. ; CAMPOS, D.T.S. . Impacts
of integrated crop-livestock-forest on microbiological indicators of soil. Agrária (Recife. Online), v.
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29
Download

Universidade Federal de Mato Grosso