TERRITORIO DE IDENTIDADE DO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO: PONTO
LUMINOSO DE DESENVOLVIMENTO NO NORDESTE
Ricardo Luciano Silva Pereira de Souza1
Laumar Neves de Souza2
RESUMO
A forte reestruturação produtiva que está ocorrendo no agronegócio brasileiro contribui
para um pujante dinamismo na economia urbana, principalmente no que tange ao
consumo produtivo, à dinâmica populacional e ao mercado de trabalho. Estabelecem-se
então novas relações campo-cidade, onde algumas cidades terão suas relações e
demandas fortemente imbricadas com o agronegócio. São as cidades do agronegócio,
aquelas que possuem suas funções atreladas às demandas internacionais de um
agronegócio globalizado. Tais demandas são hegemônicas sobre as demais funções e é
nítida a dependência da economia urbana a essa produção. Nos últimos trinta anos,
espaços agrícolas do Nordeste foram afetados por grande intensificação das relações de
produção tipicamente capitalistas. Este fato acirrou a dicotomia entre agricultura
tradicional e agricultura científica. Essa dicotomia se apresenta de forma bem definida
em partes do território do Nordeste, constituindo verdadeiros pontos luminosos em
pleno semiárido. O território de identidade do Sertão do São Francisco na Bahia foi o
primeiro a viver o processo de intensificação da produção agrícola capitalista ainda na
década de 1980. Assim, o presente artigo tem como objetivo fazer uma análise da
importância do agronegócio nesse território de identidade considerando suas recentes
transformações e o impacto delas no mercado de trabalho formal nos anos 2000, já que
esta região constitui-se hoje uma importante produtora de frutas, voltadas especialmente
para exportações, principalmente o município de Juazeiro (BA).
Palavras-chave: Desenvolvimento Regional, Território de Identidade, Agronegócio
1-INTRODUÇÃO
Ao longo da sua história, o Estado Bahia sempre foi marcado por grandes assimetrias.
Do ponto de vista do agronegócio, as assimetrias espaciais dão lugar a áreas de
expansão econômicas espalhadas dentro do território baiano e com poucos produtos. A
região de Barreiras, com a soja, o extremo sul do Estado com a celulose e a região de
Juazeiro com a fruticultura.
1
Economista, mestrando em Desenvolvimento Regional e Urbano/Universidade Salvador - UNIFACS.
Doutor em Sociologia, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e
Urbano/UNIFACS.
2
Esta última região, sobre a qual este trabalho se deterá, constitui-se como tradicional
produtora de frutas no Nordeste, juntamente com Petrolina em Pernambuco e Mossoró
no Rio Grande do Norte. Apresentou entre os anos de 2002 e 2009 um crescimento de
85,5% segundo o Índice de Crescimento da Atividade Econômica Municipal - ICAEM
(SEI, 2013). Tal desempenho corrobora o status do município como um ponto luminoso
no desenvolvimento da Bahia e também da Região Nordeste (ELIAS, 2006).
Em Juazeiro, a fruticultura se desenvolveu a partir de um conjunto de ações
implementadas pelo poder público a partir da década de 1970. A instalação na cidade de
uma das sete superintendências da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) teve um papel importante, contribuindo para
estabelecer uma racionalidade científica no modo de produção local.
O poder público responsabilizou-se em fornecer área para plantio, equipamentos e a
infraestrutura necessária, como asfalto das vias de escoamento, eletrificação rural,
construção de canais, dutos, inclusive responsabilizou-se pela construção das agrovilas,
equipadas com escolas, postos médicos e casas para os produtores.
Assim, ao longo do tempo as feições da economia dessa região foram se transformando
com o avanço em escala ampliada do agronegócio, promovendo forte dinamismo na
economia urbana. Estabeleceram-se novas relações campo-cidade, já que a cidade de
Juazeiro teve sua dinâmica e suas demandas fortemente imbricadas com o agronegócio,
constituindo-se, na visão de Santos (2008) em uma cidade do campo, bem como na sob
o ponto de vista de Elias (2006) como uma cidade do agronegócio.
As funções das cidades do agronegócio passam a ter uma forte vinculação ao
atendimento das demandas do agronegócio. Nelas, é muito clara a dependência da
economia urbana à produção agrícola. Possuem uma dinâmica populacional própria,
com maior ou menor fluxo de indivíduos em função das safras ou entressafras.
Há avanços em várias áreas, como por exemplo uma maior urbanização, que garante
mais serviços para a população. Entre os anos 200 e 2010, percebe-se que a cidade de
Juazeiro possui uma urbanização maior que o território de identidade sertão do São
Francisco, e que seu grau de urbanização obteve um crescimento de 6,4%, ou seja, passa
de 76,3% para 81,2%. Porém, no mesmo período é o sertão do São Francisco quem
apresenta maior percentual de crescimento no grau de urbanização, superior inclusive ao
que foi percebido para o Brasil, conforme demonstrado na tabela 1.
Tabela 1 – Grau de urbanização – Brasil, Nordeste, Bahia, Sertão do são Francisco3 e Juazeiro
2000 a 2010
Nível Geográfico
Grau de Urbanização (%)
2000
2010
Variação %
2000/2010
Brasil
81,2
84,4
3,9
Nordeste
69,0
73,1
6,0
Bahia
67,0
72,1
7,6
Sertão do São Francisco
58,0
63,9
10,1
Juazeiro
76,3
81,2
6,4
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – Censo Demográfico
O desenvolvimento observado nessas cidades tem impacto direto no mercado de
trabalho. Tanto assim, que de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED), nos anos 2000, o setor que mais gerou emprego formal em
Juazeiro foi o agropecuário.
Assim, este artigo vai tratar das recentes transformações que ocorreram no território de
identidade Sertão do São Francisco, mais precisamente o município de Juazeiro e que o
fizeram se destacar como um ponto de luminoso de desenvolvimento no Nordeste,
gerando emprego e renda para a sua população.
2-TERRITÓRIO DE IDENTIDADE SERTÃO DO SÃO FRANCISCO: UM PONTO
LUMINOSO NO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE
Nos últimos trinta anos, espaços agrícolas do Nordeste foram afetados por grande
intensificação das relações de produção tipicamente capitalistas. Este fato acirrou a
dicotomia entre agricultura tradicional e agricultura científica. Essa dicotomia se
apresenta de forma bem definida em partes do território do Nordeste, constituindo
verdadeiros pontos luminosos em pleno semiárido (ELIAS, 2006).
3
Território de Identidade Sertão do São Francisco
A região do Submédio São Francisco4 foi a primeira a viver o processo de
intensificação da produção agrícola capitalista ainda na década de 1980. Esta região
constitui-se hoje em importante produtora de frutas, voltadas especialmente para
exportações, principalmente os municípios pólos de Petrolina (PE) e Juazeiro(BA).
A inserção dos lugares de reserva do semiárido do Nordeste, bem como dos cerrados
nordestinos, à produção agropecuária intensiva foi fortemente influenciada pela adoção
de uma agenda político-econômica neoliberal, que encontrou apoio no governo de
Fernando Henrique Cardoso (1994-2002), caracterizado por uma inserção passiva do
país na economia e no consumo globalizado.
Neste período, toda a população brasileira foi submetida aos ditames
dos grandes grupos econômicos dos grandes conglomerados nacionais
e multinacionais, com o acirramento do neoliberalismo, da
diminuição, se não eliminação completa do papel do Estado como
maestro de um projeto de nação (ELIAS, 2006, p.32).
A região passa a obedecer aos ditames do mercado internacional, que por sua vez,
seguiu em direção à produção de alimentos frescos, mais especificamente de frutas, que
despontam com forte aumento na demanda, explicado pelo fato de que cada vez mais
pessoas buscam produtos com baixas calorias, de fácil preparo e consumo, rico em
vitaminas, sais minerais, fibras e proteínas.
As mudanças na dinâmica espacial, ocasionadas tanto por um modelo hegemônico de
produzir alimentos, quanto por necessidades de desenvolvimento do território e
consequentemente de inserção na agricultura científica, resultam na existência de um
espaço luminoso, com grande densidade técnico-científico-informacional, dando
sustentação para essas novas práticas.
Cabe, porém, refletir sobre a forma como é utilizado o território, pois o mercado do
modo como está concebido neste modelo, não está ao alcance de todos os produtores e
produtos. Aqueles que não têm acesso a informações como perfil e demanda do
4
Importante ressaltar que a Região do Submédio São Francisco engloba cidades da Bahia e de
Pernambuco.
mercado, novas tecnologias, oferta de crédito e políticas específicas, por exemplo, estão
mais vulneráveis às constantes oscilações na reestruturação produtiva deste território.
A política estratégica apoiada em projetos hidrelétricos e processos modernos de
irrigação automatizados transformaram algumas regiões do semiárido nordestino. Essas
regiões se tornaram espaços de produção de frutas frescas, mantendo uma relação forte
com os mercados nacional e internacional.
As culturas tradicionais do Nordeste, como a cana-de-açúcar e o algodão
gradativamente foram perdendo importância na pauta de exportações. Esse processo
ocorreu com a entrada de novos produtos, tais como uva, manga, melão e coco, para
citar os principais. Há uma preocupação no sentido de que a introdução de novos
produtos ocorra com uma ressignificação de símbolos da agricultura nordestina. Assim,
esses produtos devem estar associados a frutos saudáveis, tropicais, naturais, os quais se
relacionam com o clima e a beleza da região.
Para as cidades são atraídos uma grande quantidade de trabalhadores e também de
empresários. Surgem novas relações entre trabalhadores e produtores, agendes de
mercado e consumidores, promovendo uma dinamização econômica sem precedentes,
com grande circulação de trabalhadores e mercadorias. E é sobre o mercado de
trabalhão que tratará o próximo tópico deste artigo.
3-O MERCADO DE TRABALHO
Mais do que novas oportunidades de produção e emprego nas unidades agroindustriais,
é desencadeada uma vasta gama de oportunidades e ocupação para os trabalhadores.
Surgem novas agências bancárias, hotéis, restaurantes, bares, escolas, empresas de
consultoria, venda e manutenção de equipamentos de irrigação, casas comerciais
especializadas em fertilizantes e defensivos, dentre outras tantas.
Constitui-se um núcleo central de trabalhadores, registrados em várias empresas,
principalmente nos tratos culturais e atividades de colheita e pós-colheita. Paralelo
também se constitui um núcleo periférico, formado por trabalhadores temporários que
transitam entre as unidades de produção de forma sazonal. Passa a existir também uma
demanda por trabalhadores altamente qualificados, bem como por trabalhadores
polivalentes que se inserem atendendo a requisitos estabelecidos externamente.
Porém,
Esse dinamismo das regiões não tem sido suficiente para evitar a
convivência nelas de áreas modernas de agricultura irrigada com a
agricultura tradicional de sequeiro e com bolsões de miséria onde os
migrantes (...) vivem na periferia das cidades e perambulam em busca
de ocupação, demonstrando a ruptura entre lugares de moradia e de
trabalho (CAVALCANTI et al, 2006, p.122).
Isso decorre em grande medida do fato de que o modelo adotado privilegia as empresas,
apesar de, no início, os projetos públicos possuírem um cunho social no qual se buscava
a inclusão dos colonos e pequenos produtores ribeirinhos. O modelo empresarial com
suas exigências deixa o colono de fora desse processo.
Na atividade da agricultura irrigada encontramos os empresários, os pequenos
produtores “colonos” e os trabalhadores. Onde essas categorias possuem uma grande
diversidade se observadas de perto. São diferenças de região de origem, gênero e etnia.
Entre os produtores há os naturais do Nordeste e também os que para cá vieram em
decorrência do desempenho econômico da região. Há ainda os que vivem
exclusivamente da atividade agrícola e os que desempenham outras atividades
paralelamente. Percebem-se também grupos de empresários de origem japonesa e
italiana de segunda geração instalados no Vale do São Francisco.
Os trabalhadores são em sua maioria provenientes dos municípios vizinhos aos projetos
e desvinculados dos meios de produção. Mas também há casos em que são oriundos da
agricultura familiar e dependem de outras estratégias para assegurar a reprodução social
de seu grupo, como o assalariamento temporário ou mesmo permanente.
Para os trabalhadores deste vale, as estratégias produtivas têm um significado diverso
do almejado pelos produtores, já que essas estratégias têm funcionado como redutores
de força de trabalho efetivamente usada. Além disso, os que permanecem empregados
sofrem uma seleção cada vez mais rígida, pois são requeridas novas e atualizadas
qualificações.
Há ainda uma outra característica nas novas exigências, que é a do trabalhador múltiplo.
Essa exigência é justificada pela heterogeneidade das atividades desenvolvidas ao longo
da produção agrícola. Assim, um trabalhador múltiplo pode trabalhar nas diversas
etapas do ciclo produtivo, sendo remanejado de uma função para outra.
No concernente ao gênero dos trabalhadores ocupados nesta atividade, há um
predomínio no número de homens, apesar de as mulheres terem um largo espaço na
lavoura da uva, cultura significativa entre as praticadas no Vale do São Francisco. Notase ainda no Sertão do são Francisco uma expansão do processo de terceirização.
Atividades antes sob a responsabilidade do produtor tendem a ser terceirizadas, como a
poda da mangueira ou a instalação de um parreiral. Surgem então algumas empresas ou
equipes de trabalhadores especializados em atividades pontuais. (CAVALCANTI et al,
2006)
O crescimento do território de identidade Sertão do São Francisco tem grande
rebatimento no mercado de trabalho, isso fica claro quando percebemos o estoque de
emprego formal para o Brasil, Nordeste, Bahia, sertão do São Francisco e também para
a cidade de Juazeiro. O Sertão do São Francisco apresenta entre os anos de 2000 a 2010
o maior estoque de emprego dentre os níveis geográficos citados.
Tabela 2 - Evolução do estoque de emprego formal — Brasil, Nordeste, Bahia, Sertão do São
Francisco5 e Juazeiro — 2000-2009
Estoque de Emprego Formal
Nível Geográfico
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Brasil
100,0
103,7
109,4
112,6
119,7
126,7
134,0
143,4
150,4
157,1
168,0
Nordeste
100,0
104,1
111,1
116,5
123,3
132,8
141,4
150,1
158,8
169,7
183,1
Bahia
100,0
102,7
111,2
117,2
123,9
135,6
142,8
151,6
158,1
169,8
181,7
Sertão do São Francisco
100,0
110,6
118,1
137,5
140,0
151,6
164,6
164,8
177,4
183,8
188,7
Juazeiro
100,0
107,5
103,6
115,6
111,6
123,3
129,6
132,8
138,5
152,7
151,1
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) — Relação Anual de Informações Sociais
(RAIS).
5
Território de Identidade Sertão do São Francisco.
Tomando-se o ano 2000 como base 100, chega-se em 2010 a 188,7, um avanço de
88,7%. A cidade de Juazeiro apresentou um acréscimo de 51,1% no estoque de
empregos formais no mesmo período, conforme demonstra a tabela 1.
Tabela 3 - Geração de emprego celetista, segundo o setor de atividade econômica — Juazeiro —
2000-2010
Saldo de Emprego Celetista
Setor de Atividade Econômica
2000
2001
2002
2003
2004
2005
Ranking
2006
2007
2008
2009
2010
Agropecuária, Extrativa Vegetal, Caça e Pesca
307
337
654
645
275
757
-131
1.099
-112
-673
69
1º
Comércio
141
272
-38
366
155
413
225
225
299
364
161
2º
Serviços Industriais de Utilidade Pública
519
-41
112
91
3
-304
55
157
-86
729
-7
3º
Administração Pública
2
-37
-2
-2
2
27
1
-2
24
0
-6
4º
Outros/Ignorados
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
5º
Construção Civil
-234
-118
-291
-53
-19
133
-69
140
165
341
1
6º
Extrativa mineral
2
2
0
1
-5
0
-5
-10
13
-3
-9
7º
Serviços Industriais de Utilidade Pública
2
6
2
40
-172
74
-42
-21
-19
-21
19
8º
Indústria de Transformação
-90
107
122
184
-478
-240
-299
159
92
209
-31
9º
Total
650
529
559
1.272
-239
860
-265
1.747
376
946
197
-
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) — Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED).
A pujança do agronegócio revela-se quando é analisada a geração de emprego celetista
segundo o setor de atividade econômica, pois, para a cidade de Juazeiro o setor que
mais gerou empregos foi a agropecuária, englobando as atividades extrativa vegetal,
caça e pesca, entre os anos de 2000 e 2010. Em segundo lugar vem o comércio,
evidenciando uma forte relação entre a economia urbana e a produção agrícola,
característica marcante das cidades do agronegócio.
4-CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que o território de identidade Sertão do Francisco avançou a passos largos
nos últimos anos em direção ao que podemos chamar de desenvolvimento econômico,
constituindo-se num ponto luminoso de desenvolvimento no Nordeste. Esses avanços se
devem em grande medida ao poder público, que se responsabilizou em fornecer área
para plantio, equipamentos e a infraestrutura necessária, como asfalto das vias de
escoamento, eletrificação rural, construção de canais e dutos.
O poder público responsabilizou-se ainda pela construção das agrovilas e equipou-as
com escolas, postos médicos e casas para os produtores. A CODEVASF atuou de forma
efetiva para inserir no território uma racionalidade econômica, sem a qual a competição
em mercados internacionais não seria possível.
O resultado se revela no aumento do emprego, na movimentação de trabalhadores,
atraídos para as cidades do agronegócio em busca de uma oportunidade de melhoria de
vida. Revela-se no despertar de grupos empresariais interessados em investir na região,
no surgimento de novas relações entre trabalhadores e produtores, agendes de mercado
e consumidores, na promoção de uma dinâmica econômica sem precedentes, com
grande circulação não apenas de trabalhadores, mas também de mercadorias.
Em que pese a presença de várias empresas de grande porte, interesse e investimento de
multinacionais na região, há uma forte atuação do poder público. Poder público que
privilegiou um agronegócio para grandes empresas em detrimento dos pequenos
agricultores que possuem sua origem no Vale do são Francisco.
Cabe, no entanto, uma reflexão sobre a forma como é utilizado o território, pois o
mercado do modo como está concebido neste modelo, não está ao alcance de todos os
produtores. Aqueles que não têm acesso a informações como perfil e demanda do
mercado, novas tecnologias, oferta de crédito e políticas específicas, por exemplo, estão
mais vulneráveis às constantes oscilações na reestruturação produtiva deste território.
Neste contexto, é necessário pensar e compreender o que se quer para o território e para
quem se quer o território. Pois, a partir dessa compreensão poderá se fazer os ajustes
necessários para quiçá envolver a todos no processo de desenvolvimento, sem deixar
grupos relegados a própria sorte.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Manuel Correia de. A terra e o homem no Nordeste: Contribuição ao
estudo da questão agrária no Nordeste. São Paulo: Cortez, 2005.
CAVALTANTI, Josefa Salete Barbosa; MOTA, Dalva Maria; SILVA, Pedro Carlos da.
Transformações recentes nos espaços de fruticultura do Nordeste do Brasil. In: ELIAS,
Denise; PEQUENO, Renato; (Orgs.). Difusão do agronegócio e novas dinâmicas
socioespaciais. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2006.
ELIAS, Denise. Agronegócio e desigualdades socioespaciais. In: ELIAS, Denise;
PEQUENO, Renato; (Orgs.). Difusão do agronegócio e novas dinâmicas
socioespaciais. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2006.
RAMOS, Soraia. Uso agrícola do território e os espaços luminosos da fruticultura
irrigada no semi-árido brasileiro. In: ELIAS, Denise; PEQUENO, Renato; (Orgs.).
Difusão do agronegócio e novas dinâmicas socioespaciais. Fortaleza: Banco do
Nordeste do Brasil, 2006.
SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. 5ª.ed. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 2008.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, Laura. O Brasil: território e sociedade no início do
século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2012.
SEI. Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. ICAEM. Em <
www.sei.ba.gov.br/imagens/indicadores_especiais/pdf/icaem/aanalise
_do_resultado_11.pdf>. Acesso em 09 de maio/13.
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