DUAS PROPOSTAS DE SEGMENTAÇÃO PARA USUÁRIAS DE BOLSAS DE MARCAS DE LUXO FALSIFICADAS Autoria: Maria de Lourdes Bacha, Suzane Strehlau Resumo: O objetivo deste artigo é avaliar a possibilidade de segmentar o mercado de falsificações de marcas de luxo. Mais especificamente, avaliar se as consumidoras de bolsas de marcas de luxo falsificadas podem ser agrupadas em segmentos diferentes. Os objetivos secundários são agrupar consumidores de bolsas de marca de luxo falsificadas de acordo com: a) sua taxa de compra e uso; b) suas atitudes e fatores que influenciam a compra. Estudos anteriores mostram que o consumidores de marcas falsificadas tem atitudes favoráveis em relação à este tipo de produtos. (PENZ; STOTTINGER, 2005; BLOCH; BUSH; CAMPBELL, 1993). A questão é se existe somente um perfil de consumidores de marcas falsificadas, ou há diferenças entre eles? Uma pesquisa quantitativa exploratório-descritiva foi realizada com 150 mulheres numa amostragem por julgamento. Dois processos de segmentação foram realizados: o primeiro com base na taxa de compra Heavy buyers (consumidoras que compraram mais de três bolsas falsificadas) e Light Buyers. O segundo utilizou atitudes e fatores que influenciam a compra e uso de bolsas de marcas de luxo falsificadas. A maior concentração (65%) de Heavy Buyer entre as entrevistadas com Pós Gradução/MBA, especialmente aquelas que trabalham com viagens, hotéis e lazer possivelmente porque atuam num segmento que exige contato freqüente com outras pessoas. A importância de transmitir uma boa imagem no setor de serviços pode impulsionar as mulheres recorrer às bolsas falsas para tentar transmitir valores da marca original. Uma questão a ser explorada é se elas compram mais fakes porque é barato ou se compram fakes para poder ter maior quantidade de bolsas. Na segmentação por atitudes e fatores de compra quatro grupos foram identificados. O cluster das “shopaholics” é composto por mulheres jovens, muitas já casadas e que admitem comprar bolsas fake para se sentir melhor, são mulheres que compram compulsivamente e as fake acabam sendo uma ótima opção; as realizadas, formado por mulheres mais velhas, com alta renda e realizadas profissionalmente, é um grupo pequeno da amostra e, pelas análises, foi possível perceber que muitas sentem vergonha em ir a determinados lugares com a bolsa fake, o que nos leva a concluir que, o fato de comprar tal artigo representa para essas mulheres um fracasso; as focadas na oportunidade, formado por mulheres que entendem o fake como algo indiferente, e se preocupam com o fator financeiro, pretendem fazer uma boa compra sem que, para isso, precise de muito dinheiro. A segmentação é uma aplicável neste contexto. 1 1. Introdução O objetivo deste artigo é avaliar a possibilidade de segmentar o mercado de falsificações de marcas de luxo. Mais especificamente, avaliar se as consumidoras de bolsas de marcas de luxo falsificadas podem ser agrupadas em segmentos diferentes. Os objetivos secundários são agrupar consumidores de bolsas de marca de luxo falsificadas de acordo com: a) sua taxa de compra e uso; b) suas atitudes e fatores que influenciam a compra. O Brasil está em quarto lugar no ranking de países que mais comercializam produtos piratas, logo atrás da China, Rússia e Índia. O volume, qualidade e penetração global de produtos falsificados aumentaram, os modos de combate se mostram insuficientes para resolver o problema, logo, muitas as empresas detentoras da propriedade intelectual preferem garantir seus resultados por meio de inovações nos seus produtos (NAIM, 2006, p.123-124) A falsificação de marcas de luxo não é um fato que gere comoção no público ou consumidores, mas sim para os proprietários das marcas registradas que se preocupam com os efeitos na imagem e nos resultados (HOPKINS, KONTINIK, & TURNGATE, 2003, p.60). As empresas tentam dificultar a cópia dos seus produtos por meio de ferramentas de marketing e jurídicas. Também os Governos tentam coibir este comércio, mas também não conseguem atenuar o problema. A inovação em produtos e o cultivar a imagem de marca são medidas tomadas pelas empresas para proteger seus negócios; mas para que estas ações sejam efetivas é necessário conhecer não apenas o seu consumidor de marcas originais, mas também aquele que compra o falsificado. Embora as empresas não tenham planejado ter uma cópia – o artigo falsificado necessitam saber como este consumidor se comporta, seja para inibir este consumo ou utilizar estrategicamente lançando um produto que venha suprir este desejo de modo legalizado. Então, a alternativa é procurar os motivos para a demanda por este tipo de produto. A pesquisa sobre o comportamento de consumidores de produtos falsificados cresceu nos últimos anos sob o pressuposto que conhecendo melhor o consumidor, programas de marketing mais efetivos poderão ser realizados. Diversos estudos tentaram compreender os motivos de compra e uso de falsificações partindo do pressuposto que haveria um tipo de consumidor (MATTOS; ITUASSU, 2005; FERREIRA et al 2008; PHAU et al 2009; BOONGHEE YOO; SEUNG-HEE, 2009; WILCOX; KIM; SEN, 2008; KIM; CHO; JOHSON, 2009) Estudos anteriores mostram que o consumidores de marcas falsificadas tem atitudes favoráveis em relação à este tipo de produtos. (PENZ; STOTTINGER, 2005; BLOCH; BUSH; CAMPBELL, 1993). A questão é se existe somente um perfil de consumidores de marcas falsificadas, ou há diferenças entre eles? Alguns estudos indicam que estes consumidores não são um grupo homogêneo e apresentam valores, desejos e modos consumo divergentes. (STREHLAU, 2005, STREHLAU; PETERS 2006, TRINDADE, 2008; FERREIRA, 2008). 2. Referencial teórico Falsificação é uma prática fraudulenta (BAMOSSY; SCAMMON, 1985), uma infração à marca que pode contar com a conivência (ou não) do consumidor que tem conhecimento sobre a origem do produto na hora da compra e que, portanto é um cúmplice (GROSSMAN E SHAPIRO 1988a, 1988a) Uma bolsa de luxo falsificada não é um produto de luxo pois para tal deveria apresentar uma combinação de seis facetas: qualidade excelente, preços altos, escassez e unicidade, estética, ancestralidade, ser supérfluo (DUBOIS et al. 2001). Porém uma marca de 2 luxo falsificada preenche desejos do consumidor do poder “alardeando a sua riqueza” de acordo com o efeito Veblen (1994/1899) pois estariam aumentando seu status social e prestígio e portanto ser definida como um consumo de status (EASTMAN et al., 1999). Assim sendo, estes consumidores estaria recebendo um benefício. A compra de bolsas de marcas de luxo falsificadas pode auxiliar na competição pelo consumo sob o ponto de vista da teoria do consumo conspícuo de Veblen (1994/1899). Também podem ser consideradas um artefato que apóia a sinalização do capital econômico e cultural dos consumidores. Ao usar uma marca falsa de luxo podem mostrar que conhecem o sistema de gosto promovido pela elite (STREHLAU, 2005). Fazendo uma analogia de marcas de luxo falsificadas com as marcas de luxo dos estudos de Dubois e Duquesne (1993); Dubois e Laurent (1993) è possível que o capital econômico assegure poder de compra (ou a falta de) e capital cultural indique o gosto para escolher determinadas marcas. O conceito de marca evoluiu de uma mera identificação de propriedade, para expressão de valores e associação com emoções e experiências (GOBÉ, 2002). Marcas são mais do que produtos porque apresentam além de atributos e dimensões físicas também refletem uma série de valores partilhados entre a marca e os seus consumidores (KELLER, 1998). O conceito de marca se ligou à imagem e ao posicionamento. Os conceitos segmentação, mercado alvo e posicionamento são tradicionais na elaboração de estratégias de marketing. Neal e Wurst (2001) apontam que a o uso de somente um conjunto de bases de segmentação é a mais comum, como demográfica ou psicográfica. Dois modos básicos podem conduzir o processo de segmentação: a priori e a posteriori. O primeiro é definindo a priori as variáveis que serão utilizadas. As vantagens estão na simplicidade e facilidade de compreensão, além de ser rápido e barato. A segunda forma é selecionando variáveis interrelacionadas para procurar por afinidades (ou repulsão) entre as mesmas. O uso de análise de agrupamento sem estabelecer um critério pré-estabelecido permite que se use muitas variáveis simultâneamente como estilo de vida e preferências)e depois compara características relevantes em cada grupo. A vantagem deste modo é descobrir dimensões ocultas, sobreposições de segmentos (WANSINK; PARK, 2000; AÑAÑA et al, 2006). O mercado de consumidores de artigos de luxo já foi segmentado dentre algumas formas por suas atitudes com relação ao luxo (DUBOIS; LAURENT; CZELLAR, 2001), pelo conceito atrelados à este tipo de consumo (KAPFERER; 1998), taxa de compra (DUBOIS; LAURENT, 1996) Será que algo semelhante pode acontecer com os falsificados destas marcas? 3. Procedimentos metodológicos A metodologia empregada nesta pesquisa é de caráter exploratório e descritivo, um survey com os questionários obtidos pessoal e eletronicamente. Bolsas foram escolhidas como objeto de estudo por representarem o maior volume nas vendas de artigos de luxo falsificados junto com acessórios. Duas formas de agrupamento de consumidoras foram utilizadas para verificar se há diferenças que permitam se falar em segmentos de consumidoras de bolsas de luxo falsificadas. A primeira utilizou a taxa de compra das consumidoras e descreveu as diferenças entre grupos; na segunda utilizaram-se atitudes em relação aos produtos. As informações coletadas abrangeram fatores pré-compra, atributos do produto, atitudes, preferência e repulsa por marcas originais e falsas, posse de bolsas originais. Neste estudo optou-se por uma amostra não probabilística (RICHARDSON, 1999) por julgamento pois cada pessoa foi selecionada com base na crença pelo pesquisador de 3 serem aquelas pessoas as mais entendidas de algum determinado assunto. (MALHOTRA, 2006). A amostra foi não-probabilística foi composta por 150 mulheres. Uma pergunta filtro selecionou mulheres que compraram no mínimo uma bolsa nos últimos seis meses. Em uma etapa preliminar entrevistou-se 15 consumidoras para definir as marcas a serem utilizadas e auxiliar no desenvolvimento das assertivas sobre atitudes e fatores que influenciam a compra em conjunto com a revisão de literatura. As assertivas sobre atitudes em relação às bolsas falsificadas foram apresentadas no formato de escala de concordância tipo Likert de 5 pontos variando de concordo totalmente a discordo totalmente. As opções disponíveis para as entrevistadas foram: concordo totalmente (CT); concordo parcialmente (CP); indiferente (IND); discordo parcialmente (DP); e, discordo totalmente (DT). Os fatores que envolvem a compra das bolsas falsificadas foram avaliados por meio de uma escala de importância de cinco pontos variando de muito importante, apenas importante, indiferente, pouco importante e nada importante. Diferentes métodos univariados e multivariados foram utilizadas para análise. Os métodos de análises como freqüência, tabulação cruzada, análise fatorial, conglomerados. 4. Análise dos dados A amostra é jovem sendo que 3% das entrevistadas têm abaixo de 20 anos, 79 % estão na faixa de 20 a 29 anos, 12% têm entre 30 e 39 anos, 6% têm acima de 40 anos. Os rendimentos de 65% das entrevistadas estão na faixa entre R$ 2.000,00 a R$ 3.500,00; 26% entre R$ 3.500,00 a R$ 5.000,00; 7% entre R$ 5.001,00 a R$ 6.500,00 e apenas 2% tem renda mensal superior a R$ 6.501,00. O grau de instrução da amostra é elevado, pois 63% têm o Superior Completo e 31% já realizaram uma Pós Graduação ou MBA. Considerando o cargo das entrevistadas, a amostra desse trabalho conta com 62% de analistas, 24% de supervisoras, 9% gerentes, 2% presidente e 3% com outros cargos. Percebe-se que a maioria da amostra está concentrada em cargos iniciais dentro de uma organização. Isto é esperado porque o cargo ocupado está relacionado com sua experiência, e esta por sua vez ligada à idade. Inicialmente foram avaliadas as marcas mais compradas de bolsas importadas originais, falsificadas e rejeição por marcas falsificadas (fake). A tabela 1 permite visualizar a aceitação ou não das marcas quanto aos seus produtos originais e fake, e, se existe alguma rejeição de compra de determinadas marcas quando falsificadas. Nas linhas estão as principais marcas avaliadas nesse estudo, e nas colunas as entrevistadas responderam se compraram bolsa original, se compram bolsa fake ou se rejeitam bolsas fake de marca. Tabela 1 - Compra de marcas originais, fake e rejeição. Marca Compra marcas de Compra marcas de bolsa bolsa original (%) fake (%) Rejeição da marcas de bolsas fake (%) Victor Hugo 25 19 13 Diesel 11 7 10 Louis Vuitton 9 45 32 Prada 9 32 17 Dior 3 13 9 Dolce & Gabbana 3 24 9 Armani 2 6 11 Versace 1 3 9 Hérmés 0 3 8 4 Burberry 0 2 10 Chanel 4 8 14 Gucci 7 26 10 A marca Louis Vuitton é a marca fake mais comprada das entrevistadas (45%) e ao mesmo tempo a com maior percentual de rejeição ao produto fake (32%). Na amostra desse estudo, a segunda marca de bolsa fake mais comprada é a Prada, com 32%. Prada também foi a segunda colocada quanto ao quesito de rejeição das bolsas fake, com 17% de rejeição das entrevistadas. A terceira bolsa fake mais comprada é Gucci com 26%, e apresenta rejeição de suas versões fake de apenas 10% do total das entrevistadas. As entrevistadas que compram a bolsa original representam 7% do total. A única marca brasileira - Victor Hugo - aparece na frente das demais marcas quando analisado o percentual de compras de bolsas originais (25%), mas aparece como a quinta marca mais comprada de bolsas fake (19%) e uma rejeição às fake de 13%. As atitudes das consumidoras nesta amostra em relação às suas bolsas de marcas de luxo falsificadas que apresentaram maior grau de concordância (somatória das respostas concordo totalmente e concordo maior do que 55%) delinearam o seguinte perfil: as respondentes gastam muito tempo olhando as bolsas mas não acompanham os lançamentos das marcas originais para comprar a versão falsa; não costumam repetir a compra da mesma bolsa de marca falsa, não tem preferência por lugar onde a compra é feita, nunca se arrependeram da compra porque alguém percebeu mas já porque a qualidade foi ruim, indicam para as amigas, acham que a qualidade da falsificação importada é melhor, Na última compra de bolsa fake, 72% das entrevistadas estavam acompanhadas sendo que 40% estavam acompanhadas por seu cônjuge/namorado e 21% por amigas ou irmãs. Apenas 28% das respondentes compraram sozinhas suas últimas bolsas fake. Dois itens tiveram grande concordância e se destacaram dentre as afirmações relacionadas às atitudes em relação à compra de bolsas. Do total de respondentes, 100% indicam para as amigas, caso tenham considerado que fizeram uma boa compra, ou seja, todas têm o hábito de fazer indicações e seguir indicações de amigas. Assim como 100% delas compram bolsa fake, porém não sente a mesma sensação de comprarem uma original, o que mostra que, apesar de haver grande aceitação de compra, existe sempre a vontade de ter uma original. Itens como “não tenho vergonha de dizer que comprei bolsa fake” e “uso fake em qualquer ocasião” foram tão citados quanto “já me arrependi de ter comprado bolsa falsificada porque a qualidade é péssima”, sendo possível concluir que, muitas das mulheres não têm problemas em falar que compram bolsa fake, mas admitem que muitas vezes a qualidade não é satisfatória. Ao mesmo tempo, 68% acreditam que com a bolsa fake estão causando boa impressão. Para responder o objetivo secundário de segmentar o grupo de consumidoras de bolsas falsificadas em função da sua taxa de compra os pesquisadores estabeleceram o critério de quantidade de produtos adquiridos. As entrevistadas que compraram menos de três bolsas de marcas de luxo falsificadas foram classificadas com Light Buyer (88% da amostra) e acima de três como Heavy Buyer (12%). A indústria, serviços financeiros, comunicação e mídia e educação e consultoria, são os segmentos com maior representatividade na amostra com 17%, 16%, 15% e 14%, respectivamente. Apesar dos diversos segmentos em que atuam as entrevistadas desse estudo, as Heavy Buyer estão concentradas em apenas em quatro segmentos, são eles: Viagens Hotéis 5 e Lazer (35%); Comunicação e Mídia (23%); Serviços Financeiros (6%); e, Educação e Consultoria (6%). As entrevistadas classificadas como Light Buyer estão presentes em todas as opções de segmentos, porém com maior representatividade se destacam os Serviços Financeiros (17%), Comunicação e Mídia (14%), e, Educação e Consultoria (14%), o segmento de Viagens Hotéis e Lazer, que se destacou entre as Heavy Buyer, representa apenas 1% para as Light Buyer. Dentre as Heavy Buyer a marca Gucci é comprada por 30% das entrevistadas, Prada, Diesel e Victor Hugo, representam, cada uma, 23% das compras, Louis Vuitton com uma participação de 12%, e, Dior, Dolce&Gabbana e Armani com 6% cada uma. As demais (Hermes, Burberry, Versace e Chanel) nunca foram compradas pelas entrevistadas do tipo Heavy Buyer. Para as entrevistadas do tipo Light Buyer, Victor Hugo foi a marca de bolsa original mais comprada (25%), Diesel, Louis Vitton e Prada foram compradas por 10%, 9% e 7% da amostra. Tabela 2 - Compra de marcas originais por cruzamento de tipo de consumidora Marca Tabela compra de marcas originais Light Buyer (%) Heavy Buyer (%) Louis Vuitton 9 12 Prada 7 23 Hermes 0 0 Dior 3 6 Dolce & Gabbana 3 6 Victor Hugo 25 23 Diesel 10 23 Armani 2 6 Versace 1 0 Chanel 4 0 Gucci 4 30 A tabela 3 mostra por tipo de consumidora as marcas mais compradas de bolsas fake. As entrevistadas do tipo Light Buyer compram mais a Louis Vuitton (45%), Gucci (28%), Prada (26%), Dolce&Gabbana (26%) e Victor Hugo (20%), porém Dior também apresenta uma boa participação (11%) das compras de bolsa fake da amostra. Dentre o grupo de Heavy user, 70% das entrevistadas compram a bolsa fake da marca Prada, enquanto as bolsas fake da Louis Vuitton, Dior e Hermes correspondem a 47%, 30% e 23%, respectivamente. Tabela 3 - Compra de marcas fake por cruzamento de tipo de consumidora. Marca Compra de marcas fake Light Buyer (%) Heavy Buyer (%) Louis Vuitton 45 47 Prada 26 70 Hermes 1 23 Dior 11 30 Dolce & Gabbana 26 0 6 Victor Hugo 20 6 Diesel 7 6 Burberry 1 6 Armani 8 0 Versace 4 0 Chanel 8 12 Gucci 28 12 Para as entrevistadas Light Buyer as principais e maiores rejeições foram: Louis Vuitton (34%); Prada (19%); Chanel (14%); Victor Hugo (14%); Armani (12%); Diesel (11%) e Gucci (11%). Entre o tipo de consumidora Heavy Buyer, marcas como Luis Vuitton, Burberry e Chanel demonstram o mesmo percentual de rejeição, com 18% cada marca, e, com uma rejeição muito próxima as marcas citadas acima, Dolce&Gabbana teve uma rejeição de 17% das entrevistadas. Tabela 4 - Rejeição de marcas fake por cruzamento de tipo de consumidora. Marca Rejeição de marcas fake Light Buyer Light Buyer (%) Heavy Buyer (%) Louis Vuitton 34 18 Prada 19 6 Hermes 8 6 Dior 10 0 Dolce & Gabbana 8 17 Victor Hugo 14 6 Diesel 11 0 Burberry 9 18 Armani 12 6 Versace 10 0 Chanel 14 18 Gucci 11 0 O tipo “Heavy buyer” deu mais importância ao preço, facilidade e variedade mas podem ser consideradas mais exigentes com aspectos ergonômicos, presença da marca em uma revista. Mas de modo geral não se pode afirmar que haja diferenças marcantes entre os dois grupos de consumidoras. De modo semelhante os fatores que afetam na compra não apresentaram diferenças marcantes Tabela 5 - Fatores que influenciam a compra das consumidoras agrupadas por taxa de uso (Mais Importante) Grau de importância (item assinalado: Mais Importante) Light Buyer (%) Heavy Buyer (%) Bom acabamento 95 82 Preço baixos 92 100 Facilidade em encontrar modelos/ o que quero na loja Variedade de tamanhos 88 100 84 100 7 Opções de pagamento 83 82 Desconto 82 82 Variedade de modelos 81 76 variedade de cores 73 76 Variedade de material 68 65 Forma de exposição na vitrine da loja 65 59 Forma de exposição dos produtos na loja (araras, prateleiras) 64 41 Ter espelho na loja 64 82 Variedade de marcas 63 94 Acompanhar a moda 59 53 Facilidade de estacionamento 57 65 Facilidade de acesso (metro, ônibus, e etc) 55 53 Ergonomia 50 71 Ter visto em uma revista famosa e/ou na mídia geral Influência dos amigos e/ou conhecidos na hora da escolha 47 65 44 41 Estrutura da Loja 31 41 Últimos lançamentos da estação 30 12 Ter visto com uma amiga e/ou conhecida 23 47 Prosseguindo na análise, agora em relação ao outro objetivo secundário (verificar a possibilidade de segmentar de acordo com suas atitudes e fatores que influenciam a compra das bolsas de marcas de luxo falsificadas) efetuou-se uma análise fatorial dos atributos, das atitudes e depois uma análise de agrupamentos. A seguir utilizou-se uma análise fatorial para identificar as dimensões entre os atributos das bolsas de marcas de luxo falsificadas e o grau em que cada variável é explicada por cada dimensão (Hair, 2006). A amostra foi considerada adequada para este tipo de análise (KMO = 0,626), o método de extração Principal Components com rotação Varimax encontrou-se 8 componentes explicando 76% da variância total. Tabela 6 – Componentes que influenciam a compra: análise fatorial Forma de exposição dos produtos na loja Forma de exposição dos produtos na vitrine A facilidade de estacionamento 0,88 0,79 0,78 Da facilidade de acesso (metrô, ônibus) A facilidade em encontrar modelos que quero na loja Da estrutura da loja 0,67 0,56 0,52 Inédito Influência Multimarcas Qualidade Produtos Divulgação Financeiros Assertivas Ponto de venda Componente 8 Do desconto Dos preços baixos Opções de pagamento 0,88 0,8 0,69 Ter visto em uma revista famosa/ mídia em geral 0,85 Ter visto com uma amiga/conhecida Ergonomia Espelho na loja 0,85 0,50 0,43 Variedade de cores Variedade de modelos Bom acabamento Variedade de material Variedade de tamanhos Variedade das marca Influência dos amigos/conhecidos na hora da escolhas Últimos lançamentos da estação Acompanhar a moda 0,85 0,68 0,9 0,66 0,78 0,68 0,85 0,87 0,77 O primeiro componente “Ponto de venda” relacionou a exposição dos produtos na loja e vitrine com facilidade de estacionamento e de acesso por transporte público, facilidade de encontrar modelos e a estrutura da loja. O segundo componente reuniu itens relacionados à aspectos econômicos: preço, descontos e opções de pagamento. Itens relacionados a divulgação do produto se reuniram no terceiro componente e no quarto aqueles relacionados aos produtos (cores e modelos). O componente “Qualidade” incluiu acabamento e variedade de material. O sexto componente “Multimarcas” relacionou a variedade de tamanhos e marcas, já o sétimo componente “Influências” se refere a companhia de amigos/conhecidos na hora da escolhas. O componente Inédito inclui os itens referentes à seguir a última moda. A análise fatorial das atitudes das consumidoras perante as bolsas de marcas de luxo falsificadas revelou 13 componentes que explicam 62% da variância total das respostas. Foi utilizada método de extração Principal Components rotação Varimax, e a amostra é adequada para uso desta técnica (KMO 0,641). O primeiro componente, denominado de “Amigas” relacionou: As irmãs e/ou amigas compraram algo novo, então quer ter algo novo também (0,854); Não quer ficar diferente do grupo de amigas (0,825); Gosta de competir com as amigas para ver quem se veste melhor (0,822); Todas as amigas compraram e também quer (0,819); Não quer ser a última do grupo a possuir (0,740); Não quer que as amigas achem que está copiando elas (0,728); Não quer que os outros achem que usa coisas ultrapassadas ou fora de moda, por isso compro bolsas fake (0,708); Sempre que compro um sapato novo ou roupa nova tenho que comprar uma bolsa fake (0,667); É consumista, adora comprar bolsa fake (0,520); Não gosta de repetir bolsas junto às amigas (0,500); Compra coisas mesmo quando não tem condições financeiras para isso (0,485); Tem que sair ou ir a festas, casamentos e outros eventos com as amigas (0,465); e, Se, por alguma razão, fosse impedida de comprar bolsas fake, se sentiria extremamente mal (0,434). 9 As irmãs e/ou amigas compraram algo novo, então quer ter algo novo também Não quer ficar diferente do grupo de amigas Gosta de competir com as amigas para ver quem se veste melhor Todas as amigas compraram e também quer Não quer ser a última do grupo a possuir Não quer que as amigas achem que está copiando elas Não quer que os outros achem que usa coisas ultrapassadas ou fora de moda, por isso compro bolsas fake Sempre que compro um sapato novo ou roupa nova tenho que comprar uma bolsa fake É consumista, adora comprar bolsa fake Não gosta de repetir bolsas junto às amigas Compra coisas mesmo quando não tem condições financeiras para isso Tem que sair ou ir a festas, casamentos e outros eventos com as amigas Se, por alguma razão, fosse impedida de comprar bolsas fake, se sentiria extremamente mal É viciada em bolsas fakes É apaixonada por bolsas fakes Compra bolsas fake para se sentir melhor Em alguns lugares tem vergonha de admitir que compra bolsa fake Não tem vergonha de dizer a todo mundo que comprou bolsa fake Arrependim ento Poder Identificação Satisfação Costume Indecisão Renovar Vergonha Vicio Assertivas Amigas Tabela 7 - Análise fatorial das atitudes 0,85 0,83 0,82 0,82 0,74 0,73 0,71 0,67 0,52 0,5 0,49 0,47 0,43 0,81 0,72 0,69 0,81 -0,78 10 O ruim da falsificada é que você tem que ficar se policiando, não é em qualquer lugar que dá pra ir com uma bolsa fake As bolsas estão velhas, precisa renová-las Está enjoada das bolsas e acessórios Mudou a estação e precisa de bolsas e acessórios novos As fake do exterior tem melhor qualidade do que as brasileiras Normalmente está em dúvida de qual marca de bolsa fake levar O tempo gasto apenas olhando as marcas de bolsas fake é grande Tem vários modelos da mesma marca Sempre fico atenta a novas marcas no mercado para experimentar a fake Acaba comprando sempre no mesmo local Geralmente compro sempre a mesma marca de bolsa fake Quando passa por uma loja ou lugar onde vende bolsas fake precisa entrar nem que seja só para olhar e não levar nada Usa fake em qualquer ocasião Compra bolsa fake quando está sem dinheiro Se gostei da compra indico para minhas amigas Não se preocupa com preço Sente a mesma sensação em comprar bolsa fake e bolsa original É muito fácil dizer se uma bolsa é fake ou não Compra bolsa fake, mas não é a mesma sensação de comprar a original Gosta de causar boa impressão nas pessoas Arrependim ento Poder Identificação Satisfação Costume Indecisão Renovar Vergonha Vicio Amigas Assertivas 0,78 0,79 0,76 0,72 0,41 0,74 0,65 0,49 0,47 0,82 0,73 0,50 0,50 0,49 -0,82 0,74 -0,84 0,58 0,502 0,64 11 Gosta de mostrar para as pessoas que pode comprar certas coisas Quer mostrar a qual classe social pertence Já se arrependeu de ter comprado bolsa fake porque a qualidade é péssima Não usa falsificada em evento chique, porque as mulheres estão acostumadas e saberiam identificar que não é verdadeira Sinto que outras pessoas ficariam surpresas se conhecessem como sou gastona nem que seja com bolsas fake Arrependim ento Poder Identificação Satisfação Costume Indecisão Renovar Vergonha Vicio Amigas Assertivas 0,54 0,54 -0,46 0,78 0,56 O componente Vício se refere ao gosto de ter e usar em bolsas de marcas de luxo falsificadas. Já o terceiro componente – Vergonha – agrupou itens que se referem ao possível embaraço de admitir que compra bolsa falsificada. O componente Renovar está relacionado ao desejo de ter bolsas novas. O componente Indecisão refere-se à dúvidas na hora da compra e o sexto componente “Costume” reúne itens relativos ao hábito. O sétimo componente é a “Satisfação” e o oitavo “Identificação” relaciona a bolsa original e falsificada. O componente Poder avaliou a relação com as outras pessoas. O componente Arrependimento enquadrou se medo relacionado ao consumo. Os três últimos componentes forma retirados da tabela acima para facilitar a leitura da mesma. O componente Aceitação está relacionado a “já se arrependeu de ter comprado bolsa falsificada porque perceberam” e “costuma comprar o mesmo modelo de bolsa fake da mesma marca” (0,630). O componente Falsificado ou Fake se limitou a um item“bolsa fake é tudo a mesma coisa, não faz distinção entre imitação, réplica e falsificação”. O último componente (Trabalho) relacionou apenas se “usa fake só para trabalhar”. Os componentes com maior destaque para esse estudo são definidos como “renovar” e “identificação”. O componente identificação tem forte interação entre suas atitudes, pois a medida que as entrevistadas concordam com “compra bolsa fake, mas não é a mesma sensação de comprar a original”, poucas concordam que “sente a mesma sensação em comprar bolsa fake e bolsa original”. As atitudes do componente “renovar” indica que as entrevistadas sentem a necessidade de trocar seus acessórios e bolsas, e a cada mudança de estação as mesmas querem acompanhar as novas tendências. As etapas para a aplicação da análise de cluster seguiram a literatura sobre o tema (MALHOTRA, 2001, HAIR et al, 1998). Na primeira etapa utilizou-se o método hierárquico e a seguir o k-means. O grupo denominado “Focadas na aparência” representa 26% das entrevistadas e é composto por jovens, predominantemente solteiras e que moram com os pais. São mulheres que se preocupam com a aparência e conforto e, em sua maioria concluíram o ensino médio, porém sem formação superior. A maior parte desse grupo tem renda entre R$ 2.000,00 e R$ 12 3.500,00 e aparece como o segundo maior grupo de Heavy Buyers: compram muitas bolsas fakes. Elas possuem a maior média em relação ao componente “Aparência” e “Poder” e, a menor média no componente “Vício”. Apesar dos salários comparativamente baixos, devido à idade e ao fato de morarem com os pais, costumam gastar seu dinheiro consigo mesmas, o que explica o alto índice de compra. No cluster “Shopaholics” (37,3% do total da amostra) encontram-se as menores médias dos componentes “Ponto de venda”, “Financeiro” e “Aparência”. Ao contrário das mulheres do primeiro cluster, essas não dão muita importância à aparência e também não se preocupam muito com praticidade e facilidades de pagamento. Contempla um grupo jovem, composto por mulheres de idade predominante entre 20 e 29 anos, a renda fica entre R$ 2.000,00 e R$ 3.500,00, mas nesse grupo as mulheres são em sua maioria casadas, sendo que muitas delas têm filhos e um nível de escolaridade mais alto (maior percentual de pósgraduação) do que o primeiro cluster. O grupo também apresentou segunda maior média nos componentes “Fake” e “Vício”, o que mostra que essas mulheres, apesar de acharem que falsificação, imitação e réplica são as mesmas coisas, admitem serem viciadas e apaixonadas por bolsa fake e que, compram bolsas fake para se sentirem melhor. As Realizadas (11,3%) é o grupo mais velho das entrevistadas, com maior percentual de renda entre R$ 5.000,00 a R$ 6.500,00, em sua maior parte moram com marido sem filhos e tem alto percentual de pós-graduação. É exatamente nesse grupo em que estão as maiores compradoras. Foi o grupo que apresentou menor média em relação aos seguintes componentes: “Ponto de venda”, “Produtos”, “Qualidade” e “Influência”, no entanto apresentou maior média nos componentes “Amigas”, “Vergonha”, “Satisfação” e “Arrependimento”. A renda alta e a maior faixa etária encontradas neste cluster, assim como o alto percentual de cursos de pós-graduação, casadas e sem filhos levam à conclusão de mulheres independentes que gastam seu dinheiro da forma como lhes convém. O fato de serem bem sucedidas pode ser relacionado com o componente “Vergonha”, no qual a média era alta. Comprar um produto fake pode ter associação contrária com sucesso. O cluster Focadas na oportunidade representa 25,3% entrevistadas, o maior percentual de idade entre 20 e 29 anos (55%) e renda entre R$ 3.500,00 a R$ 5.000,00. Predominam solteiras que moram com pais e tem o maior percentual de escolaridade superior. Foi o grupo que apresentou maior média em relação ao componente “Financeiro”. No entanto, apresentou a menor média dos componentes “Multimarcas” e “Inédito”. Este grupo não faz distinção entre imitação, réplica e falsificação, porém tem a maior média de aceitação fato explicado pelo “se arrependeu de ter comprado bolsa falsificada porque perceberam”. É um cluster de consumidoras que acham o fato de ser fake indiferente, o que mais chama a atenção desse grupo é fazer uma boa compra sem gastar muito. É um grupo que gosta de quantidade e variedade, além de levar a praticidade no ato da compra, fato que pode explicar pela facilidade do local da loja. Além disso, é um grupo que não planeja comprar a bolsa fake, ela simplesmente vê alguma coisa que chama a atenção e decide comprar no ato da compra. 4. Considerações finais As marcas falsificadas mais compradas pelas consumidoras desta pesquisa, como Louis Vuitton e Prada, também são as que apresentam maior rejeição. A hipótese interessante é se o valor da marca diminui para as consumidoras que tem a falsificação. Ou seja, o melhor é ter um falso que outros não têm. Isto aponta coerência com valores associados ao consumo de artigos de luxo como unicidade, exclusividade e ao mesmo tempo competição no consumo. 13 Aparentemente as amigas têm papel fundamental na compra de bolsas de marcas de luxo falsificadas, embora todas prefiram comprar a original aceitam o falsificado como um artigo substituto mesmo que a qualidade seja inferior. Isto remete aos conceitos de capital social, que até então não estava sendo relacionado diretamente com o consumo de falsificados. Na segmentação comportamental baseada na taxa de compra é possível identificar a importância da quantidade de bolsas elemento que está relacionado com o consumo conspícuo: comprar de mais de três bolsas fakes em um período de seis meses. A atuação profissional das respondentes Heavy Buyers está concentrada nos setores de turismo e lazer. Isto sugere algumas hipóteses: se o setor de atuação profissional interfere na compra e uso de falsificados. A pesquisa mostrou que as entrevistadas solteiras, com idade abaixo de 29 anos e que moram sozinhas ou com os pais formam a maioria da amostra considerada as segundas Heavy Buyer. A maior concentração (65%) de Heavy Buyer entre as entrevistadas com Pós Gradução/MBA, especialmente aquelas que trabalham com viagens, hotéis e lazer possivelmente porque atuam num segmento que exige contato freqüente com outras pessoas. A importância de transmitir uma boa imagem no setor de serviços pode impulsionar as mulheres recorrer às bolsas falsas para tentar transmitir valores da marca original. Uma questão a ser explorada é se elas compram mais fakes porque é barato ou se compram fakes para poder ter maior quantidade de bolsas. Na segmentação por atitudes e fatores de compra quatro grupos foram identificados. O cluster das “shopaholics” é composto por mulheres jovens, muitas já casadas e que admitem comprar bolsas fake para se sentir melhor, são mulheres que compram compulsivamente e as fake acabam sendo uma ótima opção; as realizadas, formado por mulheres mais velhas, com alta renda e realizadas profissionalmente, é um grupo pequeno da amostra e, pelas análises, foi possível perceber que muitas sentem vergonha em ir a determinados lugares com a bolsa fake, o que nos leva a concluir que, o fato de comprar tal artigo representa para essas mulheres um fracasso; as focadas na oportunidade, formado por mulheres que entendem o fake como algo indiferente, e se preocupam com o fator financeiro, pretendem fazer uma boa compra sem que, para isso, precise de muito dinheiro. Considerando que foi utilizada uma amostra não probabilística para realização da pesquisa, é importante destacar que os dados obtidos por meio desta não podem ser expandidos para toda a população. Existem grupos com comportamento distintos na compra e uso de bolsas de marcas de luxo falsificadas. Diferentes perfis apresentados nos levam a concluir que não é somente um perfil único de consumidora que compra bolsas falsificadas, mas podem ser encontrados alguns tipos de consumidores diferentes. 5. Referências AÑAÑA, E. D.; VIEIRA, L. M.; PETROLL, M. D.; PETERSEN-WAGNER, R.; COSTA, R. S. Segmentação de mercado utilizando dados da comunidade virtual Orkut. In: ENCONTRO DE MARKETING DA ANPAD – EMA, 1, 2006, Rio de Janeiro, Anais..., ANPAD, 1 CD, 2006. BLOCH, P. H.; BUSH, R. F.; CAMPBELL, L. Consumer accomplices in product counterfeiting. a demand side investigation. Journal of Consumer Marketing, v.10, n.4, p.2736. 1993. BOONGHEE YOO, H.; SEUNG-HEE, L. Buy Genuine Luxury Fashion Products or Counterfeits? Advances in Consumer Research , v.36, p. 280-286. 2009. 14 CHAKRABORTY, G.; ALFRED, A. T.; BRISTOL, T. 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