VIVÊNCIAS DE UMA FUTURA PROFESSORA DE FÍSICA EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO INTERIOR PAULISTA Rafaela Lisandra Bertolo1 - UNESP/IBILCE Rosemara Perpetua Lopes2 - UFG/REJ Eloi Feitosa3 - UNESP/IBILCE Grupo de Trabalho - Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: CAPES Resumo Este trabalho contém o relato de experiências vivenciadas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, através de um subprojeto de Licenciatura em Física desenvolvido em uma escola pública da cidade de São José do Rio Preto, Estado de São Paulo, no período 2014-2015. Ao relatá-las, tem-se por objetivos contribuir para ampliar a compreensão sobre o papel do professor no ensino de Física e propor que a realidade da escola pública seja encarada como desafio, não como motivo de desencanto pela profissão docente. Do ponto de vista metodológico, opta-se pelo desenvolvimento do tema em seções que tratam das dificuldades dos alunos do Ensino Médio em aprender Física, fazer operações matemáticas básicas e interpretar exercícios. Em termos de resultados, constata-se que, na escola, cada aluno de graduação bolsista do subprojeto tornou-se responsável por uma turma, para acompanhar e auxiliar, aplicar prova e realizar práticas experimentais coerentes com o conteúdo ensinado. Durante a realização dessas atividades, as dificuldades observadas por um deles – a saber, curta duração das aulas, falta de infraestrutura, tratamento pedagógico conferido à Física e ausência de prática de leitura dos alunos – deram margem à produção de um livro, cuja redação está em andamento, contendo: uma breve história da Física, conceitos básicos da Física do Ensino Médio e proposição de experimentos de fácil manuseio e baixo custo. Destacando o valor dessa iniciativa, conclui-se ressaltando a relevância das vivências propiciadas pelo PIBID para o licenciando, no caso, uma futura professora, propondo-se encará-las não como um fim em si mesmas, mas como meio, ponto de partida de um processo formativo que tem como ponto de chegada a busca por soluções para os problemas presentes no campo de atuação do professor. 1 Discente do curso de Licenciatura em Física, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas – IBILCE, Universidade Estadual Paulista – UNESP, Campus de São José do Rio Preto, SP. Aluna bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID. E-mail: [email protected]. 2 Doutora em Educação pela UNESP/FCT. Professora da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, GO. Coordenadora de Estágio do curso de Pedagogia da UFG/REJ. Titular do Conselho Gestor da UFG/REJ. Líder do grupo de pesquisa CNPq Tecnologias Digitais e Formação de Professores. E-mail: [email protected]. 3 Doutor em Físico-Química pela USP/SP. Professor da Universidade Estadual Paulista, Campus de São José do Rio Preto, SP. Coordenador do subprojeto PIBID de Licenciatura em Física do IBILCE/UNESP. Coordenador do curso de Licenciatura em Física do IBILCE/UNESP. Líder dos grupos de pesquisa CNPq: Física de Colóides e Física Animada. E-mail: [email protected]. ISSN 2176-1396 2962 Palavras-chave: Ensino de Física. Práticas experimentais. Formação de professores. Introdução Neste trabalho relatam-se experiências de uma futura professora de Física, vivenciadas em uma escola pública da cidade de São José do Rio Preto, Estado de São Paulo, durante a realização de atividades como aluna bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). O subprojeto PIBID de Licenciatura em Física do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas – IBILCE, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, Campus de São José do Rio Preto, custeado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, oferece para 12 alunos de graduação a oportunidade de realizar atividades de docência em uma escola pública, sob a supervisão do professor de Física da instituição e orientação de uma equipe de docentes das áreas de Física e Educação da universidade. No interior do referido subprojeto, duas escolas estaduais foram selecionadas para acolher esses alunos, seis em cada uma, a saber, Escola Estadual (EE) Prof. José Felício Miziara e EE Monsenhor Gonçalves. Relatam-se, aqui, experiências que ocorreram nesta última, entre 2014 e 2015, priorizando aquelas que desafiaram e motivaram a busca de soluções para dificuldades detectadas, relativas ao exercício da profissão docente. O relato visa a contribuir para ampliar a compreensão sobre o papel do professor no ensino de Física e propor que a realidade da escola pública seja encarada como desafio, não como motivo de desencanto pela profissão docente. Entende-se que sua relevância está no tema que aborda, na proposta que veicula e no convite que faz à reflexão sobre a postura assumida pelo professor ou futuro professor em face das adversidades encontradas para o exercício da profissão na escola. Cientes de que na escola a realidade observada é composta pelas dimensões política e pedagógica que não se dissociam (VEIGA, 2003), focaliza-se esta última, partindo-se do pressuposto de que é preciso conhecer a realidade observada para além do senso comum, para agir sobre ela (KOSIK, 2002). Ao tratar da licenciatura e da formação nesse período, parte-se da compreensão de que ela compõe um processo mais amplo e contínuo e constitui a base da profissionalização docente (GATTI; BARRETTO; ANDRÉ, 2011). No que tange à especificidade da área de ensino, concebemos a Física como ciência experimental, sendo o tratamento pedagógico a ela conferido identificado a partir de 2963 Mizukami (1986). As dificuldades de aprendizagem nesse campo são interpretadas a partir dos conceitos de aprendizagem significativa e aprendizagem mecânica (MOREIRA, 2011). A esta introdução segue-se o relato propriamente dito. Seu desenvolvimento coloca em evidência aspectos que se sobressaíram durante a realização das atividades na escola, voltadas à aprendizagem da docência. Desenvolvimento Inicialmente, apresentam-se alguns elementos sobre a configuração do trabalho na escola EE Monsenhor Gonçalves. Nesse local, o professor de Física, bolsista supervisor, tem a responsabilidade de planejar atividades coerentes com a proposta do subprojeto PIBID, a serem realizadas pelos alunos bolsistas de graduação. Desde 2014, são criadas atividades distintas para cada bimestre, abaixo verificadas. a) Primeiro bimestre – Uma dupla de alunos se responsabiliza (o termo empregado pelo professor é “adota”) uma turma, acompanha-a durante as aulas, elabora e aplica uma aula de revisão e uma prova. b) Segundo bimestre – Essa mesma dupla passa para o laboratório de Ciências, dedicando o tempo a organizá-lo e a produzir ao menos um experimento que deixará na escola. c) Terceiro bimestre – A dupla auxilia os alunos do Ensino Médio na resolução de exercícios e esclarece dúvidas fora do horário de aula em atividade de monitoria, sendo facultativa a presença dos alunos. A escola conta com seis alunos bolsistas PIBID, divididos em três duplas, todas passam pelas atividades previstas para os três bimestres. Além das horas cumpridas na escola, o aluno bolsista tem atividades na universidade, uma delas é a reunião semanal com o coordenador do subprojeto. Nessas reuniões, com a presença dos alunos bolsistas das duas escolas, são discutidas e compartilhadas as atividades da semana anterior e planejadas as atividades subsequentes. Na primeira semana de cada mês, é realizada uma reunião com toda a equipe, inclusive os professores supervisores, que comentam o andamento das atividades, destacando aspectos positivos e negativos. A fim de motivar e contribuir para a formação dos alunos bolsistas, textos são sugeridos para leitura e discussão nos encontros semanais. 2964 Descobrindo as dificuldades dos alunos Em 2014 e em 2015, atividades de monitoria permitiram identificar dificuldades de ensino e aprendizagem em Física e ajudar os alunos a superá-las. A princípio, tiravam-se pequenas dúvidas, como “qual equação usar?” ou “está certa ou errada a resolução?”. Porém, acompanhando os alunos um a um, pode-se notar que muitos não entendiam o enunciado do exercício, não conseguiam passar para o dia-a-dia deles, conferindo significado. Aprendemos (e ensinamos) que, para resolver um problema, é necessário entender o seu enunciado. Sabendo disso, coube explicar de modo mais simples os exercícios, em linguagem acessível ao aluno, estabelecendo relações com o cotidiano dele, ajudando a ler e a entender texto. Durante a correção de provas, observou-se que muitos alunos não acertavam, não porque usavam a fórmula errada, mas por não saberem fazer contas, por falta de domínio de operações matemáticas básicas, como somar e dividir. Na tentativa de auxiliá-los, nos dias de monitoria, fazia-se a leitura dos exercícios junto com eles, explicando e auxiliando a fazer as contas, muitas vezes tendo que partir do básico, como, por exemplo, fazer multiplicação “com vírgula” de números decimais. Para registrar as ocorrências frequentes, criou-se uma tabela com as principais dificuldades encontradas pelos alunos, com o objetivo de planejar a condução das atividades de monitoria. Quadro 01 – Conhecimentos que faltam aos alunos do Ensino Médio (EM) para aprender Física 1º ano do EM - Multiplicação com vírgula - Somar negativo com positivo - Tabuada - Fração - Potência de 10 e notação científica - Saber qual conta (operação) usar - Saber o que o exercício pede - Ler e entender o exercício - Resolver exercício envolvendo mais de uma equação Física Fonte: Elaboração própria. 2º ano do EM - Multiplicação com vírgula - Tabuada - Fração - Saber qual conta (operação) usar - Fazer conversão de sistema - Ler e entender o exercício Constatou-se que aos alunos faltam conhecimentos básicos em Matemática, que deveriam ter aprendido em anos anteriores. E não apenas nessa área, dadas as dificuldades para interpretar o enunciado de um exercício. A ausência desses conhecimentos compromete a aprendizagem de Física. Além disso, talvez por serem nascidos na “Era Digital” (PALFREY, 2011), em sala de aula, distraem-se facilmente. Obviamente, a metodologia adotada pelo professor também 2965 pode contribuir para isso. Esse fator, aliado à falta de conhecimento referida acima, aponta para a necessidade de criar situações aulas diferentes, lançando mão, por exemplo, de experimentos (presenciais ou virtuais), com vistas à promoção da aprendizagem. A Física é uma ciência empírica (MATEUS, 2014). Ensinada de modo tradicional, somente por meio de aula expositiva e resolução de “exercícios”, leva o aluno a questionar “para que serve”, se seus conceitos não têm paralelo com a vida fora da sala de aula. Diferentemente da Matemática, em muitos casos axiomática, a Física tem uma aplicação que as fórmulas insistem em ocultar. A “Física das fórmulas” não pode sobrepujar a “Física do cotidiano”, sob pena de o aluno concluir o Ensino Médio sem conhecê-la, de fato, pois as fórmulas nada mais são do que a linguagem poderosa dessa área de conhecimento, que deve ser entendida e não decorada. Aproximar o aluno da Física é possível; para isso, é preciso dedicar atenção às escolhas metodológicas do professor e à formação desse profissional. Cabe, aqui, expressar uma questão que emerge das vivências na escola básica e na universidade: o aluno do Ensino Médio aprende, de fato, os aspectos fundamentais da Física na Educação Básica? Com relação a esta questão, fica a sensação de fracasso do ensino de Física, não apenas no Brasil, mas no mundo, que leva à busca de alternativas, uma delas é a inclusão do computador ao processo educativo, na tentativa de reverter esse quadro (ESQUEMBRE, 2002). Experimentos em sala de aula versus falta de preparo pedagógico Pesquisas mostram que os alunos da Educação Básica consideram a Física difícil, por envolver gráficos, fórmulas, cálculos, enfim, formas de representação que não dominam (ORNEK; ROBINSON; HAUGAN, 2008). Recentemente, Gaspar (2014a) publicou uma pesquisa realizada entre professores sobre a importância dos experimentos na aula de Física, constatando que, embora a maioria reconheça que atividades experimentais são importantes para a aprendizagem, sempre aponta um obstáculo para não realizá-las. Nas palavras do autor, 2966 Apesar de muitos professores de Ciências ou Física se mostrarem sinceramente insatisfeitos com essa situação, raramente essa insatisfação se materializa em alguma ação ou mesmo reivindicação individual ou coletiva, trata-se de um conformismo, ou mesmo passividade, muito difícil de compreender, uma vez que parte de profissionais que atribuem a essa prática pedagógica tanta importância. Quando questionados a respeito das causas dessa postura contraditória, a maioria aponta principalmente estas quatro grandes deficiências estruturais das escolas: falta de material e de equipamentos; falta de local adequado para realizar as atividades; falta de tempo para o seu preparo; e, por fim, números insuficientes de aulas na carga horária (2014a, p. 08). De fato, na escola, as aulas de Física são poucas para realizar experimentos e a duração de cada uma também, enquanto o conteúdo programático é extenso. Além disso, em seu estudo, Gaspar aponta a falta de preparo pedagógico como fator que impede a maioria dos professores de realizar experimentos. Alguns reconhecem o próprio despreparo para realizar atividades experimentais – segundo eles, trata-se de uma decorrência de sua formação, que teria sido deficiente nesse aspecto. No entanto, talvez por causa desse despreparo, poucos se dão conta da existência de dificuldades mais relevantes as da natureza pedagógica, que, a nosso ver, são a verdadeira causa da precariedade da prática experimental em nossas escolas (2014a, p. 08). De acordo com o fragmento citado, o professor não prepara uma aula diferente da tradicional porque não teve formação para isso e não tem experiência. Indo além, não vivenciou, ele próprio enquanto aluno, aulas com práticas experimentais. Obviamente, há mais fatores intervenientes, como recursos materiais e apoio da gestão. Pensando na formação inicial, currículos de licenciatura em Física pautados na racionalidade técnica (PÉREZ GÓMEZ, 1997) têm espaço restrito para a prática experimental. E, por falar em licenciatura, em Física, há o agravante de se ter na rede pública “professores que ensinam Física” (egressos, por exemplo, de cursos de licenciatura em Matemática), não necessariamente “professores de Física” (egressos de cursos de licenciatura em Física). A formação inicial do licenciado em Matemática não favorece à realização de uma aula de Física com práticas experimentais, quando se considera a carga horária total de conhecimentos dessa área no currículo do curso. Fatores como este sinalizam para a complexidade deste assunto, do qual tratam Lopes e Feitosa (2014), que não se pretende, aqui, aprofundar. Uma aula de Física diferente, compreendendo por “diferente” aquela que não se restringe à exposição de conteúdo e proposição de listas de exercícios, exige do professor conhecimento da matéria, para responder às dúvidas dos alunos, criatividade, para elaborar experimentos, e capacidade de manejo da sala durante a realização dos mesmos. 2967 Das dificuldades observadas na EE Monsenhor Gonçalves em Física, tanto da parte do aluno, quanto do professor, emergiu a ideia de criar um pequeno livro, do qual se trata a seguir. Um livro para auxiliar a ensinar e aprender Física com experimentos A ideia de escrever um livro para auxiliar a ensinar e a aprender Física com experimentos está fundamentada em obras como “Física divertida”, de Fiolhais (2000), “Galileu e a primeira guerra nas estrelas”, de Novelli (2008), e “Alice no país das ciências”, de Frabetti (2013). Em conjunto, esses autores propõem tratar a Física de um modo descomplicado, usando a linguagem própria do adolescente, apresentando a ele as grandes descobertas que, historicamente, mudaram o pensamento e a vida do homem. A leitura desses e de outros livros inspirou a aluna bolsista a produzir material didático para a escola, de modo a contribuir com a instituição e, ao mesmo tempo, aprender mais sobre as possibilidades de ensino, além de aperfeiçoar a escrita, que é uma das metas do subprojeto PIBID. Sabendo que os alunos do Ensino Médio leem pouco e que não se pode comprometer a aula já programada pelo professor de Física da escola, criou-se um material para trabalhar com nas aulas de prática experimental. A partir das experiências em sala de aula, montou-se um pequeno livro texto para o professor, cuja produção está em andamento, contendo uma breve história da Física, conceitos básicos da Física do Ensino Médio e experimentos simples a serem realizados em aula, que requerem material de baixo custo e pouco tempo para executar. Pretende-se deixar esse material no laboratório didático da escola, organizado em correspondentes, cada qual, a um capítulo, considerando que cada capítulo contém um experimento diferente. Desse modo, o professor que quiser realizar uma aula diferente da tradicional, escolhe um capítulo, a sacola referente ao mesmo e monta o experimento com os alunos, reduzindo, assim, obstáculos como falta de material. O livro serve como referencial para o professor. Acompanham-no experimentos já prontos e uma cópia digital para o aluno recriá-los em casa. Os experimentos foram selecionados da Internet e de livros didáticos impressos. Contribuíram para esse fim o site do professor Francisco Carlos Lavarda, da UNESP de Bauru, e “Experiências em Ciências”, de Alberto Gaspar (GASPAR, 2014b). Subjacente à ação está a ideia de propor experimentos de baixo custo e disponibilizar junto com eles conceitos de Física em linguagem acessível, despertando a curiosidade do 2968 aluno, compreendendo que o papel do professor de Física é criar situações desafiadoras, que facilitem e promovam a aprendizagem. Compreende-se que o mérito da iniciativa não está na criação de mais um livro sobre experimentos de Física, como exemplo, tem-se Mateus (2014), mas em quem o está elaborando e sob quais circunstâncias: uma aluna de licenciatura em Física, portanto, futura professora, que, confrontada com a realidade da escola pública, marcada por dificuldades para o exercício da profissão docente, optou por enfrentá-la, encontrando como solução a produção de material didático. Considerações finais O livro do qual se tratou acima está em fase em elaboração. Pretende-se que os experimentos nele contidos comecem a ser aplicados na escola a partir de agosto de 2015, em duas turmas, incluídos no plano de ensino do professor supervisor. O objetivo é identificar a necessidade de ajustes. A aplicação terá a duração de dois meses. Ao final, o material será doado à escola, para que estimule professores e outros licenciandos a darem continuidade a esse trabalho. Do ponto de vista da aprendizagem da docência, o relato coloca em evidência a importância das vivências do aluno de licenciatura em um subprojeto PIBID para a construção da ideia do que é ser professor. Trata-se menos de reproduzir práticas cristalizadas na instituição de ensino e mais de recriá-las, ressignificando a realidade observada, na medida do possível. A postura assumida pela futura professora de Física, aluna bolsista do PIBID, é digna de destaque, considerando que a experiência relatada ocorreu no interior desse Programa e que um de seus objetivos, como o próprio nome diz, é propiciar iniciação à docência. A questão a responder é: que docência? Ao encontro dessa questão vêm as vivências aqui relatadas. Elas mostram que o caminho não é a adoção de uma postura passiva, mas ativa e crítica, de quem não “observa e reproduz”, mas sim “observa, analisa e intervém”, sugerindo encarar as práticas escolares na perspectiva da problematização, seguida de análise e intervenção. Em síntese, uma postura investigativa e de enfrentamento que transforma dificuldades em desafios. 2969 REFERÊNCIAS ESQUEMBRE, F. Computers in physics education. Computer Physics Communications, v. 147, p. 13-18, 2002. FIOLHAIS, C. Física divertida. Brasília: Editora UnB, 2000. FRABETTI, C. Alice no país das ciências. São Paulo: Editora Ática, 2013. GASPAR, A. 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