.CEã2> Êoen AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INFLUÊNCIA DE T E R R A S - R A R A S SOBRE A OXIDAÇÃO D E LIGAS F O R M A D O R A S DE C R O M I A STELA MARIA DE CARVALHO FERNANDES Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Doutor em Ciências na Área de Reatores Nucleares de Potência e Tecnologia do Combustível Nuclear. Orientador: Dr. Laigudi V. Ramanathan São Paulo 1999 Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares Autarquia Associada à Universidade de São Paulo Stela Maria de Carvalho Fernandes T e s e apresentada como parte dos requisitos para o b t e n ç ã o do Grau de Doutora e m Ciências na Á r e a de Reatores Nucleares de Potência e Tecnologia do Combustível Nuclear Orientador: Laigudi V. Ramanathan Sâo Paulo 1999 Amor é a força da vida e trabaltio vinculado ao amor é a usina geradora da felicidade. Quando o céu estiver em cinza, a derramar-se em chuva, medite na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim. F. C. Xavier AGRADECIMENTOS A o Dr. Laigudi V. R a m a n a t h a n pela orientação e incentivo durante a e x e c u ç ã o deste trabalho. A o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, à Diretoria de Engenharia e Ciências dos Materiais pela oportunidade d e pesquisa e pelas facilidades s e m as quais este trabalho não poderia ter sido realizado. A o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro durante parte deste trabalho. Ao prof Dr. Tecnológica Henrique da Escola K a h n coordenador Politécnica do Laboratório de Caracterização pelas análises de difração de raios X e fluorescência de raios X. A o Dr. Luis Filipe C. P. de Lima pelas proveitosas discussões no decorrer d o trabalho. Ao Dr. A r n a l d o H. P. de A n d r a d e e ao colega Aroldo José Mourisco pela colaboração na área de informática. A o Celso V. Morais pela colaboração e paciência durante os estudos realizados por microscopia eletrônica de varredura. Ao MSc. Michelangelo Durazzo e Eng. José Antonio Batista de Souza do D e p a r t a m e n t o d o Ciclo do Combustível Nuclear por ceder os laboratórios para o desenvolvimento d e parte deste trabalho. A o s colegas do Laboratório de Corrosão e Proteção pela colaboração e incentivo. A o s a m i g o s A r m a n d o Guilherme F. Padial, E d s o n Pereira Soares,Elizabete dos Santos, Eneida da G r a ç a Guilherme, Luis Carlos E. da Silva, Marco Andreoli pela colaboração e incentivo no decorrer deste trabalho. A todos q u e direta o u indiretamente c o l a b o r a r a m para a e x e c u ç ã o deste trabalho. I N F L U Ê N C I A DE T E R R A S - R A R A S S O B R E A O X I D A Ç Ã O DE L I G A S FORMADORAS DE CROMIA s t e l a Maria de Carvalho F e r n a n d e s RESUMO A adição de terras-raras na forma metálica, na forma de uma dispersão de seus óxidos o u na f o r m a de recobrimentos superficiais reduz a velocidade de oxidação d e ligas f o r m a d o r a s de cromia. Diversos m e c a n i s m o s t ê m sido propostos para explicar a influência das terras-raras. Dentre estes, u m m e c a n i s m o p r o p õ e a difusão das terras-raras para os contornos de grão do óxido. Logo, os elementos de terras-raras poderiam dificultar o movimento de íons de cromo que se difundem para a interface óxido/gás e, assim, tornar predominante a difusão de íons de oxigênio para a interface óxido/metal. C o m o intuito^de entender melhor os m e c a n i s m o s de atuação das terras-raras, foi estudada a influência d e s s a s adições sobre as ligas Fe-20Cr. Foram confeccionadas, por fusão, as ligas Fe-20Cr, Fe-20Cr-1Y, Fe-20Cr-0,5Pr e Fe-20Cr-0,5Dy. A liga Fe-20Cr, t a m b é m , foi recoberta c o m óxido de terras-raras (Y, Pr e Dy) obtido a partir da técnica de sol gel. O s ensaios isotérmicos f o r a m realizados na faixa de 900 a 1100°C por períodos, d e 5, 10, 20 e 4 0 horas. Os ensaios cíclicos consistiram de ciclos a l O O O X por 2 horas, com resfriamento até á temperatura ambiente. T o d o s os ensaios f o r a m realizados ao ar. O c o m p o r t a m e n t o de o x i d a ç ã o foi avaliado por meio de g a n h o de peso por unidade de área. T a m b é m realizou-se ensaios de oxidação e m balança termogravimétrica na faixa de 900 a 1100°C por 7 horas. F o r a m utilizadas técnicas de microscopia eletrônica de varredura para observações morfológicas dos óxidos formados, c o m análise via energia dispersiva e via difração de raios X, para identificação dos constituintes. Observou-se que, a adição de terras-raras, a u m e n t a a resistência à oxidação das ligas; pela diminuição da velocidade de oxidação e a u m e n t o da aderência da c a m a d a oxidada. Verificou-se q u e a adição d e terra-rara, tanto na forma metálica, ou como óxidos superficiais, resultaram na rápida f o r m a ç ã o de uma c a m a d a rica e m cromo perto da interface metal/óxido. Foi observada segregação de íons de terra-rara para os contornos d e grão no óxido. Provas adicionais de reações interfaciais no m e c a n i s m o , m o s t r a m q u e a difusão de cátions é bloqueada e a difusão de ânions torna-se predominante. Entre os três elementos d e terra-rara, o praseodímio foi o de maior influência na resistência à oxidação de ligas Fe-20Cr. F o r a m o b s e r v a d a s correlações diretas entre o raio iônico da terra-rara e a resistência à oxidação d e ligas formadoras de cromia contendo terra-rara a 1000°C. ROLE OF RARE EARTH ELEMENTS ON T H E OXIDATION BEHAVIOR OF CHROMIA FORMING ALLOYS s t e l a Maria d e Carvalho F e r n a n d e s ABSTRACT T h e addition of rare earth elements to iron c h r o m i u m alloys, in elemental form, as oxide dispersions or as surface coatings reduces their oxidation rate. Various m e c h a n i s m s have b e e n proposed to explain the influence of rare earth element additions. A m o n g these, one m e c h a n i s m proposes that these rare earth elements hinder the m o v e m e n t of c h r o m i u m ions in the oxide scale and thereby m a k e t h e diffusion of oxygen ions predominant. In order to understand better, the overall m e c h a n i s m by w h i c h rare earth elements influence oxidation behavior of F e - 2 0 C r alloys, in this investigation, the oxidation behavior of Fe-20Cr, Fe-20Cr-1Y, Fe-20Cr-0,5Pr and Fe-20Gr-0,5Dy prepared by melting has been studied. T h e oxidation behavior of Fe-20Cr alloys coated with rare earth oxides (Y, Pr and Dy) obtained by the sol gel t e c h n i q u e has also b e e n studied. Isothermal oxidation tests w e r e carried out at 900 to 1100°C for 5, 10, 20 and 4 0 hours. T h e cyclic oxidation test consisted of repeated cycles of 2 hours of heating at 1000°C, followed by cooling to room t e m p e r a t u r e . All the tests w e r e carried out in air. T h e oxidation behavior w a s evaluated gravimetrically. Tests w e r e a l s o carried out in a thermogravimetric analyser at 900 to 1100°C for 7 hours. S c a n n i n g electron microscopy w a s used to study surface morphology and energy dispersive analysis as well as X-ray diffraction analysis used to identify oxide constituents. Overall, it has b e e n observed that with the addition of rare earth elements, the resistence to oxidation increases, by decreasing oxidation rate and increasing oxide a d h e s i o n . Addition of rare earth elements to Fe-20Cr alloy prepared by melting and to its surface as a coating, resulted in rapid formation of a c h r o m i u m rich oxide layer near t h e metal/oxide interface which reduced the overall oxidation rate. Evidence of segregation of R E ions to grain boundaries in the oxide scale has b e e n o b s e r v e d . Further proof of interfacial reactions is s h o w n , in the overall m e c h a n i s m , w h e r e in, cation diffusion is stifled and anion diffusion b e c a m e s p r e d o m i n a n t . A m o n g t h e three RE elements, p r a s e o d y m i u m influenced most the oxidation resistance of Fe-20Cr alloy. Direct correlation b e t w e e n rare earth ion radius a n d oxidation resistance of RE containg chromia forming alloys at 1000°C has b e e n f o u n d . ÍNDICE DE ASSUNTO - Agradecimentos - Resumo Abstract - índice d e A s s u n t o - índice de Figuras VI - índice de Tabelas ^" página 1. Introdução. 2. O x i d a ç ã o d e metais e ligas a altas temperaturas 3 2 . 1 . M e c a n i s m o de transporte 5 CIMISSAO WCmti DF F N H R G í í N U C L E A R / S P ¡PE». ÍNDICE DE ASSUNTO - Agradecimentos - Resumo Abstract - índice d e A s s u n t o - índice de Figuras VI - índice de Tabelas ^" página 1. Introdução. 2. O x i d a ç ã o d e metais e ligas a altas temperaturas 3 2 . 1 . M e c a n i s m o de transporte 5 CIMISSAO WCmti DF F N H R G í í N U C L E A R / S P ¡PE». 11 2.2. Imperfeições reticulares e processos d e difusão 6 2.3. Cinéticas de oxidação 7 2 . 3 . 1 . Lei de velocidade linear 7 2.3.2. Lei de velocidade logarítmica 8 2.3.3. Lei d e velocidade cúbica 8 2.3.4. Lei d e velocidade parabólica 9 2.4. M e c a n i s m o d e oxidação 2 . 4 . 1 . Transporte na rede - m o d e l o e sistema ideal 10 10 2.4.2. F o r m a ç ã o d e vazios na c a m a d a d e óxido e substrato metálico 2.4.3. Fatores adicionais na oxidação d e ligas 13 14 2 . 4 . 3 . 1 . Desenvolvimento e alívio d e t e n s õ e s nos filmes dos óxidos 14 2.4.3.2. Geração de t e n s õ e s 14 2.4.3.3. T e n s õ e s d e crescimento 15 2.4.4. M e c a n i s m o d e oxidação para metais puros sob atmosfera oxidante 19 Ill 2.5. Oxidação de ferro e ligas de ferro 22 2.6. Oxidação de ligas ferro-cromo 24 3. Efeito d a s terras-raras e de outros e l e m e n t o s s o b r e a oxidação de ligas formadoras d e cromia 26 3 . 1 . Terras-raras 26 3.2. Propriedades químicas e físicas das terras-raras 28 3.3. Efeito d a s terras-raras sobre a o x i d a ç ã o de ligas f o r m a d o r a s d e .30 cromia. 4. Objetivo 48 5. Procedimento experimental..... 49 5 . 1 . P r e p a r a ç ã o de ligas e amostras 49 5 . 1 . 1 . Ligas confeccionadas por fusão 49 5.1.2. Ligas c o m recobrimentos superficiais d e O T R 50 5.2. Ensaios d e oxidação 53 5.3. M é t o d o s d e avaliação 56 IV 5 . 3 . 1 , Preparação de amostras para microscopia e análise por meio de E D S 56 5.4. Análises termogravimétricas 57 6. R e s u l t a d o s e discussão 59 6 . 1 . Ensaios isotérmicos 59 6 . 1 . 1 . Ligas c o m recobrimentos superficiais de O T R 59 6 . 1 . 1 . 1 . A n á l i s e Morfológica 59 6.1.1.2. Cinética de Oxidação 63 6.1.2. Ligas c o n f e c c i o n a d a s por fusão 74 6 . 1 . 2 . 1 . Análise Morfológica 74 6.1.2.2. Cinética de Oxidação 79 6.2. Ensaios Cíclicos 91 6 . 2 . 1 . Ligas confeccionadas p e r f u s ã o 91 6.2.2. Ligas c o m recobrimentos superficiais d e O T R 98 7. Discussão Geral 104 -•JOMISSAC Í^ACiGKAL DE í f J E H G l A NUCLtAR/SP íPta 111 8. Conclusões 113 9. Referências Bibliográficas VI INDICE DE FIGURAS página Figura 1 : Ilustração e s q u e m á t i c a do produto d e o x i d a ç ã o sobre a superfície metálica Figura 2: Processos 3 d e transporte d e reações interfaciais para oxidação a t e m p e r a t u r a s elevadas: (a) mobilidade d e cátions e (b) mobilidade de ânions 5 Figura 3: Modelo simplificado para a oxidação controlada por difusão 6 Figura 4 : (a) Processos d e transporte de á t o m o s reagentes, o u íons, o u elétrons pela c a m a d a de óxido, (b) processos de transporte de defeitos eletrônicos, por e x e m p l o , vacâncias no metal e íons intersticiais, e de elétrons e lacunas de elétrons, por difusão na rede 12 Figura 5: Ilustração e s q u e m á t i c a do f e n ô m e n o e processo da reação de metais c o m g á s oxidante simples, por e x e m p l o , oxigênio 21 Figura 6: R e p r e s e n t a ç ã o e s q u e m á t i c a da oxidação d o ferro e m oxigênio 23 Figura 7: Diagrama e s q u e m á t i c o da oxidação de ligas Ferro-Cromo: (a) Fe-5Cr, (b) Fe-10Cr e (c) Fe-15Cr 25 Figura 8: Fluxograma indicando as etapas d e p r e p a r a ç ã o de amostras das ligas confeccionadas por f u s ã o para os ensaios de o x i d a ç ã o isotérmicos 51 vil Figura 9: Fluxograma indicando as e t a p a s de preparação de amostras das ligas recobertas c o m O T R para os ensaios de oxidação isotérmicos 52 Figura 10: Fluxograma indicando as e t a p a s d e preparação d e a m o s t r a s das ligas confeccionadas por f u s ã o para os ensaios d e oxidação cíclicos 54 F i g u r a i 1: Fluxograma indicando as e t a p a s d e preparação de a m o s t r a s das ligas recobertas c o m O T R para os ensaios d e oxidação cíclicos F i g u r a i 2 : Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr, recoberta óxidos d e terras-raras (a) Y, (b) Dy e (c) Pr 55 com 66 Figura 13: Gráfico d e ensaios isotérmicos a 900°C de g a n h o de peso por unidade de área e m f u n ç ã o do t e m p o , da liga Fe-20Cr e da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxidos de terras-raras 66 Figura 14: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr, recoberta c o m óxidos d e terras-raras: (a) Pr, (b) Y e (c) Dy e oxidada a 9 0 0 ° C por 5 horas 67 Figura 15: Gráfico de ensaios isotérmicos a 1000°C de g a n h o d e p e s o por unidade de área e m f u n ç ã o d o t e m p o , da liga Fe-20Cr e da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido de terras-raras 67 Figura 16: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr, recoberta c o m óxidos d e terras-raras: (a) Pr, (b) Y e (c) Dy e oxidada a 1000°C por 4 0 horas 67 Figura 17: Gráfico de ensaios isotérmicos a 1 1 0 0 X de g a n h o de p e s o por unidade de área e m f u n ç ã o d o tempo, da liga Fe-20Gr e da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxidos d e terras-raras 68 VIU Figura 18: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr, recoberta c o m óxidos de terras-raras: (a) Pr, (b) Y e (c) Dy e oxidada a 1100°C por 4 0 horas 69 Figura 19: Micrografia eletrônica de varredura d a s secções transversais da liga Fe-20Cr e p o r c e n t a g e m de elemento de terras-raras e m f u n ç ã o da profundidade da c a m a d a , recoberta c o m óxidos d e terras-raras: (a) Pr, (b) Y e (c) Dy, e oxidada a l O O O X por 4 0 horas 70 Figura 2 0 : Micrografia eletrônica de varredura da c a m a d a de óxido da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido de Pr e Dy, oxidada a 1000°C por 4 0 horas 71 Figura 2 1 : Gráfico de ensaios isotérmicos obtidos e m balança termogravimétrica a 9 0 0 , 1000 e 1100°C d e g a n h o de peso por unidade de área e m f u n ç ã o d o t e m p o , para a liga F e - 2 0 C r recoberta c o m óxidos d e terras-raras 72 Figura 2 2 : Gráfico de Arrhenius para a liga Fe-20Cr recoberta c o m óxidos de terras-raras 73 Figura 23:Gráfico d e resultados d e ensaios d e oxidação isotérmicos a: a) 900°C, b) 1000°C e c) 1100°C, de g a n h o d e peso por unidade de área e m f u n ç ã o do t e m p o , d a s ligas confeccionadas por f u s ã o Figura 2 4 : 82 Micrografia eletrônica d e varredura da liga Fe-20Cr oxidada a 900°C por 4 0 h o r a s 83 Figura 25: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr oxidada a 1000°C por 20 horas 83 Figura 26: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr oxidada a 1100°C por 5 horas 84 IX Figura 2 7 : Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr oxidada 1100°C por 4 0 horas: (a) superficie da amostra, (b) s e c ç ã o transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m d o elemento e m f u n ç ã o da profundidade da c a m a d a 84 Figura 2 8 : a) Micrografia eletrônica d e varredura da liga Fe-20Cr-1Y oxidada a 9 0 0 ° C por 5 horas, b) Micrografia eletrônica d e varredura da liga Fe-20Cr-1Y oxidada a 1000°C por 5 horas 85 Figura 2 9 : a) Micrografia eletrônica d e varredura da liga F e - 2 0 C r - 1 Y oxidada a 1100°C por 4 0 horas: : (a) superficie da amostra, amostra e (c) porcentagem do elemento (b) s e c ç ã o transversal desta em função da da camada profundidade 85 Figura 30: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr-0,5Pr oxidada a 9 0 0 ° C por 4 0 horas 86 Figura 3 1 : a) Micrografia eletrônica d e varredura da liga Fe-20Cr-0,5Pr oxidada a 1100°C por 4 0 horas: (a) superficie da amostra, amostra e (c) porcentagem do elemento (b) s e c ç ã o transversal desta em função da da c a m a d a profundidade 86 Figura 32: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr-0,5Dy oxidada a 900°C por 10 horas 87 Figura 33: a) Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr-0,5Dy oxidada a 1100°C por 4 0 horas: (a) superficie da amostra, amostra e da camada (c) porcentagem do elemento (b) s e c ç ã o transversal desta em função da profundidade 87 Figura 3 4 : Micrografia eletrônica de varredura d a s s e c ç õ e s transversais d a : (a) liga Fe-20Cr-0,5Pr, oxidada a 900°C por 4 0 horas, (b) liga Fe-20Cr-0,5Dy, oxidada a 1 0 0 0 X por 4 0 horas e (c) liga Fe-20Cr-1Y, oxidada a 1000°C por 4 0 horas 88 Figura 35: Gráficos de e n s a i o s isotérmicos obtidos e m balança termogravimétrica (TGA), a 9 0 0 , 1000 e 1 1 0 0 X , d e g a n h o de p e s o por unidade de área e m f u n ç ã o d o t e m p o , das ligas c o n f e c c i o n a d a s por fusão 89 Figura 36: Gráfico de Arrhenius d a s ligas confeccionadas por fusão 90 Figura 37: G a n h o d e p e s o por unidade de área das ligas c o n f e c c i o n a d a s por fusão, e m f u n ç ã o d o n ú m e r o de ciclos d e oxidação Figura 38: Micrografia eletrônica de varredura 93 da liga Fe-20Cr 5° ciclo de o x i d a ç ã o após o 94 Figura 39: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr-1Y a p ó s o 15° ciclo de oxidação: (a) superficie da amostra, (b) s e c ç ã o transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m d o e l e m e n t o e m f u n ç ã o da p r o f u n d i d a d e da c a m a d a 94 Figura 4 0 : Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr-0,5Pr após o 15° ciclo d e oxidação: (a) superficie da amostra, (b) s e c ç ã o transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m do e l e m e n t o e m f u n ç ã o da profundidade da c a m a d a 95 Figura 4 1 : Micrografia eletrônica de varredura d a liga Fe-20Cr-0,5Dy a p ó s o 15° ciclo d e oxidação: (a) superficie da amostra, (b) s e c ç ã o transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m do e l e m e n t o e m f u n ç ã o da profundidade da c a m a d a 96 Figura 4 2 : Micrografia eletrônica de varredura d a s s e c ç õ e s transversais da: (a) liga Fe-20Cr-1Y, (b) liga Fe-20Cr-0,5Pr e (c) liga Fe-20Cr-0,5Dy, após e n s a i o s de oxidação cíclicos 97 XI Figura 4 3 : G a n h o de p e s o por u n i d a d e de área da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxidos d e terras raras, e m f u n ç ã o d o n ú m e r o de ciclos de oxidação 100 Figura 4 4 : Micrografia eletrônica d e varredura da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido de Y a p ó s o 6° ciclo d e oxidação á 1000°C por 2 horas, (a) superficie da amostra, (b) s e c ç ã o transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m de e l e m e n t o e m f u n ç ã o da profundidade da c a m a d a 101 Figura 4 5 : Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido de Pr a p ó s o 7° ciclo de oxidação á 1000°C por 2 horas, (a) superficie da amostra, (b) s e c ç ã o transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m d e e l e m e n t o e m f u n ç ã o da profundidade da c a m a d a 102 Figura 4 6 : Micrografia eletrônica de varredura d a liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido de Dy a p ó s o 6° ciclo d e o x i d a ç ã o à 1 0 0 0 X por 2 horas, (a) superficie da amostra, (b) s e c ç ã o transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m de e l e m e n t o e m f u n ç ã o da profundidade da c a m a d a 103 COMISSÃO mLX^U: ÜE t N k H G í A MiCiJiAH/SP IS^^ XII ÍNDICE DE TABELAS Página T a b e l a I: Valores dos raios atômicos d o s e l e m e n t o s (em Angstrons) T a b e l a II: C o m p o s i ç ã o química das ligas (% e m peso). 30 Determinada fluorescencia d e raios X por 49 T a b e l a III: Constantes cinéticas da liga não recoberta e das ligas recobertas c o m O T R e m c a d a temperatura 64 Tabela IV: Constantes cinéticas obtidas na literatura 65 Tabela V: Valores de Energía de Ativação (Ea) para as ligas recobertas com OTR 65 T a b e l a V I : T a m a n h o de grão d o s óxidos d a s ligas e m e s t u d o 78 T a b e l a V I I : Constantes cinéticas das ligas confeccionadas por f u s ã o e m c e d a temperatura 80 T a b e l a VIII: Valores de Energía d e A t i v a ç ã o (E^) para as ligas confeccionadas por fusão T a b e l a IX: C o m p a r a ç ã o entre o s raios iónicos d a s terras-raras e d o cromo... 80 110 Xlll Tabela X: Listagem de elementos de terras-raras em c r e s c e n t e na oxidação de ligas f o r m a d o r a s d e cromia. referências m e n c i o n a d a s . raras e raio iônico do cromo o r d e m de influência D a d o s extraídos das R e l a ç ã o d o s raios iónicos dos elementos de terras110 1. INTRODUÇÃO As ligas metálicas para utilização a altas temperaturas devem ter p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s a d e q u a d a s e resistir à d e g r a d a ç ã o q u í m i c a , oriunda da reação c o m o a m b i e n t e a q u e e s t ã o e x p o s t a s [1,2]. Estas ligas são, geralmente, à b a s e de Fe, Ni ou Co, porque e s t e s metais têm pontos de fusão relativamente altos. Entretanto, seus óxidos não são suficientemente protetores para aplicações q u e e n v o l v a m t e m p e r a t u r a s superiores a 550°C [1]. elementos Dessa forma, as ligas para estas aplicações c o n t ê m , e m quantidades suficientes outros para favorecer a f o r m a ç ã o d e óxidos protetores, c o m o C r 2 0 3 , AI2O3 o u , a l g u m a s v e z e s SÍO2 [1 - 3]. Estas ligas t a m b é m c o n t ê m outros e l e m e n t o s ou d i s p e r s õ e s , para melhorar as propriedades dos óxidos a altas temperaturas. O óxido f o r m a d o a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s d e v e ser, e s t e q u i o m é t r i c o para q u e o transporte de íons metálicos o u d e oxigênio através d e s e u reticulado seja lento; isento d e poros, trincas o u defeitos e prevenindo, dessa f o r m a , o transporte d a s espécies via "curto-circuito"; manter-se isento d e t e n s õ e s t é r m i c a s para q u e se reduza a possibilidade d e e s c a m a ç ã o e não reagir c o m o meio a q u e está exposto. Entretanto, é q u a s e impossível obter óxidos que a p r e s e n t a m t o d a s estas características, e muitas ligas utilizadas a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s , são susceptíveis a e s c a m a ç ã o . C o n t u d o , se as ligas á base d e Fe, Ni o u C o se t o r n a m suficientemente e m p o b r e c i d a s e m c r o m o ou alumínio, pode haver a u m e n t o da velocidade de o x i d a ç ã o [ 1 , 4]. A a d i ç ã o d e p e q u e n a s q u a n t i d a d e s ( < 1 % e m peso) d e e l e m e n t o s reativos como, Y, Ce, características La, mischmetal favoráveis e outros, ao c r e s c i m e n t o tem mostrado de camadas melhora protetoras de de certas cromia. Entre elas; p o d e m o s citar, maior aderência d o óxido superficial, redução da taxa d e o x i d a ç ã o e redução da q u a n t i d a d e de cromo na liga (de 3 0 % para 10%). Os e l e m e n t o s q u e , geralmente, c a u s a m estas melhorias t ê m t a m a n h o s atómicos e iónicos muito maiores q u e os d a s ligas e d o s óxidos e m q u e s t ã o . Desta f o r m a , os e l e m e n t o s reativos s ã o poucos solúveis no metal b a s e e, coexistem c o m o fases secundárias ( c o m p o s t o s intermetálicos, óxidos dispersos), nas ligas e, como solutos s e g r e g a d o s , no óxido f o r m a d o [5]. A s terras-raras p o d e m ser adicionadas ás ligas na forma d e elemento, c o m o d i s p e r s ã o de óxidos ou c o m o implantação de íons. Os óxidos de terras-raras (OTR) p o d e m , t a m b é m , ser aplicados ás superficies das ligas por várias técnicas, tais c o m o , aplicações por spray e técnicas de sol gel. O grau de influência d o s elementos de terras-raras (ETR) sobre a oxidação varia c o m a forma da adição ou aplicação destes elementos [5]. Entre os vários mecanismos propostos para explicar as melhorias propiciadas ao c o m p o r t a m e n t o de oxidação pela presença de terras-raras, tanto na liga quanto sobre a sua superficie, q u e serão citados posteriormente, o m e c a n i s m o de Pieraggi e Rapp [6] é o de maior relevância para este trabalho. Por e s t e m e c a n i s m o , verificou-se que, q u a n d o se adiciona elementos de terrasraras ás ligas, estes t e n d e m a segregar para os contornos de grão do óxido. A s s i m , e s s e s e l e m e n t o s bloqueiam a difusão de cátions, tornando o m e c a n i s m o de difusão p r e d o m i n a n t e m e n t e aniónico. Assim sendo, com o intuito de compreender melhor os efeitos p r o p o r c i o n a d o s pela adição de terras-raras sobre a oxidação de ligas formadoras de cromia, f o r a m realizados e s t u d o s utilizando-se duas técnicas de adição de terras-raras ás ligas Fe-20Cr. forma metálica durante A primeira através de adição de terras-raras na a fusão e a segunda por meio de recobrimentos superficiais pela técnica de sol gel. Nos próximos capítulos a p r e s e n t a r e m o s os aspectos f u n d a m e n t a i s sobre a o x i d a ç ã o s e m e c o m adição de elementos de terras-raras, sua influência sobre diversos a s p e c t o s de oxidação/corrosão, o procedimento experimental nesta investigação seguida dos resultados e discussões. adotado 2. OXIDAÇÃO DE METAIS E LIGAS A ALTAS TEMPERATURAS A oxidação, geralmente, refere-se a uma reação q u e produz elétrons. O t e r m o oxidação é, t a m b é m , utilizado e m uma reação entre u m metal, o u liga, e ar, o u oxigênio produzindo óxidos.[7,8,9] O óxido, ou produto de oxidação, pode ser localmente, até profundidades relativamente grandes. uniforme ou penetrar, A importância do óxido s o b r e a oxidação posterior origina-se do fato de q u e ele f o r m a u m a barreira entre os reagentes, c o m o é m o s t r a d o na figura 1. [7,8,9] i - óxido de metal Metal Melo gasoso Figura 1: Ilustração esquemática do produto de oxidação sobre a superficie metálica [10]. A reação geral para uma o x i d a ç ã o pode ser representada c o m o reações separadas, ocorrendo simultaneamente: [8,10] duas Oxidação: M ^ M^^ + 2e" Redução: Vi O2 + 2e" - > O^- Combinados: M + Vi O2 -)> M O O produto da reação, o óxido, separará os dois reagentes como mostrado. abaixo: M MO O2 Metal Oxido Gás Para q u e a reação ocorra, um, ou a m b o s o s reagentes, deve penetrar na c a m a d a de óxido, isto é, tanto o metal deve ser transportado através do óxido para a interface óxido/gás e reagir, c o m o o oxigênio d e v e ser transportado para a interface óxido/metal para reagir [8,10]. 2.1. Mecanismos de Transporte A figura 2 mostra q u e , ions e elétrons p o d e m migrar para q u e ocorra a reação. O m e c a n i s m o de reação consiste de d u a s etapas nas quais o c o r r e m d u a s reações, no contorno de grão. Nota-se, que há uma diferença importante entre o crescimento do óxido pela migração dos cátions e o crescimento do óxido pela migração d o s ânions. A migração d o s cátions c o n d u z á f o r m a ç ã o de óxido na interface óxido/gás, enquanto q u e , a migração dos ânions c o n d u z à f o r m a ç ã o de óxido na interface metal/óxido [7]. M M MO 2e- = MO 2e- 2e" +1/20^ = 2e- (b) (a) Figura 2: Processos de transporte de reações interfaciais para oxidação temperaturas elevadas: (a) mobilidade de cátions e (b) mobilidade de ânions [7]. a 2.2. Imperfeições Reticulares e Processos de Difusão Para c o m p r e e n d e r os processos de oxidação é necessário q u e se c o n l i e ç a os defeitos reticulares e m diferentes tipos d e cristais e os vários m e c a n i s m o s de difusão. Praticamente, todos os óxidos são semi-condutores. A condução elétrica p o d e ocorrer tanto por íons (semi-condutores tipo-p ,ou deficientes de elétrons), q u a n t o por elétrons (semi-condutores tipo-n, ou e x c e s s o d e elétrons). O s óxidos semi-condutores não t ê m c o m p o s i ç ã o estequiométrica e p o d e m conter excesso, tanto de cátions, quanto de ânions. A l é m disso, existem lacunas catiônicas o u aniônicas ou, íons o c u p a n d o posições intersticiais no reticulado. A neutralidade elétrica no condutor tipo-p é mantida pela f o r m a ç ã o d e cátions de maior valência o u "lacunas de elétrons". A c o n d u ç ã o elétrica ocorre m o v i m e n t a ç ã o d e s s a s "lacunas de elétrons", via lacunas catiônicas. pela No caso do condutor tipo-n a corrente elétrica é conduzida pelos elétrons e a corrente iônica por íons intersticiais. Dessa forma, para o crescimento contínuo de u m óxido, u m pré-requisito é q u e este seja u m cristal imperfeito [10]. A figura 3 apresenta u m m o d e l o d e o x i d a ç ã o controlada por difusão [7]. Metal Óxido Gás Cátions Vacâncias de cátions M - M^* + 2e- ou Elétrons Anions M + 0 ^ - • MO + 2e- OU _502 +2e-«02- X Figura 3: M o d e l o simplificado para a oxidação controlada por difusão [7]. 2.3. Cinéticas de Oxidação A velocidade de reação é o parâmetro mais importante na o x i d a ç ã o d e metais. Q u a n d o u m metal reage c o m oxigênio gasoso, o produto f o r m a d o é u m óxido e, se e s t e não for volátil, ficará retido sobre a superfície d o metal. Dessa forma, a velocidade d e reação é medida e e x p r e s s a , c o m o g a n h o d e peso por unidade de área. A velocidade ou cinética de o x i d a ç ã o t e m sido expressa na forma de leis de oxidação [10]. 2.3.1. Lei de V e l o c i d a d e Linear É a mais simples, se o óxido f o r m a d o s o b r e o metal não for protetor, ele não evitará o acesso de oxigênio ao metal. formam-se sobre metais velocidades lineares. que apresentam Óxidos porosos ou quebradiços grande tendência a se oxidar a E m tais casos, a velocidade de crescimento do óxido é independente d a e s p e s s u r a d o óxido (x). A lei de velocidade d e crescimento d o óxido pode ser expressa c o m o : dx/dt = k| o n d e ki é a constante da velocidade de o x i d a ç ã o linear, e t é o t e m p o [10]. 2.3.2. Lei de V e l o c i d a d e Logarítmica A lei de velocidade logarítmica é dada pela e x p r e s s ã o : W = ke log (Ct + A) onde, ke, C e A são constantes. A oxidação logarítmica é geralmente o b s e r v a d a e m c a m a d a s finas de óxido, a baixas temperaturas. O zircónio, por e x e m p l o , oxida nos estágios iniciais, e m ar e oxigênio a baixas temperaturas de acordo c o m esta lei de oxidação. Alumínio, cobre e ferro t a m b é m o x i d a m de a c o r d o c o m esta lei a temperaturas ambientes. O mecanismo exato não é completamente c o m p r e e n d i d o , m a s s a b e - s e q u e a oxidação logarítmica resulta dos efeitos de c a m p o s elétricos e m c a m a d a s d e óxido muitos finas, auxiliando o transporte iônico através do óxido [10]. 2.3.3. Lei de V e l o c i d a d e C ú b i c a A lei de velocidade cúbica é d a d a pela e x p r e s s ã o : = kct +C o n d e , w é o g a n h o d e peso por unidade de área, kc é a constante de velocidade cúbica e C uma constante. A o x i d a ç ã o é controlada por difusão, dissolução d o oxigênio no metal, características morfológicas e difusão iónica através d a c a m a d a de óxido [10]. 2.3.4. Leí de V e l o c i d a d e Parabólica A lei d a velocidade parabólica é d a d a pela e x p r e s s ã o : d W / d t = KpAA/ Integrando, t e m - s e : = kpt + C o n d e , W é o g a n h o de peso por unidade de á r e a , t é o t e m p o , kp a constante d e velocidade parabólica e C uma constante. V a n o s metais que oxidam a altas t e m p e r a t u r a s o b e d e c e m a esta lei d e velocidade. C o m o , o óxido inicialmente f o r m a d o s o b r e a superficie metálica s e p a r a fisicamente o metal e o oxigênio, a o x i d a ç ã o posteríor envolve duas e t a p a s : (a) reações nas interfaces metal-óxido e óxido-oxigênio; (b) transporte de matéria na forma de cátions metálicos, ânions de oxigênio e elétrons, através d o óxido. O mais lento dos dois processos controla a velocidade de crescimento d o óxido. No c o m e ç o e nos estágios iniciais de o x i d a ç ã o , a etapa (a) controla o processo e, q u a n d o o óxido a u m e n t a e m e s p e s s u r a , a etapa (b) torna-se a controladora de velocidade. A velocidade de oxidação é inversamente proporcional á espessura da c a m a d a de óxido e, desta forma, a velocidade d e crescimento d o óxido d e c r e s c e c o m o passar do t e m p o [10]. 10 A velocidade anteriormente, de sob oxidação determinadas das ligas condições. obedece Assim, urna uma das leis citadas combinação de e q u a ç õ e s de velocidade é necessária para descrever a cinética da reação, sob uma d a d a condição. N u m e r o s o s fatores d e v e m ser considerados como, por e x e m p l o , a afinidade dos constituintes da liga pelos c o m p o n e n t e s do gás reativo, o limite d e solubilidade das fases, a velocidade de difusão dos íons nas ligas e nos óxidos, a formação de c o m p o n e n t e s ternários, o volume relativo das várias fases. T o d o s estes fatores p o d e m variar e m função da temperatura e da pressão [10]. 2.4. Mecanismos de Oxidação 2 . 4 . 1 . T r a n s p o r t e na Rede - M o d e l o e S i s t e m a Ideal C o m o anteriormente m e n c i o n a d o , o transporte d e espécies via difusão no e s t a d o sólido, através de c a m a d a s de óxidos continuas, envolverá difusão na rede e transporte através do contorno de grão, e outras trajetórias mais fáceis [9]. C o m o ponto de partida, pode-se considerar o modelo ideal, no qual a c a m a d a de óxido é considerada c o m p l e t a m e n t e d e n s a , e o transporte g o v e r n a d o s o m e n t e por difusão na rede. c a v i d a d e s e poros. N ã o se levará e m conta u m a eventual f o r m a ç ã o de Tal caso ideal é discutido pela teoria d e oxidação d e W a g n e r , considerada aqui e m t e r m o s de reações metal-oxigênio. 11 A proposta básica da teoria de W a g n e r , a s s u m e q u e as e s p é c i e s que m i g r a m o u d i f u n d e m através do reticulado d o óxido não são átomos metálicos o u não-metálicos, m a s íons metálicos, ou ânions (figura 4a). neutralidade elétrica, a difusão iónica deve ser De forma a manter a acompanhada simultânea de elétrons na m e s m a direção q u e a dos cátions. b a s e a d a nos m o d e l o s iónicos e de s e m i c o n d u t o r e s . péla difusão Esta teoria é A condutividade elétrica e m s e m i c o n d u t o r e s , é devida q u a s e inteiramente a o m o v i m e n t o de elétrons entre defeitos eletrônicos, equivalentes aos defeitos catiônicos cátions. no sub-retículo dos O m o v i m e n t o dos cátions é d e t e r m i n a d o por sua m o v i m e n t a ç ã o entre pontos v a c a n t e s do reticulado e é consideravelmente mais lento que o m o v i m e n t o de elétrons (figura 4b) [9]. A velocidade de crescimento da e s p e s s u r a d o óxido, dx/dt, é proporcional ao fluxo de íons metálicos Jm, descrito pela primeira Lei de Fick: J = -D(dC/clx) (2.4.11) O n d e , J é o fluxo o u difusão de átomos por unidade de área na unidade de t e m p o , q u e é proporcional ao gradiente d e concentração dC/dx. A constante de proporcionalidade D recebe o n o m e de coeficiente de difusão e é e x p r e s s a e m cm^/s, a qual é f u n ç ã o da difusão de átomos. O sinal negativo da e q u a ç ã o indica q u e o fluxo d e á t o m o s ocorre de forma a diminuir os gradientes de concentração. Sendo, dx/dt = K = -K Drp (Cm - Co) / X (2.4.12) ou dx/dt = constante / x (2.4.13) Integrando-se, t e m o s a e q u a ç ã o da cinética parabólica x^ = kt (2.4.14) s e n d o , Cm a concentração d e oxigênio na interface metal/óxido, e Co é a c o n c e n t r a ç ã o inicial para uma distância qualquer q u a n d o t=0 [11]. Metal Gás Oxidante Óxido p.e.02 y ^ l o n s de Meí lons de Oxigênio / . l o n s de Metal Intersticiais Z^Elétrons ^ / / Vacâncias Metálica; /y lacunas de Elétron Figura 4 : (a) Processos d e transporte d e á t o m o s reagentes, o u íons, o u elétrons pela c a m a d a d e óxido, (b) p r o c e s s o s d e transporte d e defeitos eletrônicos, por e x e m p l o , vacâncias no metal e íons intersticiais, e d e elétrons e lacunas d e elétrons, por difusão na rede [9]. 13 2.4.2. F o r m a ç ã o d e Vazios na C a m a d a de Ó x i d o e S u b s t r a t o Metálico Durante a oxidação inicial, filmes c o n t i n u o s e c o m boa a d e r ê n c i a , ou c a m a d a s de óxidos são formados na superficie do metal, g o v e r n a d a pela difusão na rede e no contorno de grão do metal. E m seguida, a oxidação propaga-se e é u m f e n ó m e n o generalizado, pelo qual vazios e cavidades d e s e n v o l v e m - s e na c a m a d a de óxido, na interface metal/óxido, e dentro d o próprio metal [9]. Q u a n d o a oxidação só envolve m i g r a ç ã o do elemento metálico (os ions oxigênio p o d e m ser c o n s i d e r a d o s s e m mobilidade na rede do óxido), óxidos resistentes são f o r m a d o s na interface óxido/gás. a migração de metal através da camada A f o r m a ç ã o d e vazios é devido de óxido. Desta forma, considerarmos, q u e o óxido forma u m a c a m a d a rígida e m torno d a se amostra metálica, o v o l u m e total de vazios eqüivalerá ao volume do metal q u e é convertido e m óxido. Porém, s o m e n t e uma f r a ç ã o deste volume d e s e n v o l v e - s e vazios, c a v i d a d e s ou porosidades. como Isto ocorre, devido à tendência da c a m a d a de óxido manter contato e aderir ao metal, q u e pode ocorrer através de dois processos principais: (1) d e f o r m a ç ã o plástica da c a m a d a de óxido. C o m o a superfície do metal contrai e m u d a d e forma, o óxido deforma-se para manter contato entre o metal e a c a m a d a de óxido; (2) injeção de vacâncias e f o r m a ç ã o de vazios no metal. Entretanto, as vacâncias difundem no metal e precipitam c o m o vazios e m sítios favoráveis c o m o , por e x e m p l o , nos contornos de grãos. Os vazios nos metais p o d e m t a m b é m ser f o r m a d o s pela d e f o r m a ç ã o a q u e n t e ou fluencia (deformação lenta sob t e n s ã o constante, a temperaturas determinadas) do substrato metálico induzida pelo processo d e oxidação. A f o r m a ç ã o d e vazios na interface metal/óxido é geralmente associada á difusão de íons metálicos no óxido, por v a c â n c i a s de íons metálicos [9]. 14 2.4.3. Fatores A d i c i o n a i s na O x i d a ç ã o de Ligas 2.4.3.1. Desenvolvimento e alívio de tensões nos filmes dos óxidos A resistência à o x i d a ç ã o das ligas d e p e n d e do desenvolvimento de uma c a m a d a de óxido q u e atue c o m o u m a barreira, s e p a r a n d o o ambiente do substrato metálico. A m a n u t e n ç ã o d e s s a c a m a d a de óxido implica na continuidade da resistência à oxidação. Dessa forma, é importante ter-se u m c o n h e c i m e n t o sobre o desenvolvimento e o alívio de tensões nos óxidos f o r m a d o s sobre os metais expostos a altas t e m p e r a t u r a s , uma vez q u e o rompimento d e s s a c a m a d a de óxido t e m sido atribuído á existência de t e n s õ e s [7]. 2.4.3.2. Geração de tensões Os dois principais tipos de t e n s ã o são, as t e n s õ e s de crescimento, q u e se d e s e n v o l v e m d u r a n t e a f o r m a ç ã o da c a m a d a de óxido e as tensões térmicas, d e v i d o á diferença entre os coeficientes de e x p a n s ã o ou contração do substrato e d o óxido [7]. COMiSSAC KACiONAl DF F N E H G I ü NUCl.r fiR/SP l^f- 15 2.4.3.3. Tensões de Estas t e n s õ e s crescimento p o d e m ocorrer devido a diversas causas. As mais importantes s ã o : a) Diferenças volumétricas entre o óxido e o metal que o originou A c a u s a de tensões, neste caso, é devido ao fato d e q u e o especifico d o óxido dificilmente é o m e s m o do metal c o n s u m i d o formação. volume na sua O sinal da tensão no óxido pode ser expresso pela razão Pilling- B e d w o r t h (RPB) RPB = Vox/Vm S e a R P B for maior q u e u m ( R P B > 1), a tendência será de introduzir t e n s õ e s de c o m p r e s s ã o . Este m e c a n i s m o parece ser a d e q u a d o somente q u a n d o o crescimento do óxido ocorre na interface óxido/metal, devido à migração d e íons de oxigênio. O s óxidos f o r m a d o s na interface óxido/gás não p o d e m d e s e n v o l v e r este tipo d e t e n s ã o , devido a diferenças volumétricas entre o metal e o óxido [7]. Se R P B é m e n o r que u m ( R P B < 1), a t e n d ê n c i a será de introduzir t e n s õ e s de tração. Geralmente, nos sistemas o n d e R P B < 1, não há f o r m a ç ã o de óxidos protetores [7]. 16 b) Tensões epitaxiais O primeiro óxido a s e formar s o b r e uma superfície metálica t e m u m a relação epitaxial c o m este substrato. Esta relação entre os parâmetros d e rede do metal e d o óxido, faz c o m que t e n s õ e s sejam g e r a d a s . camada de mecanismo óxido de cresce, geração as de tensões tensões epitaxiais tem uma são À medida q u e a reduzidas. influência Este significativa, provavelmente, para curtos períodos de o x i d a ç ã o e/ou baixas t e m p e r a t u r a s de oxidação [7]. c) Variação de composição na liga e no óxido A variação na c o m p o s i ç ã o pode resultar e m t e n s õ e s de crescimento devido a vários fatores. A alteração no parâmetro d e rede da liga q u a n d o , u m ou mais elementos, s ã o e m p o b r e c i d o s pela oxidação seletiva, p o d e gerar t e n s õ e s , e, t a m b é m , modificar a c o m p o s i ç ã o d o óxido. A dissolução de oxigênio e m metais, tais como, tántalo e niobio, q u e t ê m g r a n d e solubilidade para o oxigênio, p o d e resultar no desenvolvimento de t e n s õ e s . De maneira similar, as variações volumétricas a s s o c i a d a s à oxidação interna, o u à f o r m a ç ã o de carbonetos, p o d e m resultar e m t e n s õ e s , e m algumas ligas [7]. 17 d) Tensões por defeitos puntiformes A s t e n s õ e s p o d e m ser g e r a d a s nas c a m a d a s de óxido q u e a p r e s e n t e m g r a n d e s desvios d a estequiometria, por e x e m p l o , o FeO, possui um gradiente de defeitos puntiformes ao longo da c a m a d a de óxido, que resulta e m variação no parâmetro de rede através do óxido. T a m b é m , os metais, q u e se o x i d a m pela migração de cátions, p o d e m desenvolver u m gradiente de vacâncias através do substrato. A variação nos parâmetros d e rede produzida por este gradiente, devido a relaxação d e t e n s õ e s e m torno das v a c â n c i a s p o d e resultar e m t e n s õ e s no substrato. S e g u n d o Handcock e Hurst apud Birks e Meier [7], as vacâncias p o d e m ser u m a fonte para o alívio d e tensões. A s vacâncias t e n d e m a precipitar como vazios na interface óxido-metal e nos contornos de grãos do substrato. O efeito mais importante das vacâncias, parece ser a diminuição da área de contato entre o óxido e o metal pela f o r m a ç ã o de vazios [7]. e) Formação de um óxido dentro do óxido pré-formado A migração de íons e m direção aos contornos de grão d o óxido e através de microfissuras p o d e gerar t e n s õ e s de c o m p r e s s ã o no interior d o óxido, s e houver a f o r m a ç ã o d e u m óxido dentro do óxido pré-formado. A possibilidade de f o r m a ç ã o de u m óxido dentro de u m óxido pré-formado é uma q u e s t ã o ainda não c o m p l e t a m e n t e esclarecida [7]. f) Tensões de recristalização A recristalização na camada de óxido pode causar desenvolvimento de tensões. Contudo, este fenômeno parece aliviar as tensões de crescimento ao invés de gerá-las. Um caso similar, no qual a geração de tensões foi verificada, aconteceu na oxidação de ligas Fe-Cr com grãos finos. O crescimento de grão na liga foi observado pela ruptura da camada de Cr203, localmente, e produzia nódulos espessos de óxidos ricos em Fe. A oxidação de uma liga com tamanho de grão grosseiro produzia uma camada contínua de Cr203, sem nódulos [7]. g) Geometria da amostra A geometria da amostra é um fator importante pois, á medida que, a oxidação prossegue, a parte metálica diminui e a área da interface metal/óxido torna-se menor e de forma irregular. Portanto, quando a velocidade de reação for expressa como, ganho de peso por unidade de área, e considerando-se como constante, o valor inicial de área superficial da amostra, são gerados pequenos erros que podem, ser significativos [7]. QOMiSbAC KAC.CK*L Ct. fcNtKtííA MüCLEAR/SP Irt' 19 2.4.4. M e c a n i s m o s d e O x i d a ç ã o para Metais Puros S o b A t m o s f e r a O x i d a n t e A reação d e g a s e s oxidantes simples c o m metais p o d e envolver u m g r a n d e número de f e n ô m e n o s e processos parciais. ilustrados na figura 5. A l g u n s aspectos principais estão S e n d o a superfície do metal livre de defeitos, a e t a p a inicial na interação, é a a d s o r ç ã o do oxidante na superfície (figura 5a). Em e x p o s i ç õ e s subsequentes s ã o f o r m a d o s núcleos iniciais d o s produtos d e reação. Eles sempre c r e s c e m lateralmente para produzir u m filme contínuo, q u e c o b r e toda a superfície d o metal (figura 5b). A o m e s m o t e m p o o oxidante dissolve-se no substrato metálico numa p r o p o r ç ã o determinada pela solubilidade e difusividade do oxidante no metal. O filme c o n t i n u o separa o metal do gás oxidante, s e n d o a reação s u b s e q u e n t e determinada pela disponibilidade de oxidante na atmosfera ambiente, e a taxa de transporte dos reagentes o u elétrons através d o filme (figura 5c) [9]. A t e m p e r a t u r a s baixas, o crescimento do filme pode, para muitos metais seguir a e q u a ç ã o de velocidade do tipo logarítmica. A temperaturas elevadas, a reação procede através do processo d e transporte termicamente ativado. filme Se o o u c a m a d a dos produtos de reação, permanecer d e n s o e contínuo, as reações s e r ã o g o v e r n a d a s pelo transporte por difusão d e reagentes e/ou elétrons através da c a m a d a de produtos d e reação. c a m a d a d e óxido. A s c a m a d a s finas c r e s c e m através da C o m o as trajetórias de difusão a u m e n t a m c o m o a u m e n t o da e s p e s s u r a d a c a m a d a de óxido, a velocidade da reação diminui c o m o t e m p o [9]. Este m e c a n i s m o de difusão e m sólidos conduz a outros m e c a n i s m o s , tais c o m o , a d i f u s ã o através da rede e ao longo dos contornos d e grão, e outras trajetórias mais fáceis de difusão. muitos fenômenos adicionais Durante o crescimento da c a m a d a de óxido, e processos secundários podem ocorrer. D e p e n d e n d o d o m e c a n i s m o de crescimento; cavidades e poros f e c h a d o s p o d e m desenvolver-se na c a m a d a de óxido e no metal (figura 5d) [9]. 20 Tensões grandes podem também conduzir a fratura da c a m a d a d e óxido. causar deformações plásticas, ou Se ocorrerem fraturas repetidas, as c a m a d a s de óxido p e r d e m a c a p a c i d a d e d e proteção (figura 5e). Em tais c a s o s , as reações p o d e r ã o ser g o v e r n a d a s pela difusão através de uma c a m a d a de óxido (produto da reação) d e e s p e s s u r a a p r o x i m a d a m e n t e constante, o u pela reação de contornos d e fase. A oxidação, q u e é linear c o m o t e m p o , é n o r m a l m e n t e o b s e r v a d a para este tipo d e c o m p o r t a m e n t o de reação. D e p e n d e n d o do sistema metal-gás investigado e das c o n d i ç õ e s de reação, outros processos p o d e m ser observados. Esses p o d e m envolver, a f o r m a ç ã o de produtos de reação, q u e p o d e m ser líquidos o u q u e e v a p o r e m c o n t i n u a m e n t e [9]. 21 02(g) /ox O 0^0 o 02(g) (b) ^ ^ / Adsorção Nucleação do óxido + crescimento ^ Dissolução de oxigênio Crescimento de Filme/Óxido Oxidação Interna (C) 02(g) ^P^feí^. (d) Cavidades Porosidade Microtrincas (e) Microtrincas Possível fusão de fases do óxido Figura 5: Ilustração esquemática do f e n ô m e n o e processo da reação de metais sob atmosfera oxidante, por exemplo, oxigênio [9]. 22 2.5. Oxidação de Ferro e Ligas de Ferro A oxidação do ferro leva à f o r m a ç ã o d e três óxidos: F e O (wustita), Fe304 (magnetita) e FeiOz (hematita). O s três tipos p o d e m ser e n c o n t r a d o s juntos, sob certas condições, q u a n d o o ferro é aquecido ao ar o u oxigênio. Experiências têm m o s t r a d o que q u a n d o o ferro p u r o é aquecido na faixa de temperatura de 4 0 0 a 1200°C, sob 1 atmosfera de oxigênio, a c a m a d a de óxido q u e se forma t e m p e r a t u r a s superiores a 6 2 5 ° C é essencialmente de F e O ( 9 8 % ) . Wustita não é estável abaixo de 575°C e, o principal óxido q u e se f o r m a a inferiores a 4 0 0 ° C é FB^OA. oxigênio. temperaturas A baixas temperaturas, o Fe203 t a m b é m é f o r m a d o . A velocidade d e o x i d a ç ã o do ferro a 200°C s e g u e parabólica. a aproximadamente uma lei A figura 6 representa, e s q u e m á t i c a m e n t e , a o x i d a ç ã o do ferro sob A c a m a d a de óxido consiste de c a m a d a s de três tipos d e óxido. O óxido mais rico e m metal (FeO) forma-se mais próximo à superficie metálica e o mais pobre (FeaOs), mais distante da superfície metálica. Em termos de e s p e s s u r a da c a m a d a , a de Fe203 é a mais fina. O m e c a n i s m o de o x i d a ç ã o a alta temperatura é diferente do m e c a n i s m o a baixa temperatura. A b a i x o d e 570°C, a velocidade de o x i d a ç ã o total é d a d a pela velocidade de crescimento d o fe^OA e n q u a n t o u m a c a m a d a de F e O é formada s o m e n t e c o m o u m a película muito fina na interface primeira camada/ferro. Para aços d e baixa liga, uma lei de velocidade parabólica p r e d o m i n a acima d e 200°C e uma lei de velocidade logarítmica, abaixo d e 2 0 0 ° C . A velocidade de o x i d a ç ã o parabólica para a o x i d a ç ã o do ferro é causada pela difusão de íons d e metal através da c a m a d a de "óxido mais interna", isto é, F e O . A rápida f o r m a ç ã o do F e O q u a n d o o ferro puro é oxidado p o d e ser retardada, ligando-se o ferro c o m u m e l e m e n t o que oxida preferencialmente sobre a superfície da liga, e impede o contato entre o óxido de ferro e o ferro. P e q u e n a s adições d e molibdênio ao ferro r e d u z e m a velocidade de o x i d a ç ã o a 1000°C. três c a m a d a s distintas, u m a c a m a d a A e s c a m a desta liga consiste de mais externa de Fe203, uma camada 23 intermediária de M0O2. FB^OA e uma camada mais interna de óxido misto contendo Ligas de ferro com cromo são propensas à formação de espinéiio. Em aços contendo cromo há também a formação predominante de Cr203, se a temperatura de oxidação não for muito alta. O mecanismo de oxidação dos aços contendo cromo é bem complicado pelo fato de que além dos três óxidos de ferro, FeO, Fe203, e Fe304, também aparece o Cr203 na camada de óxido [8,10]. Hematita Ferro Fe FejOí Oxigênio FejOj Figura 6: Representação e s q u e m á t i c a da oxidação do ferro sob oxigênio [10]. 24 2.6. Oxidação de Ligas Ferro - Cromo Birks e Meier [7], e s t u d a r a m a oxidação de ligas Fe-Cr, variando o conteúdo de c r o m o na liga. C o m baixos teores de c r o m o , tanto óxidos ricos e m cromo como ferro, f o r m a m - s e na superfície d o metal (figura 7a). c o n t e ú d o de c r o m o , o movimento dos íons de Fe^* são Aumentando-se o progressivamente bloqueados pelo FeCr204 e a c a m a d a do óxido F e O torna-se mais fina c o m relação a e s p e s s u r a de c a m a d a d o óxido Fe304 (figura 7b). Neste estágio, a velocidade de reação é ligeiramente mais rápida e s e m e l h a n t e a do ferro puro. Q u a n d o a u m e n t a - s e mais o conteúdo d e c r o m o , uma c a m a d a d e espinéiio misto Fe(Fe,Cr)204 é f o r m a d a e a velocidade de reação é menor (figura 7c). A p a r e n t e m e n t e , íons d e ferro t e m maior mobilidade neste óxido, do q u e íons de Cr^*. S e n d o q u e , para longos t e m p o s p o d e ser e n c o n t r a d o na superfície externa da c a m a d a de óxido, óxido de ferro puro. Neste caso, a velocidade de reação é controlada pela difusão de íons de ferro através de c a m a d a s internas do espinéiio misto. Para c o n c e n t r a ç õ e s mais elevadas de c r o m o u m a c a m a d a externa Cr203 é formada, e c o m isso, ocorre redução na velocidade de reação. de U m óxido protetor, pode ser obtido no sistema Fe-Cr q u a n d o o conteúdo de c r o m o for superior a 2 0 % ( e m peso). A p e s a r do e l e v a d o conteúdo de cromo, a p ó s longos períodos e m t e m p e r a t u r a s elevadas, por e x e m p l o , uma liga Fe-25Cr oxidada a 1150°C por 2 4 horas, e v e n t u a l m e n t e , devido a difusão rápida de íons d e ferro através do óxido de Cr203, p o d e aparecer uma c a m a d a externa de ferro puro. 25 o O O o o o O O o o o ^ o o o o o Figura 7: Diagrama e s q u e m á t i c o da oxidação de ligas Ferro-Cromo: (a) Fe-5Cr, (b) F e - 1 0 C r e (c) Fe-15Cr [7]. 26 3. EFEITO DAS ELEMENTOS TERRAS-RARAS SOBRE A E OXIDAÇÃO DE OUTROS DE LIGAS FORMADORAS DE CROMIA 3.1 Terras-raras Conforme recomendações da comissão de nomenclatura de química inorgânica da l U P A C ( International Union of Pure and Applied Chemistry), o termo terras-raras é utilizado para designar o lantânio, os lantanidios, o escandio e o itrio. Os dois últimos elementos são classificados j u n t o c o m os lantanidios, e m f u n ç ã o das semelhanças nas propriedades químicas [12-15]. Pode-se afirmar q u e a expressão terras-raras é inadequada, pois os e l e m e n t o s que c o m p õ e m este grupo não são terrosos, e n e m raros. A razão desta d e n o m i n a ç ã o é histórica. A descoberta destes elementos ocorreu e m minerais q u e , na época, e r a m considerados raros, e t a m b é m porque e s t a v a m na forma de óxido, que era d e n o m i n a d o terra [12,13]. O termo lantanídeos (Ln) serve para designar os quatorze elementos q u e s e g u e m o lantânio (La) na tabela periódica e nos quais os quatorze elétrons 4f são, sucessivamente, adicionados à configuração do lantânio. O termo série do lantânio, serve para designar o elemento lantânio junto c o m os lantanídeos. P o r é m , o que se observa na prática é o e m p r e g o do termo lantanídeos para os quinze elementos entre o lantânio e o lutécio, números atômicos entre 57 e 7 1 . Estes elementos o c u p a m a p e n a s u m lugar do grupo IIIB da tabela [12,15]. periódica 27 A família das terras-raras divide-se em dois sub-grupos, que são, terras-raras leves ou céricas e terras-raras p e s a d a s o u itricas. Os termos leves e p e s a d a s estão relacionados c o m os p e s o s atômicos d o s elementos e, os termos, céricas ou ítricas, c o m a ocorrência destes na natureza. O s u b - g r u p o terras-raras leves ou céricas é c o m p o s t o pelos elementos de n ú m e r o a t ô m i c o (Z) entre 57 e 6 4 , lantânio e gadolíneo, respectivamente,que são os mais leves entre o s lantanídeos. Estes o c o r r e m a s s o c i a d o s nos minerais nos quais a predominância é do elemento cério. O s u b - g r u p o de terras-raras p e s a d a s ou ítricas é c o m p o s t o pelo escandio, Z = 2 1 ; itrio, Z = 3 9 e pelos lantanídeos d e Z entre 65 e 71 - térbio e lutécio, respectivamente, q u e são considerados p e s a d o s . Estes o c o r r e m a s s o c i a d o s nos minerais o n d e a predominância é do e l e m e n t o itrio, apesar deste não ser "pesado". Existe u m a outra divisão que considera a l é m d o s s u b - g r u p o s leves e pesados, t a m b é m as terras-raras médias. Este s u b - g r u p o seria c o m p o s t o pelos elementos entre samarlo e gadolinio, c o m Z entre 62 e 6 4 , respectivamente [12,13,15]. O itrio (Y,Z=39) apresenta raio iônico próximo ao do elemento érbio (0,89 e 0,88lA, respectivamente). A p e s a r de ser mais leve que muitos lantanídeos aparece, n o r m a l m e n t e associado aos e l e m e n t o s considerados mais p e s a d o s da série, q u e são o s elementos entre o térbio e o lutécio, de números atômicos entre 65 e 7 1 , respectivamente [12,13,15]. O praseodímio (Pr, Z=59), foi d e s c o b e r t o e m 1885 por C A . V o n W e i s b a c h por ser u m dos c o m p o n e n t e s d o didímio (praseodímio + neodimio) [13]. O disprósio (Dy, Z=66) foi descoberto e m 1886, seu n o m e v e m da palavra g r e g a d y s p r o s i t o s , que significa difícil d e se obter, por isso, este foi o último elemento d e terras-raras a ser obtido. 28 A química básica e tecnológica dos terras-raras t e v e u m grande avanço c o m o desenvolvimento da energia atômica. A introdução da técnica de troca iónica, foi a principal responsável pelo desenvolvimento da tecnología de s e p a r a ç ã o dos elementos d e terras-raras. Isto ocorre porque estes elementos r e p r e s e n t a m uma considerável fração d o s produtos d e necessário o conhecimento e o domínio de fissão. S e n d o assim, foi m é t o d o s químicos q u e fossem c a p a z e s não só de analisar, mas t a m b é m d e separar u m e l e m e n t o do outro [16]. A s e p a r a ç ã o destes elementos, incluindo sua purificação posterior, é difícil d e v i d o às s e m e l h a n ç a s nas suas propriedades químicas. Por isto, não há u m processo geral de s e p a r a ç ã o aplicável a qualquer caso. Portanto, o mais a d e q u a d o é a utilização d e vários m é t o d o s associados, o n d e cada u m explora a diferença de uma d e t e r m i n a d a propriedade. Entre os vários métodos pode-se citar o s mais clássicos c o m o oxi-redução, cristalização e precipitação fracionadas e os mais modernos c o m o , extração por solvente e troca iônica [17]. 3.2. Propriedades Químicas e Físicas das Terras=Raras Uma característica intrínseca dos elementos d e terras-raras é a similaridade d e suas propriedades químicas, atribuída às suas configurações eletrônicas. De fato, para entendermos da as propriedades e, c o n s e q u e n t e m e n t e , o porque dificuldade na s e p a r a ç ã o destes elementos, precisamos saber um pouco de sua estrutura eletrônica. A configuração eletrônica d o s lantanídeos difere no n ú m e r o de elétrons no nível 4r, o valor de n variando entre O para o lantânio, e 14, para o lutécio, pois o orbital f só se completa c o m 14 elétrons [16,17]. 29 O p r e e n c h i m e n t o da c a m a d a ou subnível 4f é feito d e tal maneira q u e os sete primeiros elementos (cério a gadolinio) possuem elétrons com paralelos, e n q u a n t o que os e l e m e n t o s seguintes (térbio a lutécio) elétrons c o m spins antiparalelos. explica a existência da Esta o r d e m periodicidade nas spins adicionam de preenchimento d a s c a m a d a s propriedades das terras-raras, e p r o m o v e u m a base física para a subdivisão na família, e m g r u p o s d e terras-raras céricas e terras-raras ítricas. Na configuração eletrônica d o s elementos p o d e m o s notar q u e o subnível 4f está na c a m a d a interna da estrutura eletrônica, e n q u a n t o que os subníveis 5d e 6 s e s t ã o nas c a m a d a s mais externas. ao subnível 4f. Este arranjo proporciona uma "blindagem" Esta "proteção" explica p o r q u e as propriedades são parecidas. Q u a l q u e r u m d o s 15 e l e m e n t o s apresenta três elétrons de valência e, c o m o os elétrons do subnível 4f não participam da ligação, o número destes não afeta diretamente as propriedades dos elementos. Portanto, todos o s lantanídeos são trivalentes, sendo q u e alguns p o d e m apresentar outros e s t a d o s d e oxidação [13]. A maioria d a s propriedades físicas dos lantanídeos, como v o l u m e atômico, ponto de fusão, dureza, e x p a n s ã o térmica, calor específico e compressibilidade, sofrem uma pequena e sistemática variação. Somente as propriedades m a g n é t i c a s e o espectro atômico são sensíveis ao número de elétrons 4 f [13,18]. 30 3.3. Efeito das Terras-Raras Sobre a Oxidação de Ligas Formadoras de Cromia V á r i o s e s t u d o s t ê m sido realizados sobre o efeito de terras-raras oxidação de ligas f o r m a d o r a s de cromia. na A tabela I, apresenta os raios atômicos e iónicos dos e l e m e n t o s q u e serão utilizados no decorrer deste trabalho, para c o m isso facilitar a c o m p r e e n s ã o d o s processos d e difusão dos íons através do óxido superficial. A seguir, será exposta a revisão bibliográfica sobre a adição de terras-raras em ligas Fe-Cr, Ni-Cr e Co-Cr, pois estas apresentam c o m p o r t a m e n t o s similares. T a b e l a I: Valores dos raios iónicos e atômicos dos elementos (em A n g s t r o n s ) . Elemento Raio Iônico Raio A t ô m i c o Fe 0,63 1,26 Cr 0,64 1,30 Y 0,89 1,78 Pr 1,01 1,83 Dy 0,91 1,77 O estudo da adição de terras-raras c o m o C e e Y às ligas metálicas para reduzir as velocidades d e oxidação e, t a m b é m , prevenir a e s c a m a ç ã o d o óxido, teve sua origem na d é c a d a de 6 0 , c o m as ligas Fe-Cr-AI-Y, q u e p o s s u e m notável resistência à o x i d a ç ã o a temperaturas e l e v a d a s . A s terras-raras t ê m sido adicionadas às ligas na forma elementar, na forma d e d i s p e r s ã o d e s e u s óxidos o u ainda, aplicadas superficialmente sobre o substrato metálico. terras-raras estão entre os mais estáveis t e r m o d i n a m i c a m e n t e . O s óxidos de Por essa razão, p r o m o v e m u m alto nível de proteção, q u a n d o aplicados como revestimentos ao substrato d e ligas metálicas utilizadas a temperaturas elevadas [3]. Existem vários m é t o d o s d e aplicação d e revestimentos contendo terrasraras e entre eles estão, a s técnicas d e sol-gel ou aplicações por spray. O recobrimento superficial t e m c o m o v a n t a g e m o baixo custo d o processo, a facilidade d e aplicação, a l é m de não modificar a microestrutura d a liga [19]. Vários m e c a n i s m o s f o r a m propostos para explicar a s melhorias propiciadas pala adição de e l e m e n t o s c o m o Hf, Zr, C e e Y o u u m a d i s p e r s ã o de seus óxidos, p o r é m ainda s e m u m c o n c e n s o . Nestes m e c a n i s m o s as terras-raras: (a) a t u a m c o m o sitios preferenciais para a nucleação d e óxidos [5,20]; (b) modificam a estrutura d o óxido, c o m o p o r exemplo, t a m a n h o d e grão, textura e s e g r e g a ç ã o , e desta forma, as t e n s õ e s na c a m a d a d e óxido e a s velocidades de difusão [5,21,22]; (c) evitam o a c ú m u l o d e número d e vazios na interface metal/óxido [5,21,22]; (d) f o r m a m u m a c a m a d a intermediária d e óxido, contendo elementos reativos, tais como, Y2O3 e ZrOa, q u e a t u a m c o m o barreira à difusão [5,21]; (e) modificam as propriedades mecânicas dos óxidos [5,21,23,24-27,28]; (f) p r o m o v e m efeito d e e n c h a v e t a m e n t o m e c â n i c o [29-31]; (g) alteram o m e c a n i s m o de crescimento d o óxido q u e passa d e difusão p r e d o m i n a n t e m e n t e catiônica para p r e d o m i n a n t e m e n t e aniônica [3,4,6,22,24-26,28,32-36]. Hou e Stringer [3] estudaram o c o m p o r t a m e n t o d e oxidação de ligas C o - 1 5 % C r , C o - 2 5 % C r e N i - 2 5 % C r ( e m peso) recobertas c o m óxidos d e C a O , CeOs, Y2O3, La203, Hf02 e Zr02, a 1 0 0 0 e 1100°C sob atmosfera d e O2. Concluíram q u e , o papel d o s óxidos depositados superficialmente era atuar c o m o barreira ao transporte d e oxigênio. C o n s t a t a r a m q u e o s recobrimentos mais eficientes para a liga Ni-25%Cr, formadora d e cromia, f o r a m Y2O3, La203 e Ce02. Seus efeitos, f o r a m : (a) redução d a velocidade d e crescimento d o óxido; (b) a u m e n t o da aderência da c a m a d a d e óxido; (c) eliminação d a formação d e uma c a m a d a fina d e NiO sobre a c a m a d a d e Cr203, pela o x i d a ç ã o seletiva do c r o m o ; (d) alteração d o m e c a n i s m o de crescimento d a c a m a d a d e óxido. t a m b é m q u e para a liga Co-15%Cr, q u e , normalmente, Verificaram n ã o forma camada protetora, n e n h u m d o s recobrimentos mostrou qualquer efeito sobre a oxidação. 32 Pieraggi e R a p p [6], e s t u d a r a m o crescimento de óxido d e cromo e m , cromo puro, ligas Fe-Cr, Ni-Cr e Co-Cr, q u a n d o d o p a d a s c o m e l e m e n t o s reativos, c o m o por exemplo, Y e Ce. Para o estudo, p r o p u s e r a m u m a explicação alternativa b a s e a d a e m reações interfaciais para a cinética de crescimento do óxido de cromo c o m adição de elementos reativos. Os dois m e c a n i s m o s limitantes para o crescimento do óxido, o primeiro por difusão catiônica e o s e g u n d o por difusão aniônica, e n v o l v e m reações interfaciais. Para a m b o s os m e c a n i s m o s , os defeitos pontuais que possibilitam a difusão dos reagentes iónicos, são criados na interface e m crescimento, e aniquilados na interface oposta c o m o u m produto d e reação. Desta forma, uma análise geral das cinéticas d e crescimento d o óxido, levou e m conta as etapas interfaciais a s s o c i a d a s com a difusão através do óxido q u e está crescendo. Se a difusão envolve s o m e n t e uma espécie iônica, três etapas d e v e m ser consideradas: (i) r e a ç ã o interfacial interna; (ii) difusão através do óxido e (iii) reação interfacial externa. Pieraggi e Rapp, utilizaram e q u a ç õ e s de velocidade para interfaces planares e m o s t r a r a m que, a inibição e o bloqueio d e uma das reações interfaciais, diminui a velocidade de reação total. Mostraram t a m b é m q u e , para difusão simultânea de ânions e cátions, a inibição d e uma das etapas interfaciais diminui ou virtualmente cessa o crescimento d o óxido. Por e x e m p l o , a completa inibição da e t a p a de reação interfacial catiônica, permite o crescimento do óxido somente pela difusão d e ânions. Hou e Shui [37], e s t u d a r a m ligas Co-15Cr, C o - 1 5 C r - 1 T i e Co-15Cr-1Si, submetidas a uma pré-oxidação interna. Nos ensaios posteriores de oxidação, o b s e r v a r a m q u e as ligas pré-tratadas oxidaram-se a v e l o c i d a d e s muito inferiores ás das ligas não tratadas e d e s e n v o l v e r a m o C r 2 0 3 , i n d e p e n d e n t e m e n t e distribuição ou do t a m a n h o d a s partículas dispersas. da Os resultados obtidos m o s t r a r a m o efeito significativo do Si, que havia sido incorporado á liga na forma d e c o n t a m i n a ç ã o durante a pré-oxidação, sobre a oxidação seletiva do cromo. Os autores sugeriram q u e o silício atua como absorvedor de oxigênio e, desta forma, ajuda a estabilizar o CraOs. .OWÍiSSAO . A C I G N H DF F N t H G l A m,CLEAR/SP 33 Smegill [4], e s t u d o u a o x i d a ç ã o d e ligas Ni-20Cr-12AI-0,1Y ou 1Hf e Fe-25Cr-4AI-0,1Y, e verificou q u e as ligas contendo Y a p r e s e n t a v a m minúsculos "pegs" na interface metal/óxido e excelente aderência da camada oxidada. Porém, a s ligas Fe-Cr-AI, s e m a d i ç ã o e Fe-Cr-AI-Hf a p r e s e n t a r a m "pegs" grandes e p o u c a aderência. t o d a s as ligas. o mecanismo Os autores o b s e r v a r a m poros na interface metal/óxido e m A s s i m , nem o efeito sobre a aderência da c a m a d a de óxido, n e m de enchavetamento mecânico foram esclarecidos. Porém, s u g e r i r a m q u e a boa aderência da c a m a d a d e óxido estaria ligada à reação do itrio c o m o enxofre, b a s e a d o s nos resultados de q u e ligas c o m baixíssimo teor de enxofre m a n t i n h a m boa aderência d a c a m a d a , m e s m o s e m a adição de Itrio. Przybyiski e G a r r a t - R e e d [38], e s t u d a r a m a o x i d a ç ã o da liga C o - 4 5 C r e C o - 4 5 C r implantada c o m 2 x 1 0 ^ ® íons Y/cm^ e o b s e r v a r a m q u e a velocidade de o x i d a ç ã o na liga implantada diminui e m torno de 100 v e z e s a l O O O X , atmosfera d e oxigênio puro. crescimento Também do Cr203 m u d o u d e difusão observaram que o mecanismo predominantemente catiônica sob de para p r e d o m i n a n t e m e n t e aniônica, e q u e a difusão ocorria via contornos de grão do óxido. Atribuíram o fato à s e g r e g a ç ã o de Y nos contornos de grão. Huntz [15], e s t u d o u ligas M-Cr-AI-Y f o r m a d o r a s de AI2O3, o n d e M = F e , Co o u Ni, e sugeriu dois m e c a n i s m o s : (a) o Y^", q u e t e m raio iônico maior que Al^*, aprisionaria as lacunas de Al e diminuiria a difusão catiônica e (b) o Y^"" se precipitaria ou segregaría aos contornos de grão no óxido. Com isso, modificariam as velocidades relativas de difusão dos íons do alumínio e do oxigênio. T a m b é m sugeriu q u e a causa do a u m e n t o da aderência de AI2O3 seria a c o m p e t i ç ã o entre a difusão d o oxigênio e d o alumínio. Entretanto, não excluiu a possibilidade de atuação do m e c a n i s m o de e n c h a v e t a m e n t o mecânico. 34 P a p a i a c o v o u e Hussey [39], e s t u d a r a m a oxidação d e ligas Fe-20Cr, F e - 2 0 C r - 0 , 0 7 8 C e e Fe-20Cr recobertas c o m 4 n m de CeOa e o b s e r v a r a m q u e na liga F e - 2 0 C r - 0 , 0 7 8 C e o teor de C e detectado no óxido variava c o m o t e m p o , constatando q u e , a l é m de inclusões d e CeOa, a l g u m C e estaria presente na liga e m s o l u ç ã o sólida. crescimento O b s e r v a r a m t a m b é m q u e , na liga recoberta, o m e c a n i s m o de mudava de difusão p r e d o m i n a n t e m e n t e aniônica. CeOa presentes predominantemente catiônica para Isto seria devido ao fato de q u e as partículas d e no óxido e nos contornos d e grão bloqueariam a difusão catiônica, f a z e n d o c o m q u e o transporte de oxigênio se tornasse p r e d o m i n a n t e . Roy e Seal [40] estudaram a o x i d a ç ã o d o AISI 321 c o m e s e m recobrimento de CeOa. O b s e r v a r a m q u e , na amostra recoberta c o m CeOz, ocorria r e d u ç ã o da velocidade de o x i d a ç ã o e aumento na aderência da c a m a d a de óxido. O C e foi detectado concentrado na interface óxido/gás. Os autores sugeriram q u e as partículas de CeOa atuariam c o m o fonte de íons de Ce'** q u e s e g r e g a r i a m nos contornos de grão do óxido, p r o m o v e r i a m t a m b é m a nucleação de grão de óxido, impedindo-os de crescer demais, pela incorporação dessas partículas nos contornos de grão. R h y s - J o n e s e Grabke [41], e s t u d a r a m a oxidação de ligas de Fe-Cr c o m teor d e Ce o u CeOz variando de 0,0001 a 1 % e c o m teores de Cr entre 10 e 2 0 % . O b s e r v a r a m q u e a influência de Ce ou CeOa aumentava c o m o teor de C e e q u e sua presença e m ligas Fe-Cr diminuía o t e m p o necessário para formar uma c a m a d a protetora contínua d e óxido, o que poderia ser atribuído à f o r m a ç ã o de óxidos d e Ce, a l é m da cromia. O s autores sugeriram que a presença d e CeOa nos contornos de grão d e CraOs seria a responsável pela diminuição da difusão de cromo via curto circuito. aumentava C o m isso, concluíram que a presença de enxofre a velocidade de crescimento da c a m a d a de óxido e t a m b é m a aderência da c a m a d a d e óxido. O C e reduzia o efeito do enxofre possivelmente pela f o r m a ç ã o de sulfeto ou de oxi-sulfeto d e cério. 35 Cotell e Yurek [42,43], e s t u d a r a m a oxidação de cromo puro e implantado c o m d o s e s d e 2 x 10^^ e 1 x 10^ íons d e Y/cm^ [42] e 2 x 10^^ íons d e Y/cm^ [43] e concluíram q u e a s e g r e g a ç ã o de cátions Y^" nos contornos de grão de CraOa reduzia a difusão do Cr^* via contornos de grão, reduzindo assim a velocidade de oxidação. O b s e r v a r a m q u e , q u a n d o a concentração de Y^"" nos contornos de grão era suficientemente alta, a velocidade de transporte do Cr^* era menor q u e a do O^" e, neste caso, haveria inversão do m e c a n i s m o de oxidação e a velocidade de oxidação passaria a d e p e n d e r da velocidade de difusão dos anions O^". F u n k e n b u s c h e Smeggil [44], e s t u d a r a m a oxidação de ligas NiCrAI c o m adição de 0,1 e 0 , 3 % Y; 0,15 e 0 , 4 5 % de Y2S3; 0 , 1 5 % de Y2S3 + 0 , 1 % Y e 0 , 4 5 % Y2S3 + 0 , 3 % Y. A s a m o s t r a s f o r a m o x i d a d a s a t e m p e r a t u r a s entre 800 e 1000°G. Verificaram q u e , a adição de Y preveniu a e s c a m a ç ã o da liga, e a de sulfeto de itrio (Y2S3) provocou escamação e, quando Y e Y2S3, f o r a m s i m u l t a n e a m e n t e foi o b s e r v a d a uma boa aderência do óxido. adicionados Concluíram q u e , a adição de elementos reativos melhora a aderência do óxido, a adição de Y2S3 causa a e s c a m a ç ã o , atribuída a uma d e c o m p o s i ç ã o do sulfeto, q u e a u m e n t o u o c o n t e ú d o d e enxofre na liga. Q u a n d o Y era adicionado simultaneamente c o m Y2S3 o itrio reagia c o m enxofre reduzindo a segregação de enxofre e restaurando a boa aderência da c a m a d a . Moon [45], e s t u d o u a adição de elementos reativos para melhorar a f o r m a ç ã o d e c a m a d a s protetoras e m ligas utilizadas a t e m p e r a t u r a s elevadas. Concluiu q u e , a adição d e elementos reativos contribui e m vários m e c a n i s m o s d e oxidação. Entre eles estão, nucleação d e e s c a m a s e m partículas de óxidos de elementos reativos na superfície d o substrato, favorecendo a f o r m a ç ã o de uma camada protetora; inibindo a difusão d e cátions pelos contornos de grãos, ocorrendo a segregação de e l e m e n t o s reativos, e a fratura da c a m a d a protetora é inibida através das modificações da propriedades d e transportes. Porém, o autor necessita d o desenvolvimento d e novas técnicas para c o m p r o v a ç ã o mecanismos. de tais 36 Przybyiski e Yurek [46], e s t u d a r a m a oxidação de uma liga C o - 4 5 % Cr implantado c o m elevado c o n t e ú d o d e Y. Verificaram q u e , a e s c a m a formada na liga implantada c o m íons era de a p r o x i m a d a m e n t e 1 0 % da espessura daquela f o r m a d a na liga não implantada. O t a m a n h o de g r ã o d o óxido na interface metal/óxido é o m e s m o e m a m b o s os casos. Ele a u m e n t a na direção da interface óxido/oxigênio no caso da liga não implantada, mas p e r m a n e c e constante no caso da liga implantada. Acredita-se q u e e s s e s efeitos s ã o devido à s e g r e g a ç ã o de itrio nos contornos de g r ã o d o óxido, inibindo o seu crescimento. Y a n g e W e i s c h [47], e s t u d a r a m a microestrutura do óxido formada e m ligas Ni-20%Cr, nas quais foi implantado itrio. f a v o r e c e u a formação d e óxido de cromo. Verificaram q u e , a implantação não O óxido era o m e s m o da liga não implantada, mas sua a d e s ã o era significativamente melhor na liga implantada. O itrio estava concentrado na c a m a d a de CraOs perto da interface óxido/metal e a cromia tinha u m t a m a n h o de grão mais fino do que na liga n ã o implantada e t a m b é m , tinha poucos poros. Hussey e G r a h a m [27], e s t u d a r a m a oxidação de ligas Cr puro, Fe-26Cr, Fe-16Cr e Ni-25Cr recobertas c o m óxidos de Y2S3, CeOa, LaaOa, C a O , HfOa e SC2O3 a 9 0 0 ° C . Verificaram q u e a eficiência d o recobrimento dependia da natureza da terra-rara. Os recobrimentos de Y e Ce f o r a m os q u e p r o m o v e r a m a menor redução na taxa de oxidação e o recobrimento c o m Y2S3 foi o m e n o s eficiente. Também observaram p r e d o m i n a n t e m e n t e aniônico. que o crescimento da cromia era Concluíram q u e a existência d a s terras-raras nos contornos de grão do óxido, geralmente, c o m o óxido binario da forma (TR)Cr03, fornecia uma fonte de íons de terras-raras. A s s i m , a difusão de cátions Cr era impedida, e n q u a n t o que, a difusão de ânions O continuava. Isso pode explicar t a m b é m , o porque da scandia não ser eficiente, pois, forma solução sólida, a qual não fornece íons de terras-raras suficientes para o contorno de grão do óxido. 37 Pint [48], e s t u d o u os m e c a n i s m o s propostos para explicar a influência das adições de terras-raras e m ligas f o r m a d o r a s de cromia. Entre eles, estão, (1) a melhoria da aderência da e s c a m a o u resistência a e s c a m a ç ã o , (2) a m u d a n ç a no m e c a n i s m o de crescimento da e s c a m a , (3) a redução da taxa de oxidação e (4) a modificação na microestrutura da e s c a m a . Para estes e s t u d o s f o r a m utilizadas técnicas analíticas a v a n ç a d a s , tais como, espectroscopia secundários (SIMS), microscopia de varredura Auger de massa d e (SAM) eletrônica de transmissão por e m i s s ã o de c a m p o ( F E G - S T E M ) . e ions microscopia Verificaram q u e , os efeitos dos e l e m e n t o s reativos na f o r m a ç ã o de c a m a d a s protetoras de cromia e a l u m i n a p o d e m ser explicados pela s e g r e g a ç ã o na interface metal/óxido dos íons de terras-raras e, nos contornos d e grão do óxido. Evidências experimentais m o s t r a r a m que os elementos reativos s e g r e g a m nessas interfaces, difundindo do substrato metálico para a interface gás/óxido. A segregação de íons de terras-raras na interface metal/óxido inibe o crescimento d e vazios interfaciais, m e l h o r a n d o desta forma a a d e r ê n c i a do óxido. C o m a difusão através dos c o n t o r n o s de grão, íons de terras-raras inibem o transporte de cátions. Nagai et al [49], e s t u d a r a m a resistência à oxidação isotérmica a 1273, 1323 e 1373K e m ar, das ligas Fe-20Cr preparadas por metalurgia do pó c o m adição de 1 % e m p e s o de óxidos de Y2O3, LaaOa, TÍO2, SÍO2, C r 2 0 3 e s e m óxidos dispersos, e t a m b é m ligas F e - 2 0 C r preparadas por fusão. Concluíram q u e , o c o m p o r t a m e n t o de oxidação a p ó s 2 0 horas a 1273, 1323K e superiores a 10 horas a 1373K, era explicado genericamente de três formas. Diferenças significativas n ã o f o r a m verificadas entre as taxas de oxidação de ligas c o m TÍO2, CraOs, e s e m óxidos dispersos. liga Fe-20Cr, A adição de AI2O3 reduziu ligeiramente a taxa de o x i d a ç ã o da enquanto que, as significativamente a t a x a de o x i d a ç ã o . adições de La203 e Y2O3 reduziram O comportamento da oxidação após 10 horas a 1373K exibiu uma taxa d e o x i d a ç ã o acelerada, exceto para as ligas c o m L a 2 0 3 e Y2O3, q u e mostraram e x c e l e n t e resistência à oxidação. Pelos resultados, verificaram que não há evidências dos óxidos dispersos a c u m u l a d o s na interface óxido/metal. Os resultados d e microanálise por íons (IMA), na e s c a m a de C r 2 0 3 , 38 e m c o m b i n a ç ã o c o m os resultados de microanálise por microssonda eletrônica ( E P M A ) , s u g e r e m q u e , há óxidos dispersos na e s c a m a de CraOs. A s ligas p r e p a r a d a s por metalurgia do pó usadas neste trabalho, mostraram u m t a m a n h o de grão mais fino e uma melhor resistência á oxidação, do que as preparadas pelo processo de fusão a arco. Esses resultados, s u g e r e m q u e o t a m a n h o de grão da liga é u m fator importante na resistência á oxidação. Contudo, o t a m a n h o de grão d a s ligas não era d e p e n d e n t e dos tipos de óxidos dispersos, o que sugeriu que, ele não é u m fator crítico para melhorar a resistência á oxidação. Wolff et al [50], e s t u d a r a m ligas Fe-40Cr e Fe-35Cr-5AI às quais f o r a m adicionadas rutênio (Ru) e metais de termogravimétricas e potenciodinâmicas. terras-raras (REM), usando técnicas F o r a m utilizadas t a m b é m , microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de energia dispersiva (EDS) para análise d a s s e c ç õ e s transversais das amostras. O óxido f o r m a d o sobre a superfície foi analisado por difração de raios X ( D R X ) . resistência à oxidação nas ligas Fe-35Cr-5AI, Verificaram q u e , a boa ocorreu devido a: (i) um estabelecimento rápido de uma c a m a d a protetora de óxido de alumínio estável nos estágios iniciais de oxidação e (ii) o desenvolvimento de uma c a m a d a de óxido d e cromo secundário, para t e m p o s longos de oxidação. Concluíram q u e , as ligas c o m 0 , 2 % e m peso de Ru p r o m o v e r a m a f o r m a ç ã o de u m a c a m a d a rica e m cromo na interface do substrato. Nas ligas Fe-35Cr-5AI, os resultados mostraram q u e a resistência à oxidação melhorava devido a segregação de Ru na c a m a d a de óxido de alumínio. Na liga Fe-40Cr, a adição de Ru estava associada a uma taxa de o x i d a ç ã o inicialmente elevada e u m a u m e n t o na tendência a e s c a m a ç ã o das amostras. A adição de metais de terras-raras, como 0,05% em peso m i s c h m e t a l , na liga Fe-35Cr-5AI, t a m b é m diminuiu a taxa de oxidação. estudos gravimétricos isotérmicos a 1200°C, mostraram q u e uma elevada à oxidação era inerente a níveis e l e v a d o s de cromo. de Os resistência A s ligas c o m A l , entretanto, m o s t r a m que a quantidade de Al parece ser eficiente para u m a u m e n t o na resistência à oxidação. Logo, a resistência à oxidação d e p e n d e de uma quantidade suficiente de alumínio para promover uma c a m a d a de AI2O3 estável na 39 superfície da amostra, durante os estágios transientes iniciais de oxidação, e o desenvolvimento d e uma c a m a d a d e óxido d e cromo secundário. C o m relação os ensaios potenciodinâmicos, na liga F e - 4 0 C r foi feita a substituição de 5 % e m peso de Cr por 5 % e m peso de A l , m o s t r a n d o que essa substituição teve u m efeito benéfico na resistência à corrosão e m meio a q u o s o c o m 1 0 % H2SO4, e c o n d u z i u a uma resistência a pitting inferior, e m u m a solução de 3,5% NaCI. Tsai et al [51], estudaram o m e c a n i s m o de crescimento de óxidos de CraOs e m ligas Ni-30Cr, c o m e s e m implantação de itrio. Determinaram a difusibilidade do O^^ e C r ^ tanto no volume, c o m o através dos contornos de grão. Os perfis de concentração f o r a m determinados por S I M S e os ensaios realizados a 800 e 900°C sob pressões de oxigênio d e 0,25, 1 e 2 atm. Verificaram q u e , s e m adição de itrio o coeficiente de difusão d o oxigênio é próximo ao do cromo; mas o coeficiente de difusão de cromo é maior do que o do oxigênio no contorno de grão. A presença de ¡trio no óxido de CrsOs diminui insignificantemente a difusibilidade no contorno de g r ã o do O^^ e C r ^ , mas a u m e n t a a difusão na rede de oxigênio. A constante de o x i d a ç ã o parabólica calculada pelos d a d o s de difusão, de acordo c o m a teoria de W a g n e r , era próxima à experimental, determinada pelo ensaio de cinética de oxidação. Concluíram q u e , o crescimento do óxido de CraOa é controlado pela difusão tanto do oxigênio como de cromo para as ligas implantadas e implantadas, principalmente, pela difusão no contorno de grão. não A presença d e itrio no óxido a u m e n t a a difusão do oxigênio, mas diminui a difusão nos contornos de grão do oxigênio. A implantação de itrio na liga Ni-Cr diminui a taxa de o x i d a ç ã o na liga. Tsuzi [52], estudou a oxidação isotérmica a 1000 e 1100°C de ligas Fe-24Cr c o n t e n d o 0 , 0 6 3 % Y e 0,87%Y ( e m peso). A s observações morfológicas da interface substrato-óxido foram feitas por MEV. Verificou que p e q u e n a s adições de itrio reduziam a taxa de oxidação e q u e a adição de 0,063%Y era suficiente para produzir u m efeito benéfico. A s ligas s e m adição de Y m o s t r a m e s c a m a ç ã o excessiva dos óxidos durante o resfriamento á temperatura ambiente. O 40 c o m p o r t a m e n t o d a o x i d a ç ã o isotérmica d a s ligas c o m 0 , 0 6 3 % Y e 0,87%Y para 4 0 horas a 1000 e 1100°C foi s e m e l h a n t e . Por difração de raios X verificou q u e as e s c a m a s f o r m a d a s nas ligas e r a m e s s e n c i a l m e n t e d e CraOa. Por microanálise ( E D S ) , detectou Y e m vários pontos na s e c ç ã o transversal da e s c a m a , nas ligas c o m 0,87%Y. N ã o foi d e t e c t a d o Y nas e s c a m a s d a s ligas c o m 0,063%Y. N e n h u m a e s c a m a ç ã o foi o b s e r v a d a n a s ligas c o m 0,87%Y, m e s m o e m e n s a i o s d e o x i d a ç ã o a 1100°C por 4 0 horas. Realizou t a m b é m , e n s a i o s para determinar a direção de crescimento d a s e s c a m a s d a s ligas c o m 0,063 e 0,87%Y, oxidadas a 1150°C por 70 horas, utilizando m a r c a d o r e s d e platina d e 1 5 ^ m d e diâmetro q u e e r a m envolvidos pelo óxido de CraOa. C o m p a r a n d o a posição original dos m a r c a d o r e s d e platina, c o m a profundidade da e s c a m a , p ô d e determinar a direção d o crescimento d a e s c a m a . O ponto no qual o m a r c a d o r de platina entra e m c o n t a c t o c o m a superfície d a amostra na o x i d a ç ã o é localizado no interior d o óxido, na liga c o m 0 , 0 6 3 % Y e mais e x t e r n a m e n t e na liga c o m 0,87%Y. A posição d o s m a r c a d o r e s na liga c o m 0,063%Y, c o m p a r a d a c o m a da liga c o m 0,87%Y, indica q u e os m e c a n i s m o s d e crescimento d a s e s c a m a s d o óxido n e s s a s ligas s ã o diferentes. Verificou t a m b é m , por o b s e r v a ç õ e s morfológicas q u e a interface substrato-óxido a p r e s e n t a v a cavidades na liga c o m 0,063%Y, q u e era c a u s a d a pela e s c a m a ç ã o parcial. C a v i d a d e s não f o r a m o b s e r v a d a s na interface substrato- óxido na liga c o m 0,87%Y e vazios concéntricos c o m partículas d e Y2O3 f o r a m o b s e r v a d o s no substrato d a liga. Esses v a z i o s indicaram q u e partículas d o óxido interno agiam c o m o ponto d e partida preferencial para o e x c e s s o d e vacâncias, q u e c o n d e n s a v a m para f o r m a r vazios na interface substrato-óxido. C o m isso, conclui q u e , a forma d e trinca na e s c a m a d o óxido f o r m a d o nas ligas sem a d i ç ã o d e Y, durante os ensaios isotérmicos a 1000°C, reduzia a qualidade d e proteção nos estágios iniciais de o x i d a ç ã o . A resistência á o x i d a ç ã o isotérmica nas ligas c o m 0,063 e 0,87%Y a 1000 e 1100°C por 4 0 horas e r a m próximas; q u a n d o as ligas c o m 0 , 0 6 3 % Y e r a m o x i d a d a s por longos períodos, a s e s c a m a s d o óxido se s o l t a v a m parcialmente d u r a n t e o resfriamento á t e m p e r a t u r a ambiente. Isto acredita-se ser, devido às c a v i d a d e s f o r m a d a s na interface substrato-óxido e, a a d e r ê n c i a d o óxido na liga c o m 0,87%Y era e x c e s s i v a m e n t e melhor, e n e n h u m a 41 c a v i d a d e era formada na interface substrato-óxido m e s m o depois de 40 Inoras exposta a 1100°C. Sigler [53], e s t u d o u o c o m p o r t a m e n t o de o x i d a ç ã o de ligas Fe-20Cr c o m adição de terras-raras (0,010 a 0 , 6 7 % e m peso) e titânio (0,15 e 0 , 4 5 % e m peso), sob atmosfera d e gás d e e x a u s t ã o sintético (N2 + H2O + CO2). O s ensaios de o x i d a ç ã o foram realizados entre 9 5 0 ° C e 6 5 0 ° C por t e m p o s superiores a 336 horas. A p ó s a oxidação, as amostras e r a m p e s a d a s . Uma atmosfera de g á s de exaustão sintético ( 1 2 % CO2; 1 3 , 4 % H2O e 7 4 , 6 % N2) foi usada para t o d o s os ensaios, exceto e m u m no q u a l usou-se ar. Verificou q u e , entre 900 e 750°C, as terras-raras não t ê m efeito nas taxas de crescimento d o óxido, enquanto q u e , as taxas d e crescimento a u m e n t a m c o m a c o n c e n t r a ç ã o d e Ti. A s taxas de crescimento do óxido para as ligas c o m terras-raras, a 800 e 750°C são muito menores do que as encontradas na literatura Fe-20Cr ou Cr puro sob atmosfera rica e m O2. para a oxidação de ligas A t e m p e r a t u r a s < 700°C, as ligas Fe-20Cr apresentam crescimento e l e v a d o de óxido d e Fe, contudo, isto p o d e ser suprimido pela adição de terras-raras ou titânio. Para assegurar a boa aderência d o óxido, pode-se eliminar o enxofre livre pela adição de elementos reativos, q u e c a p t u r e m o enxofre. T a n t o o titânio, c o m o as terras-raras p o d e m ser usados para capturar enxofre, mas as terras-raras s ã o mais eficientes. Para aplicações e m conversores catalíticos automotivos, para otimização dos c o m p o n e n t e s da liga, pode-se utilizar terras-raras para melhorar a aderência e uma p e q u e n a quantidade de titânio para suprimir o crescimento dos óxidos ricos e m Fe. Concluiu q u e , e m ensaios de oxidação e m ligas Fe-20Cr sob atmosfera de gás d e exaustão sintético, o material t e m boa resistência à oxidação a temperaturas entre 7 5 0 e 850°C; as taxas de crescimento do óxido para ligas c o m terras-raras em ambientes ricos e m H2O e r a m significativamente menores, c o m p a r a d a s às dos aços inoxidáveis ou Cr puro e m a m b i e n t e s ricos e m O2; as ligas contendo titânio, entretanto, mostraram taxas de crescimento elevadas; a 7 0 0 ° C e a t e m p e r a t u r a s inferiores, as ligas F e - 2 0 C r f o r m a m óxidos ricos e m Fe, q u e p o d e m levar a uma oxidação prematura; tanto as terras-raras como o titânio, inibem esta forma de 42 oxidação, sendo o titânio o mais efetivo. Para assegurar a boa aderência do óxido nessas ligas, uma adição de e l e m e n t o s reativos foi necessária para capturar enxofre. O titânio p o d e ser adicionado e m níveis suficientes para enxofre, b e m c o m o , todo o O, N e C nas ligas. capturar A s terras-raras p o d e m ser adicionadas e m níveis suficientes para capturar enxofre, b e m c o m o , t o d o oxigênio. o A s ligas ideais para aplicações e m c o n v e r s o r e s , p o d e m conter terras- raras para a boa aderência do óxido e uma p e q u e n a q u a n t i d a d e de titânio para suprimir o crescimento de óxidos ricos e m Fe, a t e m p e r a t u r a s baixas. Hou et al [54], e s t u d a r a m a influência de recobrimentos no c o m p o r t a m e n t o da o x i d a ç ã o de ligas Fe-20Cr-5Al, a 1100 e 1200°C. Os recobrimentos c o m óxidos de Y, Zr, Hf e Ce convertidos e m nitrato e r a m aplicados sobre a superfície da liga Fe-18Cr-5AI. ( e m peso). escamados Preparou-se t a m b é m por f u s ã o uma liga contendo 1 % Hf A caracterização d a s amostras foi feita por MEV, e os analisados por DRX. Em microssonda eletrônica A u g e r (SAM). alguns casos, utilizou-se óxidos também Concluíram q u e , a adição de e l e m e n t o s reativos, c o m o e l e m e n t o de liga, melhora consideravelmente a aderência e s c a m a de AI2O3. da Os óxidos d e e l e m e n t o s reativos, aplicados superficialmente, na forma de recobrimento, não m o s t r a r a m efeito benéfico, e m todos os casos, c o m relação à aderência da e s c a m a . desenvolveu-se com e x t r e m a m e n t e rugosa. o tempo de Uma e l e v a d a rugosidade do óxido, oxidação, resultando em uma superfície G r a n d e s rugosidades f o r a m o b s e r v a d a s nas amostras recobertas c o m La e Ce, c o m p a r a d a s ás recobertas c o m Zr, Hf e Ca. Verificaram t a m b é m q u e , t o d a s as ligas d e s e n v o l v e r a m e s c a m a s aderentes. A interface metal/óxido da liga Fe-Cr-AI consiste de uma mistura d e regiões lisas e rugosas o n d e os óxidos e r a m d e p o s i t a d o s . óxidos d e e l e m e n t o s A interface nas amostras recobertas c o m reativos era q u a s e sempre lisa, c o m p e q u e n a s ocasionais de regiões rugosas no depósito do óxido. camada fina de enxofre era detectada na áreas E m todos os c a s o s , uma interface. A eficiência recobrimentos é drasticamente diferente entre as ligas f o r m a d o r a s de dos AI2O3 e CraOs. Isto s e deve ao fato d e q u e o s elementos reativos a g e m diferentemente sobre a aderência da e s c a m a . S m e g g i l e S h u k u s [55], e s t u d a r a m o c o m p o r t a m e n t o de o x i d a ç ã o a 1050°C por p e r i o d o s d e até 100 horas, de u m a liga Fe-25Cr-4AI modificada pela adição de itrio. O itrio era adicionado a esta liga de três formas: (a) adição metálica, (b) implantação d e ions e (c) c o m o sulfeto de itrio. Verificaram q u e , a liga Fe-Cr-AI, q u a n d o observada à temperatura a m b i e n t e , apresentava rugosidade elevada, c o m fratura extensiva na superfície. planas. A interface metal/óxido mostrava áreas lisas e Nas regiões o n d e ocorreu e s c a m a ç ã o , não foi o b s e r v a d a porosidade na superfície do metal. e m alumínio. A liga Fe-Cr-AI-Y a p ó s a oxidação, a p r e s e n t o u u m óxido rico Observaram t a m b é m na superfície destas ligas partículas na forma de nódulos, ricas e m alumínio e itrio. Por microscopia eletrônica de varredura, da s e c ç ã o transversal da amostra, verificaram q u e esses nódulos e r a m associados ao m e c a n i s m o de "pegging". Nesta liga, foi detectado enxofre e, sua presença, estava associada aos precipitados ricos e m itrio. Nas amostras implantadas c o m itrio, os m e s m o s resultados f o r a m obtidos, porém c o m melhor aderência camada. estas da Concluíram q u e , nas ligas s e m itrio, e s c a m a s rugosas e r a m formadas e fraturavam e sofriam escamação parcial. Apesar da fratura, uma quantidade elevada d e óxido rico e m c r o m o era o b s e r v a d o na superfície do metal. Quando itrio era adicionado à liga, f o r a m o b s e r v a d a s e s c a m a s aderentes e r u p ç õ e s na superfície e do óxido, o c a s i o n a d a s por partículas ricas e m Itrio. Morfológicamente, partículas oxidadas internamente, ricas e m itrio e alumina, e r a m o b s e r v a d a s na interface óxido/metal, b e m c o m o , dentro do próprio metal. A p r e s e n ç a d e enxofre dentro da liga era na forma de precipitados ricos e m itrio. Ramanathan [23], estudou o comportamento inoxidáveis recobertos c o m óxidos de terras-raras. da oxidação de aços Utilizou chapas de aços inoxidáveis AISI 304 e 3 1 0 , nos quais foram depositados sobre a superfície, óxidos de C e , La, Nd, G d e Sm. amostras foram realizados a Os ensaios de oxidação isotérmicos das 900°C por 400 minutos : ; Q M ! S S A 0 IVACiCKíL DF E N t R ü l A numa balança fíiUGLFAP/SF fPfc® 44 termogravimétrica. 50 e 100 horas. horas a 1000°C. Os ensaios de oxidação a 1000°C por periodos de 5, 10, 25, Os ensaios de oxidação cíclicos consistiram de seis ciclos de 20 A caracterização foi feita por M E V e microssonda. Concluiu que, a aplicação superficial de O T R sobre AISI 304 a u m e n t a significativamente a resistência à o x i d a ç ã o isotérmica e cíclica a altas temperaturas. C e foi o mais eficiente e o Gd o m e n o s eficiente. Constatou q u e , o A reduzida influência d o G d sobre a resistência à oxidação de AISI 304 foi atribuída à baixa solubilidade do GdaOs e m s o l u ç õ e s aquosas de nitrato e, c o n s e q u e n t e m e n t e , distribuição não uniforme de GdaOa s o b r e a superfície do AISI 3 0 4 . Nd e La tiveram o m e s m o c o m p o r t a m e n t o , influenciando na f o r m a ç ã o d e u m óxido de CraOa c o m p a c t o e de grãos finos na interface óxido/metal. A reduzida influência do Nd sobre o c o m p o r t a m e n t o d e oxidação cíclico de AISI 304 é, provavelmente, d e v i d o à posição do NdaOs na c a m a d a d e óxido, que inibe a formação de uma c a m a d a compacta de g r ã o s d e óxido e, assim, resulta e m e s c a m a ç ã o . A presença d e C e p r o m o v e u a f o r m a ç ã o de óxido compacto, d e n s o e arredondado sobre a superfície do AISI 304. baixa. T a m b é m , a espessura d o óxido sobre as amostras c o n t e n d o CeOa é O m e c a n i s m o provável pelo qual o CeOa, e e m grau menor, o LaaOa e NdaOs m e l h o r a r a m a resistência à o x i d a ç ã o é o a u m e n t o no n ú m e r o d e sítios de nucleação de óxido superficial, q u e resultou e m f o r m a ç ã o de uma c a m a d a fina d e CraOs c o m g r ã o s p e q u e n o s . O aumento na aderência da escama na p r e s e n ç a de C e foi devido à maior plasticidade do óxido, q u e , por sua vez, é devido aos g r ã o s finos. C o m relação ao AISI 310, recoberto c o m O T R não observou-se alteração significativa no comportamento da oxidação. Foram o b s e r v a d a s somente p e q u e n a s variações no t a m a n h o do óxido. M r o w e c et al [56], e s t u d a r a m o c o m p o r t a m e n t o de o x i d a ç ã o de ligas Co-25Cr-1Al implantadas c o m itrio e lantânio. Os ensaios isotérmicos e cíclicos f o r a m realizados a temperaturas entre 1273 e 1573K a o ar e sob atmosfera d e oxigênio. DRX. A superfície das amostras foi analisada por M E V e sua c o m p o s i ç ã o por O marcadores. mecanismo Para de crescimento determinar a do óxido foi seguido concentração de itrio e por meio lantânio de foram 45 implantados m a r c a d o r e s de ouro, u s a n d o espectroscopia de massa iónica (SIMS) e técnicas de retroespalhamento de Rutherford. O perfil de concentração dos isótopos de oxigênio O^® e O^^ através da c a m a d a , nas e s c a m a s , foi e s t u d a d o por SIMS. Verificaram q u e , a presença de elementos reativos na c a m a d a superficial de materiais f o r m a d o r e s d e cromia e alumina, melhora a aderência da e s c a m a e reduz a taxa de crescimento. Isso o c o r r e u , tanto para as ligas formadoras d e cromia c o n t e n d o itrio, c o m o para as ligas c o m lantânio. No caso das formadoras de alumina, o efeito só foi o b s e r v a d o no caso de materiais d o p a d o s c o m itrio. Salto et al [57], e s t u d a r a m a oxidação a temperaturas e l e v a d a s d e ligas Ni-20Cr, Ni-20Cr-1Si, Ni-20Cr-1Si-0,02Ce, Ni-20Cr-1Si-0,12Ce, Ni-20Cr-1Si-0,034Ce, Ni-20Cr-1Si-0,34Se, Ni-20Cr-1Si-0,47Y, Ni-20Cr-1Si-0,40Er e Ni-20Cr-1Si-0,48La e, t a m b é m , ligas Ni-20Cr-1Si recobertas c o m CeOa. superficialmente O processo de oxidação era analisado pela m u d a n ç a d e massa a temperaturas entre 1273 e 1523 K, ao ar. Os óxidos e r a m identificados por difração óxidos de ralos X. A morfologia dos na liga e a distribuição composicional da s e c ç ã o transversal das ligas, antes e depois, da oxidação e r a m medidas u s a n d o M E V e microssonda. Verificaram q u e , as ligas Ni-20Cr c o m 1%Si t ê m u m a diminuição significativa no g a n h o d e massa. A adição d e C e à liga Ni-20Cr-1Si t e m u m efeito ainda melhor na diminuição da velocidade de oxidação. A s e s c a m a ç õ e s o c o r r e r a m para todas as ligas exceto para a liga Ni-20Cr-1Si0,34Ce. Logo, a adição de C e para a liga Ni-20Cr-1Si, diminui a velocidade de oxidação, e portanto, melhora a nucleação do CraOs. A c a m a d a contínua bloqueia o transporte d e íons de níquel para fora da e s c a m a . O SiOa f a v o r e c e u a formação da c a m a d a de CraOs m a s não age c o m o u m a barreira à difusão, pelo fato do g a n h o de m a s s a da liga Ni-20Cr-1Si-0,02Ce c o m uma c a m a d a contínua de SÍO2, ser maior d o que o da liga Ni-20Cr-1Si-0,33Ce c o m precipitados discretos de SÍO2.. Para as ligas Ni-20Cr-1Si c o m aplicação superficial de CeOa u m a p e r d a de massa significante era o b s e r v a d a . A aplicação de pós de CeOa melhora a aderência d a s e s c a m a s . A vista da s e ç ã o transversal da liga Ni-20Cr-1Si c o m aplicação superficial de CeOa era s e m e l h a n t e à da liga Ni-20Cr-1Si-0,34Ce, 46 indicando que a aplicação superficial de CeOa na liga Ni-20Cr-1Si f a v o r e c e u o efeito "keying-on". também, A morfologia superficial revelou q u e o CraOa era preferencialmente formado perto de partículas de CeOa e q u e o tamanho de g r ã o do CraOa era muito pequeno. A aplicação superficial de CeOa na liga Ni-20Cr-1Si t a m b é m produziu o m e c a n i s m o de e n c h a v e t a m e n t o mecânico. Este fato parece ser a causa da melhora de aderência das e s c a m a s . C o m relação à adição de Se, Y, Er e La, verificaram q u e , a adição de 0,48La à liga Ni-20Cr-1Si melhora consideravelmente a taxa de oxidação, e não se observou e s c a m a ç ã o , exceto no caso d a liga Ni-20Cr-1Se-0,34Si. Malik e Natesan [58], e s t u d a r a m ligas Fe-Cr-Ni e Al c o m dispersões de Y2O3 , q u e f o r a m misturadas e m m o i n h o d e bolas de alta energia. A análise das ligas foi feita por MEV, D R X e microssonda. realizados e m balança termogravimétrica Os ensaios de oxidação f o r a m a 6 5 0 , 8 7 1 , 1000 e 1200°C, com atmosferas de oxigênio, ar, I v o l % C o - CO2 e 4 5 vol % Co - 45 Vol % CO2 - 10 vol % CH4. Concluíram que, a cinética Fe-20Cr-16Ni-4AI-1Y2O3 s e g u e a lei parabólica. fina e c o n t é m A l a . de oxidação da liga A e s c a m a do óxido nesta liga é A constante parabólica para a formação de e s c a m a nesta liga é a p r o x i m a d a m e n t e d u a s ordens de m a g n i t u d e menor d o q u e a do cromo puro. E m t o d o s os experimentos, a e s c a m a era aderente ao substrato e e s c a m a ç ã o do óxido foi observada. nenhuma A presença de Y e x e r c e u influência favorável ao crescimento e aderência das e s c a m a s . Nos estudos de oxidação e m t e m p e r a t u r a s entre 900 e 1100°C d e ligas Fe-Cr, Ni-Cr e Co-Cr contendo terras-raras, a adição destas terras-raras t e m sido feita por três métodos: (i) durante a fusão c o m adição de terra-rara na forma metálica ou como óxido, (ii) c o m o recobrimentos c o m óxidos d e terras-raras ou (iii) por implantação de íons. A s técnicas de caracterização foram: espectroscopia de massa iônica (SIMS), para a verificação d o s perfis de concentração; microscopia de varredura A u g e r (SAM), microscopia eletrônica de transmissão por emissão de c a m p o ( F E G - S T E M ) , microscopia eletrônica d e varredura acoplada a análise por 47 energia dispersiva ( M E V - E D S ) para m a p e a m e n t o dos e l e m e n t o s na c a m a d a de óxido e difração de raios X para a caracterização dos óxidos. Verifica-se t a m b é m , q u e ainda existem divergências sobre os m e c a n i s m o s de atuação d o s elementos de terras-raras, entre eles, o efeito d o e n c h a v e t a m e n t o m e c â n i c o e o fato d a s terras-raras s e g r e g a r e m para os contornos de grão do óxido agindo c o m o u m a barreira à difusão d e cátions, o c o r r e n d o assim, u m a inversão no m e c a n i s m o de oxidação, m u d a n d o de catiônico para aniônico. Portanto, este trabalho, teve como motivação, tentar verificar a interpretação proposta por Pieraggi e R a p p [6], baseada nas reações interfaciais e m ligas binarias de Fe-Cr contendo elementos d e terras-raras Assim sendo, proporcionados pela com o adição intuito de de compreender terras-raras, como melhor Pr e Dy, os efeitos sobre o c o m p o r t a m e n t o de oxidação de ligas f o r m a d o r a s d e cromia, f o r a m realizados estudos utilizando-se duas técnicas de adição de terras-raras as ligas Fe-20Cr. A primeira por adição de terras-raras na forma metálica durante a fusão e a s e g u n d a por m e i o de recobrimentos superficiais pela técnica de sol gel, pois até o m o m e n t o , não t e m sido encontrado na literatura trabalhos q u e e s t u d a r a m a adição dessas terras-raras. Utilizou-se, neste trabalho, técnicas de microscopia eletrônica de varredura acopladas a análise por energia dispersiva e t a m b é m M E V c o m inversão d e i m a g e m para o b s e r v a ç ã o d a s amostras recobertas c o m óxidos de terras-raras. 48 4.0BJETIV0 Os objetivos deste trabalho são: 1 - Estudar a influência da adição de ETR c o m o Y, Pr e Dy s o b r e o c o m p o r t a m e n t o de o x i d a ç ã o de ligas Fe-20Cr; 2 - Verificar o m e c a n i s m o p r e d o m i n a n t e de influência de terras-raras sobre a o x i d a ç ã o de ligas Fe-20Cr, 3 - Considerando a interpretação do Pieraggi e R a p p b a s e a d a sobre difusão das espécies, explicar o crescimento de cromia na presença de ETR [6]. Os itens 1 e 3 constituíram a parte original do trabalho. 49 5.PR0CEDIMENT0 EXPERIMENTAL Neste trabalho foi e s t u d a d o o efeito da adição d e e l e m e n t o s de terras-raras sobre a resistência à oxidação de ligas Fe-Cr. F o r a m utilizados dois processos distintos para efetuar-se as adições: (a) adição de elementos de terras-raras d u r a n t e a fusão e (b) recobrimentos superficiais c o m óxidos de terras-raras. A seguir, estão descritos os procedimentos a d o t a d o s para a preparação das ligas, e amostras, para os ensaios d e oxidação a q u e f o r a m s u b m e t i d a s as amostras e, ainda, os métodos de avaliação utilizados. 5.1.Preparação de Ligas e Amostras 5.1.1.Ligas c o n f e c c i o n a d a s por f u s ã o A s ligas e s t u d a d a s f o r a m c o n f e c c i o n a d a s e m u m f o r n o d e indução a v á c u o no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A m o s t r a s para análise por meio de fluorescência d e raios X (FRX) f o r a m retiradas e m três pontos da liga (base, centro e topo). Tabela A c o m p o s i ç ã o química d e s s a s ligas consta na tabela II. II: C o m p o s i ç ã o química das ligas (% em peso). Determinada por fluorescência de raios X. % de elemento Liga Fe Cr Y Pr Dy Fe-20Cr 82,0 ± 2 , 0 18,0 ± 0 , 4 - - - Fe-20Cr-1Y 79,44 ± 0 , 0 2 19,73 ±0,01 0,834 ± 0 , 0 5 - - Fe-20Cr-0,5Pr 77,1 ± 0 , 2 21,2±0,2 - 0,55 ±0,04 - Fe-20Cr-0,5Dy 76,8 ± 0 , 2 21,7 ± 0 , 2 - - 0,48 ± 0 , 0 3 50 Os lingotes das ligas fundidas f o r a m cortados, obtendo-se pequenas amostras, q u e f o r a m e s m e r i l h a d a s , e lixadas c o m papéis abrasivos até grana 4 0 0 . A s amostras c o m d i m e n s õ e s de, a p r o x i m a d a m e n t e , 1,0cm x 1,0cm x 0,5cm, f o r a m lavadas c o m água e detergente, d e s e n g r a x a d a s e m acetona, secas e p e s a d a s e m balança analítica. Na figura 8 está apresentado o fluxograma das e t a p a s de preparação das ligas e amostras para os ensaios d e oxidação isotérmicos. 5.1.2. L i g a s c o m r e c o b r i m e n t o s s u p e r f i c i a i s d e ó x i d o s d e t e r r a s - r a r a s ( O T R ) A s superficies das ligas Fe-Cr foram recobertas c o m óxidos de terras-raras (OTR) utilizando a técnica de sol-gel [59-63]. Os sóis d e terras-raras f o r a m preparados como u m a dispersão a q u o s a (579 ml) de 60g d e óxidos de terras-raras (Y, Pr e Dy), e m 23,7ml de ácido nítrico (HNO3) e c o m 3 g o t a s d e surfactante não iónico (Arkapal N-090 - Hoechst). Esta solução foi aquecida a 8 0 ° C , sob agitação constante, por 1 hora, seguida de repouso para sedimentar a parte sólida (o sol). Os sóis f o r a m depositados por meio d e j a t e a m e n t e , sobre a superficie de amostras d e Fe-20Cr preparados conforme o procedimento descrito no item 5 . 1 . 1 . Na figura 9 está apresentado o fluxograma d a s etapas d e preparação amostras para os ensaios de oxidação isotérmicos. das 51 Ligas Fundidas Fe-20Cr; Fe-20Cr-1Y; Fe-20Cr-0,5Pr; Fe-20Cr-0,5Dy Corte Esmerilhamento Lixamento até g r a n a 4 0 0 Controle Dimensional 1,0cm X 1,0cm x 0,5 c m L a v a g e m e D e s e n g r a x e c o m ultrassom Secagem P e s a g e m e m balança analítica Ensaios de Oxidação Isotérmicos a 9 0 0 , 1 0 0 0 e 1100°C por 5, 10, 2 0 e 4 0 horas Pesagem Caracterização Microestrutural MEV DRX Figura 8: Fluxograma indicando as etapas d e preparação de amostras das ligas confeccionadas por fusão para os ensaios de oxidação isotérmicos. •ÄMISSAO NACiCNíl LE E N t R Ü I A MÜCLEAP/SP IPU 52 Liga Fundida Fe-20Cr Z3z: Corte IX: Esmerilliamento Lixamento até grana 4 0 0 Controle Dimensional 1,0cm X 1,0cm x 0,5 c m L a v a g e m e Desengraxe c o m ultrassom Secagem Recobrimento pela Técnica Sol-Gel com O T R (Y, Pr e Dy) P e s a g e m e m balança analítica Ensaios de Oxidação Isotérmicos a 900, 1 0 0 0 e 1100°C por 5, 10, 2 0 e 4 0 horas Pesagem Caracterização Microestrutural MEV DRX Figura 9: Fluxograma indicando as e t a p a s de preparação d e amostras das ligas recobertas c o m O T R para os ensaios de oxidação isotérmicos. 53 5.2. Ensaios de Oxidação As amostras das ligas confeccionadas por fusão e recobertas superficialmente c o m O T R , f o r a m s u b m e t i d a s a ensaios de oxidação isotérmica ao ar, e m forno mufla a 900, 1000 e 1100°C, por periodos de 5, 10, 2 0 e 4 0 horas. Para cada ensaio utilizou-se 5 amostras. A resistência à oxidação cíclica das ligas fundidas e recobertas c o m O T R foi determinada através de e n s a i o s cíclicos de oxidação. C a d a ciclo consistiu de a q u e c i m e n t o a 1000°C por 2 horas, seguido de resfriamento até à temperatura ambiente. A s amostras f o r a m p e s a d a s antes e a p ó s cada ciclo. Nas figuras 10 e 11 estão a p r e s e n t a d o s os f l u x o g r a m a s das etapas de preparação d a s ligas e amostras para os ensaios de oxidação cíclicos. 54 Ligas Fundidas Fe-20Cr; Fe-20Cr-1Y; Fe-20Cr-0,5Pr; Fe-20Cr-0,5Dy Corte Esmerilhamento Lixamento até g r a n a 4 0 0 Controle Dimensional 1,0cm X 1,0cm x 0,5 c m L a v a g e m e Desengraxe c o m ultrassom Secagem P e s a g e m e m balança analítica Ensaios de Oxidação Cíclicos a 1000°C por 2 horas P e s a g e m após cada ciclo Caracterização Microestrutural r MEV DRX Figura 10: Fluxograma indicando as etapas de preparação de amostras das ligas confeccionadas por fusão para os ensaios de oxidação cíclicos. 55 Liga Fundida Fe-20Cr Corte IX: Esmerilhamento Lixamento até grana 4 0 0 Controle Dimensional 1,0cm X 1,0cm x 0,5 c m L a v a g e m e d e s e n g r a x e c o m ultrassom Secagem ~~r~ Recobrimento pela Técnica Sol-Gel c o m O T R (Y, P r e D y ) P e s a g e m e m balança analítica Ensaios de Oxidação Cíclicos a 1000°C por 2 horas P e s a g e m após cada ciclo Caracterização Microestrutural 1 MEV DRX F i g u r a i 1: Fluxograma indicando as etapas de preparação de amostras da liga Fe-20Cr recoberta c o m O T R para os ensaios de oxidação cíclicos. 56 5.3. Métodos de Avaliação O c o m p o r t a m e n t o de oxidação das ligas foi avaliado por meio de g a n h o de p e s o por unidade de área e m f u n ç ã o do t e m p o de oxidação. F o r a m realizados estudos morfológicos c o m u m microscópio eletrônico de varredura, tanto dos óxidos de terras-raras aplicados ás superficies das ligas, como das superficies a p ó s oxidação. Utilizou-se u m microscópio eletrônico de varredura (MEV) da marca Philips modelo X L 3 0 , acoplado a u m e q u i p a m e n t o d e análise de micro-regiões por energia dispersiva (EDS) da marca EDAX, m o d e l o 9800 Plus, para identificação dos constituintes e dos gradientes de c o m p o s i ç ã o quimica encontrados nos óxidos. As análises de superficies das amostras oxidadas foram efetuadas utilizando-se u m difratômetro de raios X da marca Philips. 5.3.1. Preparação de amostras para m i c r o s c o p i a e análise por meio de EDS A s a m o s t r a s preparadas, para o b s e r v a ç ã o das secções transversais, f o r a m e m b u t i d a s e m resina de cura a frio, lixadas, e, e m seguida, polidas c o m pasta de d i a m a n t e de 9, 6, 3 e 1 ^ m e c o m alumina d e 0,5 | i m . Posteriormente, f o r a m recobertas c o m ouro para o b s e r v a ç ã o no M E V e analisadas via E D S . 57 Para levantar-se os perfis de c o m p o s i ç ã o q u i m i c a na e s p e s s u r a da c a m a d a de óxido f o r a m feitas medidas por meio de E D S , e m vários pontos, d e s d e a interface gás/óxido (g/o) até a interface óxido/metal (o/m). A s a m o s t r a s para o estudo morfológico dos óxidos superficiais f o r m a d o s foram fixadas diretamente no porta-amostra e recobertas com ouro para observação e m microscópio eletrônico de varredura. 5.4= Análises Termogravimétricas Para estes ensaios foram utilizadas amostras confeccionadas por f u s ã o e recobertas c o m O T R . A s amostras c o m d i m e n s õ e s de 2 , 0 m m x 2 , 0 m m x 1 ,Omm f o r a m lixadas e m papéis abrasivos até grana 4 0 0 , lavadas e m á g u a e detergente, d e s e n g r a x a d a s e m acetona e secas. Os ensaios termogravimétricos SHIMADZU TGA - 50H. foram realizados em uma balança A s c o n d i ç õ e s de ensaios termogravimétricos f o r a m 900, 1000 e 1100°C por 420 minutos, sob atmosfera de oxigênio, c o m fluxo d e gás 20ml/min., e taxa de aquecimento 20°C/min.. Para os cálculos da energia de ativação ( E J f o r a m utilizados os seguintes processos: A cinética de reação pode ser descrita como : (Am)2 = k t (5.41) 58 o n d e Am é o g a n h o de peso por unidade de área, t o t e m p o de reação e k é a constante cinética. A c o n s t a n t e cinética é d e p e n d e n t e da temperatura s e g u n d o a e q u a ç ã o d e Arrhenius, —E k = A exp( (X ) RT (5.42) o n d e A é 0 fator de frequência da reação, Ea é a energia d e ativação, R é a constante dos g a s e s e T a temperatura absoluta. A s s i m , c o n h e c e n d o - s e o valor d e k para várias temperaturas, p o d e - s e calcular a energia de ativação a partir de u m gráfico In k e m f u n ç ã o d e 1/T. L o g o , para o cálculo de k, plotou-se os valores Am obtidos nos ensaios e m balança termogravimétrica, pela raiz q u a d r a d a do tempo, para a linearização dos gráficos. A inclinação das retas, k, foi calculado por regressão linear dos dados. O gráfico de Ahrrenius foi construído plotando-se ln k contra o recíproco da t e m p e r a t u r a e m Kelvin. A energia de ativação, E«, foi obtida a partir da e q u a ç ã o de Ahrrenius 1 1 ln k = ~Ea R 1 X — . , + ln k o T (5.43) multiplicando-se o coeficiente R = 8,314 J.K"^mor^ [ 6 4 - 6 9 ] . angular pela constante dos gases, 59 6 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1. Ensaios de Oxidação Isotérmicos 6 . 1 . 1 . Ligas c o m R e c o b r i m e n t o s Superficiais d e O T R 6 . 1 . 1 . 1 . Análise Morfológica A s figuras 12a, 12b e 12c, m o s t r a m micrografias eletrônicas de varredura d a liga Fe-20Cr recoberta c o m óxidos de Y, Dy, e Pr, respectivamente. Podemos observar q u e o gel do óxido de Pr está u n i f o r m e m e n t e distribuido (figura 12c), e n q u a n t o q u e os óxidos de Y e Dy (figuras 12a e 12b) não estão uniformemente distribuidos. A morfología d o s géis d e óxidos de terras-raras varia c o m a natureza d a terra-rara. A figura Podemos 13 mostra observar os resultados dos ensaios isotérmicos q u e , o g a n h o de peso d a s amostras não a 900°C. recobertas e recobertas c o m óxidos de Dy e Y, após 5 horas, é maior q u e o das amostras recobertas com Pr. As figuras 14a, 14b e 14c, mostram as micrografias eletrônicas de varredura d a s superficies d a s ligas d e Fe-20Cr recobertas c o m óxidos de Pr, Y e Dy e, posteriormente, oxidadas a 900°C por 5 horas. O b s e r v a ç õ e s destas amostras por meio d e EDS e D R X m o s t r a m q u e na amostra recoberta c o m óxido de Pr (figura 14a), não foi detectada na superficie, presença de óxidos d e c r o m o e d e ferro, enquanto q u e nas a m o s t r a s recobertas c o m óxidos d e Y e Dy (figuras 14b e 14c), há regiões c o m f o r m a ç ã o de óxido de c r o m o (CraOa), o n d e o recobrimento não teve boa aderência. O c o m p o r t a m e n t o de oxidação das amostras a p ó s 4 0 horas foi similar ao o b s e r v a d o após 5 horas. As amostras recobertas c o m óxido de Pr mostraram o menor a u m e n t o de peso. A figura 15 mostra o c o m p o r t a m e n t o da o x i d a ç ã o a 1000°C. T o d a s as amostras a p r e s e n t a r a m a u m e n t o de peso e m f u n ç ã o d o t e m p o , devido à f o r m a ç ã o 60 d e óxido de cromo. A s a m o s t r a s recobertas c o m óxido d e Pr m o s t r a r a m a maior resistencia à oxidação após 10, 20 e 40 horas. As figuras 16a, 16b e 16c, mostram as micrografias eletrônicas de varredura das superficies das ligas Fe-20Cr recobertas com óxidos de Pr, Y e Dy e, posteriormente, o x i d a d a s a 1000°C por 4 0 horas. A o b s e r v a ç ã o destas a m o s t r a s por meio de E D S e D R X mostrou q u e na a m o s t r a recoberta c o m Pr (figura 16a), o recobrimento continua a p r e s e n t a n d o boa aderência, não s e n d o detectada na superficie, a presença de óxido d e cromo e ferro; e n q u a n t o q u e , nas amostras recobertas c o m Y e Dy (figuras 16b e 16c) o b s e r v a m o s a f o r m a ç ã o d e óxido de cromo (CraOa). A figura 17 mostra o c o m p o r t a m e n t o d a o x i d a ç ã o a 1100°C. A p ó s 10 horas de oxidação somente as amostras não recobertas mostraram aumento significativo no peso. As figuras 18a, 18b e 18c, mostram as micrografias eletrônicas de varredura da superficie das ligas Fe-20Cr recobertas c o m óxidos de Pr, Y e Dy e, posteriormente, o x i d a d a s a 1100°C por 4 0 horas. amostra recoberta c o m óxido de Pr (figura P o d e m o s observar q u e a 18a) continua a p r e s e n t a n d o boa aderência deste óxido, p o r é m , s e observa por E D S e DRX, nas bordas, f o r m a ç ã o de óxido de ferro (FeaOa) (lado e s q u e r d o da foto). A s amostras recobertas c o m óxidos Y e Dy (figuras 18b e 18c ) a p r e s e n t a m regiões c o m óxido de cromo (CraOa) o n d e o recobrimento não teve boa aderência, e t a m b é m , nas b o r d a s , presença de óxido d e ferro (FeaOa). As figuras 19a, 19b e 19c, mostram as micrografias eletrônicas de varredura das s e c ç õ e s transversais das a m o s t r a s o x i d a d a s a 1000°C por 4 0 horas da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxidos d e Pr, Y e Dy, respectivamente, o n d e estão apresentados os gradientes de c o m p o s i ç ã o química nas c a m a d a s de óxido. 61 A n t e s d e iniciar as d i s c u s s õ e s sobre a figura 19, c o n v é m , salientar, q u e nos perfis obtidos por microanálise (EDS), a p r e s e n t a d o s neste trabalho, tanto a p o r c e n t a g e m do e l e m e n t o , quanto a distância entre as interfaces (profundidade), não p o d e m ser consideradas aproximações, em valores absolutos. Assim, para facilitar o a c o m p a n h a m e n t o e l e m e n t o s , na c a m a d a oxidada. os valores das variações são apenas no teor dos O e q u i p a m e n t o não permite a d e t e r m i n a ç ã o exata d a p o r c e n t a g e m do e l e m e n t o e as análises f o r a m e f e t u a d a s e m u m a área e não s ã o , portanto, puntiformes. P o d e m o s observar pela microanálise (EDS) q u e a amostra recoberta c o m óxido d e Pr (figura 19a), na região 1 apresenta e l e v a d o teor d e óxido d e Pr o que evidencia a boa aderência d o recobrimento. N a região 2 n o t a m o s e l e v a d o teor d e óxido d e cromo q u e , por DRX, é do tipo CraOa. Observamos também que a e s p e s s u r a média da c a m a d a de óxido está entre 2,5 e 5 | i m . N a figura 19b, amostra recoberta c o m óxido d e Y, o b s e r v a m o s na região 1 p r e s e n ç a de óxido d e Y e m a l g u m a s regiões. N a região 2 n o t a m o s e l e v a d o teor de óxido d e cromo q u e , por DRX, é d o tipo CraOa. Observamos também que a e s p e s s u r a média d a c a m a d a de óxido está entre 5 e 10 | i m . N a figura 19c, amostra recoberta c o m óxido d e Dy, o b s e r v a m o s na região 1 p r e s e n ç a de óxido d e Dy e m a l g u m a s regiões. Na região 2 notamos e l e v a d o teor d e ó x i d o d e c r o m o q u e , por DRX, é do tipo CrjOs. Observamos também que a e s p e s s u r a média d a c a m a d a de óxido está entre 2,5 e 5 ^ m . C o m p a r a n d o - s e os perfis dos e l e m e n t o s das figuras 19a, 19b e 19c, p o d e m o s observar que o óxido f o r m a d o sob o recobrimento d e óxidos Y, Pr e Dy é do tipo CraOa. Nota-se t a m b é m q u e os recobrimentos c o m óxidos d e terras-raras não s ã o u m a barreira física, pois, são óxidos porosos, q u e permitem o livre a c e s s o d e oxigênio ao substrato. Os poros existentes no recobrimento t a m b é m a j u d a m a aliviar t e n s õ e s criadas neles durante o aquecimento a 1000°C no processo de 62 oxidação. Por esta razão, os recobrimentos ainda e s t a v a m presentes na superficie a p ó s a oxidação. O processo de oxidação pode ocorrer da seguinte forma: o oxigênio p a s s a pelo recobrimento e reage c o m o c r o m o para formar o CraOa. É possível q u e os óxidos d e terras-raras atuem como sitios para nucleação da cromia. Assim, após u m certo período de oxidação, c o m e ç a a se formar uma c a m a d a fina de cromia, c o m óxidos d e terras-raras no seu interior. O crescimento da c a m a d a de cromia é devido a disponibilidade de Cr^* v i n d o do substrato. O óxido de terra-rara q u e está no interior da c a m a d a de cromia, na forma de Cr(TR)03, atua c o m o uma fonte d e íons de terra-rara. d e grão no óxido. Os íons d e terras-raras s e g r e g a m para os contornos A força motriz para a s e g r e g a ç ã o de íons d e terras-raras para os contornos de g r ã o s e m sólidos iónicos, é a redução na energia elástica associada c o m a diferença entre os raios iónicos do soluto e d o solvente (TR e Cr) ( Przybyiski e Yurek [46] ). maiores q u e o d o Cr ( tabela I ). Os raios iónicos do Y, Dy e Pr s ã o muito A s s i m , a força motriz é suficiente para a s e g r e g a ç ã o destas terras-raras a o s contornos d e grão da cromia. Sendo o contorno de grão o c a m i n h o preferencial para íons de Cr e O para o crescimento da cromia, a p r e s e n ç a de íons d e terras-raras nos contornos d e grão, bloqueia o m o v i m e n t o d e Cr^" da interface metal/óxido para a interface óxido/gás. Desta forma, o crescimento da camada d e CraOa é reduzida na presença d e óxidos de terras-raras na superfície. Na superfície d a s amostras o n d e o recobrimento não teve b o a aderência, o crescimento d e CraOa é contínuo. Nas figuras 20a e 20b, micrografias eletrônicas d e varredura da s e c ç ã o transversal da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido de Pr e Dy e posteriormente, oxidada a 1000°C por 4 0 horas, o b s e r v a m o s por meio d e E D S uma c a m a d a de u m óxido, rico e m cromo, sob a c a m a d a d o recobrimento. T a m b é m , verificamos presença d e óxido d e Pr e Dy no interior da c a m a d a d e óxido, pontos claros na micrografia. Isto comprova a presença d e óxido de terra-rara dentro da c a m a d a de cromia, a p ó s a oxidação. O b s e r v a ç õ e s similares f o r a m a p r e s e n t a d a s por 63 P a p a i a c o v o u et al.[39], q u e e s t u d a r a m a oxidação da liga F e - 2 0 C r recoberta c o m CeOa, considerando a c a m a d a d e recobrimento c o m o referência. Observaram q u e , a p ó s 1 minuto de o x i d a ç ã o , a c a m a d a de CeOz concentrava-se na interface metal/óxido e q u e , para t e m p o s m a i o r e s , a p o s i ç ã o da m á x i m a c o n c e n t r a ç ã o d e Ce mudava da interface metal/óxido para o interior da camada oxidada. O b s e r v a r a m t a m b é m q u e , a s partículas de CeOa presentes no óxido e nos c o n t o r n o s de grão, b l o q u e i a m a difusão catiônica, f a z e n d o c o m q u e o transporte d e oxigênio se tornasse p r e d o m i n a n t e . C o m isso, verificamos q u e a concentração de terras-raras no interior do óxido era suficientemente alta, f a z e n d o c o m q u e a velocidade d e difusão d o Cr^"" f o s s e menor q u e a d o O^'. Desta forma, a velocidade d e o x i d a ç ã o p a s s a a d e p e n d e r d a velocidade d e difusão d o s anions O^". C o m p a r a n d o a influência das três terras-raras s o b r e o crescimento da cromia, c o m as razões, raio iônico (TR) / raio iônico (Cr) (tabela IX), verificamos q u e a maior influência é d o Pr, sobre a o x i d a ç ã o da liga, s e n d o q u e para este e l e m e n t o obtivemos o maior valor da razão. Esta o b s e r v a ç ã o está de acordo c o m a d e p e n d ê n c i a da f o r ç a motriz para a s e g r e g a ç ã o d o s íons d e terras-raras para o contorno de grão da cromia, c o m a diferença entre os raios iónicos d o s íons soluto e d o s íons solvente [38]. 64 6.1.1.2. Cinética de O x i d a ç ã o A s figuras 2 1 a , 2 1 b e 21c, m o s t r a m os gráficos d e ensaios isotérmicos d e oxidação a 9 0 0 , 1000 e 1100°C e m balança termogravimétrica d a s ligas não recobertas e recobertas c o m óxidos de Y, Pr e Dy, respectivamente. Por meio d a s curvas foi possível calcular os valores das cinéticas k. A tabela III apresenta as constantes cinéticas da liga não recoberta e das ligas recobertas c o m O T R e m cada t e m p e r a t u r a . oxidação constantes d e diversas ligas, obtidas a partir literatura, estão c o m p i l a d a s na tabela IV. A s constantes cinéticas de de trabalhos apresentados na Verificamos q u e os valores de constantes cinéticas obtidos neste trabalho são próximos dos valores da tabela iV, indicando que o c o m p o r t a m e n t o cinético é parabólico. Tabela III: Cohstantes cinéticas da liga não recoberta e d a s ligas recobertas c o m O T R e m cada t e m p e r a t u r a . k (mg^ X c m ^ x h"^) T(K) 104/T(K') Fe-Cr Fe-Cr rec.Y F e - C r rec.Pr Fe-Cr rec.Dy 1173 8,525 1,17 X 10"^ 4,63x10"^ 3,88x10"* 4,02 X 10"* 1273 7,855 1,84x10"^ 9,50x10^ 7,32x10"* 7,76 X 10"* 1373 7,283 2,33x10"^ 2,24x10"^ 1,02x10-^ 1,25 X 10"^ Lnk Fe-Cr Fe-Cr rec.Y Fe-Cr rec.Pr Fe-Cr rec.Dy -6,745 -7,677 -7,854 -7,820 -6,297 -6,960 -7,220 -7,161 -6,061 -6,101 -6,888 -6,685 65 T a b e l a IV: C o n s t a n t e s cinéticas obtidas na literatura. k(mg' X c m " * x h'') Referência Liga 6 Fe-25Cr 5,3 X IO-" 24 Ni-25Cr 9,0 X 10"* 32 Fe-26Cr-1Hf 2,0 X 10-^ 58 Fe-20Cr-16Ni-4AI-1Y2O3 1,44x10-^ 67 Ni-Cr 6,84 X 10-2 70 Ni-Cr-Y 5,76 X 10-^ O s valores da energia d e ativação, obtida a partir do gráfico d e A r r h e n i u s (figura 22), consta na tabela V. T a b e l a V: Valores d e Energia d e A t i v a ç ã o (E„) para a s ligas recobertas c o m O T R . Liga ÉTíkjTMÕF) Fê^Cr 469,71 Fe-Cr rec.Y 454,85 Fe-Cr r e c . P r 417,52 Fe-Cr rec. Dy 438,72 Verificamos q u e os valores d a s energias d e ativação, obtidos a partir do gráfico d e A r r h e n i u s , f o r a m próximos, indicando q u e o m e c a n i s m o é o m e s m o e m t o d a s as ligas. " --^U ;V . Óxido de Pr , Figura 12: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr, recoberta conn óxidos d e terras-raras (a) Y, (b) Dy e (c) Pr. t e m p o (horas) Figura 13: Gráfico de ensaios isotérmicos a 900°C d e g a n h o de peso por unidade de área e m f u n ç ã o do t e m p o , da liga Fe-20Cr e da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxidos d e terras-raras. ^J. 1 • -«SS» óxido de Y - » l í ^ ' v - ^ ' ' • # " \ ó x i d o de cromo. 67 Cs Figura 14: Micrografia eletrônica de varredura d a liga Fe-20Cr, recoberta com óxidos d e terras-raras: (a) Pr, (b) Y e (c) Dy e oxidada a 9 0 0 ° C por 5 horas. 1000°C 1.2 1.0 0.8 - ID I 0.6 h ^04h 10 20 tempo (horas) AO Figura 15: Gráfico d e e n s a i o s isotérmicos a 1000°C d e g a n h o de peso por unidade de área e m f u n ç ã o d o t e m p o , d a liga Fe-20Cr e d a liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido d e terras-raras. ^,OM(SSAC K A C C N / L Lt t IvlHÜÜ r.ULL c - K / S P iPtv *• 68 Figura 16: Micrografia eletrônica de varredura d a liga Fe-20Cr, recoberta c o m óxidos d e terras-raras: (a) Pr, (b) Y e (c) Dy e oxidada a 1000°C por 4 0 horas. Figura 17: Gráfico d e ensaios isotérmicos a 1100°C d e g a n h o d e p e s o por u n i d a d e de área e m f u n ç ã o do tempo, da liga Fe-20Cr e da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxidos de terras-raras. 69 Figura 18: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr, recoberta com óxidos de terras-raras: (a) Pr, (b) Y e (c) Dy e oxidada a 1 1 0 O X por 4 0 horas. •JOMISSAO KAGiCN/l L F t N L R C ' / rUCLEAR/ü' 70 Recobrimento / {' com OTR i metal; k, 1 ^.1 Profundidade(tim) V SpotMagn Det WD q . 0 k V 4 0 10962X BSE 9.6 RCSjtl' AccV SpotMS 25.0 kV 5.0 3Q ffi-J,lLy AccV SpotMagn 26.0KVe.O 6151X Det WD BSE 10.0 RD^S Figura 19: Micrografia eletrônica de varredura d a s secções transversais d a liga Fe-20Cr e p o r c e n t a g e m d e e l e m e n t o de terras-raras e m função da profundidade da c a m a d a , recoberta c o m óxidos d e terras-raras: (a) Pr, (b) Y e (c) Dy, e oxidada a l O O O X por 4 0 horas 71 4 004 1 16 ^ ' ' X3 . 0 0 Figura 20: Micrografia eletrônica de varredura da cannada de óxido da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido de Pr e Dy oxidada a 1000°C por 4 0 horas. 72 0.016 0.016 900°C Ço.016 • 900°C 2 2 6 4 6 4 8 Tempo (horas) Tempo (horas) 2 1000°C -§,0.020 E, 4 6 Tempo (horas) 8 2 6 4 Tempo (horas) 0.020 0.015 GJ •O feCrnecY | (O lè 20.010 3 ^.005 •o o |o.ooo' 0.000' o o o 1 0.025 - 2 ^ 4 ,. 6 , Tempo (horas) 8 _] I 2 1 I 4 L. 6 Tempo (horas) 2 4 6 Tempo (horas) 1100X 2 6 4 Tempo (horas) E S 0.020 - ,<S 0.000 "—'—'—<• ^ 0 2 4 6 2 Tempo (horas) 4 6 Tempo (horas) Figura 2 1 : Gráfico d e ensaios isotérmicos obtidos e m b a l a n ç a termogravimétrica a 9 0 0 , 1000 e 1100°C, d e g a n h o d e peso por unidade d e área e m f u n ç ã o d o t e m p o , p a r a a liga Fe-20Cr recoberta c o m óxidos d e terras-raras. 2 4 6 Tempo (horas) 2 4 6 Tempo (horas) 8 73 • -6.1 FeCr -•-FeQrecY —+— FeCrrecPr —^r~ FeQrecDy -6.2 -6.3 -6.4 -6.5 S -6.6 -6.7 -6.8 -6.9 -7.0 1 . 7.2 10000/T Figura 2 2 : Gráfico de Arriienius para a liga Fe-20Cr recoberta c o m óxidos de terras-raras. 74 6.1.2.Ligas C o n f e c c i o n a d a s por Fusão 6.1.2.1. Análise Morfológica A s c u r v a s obtidas a partir da oxidação isotérmica a 9 0 0 , 1000 e 1100°C d a s ligas Fe-20Cr, Fe-20Cr-1Y, Fe-20Cr-0,5Pr e F e - 2 0 C r - 0 , 5 D y estão a p r e s e n t a d a s nas figuras 2 3 a , 2 3 b e 23c, respectivamente. P o d e - s e observar q u e , as ligas c o m adição de terras-raras o x i d a m m e n o s q u e as ligas s e m adição. T a m b é m , se obsen/a q u e a liga Fe-20Cr-0,5Pr foi a q u e a p r e s e n t o u menor taxa d e o x i d a ç ã o c o m p a r a d a c o m as d e m a i s . N a figura 24 está apresentada a micrografia eletrônica de varredura da superfície d a liga Fe-20Cr oxidada a 900°C por 4 0 horas. F o r a m efetuadas medidas de D R X e E D S destas superfícies q u e indicaram q u e o óxido f o r m a d o é d e cromo d o tipo Cr203. Na figura 25 está apresentada a micrografia eletrônica de varredura da superfície d a liga Fe-20Cr oxidada a 1000°C por 2 0 horas. A s m e d i d a s de D R X e E D S indicam f o r m a ç ã o d e óxido de cromo (Cr203). A m e s m a o b s e r v a ç ã o foi feita para t e m p o s mais longos. Na figura 26, está apresentada a micrografia eletrônica de varredura da superfície da liga F e - 2 0 C r oxidada a HOO^C por 5 horas. A s m e d i d a s de D R X e E D S indicam f o r m a ç ã o de óxido d e cromo (CrzOa), e, t a m b é m , e m algumas regiões, f o r m a ç ã o de óxido d e ferro (FeaOs). O m e s m o foi o b s e r v a d o para t e m p o s mais longos. Na figura 2 7 a , está apresentada a micrografia eletrônica d e varredura da superfície da liga Fe-20Cr oxidada a 1100°C por 4 0 horas. M e d i d a s de D R X e E D S indicam f o r m a ç ã o d e óxido de cromo (Cr203) e, f o r m a ç ã o de óxido d e ferro (Fe203). A figura 2 7 b mostra a micrografia eletrônica de varredura da secção 75 transversal da amostra. Na figura 27c está apresentada a p o r c e n t a g e m de elemento (Cr.Fe) e m f u n ç ã o da profundidade d a s c a m a d a s , a partir da qual se determinou os gradientes d e c o m p o s i ç ã o química. P o d e m o s observar pelas análises de E D S q u e o teor de ferro no óxido a u m e n t a e m direção á interface gás/óxido (região 1). O teor de cromo atinge s e u máximo junto à interface metal/óxido (regiões 2 e 3). O b s e r v a m o s t a m b é m q u e a e s p e s s u r a da c a m a d a d e óxido varia significativamente, de 25|am a 1,5mm. Nas figuras 28a e 28b, estão apresentadas as micrografias eletrônicas de varredura da superficie da liga Fe-20Cr-1Y oxidada a 9 0 0 ° C , e a 1000°C por 5 horas, respectivamente. formação de óxido d e c r o m o (Cr203). A s m e d i d a s de DRX e E D S indicaram Na liga F e - 2 0 C r - 1 Y oxidada a 1100°C por 5 horas, observa-se t a m b é m f o r m a ç ã o de óxido d e c r o m o ; não h a v e n d o a f o r m a ç ã o de óxido de ferro que foi observada na liga Fe-20Cr nas m e s m a s c o n d i ç õ e s d e ensaio. Na figura 2 9 a , está apresentada a micrografia eletrônica d e varredura da superficie da liga Fe-20Cr-1Y oxidada a 1100°C por 4 0 horas. D R X e E D S indicaram f o r m a ç ã o de óxido de c r o m o (CraOa). A s m e d i d a s de A figura 2 9 b mostra a micrografia eletrônica de varredura da s e c ç ã o transversal da a m o s t r a . Na figura 31c, está representada a p o r c e n t a g e m d e e l e m e n t o (Cr,Fe) e m f u n ç ã o da profundidade das carnadas, a partir d a qual s e determinou o s gradientes de composição. P o d e m o s observar pela análise de E D S que o teor de c r o m o no óxido a u m e n t a e m d i r e ç ã o a interface gás/óxido (regiões 1 e 2), e c o m e ç a a diminuir conforme se aproxima da interface metal/óxido (região 3). Observamos t a m b é m q u e a e s p e s s u r a da c a m a d a de óxido está entre 5 e 10|.im. A figura 3 0 , mostra a micrografia eletrônica d e varredura da superficie da liga Fe-20Cr-0,5Pr o x i d a d a a 900°G por 4 0 horas. indicaram f o r m a ç ã o d e óxido de c r o m o (Cr203). A s medidas de D R X e E D S 76 Na figura 31a, micrografia eletrônica de varredura da superficie d a liga Fe-20Cr-0,5Pr oxidada a 1100°C por 4 0 horas, verificamos por m e d i d a s d e D R X e EDS a f o r m a ç ã o de óxido d e cromo (Cr203). A figura 3 1 b mostra a micrografia eletrônica d e varredura d a s e c ç ã o transversal da a m o s t r a . Na figura 31c, está representada a p o r c e n t a g e m d e e l e m e n t o (Cr,Fe) e m f u n ç ã o d a profundidade d a s c a m a d a s , a partir d a qual s e determinou os gradientes de c o m p o s i ç ã o química. P o d e m o s o b s e r v a r por análise d e E D S q u e o teor d e c r o m o no óxido a u m e n t a e m direção á interface gás/óxido (regiões 1 e 2) e diminui conforme s e a p r o x i m a d a interface metal/óxido (região 3). O b s e r v a m o s p r e s e n ç a d e pontos claros no interior d o óxido q u e e r a m ricos e m Pr, indicando q u e este segrega para o interior da c a m a d a d e óxido. O b s e r v a m o s t a m b é m q u e a e s p e s s u r a d a carnada d e óxido está entre 5 e 1 0 ^ m . N a figura 32, a micrografia eletrônica d e varredura d a superficie d a liga F e - 2 0 C r - 0 , 5 D y oxidada a 9 0 0 X amostras. por 10 horas, observa-se a superficie d a s A s m e d i d a s d e D R X e E D S indicaram f o r m a ç ã o d e óxido d e cromo (Cr203). Na figura 3 3 a , a micrografia eletrônica d e varredura da superficie d a liga Fe-20Cr-0,5Dy o x i d a d a a 1100°C por 4 0 horas, verificamos por m e d i d a s d e D R X e EDS a f o r m a ç ã o d e óxido de c r o m o (CraOs). A figura 3 3 b mostra a micrografia eletrônica d e varredura d a s e c ç ã o transversal d a amostra. Na figura 3 3 c , e s t á representada a p o r c e n t a g e m d e e l e m e n t o (Cr,Fe) e m f u n ç ã o d a profundidade d a s c a m a d a s , a partir d a qual se d e t e r m i n o u os gradientes de c o m p o s i ç ã o química. P o d e m o s observar através de análise via E D S q u e o teor d e c r o m o a u m e n t a e m direção à interface gás/óxido (regiões 1 e 2) e diminui na interface metal/óxido (região 3). O b s e r v a m o s presença d e pontos claros no interior d o óxido q u e e r a m ricos e m Dy, indicando q u e este segrega para o interior d a c a m a d a d e óxido. O b s e r v a m o s t a m b é m q u e a e s p e s s u r a d a c a m a d a d e óxido está entre 3 0 e 4 0 ^ m . 77 Logo, verificamos q u e nas ligas Fe-20Cr s e m a d i ç ã o de terras-raras, inicialmente há a f o r m a ç ã o do óxido de cromo ( C r 2 0 3 ) . Q u a n d o o cromo se e s g o t a , o ferro começa a difundir e forma o óxido d e ferro { F e 2 0 3 ) , o transporte d e a m b o s , Cr e Fe, é catiônico e controla o processo. Q u a n d o terra-rara foi adicionada na forma metálica à liga Fe-20Cr, proporcionou resistencia á e s c a m a ç ã o . um aumento na Verificou-se t a m b é m q u e a adição de elementos de terra-rara favorece a f o r m a ç ã o d e uma c a m a d a rica e m c r o m o próximo a interface metal/óxido. O processo d e o x i d a ç ã o ocorre da seguinte f o r m a : o oxigênio reage c o m o c r o m o para formar o Cr203. para nucleação de c r o m i a . É possível q u e as terras-raras a t u e m c o m o sitios A s s i m , a p ó s u m certo período de o x i d a ç ã o , c o m e ç a a se formar uma c a m a d a fina d e cromia. O crescimento da c a m a d a de cromia é d e v i d o a disponibilidade d e Cr^* vindo do substrato. A terra-rara q u e está no interior da c a m a d a de cromia, na forma de T R C r 0 3 , atua c o m o u m a fonte de íons de terra-rara. óxido. Os ions d e terras-raras s e g r e g a m para os contornos d e grâo no S e n d o o contorno d e g r ã o o c a m i n h o preferencial para íons de Cr e O para o crescimento da cromia, a presença de íons de terras-raras nos contornos de g r ã o , bloqueia o m o v i m e n t o d e Cr^* da interface metal/óxido para a interface óxido/gás. Desta forma, o crescimento da c a m a d a d e Cr203 é reduzida na p r e s e n ç a de terras-raras. A figura 34a, apresenta a micrografia eletrônica de varredura da secção transversal da liga Fe-20Cr-0,5Pr, oxidada a 900°C por 40 horas. Verificamos por m e d i d a s d e E D S , elevada concentração d e Pr nos contornos d e g r ã o da liga, evidenciando q u e houve segregação d e Pr para o contorno de grão. N a figura 34b e 34c, estão a p r e s e n t a d a s as micrografias eletrônicas d e varredura d a s s e c ç õ e s transversais d a s ligas Fe-20Cr-0,5Dy oxidada a 1000°C por 40 horas e Fe-20Cr-1Y oxidada a 1000°C por 4 0 horas, respectivamente. Verificamos por m e d i d a s d e E D S , e l e v a d a concentração d e Dy e Y (figuras 34b e 34c) nos 78 contornos d e grão da liga, evidenciando q u e houve s e g r e g a ç ã o de Dy e Y, respectivamente, para o contorno d e grão. A tabela V I , mostra o t a m a n h o de grão d o s óxidos d a s ligas e m estudo, q u e f o r a m obtidos por meio d e m e d i d a s nas micrografias. C o m p a r a n d o - s e o t a m a n h o d e grão da cromia na liga Fe-20Cr c o m as ligas Fe-20Cr c o m adição de terrasraras, n o t a m o s q u e as ligas c o m a d i ç ã o de terras-raras p o s s u e m menor t a m a n h o d e grão. T a b e l a V I : T a m a n h o d e grão dos óxidos d a s ligas e m estudo. T a m a n h o d e Grão((xm) Liga 9 0 0 ° C x 4 0 horas 1 1 0 O X x 4 0 horas Fe-20Cr 5 25 Fe-20Cr-1Y 1 15 Fe-20Cr-0,5Pr 1 10 Fe=20Cr-0,5Dy 1 10 Este reduzido t a m a n h o d e g r ã o é devido ao bloqueio de s e u crescimento, q u e por s u a vez, o c o r r e u devido a presença de íons d e terras-raras nos contornos d e grão. C o m o a difusão das terras-raras é via contorno d e g r ã o e a d e n s i d a d e dos contornos é maior p a r a g r ã o s p e q u e n o s , a difusão a u m e n t a . 79 A difusão d o Cr t a m b é m é via c o n t o r n o de grão; m a s mais lenta q u e a d a s terras-raras. A s s i m , a c a m a d a de cromia cresce mais lentamente na presença d e terras-raras e se apresenta mais fina. Ela fica, então, mais flexível e, c o n s e q u e n t e m e n t e , as t e n s õ e s nesta c a m a d a são m e n o r e s e esta se torna mais aderente. Esta o b s e r v a ç ã o confirma n o v a m e n t e a s e g r e g a ç ã o d o s íons de terrasraras para o s contornos de grão no oxido d e cromo, similares as o b s e r v a ç õ e s feitas por Pieraggi e R a p p [6], Przybyski e G a r r a t - R e e d [38] Roy e Seal [40], Przybyiski e Yurek [46]. 6.1.2.2. Cinética de O x i d a ç ã o A s figuras 35a, 35b e 35c, m o s t r a m os gráficos d e ensaios isotérmicos de oxidação a 900, 1000 e 1100°C em balança termogravimétrica das ligas Fe-20Cr e F e - 2 0 C r c o m Y, Pr e Dy, respectivamente, c o n f e c c i o n a d a s por fusão. Por m e i o das curvas foi possível calcular os valores d a s cinéticas k. A tabela VII apresenta as constantes c o n f e c c i o n a d a s por f u s ã o e m cada t e m p e r a t u r a . oxidação d e diversas ligas, obtidas literatura, e s t ã o compiladas na tabela a partir IV. cinéticas constantes das ligas A s constantes cinéticas de de trabalhos apresentados na Verificamos q u e o s valores de constantes cinéticas obtidos neste trabalho s ã o próximos dos valores da tabela IV, indicando q u e o c o m p o r t a m e n t o cinético é parabólico. 80 T a b e l a V I I : Constantes cinéticas das ligas confeccionadas por f u s ã o e m cada temperatura. k (mg^ X cm"* x h"") T(K) Fe-Cr Fe-Cr-Y Fe-Cr-Pr Fe-Cr-Dy 1173 8,525 1,31 X 10-^ 9,63 X 10"* 9,22x10"* 9,34 X 10"^ 1273 7,855 1,88 X IO-" 1,27x10-^ 1,11 X IO"" 1,21 x l O " ^ 1373 7,283 2,24x10-^ 1,91 x l O - ^ 1,26x10-' 1,40x10'^ Lnk Fe-Cr Fe-Cr-Y Fe-Cr-Pr Fe-Cr-Dy -6,637 -6,944 -6,988 -6975 -6,276 -6,661 -6,803 -6,712 -6,101 -6,261 -6,676 -6,571 Os valores da energia d e ativação, obtida a partir do gráfico d e Arrhenius (figura 36), consta na tabela VIII. T a b e l a VIM: V a l o r e s de Energia de Ativação (Ea) para as ligas confeccionadas por fusão. Llgã E„(kJ. M o ^ ) FèXr 461,11 Fe-Cr-1Y 435,45 Fe-Cr-0,5Pr 426,21 Fe-Cr-0,5Dy 428,45 81 Verificamos q u e os valores das energias de ativação, obtidos a partir do gráfico d e Arrhenius, f o r a m próximos, indicando q u e o m e c a n i s m o cinético é o m e s m o e m todas a s ligas. 82 0.40 10 20 30 10 tempo (horas) 20 30 tempo (horas) 160 , 1100°C 140 ^ 120 l 1 00 :| 60 3 O ü! 40 _o 20 CD 0 20 _1_ 30 40 tempo (horas) Figura 23:Gráficos d e resultados d e ensaios d e oxidação isotérmicos a: a) 9 0 0 ° C , b) 1000°C e c) 1100°C, de g a n h o d e peso por unidade d e área e m f u n ç ã o d o t e m p o , d a s ligas confeccionadas por fusão. 83 Figura 2 4 : Micrografia eletrônica de varredura d a liga Fe-20Cr oxidada a 900°C por 4 0 horas. Figura 2 5 : Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr oxidada a 1000°C por 2 0 horas. 84 Figura 26: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr oxidada a 1100°C por 5 horas. Figura 2 7 : Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr oxidada 1100°C por 4 0 horas: (a) superficie da amostra, (b) secção transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m d o elemento e m função d a profundidade da c a m a d a . 85 Figura 2 8 : a) Micrografia eletrônica d e varredura da liga Fe-20Cr-1Y oxidada a 900°C por 5 horas, b) Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr-1Y oxidada a 1000°C por 5 horas. AccV SpotMagn 26 O kV 5 0 3082X Det WD BSE ICO Figura 2 9 : a) Micrografia eletrônica d e varredura da liga F e - 2 0 C r - 1 Y oxidada a 1100°C por 4 0 horas: (a) superficie da amostra, (b) secção transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m do elemento e m f u n ç ã o da profundidade da c a m a d a . 86 Figura 30: Micrografia eletrônica de varredura d a liga Fe-20Cr-0,5Pr oxidada a 9 0 0 ° C por 4 0 horas. AccV Spot M 26.0 kV 6 O 2661X Figura 3 1 : a) Micrografia eletrônica d e varredura da liga Fe-20Cr-0,5Pr oxidada a 1100°C por 4 0 horas: (a) superficie d a amostra, (b) s e c ç ã o transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m d o elemento e m função d a profundidade da c a m a d a . ^OMISiAO N A C i C N n DE E N E R G Í A N ü C L E A P / S F H*. 87 Figura 32: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr-0,5Dy oxidada a 9 0 0 ° C por 10 horas. "3 20 profundidadeGim) Figura 33: a) Micrografia eletrônica d e varredura da liga Fe-20Cr-0,5Dy oxidada a I I O O X por 4 0 horas: (a) superficie d a amostra, (b) s e c ç ã o transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m d o elemento e m f u n ç ã o d a profundidade da c a m a d a . 88 AccV SpotMagn 20 0 1 ^ 6 . 0 3600X AccV SpotMagn 20.0 kV 4 O 806x Det WD BSE 9 8 C6 AccV SpotMagn 20.0 kV 4.0 B46x Det WD I BSE 9.9 D67 1 60im Det WD I— BSE 10.3 B45 Figura 3 4 : Micrografia eletrônica de varredura das s e c ç õ e s transversais da: (a) liga Fe-20Cr-0,5Pr, oxidada a 900°C por 4 0 horas, (b) liga Fe-20Cr-0,5Dy, oxidada a 1000°C por 4 0 horas e (c) liga Fe-20Cr-1Y, oxidada a 1000°C por 4 0 horas. 89 0.016 _0.016 900°C 0.012| o 0.014 - 0! 0) 900°C 0.010- 0.008•a 0 . 0 0 6 (U •a - 0.006- 0.0041- 'c T3 2. c I — ° 0.004- ^ 0.002- FeCrO.SPr | 0.002 (D Í3 0.000 2 4 0.000 6 ^ Tempo (horas) 2 o 4 6 I Tempo (horas) 'fe 0 . 0 1 0 o 0.000' O -1 L 2 1 J 4 6 L 2 4 1000°C 8 0.008 0.008 1000°C lOOOX 20.008 6 Tempo (horas) Tempo (horas) •CD 0) T3 0 . 0 0 6 <U IS FeCrlOY '§ 0.004 (O o «0002 •a i 0.000 I Oo O 2 4 6 Tempo (horas) , ¿ L 2 8 4 6 Tempo (horas) • FeCrO.SDy | 0.002 o 2 4 6 Tempo (horas) 1100°C 8 J -1 0.000 . 2 L 4 6 8 Tempo (horas) 0.020 •0.016 o '75' 2f 0 . 0 1 2 •(D Fecn.OY I •D (D :s 0.008 I 0.004 10.000 2 4 6 Tempo (horas) C5 _i O I L 2 4 I L 6 Tempo (horas) Figura 35: Gráficos de ensaios isotérmicos obtidos e m balança termogravimétrica (TGA), a 9 0 0 , 1000 e 1100°C, de g a n h o de peso por unidade de área e m f u n ç ã o do t e m p o , d a s ligas confeccionadas por fusão. c O 0.000 o 2 4 6 Tempo (horas) 2 4 6 Tempo (horas) 8 90 7.2 7.4 7.6 7.8 8.0 8.2 8.4 8.6 10000/7 Figura 3 6 : Gráfico d e Arrhenius d a s ligas confeccionadas por fusão.; 91 6.2. Ensaios Cíclicos 6 . 2 . 1 . Ligas C o n f e c c i o n a d a s por F u s ã o Os ensaios cíclicos t e m por finalidade determinar o nível de proteção d a d o pelo óxido formado, durante ciclagem da t e m p e r a t u r a , o n d e há g e r a ç ã o de t e n s õ e s no óxido d e v i d o a s variações nos coeficientes de e x p a n s ã o térmica do óxido e do substrato. Estão a p r e s e n t a d o s na figura 37 o s resultados d o s ensaios de oxidação cíclicos das Fe-20Cr-0,5Dy. ligas Como Fe-20Cr, Fe-20Cr-1Y, mencionado anteriormente Fe-20Cr-0,5Pr cada ciclo consistia e de oxidação a 1000°C por 2 horas, seguida de resfriamento até a temperatura ambiente. Pode-se observar q u e as ligas c o m a d i ç ã o d e Pr e Dy a p r e s e n t a m as m e n o r e s taxas d e o x i d a ç ã o a p ó s 15 ciclos. A liga Fe-20Cr sofreu e s c a m a ç ã o a p ó s o 6° ciclo. Na figura 38 e s t á apresentada a micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr a p ó s o 5° ciclo de oxidação. Análises de E D S indicaram a p r e s e n ç a de óxido de cromo na superfície da amostra. Na figura 39a, está apresentada a micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr-1Y, a p ó s o 15° ciclo de oxidação. Análises d e E D S indicaram na superfície da a m o s t r a a presença de óxido de c r o m o . A figura 39b mostra a micrografia eletrônica de varredura da s e c ç ã o transversal da amostra. Na figura função da os gradientes de 39c, está apresentada a porcentagem de elemento profundidade da c a m a d a , a partir da qual se determinou composição quimica. P o d e m o s observar por m e i o d a s análises via E D S q u e o óxido f o r m a d o é d e cromia. 0,5 e 1 | i m . em O b s e r v a m o s q u e a e s p e s s u r a da c a m a d a está entre 92 Na figura 4 0 a , está apresentada a micrografia eletrônica d e varredura da liga Fe-20Cr-0,5Pr liga, após o 15° ciclo de oxidação. A n á l i s e s de E D S indicaram na superfície da amostra a presença de óxido de cromo. A figura 4 0 b mostra a micrografia eletrônica de varredura da s e c ç ã o transversal da amostra. Na figura função da os gradientes de 40c, profundidade está apresentada a porcentagem de elemento da c a m a d a , a partir da qual se d e t e r m i n o u c o m p o s i ç ã o química. em P o d e m o s observar por meio d a s análises vía E D S q u e o óxido f o r m a d o é de cromia. O b s e r v a m o s q u e a e s p e s s u r a da c a m a d a está entre 0,5 e 1 fim. Na figura 4 1 está a p r e s e n t a d a a micrografia eletrônica de varredura da liga F e - 2 0 C r - 0 , 5 D y a p ó s o 15° ciclo de oxidação. A n á l i s e s de E D S indicaram na superfície da amostra a p r e s e n ç a de óxido de c r o m o . A figura 4 1 b mostra a micrografia eletrônica de varredura da s e c ç ã o transversal d a amostra. Na figura 4 1 c , está apresentada a p o r c e n t a g e m d e e l e m e n t o e m f u n ç ã o da p r o f u n d i d a d e da c a m a d a , a partir da qual s e determinou os gradientes d e c o m p o s i ç ã o química. P o d e m o s observar por m e i o das análises via E D S q u e o óxido f o r m a d o é de cromia. O b s e r v a m o s q u e a e s p e s s u r a da c a m a d a está entre 1 e 3 |am. Na figura 4 2 a está apresentada a micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr-1Y, onde p o d e m o s observar no interior da liga d e s e g r e g a ç ã o de Y, o m e s m o foi o b s e r v a d o na figura 4 2 b para a liga Fe-20Cr-0,5Pr e n a figura 4 2 c para a liga Fe-20Cr-0,5Dy. C o m isso, verificamos c o n f o r m e o raciocinio utilizado anteriormente no item 6.1.2. q u e a s terras-raras s e g r e g a m para os contornos de g r ã o bloqueando a difusão d e cátions favorecendo , c o m isso, a difusão aniônica. 93 0.9 0.8 - •Fe20Cr Fe20Cr1Y Fe20Cr0.5Pr •Fe20Cra5Dy 'k 0.7 -CO % 0.5 d) •a cc 0.4 8. 0.3 o 0.2 c CO o 0.1 0.0 4 6 8 10 Número de Ciclos 12 14 16 Figura 37: G a n h o d e p e s o por unidade de área d a s ligas confeccionadas por fusão, e m função do n ú m e r o de ciclos de oxidação. 94 Figura 38: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr após o 5° ciclo d e oxidação. B AccV SpotMagn 20 O kV 5 0 2590X Det WD BSE 9 4 p-ofundldade (^m) o/m 0C-B2 Figura 3 9 : Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr-1Y a p ó s o 15° ciclo d e oxidação: (a) superfície d a amostra, (b) secção transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m d o elemento e m f u n ç ã o d a profundidade d a c a m a d a . 9MISSAC N í C i C N M LF E N t R ^ I A NUCLFAB/S*' 95 metal AccV Spot Magn 20 O kV 4 0 8824X 0.4 Det WD I BSE 9 8 0C-C2 0.6 p-ofundidade (,im) Figura 4 0 : Micrografia eletrônica de varredura d a liga Fe-20Cr-0,5Pr após o 15° ciclo de oxidação: (a) superfície d a amostra, (b) secção transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m d o elemento e m f u n ç ã o d a profundidade d a c a m a d a . 96 Aec.V SpotMagn 20.0 kV 5.2 4440X Det WD BSE 12.3 0ÇD2 Figura 4 1 : Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr-0,5Dy após o 15° ciclo de oxidação: (a) superfície da amostra, (b) s e c ç ã o transversal desta amostra e (c) porcentagem d o elemento e m f u n ç ã o d a profundidade da c a m a d a . 97 metal AccV SpotMagn 20.0 ICV 6 0 326« Det WD I BSE 8.4 0OB2 Acc.V SpotMagn 20.0 KV 6.2 666x | 100|jm Acc.V SpotMagn 20.0 KV 6.0 661X i Det WD BSE 9.8 0OC2 Det WD BSE 12.3 0CD2 Figura 42:Micrografia eletrônica de varredura das secções t r a n s v e r s a i s d a : (a) liga Fe-20Cr 1 Y , (b) liga Fe-20Cr-0,5Pr, o x i d a ç ã o cíclicos. (c) liga F e - 2 0 C r - 0 , 5 D y , a p ó s ensaios de 98 6.2.2. Ligas c o m R e c o b r i m e n t o s Superficiais d e O T R Verifica-se por meio d a s micrografias a p r e s e n t a d a s a seguir q u e há regiões o n d e o revestimento c o m ó x i d o s de terras-raras não teve boa aderência e a p ó s vários ciclos destaca-se d o substrato. N e s s a s regiões o n d e o revestimento c o m óxidos d e terras-raras d e s t a c a - s e , o b s e r v a m o s u m a maior e s p e s s u r a d o óxido de cromo. Na figura 4 3 estão a p r e s e n t a d o s os resultados d o s ensaios d e o x i d a ç ã o cíclicos da liga Fe-20Cr e d a s ligas Fe-20Cr recobertas c o m óxidos d e Y, Pr e Dy. P o d e - s e observar q u e as ligas c o m a d i ç ã o de terras-raras a p r e s e n t a m m e n o r e s taxas de o x i d a ç ã o e q u e são bastante próximas, c o m p a r a d a s ás da liga s e m recobrimento. Na figura 4 4 a está apresentada a micrografia eletrônica de varredura da superficie da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido de Y a p ó s o 6° ciclo d e o x i d a ç ã o . A n á l i s e s de E D S indicaram p r e s e n ç a de óxido d e Y, sobre a superficie da amostra. Na figura 4 4 b , micrografia eletrônica de varredura d a s e c ç ã o transversal, o n d e as análises por E D S indicaram q u e o teor de Y é alto na interface gás/óxido e diminuí na direção da interface metal/óxido (figura 44c). c a m a d a d e óxido está entre 2,5 e 3,0 | i m . A espessura da Nas regiões d e trincas no óxido de terra-rara foi observado a presença d e óxido de cromo. Na figura 45a está apresentada a micrografia eletrônica de varredura da superficie da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido de Pr a p ó s o 7° ciclo de oxidação. A n á l i s e s de E D S indicaram presença de óxido de h o m o g é n e a m e n t e sobre a superficie da amostra. Pr, q u e está Na figura distribuido 4 5 b , micrografia eletrônica de varredura d a s e c ç ã o transversal, as análises por E D S indicaram q u e o teor de Pr é elevado na interface gás/óxido e diminuí na direção da interface metal/óxido (figura 45c). 3,0 ^ m . A e s p e s s u r a da c a m a d a d e óxido está entre 2,5 e 99 Na figura 4 6 a está apresentada a micrografia eletrônica de varredura da superficie da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido de Dy a p ó s o 6° ciclo d e oxidação. Análises de E D S indicaram a c e n t u a d a superficie da amostra. presença de óxido d e Dy, sobre a Na figura 4 6 b , micrografia eletrônica d e varredura da s e c ç ã o transversal, as análises por E D S indicaram q u e o teor de Dy é alto na interface gás/óxido e diminui na direção da interface metal/óxido (figura 46c). O b s e r v a m o s t a m b é m p r e s e n ç a de pontos claros no óxido que sao ricos e m Dy, indicando que este segrega para o interior da c a m a d a d e óxido. c a m a d a d e óxido está entre 2 e 5 ^ m . A e s p e s s u r a da Nas regiões de trincas no óxido de terras- raras foi o b s e r v a d o a presença d e óxido d e cromo. O s d a d o s a p r e s e n t a d o s acima, m o s t r a m q u e os íons d e terras-raras no recobrimento m i g r a m para o interior d o óxido f o r m a d o . Isso foi verificado através d a s micrografias d a s s e c ç õ e s transversais o n d e observa-se regiões e m q u e o óxido d e cromo t e m p e q u e n a e s p e s s u r a , nessas regiões há p r e s e n ç a d e óxidos d e terras-raras q u e dificultam o d e s e n v o l v i m e n t o d e u m a c a m a d a e s p e s s a de óxido d e cromo. 100 0.7 - • — Fe20Cr -•—Fe20CrrecY 0.6 - •-4—fe20CrrecPr -A—Fe20CrrecDy CO (D C '1—O <D •a 0.4 I 0.3 o Q. ¡D •O 0.2 c CO 0.1 0.0 3 4 5 Número de Ciclos Figura 4 3 : G a n h o de peso por unidade de área da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxidos d e terras-raras, e m f u n ç ã o d o número d e ciclos d e oxidação. 101 • ó x i d o d e Y -\/ • XV -/\ — n c Y A 1 1 1 O Fe I 1 . 1 1 1 Acc.V SpotMagn 20.0 KV 6.0 9880X Det WD BSE 9.9 OC R84 g/o 1 1 i 3,0 0.0 1.0 1,5 ZO profundidade (mH!) Figura 4 4 : Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr recoberta c o m óxido de Y a p ó s o 6° ciclo de oxidação à 1000°C por 2 horas, (a) superficie da amostra, (b) secção transversal desta amostra e (c) porcentagem d e e l e m e n t o e m f u n ç ã o da profundidade da c a m a d a . 102 AccV SpotMagn Det WD 20.0 kV 5.2 10000X BSE 10.7 0CR(2 10 . 1.5 ZO p-ofundidade (^m) Figura 45: Micrografia eletrônica de varredura da liga Fe-20Cr recoberta com óxido de Pr após o 7° ciclo de o x i d a ç ã o à 1000°C por 2 horas, (a) superfície da amostra, (b) secção transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m de e l e m e n t o e m f u n ç ã o da profundidade da c a m a d a . 103 profundidade (tim) Figura 4 6 : Micrografia eletrônica d e varredura da liga Fe-20Cr recoberta com óxido d e Dy a p ó s o 6° ciclo d e o x i d a ç ã o à 1000°C por 2 horas, (a) superfície da amostra, (b) s e c ç ã o transversal desta amostra e (c) p o r c e n t a g e m d e e l e m e n t o e m f u n ç ã o d a profundidade da c a m a d a . 104 7.DISCUSSÃ0 GERAL Neste trabalho avaliou-se a influência de elementos de terras-raras c o m p o r t a m e n t o d e oxidação das ligas f o r m a d o r a s d e cromia. no Observou-se que, a v e l o c i d a d e de o x i d a ç ã o d a s ligas contendo terras-raras diminui, a aderência da c a m a d a oxidada aumenta e o m e c a n i s m o d e difusão torna-se p r e d o m i n a n t e m e n t e aniônico. Nota-se q u e os recobrimentos c o m óxidos d e terras-raras n ã o e r a m u m a barreira física ao oxigênio, pois, e r a m óxidos porosos, permitindo o livre a c e s s o de oxigênio ao substrato. O s poros existentes no recobrimento t a m b é m a j u d a m a aliviar a s t e n s õ e s criadas no óxido de terra-rara durante o a q u e c i m e n t o nos ensaios d e oxidação. dos Este fato está de acordo com a observação recobrimentos na superfície após a oxidação, pois não houve p e r d a d e aderência d o óxido. A seguir, u m d e s e n h o e s q u e m á t i c o mostra c o m o ocorre o processo. M M OTR OTR 105 O oxigênio s e difunde pelos poros do pelo recobrimento reage c o m o c r o m o para formar o CrzOz. O s óxidos de terras-raras, provavelmente, a t u a m c o m o sitios para nucleação da cromia. Hussey e G r a h a m [27], realizaram e s t u d o s de oxidação, e m ligas Fe-26Cr, Fe-16Cr, Ni-25Cr e Cr puro, não recobertas recobertas c o m óxidos de terras-raras, por meio da técnica de e ^°0/SIMS. M o s t r a r a m q u e , e m ligas Fe-Cr, o crescimento da cromia era p r e d o m i n a n t e m e n t e por difusão catiônica, pois, o b s e r v a r a m q u e a q u a n t i d a d e de ^°0 e n c o n t r a d a no óxido na interface óxido/gás, era maior d o que a e s p e r a d a , caso o m e c a n i s m o para a sua f o r m a ç ã o f o s s e por meio de troca por difusão na rede. então, q u e o óxido d e ^®0 é f o r m a d o pela difusão de cátions. Sugeriram Alguns autores a p u d Hussey e G r a h a m [27], sugeriram t a m b é m q u e a terra-rara estava localizada nos contornos d e grão d o s óxidos, talvez como partículas discretas o u c o m o íons. A observação por estes m e s m o s autores de óxido d e terra-rara, c o m ^ ° 0 nos contornos de grão, s u g e r e q u e o transporte deste íon ocorra ao longo dos contornos. cuja A l é m disso, t a m b é m verificaram a existência d e TRCrOa, f o r m a ç ã o diminuiria a difusão de cátions de Cr favorecendo a difusão de íons oxigênio. Esto, ocasionaria uma m u d a n ç a no m e c a n i s m o d e oxidação. Caso a terra-rara no óxido estiver localizada no contorno de grão, a associação d o ^®0 c o m a terra-rara s u g e r e que o transporte de * ^ 0 através d o óxido ocorre ao longo dos contornos d e grãos. C o m isso, há u m i m p e d i m e n t o da difusão de cátions de Cr pelos contornos d e grão, pela f o r m a ç ã o de TrCrOa, de tal m o d o q u e a mobilidade de ânions de oxigênio exceda a dos m u d a n ç a no m e c a n i s m o d e oxidação. cátions, o c a s i o n a n d o uma Acredita-se q u e o óxido d e terra-rara o b s e r v a d o nos contornos de grãos do óxido d e CraOa o u , alternativamente, na interface metal/óxido forneça uma fonte d e íons de terras-raras, q u e inibe o fluxo de cátions. O t a m a n h o d e íons de terras-raras t a m b é m parece ser u m fator que influencia sua eficiência. C o m isso, o grau d e influência das terras-raras p o d e ser verificado pela f o r m a ç ã o do TRCrOa. Estes óxidos binarios são insolúveis no CraOs e residem ao longo do contorno de grão da cromia, ou na interface metal/óxido, o n d e p o d e m atuar c o m o fonte d e íons d e terra-rara e assim, inibirem o fluxo d e íons d e Cr^"^. C a s o a terra-rara estivesse e m solução sólida, estaria 106 distribuida através do óxido, não atingindo contornos de grãos do óxido para sere eficiente. concentrações suficientes nos Desta f o r m a , o crescimento da c a m a d a de CraOa é reduzido na presença de óxidos de terras-raras na superfície. O n d e o recobrimento não teve boa aderência o crescimento d e CraOs foi contínuo. O e s q u e m a abaixo ilustra este processo. Ausência de OTR M M OTR OTR C o m relação às ligas Fe-20Cr s e m a d i ç ã o de terras-raras, o b s e r v a m o s inicialmente, a f o r m a ç ã o d o óxido de cromo (CraOs). Q u a n d o a liga e m p o b r e c e e m c r o m o devido à f o r m a ç ã o d o óxido, o ferro c o m e ç a a difundir e forma o óxido de ferro (FeaOa). O desenvolvimento d o s óxidos de CraOa e t a m b é m por fatores t e r m o d i n â m i c o s . FezOz é influenciado O cromo (AG CraOs = -252,9 kcal/mol) t e m maior afinidade ao oxigênio do q u e o ferro (AG FeaOs = -177,4 kcal/mol) e forma u m óxido mais estável, e n q u a n t o que, o FeaOa é u m óxido m e n o s estequiométrico [1]. O sistema Fe-Cr pode ser considerado d e duas maneiras: a primeira c o m baixos conteúdos d e c r o m o na liga, e a s e g u n d a c o m e l e v a d o conteúdo de cromo na liga. Q u a n d o a liga t e m baixo conteúdo d e cromo, n ã o s ã o verificadas z o n a s 107 de oxidação interna. Isto ocorre porque a velocidade c o m q u e o óxido externo é formado é mais rápida do q u e a da velocidade de formação da z o n a de o x i d a ç ã o interna, q u e é consideravelmente p e q u e n a . S ã o formados na superfície d o metal tanto óxidos ricos e m cromo, c o m o óxidos ricos e m ferro. Certa quantidade d e cromo entrará e m s o l u ç ã o sólida na fase F e O , devido à estabilidade d o espinéiio. Entretanto, não foi o b s e r v a d o a u m e n t o d e v a c â n c i a s no F e O . raramente é o b s e r v a d o u m a u m e n t o d e velocidade. Desta forma, Q u a n d o se a u m e n t a o c o n t e ú d o d e cromo, íons de Fe^"" s ã o progressivamente b l o q u e a d o s pelas ilhas d e FeCr204 e a c a m a d a d e F e O correspondente, torna-se relativamente mais fina do q u e a c a m a d a de FBZOA. Nesse estágio a velocidade de reação é ainda mais rápida e típica d o Fe puro. Q u a n d o o c o n t e ú d o de cromo é aumentado consideravelmente, u m óxido d e espinéiio misto Fe(Fe,Cr)204 é f o r m a d o e a constante de velocidade parabólica é reduzida. A p a r e n t e m e n t e , íons d e Fe são mais m ó v e i s neste óxido d o que os de Cr^* e, para longos períodos de o x i d a ç ã o , óxidos d e Fe puro p o d e m ser encontrados na superfície externa. elevadas concentrações de Cr na liga, íons d e Fe Logo, com dissolvem - se e d i f u n d e m rapidamente através da c a m a d a d e CraOa e eventualmente é f o r m a d a c a m a d a externa de óxido de Fe [7]. Fe^" controla o p r o c e s s o . M uma O transporte de a m b o s o s cátions, Cr^* e Esta etapa é ilustrada no e s q u e m a a seguir. 108 Q u a n d o adicionou-se terras-raras na forma metálica á liga Fe-20Cr, esta proporcionou um aumento na resistência isotérmicos, como nos ensaios cíclicos. à escamação, tanto nos ensaios Verificou-se t a m b é m q u e a adição de e l e m e n t o s d e terras-raras f a v o r e c e u a f o r m a ç ã o d e uma c a m a d a rica e m c r o m o próximo a interface metal/óxido. aquele O processo pelo qual isto ocorre é similar a da presença de recobrimentos c o m óxidos de terras-raras. Pieraggi e Rapp [6], p r o p u s e r a m explicações alternativas, b a s e a d a s nas reações interfaciais para o efeito do elemento reativo na cinética de crescimento d o óxido de cromo, q u e s ã o : (i) o coeficiente d e difusão intrínseco para o Cr é maior do q u e o do Fe, na liga Fe-Cr. Caso o crescimento do óxido por difusão catiônica for bloqueado, u m m e c a n i s m o alternativo (difusão aniônica) torna-se predominante; (ii) Kofstad e Lilerud a p u d Pieraggi e R a p p [6], consideraram q u e os defeitos pontuais principais na c r o m i a para baixas pressões d e oxigênio s ã o intersticiais de Cr, e n q u a n t o que, vacânciais d e Cr são d o m i n a n t e s a pressões elevadas de oxigênio. Pieraggi e Rapp [6], ressaltaram q u e o crescimento d o g r ã o no substrato metálico, p o d e destruir localmente as relações epitaxiais, metal/óxido e deste m o d o , levar a uma perda de ligação na interface. formado por compreensível. difusão Por esta razão, a pouca aderência d o óxido catiônica, especialmente na oxidação cíclica, é No caso do crescimento d o óxido por difusão aniônica, quaisquer partículas insolúveis o u superficiais s ã o incorporadas no óxido. Deste m o d o , o excelente contato entre metal/óxido, associado ao crescimento d o óxido difusão aniônica n ã o são reduzidos pelas impurezas intersticiais. por A incorporação das partículas d e O T R na cromia, o b s e r v a d o neste trabalho c o m p r o v a m desta f o r m a t a m b é m q u e o crescimento do óxido foi por difusão aniônica. Peterson apud Pieraggi e Rapp [6], verificaram que grãos King e extremamente p e q u e n o s são formados por difusão d e ânions. Obtivemos t a m b é m t a m a n h o s de g r ã o s p e q u e n o s na presença de terrasraras, u m a prova adicional de q u e o crescimento da cromia era devido a difusão aniônica. Isto só foi possível, porque o e l e m e n t o reativo no contorno d e grão, bloqueia o movimento dos íons de cromo. C o m isso, a cromia f o r m a d a na 109 interface metal/óxido pela difusão aniônica possui grãos finos e c o m elevada aderência. A s constantes cinéticas {k) obtidas, m o s t r a r a m q u e o crescimento do óxido seguia a lei parabólica. Os valores obtidos para k e s t a v a m próximos aos disponíveis e m literatura, indicando t a m b é m q u e o c o m p o r t a m e n t o cinético é parabólico. As ligas c o m a d i ç ã o de Pr, tanto na forma d e recobrimento superficial, c o m o na forma de e l e m e n t o de liga, a p r e s e n t a r a m os m e n o r e s valores de k, indicando a maior influência sobre resistência à oxidação. C o m p a r a n d o - s e a influência das três terras-raras (Y, Pr e Dy) s o b r e o crescimento d a cromia, c o m a razão, raio iônico da terra-rara / raio Iônico do cromo (tabela IX), verificamos q u e , quanto maior o raio iônico, maior a influência sobre a resistência à oxidação. O b s e r v a m o s q u e o raio iônico do O T R diretamente proporcional a influência sobre o crescimento d e cromia. é Quanto maior o raio iônico da terra-rara, maior é a diferença entre raio iônico da terra-rara e o raio iônico do cromo. C o m isto, a força motriz para o íon de terra-rara segregar para os contornos de grão é maior. O s íons de terra-rara que o c u p a m os sítios próximos, ou os contornos de grão, bloqueiam o m o v i m e n t o d o íon Cr^^.fe, 27, 38, 4 5 , 48]. C o m o objetivo d e comprovar esta observação, f o r a m extraídos d e vários trabalhos da literatura o g r a u d e influência d e diferentes terrasraras, sobre o c o m p o r t a m e n t o de oxidação das ligas f o r m a d o r a s de cromia. Estes d a d o s estão compilados na tabela X. observação. Nestes trabalhos não c o n s t a m esta P o d e m o s verificar e m termos gerais que quanto maior o raio iônico, maior a influência sobre a velocidade de o x i d a ç ã o das ligas f o r m a d o r a s de cromia a 1000°C. 110 T a b e l a IX: C o m p a r a ç ã o entre os raios iónicos d a s terras-raras e do cromo. lons d e terras-raras rRE/rCr Y 1,39 Dy 1,42 Pr 1,57 T a b e l a X: Listagem d e e l e m e n t o s d e terras-raras e m o r d e m d e influência crescente na oxidação d e ligas f o r m a d o r a s d e cromia. D a d o s extraídos d a s referências m e n c i o n a d a s . Relação d o s raios iónicos d o s e l e m e n t o s d e terrasraras e raio iônico d o cromo. Influência d o s elementos Menor i i i i Maior Liga Temperatura de e n s a i o Referências 12 11 6 TR Y La riR/rcr 1,39 1,64 TR Gd Sm TlR/rcr 1,46 1,50 1,54 1,64 Fe-20Cr Nd La 1,60 Ce AISI 304 1000°C 9 0 0 e 1000°C 13 rTR/rcr 1,39 1,64 TR Y Gd 1,60 La 1,64 TR Y La riR/rcr Ce 1,39 1,46 Fe-26Cr Ni-20Cr 900°C 1000°C Ill 8 . CONCLUSÕES Neste trabalho sobre a influência de e l e m e n t o s de terras-raras sobre o c o m p o r t a m e n t o d e o x i d a ç ã o das ligas f o r m a d o r a s d e cromia. Obtivemos as seguintes c o n c l u s õ e s : 1 - A a d i ç ã o de terras-raras, Y, Pr e Dy, a u m e n t a a resistência à o x i d a ç ã o . 2 - Os e l e m e n t o s de terras-raras, propiciaram a f o r m a ç ã o d e óxido d e cromo, na interface metal/óxido, reduzindo a velocidade d e oxidação. 3 - 0 t a m a n h o d e grão do óxido de c r o m o f o r m a d o nas ligas contendo terras-raras na forma metálica foi menor, pois, o s íons d e terras-raras, no óxido de cromo, s e g r e g a m para os contornos de grão, b l o q u e a n d o o seu crescimento. 4 - A c a m a d a d e cromia f o r m a d a n a s ligas Fe-20Cr q u e c o n t ê m terras-raras, e na liga c o m recobrimento superficial d e terras-raras, era mais fina e flexível, e c o n s e q u e n t e m e n t e , mais aderente. 5 - Nas ligas c o m recobrimento superficial de óxido de terras-raras, notou-se a presença d e íons de terra-rara no interior da c a m a d a d e cromia. 6 - A s terras-raras o b s e r v a d a s nos contornos de grãos d o óxido de cromo, b l o q u e i a m a difusão de íons de cromo, e desta forma, r e d u z e m o crescimento da c a m a d a de cromia. 7 - O s e n s a i o s cíclicos, mostraram q u e a c a m a d a d e óxido de cromo era mais aderente nas ligas fundidas que contém recobrimentos superficiais d e terras-raras. terras-raras e nas ligas com 112 8 - O s valores d a s constantes cinéticas de o x i d a ç ã o (k) obtidos para as ligas c o m adição de terras-raras m o s t r a m o c o m p o r t a m e n t o parabólico. O s valores f o r a m m e n o r e s que os da liga s e m a d i ç ã o d e terra-rara, indicando menor velocidade de o x i d a ç ã o e maior resistencia a oxidação. 9 - Constatou-se q u e a resistência à oxidação a u m e n t a c o m o raio iónico da terrarara. A s s i m , a eficiência d o s e l e m e n t o s de terras-raras foi Pr > Dy > Y. 113 9.REFERÉNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] - Stott, F. H. - Influence of Alloy Additions o n Oxidation - M a t e r i a l s S c i e n c e a n d T e c h n o l o g y , vol.5, (1989), pp.734-740. [2] - Pettit, F.S.; C o w a r d , G. W . - High T e m p e r a t u r e Corrosion and U s e of C o a t i n g s for Protection - T h e Metallurgical Society of A I M E , (1981), pp.170-186. [3] - H o u , P.Y.; Stringer, J. - T h e Effect of Surface Applied Reactive Metal Oxide on the High Temperature Oxidation of Alloys - Materials Science and E n g i n e e r i n g , vol.87, (1987), pp.295-302. [4] - Smeggil, J. 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