HISTÓRICO DO ICE Após a abertura ocasionada pelo Concílio Vaticano II, o Regional Sul II fundou o Instituto Superior de Pastoral Catequética (ISPAC). O instituto teve breve trajetória (1968-69). No ano de 1970, que coincide com a posse do recém nomeado arcebispo da Arquidiocese de Curitiba, D. Pedro Fedalto, foi fundado o Instituto de Catequese da Arquidiocese de Curitiba (INAC). Aos poucos os egressos do ISPAC começaram a integrar o INAC entre eles podemos citar Monserrat Fernandes, Ir. Tereza Araújo, Ir. Lídia Pancera. A proposta metodológica era constituída de uma variedade de temas pastorais, com estágios e visitas às paróquias. Também foi criado a Comissão Arquidiocesana de Catequese (CAC). Em 1973, percebe-se um intenso trabalho direcionado às paróquias, a realização de pesquisas abrangendo 6 linhas da CNBB. O INAC encerrou suas atividades nesse ano. Algumas religiosas, entre elas as irmãs Pancera e Araújo iniciam uma nova modalidade de ação pastoral: a inserção nas comunidades carentes. O primeiro projeto teve início no bairro Boqueirão. Derivou-se dessa iniciativa o Centro de Formação Urbano Rural Irmão Araújo (CEFÚRIA) que ainda atua na atualidade como organismo ligado à Arquidiocese de Curitiba. Foi em 1975 que as Missões Populares promoveram um forte impulso na evangelização e demonstraram a sede que o povo tinha por um conhecimento maior de sua fé. O fervilhar de uma nova Igreja pós-conciliar tornava urgente a preparação de lideranças. No início eram fortes as dimensões antropológica e eclesiológica. A Igreja e o Homem eram vistos no seu agir no mundo, sua concretude, sua interação histórica, como agentes da libertação. O apelo maior era por uma Igreja solidária e participativa. Era uma verdadeira tempestade inovadora, que começou no Vaticano e se estendeu com ímpeto a todas as comunidades católicas. Neste mesmo ano a Arquidiocese de Curitiba fundou o Instituto de Cultura Eclesial (ICE). No início tinha um caráter provisório, apenas para ocupar o vazio deixado pela experiência do ISPAC e do INAC. O instituto teve a coordenação do Pe. Muller (mais alguns padres como auxiliares) a secretária executiva a cargo de Ir. Celeste e a responsabilidade sob o Conselho Arquidiocesano de Pastoral. O curso do ICE era indicado para agentes de pastoral. Os candidatos eram recomendados pelo pároco e CPP da paróquia. O curso iniciou em março de 1975 e foi concluído em novembro de 1975. Em 1976 houve uma convocação para uma 2.ª etapa - para “dar continuidade visando uma orientação pastoral (prática e dinâmica) não somente aprofundando os assuntos tratados...”). Como também foi iniciada uma nova turma. Em 1977 a coordenação geral estava a cargo de D. Albano Cavallin, Frei Vicente Bohne, D. Marcelo de B. Souza e Ir. Célia Cozitzki. Estava organizado em três modalidades: ICE Catequético, ICE Comunitário e ICE Jovem. No ano de 1978 organiza-se em três modalidades: ICE Catequético, ICE Adultos e ICE Jovem, também são delineados os OBJETIVOS GERAIS: 1º Ser escola de catequese em nível Arquidiocesano, para catequistas jovens, dirigentes de Movimentos, de CEB e Ministérios; 2º Ser um Centro de Reflexão Pastoral e espiritualidade para evangelizadores e Catequistas; 3º Ser Escola e laboratório de pesquisas sobre uma evangelização atualizada, realista e libertadora do homem urbano, da periferia e do interior da Arquidiocese de Curitiba; 4º Ser a semente de um Catecumenato permanente para a educação progressiva da fé, em todas as etapas da vida; 5º Ser um organismo coordenador das atividades. Para admissão era necessário os requisitos: a) serão admitidos agentes jovens, catequistas, líderes de comunidades e movimentos que estejam engajados na Pastoral ou queiram engajar-se e sejam encaminhados pelo vigário ou assistente dos movimentos; b) possuam o primeiro grau e se comprometam a participar integralmente do curso, aulas e estágios. O funcionamento do curso era em três locais, para facilitar a locomoção dos participantes. Para os setores do Centro no Centro de Pastoral (Cúria), para os setores da Periféria na Igreja do Portão e Igreja Santo Estanislau, para os setores do interior cursos volantes. O conteúdo programático para os cursos era: No 1.º ano Introdução à Bíblia, História da Salvação – A.T, Cristologia e Eclesiologia. No 2.º ano História da Igreja, Liturgia, Moral Fundamental, Evangelização e Pastoral, Evangelização e doutrina Social da Igreja. Os cursos tem como mentalizador D. Albano Cavallin com assessoria da Equipe Arquidiocesana de Reflexão catequética e Coordenação Pastoral das três áreas, mas as equipe de animação, coordenação e professores. Os objetivos específicos do ICE Catequético eram: Dar condições aos agentes da Pastoral Catequética para um aprofundamento no processo da Educação de fé para uma interpretação cristã da existência; Possibilitar uma atualização pedagógica e metodológica, despertando para a criatividade em coerência com o processo de educação da fé; Formar os catequistas para os vários níveis do processo de Educação da fé (crianças, adolescentes, jovens e adultos). Em 4 de novembro de 1978 foi designado que o coordenador de catequese da arquidiocese tem como uma de suas tarefas coordenar o ICE. Na data de 19 de maio de 1979 organizou-se uma reunião para discutir sobre o conteúdos fundamentais, dimensão pedagógica e estrutura para os cursos. Quanto ao objetivo se discute que o mesmo dever preparar com os participantes uma caminhada que os conscientize a assumir seu papel de consagrados para o mundo A Metodologia deve ser através de uma catequese histórica, vivendo uma experiência comunitária, iluminada pela palavra de Deus. O método deve ser indutivo (“fazer a experiência”), caminhar com os alunos. O professor é assessor, orientador. Os conteúdo: a) Cosmovisão cristã. Como ver o mundo e a pessoa a partir de uma visão de “entrega”: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”; b) Visão dinâmica do mundo; c)Visão do homem – ser em caminho, que se interroga; d) relação entre as 3 realidades: Deus, Homem e Mundo. Na década de 80 há uma reformulação no ICE e este passar a constar como uma das prioridades da Arquidiocese, percebe-se um melhor entrosamento entre os participantes, professores e coordenação. Começam a ter importância os temas Moral e Pastoral. Em sua missão no inicio da década de 80 destaca-se a possibilidade para os leigos: de aprofundamento dos conhecimentos religiosos; uma visão atualizada de igreja e do mundo à luz do Evangelho; ter condições para um trabalho mais eficiente na pastoral Os objetivos são definidos em três instancias: ser escola de formação de leigos; possibilitar uma visão atualizada da mensagem cristã; capacitar os agentes leigos a assumirem os ministérios. Os conteúdos estão organizados: No 1º Ano: Homem, Igreja, Mundo à luz da pessoa e mensagem de Jesus Cristo. No 2º Ano: Vida cristã dentro dos vários campos da atuação: família, comunidade, trabalho, ambiente sócio-político-econômico. Em 1981 Ir. Carmem Pulga se torna a responsável pelo Departamento de Catequese da Arquidiocese de Curitiba e passa a coordenar as atividades do ICE, que passa a ser denominado Escola de Formação de Agentes Leigos, porém segue a mesma estrutura dos anos anteriores acrescentando alguns elementos na Missão do curso: O ICE que ser em nossa Arquidiocese de Curitiba um instrumento para possibilitar aos leigos: a) Aprofundamento dos Conhecimentos Religiosos; b) Visão atualizada de Igreja e do Mundo à Luz do Evangelho; c) Condições para um Trabalho Pastoral mais Eficiente. O ICE é apresentado pelos nossos Bispos como o Centro Arquidiocesano de Formação de Leigos. Neste período surge uma Mística para o curso: “O ICE assume uma atitude de quem lança um olhar para o passado, considera o presente e se projeta para o futuro. Quando olha para trás é para enraizar na história de quantos já fizeram a mesma experiência. Quando olha para o presente é para transformá-lo e vivenciá-lo, e quando olha para a frente é para se abrir a toda a plenitude e graça que nos é oferecida. A mola mestra que movimenta esta atitude é sempre o “novo céu e a nova terra” o Reino de Jesus Cristo”. Sobre a metodologia destaca-se que “O ICE tem uma metodologia correspondente à própria estrutura do ser humano: ser em busca, que se faz passo a passo. Portanto, é uma caminhada onde professores, coordenadores e alunos procuram criar a novidade mais importante da história: ser mais discípulos de Jesus Cristo. Deste modo, a participação, a abertura, o diálogo são fundamentais. A apresentação de trabalhos paralelos às aulas também pode ser pedida”. Dos professores exige-se: Conteúdo atual... fazer uma caminhada... serviço... um trabalho integrado para uma formação integrada... grupo integrado. Espera-se dos participantes: Desejo de se tornar discípulo de Jesus... não apenas acumulando conhecimento... Os temas desenvolvidos: Para o 1.º Ano Entrosamento; Iniciação Bíblica; Um olhar sobre o homem no mundo; Fenômeno religioso e religiões – visão de Deus; História da Salvação; Cristologia. Para o 2º ano Eclesiologia; História da Igreja; Liturgia e Sacramentos; Moral e vivência cristã e Pastoral. Na data de 31 de maio de 1981 foi realizado o 1º Reencontro dos ex-alunos do ICE. Em 1982 aparecem a disposição das disciplinas por dois grandes eixos: no 1º ano: Ser agente da História no processo da História da Salvação e no 2º ano: Ser agente de História com a Igreja. Há um destaque o fato de haver um DIPLOMA entregue aos alunos(depoimentos dos formandos, destaque de jornal). No ano de 1983, segue a mesma forma do ano anterior, porém se destaca a realização uma pesquisa. Neste ano também realizou-se o 2 º Reencontro dos ex-alunos do ICE, no dia 10 de abril com o tema Doutrina Social na caminhada da Igreja, sendo assessorado pelo Pe. Domenico Costella (Professor da Universidade Católica e Coordenador da Pastoral Universitária) O ano de 1984 as atividades do Ice se realizam sem grandes mudanças. Em 1985 ocorreu a realização de um encontro dos ex-alunos Em 1986 é nomeada a nova Coordenadora de Catequese: Ir. Elisa Schafaschek. Segue-se o mesmo formato do programa de 1985 No ano de1987 merece destaque a realização do Encontro dos ex-alunos do ICE, no dia 27 de setembro com palestra proferida por Dom Helder Câmara. No currículo do curso é acrescido as Diretrizes da CNBB. No ano de 1988 a coordenação elaborou para os alunos e padres uma carta solicitando sugestões parar a reformulação do programa do curso Em 1989 as sugestões são acolhidas e uma nova organização se configurou-se: O que é: Escola de Formação de Agentes Leigos; para uma educação permanente na fé; Com mística do cristão peregrino; Pautar a vida conforme os valores do Reino; Para quê? Ser uma escola de formação para o leigo engajado no mundo; Para quem? Para o leigo cristão que tenha atitude de discípulo, maturidade na reflexão, espírito de abertura e aprofundamento; idade mínima: 18 anos; Metodologia: Pedagogia indutiva, dinâmica e participativa. Em 1992 a coordenação da Catequese Arquidiocesana esteve a cargo de Ir. Onorina Mandozzi que também coordenou as atividades do ICE. No ano de 1994 Ir. Araceli Glória Xavier da Roza é a coordenadora de Catequese da Arquidiocese de Curitiba, coordenando assim o ICE. Alguns temas não seguem mais a definição programática. Há uma Inovação tecnológica – os textos passam a ser feitos em computador, também é criado um Banco de dados eletrônico. Aparece o Lema do Sínodo – “Caminhar juntos, participar” Alguns tema novos são trabalhados: Metodologia – Qualidade Total / Catequista Nota 10, Sexualidade humana e evangelização, Espiritualidade Em 2001 há um resgate do material dos anos de ....... mais precisamente o livreto de programa do ICE. As disciplinas são as mesmas do programa de 1992. O método indutivo, é sugerido pela coordenação, embora a proposta não seja mais indutiva, mas dedutiva. No currículo do 1.º Ano o tema Sagrada Escritura abrange todos os horários. O 2º ano passa a ser mais “volátil” em sua temáticas, mudando muito de um ano para o outro e de uma turma à outra. Nesta época o ICE se fortalece como um instituto centralizado. Em 2005 Pe. Roberto assume a coordenação da Pastoral Catequética e do ICE, comemorando os 30 anos do ICE com o Congresso de líderes cristãos. Em 2006, foram instituídas as 12 comissões pastorais. O ICE passou a fazer parte da Comissão da Animação Biblico-Catequética. Nesta época, o ICE se firmou como curso básico de teologia, tendo no seu primeiro ano as disciplinas mais fundamentais: além da Sagrada Escritura e Cristologia, passou a fazer parte do currículo do primeiro ano as disciplinas de Pneumatologia e Santíssima Trindade. As demais disciplinas teológicas (sacramentos, eclesiologia, moral, espiritualidade, escatologia) constituíam o segundo ano. Em 2006, motivados pelo Congresso de Líderes Cristãos, são realizadas algumas experiências de ICE´s temáticos que acontecem nas paróquias, ou seja, cursos com ênfase em algum tema da fé de interesse no momento. Surgiram então os cursos: Iniciação à Bíblia, Igreja – identidade e missão e Crer em Deus. Tais experiências aconteceram até 2007. Em 2007, o terceiro ano (ICE Catequético) é desvinculado do ICE, passando a se chamar Curso de Pedagogia Catequética, tendo disciplinas com enfoque na metodologia e na catequese nas diferentes idades. Entre 2008 e 2012, foram realizados cursos nos setores. Assim, além do ICE central, houve extensões do ICE nas seguintes paróquias: São José (Capão Raso), Nossa Senhora da Anunciação (Capão Raso), Sagrado Coração de Jesus (Água Verde), São Benedito (Capão da Imbuia), Nossa Senhora da Paz (Boqueirão) e Nossa Senhora da Piedade (Campo Largo). Em 2010, deixa de existir o curso de Pedagogia Catequética, substituído pela 2 ª etapa da Escola Discípulo Amado. Trata-se de um espaço formativo específico para a formação de catequistas (em duas etapas), sendo sua primeira etapa realizada nos setores pastorais desde 2006 e a segunda etapa em âmbito arquidiocesano desde 2010.