FACULDADE NORTE CAPIXABA DE SÃO MATEUS CURSO DE PEDAGOGIA LUISA PETRY FLORES O ABRIR DAS ASAS DA BORBOLETA ATRAVÉS DA ARTE SÃO MATEUS - ES 2012 LUISA PETRY FLORES O ABRIR DAS ASAS DA BORBOLETA ATRAVÉS DA ARTE Projeto de Pesquisa apresentado a Faculdade Capixaba de São Mateus – UNISAM, no curso de Pedagogia, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, sob orientação da Prof Msc Carolina F.Dadalto. SÃO MATEUS-ES 2012 FICHA CATALOGRÁFICA LUISA PETRY FLORES O ABRIR DAS ASAS DA BORBOLETA ATRAVÉS DA ARTE Projeto de Graduação apresentado ao Programa de Graduação em Pedagogia da Faculdade Norte Capixaba de São Mateus, como requisito parcial para obtenção do Grau de Licenciatura em Pedagogia. São Mateus, ____ de novembro de 2012. Banca Examinadora _____________________________________________ Prof. Msc Carolina F.Dadalto. Orientadora UNISAM _____________________________________________ Prof.(a) Laudinéia Azerêdo dos Santos Gomes. UNISAM Avaliador _____________________________________________ Prof.(a) Tereza Barbosa Rocha. UNISAM Avaliador Dedico este trabalho a minha família que sempre me deu forças para seguir com os sonhos, mesmo aqueles dito impossíveis. Dedico também aos meus amigos que são a fonte da minha alegria e motivação, e me suportaram nos momentos difíceis e fazem parte da minha história de vida. A minha professora orientadora Carolina Dadalto pela paciência e contribuições que levaram ao sucesso deste trabalho. "[...] a arte é um meio concreto para se desenvolver a sensibilidade, a ética, a concentração, a criatividade e a espiritualidade, contribuindo para uma sociedade melhor [...].” (COLAGRANDE, 2010, p.27). SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................08 1.1 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................09 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA .............................................................................................10 1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA..................................................................................11 1.4 OBJETIVOS....................................................................................................................12 1.4.1 Objetivo Geral.....................................................................................................12 1.4.2 Objetivos Específicos........................................................................................12 1.5 HIPÓTESE......................................................................................................................13 1.6 METODOLOGIA.............................................................................................................13 1.6.1 Classificação da Pesquisa...................................................................................13 1.6.2 Técnica de Pesquisa para Coleta de Dados.......................................................14 1.6.3 Fonte para Coleta de Dados................................................................................15 1.6.4 Caracterização das Amostras.............................................................................15 1.6.5 Instrumento para coleta de dados......................................................................16 1.6.6 Tratamento e Análise dos Dados........................................................................16 1.7 APRESENTAÇÃO DOS CONTEÚDOS DAS PARTES...............................................17 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................18 2.1 A ARTE E SUAS CONTRIBUIÇÕES...........................................................................18 2.2 A ARTE NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO...................................................20 2.3 A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA RECENTE VONTADE DE TRANSFORMAR.................................................................................................................25 2.4 A CRIANÇA E O ENSINO – APRENDIZAGEM...........................................................26 3 ANÁLISE DOS DADOS .....................................................................................................32 3.1 METODOLOGIA: PROJETO “A MENINA DAS BORBOLETAS”..............................32 3.2 O PROJETO NA PRÁTICA..........................................................................................34 3.3 RELATOS DA VIVÊNCIA.............................................................................................38 4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO................................................................................42 5 REFERÊNCIAS..................................................................................................................43 6 APÊNDICES.......................................................................................................................45 RESUMO A criança na educação infantil está em seu momento de formação individual, aberta a descobertas e experiências que façam sentido em suas vidas. Neste ponto de vista, a arte faz parte de seu caminho criativo e condutor de seu desenvolvimento cognitivo. Através da imaginação, a fantasia, a narrativa, a modelagem e o teatro formam um conjunto de ferramentas que conduzem ao autoconhecimento dos alunos, a concentração e sua expressão e comunicação com o mundo. Esta pesquisa tem o objetivo de contribuir para o reconhecimento da disciplina de artes como ferramenta didática para o aprimoramento das habilidades cognitivas dos alunos do Pré Nível II do CEIM Ovelhinha, com atividades que utilizem a narrativa, a modelagem e o teatro. Oportunizando a estas crianças, vivenciar atividades artísticas que estão inseridas neste contexto da arte como contribuinte no desenvolvimento cognitivo dos alunos. Percebe-se que existe uma necessidade de um reconhecimento do papel positivo da arte em transformar e modelar sentimentos, emoções, pensamentos e atitudes no individuo em formação. Consideramos que a educação quando realizada de forma íntegra percorre pelo caminho afetivo e criativo, tendo a necessidade de ter a arte como fio condutor da formação de indivíduos autênticos e transformadores das situações expostas em seu cotidiano. Neste projeto realizado com as crianças foi possível perceber o quanto as crianças participantes estão abertas à vivenciar a arte, demonstrando atitudes irreverentes e distintas ao seu comportamento comum. Podemos assim contemplar a arte como um caminho tão importante quanto todo conteúdo curricular de nossas escolas. Palavras- chaves: Arte, Educação Infantil, Teatro, Narrativa, Argila, Desenvolvimento Infantil. 1 INTRODUÇÃO Considerando as possibilidades que a arte oferece no desenvolvimento cognitivo das crianças, teremos como foco de pesquisa a arte como instrumento didático que pode contribuir para o desenvolvimento intelectual do indivíduo. Na medida em que o ensino da arte favorece a aquisição de habilidades tanto intelectuais quanto motoras e emocionais. A arte possui ferramentas diversas, com metodologias que abrangem um universo de possibilidades de desenvolvimento humano e que desvenda a capacidade de expressão do indivíduo, podendo assim ter um trabalho direcionado e aplicado diante as necessidades do aluno. Esta função diversificada e transformadora que as atividades artísticas apresentam é expressa neste trabalho. Foram utilizadas técnicas da narrativa, da modelagem e do teatro, como metodologias que podem contribuir para a formação de indivíduos conscientes e responsáveis que tenham esperança, força de vontade e criatividade para transformar o velho no novo. Podendo assim, desenvolver habilidades que buscam o equilíbrio interno do aluno oportunizando um melhor desenvolvimento cognitivo e percepção de vida. Segundo Colagrande (2010, p.23.) “a arte está para criança como uma forma livre de experimentar a si mesma, a sua expressão, comunicação e descoberta de suas possibilidades de criação”. Através desta reflexão fortalecemos o reconhecimento das contribuições da arte no desenvolvimento cognitivo das crianças que neste caso são alunos de 6 anos do Pré Nível II do CEIM Ovelhinha. Neste trabalho foi desenvolvida a análise bibliográfica como fundamentação para um estudo de campo onde foram apresentadas atividades propostas para o público– alvo escolhido, que são crianças de 6 anos do CEIM Ovelhinha, localizado no bairro Guriri na cidade de São Mateus – ES. Esta pesquisa realizou-se no segundo semestre do ano de 2012 e teve um olhar reflexivo sobre as contribuições das atividades artísticas como ferramenta potencializadora para o desenvolvimento cognitivo das crianças. Podendo conquistar um reconhecimento e aprimoramento profissional dos professores de artes e uma qualidade no ensino de nossas crianças valorizando seu potencial criativo. 1.1 JUSTIFICATIVA Percebe-se que no cotidiano escolar muitos alunos apresentam comportamentos imaturos, refletindo em dificuldades de aprendizagem relacionadas à falta de motivação e concentração diante as possibilidades que possuem em suas atividades propostas por seus professores que exercem um trabalho prático e mecânico em suas aulas, perdendo a essência de educar e transformar. Ou seja, o potencial desses alunos poderia ser melhor explorado caso o ensino ocorresse de forma contextualizada e que houvesse nele um intuito educativo tendo como metodologia didática uma ação pedagógica que contribuísse na vida das crianças de modo mais amplo. Neste caso, a disciplina de arte tem uma gama de contribuições tanto no sentido de coordenação motora, quanto do intelecto do aluno e também o emocional. Podendo assim através de atividades artísticas ocorrer o favorecimento da expressão da linguagem da criança tendo a arte como ferramenta para a internalização das informações oriundas do cotidiano. Segundo Bock (2008, p.128): Vigotsky deu ênfase ao processo de internalização como mecanismo que intervém no desenvolvimento das funções psicológicas complexas. Essa é a reconstrução interna de uma operação externa e tem como base a linguagem. O plano interno, para ele, não preexiste , mas é constituído pelo processo de internalização, fundado nas ações , nas interações sociais e na linguagem. A comunicação da criança com o mundo é refletida em sua essência como ela vê e sente o mundo, conduzindo sua expressão com pureza e espontaneidade. De fato ter possibilidades de potencializar sua forma de sentir e registrar para si as informações externas poderá desenvolver características positivas em sua relação social e interativa ao longo da vida. Tanto Vigotsky quanto Piaget em seus estudos defendem a importância das relações sociais para um desenvolvimento intelectual e equilibrado na vida do indivíduo. O autor Wadsworth (2010, p.12) relata que: Para Vigostsky, os fatores sociais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento intelectual, Quando o conhecimento existente na cultura é internalizado (ou construído) pelas crianças , as funções e as habilidades intelectuais são provocadas a se desenvolver. Dessa forma, a aprendizagem conduz ao desenvolvimento. Piaget, por sua vez, reconheceu plenamente o papel dos fatores sociais no desenvolvimento intelectual. As interações sociais foram consideradas como uma fonte de conflito cognitivo, portanto, de desequilibração e, consequentemente, de desenvolvimento. Considerando os estudos de Vigotsky e Piaget, os mesmos expressam a necessidade do vínculo social positivo que exerça seu papel de potencializar a aprendizagem do aluno, podendo conduzir num trabalho motivador e transformador na educação. Percebemos que nos dias atuais esta desmotivação e esta desvalorização do uso da arte como contribuinte de um desenvolvimento intelectual do aluno faz do ensino um caminho árduo com dificuldades de aprendizagens que poderiam ser dissolvidas através de uma metodologia mais fluida e prazerosa para a criança. Portanto, este trabalho justifica-se pela necessidade de apontar as contribuições que o ensino da arte pode oferecer no desenvolvimento cognitivo dos alunos do Pré Nível II do CEIM Ovelhinha. 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA As contribuições do ensino da arte como metodologia para o desenvolvimento cognitivo das crianças de seis anos do CEIM Ovelhinha foi o tema escolhido para ser trabalhado neste projeto de pesquisa. Nesta pesquisa foram proporcionadas atividades artísticas para os alunos da faixa etária escolhida do CEIM Ovelhinha. Este estudo de campo foi posto em prática no mês de setembro deste ano, com o embasamento teórico já sendo desenvolvido no primeiro semestre de 2012. 1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA O universo da criança que está na educação infantil é repleto de fantasia, movimento, cantigas de roda, brincadeiras, cores, música e imaginação. Percebe-se a necessidade de um ensino de arte na educação infantil que motive as crianças a explorar seus potenciais e desvendar habilidades cognitivas que farão sentido em suas vidas. A ausência deste trabalho com arte torna perceptível alguns comportamentos infantis os quais refletem na dificuldade da criança em ter autonomia de suas ações; de ter a capacidade de conhecer a si mesmo; saber resolver problemas; criar novas alternativas perante as situações cotidianas da vida; expressar suas emoções e; desenvolver habilidades psicomotoras e intelectuais. O ensino da arte na educação infantil pode oportunizar melhor rendimento e motivação durante todo o processo escolar. A arte como metodologia de ensino influencia não somente no desenvolvimento escolar dos alunos, mas principalmente em sua formação enquanto indivíduo; na sua vida cotidiana e; até mesmo na sua profissão podendo ter força de vontade e mais facilidade de resolver desafios da vida adulta. Desta forma, esta pesquisa se propõe a responder a seguinte questão: Quais as contribuições que o ensino da arte pode proporcionar aos alunos do Pré Nível II do CEIM Ovelhinha? 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo geral Contribuir para o reconhecimento da disciplina de artes como ferramenta didática para o aprimoramento das habilidades cognitivas dos alunos do Pré Nível II do CEIM Ovelhinha com atividades que utilizem a narrativa, a modelagem e o teatro. 1.4.2 Objetivos Específicos - Realizar uma pesquisa bibliográfica acerca do tema em questão; - Refletir e analisar historicamente o papel da arte na educação através de bibliografias; - Analisar a importância da arte no ambiente escolar atual, considerando a literatura que trata da temática; - Contribuir para o fortalecimento da idéia de que a arte pode funcionar como ferramenta contribuinte na formação consciente e criativa da personalidade dos indivíduos; - Elaborar uma proposta metodológica que envolva atividades artísticas que propiciam o aprimoramento do desenvolvimento cognitivo; - Aplicar as atividades propostas; - Analisar o envolvimento dos alunos nas atividades propostas; - Observar os avanços no desenvolvimento dos alunos após a execução do projeto; - Contribuir para o desenvolvimento de habilidades cognitivas através da narrativa, da modelagem e do teatro. 1.5 HIPÓTESE Acredita-se que através desta pesquisa será possível reconhecer o papel positivo da arte voltada para educação no desenvolvimento cognitivo dos alunos do Pré Nível II do CEIM Ovelhinha. 1.6 METODOLOGIA 1.6.1 Classificação da Pesquisa Essa pesquisa tem a característica exploratória e descritiva. Nela será desenvolvido um trabalho que reconheça o valor da função da arte como didática de aprimoramento do desenvolvimento cognitivo de crianças do Pré Nível II do CEIM Ovelhinha. No que se refere ao caráter exploratório, Gil (2007, p. 41) afirma que: Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou constituir hipótese. Pode–se dizer que esta pesquisa tem como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Este trabalho também terá característica descritiva, tendo em vista que se trata de um trabalho de pesquisa em pratica no qual foram proporcionadas atividades artísticas para que através de observações indique - se um melhor desenvolvimento sobre o tema proposto. A pesquisa descritiva possibilita que o pesquisador complemente sua pesquisa com materiais registrados, observados, analisados de forma que complemente sua teoria estudada dando corpo ao seu trabalho. Segundo Andrade (2001, p.124) “Neste tipo de pesquisa descritiva, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles”. A junção das pesquisas exploratórias e descritivas proporciona um maior embasamento no trabalho científico. 1.6.2 Técnica de Pesquisa Para Coleta de Dados A pesquisa bibliográfica servirá como base teórica fundamentada em pesquisadores e estudiosos sobre o tema em questão. Segundo Andrade (2006, p.126) “... todo trabalho científico pressupõe uma pesquisa bibliográfica preliminar”. Também será utilizada para coleta de dados a técnica de estudo de campo. Para Gil (2007, p. 53): Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas captações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais como a análise de documentos, filmagem e fotografias. Considerando a pesquisa bibliográfica como fundamentação teórica para a complementação deste trabalho o estudo de campo será uma etapa onde apresentará na prática questões do cotidiano dos alunos em sala, podendo assim registrar e analisar posteriormente o trabalho de forma mais concreta. As atividades propostas para este estudo de campo serão estabelecidas da seguinte forma: 1° Etapa: Narrativa da História: “A Menina das Borboletas” de Roberto Caldas; na horta da escola; 2° Etapa: Atividade com modelagem, utilizando argila para criação dos elementos da história; 3° Etapa: Roda de conversa e reflexões sobre a vivência e seleção de personagens entre os alunos dando início a dramatização da história; 4° Etapa: Ensaio do teatro e confecção de figurinos; 5° Etapa: Culminância do Projeto Arte com a Menina das Borboletas, com exposição das obras rústicas de argila confeccionadas pelos alunos e apresentação do teatro “A Menina das Borboletas”. Desta forma, equilibrando a fundamentação bibliográfica, através de pesquisas sobre o tema, com a prática, este projeto de artes se atreve a propor diferentes percepções, análises e críticas que possibilitem novas alternativas de trabalho com a arte junto às crianças na educação infantil. 1.6.3 Fontes Para Coletas de Dados As fontes para coleta de dados desta pesquisa serão primárias visto que haverá coleta de dados conforme o desenvolvimento das atividades que serão registrados imagens fotográficas; vídeos, e relatos de alguns alunos envolvidos no projeto. E também serão fontes secundárias: livros, artigos fundamentados sobre o tema proposto, que segundo Andrade (2006, p.43) “as fontes secundárias referem-se a determinadas fontes primárias, isto é, são constituídas pela literatura originada de determinadas fontes primárias e constituem-se em fontes das pesquisas bibliográficas”. 1.6.4 Caracterização da Amostra O público–alvo desta pesquisa foram 12 crianças de 6 anos da turma do Pré Nível II alunos do CEIM Ovelhinha. Este Centro Educacional Municipal Ovelhinha fica localizado no bairro Guriri, na cidade de São Mateus, ES. Estes alunos já demonstram algumas habilidades com artes, expressam suas vontades, e atualmente estão em seu processo de alfabetização preparando–se para o Ensino Fundamental I para o próximo ano. Segundo Andrade (2006, p.144), “os sujeitos de uma pesquisa, ou seja, os elementos que serão investigados compõem uma amostra da população ou do universo.” Em geral estas crianças têm um nível social com baixa renda familiar e uma série de situações como dificuldades de relacionamentos familiares e afetivos. 1.6.5 Instrumento Para Coletas de Dados Este trabalho utilizou como instrumentos metodológicos a roda de conversa 1, a narrativa, a modelagem e o teatro. A utilização desses instrumentos proporcionou um enriquecimento da pesquisa no sentido prático e qualitativo do estudo de campo. Considerando as atividades artísticas com modelagem e teatro, esta pesquisa teve como instrumentos para coleta de dados grupos de discussão, registros fotográficos e observações a partir das atividades registradas no estudo. 1.6.6 Tratamento e Análise dos Dados Nesta pesquisa foi trabalhada a análise dos dados com intuito de buscar resultados qualitativos sobre as contribuições das atividades artísticas na turma do Pré Nível II do CEIM Ovelhinha. Sendo assim, Gil (2007, p. 133) diz: A análise qualitativa depende de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam a investigação. Pode – se, no entanto, definir esse processo como uma sequência de atividades, que envolve a redução dos dados, a categorização desses dados, sua interpretação e a redação do relatório. Nesse contexto a análise dos dados foi realizada a partir de uma leitura crítica da bibliografia consultada, observação e execução de atividades pedagógicas com o intuito de organizar os dados para compor o corpo textual deste trabalho. 1.7 APRESENTAÇÃO DOS CONTEÚDOS DAS PARTES 1 A roda de conversa , dispõe da interação do professor com os alunos, todos sentados em forma de circulo, para se ter um momento de dialogo e reflexões acerca de determinado assunto. Capítulo 1 – O capítulo aborda a introdução do trabalho, delineando sobre os questionamento, objetivos e hipóteses que deram início a este estudo que culminou no desenvolvimento e conclusão desta pesquisa. Traz detalhes da metodologia utilizada e outros pontos relevantes sobre o processo de construção do trabalho. Capítulo 2 – O presente capítulo aborda o conteúdo teórico que abrange as contribuições da arte, o histórico do ensino da arte, o histórico do ensino da arte e o ensino-aprendizagem. Capítulo 3 – O capítulo três traz a análise dos dados descrevendo o processo de construção do projeto de artes desenvolvido na escola, e aborda, também, relatos das vivências. Capítulo 4 – Traz as considerações finais deste estudo. 24 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A ARTE E SUAS CONTRIBUIÇÕES Tendo em vista que no processo de ensino – aprendizagem a arte ocupa um espaço que amplia os conhecimentos adquiridos pelos educandos, esta pesquisa foi desenvolvida com crianças de seis anos do CEIM Ovelhinha, foi levado em consideração que as crianças dessa faixa etária possuem um melhor desempenho nas habilidades que foram necessárias para cumprir os objetivos deste estudo. Essa pesquisa objetivou possibilitar a esses alunos a oportunidade de vivenciar atividades artísticas que possam gerar um melhor rendimento escolar; que desenvolvam a capacidade de potencializar seus dons artísticos; desenvolver sua coordenação motora e; expressar seus sentimentos sabendo lidar com as diferenças melhorando assim sua socialização ao meio social em que vivem. A criança está aberta a aprender e praticar aquilo que a inspira, que alimenta sua imaginação, quanto a isso Fusari (2009, p.85), explica que: “Compreender o processo de aquisição do conhecimento da arte pela criança significa mergulhar em seu mundo expressivo, por isso, é preciso procurar saber por que e como ela o faz”. Valorizar o ensino da arte e suas contribuições é um caminho humano onde possibilita o desenvolvimento cognitivo, o autoconhecimento, a sua história podendo ser tecida e modelada de forma consciente e transformadora, cooperando com as relações sociais, relações escolares e afetivas do aluno. É necessário que haja uma mudança de paradigmas sobre a função da arte na formação do indivíduo. A criança sente e expressa o que vive, a arte é mediadora destes sentimentos. Fusari (2010, p.85), ressalta que “a criança exprime – se naturalmente, e se comunica tanto do ponto de vista verbal, como plástico, musical ou corporal, e sempre motivada pelo desejo da descoberta e por suas fantasias”. É necessário que 25 se dê oportunidade ao aluno de vivenciar a arte para que ele possa expressar - se a partir dela. Segundo Colagrande (2010, p.43): A criança de três a seis anos começa a olhar o mundo, percebe-se um ser diferenciado nele e pode manifestar suas sensações por meio de pinturas, colagens ou rabiscos para começar lentamente a elaborar seu campo gráfico de acordo com suas percepções. O papel do educador nessa fase é tornar possível essa manifestação, oferecendo materiais, fazendo ao lado do aluno seu próprio trabalho para que ele observe e crie o seu próprio, sabendo como utilizar os materiais. A arte é uma ferramenta que auxilia no desenvolvimento da criança, vindo de uma criação interna, de consciência e percepção sensorial sobre o mundo. A atividade artística utilizada didaticamente2 pode auxiliar no processo cognitivo da criança. E sendo utilizada de forma correta e aprofundada coopera equilibrando os meios de aprendizagem intelectuais e racionais com os emocionais e psicológicos que fazem parte do indivíduo. A criança precisa ser entendida e ter este auxílio amoroso em seu espaço educativo, Porcher apud. Forquin (1982, p.47) afirma que: Dentro de cada criança, como dentro de cada antiga criança, existem imensas virtualidades sensoriais, aptidões emotivas, possibilidades de felicidades sensíveis. O educador que não faz tudo o que pode, agora, no plano da educação escolar- que é o plano mais geral e decisivo- para exaltar e realizar essas virtualidades, que deixa passar o momento oportuno, quer por indiferença, por cansaço ou por negligência, contribui para manter a banalidade do mundo a mediocridade do homem, a insignificância da vida (...). Sabemos que na maioria das escolas brasileiras, a questão emocional e psicológica só recebe a devida atenção quando algum problema de comportamento de algum aluno é apresentado já em seu estado crítico, pode-se apontar essa situação como um dos maiores desafios das escolas atualmente. Através da arte é possível auxiliar na elaboração e modelagem de pensamentos, ter liberdade de expressar diretamente nossos sentimentos e registrar através da 2 A didática se caracteriza como mediação entre as bases teórico-científicas da educação escolar e a prática docente (LIBÂNEO, 1994, p. 28). 26 criação artística aquilo que é estimulado intelectualmente, através do raciocínio, das metodologias que aprendemos desde pequenos na escola, prevenindo assim um jovem desequilibrado emocionalmente e com dificuldades de aprendizagem. Atualmente a criança está perdendo seu tempo de brincar, criar e sonhar no jardim de infância, assim enrijecendo seus pensamentos desde pequena, pois já tem o dever de aprender a escrever, a calcular e logo estará preenchendo provas e recebendo notas para sua avaliação na educação infantil. Segundo Colagrande (2010, p.24): (...) Formamos indivíduos mais inseguros, que imitam os padrões estabelecidos por outros e, muitas vezes, padrões esses que não funcionam, e que vemos são pessoas cada vez mais insatisfeitas, infelizes e estressadas. Estou ousando dizer aqui que a arte contribui sim para uma formação de melhor qualidade e maiores possibilidades. Isso não significa que todos deveriam ser artistas, mas sim todos deveriam ter oportunidade de experimentar a arte como uma maneira de expressão pessoal, autoconhecimento e sensibilização com o meio ambiente. Com essa mudança nas relações infantis percebemos desenvolvimentos mais intensificados nas áreas de raciocínio e gramática e um déficit no desenvolvimento das áreas cognitivas, emocionais e criativas. 2.2 A ARTE NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO A arte na educação caminha junto ao que a sociedade está refletindo como as questões culturais, socioeconômicas, relações familiares e escolares. Neste conjunto de fatores existe a necessidade de fazer arte e o reconhecimento desta na vida das crianças na escola, já que a escola reflete as necessidades sociais. 27 Percebe-se a necessidade da importância de obtermos um conhecimento histórico da trajetória da arte e seu espaço nas escolas. Nos Parâmetros Curriculares já está registrado a arte junto à história da humanidade como práticas formadoras culturais. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte, volume 6 (2000, p.21): Desde o início da história da humanidade a arte sempre esteve presente em praticamente todas as formações culturais. O homem que desenhou um bisão numa caverna pré-histórica teve que aprender de algum modo, seu ofício. E, da mesma maneira, ensinou para alguém o que aprendeu. Assim, o ensino e a aprendizagem da arte fazem parte, de acordo com normas e valores estabelecidos em cada ambiente cultural, do conhecimento que envolve a produção artística em todos os tempos. O ensino da arte contribui para o desenvolvimento criador da criança, por isso é relevante compreendermos que na metodologia tradicional das escolas oportunizar o desenvolvimento da criatividade da criança não era o seu foco e sim trazer informações prontas e padronizadas conforme a sociedade visava construir na formação dos cidadãos há décadas atrás. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte, Volume. 6 (2000, p.22) consta que: É importante salientar que tais orientações trouxeram uma contribuição inegável no sentido da valorização da produção criadora da criança, o que não ocorria na escola tradicional. Mas o princípio revolucionário que advogava a todos, independentemente de talentos especiais, a necessidade e a capacidade da expressão artística foi aos poucos sendo enquadrado em palavras de ordem, como por exemplo, “o que importa é o processo criador da criança e não o produto que realiza” e “aprender a fazer, fazendo”; estes e muitos lemas foram aplicados mecanicamente nas escolas, gerando deformações e simplificações na idéia original, o que redundou na banalização do “deixa fazer” – ou seja deixar a criança fazer arte, sem nenhum tipo de intervenção. A Tendência da Pedagogia Tradicional, atualmente é refletida em nossas escolas, famílias e comunidades, no momento em que essas organizações optam por posturas mecânicas, rígidas e inflexíveis no processo de ensino aprendizagem. No que se refere a Pedagogia Tradicional, Fusari (2010,p.25) afirma que: Na pedagogia tradicional o processo de aquisição dos conhecimentos é proposto através de elaborações intelectuais e com base nos modelos de pensamento desenvolvidos pelos adultos, tais como análise lógica, abstrata. Na prática, a aplicação de tais idéias reduz-se a um ensino mecanizado, desvinculado dos aspectos do cotidiano, e com ênfase exclusivamente no 28 professor, que “passa” para os alunos “ informações” consideradas verdades absolutas. Como forma de contestação a esta tendência pedagógica, uma nova geração de pensadores que objetivavam propor novas formas de ensino iniciaram o movimento denominado Escola Nova. Esse movimento causou polêmica e trouxe novas possibilidades nas áreas das linguagens artísticas, teatrais, e educacionais. Alguns acontecimentos sociais e culturais fortaleceram o movimento da Escola Nova. Dentre eles pode – se apontar a Semana da Arte Moderna que trouxe um novo olhar sobre a produção artística de modo que deixou de focar a arte como um só gênero de criação, rompendo com uma postura mecanizada e inflexível de produção artística, tirando o foco na produção artística européia e valorizando os artistas brasileiros. Tendo em vista que a Escola Nova propunha uma educação contextualizada com a valorização da diversidade cultural e artística, a Semana de Arte Moderna veio ao encontro desta proposta fortalecendo o movimento. Segundo o autor Fusari (2010, p.33): No campo artístico observam-se ecos da Semana da Arte Moderna de 1922, expandindo-se o movimento modernista para várias regiões do país e organizando salões de arte com características inovadoras e mais nacionalistas. O resgate cultural e reconhecimento de suas riquezas naturais e artísticas em nosso país é o que teve em discussão nestes movimentos sociais representando a arte e valorizando-a caracterizando nosso país como um campo de artistas privilegiados e mantenedores de nossa cultura diversificada. Com isto podemos interligar o papel sócio-cultural do ensino da arte na educação infantil como ferramenta formadora e potencializadora de nossas raízes culturais, tanto no folclore quanto o que a própria diversidade compõe com suas misturas sociais. Outra área que podemos ressaltar na sua função da construção do pensamento evolutivo da arte na educação durante a Escola Nova é a psicologia. A psicologia tinha seu papel fundamental nesta época onde as aulas de artes eram diferenciadas buscando o estímulo para o aluno em sua criação, tendo como objetivo desenvolver 29 seu potencial criativo com exercícios que transmitiam a sensibilidade e percepção. Neste período da Escola Nova, houve uma união de pensadores, psicólogos e filósofos, como, Lowenfeld, Carl Rogers, que integraram novos métodos de dar aulas de artes, “as aulas de artes centralizam-se, então, em objetivos que visam o desenvolvimento da criatividade do aluno [...]”, ressalta, Fusari (2010, p.37). Além disso, existia o conceito de sensibilização para iniciar a aula de artes o que indicava já um diferencial e uma busca de criação livre e orientada. Com o passar do tempo, o Brasil seguia com conflitos sociais, com a ditadura, a repressão sobre a voz do povo, gerou uma sociedade determinista e rigorosa em relação ao livre-arbítrio e a liberdade de expressão. A escola era um meio controlador de pensamentos politicamente determinados e sua função era modelar os cidadãos em padrões de pensamentos e hábitos que fortalecessem o nãomanifesto e o silencio sobre seus ideais, o que é contraditório ao papel essencial da arte na vida do ser humano. Em 1971, houve uma tentativa de mudar os paradigmas da educação e formalizar de forma organizada e comum para todos à educação brasileira. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional insere as atividades artísticas no currículo escolar buscando uma nova possibilidade de fazer arte na escola, mesmo assim não chegou ao reconhecimento que deveria ter como disciplina curricular que segundo Fusari (2010, p.41): Dentre os problemas apresentados no ensino artístico, após a Lei n.5.692/ 71, encontram – se aqueles referentes aos conhecimentos básicos de arte e métodos para apreendê-los durantes as aulas, sobretudo nas escolas públicas. O que se tem constatado é uma prática diluída, pouco ou nada fundamentada, na qual métodos e conteúdos de tendência tradicional e novista se misturam, sem grandes preocupações, com que seria melhor para o ensino da Arte. Deste modo, era escasso o número de professores capacitados para converter em prática essa necessidade de reconhecer e valorizar o ensino da arte em nossas escolas. A necessidade de mudanças desses paradigmas estava cada vez mais refletida na sociedade, segundo consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte, Volume 6 (2000, p.30): 30 Com a Lei n. 9.394/96, revogam-se as disposições anteriores e Arte é considerada obrigatória na educação básica: “O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.” Sendo assim, existe uma preocupação, ou uma tentativa de tornar o ensino da arte diferente de como era visto através da sua inserção nos parâmetros curriculares nacional. A arte na educação começa a fazer parte de forma mais concreta dentro dos parâmetros curriculares nacionais, e existe então uma mobilização para uma conscientização do que é o ensino da arte neste reconhecimento curricular. A questão é: mudou o ensino da arte com as Leis de Diretrizes da educação? A arte na educação hoje ainda reflete a falta de preparo dos professores em relação ao reconhecimento desta disciplina sensibilizadora, que valoriza os talentos, as percepções, o intelectual e emocional do seu aluno. Porcher (1982, p.14) diz que: [...] Esta origem histórica contribui de modo notável para esclarecer o lugar inferior – em quantidade e qualidade – reservado à educação artística das crianças. A visão da arte que predominava na época (e que continua a impregnar ainda hoje a maior parte do território escolar) privilegiava a inspiração, o dom, a sensibilidade imediata e espontânea, ou seja, nitidamente, toda uma coleção de conceitos vagos que têm como denominador comum o fato de se oporem a uma pedagogia do racional, da aprendizagem, do trabalho. O ensino da arte sempre foi visto como algo livre e sem planejamento especifico e direcionado como das disciplinas bases a língua portuguesa, matemática, historia. Em segundo plano a prática artística na escola é motivo de lazer enquanto se tem tempo vago no dia -a -dia escolar e quando se tem o interesse, a arte é oferecida às classes sociais bem sucedidas tornando nestas ocasiões uma prática elitista. 2.3 A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA RECENTE VONTADE DE TRANSFORMAR 31 A arte faz parte do contexto escolar na qual a criança está inserida. Segundo o RCNEIs (BRASIL, 1998, p. 91): No processo de aprendizagem em Artes Visuais a criança traça um percurso de criação e construção individual que envolve escolhas, experiências pessoais, aprendizagens, relação com a natureza, motivação interna e ou externa. No entanto, o ensino da arte hoje, na educação infantil, é manuseado de forma mecânica e estética; e a transformação desta prática é um trabalho recentemente efetivado de forma específica, o professor de artes, nesse contexto, possui pouco apoio pedagógico para construir um trabalho diferenciado nos planejamentos de aula. Mesmo assim, acredita-se na capacidade daquele educador que mesmo amador tem em seu íntimo o devir de estar atento às necessidades de intuir através de seu autoconhecimento, a sua contribuição para seus respectivos alunos com seus potenciais artísticos e criativos transmitindo esta força de vontade e gerando situações de criação coletiva e individual junto às crianças. Os RCNEIs propõem habilidades e competências específicas a serem desenvolvidas na educação infantil, tais como: - Interessar-se pelas próprias produções, pela de outras crianças e pelas diversas obras artísticas (regionais, nacionais e internacionais) com as quais entrem em contato, ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura. - Produzir trabalhos de arte, utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem, da construção, desenvolvendo o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de produção e criação (BRASIL, 1998, p. 95). Contudo, é notável que o ensino público careça deste cuidado com o papel da contribuição do ensino da arte, pois só recentemente a arte foi inserida dentro do currículo de disciplinas específicas na educação infantil. A arte na educação infantil proporciona um melhor entendimento e aproveitamento das metodologias, que podem favorecer para um melhor rendimento escolar na formação dos alunos, percebendo o mundo e adquirindo uma consciência do espaço onde vivem. As professoras regentes de sala na educação infantil carecem das 32 forças de vontade de criar com seus alunos, lambuzarem-se de tinta, saírem das salas de aula, procurar espaços abertos, transformarem as atividades préproduzidas por atividades produzidas pelos próprios alunos. É visto em algumas salas de aula na educação infantil, professores desmotivados e mecanizados com desenhos prontos para a criança pintar. Porcher (1982, p.33) afirma que: [...] o que importa para o educador é proporcionar á criança exclusivamente uma oportunidade para a expressão e a criação, o direito à palavra, á escrita, á manifestação plástica, musical, corporal; uma vez que a criança é espontaneamente criadora, espontaneamente poeta, artista, dançarina, arquiteta, geômetra, etc.,todo o resto virá de lambujem. Nessa perspectiva de uma “atividade artística pronta”, muitas vezes já são destinadas as cores e formas, já impostas para as crianças copiarem. E em um ambiente flexível às espontaneidades e fantasias, das crianças, é necessário que os educadores de artes orientem com consciência; sensibilizando o aluno a encontrar seu espaço e desenvolver seu talento e potencial. Isso é uma questão de respeito à infância e ao crescimento deste individuo em formação. 2.4 A CRIANÇA E O ENSINO – APRENDIZAGEM A criança em seus primeiros anos de vida está formando seu corpo, desenvolvendo seus sentidos de forma que recebe as informações externas do mundo com potencialidade, expressando seus sentimentos com bastante mobilidade, brincando, desenhando, experimentando as possibilidades que a vida apresenta a ela. A criança percebe o mundo através de suas vivências: o que sente; o que escuta, o que vê, o que ela vive. Para Lievigoed (2002, p. 100): A criança pequena, entre os três e os seis anos, ao ir adquirindo a consciência do eu vai edificando uma imagem provisória do mundo. Como ser ativo, ela sente o impulso de também exteriorizar essa imagem. Daí a 33 sua criatividade ativa na área da imagem. Desenhar, trabalhar manualmente – enfim as artes plásticas – constituem o campo de exteriorização específico desse período. Sendo assim, podemos estimular, desenvolvendo e transformando situações adversas em relação ao desenvolvimento cognitivo da criança utilizando a arte como motivação promovendo uma educação mais humana e criativa na educação infantil. O desenvolvimento cognitivo para Piaget apud Bock (2008, p.139) “(...) resulta da construção de um equilíbrio progressivo entre assimilação e acomodação, o que propicia o aparecimento de novas estruturas mentais. Isso é um processo em evolução”. A criança de cinco a seis anos está numa fase onde recebe novas informações e possibilidades de estar se comunicando com o ambiente onde vive, através do início da alfabetização, da sua espontaneidade conforme a sua curiosidade com a vida. Neste período o que é apresentado à criança em sua vida, é registrado conforme o seu contexto de vida de forma que é assimilado com sua sensibilidade e percepção de mundo. Esta pesquisa teve como intuito investigar como a arte pode contribuir para que este processo progressivo de desenvolvimento cognitivo da criança no qual Piaget apresentou como um dos fatores do desenvolvimento cognitivo da criança saia da teoria e se efetive no contexto escolar. Para que haja uma qualidade de vida para a criança é necessário conduzir um caminho flexível e reconhecedor do potencial de cada criança de forma artística e contextualizada com consciência do que pode ser bom ou ruim, assimilando de maneira saudável suas percepções de vida possibilitará um futuro cidadão com livre - arbítrio em suas escolhas. Isso pode ser observado na teoria interacionista de John Dewey, onde o desenvolvimento do cognitivo é construído à partir da interação da criança com o meio. Existem fatores que servem como estímulos para o desenvolvimento da criança, em relação a sua característica espontânea em assimilar e vivenciar o mundo. Na teoria de Piaget apud Wadsworth (s.d., p.35) afirma que “Piaget propôs quatro fatores que 34 são relacionados ao desenvolvimento cognitivo: maturação, experiência ativa, interação social e um progresso geral do equilíbrio”. Estes fatores quando respeitados e estimulados na educação proporciona um sentido maior para o desenvolvimento cognitivo da criança. O ser humano vive na busca do equilíbrio, a arte tem este papel de contribuir na busca do equilíbrio da criança através de atividades como pintura, modelagem, dança, musicalização, teatro, trabalhos que correspondam ao que ela necessita no que se refere à expressão e percepção de vida. O primeiro fator apresentado por Piaget é a maturação como um dos fatores importantes na cognição da criança. Segundo a teoria de Piaget apud. Wadswoth (s.d., p. 35) “[...] a hereditariedade impõe limites amplos para o desenvolvimento, em qualquer momento. A maturação, a ritmo de manifestação do potencial herdado, é o mecanismo pelo qual estes limites são estabelecidos”. Neste caso, aquilo que é proveniente de sua natureza deve ser respeitado e valorizado através da aceitação e potencialização de tal padrão hereditário, podendo tanto transformar quanto desenvolver e evoluir estes limites pré-estabelecidos em sua vida. O segundo fator é a Experiência Ativa, onde ele descreve que a criança tem estímulos que a levam a um caminho de assimilação do conhecimento físico, intelectual e emocional, que estão ligados a estes fatores de desenvolvimento relacionados à sua experiência de vida. Para Piaget apud Wadsworth (s.d., p.35), “a experiência ativa é um dos quatro fatores do desenvolvimento cognitivo. Cada tipo de conhecimento que a criança constrói motor, lógico- matemático e social - requer sua interação com os objetos ou com as pessoas’. Desta forma afirma-se a importância das relações sociais e suas experiências para o desenvolvimento intelectual. A escola é o ambiente de socialização da criança, onde se encontram diversas historias de vida e compartilham momentos importantes da vida, que fazem parte do crescimento da criança. É fundamental que a escola esteja preparada neste contexto social da diversidade sócio-cultural e suas implicações como, dar auxilio e mergulhar no mundo da criança para encontrar o ponto certo de desenvolver seu potencial sem deixar marcas para um crescimento desequilibrado e 35 inseguro na vida deste indivíduo. O ensino da arte quando consciente,é um veiculo de informações e transformações, onde o aluno pode expressar-se livremente e ter uma orientação positiva sob sua perspectiva de vida. O terceiro fator mencionado por Piaget para o desenvolvimento cognitivo da criança é a Interação Social. Na teoria de Piaget apud Wadsworth (s.d., p.35) diz que “na medida em que os conceitos são ‘arbitrários’ ou socialmente definidos, a criança depende da interação social para a construção e validação dos conceitos”. A criança necessita ter contato social, e liberdade para se expressar. A escola é um ambiente de construção social da criança com isso podemos pensar o quanto pode se contribuir através da arte como disciplina mediadora na construção da comunicação social da criança. As relações sociais são vulneráveis as situações cotidianas que em certo meio é previsto. E buscando uma educação de qualidade pode - se prevalecer este ambiente educativo, a escola como parte funcional da assimilação e correspondência com o mundo. O quarto fator colocado em evidência por Piaget é a equilibração. Podemos refletir o fato de que buscamos ao longo da vida o equilíbrio interno e afetivo, cujo tais fatores mencionados acima estimulam para um desenvolvimento cognitivo. A teoria de Piaget apud Wadsworth (s.d, p.36) diz que “(...) a equilibração é o regulador que permite que novas experiências sejam incorporadas, com sucesso, aos esquemas”. Ter coragem, esperança e força de vontade, são algumas virtudes que podem ser exploradas durante as aulas de arte em busca do equilíbrio. A aprendizagem está relacionada às vivências da vida de cada um, ao meio social em que vive, e a seus estímulos vindos da sua relação familiar, afetiva, escolar. Existem estudos e teorias que fundamentam o desenvolvimento da aprendizagem de forma individual e coletiva. Neste trabalho será enfatizada a visão de Piaget e Vigotsky como embasamento fundamental sobre o desenvolvimento de aprendizagem. Na obra “Inteligência e Afetividade da Criança na Teoria de Piaget” são apresentadas diferenças e semelhanças de Piaget e Vigotsky referente ao desenvolvimento da aprendizagem. Segundo Wadsworth (s.d., p.13): O ponto de vista de Piaget é o de que a nova construção é sempre realizada sobre uma construção anterior. Ambos os teóricos concordam que o 36 desenvolvimento e a aprendizagem podem ser antecipados. Suas diferenças referem-se mais a como a aprendizagem e o desenvolvimento ocorrem, mas não que sejam possíveis.(...) Para Vygotsky, os fatores sociais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento intelectual. Quando o conhecimento existente na cultura é internalizado (ou construído) pelas crianças, as funções e as habilidades intelectuais são provocadas a se desenvolver. Dessa forma, a aprendizagem conduz ao desenvolvimento intelectual [...]. A aprendizagem para a criança exige motivação, entusiasmo, algo que revele aquilo que ela tem a questionar. Os fatores sociais influenciam na forma como a criança recebe o mundo, mas também é possível transformar as percepções errôneas em percepções positivas de crescimento interior. A arte é um veículo condutor de possibilidades de perceber o mundo. É estar ciente de que a aprendizagem condiz com o que já vivemos e constrói o que queremos viver. Os adultos tem já modelado seus padrões de pensamentos, de hábitos construídos com o passar do tempo e demonstram mais dificuldades de estarem flexíveis as transformações. Já a criança se permite criar e transformar, o que necessita é de oportunidade e reconhecimento de seus potenciais de criação. O ensino – aprendizagem é um caminho que tem sido explorado e instigado pelos pedagogos pela busca de ter uma prática onde o professor deva estar a todo instante inovando as possibilidades de dar aulas. Para que isso aconteça, o professor deve ser um pesquisador, onde possa perceber o que seu aluno contribui em suas aulas, motivando – o a desenvolver seu potencial durante as aulas sem julgar e sem perder a esperança de ter no ensino este papel inovador, humano onde exista o respeito mútuo entre professor e aluno para que assim haja um desenvolvimento no ensino – aprendizagem em nossas escolas. Para Libâneo (1994, p.95): Podemos dizer, então que o essencial do processo didático é coordenar o movimento de vaivém entre o trabalho conduzido pelo professor e a percepção e o raciocínio dos alunos frente a esse trabalho [...]. Em síntese, podemos dizer que, talvez, uma das qualidades mais importantes do professor seja de se saber lançar pontes (ligações) entre as tarefas escolares e as condições prévias dos alunos para enfrentá-las, pois é daí que surgem as forças impulsoras da aprendizagem. O envolvimento do aluno no estudo ativo depende de que o ensino seja organizado de tal forma que as “dificuldades” (na forma de perguntas, problemas, tarefas etc.) tornem- se problemas subjetivos na mente do aluno, provoquem nele uma “tensão” e vontade de superá-las. 37 Com isso, percebemos que mesmo na educação, de modo geral, ainda são apresentados posturas individualistas, rígidas e de pouca flexibilidade e abertura no relacionamento entre professor e aluno, tanto da parte do professor em se acomodar com métodos de livros didáticos e provas onde impõe ao aluno um mecanismo de estudo sem sentido para sua vida cotidiana. E também a falta de respeito e valorização do aluno sobre o ambiente escolar não dando atenção as possibilidades de crescimento que a escola deveria proporcionar. De fato, o ensino da arte também sente esta carência de professores inovadores, que estão com a disposição de fazer arte e transmitir as contribuições que a arte pode influenciar na vida de seus alunos. 3 ANÁLISE DE DADOS 3.1 METODOLOGIA: PROJETO “A MENINA DAS BORBOLETAS” 38 Com a força de vontade de proporcionar à criança sua livre-expressão sensibilizando - a através de atividades artísticas, é que nesta pesquisa foi focado através do projeto: “A menina das borboletas”, vivências diferentes de seu cotidiano escolar que foram atividades divididas por etapas e em todos os momentos iniciouse com a roda de conversa no momento investigativo e aberto aos pontos de vistas das crianças nesta produção artística coletiva. A primeira etapa foi executada com a narrativa da história “A menina das borboletas” de Roberto Caldas, adaptadas pelo próprio processo de criação das crianças. Esta narrativa aconteceu na horta da escola, com o intuito de sensibilizar as crianças num ambiente criativo e inspirador. Partindo do princípio que gerar um ambiente acolhedor, onde a criança possa fluir durante a atividade construída, proporciona a ela uma busca de qualidade de criação estética e criativa. O bem – estar dos alunos traz à aula de arte um momento de liberdade de expressão. A narrativa contribui com o desenvolvimento da oralidade, bem como na concentração e memorização dos elementos trabalhados na história. Esta pesquisa quer demonstrar como a arte de contar histórias pode estimular a imaginação da criança sem imagens concretas e com um sentido real na vida da criança, transformando ambientes, trazendo o lúdico, deixando os livros com imagens prontas de lado, e narrar a história como se estive sendo real naquele momento. Esta mágica de contar história tendo sentido no que se faz pode resultar em um desenvolvimento cognitivo onde a criança associa, cria, recria imagens, insere sua própria história no que a ela é verdadeiro, assim se torna um trabalho pedagógico amplo com um horizonte a ser trabalhado. Segundo Benjamin (1994, p.10) “(...) a arte de contar torna-se cada vez mais rara porque ela parte, fundamentalmente, da transmissão de uma experiência no sentido pleno, cujas condições de realização já não existem na sociedade capitalista moderna.” A sociedade capitalista, interfere com sua praticidade, consumismo e tecnologias que tendem a distanciar esta relação do imaginário com o real de forma rústica e encantadora da narrativa. Como foram bons aqueles tempos onde a avó contava para seus netos antes de adormecerem um conto de fadas que encantava os sonhos daquelas crianças, e que 39 até hoje devem lembrar as imagens que relacionaram neste singelo momento cheio de graça. É neste âmbito que a narrativa faz parte deste projeto, resgatar o lúdico encontro de contar história abrindo portas as percepções das crianças. A segunda etapa foi a modelagem com o uso da argila, como intuito de internalizar e construir pra si aquilo o que foi registrado durante a vivencia na horta com a narrativa. Definindo os elementos naturais e personagens da história contada, a argila vem como ferramenta de internalização e assimilação das percepções de cada criança. Segundo Medeiros (2010, p.21): O uso da argila consiste em promover a sensibilização tátil, sendo uma atividade de relaxamento, e em fortalecer a musculatura e a harmonia pelo equilíbrio. Além de oferecer noções de temperatura, peso, textura, concavidade ou convexidade. No entanto a arte com modelagem para as crianças fortalece o processo de assimilação, respeitando sua forma e seu movimento interno através dos seus sentimentos. A busca pelo equilíbrio através da argila é um contato com a natureza, por ser o elemento barro, que traz a simbologia da Terra, o indivíduo entra em um diálogo consigo movimentando com as mãos e modelando a sua criatividade. Nessa perspectiva, podemos relacionar o uso da argila com a introspecção, importante estratégia de autoconhecimento, que é estimulada com a atividade feita com argila através da modelagem, e que proporciona momentos enriquecedores para estas crianças que muitas vezes não tem este tempo para receber as informações cotidianas no meio escolar. A terceira etapa do projeto foi a dramatização da historia através do teatro, da expressão corporal. O trabalho com dramatização contribui para a exteriorização e aquisição de sentimentos e entendimentos sobre o tema desenvolvido desde o inicio do projeto através da narrativa e da modelagem. O teatro pode contribuir de maneira bem explicita durante as aulas de artes, por exemplo, desenvolver a oralidade, promover idéias novas, a criação coletiva, a 40 expressão dos sentimentos e vontades caracterizadas por cada aluno em seu mundo imaginário. Trabalhar com expressões espontâneas através do teatro dá espaço ao aluno de liberar sentimentos rígidos, negativos que possam dificultar sua vida social. Este trabalho exige conhecimento e planejamento seguindo técnicas que auxiliam no processo de criação. “(...) Este processo é a própria trama da ação criativa; ele define as suas condições, fornece os seus elementos e agentes (...)”, complementa o autor Porcher (1982, p.136). Existem etapas a serem distribuídas neste processo de criação teatral, o autor menciona que é preciso iniciar o trabalho teatral através da descontração, tomada de consciência de si mesmo, que são momentos de dinâmicas, alongamentos, exercícios de respiração que auxiliam na espontaneidade do aluno, seguindo com o autoconhecimento, que são exercícios de equilíbrio, fechar os olhos, perceber o mundo de formas diferentes gerando o autoconhecimento de cada aluno, outro procedimento é a criação do espaço, praticamente a mesma proposta anterior, com a intenção de proporcionar ao aluno através de desafios o seu autoconhecimento e noção de seu espaço tomando consciência de seu papel no grupo, e assim, a dramaturgia, através de improvisações, encenações livre e direcionadas que geram as cenas da peça a ser desenvolvida entram como ferramenta do projeto. 3.2 O PROJETO NA PRÁTICA O Projeto “A menina das borboletas” iniciou no dia 31 de Agosto de 2012 onde foi realizada uma roda de conversa na sala de aula do Pré Nível II. A roda de conversa, como dito anteriormente, é um momento de diálogo e vínculo da professora com seus alunos que sentados ao chão em formato de roda cria um ambiente acolhedor e descontraído onde se tem momentos de concentração, desenvolvendo na criança o hábito de saber escutar e também de ter liberdade de se expressar fazendo parte do contexto a ser trabalhado durante a aula. 41 O projeto foi apresentado neste primeiro momento como uma ideia a ser desenvolvida, e antes de concretiza- la foi necessário este momento de diálogo com as crianças para investigar o que elas gostariam de fazer, criar e participar dentro das possibilidades apresentadas com as ferramentas artísticas, a narrativa, a modelagem e o teatro. Neste primeiro encontro, percebeu-se um entusiasmo das crianças para dar início a este projeto que na verdade já estava sendo posto em prática. Neste dialogo pudemos organizar o próximo encontro que seria na horta da escola para a narrativa ao ar livre o que não é comum para estas crianças. O segundo encontro foi no dia 3 de Setembro de 2012. A professora e as crianças foram para a horta, estenderam as cangas para sentar ao chão embaixo de uma árvore, iniciamos com cantigas de roda, boas vindas, e dando sequência a narrativa da história. Neste momento da narrativa percebeu-se os alunos concentrados, escutando a história, estavam na espera deste momento lúdico. Após a professora contar a historia “A menina das borboletas”, foi dado o momento de diálogo e reflexões sobre a história, as crianças puderam expressar suas ideias, reconstruindo a história com suas linguagens próprias, memorizando os elementos naturais da história. E o que chamou a atenção foram as ideias para a construção do teatro. Destrinchamos os personagens da história, as cenas, os acontecimentos e possibilidades de realização artística dentro do contexto da aula. Logo após finalizarmos nosso encontro na horta com a narrativa e as reflexões geradas após a história, fomos para o refeitório da escola que possui uma mesa comprida e lisa que favorece o trabalho com a argila. Os alunos sentaram em seus lugares nesta mesa, e a professora ofereceu a argila, apresentando o material e ensinando como utilizálo, já que foi visto que praticamente todas as crianças ainda não haviam trabalhado com argila anteriormente. Cada criança recebeu um pedaço de barro, ou argila, e cada um criou um elemento natural da narrativa que anteriormente foi contada. Foram criadas, lagartas, borboletas de varias formas e tamanhos. Percebeu-se a motivação e entusiasmo dos alunos ao colocar “a mão na massa”. O terceiro encontro foi no dia 12 de Setembro de 2012. Em sala de aula dividimos a sala em grupos de 4 alunos, cada grupo recebeu tintas de varias cores, e pincéis. Foi o momento de pintar as esculturas produzidas com barro na aula anterior. Os alunos participaram com todo cuidado com suas peças, pintaram e encantaram suas 42 obras de arte. Percebeu-se também, a concentração e o cuidado com o material que foi utilizado nesta aula, como a tinta, os pincéis, a limpeza da sala e a delicadeza ao manusear a peça de argila em suas mãozinhas. O quarto encontro foi no dia 19 de Setembro de 2012. Em sala de aula onde iniciou a aula com a roda de conversa, ocorreu um momento investigativo no qual as crianças enfatizaram o que sentiram ao trabalhar com a argila, com a pintura e dando continuidade as idéias e possibilidades para a construção do teatro que seria o próximo passo. Algumas idéias foram registradas. Fizemos nosso primeiro ensaio que foi livre, sem selecionar personagens. Este ensaio teve o intuito de observar as crianças que poderiam estar encenando, suas funções a serem definidas conforme este ensaio livre e descontraído. Iniciamos o ensaio com uma roda aberta, alongamentos, exercícios de respiração e enfim a narrativa junto a encenação. Ao término da aula, finalizamos com cantigas de roda. O quinto encontro foi no dia 26 de Setembro de 2012. Neste encontro já estavam os personagens definidos para os respectivos alunos e suas funções na peça teatral. Ainda assim, gostaria de finalizar o teatro com a apresentação da poesia “Borboletas” de Vinícius de Moraes. Ao longo desta criação houve a idéia de convidar a turma de 3 anos da creche III com o auxilio da professora regente, ensaiamos esta poesia com os pequenos, integrando esta arte a nosso teatro, tornando o projeto transdisciplinar. Ao término do ensaio, foi entregue aos pais uma lista para autorização para divulgação por imagens e confirmação da presença da criança neste trabalho. É importante ressaltar que durante este tempo de preparo para o teatro, as crianças das outras turmas do CEIM, Creche II, Creche III, Pré Nível I participaram na confecção das flores de papel que encantaram o cenário da peça, tendo em vista a participação coletiva nesta criação artística. O sexto encontro foi no dia 28 de Setembro de 2012. Foram recolhidos os bilhetes de autorização dos alunos para participarem do teatro. Reforçamos numa roda de conversa como seria o dia da apresentação, quais seriam os figurinos e o que precisaríamos de materiais para a encenação. Depois fizemos mais um ensaio com todos participantes com direito a filmagens e muitas gargalhadas no final. 43 O sétimo encontro foi no dia 3 de Outubro de 2012. Fizemos nossa grande roda com cantigas de roda para descontrair e alongamentos para relaxar. A professora apenas sentou e começou a narrar a história, enquanto os alunos já demonstravam ter noção de seus espaços e funções na peça e assim iniciaram o ensaio, ainda com muito barulho e com alguns coleguinhas que durante o projeto ficaram dispersos e demoraram para se concentrar nas aulas. Filmamos o ensaio, observamos as imagens, organizamos pontos importantes para a construção da peça. Ao término do dia fechamos a aula com abraços coletivos. O oitavo encontro foi no dia 5 de Outubro de 2012. Véspera da apresentação, os alunos ainda estavam trazendo seus materiais para peça, fizemos o nosso ensaio coletivo junto aos pequenos da creche III. O ensaio aconteceu com sucesso, os pequenos encontraram seus espaços e declamaram a poesia toda com clareza. O nono encontro foi a culminância do projeto “A menina das borboletas”, com a apresentação do teatro na festa da Primavera que o CEIM Ovelhinha organizou. Este evento foi aberto à comunidade, tiveram comidas, brinquedos, brindes, e um palco todo encantado pelas professoras. Cada turma deste CEIM apresentou algo, músicas, representações, e a turma do Pré Nível II junto à professora de artes apresentou o teatro, que refletiu em aplausos e elogios. As crianças estiveram entusiasmadas, e participaram concentradas em seus papéis, vivenciando a história de forma alegre e livre ao mesmo tempo. 3.3 RELATOS DA VIVÊNCIA O projeto “A menina das borboletas” teve o intuito investigativo de pesquisa a partir de um estudo de campo onde foram utilizado a narrativa, a modelagem e o teatro como ferramentas artísticas que pudessem completar um caminho de desvendar potenciais com crianças de 6 anos dando oportunidade de vivenciarem algo 44 diferente de seu cotidiano escolar. Os nomes dados a estes alunos são fictícios para uma melhor compreensão das reflexões apresentadas nesta pesquisa. As vivências deste trabalho trouxeram um caminho enriquecedor sobre as contribuições da arte no desenvolvimento cognitivo das crianças. Mesmo que com pouco tempo de convívio durante as atividades desenvolvidas pode-se analisar o envolvimento de alguns alunos que normalmente no cotidiano escolar demonstravam desinteresse durante as aulas e dispersão. O aluno azul, por exemplo, na maioria das vezes demonstrava ser aquele aluno bagunceiro, disperso que não se concentrava e nem prestava atenção durante a narrativa. Este aluno azul, ao manusear a argila, era interativo e concentrado participando com cautela deste trabalho com modelagem que exige concentração, e durante nossa construção teatral teve participação ativa. No inicio demonstrou timidez, seus olhos brilhavam ao observar os colegas que ali estavam em cena. Foi assim, que encontrou sua função após alguns dias de ensaio, dedicou-se a seu personagem e teve uma apresentação com sucesso. Esta analise foi positiva, um processo de dispersão que foi gradativamente internalizando e envolvendo o aluno até despertar sua expressão artística. No referencial teórico foi apontado que a utilização da modelagem, da narrativa e do teatro contribuem com o processo ensino-aprendizagem dos alunos, de modo especial nos seguintes aspectos respectivamente: a concentração na modelagem, oralidade na narrativa e a comunicação e expressão corporal no teatro. Essa correlação e interferência foi observada na participação e desenvolvimento do aluno azul. O aluno verde, por exemplo, apresenta característica desconcentrada e expansiva em seus movimentos, sempre buscando ser o centro das atenções, no momento da narrativa teve dificuldade de concentração, mas teve melhor rendimento e participação por estar ao ar livre num ambiente prazeroso embaixo de uma árvore. Ao entrar em contato com a argila, este aluno verde mergulhou no universo da argila, e esteve concentrado por instantes, construindo e desconstruindo formas com o barro, modelando seus sentimentos, no final desta vivencia seus olhos brilhavam entusiasmados todo lambuzado de argila. No momento da pintura de sua escultura não teve cuidado com o manuseio da tinta, espalhou tinta por todo lado. Percebe-se que este contato com a argila trouxe entusiasmo, trazendo a atenção do aluno verde 45 no que estava acontecendo naquele momento, o que é positivo pedagogicamente, já que esta criança durante as aulas demonstra-se disperso e desmotivado. Desse modo, ratifica-se a função positiva da argila no desenvolvimento da concentração e atenção. Allessandrini apud. Medeiros (2010, p.20) afirma que: “A sensação de estar em contato com o barro pode ser extremamente gratificante” e acredita que, “metaforicamente,pode-se viver “tudo” apenas mexendo nela, pois a argila age como transformadora,de um estado de desencontro para um estado de equilíbrio”. A aluna lilás é uma criança que demonstra ter preguiça de movimentar-se, indisposta apesar de gostar das músicas e brincadeiras em sala de aula. Dispersa, às vezes parece estar no “mundo da lua”, cheia de fantasias, participou com toda atenção durante a narrativa na horta. Esteve com olhar atento colocando seu ponto de vista durante as reflexões, após a professora contar história, o que é enriquecedor, pois é uma aluna tímida, normalmente não expressa suas vontades. A expressão corporal visa favorecer a lateralidade da no espaço permitindolhe um conhecimento melhor, para fins de expressão desse instrumento maravilhoso que é o seu corpo, o seu esquema corporal, o controle desse instrumento, o aperfeiçoamento de suas possibilidade (PORCHER, 1982, p. 141). Durante a vivência da modelagem esta criança não gostou de interagir com a argila, demonstrando repulsa com o contato do barro em suas mãos. Impaciente, logo criou uma borboleta bem pequenina e quis lavar as mãos. O que foi interessante observar neste processo, pois ao escutar a historia esteve atenta e curiosa, ao entrar em contato com a argila despertou uma impaciência que não era conhecida durante o dia-a-dia na escola com esta criança. Durante os ensaios da peça teatral, a aluna lilás, expressou-se com vontade de participar da peça. Observou-se que esteve dispersa parecendo não estar presente em sua função durante os ensaios. No dia da apresentação a aluna lilás estava empolgada, e teve uma atuação expressiva como não havia tido durante os ensaios, o que demonstrou um trabalho sendo desenvolvido com sua timidez. Podemos perceber nesta vivencia um processo de busca de afinidades, por exemplo, a narrativa como um caminho de concentração e fantasia onde esta criança pode mergulhar em seus sentimentos. E ainda um processo de expansão de sua expressão artística já que durante a construção teatral 46 esta aluna apresentou-se tímida e na apresentação esteve lindamente expressiva abrindo as suas asas de borboletas querendo voar em seu mundo de fantasias. Cada criança apresentou seu potencial, suas afinidades, mudanças durante o processo de criação que esteve presente durante o projeto. Neste relato de vivências foi apresentado alguns exemplos mais marcantes do processo de criação artística. Tendo em vista o intuito de fortalecer a idéia de que a arte, quando desenvolvida coletivamente com ferramentas que possam gerar construções artísticas verdadeiras que tenham sentido para a vida daquele aluno, pode contribuir em seu desenvolvimento cognitivo. O projeto foi realizado no CEIM Ovelhinha e teve o apoio da administração escolar em relação a parte material, pedagógica e motivadora no que concerne a estar praticando esta vivencia com os respectivos alunos. Houve mudanças de percurso durante o projeto, ocorreram algumas dificuldades de comunicação, ao mesmo tempo houve a disposição de colegas de trabalho que abraçaram a causa e enriqueceram o trabalho com sua atitude coletiva o que fez deste projeto um movimento artístico. Estas situações são favoráveis no sentido qualitativo de abranger um trabalho transdisciplinar, que, no fim tomou proporções inimagináveis inicialmente (o desenvolvimento e culminância do projeto aconteceu em paralelo com a organização da festa da primavera organizada pelo CEIM, que acolheu o projeto), envolveu toda a comunidade escolar, inclusive, crianças da creche, que contribuíram na culminância final declamando poesia, professores se envolveram nos bastidores do teatro e os pais que vieram até a escola prestigiar o trabalho, dos seus filhos; posso afirma, com isso que o projeto desenvolvido transcendeu os limites da sala de aula. Apostando na possibilidade de transformar, criar e recriar em uma intenção comum, a intenção desse projeto com artes teve por premissa favorecer o desenvolvimento das crianças. É importante estarmos abertos aos desafios na construção coletiva, pois o ambiente escolar é complexo e exige paciência e bom senso ao saber lidar com as barreiras impostas pelas limitações de cada um que ali convive. Acredita-se que o trabalho coletivo aconteceu, todas as crianças do CEIM Ovelhinha participaram deste projeto, confeccionando flores de papel para encantar o cenário, 47 aprendendo a poesia das borboletas, cantando e compartilhando suas idéias sobre o tema exposto. 4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO Considerando que arte pode ser uma ferramenta que contribui para o desenvolvimento cognitivo na educação infantil. Este trabalho teve o intuito de pesquisar as possibilidades destas contribuições postas em pratica. O estudo bibliográfico foi fundamental para a produção deste projeto, visando um trabalho 48 pedagógico que tenha a fundamentação científica auxiliando no processo de criação desta pesquisa integrada com a prática. Na prática, o estudo de campo favoreceu este impulso através das vivências artísticas junto as crianças de 6 anos do Pré Nível II do CEIM Ovelhinha. Percebeu - se um envolvimento participativo das crianças possibilitando o seu desenvolvimento cognitivo diante da temática gerada nas aulas de artes referentes ao Projeto “A Menina das Borboletas”. Tanto a narrativa, quanto a modelagem e o teatro construíram um campo de criação, de autoconhecimento, concentração, expressão corporal e socialização entre os alunos. Contemplando estas oportunidades que foram conduzidas de forma agradável, amorosa, firme com o intuito de transformar, de criar e recriar situações relacionadas ao cotidiano escolar destas crianças de 6 anos, pode –se perceber que existe um fio condutor entre a arte e o desenvolvimento cognitivo, pois a atividade artística é ampla em ferramentas, alternativas de trabalho lúdico, que gratifica o dia-a-dia das crianças complementando seu rendimento escolar e potencializando seus dons artísticos e criativos. Acredita-se que a arte contribui para o desenvolvimento cognitivo das crianças e necessita de um reconhecimento positivo do seu papel para educação no desenvolvimento cognitivo das mesmas. Percebe-se a importância de uma nova postura entre profissionais da educação diante da disciplina de artes nas escolas de nosso país. Diante dos resultados encontrados e das análises propostas é possível recomendar, à instituição C.E.I.M. Ovelhinha, o uso da arte como importante estratégica metodológica de ampliação das relações de ensino e aprendizagem das crianças não apenas no espaço escolar mas em especial nos espaços de vida a fim de auxiliar na produção de indivíduos capazes de viver e pensar livremente criando novos desafios e estratégias potentes de ser e estar na vida. 5 REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução ao Trabalho Científico: elaboração de trabalhos na graduação – 7ª ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Atlas, 2006. 49 BENJAMIN,Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura . 7 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Editora Saraiva, 2008. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto. vol. 3: iL. Brasília: MEC/SEF. 1998. CALDAS,Roberto. A menina das Borboletas. São Paulo: Paulus,1990. COLAGRANDE, Cláudia. Arteterapia na Prática: Diálogos com a arte – educação. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2010. EDUCAÇÃO, Secretaria de. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. 2ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. FERRAZ, Maria Heloisa C. de T, FUSARI, Maria F. de Rezende. Metodologia do ensino da arte: Fundamentos e Proposições. São Paulo: Editora Cortez, 2009. FERRAZ, Maria Heloisa C. de T, FUSARI, Maria F. de Rezende. Arte na Educação Escolar. São Paulo: Cortez Editora, 2010. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. 9ª reimpressão. São Paulo: Atlas, 2007. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Editora Cortez, 1994. 50 LIEVEGOED, Bernard. Desvendando o Crescimento: As fases evolutivas da infância e da adolescência. São Paulo: Editora Antroposófica, 2002. PORCHER, Louis. Educação artística – luxo ou necessidade? São Paulo: Summus, 1982. WADSWORTH, Barry J. Inteligência e Afetividade da Criança na Teoria de Piaget. 5ed. São Paulo: Pioneira. MEDEIROS, Solemar Elvira Ontória Pacheco ARTETERAPIA DE CRIANÇAS E PSICOTERAPIA INFANTIL (LUDOTERAPIA), SEMELHANÇAS E DIVERGÊNCIAS Monografia (Especialização Lato Sensu em Arteterapia) São Paulo MásterSchool/Universidade São Marcos. São Paulo: 2010. 51 APÊNDICES FACULDADE NORTE CAPIXABA DE SÃO MATEUS CURSO DE PEDAGOGIA 52 LUISA PETRY FLORES PROJETO ARTE COM “A MENINA DAS BORBOLETAS” SÂO MATEUS - ES 53 O importante não é correr atrás das borboletas, mas sim preparar o jardim para que elas venham até você... Mário Quintana 1 INTRODUÇÃO Tendo em vista as possibilidades que a arte oferece no desenvolvimento cognitivo das crianças, este projeto compreende e possibilita através de atividades com argila 54 e com o teatro o desenvolvimento de alguns aspectos cognitivos como a internalização, interpretação e expressão de arte através da dramatização da história “A Menina das Borboletas” de Roberto Caldas. Baseado no conhecimento de que o ensino da arte favorece na aquisição de habilidades tanto intelectuais quanto motoras e emocionais, as crianças de 05 (cinco) a 06 (seis) anos da turma do Pré Nivel II do CEIM Ovelhinha, terão a oportunidade de vivenciar de atividades que possibilitarão novas experiências com trabalhos manuais feitos de argila, adquirindo o contato com as mãos e suas percepções ao trabalhar como referido material. Da mesma forma, dando seguimento a história contada o projeto propõe metodologia que utilizará a oralidade e expressão corporal na dramatização com o uso de musicalização, interpretação, artes circenses, dança e confecção de figurinos. Os resultados desse projeto culminarão em uma encantadora apresentação de teatro e exposição de arte rústica na Festa da Primavera no CEIM Ovelhinha. 2 JUSTIFICATIVA Considerando a arte como ferramenta para as contribuições do desenvolvimento cognitivo dos alunos da Turma Pré Nivel II, de idade de 05 (cinco) a 06 (seis) anos, este trabalho justifica-se pela importância de trabalhar a arte com atividades que sejam enriquecedoras e propulsoras de descobertas e vivências que acrescentem no crescimento da criança no âmbito de sentimentos e expressões motivando e oportunizando o aluno a conhecer a si e ao mundo a partir de novas e diferentes perspectivas das comumente utilizadas nos espaços educacionais. 3 OBJETO DE CONHECIMENTO A disciplina na qual serão desenvolvidas as atividades é Artes com interdisciplinaridade de natureza e sociedade, identidade e autonomia, matemática e 55 linguagem oral e escrita, que encontram – se nos parâmetros curriculares da educação infantil. 4 A ARTE NA PRÁTICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES O trabalho com argila terá a função de registrar os elementos e personagens da história “A menina das borboletas“, num ambiente natural que será a horta da escola dando ênfase à questão ambiental e artística. As atividades propostas com o uso da argila terão como intuito: - A manipulação de diferentes materiais no fazer artístico como a argila, folhas verdes e secas; - Desenvolver as habilidades motoras através da técnica de modelagem; - Desenvolver a percepção tátil com a modelagem através da argila cooperando para a internalização de sentimentos e registros na interpretação da história contada pelo professor; - Visar a valorização de suas próprias produções, das de outras crianças, da produção de arte em geral; Na segunda etapa do projeto serão realizadas atividades teatrais , que será produzido com as crianças terá a função narrativa, dramatúrgica e expressiva dando forma ao trabalho e resultando em uma apresentação aberta à comunidade. As atividades propostas com teatro terão como intuito: - Através da dramatização da história “A menina das borboletas”, sensibilizar o aluno ao sentimento de cuidado e afetividade com a natureza e o meio onde vive; - Refletir a questão ambiental e sustentabilidade através da confecção de figurinos com sucata; - Desenvolvendo através da linguagem narrativa a oralidade; - Trazer o sentimento coletivo de organização e produção coletiva através do teatro; - Buscar forma de expressar sentimentos com a dança e artes circenses; - Interpretar e reproduzir histórias oralmente; - Narrar histórias conhecidas; - Trazer o sentimento coletivo de organização e produção coletiva através do teatro, - Utilização de contagem oral nas brincadeiras e em situações nas quais as crianças reconhecem suas necessidades; 56 - Valorização e identificação no papel que desempenha nos grupos sociais onde interage; - Acompanhamento de musicalização. 5 OBJETIVOS Este projeto tem como objetivo criar situações de criatividade, reflexões e reconhecimento da arte como ferramenta didática para o aprimoramento das habilidades cognitivas de crianças de 05 (cinco) anos do CEIM Ovelhinha. Possibilitando assim, novas experiências com materiais naturais como o uso da argila como forma de interiorização do tema trabalhado com as crianças. E também o uso do teatro e da expressão corporal para a exteriorização e expressão de sentimentos e percepções adquiridas nestas vivencias artísticas. Através da história “A menina das borboletas“ podem sensibilizar as crianças nas questões ambientais e valores éticos como o cuidado e afetividade com a natureza e com o meio onde vive. 6 CRONOGRAMA 1ª etapa: Narrativa de história na horta e representação da história com o uso da argila. 2ª etapa: Ensaio e Confecção de figurinos e ferramentas para a dramatização da historia. 3ª etapa: Apresentação e exposição de arte rústica na Primavera no CEIM Ovelhinha. DATA 05/09 ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS Trabalho com argila OBJETIVO Internalização da história RESULTADOS ESPERADOS Produção artística 57 Seleção de 12/09 Introdução ao teatro Organização 14/09 Dramatização Ensaio Figurinos 19/09 Dramatização Ensaio Figurinos 26/09 Dramatização Ensaio Figurinos 28/09 Dramatização Ensaio Figurinos Apresentação do 06/10 Teatro e exposição Expressão Artística de Artes personagens Culminância na Festa da Primavera 7 RECURSOS MATERIAIS Os materiais necessários para a realização do projeto são: - Argila; - Panos e fitas; - Barbante; - Flores; - Papelão; - Tinta guache e pincéis; - Cola e tesoura; - Tinta para rosto; - Glitter. Os materiais serão disponibilizados pelo CEIM Ovelhinha. 8 AVALIAÇÃO 58 A avaliação ocorrerá através da observação da participação dos alunos com o decorrer das atividades bem como com a apresentação teatral. Estas observações serão efetuadas a partir das vivências e analisadas pela professora que irá direcionar essas atividades. 9 DURAÇÃO DO PROJETO Este trabalho será efetivado em 4 semanas durante o mês de Setembro de 2012. 10 CULMINÂNCIA Este trabalho terá como culminância a exposição das artes com argila feitas pelas crianças e a apresentação do teatro “A Menina das Borboletas“ na Festa da Primavera no CEIM Ovelhinha no dia 06 de Outubro de 2012. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 59 CALDAS,Roberto. A menina das borboletas: São Paulo: Paulus,1990.