13 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APARELHOS DISJUNTORES DE MAXILA ALINE GALVÃO DOS SANTOS SILVA MANAUS 2011 14 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ALINE GALVÃO DOS SANTOS SILVA APARELHOS DISJUNTORES DE MAXILA Monografia apresentada à disciplina de TCC II da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas, como requisito parcial para obtenção do título de Cirurgião-Dentista. Orientador: Prof. Dr. Celso Tinôco Cavalcanti MANAUS 2011 15 ALINE GALVÃO DOS SANTOS SILVA APARELHOS DISJUNTORES DE MAXILA Monografia apresentada à disciplina de TCC II da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas, como requisito parcial para obtenção do título de Cirurgião-Dentista. Aprovado em: 11 de Novembro de 2011 BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Celso Tinôco Cavalcanti UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS Prof. Pollyanna Oliveira Medina UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS Prof. Ary de Oliveira Alves Filho UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS 16 Aos meus pais, Angela e Paulo, e minha irmã, Paula, por estarem ao meu lado, sempre com carinho, amor e compreensão. Amo muito vocês. 17 AGRADECIMENTOS 18 À Deus, por estar sempre guiando meus passos e iluminando meu caminho para que eu consiga vencer os obstáculos da vida e aprender que só assim poderei evoluir espiritualmente para, um dia chegar até ele. Pela força nos momentos que pensava em desistir, mostrando-me o caminho certo a seguir. Aos meus pais, Angela e Paulo, minha eterna gratidão, pelo amor, carinho, apoio e incentivo em todos os momentos da minha vida. Por jamais medirem esforços para que eu atingisse meus objetivos mesmo nas condições mais adversas. São meus exemplos de pessoas. Amo muito vocês À minha irmã, Paula Caroline, por ser a pessoa que é comigo, sempre me transmitindo palavras de apoio e carinho. Por ser essencial na minha vida e por muitas vezes se negligenciar em favor de mim. Te amo muito, não sei o que seria de mim sem você. Aos meus queridos e amados primos, Eloise e Júlio, que me dão forças para viver somente pelo fato de existirem. Não tem como não amar vocês. À todos Galvão e Silva, pois de alguma forma sempre estão dispostos a me ajudar. Ao meu orientador, Prof. Dr. Celso Tinôco Cavalcanti, por ter disposto do seu tempo para me ajudar nesse trabalho, pela paciência, pelas palavras e por todo conhecimento que foi passado. Minha sincera gratidão. Ao Professor José Eduardo Gomes Domingues e à Professora Janete Maria Rebelo Vieira, por acreditarem em mim, e pelas palavras de incentivo durante a minha graduação, jamais os esquecerei. Vocês são meus exemplos de profissionais. Aos meus amigos Fabíola Roberto, Patrick Osborne, Elisabethe Rabelo, Guilherme de Carvalho, Paulo Ronan Esashika e Adriano Nascimento, pois, por mais adversas que foram as situações que passamos juntos, estavam sempre comigo, do início ao fim, me oferecendo sempre o melhor que podiam. Vocês, sem dúvida, terão minha eterna amizade e gratidão. Amo vocês. Aos colegas de turma, que de alguma forma, em algum momento também contribuíram na minha formação acadêmica e por compartilharem comigo esses 5 anos. Vocês sempre terão um lugar especial em meu coração. Aos funcionários e técnicos da FAO-UFAM, muito obrigada pela disposição e boa vontade em nos ajudar de alguma forma. E por muitas vezes nos acompanhar do início ao fim de um dia longo e cansativo. 19 “A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original” Albert Einstein 20 RESUMO O uso dos disjuntores de maxila tem sido frequente no tratamento de maxilas atrésicas. Devido à variedade de aparelhos que se aplicam nessa função, este trabalho tem como objetivo avaliar a eficácia entre os aparelhos disjuntores de Haas, Hyrax, Colado e Borboleta que são mais utilizados na clínica ortodôntica. Para isso foi realizado uma revisão da literatura de 1995 até 2011, com o intuito de investigar as diferenças mecânicas dentro das características individuais de cada aparelho, bem como sua correta indicação. Através da análise das informações coletadas, como as alterações morfológicas causada pela disjunção, pela especificidade do uso, efeitos deletérios a longo e curto prazo e resultado mediato do uso dos aparelhos, podemos concluir com a literatura revisada que os aparelhos disjuntores citados apresentam resultados semelhantes em relação à disjunção maxilar, não tendo sido verificada superioridade em quaisquer aparelhos, apenas a correta indicação definirá o melhor para cada caso. Palavras-chave: Ortodontia Corretiva, Técnica de Expansão Palatina e Aparelhos Ortodônticos. 21 SUMMARY The use of maxillary expansion appliances has been frequent in the treatment of maxillary atresia. Due to the variety of appliances which apply in that function, this study aims to evaluate the efficacy of four types of maxillary expansion appliances: Haas, Hyrax, Bonded and Fan type screw which are often used in the orthodontic clinic. To this was accomplished a literature review from 1995 to 2011 with to investigate the mechanical differences within the individual characteristics of each appliance, as well the correct indication. By analyzing the information collected, as morphological changes caused by the expansion, by the specificity use, in the deleterious effects of long-and short-term and mediate result of the appliances. In conclusion, the appliances cited in literature review shows similar results in relation to maxillary expansion and was not found superiority of anyone, just the correct indication for each case define the better. Keywords: Orthodontics Corrective, Palatal Expansion Technique and Orthodontics Appliances 22 LISTA DE ABREVIATURAS Ponto A, ou subespinhal: ponto médio mais profundo na concavidade maxilar anterior. Ponto S, ou Sela: ponto localizado no centro do contorno interno da sela túrcica (osso esfenóide). Ponto N, ou Násio: ponto mais anterior da sutura fronto nasal. Ponto Pog, ou Pogônio: ponto mais anterior do contorno mento ósseo, determinado por uma tangente, passando pelo ponto N. Ponto Ln: ponto mais lateral da cavidade nasal. Ponto In: ponto mais inferior da cavidade nasal. Ponto Mx: igual ao Ponto A. Ponto Zig: ponto mais lateral do arco zigomático. Ponto ENA: ponto mais anterior do assoalho da fossa nasal. Ponto ENP: ponto mais posterior dos ossos palatinos no palato duro, no plano sagital. Ponto Co: ponto mais superior e posterior da cabeça do côndilo. Ponto Gn: ponto mais anterior e inferior do mento ósseo, determinado por uma bissetriz do ângulo formado pelo plano mandibular e a linha facial. Linha SN: linha que passa pelos pontos S (sela) e N (násio). Linha NA: linha que passa pelos pontos N (násio) e A (subespinhal). Linha PP: plano palatino determinado pelos pontos ENA e ENP. FMA: ângulo formado pelo Plano de Frankfurt e o Plano Mandibular. Ângulo SNA: ângulo formado pelas linhas SN e NA. Ângulo SNB: ângulo formado pelas linhas SN e NB. Ângulo ANB: ângulo formado pelas linhas NA e NB, correspondendo a diferença entre os ângulos SNA e SNB. 23 Ângulo SN.PP: ângulo formado entre a linha SN e o PP (plano palatino). Nperp-A, ou NA perp: menor distância entre a linha Nperp e o ponto A. CoA: distância entre os pontos Co e Subespinhal. CoGn: distância entre os pontos Co e gnátio. ENA-SN: menor distância entre o ponto ENA e a linha SN. ENP-SN: menor distância entre o ponto ENP e a linha SN. Pog-Nperp: menor distância entre o ponto Pog e a linha Nperp. Wits: Representa a distância em milímetros entre as projeções dos pontos A e B perpendicular ao plano oclusal funcional. AFP: altura facial posterior AFA: altura facial anterior AFAI: altura facial ântero-inferior 24 SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT LISTRA DE ABREVIATURAS INTRODUÇÃO.................................................................................................... 13 OBJETIVO........................................................................................................... 17 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 19 DISCUSSÃO....................................................................................................... 36 CONCLUSÃO.....................................................................................................43 REFERÊNCIAS...................................................................................................... 45 25 INTRODUÇÃO 26 O complexo estomatognático é composto por estruturas esqueléticas, dentárias e neuromusculares que em perfeita harmonia são regidas por princípios estáticos e dinâmicos para manter o seu equilíbrio funcional. Uma das consequências quando ocorre o desequilíbrio dessas estruturas, seja por distúrbio genético ou ambiental, é o que chamamos de más oclusões (FABRINI; GONÇALVES; DALMAGRO, 2006; LIMA; BERNARDES, 2003; BRAMANTE, 2000). As más oclusões são responsáveis por alterar não somente a estética do paciente, mas também as funções essenciais dos arcos dentários como, mastigação, deglutição, fonética e respiração (SIQUEIRA, 2000; FERREIRA, 1997; CAPELOZZA FILHO; SILVA FILHO, 1997). Devido à grande variedade de estruturas presentes no complexo estomatognático, as más oclusões também são caracterizadas de diferentes formas. O arco dentário superior está freqüentemente associado a deficiências que alteram sua morfologia, no sentido transversal, vertical e sagital, ou até mesmo uma associação destas discrepâncias (FERREIRA; URSI; ATTA; LYRA; LYRA, 2007). Uma das alterações mais comuns é a atresia maxilar, que é resultado da deficiência transversal da maxila, e provoca desarmonia no sistema estomatognático levando a um crescimento em desacordo com a correta formação das arcadas. Dentre os inúmeros tratamentos ortopédicos para esta discrepância, a disjunção palatina, através dos aparelhos disjuntores, é um dos procedimentos clínicos mais consagrados na prática ortodôntica, por sua eficiência e boa previsibilidade. (LOPES et al, 2003; CAPELOZZA FILHO; SILVA FILHO, 1997) A disjunção palatina traz prognóstico bastante favorável, desde que, a intervenção seja precoce e se faça a correta indicação do aparelho mecânico. Em funcionamento estes 27 aparelhos liberam forças sobre os dentes de ancoragem e sobre a maxila e por sua vez, são capazes de induzir alterações que conduzem o complexo estomatognático ao estado de normalidade funcional (CAPELOZZA FILHO; SILVA FILHO, 1997; SIQUEIRA, 2000). Na literatura, diversos aparelhos disjuntores foram propostos para esta finalidade, e todos desenvolvem um sistema mecânico semelhante, porém com algumas particularidades. Dentre os disjuntores mais utilizados, podemos destacar, o de Haas, Hyrax, o Colado e o disjuntor em leque ou “Borboleta”. O aparelho de Haas é um dispositivo considerado como disjuntor fixo ativo, e apresenta uma estrutura metálica formada por quatro bandas, geralmente posicionadas nos primeiros molares e primeiros pré-molares superiores, com apoio de resina acrílica, unidas por um parafuso de expansão. Sua principal característica é o afastamento dos processos maxilares e o fato de ter ancoragem dentomucosuportada, o que divide a força entre os dentes e a porção palatina devido ao acréscimo de acrílico no palato, porém com a gengiva marginal aliviada. É um aparelho para mecânica transversal (CABRERA, 2000; BARBOSA Jr. et al., 2001) O aparelho Hyrax também é considerado um disjunto fixo ativo e de ancoragem dentosuportada. Possui como vantagem, em relação ao aparelho descrito por Haas, facilidade de higienização pelo fato da ausência de cobertura acrílica no palato que provocava irritações no tecido mole devido à impacção de alimentos sob este. Desta forma o aparelho Hyrax é construído com fios rígidos e com parafuso o mais próximo possível do palato, de modo que a força fique próxima ao centro de resistência vertical da maxila. Clinicamente apresenta resultados semelhantes ao anterior. É fortemente indicado para pacientes em dentadura permanente ortopédica (BIEDERMAN, ALEXANDER, 1997; CABRERA, 2000). 1968; COHEN; SILVERMAN, 1973; 28 Mais recentemente, foi idealizado um aparelho com cobertura oclusal de acrílico, ou disjuntor colado, visando controlar tanto os efeitos de inclinações indesejáveis nos dentes posteriores quanto às alterações esqueléticas no sentido vertical. A cobertura oclusal é feita com acrílico termopolimerizável ou autopolimerizável, de 3mm de espessura, que atua como um batente de mordida posterior, inibindo a erupção dos molares durante o tratamento, e, com isso permite o uso deste aparelho em pacientes com altura facial anteroposterior aumentada. A cobertura oclusal também abre a mordida posterior devido ao efeito biteblock, facilitando a correção das mordidas cruzadas (McNAMARA JR; BRUDON, 1995). O aparelho chamado de “Borboleta” é bem semelhante ao aparelho colado por usar acrílico autopolimerizável. É dentomucossuportado, com uma resina que envolve, por vestibular, até o limite cervical, os dentes caninos, pré-molares e molares, bem como as faces oclusais e palatinas. Apresenta um parafuso compatível com a quantidade de expansão. É preconizada meia volta pela manhã e meia volta à noite, perfazendo um total de 1 (um) milímetro por dia, para que ocorra a disjunção palatina (SAKAI et al., 2001; BARBOSA Jr. et al., 2001) Nesse contexto, devido à grande variedade de aparelhos disjuntores da maxila as possibilidades de tratamento estão mais diversificadas. Sendo necessário um estudo das características individuais dos aparelhos para sua correta indicação e assim o cirurgiãodentista poderá obter a melhor resposta no tratamento ortodôntico do paciente. 29 OBJETIVO 30 Avaliar as evidências científicas sobre o uso dos aparelhos disjuntores de maxila mais utilizados: Haas, Hyrax e Colado e Borboleta. Analisando a partir do estudo das características individuais de cada aparelho, suas indicações, as alterações morfológicas causada pela disjunção, especificidade do uso, efeitos deletérios a longo e curto prazo e resultado mediato do uso dos aparelhos. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo, por meio de revisão de literatura, comparar a eficácia entre os aparelhos, para que o cirurgiãodentista obtenha a melhor resposta no tratamento ortodôntico do paciente. 31 REVISÃO DE LITERATURA 32 Em 1995, Spillane e McNamara Jr. avaliaram uma amostra de 162 pacientes com idade média de 8 anos e 8 meses que foram submetidos à disjunção de maxila com o aparelho colado nos dentes posteriores superiores e cobertura de acrílico na oclusal. Mantiveram os aparelhos em boca por mais cinco meses após o período ativo de disjunção e após a remoção do disjuntor, os pacientes utilizaram uma contenção removível por mais um ano. Em seguida, os modelos de gesso destes pacientes em análise foram estudados para avaliação das alterações dentárias durante a fase de pré-disjunção, pós-disjunção e um a dois anos após o término do tratamento. Os autores observaram um aumento médio da distância intermolares superiores de 5,94mm, a qual se manteve estável por um ano. Após 2,4 anos foi verificada uma pequena recidiva, sendo, 80,4% das disjunções originais foram mantidas. Os dentes apresentaram maior movimento de corpo do que inclinação. Observaram também uma discreta diminuição na altura do palato com a disjunção, mas, após um ano, voltou aos valores originais. Os autores concluíram que as principais alterações decorrentes da disjunção de maxila mantiveram-se estáveis até o final da dentição mista. Mais tarde, em 1999, Akkaya, Lorenzon e Uçem avaliaram os efeitos verticais e sagitais da disjunção de maxila através de comparação entre os disjuntores colados com ativações diferentes: rápida e lenta. A amostra para o estudo compreendeu 24 pacientes, todos apresentando mordidas cruzadas bilaterais devido à atresia maxilar, sendo 12 pacientes, com idade média de 11 anos e 11 meses, para o grupo com aparelho ativado rapidamente e 12 pacientes, com idade média de 12 anos e 4 meses, ativado lentamente. As radiografias cefalométricas laterais foram obtidas no inicio do tratamento, imediatamente após a disjunção e no final do período de contenção. Os resultados mostraram uma diminuição significativa na sobremordida, no ângulo SN - Plano Palatino e no SN - Plano Mandibular para o grupo com protocolo de ativação rápida em comparação à lenta. 33 Um estudo feito por Reed, Ghosh e Nanda em 1999 comparou as alterações dentofaciais verticais do tratamento entre o aparelho disjuntor bandado do tipo Hyrax e o aparelho disjuntor Colado. A amostra utilizada foi de 93 pacientes, sendo que 38 com média de idade de 12 anos e 9 meses, receberam o aparelho Hyrax e o restante 55 com idade média de 13 anos e 3 meses, receberam o aparelho Colado. O período médio de contenção com o próprio aparelho variou nos dois grupos, sendo que no grupo com o Hyrax, o tempo médio foi de 4,9 meses e no grupo com o colado, de 5,6 meses. Após essa fase, todos os pacientes receberam tratamento ortodôntico corretivo. Para a análise dos resultados, obtiveram-se radiografias cefalométricas laterais e modelos de estudo em gesso antes e após o tratamento. Os resultados mostraram que o aumento na distância intermolares superior foi duas vezes maior no grupo com o aparelho colado. Embora as alterações das medidas cefalométricas angulares verticais tenham aumentado no grupo com o aparelho Hyrax, as medidas lineares para avaliação das alterações verticais foram semelhantes nos 2 grupos, concluindo que nenhum aparelho apresentou superioridade após a finalização do tratamento corretivo. Em 2000, Siqueira realizou um estudo cefalométrico comparativo dos efeitos de três tipos de disjuntores palatinos com o objetivo de detectar, por meio de radiografias pósteroanteriores, as alterações dentoesqueléticas decorrentes da disjunção e as possíveis diferenças entre os aparelhos. A amostra foi constituída por 63 pacientes (23 do sexo masculino e 40 do sexo feminino) divididos em três grupos, sendo o Grupo I: composto por 20 pacientes, sendo 12 do sexo feminino e 8 do masculino, que utilizaram o disjuntor dentomucossuportado (Haas modificado), com idade média de 13 anos e 5 meses na época da instalação do aparelho; Grupo II: composto por 21 pacientes, sendo 14 do sexo feminino e 7 do masculino, que utilizaram o disjuntor dentossuportado (Hyrax modificado), com idade média de 12 anos e 10 meses na época da instalação do aparelho e Grupo III: composto por 22 pacientes, sendo 14 do sexo feminino e 8 do masculino, que utilizaram o disjuntor dentossuportado, com 34 cobertura de acrílica, colado aos dentes superiores, com idade média de 12 anos e 5 meses na época da instalação do aparelho. Todos estes pacientes foram radiografados nas fases prédisjunção, imediatamente após e após os três meses da contenção ativa com o próprio aparelho, totalizando assim, 189 telerradiografias em norma frontal para a realização deste estudo. Baseando-se na metodologia empregada e nos resultados obtidos, os autores constataram que; os três tipos de aparelho provocaram respostas ortopédicas semelhantes, como aumento da porção inferior da cavidade nasal e da largura maxilar, que se mantiveram estáveis durante a contenção; Os primeiros molares superiores (dentes de ancoragem) demonstraram comportamentos semelhantes; - as distâncias intermolares inferiores aumentaram nos três grupos, porém com diferenças significativas entre o Grupo III, que apresentou pequenas alterações e os demais grupos; Os incisivos centrais superiores demonstraram comportamento semelhante, nos três grupos, durante o período ativo e de contenção, caracterizado pelos movimentos de inclinação e pela divergência apical e convergência das coroas; Com análise das variáveis de sobremordida e a altura facial ânteroinferior (AFAI), os autores concluíram que os três tipos de aparelho provocaram alterações verticais semelhantes comuns a disjunção palatina. Em 2000, Bramante realizou um estudo cefalométrico para comparar, por meio de telerradiografias em norma lateral, as alterações dentoesqueléticas decorrentes da utilização de três tipos de disjuntores de maxila. A amostra constou de 69 telerradiografias de 23 pacientes, sendo 15 do sexo feminino e 8 do masculino, com idades entre 9 anos e 8 meses e 15 anos e 5 meses, portadores de mordida cruzada uni e bilateral, que utilizaram o disjuntor Colado, com cobertura acrílica na oclusal dos dentes superiores. As radiografias foram realizadas em três fases distintas: no início do tratamento (pré-disjunção), imediatamente após e após três meses de contenção com o próprio aparelho. Os resultados obtidos pelos autores foram comparados com o prévio estudo realizado do tipo Haas e Hyrax, em 41 pacientes: 15 35 do sexo masculino e 26 do feminino, com idades entre 10 anos e 8 meses e 17 anos e 8 meses. O procedimento na realização das telerradiografias em norma lateral foi o mesmo do presente estudo. De acordo com os resultados, o autor observou que imediatamente após a fase ativa apenas o grupo do aparelho Colado apresentou um avanço significativo da maxila anterior, enquanto que nos outros grupos esse avanço foi discreto. Depois do período de contenção, esse avanço retornou a valores próximos aos do início, não evidenciando diferenças significativas entre os três grupos de aparelhos e, portanto não alterando o perfil mole. Além disso, ao final do período de contenção, também foi constatado pelos autores que a maxila deslocou-se inferiormente nos três grupos ocasionando a rotação da mandíbula no sentido horário também em todos os grupos sendo com maior significância para os grupos I e II, no entanto não houve diferença estatística entre eles, enquanto que a altura facial ântero-inferior sofreu um aumento significativo para os três grupos, ao final da terapia, sem diferença significante entre os grupos, após o período de contenção. Dessa forma os autores concluíram que o aparelho Colado, utilizado com o intuito de prevenir alterações esqueléticas, no sentido vertical e a abertura da mordida anterior, não se justifica, pois ao final do período de contenção não foram verificadas alterações significativas entre os três tipos de disjuntores. Baccetti; Franchi; Cameron e McNamara Junior (2001) avaliaram a curto prazo e a longo prazo os efeitos da disjunção de maxila em 2 grupos de indivíduos tratados com o aparelho tipo Haas. O objetivo do tratamento era avaliar antes e após o pico de maturação esquelética, com acesso ao método de maturação da vértebra cervical, uma amostra de 42 indivíduos comparado com um grupo controle de 20 sujeitos. Os cefalogramas pósteroanterior eram analisados para os indivíduos tratados em T1 (pré-tratamento), T2 (imediatamente pós-disjunção) e T3 (observação em longo prazo), e era avaliado o T1 e o T3 com o grupo controle. A média de idade em T1 era de 11 anos e 10 meses para o grupo tratado e controle, e a média de idade para o T3 era comparável, sendo do grupo tratado de 20 36 anos e 6 meses e o grupo controle de 17 anos e 8 meses. Após os 2 meses em média de contenção era instalado o aparelho fixo Edgewise convencional. O estudo incluía mensurações transversais das estruturas dentoalveolares, base maxilar e mandibular e outras regiões cranianas. A amostra tratada e controle era dividida em 2 grupos de acordo com a maturação óssea. Os grupos de tratamento precoce não tinham atingido o pico puberal na velocidade de crescimento esquelético no T1, no entanto o grupo tratado e controle de tratamento tardio estavam durante ou em descendências do pico em T1. O grupo tratado anterior ao pico mostrou um aumento significantemente em curto prazo na largura da cavidade nasal. Em longo prazo, a largura esquelética maxilar, distância intermolar superior, largura lateronasal e latero-orbitária eram significantemente maior no grupo de tratamento precoce. O grupo de tratamento tardio exibia significante aumento na distância lateronasal, distância intermolar superior e inferior. A disjunção de maxila antes do pico de velocidade de crescimento esquelético é melhor na indução de alterações transversais craniofaciais a nível esquelético. Mais tarde, em 2002, Franchi, Baccetti, Cameron, Kutcipal e McNamara Jr. realizaram um estudo com o objetivo de analisar os efeitos da disjunção de maxila em curto e longo prazo. Foi utilizado uma amostra de 42 pacientes tratados (GT) com disjuntor dentomucosuportado (HAAS), sendo 25 do sexo feminino e 17 do sexo masculino e também um grupo controle (GC) composto por 11 pacientes dos sexo masculino e 9 do sexo feminino, sendo este grupo não submetido ao tratamento ortodôntico. Os grupos tratados e controle foram pareados com relação à idade cronológica. Foi feita então a análise cefalométrica dos dois grupos em várias etapas do tratamento: (T1) a de pré-tratamento, (T2) imediatamente após a fixação do parafuso e (T3) que consistia no pós-tratamento no mínimo após 5 anos. Foram demarcados todos os pontos cefalométricos bilateral nas regiões da maxila, zigomático, nasal, orbitário e os pontos da linha média também foram incluídos. Estas 37 radiografias foram digitalizadas e comparadas através de um software então os efeitos morfométricos em longo e curto prazo da disjunção de maxila, a partir das mudanças detectadas no traçado dos pacientes. Ao avaliar os autores obtiveram os seguintes resultados: em (T1) A maxila do GT era mais estreita que o GC, acreditam que esta diferença esteja relacionada à compressão do terço médio da face relacionada ao ponto Mx bilateralmente (análise cefalométrica). A análise do GT em T2 detectou que a disjunção induziu alterações significativas na forma da região maxilar e nasal, com um alargamento dos dois, ou seja, devido ao deslocamento dos pontos Ln, In e Mx houve uma extensão bilateral no plano horizontal. A extensão vertical também foi detectada como resultado de um deslocamento ascendente bilateral do ponto Zyg. Já a análise a longo prazo do (T3) de GT nos mostra um alargamento ainda maior da base nasal que consistiu principalmente na extensão horizontal e bilateral da região associada com o deslocamento para baixo do ponto Zyg e com o deslocamento para cima da região orbitária bilateral. Quando comparados o GT e o GC em (T3), os autores afirmam que a disjunção induziu alterações significativas no complexo nasomaxilar no plano transversal, um alargamento permanente da base do nariz, a deficiência inicial de atresia maxilar do GT foi devidamente corrigida tanto a curto quanto em longo prazo, a posição do ponto Mx não mostrou nenhuma diferença tanto no GT quanto no GC, diferenças na órbita e arco zigomático também foram detectadas. Frente aos resultados obtidos os autores chegaram a conclusão de que a disjunção é um procedimento terapêutico eficaz para induzir significativas alterações morfológicas na região craniofacial e que essas alterações consistem prioritariamente na forma de deslocamentos do complexo naso-maxilar em uma direção para fora e para cima, cujo fulcro de deslocamento esta localizado entre as duas órbitas e que é, também, capaz de normalizar deformidades do complexo maxilar tanto em curto como em longo prazo. 38 Na revisão de literatura realizada por Lopes et al. (2003) o objetivo era avaliar o método de disjunção palatina e suas possíveis alterações no complexo dentofacial dos pacientes submetidos a este tratamento. Os autores revisaram os principais trabalhos publicados de 1965 até 2002 e avaliaram a eficácia do método proporcionando uma visão geral deste tratamento, demonstrando as vantagens e desvantagens da técnica utilizando o disjuntor de Hyrax. A análise da literatura demonstrou que a disjunção palatina está indicada no tratamento discrepâncias laterais que resultem em mordida cruzada posterior esquelética, mordida cruzada posterior de grande magnitude, mordida cruzada totais, também em casos de atresia maxilar acompanhada de atresia do arco dentário inferior e sempre que há necessidade de resultados ortopédicos para o reposicionamento espacial da maxila, ganho de tecido ósseo, independente do estágio de desenvolvimento oclusal e maxila em colapso. Os autores observaram também a importância da idade para que se alcance um prognóstico favorável, sendo recomendada a época de pico puberal, ou seja, ainda em desenvolvimento. Outra conclusão foi que a disjunção de maxila pode proporcionar resposta favorável aos problemas ortodônticos severos como, por exemplo, no tratamento da Classe III não cirúrgico, deficiência maxilar real e relativa, estenose nasal com características de respiração bucal e nos casos de fissura palatina, porém este procedimento não pode ser visto como um tratamento final, com exceção apenas para alguns casos na dentadura mista. Já as contra-indicações deste tratamento são casos de pacientes não-cooperadores, com casos de dentes isolados em mordida cruzada, mordida cruzada anterior, planos mandibulares muito inclinados e com perfis convexos, pacientes com assimetria maxilar ou de mandíbula, adultos com graves discrepâncias esqueléticas verticais e ântero-posteriores. Nas comparações entre o Hyrax e o Haas, os autores observaram que com o Hyrax consegue-se uma separação mais rápida da maxila, é mais higiênico e permite maior controle de força de disjunção devido a ativação diária. Também é evidenciado que o disjuntor Hyrax, é uma adaptação do Haas, através da 39 eliminação da barra de conexão vestibular e a substituição da banda dos caninos decíduos pela extensão da barra de conexão palatina ao redor dos dentes, o que facilita sua instalação na dentição decídua e mista, sem alterar os efeitos ortopédicos. Já em relação aos resultados alcançados, os autores observaram que na literatura é bem sedimentado que a conseqüência dessa abertura triangular pelos disjuntores nos planos horizontal e frontal, a maxila é reposicionada no complexo facial, sendo deslocada para baixo e para frente, sendo por isso indicada também para corrigir deficiências relativas nos casos de tendência à classe II. Já Oliveira, Da Silveira, Kusnoto e Viana realizaram em 2004 um estudo prospectivo com o objetivo de comparar as alterações morfológicas da maxila produzidas por dois tipos de disjuntores de maxila. Foi utilizado uma amostra de 19 pacientes, sendo 9 tratados com disjuntor mucossuportado (HAAS) e os outros 10 tratados com disjuntores dentossuportado (HYRAX). Foi feita avaliação através da análise dos dados obtidos, que incluem: Área total distância intermolar, distância interpalatina, profundidade palatina, bem como, a comparação cefalométrica anteroposterior com outros estudos. Inicialmente, os pacientes tinham aspectos de má-oclusão semelhantes, porém como os aparelhos foram distribuídos aleatoriamente, o resultado do tratamento foi diferente e de acordo com o aparelho utilizado. Os dados mostraram que as disjunções em geral (aumento da área palatina, distância linear intermolares, perímetro, distância interpalatina e intermaxilar) foi eficaz em ambos os grupos. O grupo Haas alcançou melhores resultados ortopédicos com maior disjunção, enquanto o Hyrax, obteve maior angulação palatina após o tratamento. Quanto a inclinação da coroa dos molares não foi significativa no grupo Haas, mas foi no grupo Hyrax. A planificação do palato não foi significante nos dois grupos. Devido à limitada casuística, as medidas cefalométricas foram comparadas com outros estudos, e a taxas de deslocamento dentário/esquelética foram de 1:1 para o grupo Haas, enquanto os avaliados pela análise da amostra desse estudo foi de 3:1 para o grupo Hyrax. Os resultados levaram os autores a 40 acreditar que mesmo pequenos aumentos no nível esquelético geraram aumento clínico significativo da distância interpalatina para este grupo. Os dados mostraram que a frequência de planificação do palato foi pequena e não estatisticamente significante para os dois grupos. Concluíram-se os dois aparelhos são eficazes, mas que suas indicações de uso dependem das especificidades da atividade de cada aparelho. Reggiani e Kochenborger (2005) avaliaram as alterações esqueléticas verticais provocadas pela disjunção de maxila em 14 pacientes com idade média inicial de 8 anos e 5 meses e final de 9 anos e 2 meses, na dentadura mista precoce, apresentando FMA > 25 graus e com tendência de crescimento vertical, segundo Tweed. Todos os pacientes foram tratados com o aparelho de adesão direta, segundo McNamara, ativados um quarto de volta do parafuso disjuntor por dia, até que as cúspides palatinas dos dentes superiores ocluíssem com as cúspides vestibulares dos dentes inferiores, sempre avaliados clinicamente. Após o término da disjunção a contenção foi feita com o próprio aparelho passivo na boca por um período mínimo de 3 meses. Para cada paciente foram tomadas 2 telerradiografias em norma lateral, sendo a primeira antes do tratamento e a segunda no final do período de contenção, totalizando 28 telerradiografias, com um intervalo de tempo entre elas de 5 a 13 meses e os traçados cefalométricos foram feitos por um único examinador. As medidas angulares FMA (Tweed), Eixo Facial (Ricketts), Ângulo Articular (Jarabak) e a milimétrica, Altura Facial Ântero-Inferior (McNamara), foram analisadas de acordo com os seus respectivos autores, criteriosamente. A análise estatística foi feita usando o teste "T-student" para amostras dependentes. A medida linear (AFAI) foi, estatisticamente, significativa, devido ao deslocamento para frente e para baixo da maxila, durante a disjunção. As outras medidas angulares (FMA, Eixo facial e Ângulo Articular) não obtiveram significância estatística, uma vez que houve um maior crescimento na região posterior (Altura Facial Posterior), ocorrido em 50% dos pacientes avaliados, quando comparado com o crescimento da região anterior. 41 Assim, os autores puderam concluir que os efeitos verticais observados com a terapia de disjunção de maxila com o uso do aparelho de McNamara foram que as medidas angulares não foram significativas no estudo cefalométrico devido principalmente ao fator de crescimento, e que a medida milimétrica AFAI de McNamara foi a única variante que obteve significância estatística, devido principalmente à própria anatomia do disjuntor, que possui uma cobertura oclusal acrílica que encapsula os dentes posteriores e origina uma mordida aberta anterior transitória. Observaram ainda, que ocorreu um maior crescimento da região posterior (ponto sela até o goníaco cefalométrico) em relação a região anterior (ponto násio até o mentoniano), aumentando a porcentagem de Jarabak em 50% dos pacientes tratados nesta amostra, ocasionando um giro anti-horário da mandíbula, portanto, compensando o resultado das três medidas angulares avaliadas. O autores sugerem que o estudo com acompanhamento em longo prazo terá uma melhor avaliação tanto da parte cefalométrica quanto do fator de crescimento e afirmam que, o uso do aparelho com cobertura oclusal de acrílico, ou disjuntor de McNamara, é indicado para pacientes com tendência de crescimento vertical, nas dentaduras decíduas e mista precoce, a partir de um correto diagnóstico e de um plano de tratamento individualizado. Scanavini, Reis, Simões e Gonçalves (2006) avaliaram os efeitos da disjunção de maxila sobre o posicionamento vertical e sagital da maxila, comparando os aparelhos de Haas e Hyrax. A amostra utilizada consistiu em 93 telerradiografias de perfil de 31 pacientes jovens, brasileiros, de ambos os gêneros , com idade média de 13 anos e 2 meses no início do tratamento, sendo 16 do gênero masculino e 15 do gênero feminino, com dentição permanente e indicação de disjunção maxilar para correção de atresia maxilar. Os pacientes foram aleatoriamente divididos em dois grupos, cada um tratado por um tipo diferente de disjuntor. O Grupo I, composto por 18 pacientes, 9 de cada gênero, foram tratados com disjuntor do tipo Haas e o Grupo II, composto por 13 pacientes, sendo 7 do gênero masculino e 6 do gênero 42 feminino, foram tratados com disjuntor do tipo Hyrax. Para cada paciente, foram obtidas três telerradiografias laterais padronizadas com os dentes em oclusão cêntrica, sendo estas antes da instalação do aparelho, ao final da fase ativa de disjunção e ao final da fase de nivelamento ortodôntico. Também foi realizado o traçado cefalométrico manual desses pacientes. Para avaliação da posição ântero-posterior da maxila foram usadas as seguintes variáveis: SNA, Nperp-A e CoA. O deslocamento vertical da maxila foi avaliado pelos seguintes fatores: ENA-SN, ENP-SN e SN.PP. O comportamento estatístico foi avaliado através de análise de variância de medidas repetidas, para a verificação das diferenças significativas. Desta forma, segundo a metodologia empregada e diante da análise e discussão dos resultados obtidos, os autores julgaram válido concluir que o posicionamento da maxila, no sentido ântero-posterior em relação à base do crânio, sofreu modificações semelhantes para ambos os grupos, com a ocorrência de avanço maxilar na fase pós-disjunção, evidenciado pelo comportamento estatístico das variáveis SNA e Nperp-A, seguida de um retorno aos valores iniciais na fase final de nivelamento. A variável CoA manteve, ao final do nivelamento, o incremento verificado pós-disjunção, devido à influência do aumento vertical sobre a medição dessa variável. Ainda sobre o posicionamento da maxila, concluíram que as modificações foram semelhantes para ambos os grupos, com a ocorrência de deslocamento vertical da maxila para baixo, sem rotação, evidenciado pelo comportamento estatístico das variáveis ENA-SN, ENPSN e SN.PP. Em 2006, Lagravère, Heo, Major e Flores-mir realizaram uma revisão de literatura para avaliar as mudanças ortopédicas e ortodônticas, como alterações transversais, ânteroposterior e vertical produzidas pela disjunção de maxila. Os autores revisaram os principais estudos clínicos que avaliaram as imediatas alterações ortodônticas e ortopédicas após disjunção. Para critério de inclusão do artigo na base de dados a ser revisada incluíam-se: Ensaios clínicos em humanos; As medições ortodônticas e ortopédicas feitas a partir de 43 radiografias cefalométricas, modelos de gesso, ou ambos; Ausência de tratamento cirúrgico prévio ou outros que possam afetar os efeitos durante o período de disjunção; Mudanças imediatas relatadas após fase de expansão ativa. Os autores pesquisaram em bancos de dados online e encontraram 14 artigos que preenchiam os critérios de inclusão definitiva, no entanto, tiveram deficiências metodológicas. As maiores mudanças encontradas nos estudos analisados foram alterações ortodônticas e ortopédicas transversais. Poucas alterações verticais e ânteroposteriores como mudanças imediatas foram estatisticamente significativas. Ferreira; Ursi; Atta; Lyra e Lyra (2007) avaliaram se possíveis efeitos deletérios em curto prazo, advindos da disjunção maxilar com aparelho Hyrax, são permanentes ou se diluem em médio prazo, com crescimento e desenvolvimento normais. Essa avaliação feita através de análise de radiografias cefalométricas laterais, tomadas pré-disjunção e pósdisjunção, de 30 crianças, sendo 18 do gênero feminino e 12 do gênero masculino, na faixa etária de 6 anos a 12 anos e seis meses. Os pacientes selecionados foram encontravam-se na dentadura mista, foram tratados com disjuntor palatino do tipo Hyrax e apresentavam sinais clínicos de estreitamento maxilar, como: apinhamento, forma do arco alterado, corredor bucal aumentado, apresentando necessidade de expansão maxilar. A amostra do grupo controle consistia de 30 pacientes, na faixa etária de 6 anos e 10 meses a 13 anos e 6 meses, que não passaram por qualquer tipo de tratamento ortodôntico. A radiografia inicial do grupo tratado foi denominada T1 e a final de T2, as do grupo controle foram denominadas NT1, as iniciais, e NT2, as finais. Para a validação das medidas, foram repetidos os traçados iniciais e finais de 5 pacientes tratados e de 5 pacientes não tratados, também foi aplicado o teste de “T-Student” pareado, as medidas foram denominadas de CT1 e CT2 quando comparadas com T1 e T2, respectivamente e CNT1 e CNT2 quando comparadas com NT1 e NT2, respectivamente. O nível de significância considerado foi de 5%, sendo, p>0,05 considerado diferença nãosignificativa, p<0,05 diferença significativa e p<0,01 diferença altamente significativa. As 44 grandezas cefalométricas eleitas para análise das modificações ântero-posteriores foram: SNA, SNB, ANB, NA perp, Pog Nperp, Wits, Co-A, Co-Gn, profundidade facial, profundidade maxilar e convexidade maxilar. Para análise das alterações verticais, foram utilizadas as seguintes grandezas cefalométricas: AFAI, AFP, AFA, eixo facial, Pp.SN, Pp.GoGn, Go.Gn.SN, ENP perp, ENA perp e ângulo goníaco. Na comparação das diferenças entre a fase final (T2) e inicial (T1) do grupo tratado, encontraram diferença significativa no: ANB, na profundidade facial e Go-Gn.Sn, e diferença altamente significativa em: convexidade maxilar, Co-A, Co-Gn, AFAI, AFP, AFA, PlpalaGO, Ângulo goníaco, ENPperp e ENAperd. Já o restante das grandezas cefalométricas encontravam-se dentro da normalidade. Na comparação das diferenças entre a fase final (NT2) e inicial (NT1), do grupo controle, observaram diferença significativa somente no eixo facial, e diferença altamente significativa em todas as outras grandezas faciais, com exceção da profundidade maxilar, NA perp, Wits, e PlpalaSN que não apresentavam diferenças significativas. Quando eles compararam as diferenças entre o grupo tratado (T2) e o grupo controle (NT2), na fase final, observam que: havia diferença significativa apenas nas grandezas de Wits e Altura facial anterior e diferenças altamente significativas em CoA, CoGn, AFP, ENP e ENA perd, enquanto que todas as outras grandezas apresentavam-se com diferenças não-significativas. Desta forma, os autores concluíram que o disjuntor do tipo Hyrax é eficiente na promoção de efeitos esquelético sobre a maxila e o deslocamento para baixo e para trás da mandíbula, geralmente observado com aparelhos bandados, porém este efeito não é permanente, visto que, comparadas as diferenças das médias iniciais e finais dos pacientes tratados com as do grupo controle, nota-se que todas as medidas angulares e lineares verticais foram compatíveis com o crescimento normal. Kiliç; Kiki e Oktay (2008) realizaram um estudo com o objetivo de comparar as inclinações dentoalveolares produzidas por dois tipos diferentes de disjuntores palatinos 45 através de um método de avaliação em curto prazo. Foi utilizado uma amostra de 39 pacientes, com idade entre 11 e 16 anos divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo 21 tratados com disjuntor dentossuportado (HYRAX) e os outros 18 tratados com disjuntor dentomucosuportado (Disjuntor Colado). Os aparelhos disjuntores da maxila foram ativados duas vezes ao dia, sendo um quarto de volta pela manhã e outro quarto de volta à noite, e a expansão maxilar de ambos foi avaliada pelo aumento da distância intermolares superiores. Para a avaliação foram confeccionados modelos de estudo antes e depois de uma semana do término da ativação do aparelho. Essa avaliação consistia em aplicar sobre os modelos com um pincel solução de sulfato de bário, uma linha de aproximadamente 1mm de diâmetro. Essa linha começava a partir da margem gengival da cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior direito e terminava na margem gengival vestibular do primeiro molar esquerdo. Após esse procedimento foram feitas imagens radiográficas dos modelos e estas foram digitalizadas ea inclinação vestibular das coroas dos molares e processos alveolares foram avaliadas através de um software. Os dados foram analisados pelos teste estatístico de TStudent. Os autores obtiveram como resultado os seguintes parâmetros: A disjunção maxilar média foi semelhante nos dois grupos, porém a angulação palatina e a inclinação das coroas dos molares foram maior no grupo Hyrax, então concluíram que ambos os aparelhos produziram inclinação dentoalveolar significativa durante a disjunção (p<0,001), mas esta foi maior no grupo Hyrax (p>0,05). Uma revisão sistemática foi realizada por De Rossi; De Sá Rocha e Gavião (2008) com o objetivo de avaliar nas dimensões vertical e sagital os efeitos da disjunção de maxila com o aparelho colado, bem como suas vantagens e indicações. A amostra bibliográfica foi retirada de banco de dados de períodos científicos como a Medline, Pubmed e Web Science, cujo critério de inclusão eram: Ensaios clínicos em humanos envolvendo o uso de medidas BRMEA feita a partir de telerradiografias em norma lateral, para determinar os efeitos 46 vertical e sagital da disjunção de maxila; Nenhum tratamento cirúrgico ou relato de caso clínico. A seleção dos artigos foi feita por dois pesquisadores devidamente calibrados e concordantes quanto a inclusão do artigo na base de dados a ser estudada. Os autores então a partir das análises minuciosas dos artigos chegaram a conclusão de que o BRMEA causou menos deslocamento da mandíbula para baixo e para trás do que outros aparelhos bandados e não foi encontrado consenso quanto ao deslocamento sagital após a disjunção, sendo assim não há evidências suficientes que sustentem o uso da BRMEA para controlar os efeitos indesejáveis da disjunção maxilar. Nozimoto et al. (2008) apresentaram uma variação na técnica de construção do aparelho disjuntor do tipo McNamara. Após análise minuciosa da literatura, os autores constataram diversas dificuldades técnicas nos disjuntores existentes, entre as quais se destacou a remoção do disjuntor de McNamara após a disjunção. A modificação proposta consistia na adaptação de lâminas metálicas circulares sobre as faces oclusais dos dentes posteriores durante a acrilização, para que a remoção seja feita com um alicate removedor de bandas, este, adaptado por um pino em uma das pontas ativas é introduzido nas perfurações feitas. Tomando-se por referência as lâminas metálicas previamente inseridas, e com a outra ponta ativa posicionada lateralmente, promove-se a pressão necessária para a devida remoção do aparelho. Desta forma, os autores puderam constatar que a variação na técnica de construção facilita o procedimento de remoção do aparelho. Após disjunção, a utilização de um alicate adaptado proporcionou a redução do desconforto ao paciente no momento da execução desta manobra, reduzindo também a possibilidade de danos aos esmalte dentário pois não são utilizadas brocas para a divisão de sua estrutura em partes para posterior remoção, diminuindo ainda, o tempo de consulta. Mais atualmente, em 2011, Dos Santos; Stuani; Faria; Quintão e Sasso Stuani realizaram um estudo prospectivo com o objetivo de avaliar os efeitos da disjunção de maxila 47 em curto e longo prazo no perfil dos tecidos moles faciais. Foi utilizada uma amostra de 20 pacientes tratados (GT) com disjuntor dentossuportado (HYRAX de acrílico modificado), sendo 10 do sexo feminino e 10 do sexo masculino com média de idade de 9,3 anos cujos critérios de inclusão na amostra eram: estar na fase de dentição mista, atresia maxila, mordida cruzada posterior, indicação de disjunção, Padrão esquelético Classe I e sem ângulo mandibular elevado. Foi feita a análise cefalométrica da amostra em várias etapas do tratamento: (T1) a de pré-tratamento, (T2) imediatamente após a expansão e (T3) que consistia no pós-tratamento. O intervalo médio entre (T1) e (T2) foi de 21 dias e entre (T2) e (T3) foi de 6 meses. O traçado cefalométrico e as medidas da mudança do perfil de tecido mole foram feitos a mão com pesquisadores devidamente calibrados para confecção destes. Os resultados foram avaliados através de análise variância e teste de Tukey. Ao avaliar os autores obtiveram os seguintes resultados: Protrusão do lábio superior em (T2) e retrusão em (T3), demonstrando então, que após a ERM o lábio superior volta a sua posição original; Já no lábio inferior mostra retrusão em (T2) e protrusão em (T3), indicando a rotação para baixo e para trás da mandíbula; No perfil a partir dos pontos (H’- Prn) houve uma diminuição em (T2) e um aumento em (T3), porém esse aumento não tem significância estatística; Já a análise do perfil utilizando a linha H.NB os autores notaram um aumento em (T2) e uma diminuição em (T3), relacionado com a rotação para baixo e para trás da mandíbula; A profundidade do sulco mento-labial e ângulo nasolabial não apresentavam diferença significativa em nenhum momento e a Medida LAFH aumentou em T2 e diminuiu em T3, embora nenhuma diferença foi notada a altura facial ântero-superior. Os autores concluíram então que a disjunção com aparelho HYRAX modificado com acrílico produz alterações significativas no perfil dos tecidos moles devido a placa oclusal, porém no final período de retenção não foi observada nenhuma alteração significativa. 48 DISCUSSÃO 49 A disjunção da maxila tem como principal objetivo tratar a atresia maxilar superior. A literatura descreve vários aparelhos para esta função, sendo mais utilizados os disjuntores de Haas (Fig. 1) e Hyrax (Fig. 2), que têm como principal diferença a presença de um apoio de acrílico no palato, presente neste primeiro aparelho e, apesar de cada um ter suas particularidades na confecção e indicação produzem efeitos ortopédicos e dentoalveolares semelhantes tendo como principal efeito o aumento transversal da maxila. (REGGIANE; KROCHENBORGER, 2005; AKKAYA; LORENZON; ÜÇEM, 1999). Figura 1 – Disjuntor de Haas FONTE: BRAMANTE, 2000. Estes aparelhos são utilizados em um procedimento eficaz para induzir significativas alterações morfológicas na região craniofacial que consistem prioritariamente no deslocamento da maxila para frente e para baixo com o intuito de normalizar as deficiências existentes tanto a curto quanto em longo prazo. Porém, algumas variáveis podem interferir no sucesso da terapia de disjunção palatina, como por exemplo, a idade no início do tratamento, o tipo de aparelho utilizado, a magnitude da força aplicada e a contenção. (FRANCHI; BACCETI; CAMERON; KUTCIPAL; MCNAMRA Jr, 2002; SCANAVINI; REIS; SIMÕES; GONÇALVES, 2006). 50 Indicação quanto à idade Em um estudo realizado por Baccetti et al (2001) observaram que em longo prazo, a largura esquelética maxilar, distância intermolar superior, largura lateronasal e latero-orbitária eram significantemente maior quando o tratamento era feito precocemente, enquanto o grupo de tratamento tardio exibia um aumento não tão significante na distância lateronasal, distância intermolar superior e inferior. Evidenciando que a disjunção de maxila deve ser feita antes do pico de velocidade de crescimento esquelético pois há melhor indução de alterações esqueléticas, principalmente as transversais craniofaciais. Já Ferreira et. al (2007) afirmaram que para alcançar um prognóstico favorável é recomendando a época de desenvolvimento, ou seja, o pico puberal, pois é nessa fase que ocorrem intensas modificações faciais; queda dos dentes decíduos e erupção dos dentes permanentes e crescimento ativo da maxila e mandíbula. Dessa forma, neste período há possibilidade de se direcionar o crescimento e impedir a má posição dos dentes, minimizando ou até mesmo anulando a possibilidade de correções complexas no futuro. Já em pacientes adultos, por causa da maior calcificação e rigidez das suturas, os efeitos observados são dentoalveolares e não esquelético e isso ocorreu devido à maior resistência das lâminas pterigóideas do osso esfenóide e rigidez das suturas do osso zigomático. Quanto às alterações morfológicas produzidas por cada aparelho Quanto ao tipo de aparelho utilizado, Lopes et al (2003) afirmaram que o aparelho Hyrax consegue uma separação mais rápida da maxila, é mais higiênico e permite maior controle de força de disjunção devido a ativação diária. Em contrapartida, tanto Baccetti et al (2001) quanto Oliveira et al. (2007), declaram que com o aparelho de Haas obtêm-se melhores resultados ortopédicos com maior amplitude de disjunção e a um aumento 51 significativo da cavidade nasal, enquanto que com o aparelho Hyrax obtêm-se maior angulação palatina no pós-tratamento e uma significativa inclinação da coroa dos molares. Figura 2 – Disjuntor Hyrax FONTE: BRAMANTE, 2000. Kiliç, Kiki e Oktay (2008) observaram em seus estudos que a disjunção maxilar entre os aparelhos do tipo Haas e Hyrax são semelhantes, porém a angulação palatina e a inclinação das coroas dos molares são maior no grupo Hyrax, assim são eficientes em sua função o que os difere é apenas a intensidade do efeito produzido, dessa forma, suas indicações de uso dependem da especificidade do aparelho e do resultado que é necessário alcançar. Na comparação entre estes dois aparelhos em relação ao aparelho colado com cobertura oclusal (Fig. 3), feita por Reggiani et. al (2005), observaram que houve um maior crescimento na altura facial posterior. Já nas medidas lineares houve um aumento significativo na grandeza AFAI, devido ao deslocamento para frente e para baixo da maxila. Outras medidas angulares (FMA, Eixo Facial e Ângulo Articular), não obtiveram significância estatística, uma vez a altura facial posterior apresentou um crescimento significativo. Notou-se então que, os efeitos verticais são diminuídos, portanto indicados 52 corretamente para pacientes com tendências de crescimento vertical, tanto nas dentaduras decíduas como nas dentaduras mistas precoce, a partir de um correto diagnóstico e de um plano de tratamento individualizado. Figura 3 – Disjuntor colado com cobertura oclusal FONTE: BRAMANTE, 2000. Ainda sobre o disjuntor de colado, também chamado de McNamara, o controle da altura facial ântero-inferior é resultado da intrusão, inibição do crescimento alveolar e erupção dos dentes posteriores, menor inclinação axial e extrusão dos dentes encapsulados em comparação ao que ocorre com os aparelhos do tipo Haas e Hyrax convencionais. Pode-se observar também que não há um aumento significativo da altura facial anterior inferior (ENAMe) após o tratamento realizado com o disjuntor com cobertura oclusal. Todavia, o deslocamento inferior da maxila e a inclinação do plano mandibular são maiores com aparelho do tipo Hyrax. (SPILLANE; McNAMARA, 1995; REGGIANE; KROCHENBORGER, 2005; LOPES; NOUER; TAVANO; MIYAMURA; ARSATI; WASSAL, 2003) 53 A literatura mostra que o uso dos disjuntores convencionais do tipo, Haas, Hyrax e McNamara ocasiona outras alterações dentoalveolares esqueléticas, que podem ou não mostrar-se favoráveis ao prosseguimento do tratamento ortodôntico corretivo. A vestibularização e a extrusão dos molares superiores geralmente utilizados na ancoragem, associado ao deslocamento da maxila para frente e para baixo, promovem rotação da mandíbula no sentido horário. Essas modificações podem ocasionar um incremento na altura facial anterior do paciente, bem como o aumento da tendência de mordida aberta anterior, tornando-se altamente desfavoráveis em pacientes com padrão vertical já acentuado (BRAMANTE, 2000; SIQUEIRA, 2000; REGGIANI; KROCHENBORGER, 2005; LAGRAVÉRE; HEO; MAJOR; FLORES-MIR, 2006; De ROSSI; de SÁ ROCHA; GAVIÃO, 2008). Outro importante fator a ser observado, é que embora, se consiga respostas significativas às discrepâncias ortodônticas severas, como: tratamento da Classe III nãocirúrgico, deficiência maxilar real e relativa, estenose nasal como características da respiração bucal e nos casos de fissura palatina, o tratamento de disjunção, não pode ser visto como tratamento final, com exceção de casos específicos na dentadura mista (LOPES; NOUER; TAVANO; MIYAMURA; ARSATI; WASSAL, 2003). Todavia, segundo Ferreira et al (2007) as possíveis alterações deletérias ocorridas com o uso de disjuntores são, em médio e longo prazo, compensadas pelo crescimento e desenvolvimento, tornando-as insignificantes estatisticamente. Assim, o disjuntor Hyrax, diferentemente do que foi proposto por Haas, não possui efeitos indesejáveis, como, por exemplo, a inclinação vestibular dos dentes em médio prazo. 54 Magnitude de força A magnitude da força dissipada pelo aparelho é transmitida aos dentes e à sutura palatina mediana. Quando a sutura não se rompe, a força fica restrita somente aos dentes e, isso poderá provocar alterações na tábua óssea vestibular e retração gengival.Dessa forma, a correta força e indicação dos aparelhos deve ser observada (FERREIRA; URSI; ATTA; LYRA; LYRA, 2007). Contenção A contenção é feita com o próprio aparelho sem ativação ou com contenção confeccionada com fio ortodôntico e acrílico, para Reed, Gosh e Nanda (1995) a ausência desta ou uso incorreto, pode causar efeitos indesejáveis do uso dos disjuntores palatinos, como por exemplo, recidivas no avanço da maxila e rotação mandibular, obtidos durante a fase ativa do aparelho, porém estas foram insignificantes, devido a não alteração do perfil mole. Tanto Bramante e Almeida (2002) como Scanavini et al. (2006) afirmam que tanto Hyrax, Haas e o disjuntor com cobertura oclusal produzem o mesmo resultado e que seus benefícios compensam quaisquer efeitos secundários que possam advir de seu uso. 55 CONCLUSÃO 56 De acordo com a literatura revisada os aparelhos disjuntores Haas, Hyrax, Colado e Borboleta verificamos que: • Estes apresentam resultados semelhantes em relação à disjunção de maxila; • O disjuntor de Hyrax é mais higiênico, possui mais rapidez de disjunção e permite maior controle da força, podendo ser corretamente indicado em pacientes no final do pico puberal. • Já o disjuntor de Haas tem com vantagem maior amplitude de disjunção com melhor resultado ortopédico, assim é indicado corretamente em casos de deficiência maxilar real e relativa ou em casos de pacientes com estenose nasal. • O disjuntor Colado possui os efeitos verticais diminuídos e assim podem ser corretamente indicado para pacientes com tendência de crescimento vertical. • O disjuntor borboleta, devido a presença de uma dobradiça que abre na região dos molares podem ser indicado para correções ortopédicas de más-oclusões transversais que atingem a pré-maxila. Assim, podemos concluir que apesar de não tendo sido verificada superioridade em quaisquer um dos aparelhos disjuntores apenas a correta indicação definirá o melhor para cada caso. 57 REFERÊNCIAS 58 ALEXANDER, R.G. A disciplina de Alexander. São Paulo: Santos, 1997. 443p. AKKAYA, Sevil; LORENZON, Surum; ÜÇEM, Tuba Tortop. A Comparison of Sagittal and Vertical Effects Between Bonded Rapid And Slow Maxillary Expansion Procedures. Eur. J. Orthod, v.21, n.2, p. 175-180, Abr. 1999. BACCETTI, Tizziano; FRANCHI, Lorenzo; CAMERON, Christopher G.; McNAMARA JR, James A. Treatment timming for rapid maxillary expansion. Angle Orthod. Appleton, v. 71, n. 5, p. 343-50, Out. 2001. BARBOSA Jr., Heráclio A; MARINHO, Alfeu V.; MARINHO, Rodolfo R.; TERAMOTO, Lúcia; LIMA, Saulo A. A.; MARINHO, Ricardo R.Proposta de um aparelho para disjunção palatina – o borboleta de Marinho. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial, v.6, n.5, p.105110, Set/Out 2001. BIEDERMAN, W. A hygienic appliance for rapid expansion. 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