III ENCONTRO NACIONAL SOBRE HIPERTEXTO
Belo Horizonte, MG – 29 a 31 de outubro de 2009
SALA DE AULA: UMA NOVA TECNOLOGIA DE ESCRITA1
Carlos Alexandre Rodrigues de OLIVEIRA (UFMG / PUC-MG)2
Resumo: Este trabalho propõe investigar o acesso às teorias de rede, especialmente a ideia de
hipertexto. Assim, o mesmo nas aulas práticas de Língua Portuguesa poderá abordar essas novas
teorias, a partir de suportes digitais, tais como: o aparelho celular. Tal discussão é de interesse para a
formação de professores de língua materna e para a formação de leitores, dando enfoque ao desafio
não só dos estudos do letramento em sua concepção sociohistórica e ideológica como também os
estudos sobre o advento das novas tecnologias na educação e dos hipertextos na sala de aula. A
tecnologia, em especial, a tecnologia de rede, tanto permite ampliar e aprofundar as análises acústicas
do ensino, incluindo nesses estudos outros parâmetros além daqueles priorizados pela escola. Sua
possível aplicação ou inserção no ensino abre novos caminhos para os estudos linguísticos,
possibilitando discussões e pesquisas sob um enfoque metodológico e prático para aplicação. Além
disso, o trabalho em questão tem a finalidade de estimular a leitura e a produção de textos que, apesar
de breves - textos em tela - são capazes de provocar a interação dos alunos produtores de textos e fazêlos buscar o prazer da leitura e da interpretação.
Palavras-chave: Leitura; Escrita; Tecnologia Digital.
Introdução
Vamos iniciar essa reflexão recuperando a passagem teórica da história da escrita na
educação, quando se falava da antiga sabedoria latina do mutatis, mutandis. No entanto, a
mesma nos alerta de que, se a sociedade e a cultura mudaram, a escola tradicional (filha da
escrita) tem de mudar também. Para isso é preciso “operacionalizar” a ciberescola, aquela que
não rejeita o avanço tecnológico, mas reivindica a sua imediata instalação e uso. A que busca
descobrir novas maneiras de reinventar a Didática e inaugurar a Matética, para dominar o
processo de aprendizagem e nele intervir com eficácia.
Além disso, propõe-se a praticar um ensino reflexivo e, portanto, crítico. Nada de entupir
simplesmente os alunos de conteúdos, sem que dê aos mesmos a oportunidade de refletir, de
digerir essa massa de informações multidisciplinares, de aplicá-las em seu cotidiano. Entendese ainda que, num mundo totalmente interligado, globalizado e multidiversificado (além de
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Trabalho apresentado ao Grupo de Discussão “Propostas Pedagógicas Mediadas por Mídias Digitais”,
no III Encontro Nacional sobre Hipertexto, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2009.
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Licenciado em Letras com habilitação em Língua Portuguesa e Língua Inglesa. Especialista em Ensino
de Leitura e Produção de Textos (FALE/UFMG). Mestrando em Letras com ênfase em Linguística e Língua
Portuguesa (PUC-MG). Pesquisador da área de Linguística do Texto e do Discurso com ênfase em Enunciação e
Processos Discursivos (e Linguística dos Gêneros e Tipos Textuais): discurso docente e relatórios de estágio de
intervenção em prática de ensino de Língua Portuguesa (UFMG/PUC-MG/CAPES). Coordenador/Professor
orientador de curso técnico em “Gestão de Pequenas Empresas” (PEP-EJA/SEE-MG), e professor de Educação
Básica em redes pública e privada do Estado de Minas Gerais (SEE-MG). E-mail: [email protected].
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sustentado por uma inteligência coletiva) uma ação educativa individualista é um terrível
contrassenso. Toda a pedagogia da rede digital tem sido grandemente influenciada por teorias
de aprendizagem que privilegiam ambientes educacionais interativos, com elevado grau de
participação do aluno no processo de construção do próprio saber. A direção mais promissora
(que, aliás, traduz a perspectiva da inteligência coletiva no campo educativo) é a do
aprendizado cooperativo via Internet, tendo por pano de fundo um acompanhamento e um
gerenciamento efetivo das ações educativas. E para melhor ajustar os termos da discussão,
buscamos recuperar a partir de vários autores, tais como: Sérgio Costa (2000), Lévy (1999),
Xavier (2005), Marcuschi (2001), Chartier (2002), Magda Soares (2002) e outros, cujas
pesquisas estão inseridas no campo das novas tecnologias de rede, dando enfoque
metodológico às práticas de ensino de leitura e de produção de textos em sala de aula.
Nessa dimensão das discussões sobre a inserção das novas tecnologias na sala de aula,
pretendemos ainda expor um relato de uma proposta de ensino-aprendizagem aplicada com
sucesso aos alunos de formação básica, podendo a partir da mesma, facilitar o início dessa
nova metodologia de ensino e na vida docente do professor.
Internet, Gêneros Digitais e Hipertexto
Com o advento da Internet, dos Gêneros Digitais e do Hipertexto, observa-se uma mudança
não só na forma e no espaço da escrita, como também na leitura. O hipertexto, produzido
coletivamente pelos usuários da Internet (ou do Celular), modifica a relação leitor-escritor,
tornando imprecisa a fronteira que os separavam, uma vez que, agora, o “leitor-navegador não
é um mero consumidor passivo, mas um produtor do texto que está lendo, um co-autor ativo,
capaz de ligar os diferentes materiais disponíveis, escolhendo seu próprio itinerário de
navegação”, segundo Sérgio Costa (2000, p. 04). Isso mostra-nos que o usuário dos suportes
digitais, são capazes de interagir e ter a sua própria liberdade de comando com o texto a ser
lido e/ou escrito. Além disso, podem navegar de formar consciente e buscar o meio mais
simples para entrar nesse universo tecnológico e criativo, apresentados e saboreados em rede.
Hipertextualidade
De acordo com Lévy (1999, p. 264), “a partir do hipertexto, toda leitura é uma escrita
potencial”. Assim, com o texto digital, escrita e leitura se estruturam hipertextualmente,
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através dos nós e links, em um novo suporte: a tela do computador (ou até mesmo do celular).
A partir de agora o leitor pode escolher o melhor caminho da leitura e o conteúdo a ser lido,
explorando o espaço virtual de acordo com seus interesses e necessidades, e construindo seu
conhecimento com base nas escolhas que vai realizando. No entanto, isso fará com que o
leitor torne-se mais ativo perante o texto e mais responsável diante de suas escolhas para ter
uma compreensão mais madura do que se lê e do que se busca nos Ambientes Digitais.
O Texto e a Tela
Segundo Xavier (2005), o produtor do texto eletrônico é quem decide disponibilizar ou não
links com outros hipertextos afins, pois esses links hipertextuais podem apenas respaldar o
ponto de vista do seu autor, embora a transparência das ideias e posições seja um traço
inerente à própria concepção da rede informacional.
Essa não-linearidade, somada a quase instantaneidade da passagem de um nó a outro, pode
gerar problemas de compreensão global do texto, bem como de desorientação e dispersão,
pois, por exemplo, nos perdemos mais facilmente em um hipertexto do que em uma
enciclopédia. Isso, devido ao uso inadequado dos links que pode dificultar a leitura por
quebrar, quando visitados indiscriminadamente, as isotopias que garantiriam a continuidade
do fluxo semântico responsável pela coerência, tal como ocorre em uma leitura de texto
convencional.
Para Marcuschi (2001), essa dispersão pode gerar, no hiperleitor, uma indisposição e
abandono da leitura, causando um stress cognitivo. Tal dispersão pode ser também afetada
por inúmeros fatores, sendo alguns deles:
a) a forma como o texto é disposto na tela;
b) o tipo de letra e o tamanho;
c) o tipo de monitor;
d) a dificuldade da leitura, a partir da tela, sendo que a mesma é 30% mais lenta que a partir
de textos impressos e é mais cansativa e, consequentemente, de menor compreensão.
De acordo com esse contexto, o leitor geralmente busca, a partir de palavras-chave, o
fragmento textual do qual quer apoderar-se, sem que necessariamente sejam percebidas a
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identidade e a coerência da totalidade textual que contém esse elemento. Além disso, ao
permitir vários níveis de tratamento de um tema, o texto virtual oferece a possibilidade de
múltiplos graus de profundidade simultaneamente, já que não tem sequência nem topicidade
definida, mas liga textos não necessariamente correlacionados. Diante disso, o leitor precisa
de uma bagagem intelectual maior e, também, de uma maior consciência quanto ao buscado.
É o que também afirma Chartier (2002).
O papel do professor diante dos Ambientes Digitais
A utilização dos ambientes digitais vem modificando não só a forma do homem se comunicar,
mas também como se dá essa comunicação. O uso frequente destes textos virtuais fora dos
espaços escolares é tão comum e tão crescente que o ensino não pode fechar os olhos a esse
fato e, ainda, dado os muitos problemas que a leitura destes textos pode proporcionar, é
importante que a escola e o professor organizem e programem práticas de leitura e de escrita
que levem os estudantes ao domínio de competências que os capacite para a utilização ora do
texto impresso ora do texto digital.
Lévy (1999) defende que o professor da cibercultura tem que ser um arquiteto cognitivo e
engenheiro do conhecimento; deve ser um profissional que estimule a troca de conhecimentos
entre os alunos, que desenvolva estratégias metodológicas que os levem a construir um
aprendizado contínuo, de forma autônoma e integrada e os habilitem, ainda, para a utilização
crítica das tecnologias. No entanto, essa modificação na postura do professor contribuirá para
a reformulação do próprio conceito de educar.
Além dessas reformulações, Magda Soares (2002) observa a grande necessidade de
desenvolver o letramento digital. A esse respeito, refletindo sobre o termo letramento nas
práticas sociais de leitura e de escrita, menciona que este pode ser definido “como estado ou
condição de indivíduos ou de grupos sociais de sociedade letradas que desempenham
efetivamente as práticas de leitura e de escrita, e participam de forma competente dos eventos
de letramento” e, pensando, ainda, na inserção das novas tecnologias na vida humana e nas
práticas de leitura e de escrita, a autora defende que o letramento na cibercultura conduz a um
estado ou condição diferente daquele conduzido pelas práticas de leitura e de escrita
quirográficas e tipográficas, o letramento na cultura do papel. Assim, por a leitura e a escrita
serem realizadas por meio da tela, surgem não só novas formas de acesso à informação como
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também novos processos cognitivos, novas formas de conhecimento, novas maneiras de ler e
de escrever, enfim, um novo letramento, isto é, um novo estado ou condição para aqueles que
exercem práticas de escrita e de leitura por meio da tela do computador ou de outro suporte.
Desta forma, torna-se necessário novas práticas de leitura e de escrita, práticas estas mais
críticas frente ao universo informacional da rede. Além disso, é importante um letramento
digital, ou seja, a capacidade de compreensão e utilização de informação em diferentes
formatos e de fontes variadas. Para a pesquisadora, o professor deve auxiliar no
desenvolvimento das competências adquiridas por meio dos Ambientes Digitais que, ao
utilizar as ferramentas apresentadas pelos mesmos e também estar imerso neste ambiente,
pode mostrar alternativas e ensinar condutas que favoreçam um uso consciente e crítico
dessas novas tecnologias.
Na sala de aula: investigação e aplicação
Com a introdução das novas tecnologias de rede e, principalmente da Internet, novas condutas
são necessárias aos educadores para que consigam utilizar essas ferramentas de modo que elas
se tornem aliadas ao ensino e a aprendizagem da língua materna. Faz-se necessário, então,
que os professores, além do necessário conhecimento destas tecnologias, utilizem essas
ferramentas não só como apoio metodológico, mas também, como uma forma de desenvolver
no educando uma postura crítica frente ao ato de ler e escrever. Portanto, a partir dessa
abordagem teórica, irei relatar sucintamente, no próximo tópico, uma experiência com a
inserção das novas tecnologias no ensino, realizada com alunos de formação básica.
Uma proposta de trabalho inserida na tecnologia de rede
Essa proposta de ensino-aprendizagem tem como título “CelulArte: possibilidade literária em
rede”3, e a mesma foi concretizada no momento em que eu era aluno e pesquisador do curso
de (formação) “Ensino de Leitura e Produção de Textos” (PROLEITURAS/FALE/UFMG).
No entanto, tive acesso às teorias de rede, especialmente à idéia de hipertexto. Em minhas
aulas práticas de Língua Portuguesa, comecei a trabalhar com essas novas teorias, a partir do
suporte do aparelho celular, cujo uso é proibido na escola onde leciono. Utilizei o celular com
as turmas da 3ª série do Ensino Médio com a finalidade de estimular sua leitura e sua
3
Essa proposta completa e relatada poderá ser encontrada com a seguinte referência: OLIVEIRA, Carlos
A. R. de. CelulArte: possibilidade literária em rede. TxT: leituras transdisciplinares de telas e textos. Belo
Horizonte,
ano
4,
n.
8,
jul./dez.
2008.
Disponível
em:
<http://www.letras.ufmg.br/atelaeotexto/depoimento_carlos.html>. Acesso em: 15 de dez. de 2008.
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produção de textos literários que, apesar de breves - poemas em tela - fossem capazes de
provocar a interação dos alunos e fazê-los buscar o prazer da leitura e da interpretação de
poesias.
Essa ideia partiu da leitura e da interpretação de poemas do livro Distraídos venceremos, de
Paulo Leminski, a qual foi associada às comemorações do Centenário da Imigração Japonesa
que ocorreu no ano de 2008 e não estava previsto no plano de curso. Tudo começou com a
ideia de trabalhar somente leitura e interpretação, mas os alunos tiveram um enorme interesse
pelos poemas “curtos” (nome dado por eles aos poemas), pela obra e pelas propostas da
literatura japonesa. Assim, resolvi trabalhar o gênero haikai, que designa poemas “curtos” e
interativos, pois sua simbologia utiliza elementos sutis da natureza, ou seja, qualquer parte da
natureza pode tornar-se símbolo e fazer parte da composição de um haikai.
Mas como utilizar o aparelho celular para escrever poesias? Tivemos uma série de
dificuldades, pois os alunos queriam escrever poemas muito extensos. E uma das
características do haikai é que o mesmo seja escrito em três linhas. Então, deixei-os escrever
textos extensos e propus passá-los para a tela do celular, e depois enviá-los a um colega de
sala. No decorrer da atividade, os poemas chegavam fragmentados em outros celulares e não
dava para visualizá-los de forma coerente porque os versos chegavam em ordem inversa.
Portanto, tivemos que adotar as características do haikai e utilizá-las na tela do celular. Isso
foi possível porque os aparelhos têm um recurso de recebimento de textos (o Short Message
Service - SMS), que permitem mostrar na tela textos muito curtos, que contenham até 140
caracteres. Resolvida a questão da nova tecnologia de escrita, a produção foi fantástica: os
alunos começaram a produzir pequenos textos poéticos e avançaram na invenção de formas e
imagens. Sem querer, acabamos entrando no mundo da poesia concreta, o que me levou a
pensar no desenvolvimento de um novo projeto de ensino-aprendizagem junto aos educandos.
Como forma de motivá-los a continuar escrevendo os poemas “curtos” e passá-los adiante,
com o intuito de formar leitores e produtores de textos em rede, pedi que escrevessem numa
lista números aleatórios de celulares sem identificá-los com o nome do proprietário. Depois,
puderam escolher qualquer número de celular e enviar um haikai ao mesmo, despertando a
curiosidade do receptor da mensagem e motivando-o a responder ou a tentar descobrir quem a
escrevera – assim, estávamos trabalhando numa proposta de estimular a inteligência coletiva
do grupo. Nesse processo, formamos uma rede literária, por meio da qual estamos atuando até
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hoje. Bem, vocês devem estar pensando: como eles conseguiram tantos créditos nos celulares
para o envio das mensagens, sendo esse um recurso muito caro? Mas nós desenvolvemos a
atividade no momento em que as operadoras estavam oferecendo planos de bônus.
Nesse contexto, os alunos descobriram o prazer que a produção literária poderia proporcionar
a partir de uma escrita móvel. A relação dos alunos com o celular, a partir dessa interação em
rede, deixou de ser apenas uma brincadeira, uma prática utilitária ou mesmo uma relação de
poder (ter o melhor aparelho). Também a desobediência às normas escolares (que proíbem
seu uso) foi (re)direcionada para outras possibilidades: sua utilização foi permitida e passou a
ser uma busca do prazer de ler e de escrever textos literários “curtos”, mas significativos.
Portanto, esse trabalho poderá servir como uma nova proposta de ensino de Língua
Portuguesa e apontar novos caminhos metodológicos para o ensino e para a formação do
professor de Língua Portuguesa, pois foi a partir dessa visão humanizadora e a partir do
prazer do ato de escrever que possibilitou diversas transgressões conscientes do ato de
registrar sistematicamente o que se pensa. Assim, o ato de escrever tornou-se então, a Arte de
Escrever, sem medo, sem pressão, sem modelos autoritários: concretizado com a experiência
viva dos próprios educandos, que presentificaram em suas produções os processos
linguísticos, intralinguísticos e extralinguísticos vividos pelo sujeito-autor. (OLIVEIRA,
2008)
Considerações finais
Contudo, vimos que a tecnologia, em especial, a tecnologia de rede, tanto permite ampliar e
aprofundar as análises acústicas do ensino, incluindo nesses estudos outros parâmetros além
daqueles priorizados pela escola. Sua possível aplicação ou inserção no ensino abre novos
caminhos para os estudos linguísticos, possibilitando discussões e pesquisas sob um enfoque
metodológico e prático para aplicação. De acordo com Oliveira (2008), a educação não é
apenas uma ação técnica que, pela implementação de determinados procedimentos, realiza
objetivos preliminarmente estabelecidos. Ela pode transcender o que está instituído, por meio
da prática de atitudes transdisciplinares que considerem as várias manifestações de educandos
e educadores, diante não só de objetivos cognitivos, mas também de movimentos atitudinais,
políticos, filosóficos, vitais e culturais.
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