UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
GRUPO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES DO AMBIENTE
GEMA
BRASIL
RESPOSTA HIDROFÍSICA DA MUDANÇA GLOBAL E DOS IMPACTOS
ANTRÓPICOS EM RANDES RIOS DA AMÉRICA DO SUL:
RIOS PARANÁ, P ARAGUAI, ORINOCO E MADALENA
Universidade Estadual de Maringá, PR
Universidade Guarulhos, SP
UNESP, Capus de Rio Claro, SP
Universidade Federal de Goiás, GO
Universidad Nacional de La Plata, Argentina
Universidad - Nacional del Litoral, Argentina
Universidad Pedagogica Experimental El Libertador, Venezuela
Universidad EAFIT, Colômbia
Maringá, 20 de julho de 2009.
A prisão pela Polícia Federal de dois pesquisadores da UNESP e Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul e três estudantes das Universidades de Minnesota e
Arizona dos Estados Unidos ocorrida no dia 17 de junho deste ano não apenas indignou
fortemente a comunidade científica nacional e internacional, mas chamou a atenção para
os procedimentos com relação à pesquisa internacional desenvolvida em nosso país.
Esse fato torna-se mais estranho quando o atual panorama científico brasileiro está
voltado para a internacionalização da pesquisa científica e tecnológica. Projetos que
visam o conhecimento de mudanças climáticas globais envolvem necessariamente
pesquisadores de vários países – daí o termo “global” - e a internacionalização desse
tipo de estudo é incentivada pelas agências de fomento nacionais. A metodologia dos
estudos paleoclimáticos (climas antigos) baseia-se em grande parte na análise de
material contido em sedimentos (lama e areia) do fundo de lagos, lagoas, rios e outros
corpos de água. E amostras desse tipo de material são enviadas a diferentes laboratórios
de todo o mundo para análise. Em nosso projeto (PROSUL/CNPq), por exemplo,
amostras de todos os países envolvidos (Venezuela, Colômbia e Argentina) são
enviadas normalmente para laboratórios brasileiros de datação por 14C e termoluminescência.
Causa estranheza dessa forma que os pesquisadores tenham recebido o
tratamento que tiveram antes e depois do esclarecimento de suas atividades de pesquisa
– no caso aprovada pelos órgãos de fomento e pelas respectivas universidades onde
atuam os cientistas brasileiros. Usando de bom senso, boa vontade e cidadania, dúvidas
quanto o procedimento das atividades dos pesquisadores teriam sido esclarecidas rápida
e seguramente sem maiores conseqüências e com a segurança de não estarem colocando
em risco a soberania nacional. Assim, todo prejuízo de ordem científica e tecnológica
conseguidas em anos de preparo, de investimento e de intercâmbios entre instituições
estrangeiras não teriam sido prejudicados ou mesmo destruídos.
Quero dessa forma, como coordenador do projeto PROSUL/CNPq – cujo
objetivo é o conhecimento das mudanças ambientais nos sistemas fluviais sul
americanos e que conta com a participação de cientistas de três países da América do
Sul – prestar minha solidariedade com os colegas brasileiros e estrangeiros envolvidos
em tão deplorável e embaraçoso episódio e espero que esse caso sirva para se evitar no
futuro atitudes que impeçam o avanço do conhecimento científico e intercâmbio do
conhecimento entre as nações.
Prof. Dr. José C. Stevaux
Universidade Estadual de Maringá/GEMA
Coordenador do PROSUL/CNPq (Projeto 490602/2007-0)
[email protected]
Fone 44 32614327
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