R evista C osems RJ · 20ª edição Distribuição Gratuita R eportagem e edição · Renata Fontoura - MTB: 32.773/RJ D ireção de arte e diagramação · Marina Herriges I mpressão · Walprint Gráfica e Editora Tiragem · 1.000 exemplares E d itoria L Prestes a dar inicio ao IV Congresso de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, nós, da equipe do Cosems RJ, sabemos que temos inúmeros avanços para comemorar e muitos desafios a vencer. Além de marcar a posse da diretoria eleita no início de 2013, o evento traz à pauta um tema de extrema relevância para saúde pública fluminense: a qualificação da gestão para o aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS). Nestes dias de debate, contaremos com a valiosa participação de representantes das esferas estaduais e federais para reforçar, entre outros aspectos, a importância de ações que buscam aperfeiçoar o trabalho desenvolvido pelos gestores e profissionais de saúde no Estado. Partimos para mais essa jornada com a certeza de que as discussões irão impactar positivamente para a busca de melhorias e para o enfrentamento dos problemas que se colocam. Nos últimos anos, assumimos um papel de protagonista na área de Educação e Saúde. Nas páginas dessa revista, os novos gestores poderão conhecer as realizações do Cosems RJ na segunda reportagem da série especial sobre os desafios da saúde fluminense. Preparamos uma retrospectiva de nossas ações na área para reafirmar nosso compromisso com a formação dos secretários municipais e seus técnicos e com a troca de experiência entre eles. Hoje, estamos oportunizando o debate de estratégias neste contexto porque sabemos o quanto importante elas são para a melhoria da gestão do SUS. As oficinas, seminários e cursos realizados, além de aproximar os gestores, possibilitam a troca das experiências na busca da saúde pública que queremos. Em 2013, seguimos honrando esse compromisso. Além da acolhida aos novos gestores, realizada em março em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES RJ) e com o Gabinete do Governador, promovemos o seminário “E-SUS – A nova ferramenta da Atenção Básica”, que recebeu o diretor do Departamento de Atenção Básica do MS, Heider Pinto, como palestrante convidado para apresentar a nova ferramenta aos gestores. Ainda nessa edição, registramos nosso orgulho por ser um Estado com 100% de adesão ao segundo ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Os municípios fluminenses receberão recursos adicionais que podem chegar até 2.027 Equipes de Atenção Básica, 909 Equipes de Saúde Bucal, 100 Núcleos de Apoio ao Saúde da Família (NASFs) e 63 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs). Bem vindos ao IV Congresso de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro! Maria Juraci Andrade Dutra Presidente do Cosems RJ Cosems RJ 3 Atua ção PMAQ: RJ terá recursos adicionais para a Atenção Básica C om 100% de adesão dos municípios ao P rograma N acional de M elhoria do A cesso e da Q ualidade da A tenção B ásica (PMAQ), E stado reafirma seu compromisso com o fortalecimento do SUS Em uma participação no Encontro com os Novos os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), Prefeitos e Prefeitas fluminenses no mês de abril, que antes não faziam parte do programa. no Palácio da Guanabara, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que todos os municípios do Durante a edição de março da assembleia do Co- Estado receberão recursos adicionais para ampliar e sems RJ, a apoiadora institucional do Departamen- qualificar a atenção à saúde. O resultado positivo é to de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Ca- fruto da adesão de 100% ao segundo ciclo do Pro- milla Maia Franco, falou aos secretários municipais grama Nacional de Melhoria do Acesso e da Quali- fluminenses sobre os programas Requalifica UBS e dade da Atenção Básica (PMAQ). PMAQ-AB. Aspectos relacionados à submissão de novas propostas para a construção, ampliação e re- No país inteiro, 5.213 municípios (o equiva- forma de Unidades Básicas de Saúde foram apresen- lente a 93,6%) aderiram ao PMAQ para o período tados. A convidada reforçou a importância da adesão 2013/2014. Ao todo, está previsto o investimento de ao PMAQ-AB em 2013. “No primeiro ciclo, o Estado R$ 1,7 bilhão pelo programa. Os recursos podem be- do Rio de Janeiro ficou entre os cinco estados com o neficiar até 38.390 Equipes de Atenção Básica (EAB), maior número de adesões. Tivemos uma experiência 27.159 Equipes de Saúde Bucal (ESB), 3.802 Núcle- exitosa que pode ser repetida”, enfatizou Camilla. os de Atenção à Saúde da Família (NASF) e 1.276 Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). O PMAQ é um programa de âmbito nacional que tem como objetivo promover a melhoria do acesso e Já no estado do Rio de Janeiro, os recursos adi- da qualidade da atenção à saúde. Lançado em 2011, cionais podem chegar até 2.027 Equipes de Atenção contemplou 4 mil municípios em seu primeiro ciclo Básica, 909 Equipes de Saúde Bucal, 100 NASFs e 63 (2011/2012). Um total de 17,5 mil equipes de Atenção CEOs. A partir da adesão ao PMAQ, as equipes pas- Básica foram avaliadas e 16.938 equipes foram certifi- sam a receber 20% do recurso total designado a cada cadas em mais de 70% dos municípios brasileiros habi- equipe participante. Após a avaliação externa, as equi- litados a receber incentivos PMAQ, naquele período. pes poderão perder o incentivo, mantê-lo ou ampliar O programa está organizado em quatro fases comple- para 60% ou 100%, de acordo com o desempenho. mentares, que funcionam como um ciclo contínuo de melhoria do acesso e da qualidade da Atenção Básica. Este ano, o PMAQ foi ampliado para todas as 4 Cosems RJ equipes de Atenção Básica (incluindo as equipes de Ao todo, em 2012, o Ministério da Saúde inves- Saúde da Família, equipes de atenção básica orga- tiu R$ 12,5 bilhões para custear o trabalho das equi- nizadas em outras modalidades e equipes de Saúde pes de Atenção Básica. Em 2013, estão previstos Bucal) dos municípios. Além disso, o programa incluiu R$ 16,1 bilhões; destes, R$ 800 milhões devem ser os Núcleos de Atenção à Saúde da Família (NASF) e destinados ao Estado do Rio de Janeiro. S eminário Ferramenta apresenta o E-SUS aos gestores fluminenses trará avanços para a organização e gestão do funcionamento das unidades básicas No último mês de março, 232 gestores municipais hospitais do Estado onde o programa SOS Emergên- e profissionais de saúde fluminenses receberam o cia está implantado, já utilizamos o E-SUS hospitalar. diretor do Departamento de Atenção Básica do Mi- A ferramenta representou um grande ganho na ges- nistério da Saúde, Heider Pinto, como palestrante tão, já que traz segurança para o paciente e para o convidado do seminário “E-SUS – A nova ferramen- profissional de saúde.”, declarou João Marcelo. ta da Atenção Básica”. Realizado pelo Cosems RJ em parceria com a Secretaria de Estado e Saúde do Rio de Janeiro (SES RJ), o evento foi transmitido em tempo real pelo Telessaúde da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e apresentou o software público E-SUS Atenção Básica (E-SUS AB). A ferramenta, lançada juntamente com o Portal do Cidadão em fevereiro pelo Ministério da Saúde, é gratuita para os municípios brasileiros e trará avan- Construído na perspectiva de quem usa Uma virada na lógica dos sistemas de informação do Ministério da Saúde. Foi assim que o diretor do Departamento Básico do MS, Heider Pinto, definiu a importância do E-SUS Atenção Básica. O sistema, ços para a organização e gestão do funcionamento que vai substituir o SIAB, oferece dois softwares que das unidades básicas. podem operar desde uma UBS sem computador, com o sistema com Coleta de Dados Simplificada Na mesa de abertura, a diretora financeira do a partir do uso de fichas, até UBS com computador Cosems RJ e secretária municipal de saúde de Piraí, nos consultórios e salas de atendimento usando o Maria da Conceição Rocha, saudou os participan- sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão. tes e ressaltou a importância do tema do debate. “A apresentação dessa ferramenta é fundamental para Ao apresentar a ferramenta aos gestores, Hei- todos os gestores, especialmente porque estávamos der Pinto reforçou a inovação que o software repre- em um momento de início de gestão. Encontros como senta. “Esta ferramenta foi lançada para a Atenção esses são muito produtivos”, enfatizou a gestora. Já Básica e proporciona uma oportunidade única para a superintendente da Atenção Básica no Estado, An- um salto de qualidade no diz respeito ao processa- drea Mello, falou sobre o significado do encontro. “A mento e manejo de informações”, disparou o convi- participação dos municípios nessas iniciativas garante dado. “Este é o início de um processo que vai evoluir avanços na construção de SUS mais forte e, hoje, pre- nos próximos meses. Vamos substituir mais de 16 cisamos entender a necessidade da aproximação com fichas por apenas seis”, declarou o representante do essas tecnologias para trazer mais qualidade para a MS. “E a novidade é que todas as unidades básicas Atenção Básica”, avaliou Andrea. Também integrante de saúde incluídas no primeiro ciclo do Programa da mesa de abertura o diretor geral dos hospitais fe- Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da derais no Rio de Janeiro, João Marcelo Ramalho, ex- Atenção Básica (PMAQ) terão conectividade garan- pôs a experiência com a ferramenta na prática. “Nos tida pelo Ministério da Saúde”, finalizou Heider. Cosems RJ 5 Atua ção C omunicação S aúde : C osems RJ o tema na F iocruz em seminário sobre participa de P romovido pelo C anal S aúde, evento reuniu representantes de secretarias municipais e estaduais, C osems de todo o B rasil e conselhos nacionais e estaduais Entre os dias 16 e 17 de maio, representantes de 23 secretarias municipais e estaduais e de todo o Brasil, 14 Cosems, conselhos nacionais e estaduais de saúde e do Ministério da Saúde estiveram reunidos na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) durante o seminário “Que Canal Saúde Você Quer Ver?”. As atividades, que incluíram conferências e grupos de trabalhos, proporcionaram o debate sobre os aspectos relacionados à comunicação em saúde e contribuíram para aperfeiçoar ainda mais a programação do Canal Saúde da Fiocruz, um canal público de televisão que integra a política de comunicação do Sistema Único de Saúde (SUS) e completou 19 anos no ar em 2013. O assessor técnico do Cosems Conferências e grupos de trabalhos proporcionaram o debate sobre os aspectos relacionados à comunicação em saúde na Fiocruz RJ, Manoel dos Santos, participou como convidado da mesa de abertura do evento, representando a Para a representante do Conselho Nacional de entidade e Conselho Nacional de Secretarias Muni- Saúde, Maria do Espírito Santo Tavares, a Santinha, cipais de Saúde (Conasems). o momento reforça a troca de experiência e o aprendizado dos atores envolvidos na construção do SUS. “Sabemos que muito podemos contribuir para o “Nossas participações trazem um pouco do nosso co- debate sobre a democracia da informação. Quando se nhecimento. Porém, levaremos daqui muito aprendi- coloca a indagação ‘Que Canal Saúde você quer ver?’, zado. A questão da informação e da comunicação em respondemos de pronto e imediato que queremos um saúde é u fundamental e estamos nos propondo aqui Canal Saúde que continue a defender o SUS, que as- a discutir esses temas de forma gostosa, colocando a suma esse compromisso e conquiste cada vez mais as educação como foco”, enfatizou a convidada. mentes e os corações”, ressaltou Manoel Santos ao 6 Cosems RJ dar boas vindas aos participantes. “A busca da infor- O vice-presidente de Ambiente, Atenção e mação na gestão dos municípios é fundamental e es- Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Fernandes, tamos à disposição para colaborar. Tenho certeza que parabenizou o Canal Saúde pela iniciativa e pela este evento, com uma plateia tão qualificada, renderá trajetória de 19 anos. “Vivemos hoje uma crise re- bons frutos”, afirmou o assessor técnico. lacionada à mercantilização da vida. Isso faz com O painel “Comunicação, Televisão e Saúde Pública” – que abordou aspectos relacionados à forma com que o tema saúde é abordado nos canais públicos de televisão e o marco regulatório da comunicação – deu inicio às atividades. O desenvolvimento de discussões em grupos de trabalhos e a apresentação dos resultados finais marcaram o evento. Sobre o Canal Saúde No ar diariamente com produções próprias e em parceria com produtores independentes e outras instituições, o Canal Saúde é um programa prioritário da Fiocruz. O canal púO assessor técnico do Cosems RJ, Manoel dos Santos, participou da mesa de abertura do evento, representando a entidade e o Conasems blico de televisão busca atender às necessidades de informação de gestores, conselheiros, profissionais de saúde e população. que a cooperação, a comunicação, o diálogo e a Criado em 1994, é uma resposta às troca se tornem fundamentais para vencer a inse- resoluções da 9ª Conferência Nacional de gurança imposta. Iniciativas como estas só impor- Saúde, que identificam no tripé “informação, tantes para que possamos discutir esses aspectos educação e comunicação”. Entre os objeti- em uma perspectiva nacional, republicana e deba- vos estão à divulgação do conceito ampliado ter, nos próximos três anos, os 25 anos do SUS”, de saúde, a disseminação de informações declarou Valcler. para apropriação do SUS pela população e A fala da assessora de comunicação do Con- o fortalecimento do controle social. selho Nacional de Secretarias de Saúde (Co- A grade de programação, ampliada em nass), Adriana Cruz, encerrou a mesa de aber- 2013, inclui programas como Bate Papo na tura. “Esse encontro nos coloca necessidades e Saúde, Canal Saúde na Estrada, Jornal da traz oportunidades. O Canal Saúde foi apresen- Saúde, Comunidade em Cena, Em Família, tado em uma das reuniões da nossa câmara téc- Ligado em Saúde e Ciências & Letras. O nica de Comunicação e mantemos uma estreita acesso à programação poder ser feita por parceria desde então. Estimulamos este processo antena parabólica, pelo canal 910 da OI TV e de aprimoramento da Comunicação em Saúde e pela internet em www.canalsaude.fiocruz.br. sabemos dos desafios que precisamos enfrentar unidos”, finalizou a assessora. Cosems RJ 7 Atua ção Q ualifar -SUS: avanços garantidos No último mês de abril, o prazo para os municípios participarão do seminário “Qualificando a Gestão habilitados no Eixo Estrutura do Qualifar-SUS 2012 da Assistência Farmacêutica no Âmbito Municipal”, finalizarem o 1º ciclo de planejamento das ações de parte da programação do evento. Para 2013, houve estruturação da Assistência Farmacêutica na aten- uma ampliação do Qualifar-SUS em 20%, possibili- ção básica foi encerrado. No período de outubro de tando o investimento de mais 17 milhões para novos 2012 a abril de 2013, os municípios foram orienta- 453 municípios. dos com as “Estratégias de apoio ao planejamento das ações de estruturação” por meio de oficinas presenciais, reuniões e videoconferências e pela equipe de Apoiadores Institucionais Centralizados e Descentralizados do Ministério da Saúde. Base Nacional de Dados para Assistência Farmacêutica No Estado do Rio de Janeiro, de 12 municípios ele- Instituida pela portaria GM/MS Nº. 271/2013, gíveis e que realizaram a inscrição como candidatos a a Base Nacional de Dados das Ações e Serviços receberem o recurso de investimento e de custeio do da Assistência Farmacêutica, tornou-se um marco Programa, somente nove foram selecionados e, des- estratégico para as políticas públicas da área. Con- tes, sete cumpriram com os requisitos mínimos de pla- tida no Eixo Informação do Programa Qualifar-SUS nejamento para poderem usufruir dos recursos. “Paty e alinhada ao Sistema Nacional de Gestão da As- do Alferes, São José de Ubá, Sapucaia, Silva jardim, sistência Farmacêutica (Hórus), a inicitiva garante Sumidouro, Tanguá e Trajano de Morais já estão com o avanço na definição do conjunto de dados rela- a autorização de recebimento do recurso trimestral cionados ao Componente Básico da Assistência de custeio relativo ao 1º trimestre de 2013. Um pra- Farmacêutica e em breve, contará com informações zo maior foi concedido aos municípios que não haviam referentes aos outros componentes e ao Programa cumprido os requisitos exigidos”, explica o assessor Farmácia Popular do Brasil. técnico do Cosems RJ na área, Manoel dos Santos. “O Cosems RJ está à disposição para auxiliar as secre- A portaria estabelece que o envio de informa- tarias municipais de saúde na efetivação das ações de ções, pelo Sistema Hórus ou pelo serviço WebSer- estruturação dos serviços farmacêuticos”, ressalta. vice, é obrigatório. Os administradores que optarem pelo Webservice devem adaptar ou desenvolver so- 8 Cosems RJ O Departamento de Assistência Farmacêutica e lução informatizada para garantir a transmissão dos Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (DAF/ dados ou ainda o Sistema Autorizador do Programa SCTIE/ MS) apresentará durante IV Congresso das Farmácia Popular. O conjunto de dados, o fluxo e o Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio cronograma das entradas, saídas e licenças de medi- de Janeiro – promovido pelo Cosems RJ de 8 a 9 de camentos relacionados ao Componente Estratégico maio em Itaipava – a nova seleção dos municípios e Especializado e do Programa Farmácia Popular do constantes do Plano Brasil Sem Miséria até 100 mil Brasil, será definido em atos normativos específicos habitantes para serem habilitados no Qualifar-SUS do Ministério da Saúde, mediante pactuação prévia 2013. Representantes DAF/ SCTIE/ MS também na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). A poiadores R egionais – U ma experiência brasileira P ublicação registra experiência do E stado do R io de J aneiro na área e conta com a participa ção dos C osems de A lagoas, M inas G erais e S ão Paulo, além de representantes do M inistério da S aúde e do C onasems Após inaugurar sua nova fase em 2013, o Projeto O Projeto Apoiadores Regionais Apoiadores Regionais do Estado do Rio de Janeiro – fruto da parceria entre Cosems RJ e o Centro de Ampliar a capacidade de articulação dos gestores mu- Estudos e Pesquisa em Saúde Coletiva (CEPESC), nicipais nos espaços de governança e contribuir para o Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de Inte- a organização das redes regionalizadas de atenção à gralidade em Saúde (LAPPIS) e o Instituto de Me- saúde no Estado do Rio de Janeiro. Estes foram os dicina Social (IMS) da UERJ –, registra suas ações pontos de partida para a implantação, em abril de e realizações em uma publicação. O livro “Apoiado- 2012, do Projeto Apoiadores Regionais, que promove res Regionais – Uma experiência brasileira”, apre- o apoio institucional regionalizado aos gestores muni- senta não só a experiência bem sucedida do Rio cipais da área da saúde, por meio da atuação de cinco de Janeiro na área, como também a de Alagoas, apoiadores, todos profissionais capacitados, distribuí- de Minas Gerais e de São Paulo. A iniciativa, or- dos nas nove regiões de saúde fluminenses. ganizada e elaborada pelos mesmos parceiros que iniciaram o projeto no Estado do Rio, conta com A iniciativa começou a ser construída em 2009, a participação de representantes do Ministério da durante um evento realizado no município de Petró- Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde (SES polis. De lá pra cá, os esforços se multiplicaram, as RJ) e do Conselho Nacional de Secretarias Munici- discussões ganharam uma abrangência maior e resul- pais de Saúde (Conasems). taram em uma ação voltada para o fortalecimento da regionalização e para busca de uma gestão solidária “A inclusão do apoio como estratégia para o entre os municípios fluminenses. aprimoramento e consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) já uma realidade no país e tem A participação dos apoiadores nas reuniões men- sido trabalhada de diferentes modos. Na área da sais da Comissão Intergestores Regional (CIRs) de saúde, este tipo de iniciativa é fundamental para cada região e da Comissão Intergestores Bipartide (CIB consolidar o processo de regionalização e buscar a RJ) no nível estadual é a base do trabalho desenvolvi- gestão solidária”, reforça a presidente do Cosems do e proporciona maior integração entre os gestores, a RJ, Maria Juraci Dutra. “Esta publicação registra Secretaria de Estado e Saúde (SES RJ) e o Ministério não só o trabalho desenvolvido, mas também a par- da Saúde, garantindo o fortalecimento das relações in- ceria frutífera com o Instituto de Medicina Social da terfederativas. A atuação dos apoiadores também in- UERJ”, destaca. O lançamento faz parte da pro- clui o apoio direto às secretarias municipais de saúde, gramação do IV Congresso de Secretarias Munici- o encaminhamento de agendas semanais, a realização pais do Estado do Rio de Janeiro, que acontece de de reuniões temáticas, a elaboração do diagnóstico de 07 a 09 de junho, em Itaipava. cada região e a atualização de instrumentos de apoio. Cosems RJ 9 C ap a E ducação Na em S aúde : capacitar para consolidar o segunda reportagem sobre a atuação do C osems RJ, SUS abordaremos os desafios da saúde pública fluminense, as ações de formação, desenvolvimento e gestão dos atores envolvidos na construção dos SUS Processo de troca de saberes e experiências entre usuários, profissionais e gestores, a Educação em Saúde tornou-se elemento fundamental para aprimorar o Sistema Único de Saúde (SUS). Neste contexto, as ações de formação, desenvolvimento e gestão dos atores envolvidos na construção da saúde pública no país contribuem significativamente para a qualificação e transformação de processos e para a organização dos serviços. Este será o tema abordado nesta segunda reportagem do especial sobre os desafios da saúde pública fluminense, já em sintonia com o eixo central do IV Congresso de Secretarias Municipais do Estado do Rio de Janeiro, promovido pelo Cosems RJ de 08 a 09 de O Seminário Estadual Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP), realizado em 2011, deu início a mobilização para a implantação da iniciativa no Estado junho em Itaipava, e que tem como tema “Qualificando a gestão para a consolidação do SUS”. Garantia de avanços no âmbito do COAP e do PMAQ-AB Nas próximas páginas, apresentaremos as principais realizações do Cosems RJ na área. A atuação O ano de 2011 ficará marcado na história da saú- reforça a missão institucional da entidade, que ofe- de pública fluminense. O Cosems RJ realizou seu III rece aos técnicos e secretários municipais de saúde Congresso de Secretários Municipais de Saúde do oportunidades de capacitação, buscando a maior Estado do Rio Janeiro, que contou com a participa- articulação entre eles. Nos últimos anos, foram pro- ção de 96% dos gestores e ofereceu oito cursos, dois movidos encontros importantes incluindo congres- seminários e uma conferência. Com o tema central sos, seminários, cursos e oficinas que serviram para “Pacto pela Saúde: fortalecendo a descentralização concretizar o bom momento da saúde no Estado. na construção coletiva do direito à saúde”, o encontro tornou-se um espaço privilegiado de articulação “O Cosems RJ assumiu um papel de protagonista na e construção de pautas comuns. “A necessidade de área de Educação em Saúde. Sabemos o quanto impor- cooperação foi reforçada durante este evento, que tante são para a melhoria da gestão do SUS estas iniciati- se tornou um marco. As exposições e debates pro- vas, que aproximam os gestores e possibilitam a troca das porcionaram uma reflexão sobre a responsabilidade experiências na busca da saúde pública que queremos”, de cada ente dentro do Sistema Único de Saúde”, avalia a presidente do Cosems RJ, Maria Juraci Dutra. ressalta a presidente do Cosems RJ. Cosems RJ 11 No mesmo ano, o Seminário Estadual Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP) deu início a mobilização para a implantação da iniciativa no Estado. O evento, transformado mais tarde em uma publicação reconhecida nacionalmente, reuniu mais de 300 participantes para apresentar a nova relação interfederativa no SUS. “Foi um momento extremamente positivo para todos. No dia anterior, finalizamos uma PPI com a realocação de recursos e definimos as referências que irão garantir o aces- Em 2011, o III Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado do Rio Janeiro contou com a participação de 96% dos gestores e ofereceu cursos, seminários e conferências so à saúde pela população fluminense. Geramos um mapa da saúde no Estado que certamente será pre- recebeu como convidados a consultora jurídica do conizado pelo COAP”, relembra Maria Juraci. MS, Lenir Santos e consultor Jurídico do Cosems RJ, Mauro Silva. Ainda em 2011, a realização dos Seminários Regionais de Articulação do Programa Nacional Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) nas nove regiões de saúde do Estado tor- Reafirmando o compromisso naram-se essenciais para a adesão expressiva dos municípios. Fechando as atividades do ano, foram Para iniciar o ano de 2013, uma programação espe- realizados sete cursos regionais para as nove re- cial – promovida pela SES RJ em parceria com o Co- giões; os temas dos cursos variaram entre aspectos sems RJ e o Gabinete do Governador – recebeu os jurídicos do SUS, planejamento em saúde e contro- novos gestores no mês de janeiro. Durante o even- le, avaliação e regulação. to, a presidente do Cosems RJ, Maria Juraci Dutra, saudou os novos secretários municipais de saúde No início de 2012, o Cosems RJ promoveu os e reforçou a importância da troca de experiências. lançamentos de três novas publicações nas suas as- “Este momento é único, que traduz o fortalecimen- sembleias – do livro Contrato Organizativo da Ação to das relações interfederativas. É fundamental que Pública da Saúde (COAP), da cartilha Como orga- troquemos experiências”, declarou a gestora, que nizar um serviço de controle, avaliação e regulação apresentou as realizações da entidade nos últimos municipal e do livro A Lei 141 e o Gestor Municipal dois anos. de Saúde. Em abril, o Cosems RJ inicia seu projeto especial, Apoiadores Regionais. Também no mês de março, 232 gestores municipais e profissionais de saúde fluminenses recebe- 12 Cosems RJ A Lei 141 e o Gestor Municipal de Saúde foi o ram o diretor do Departamento de Atenção Básica tema do seminário virtual realizado em novembro de do MS, Dr. Heider Pinto, palestrante convidado no 2012 em parceria do Cosems RJ com o Telessaúde seminário “E-SUS – A nova ferramenta da Atenção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Básica”. Realizado pelo Cosems RJ em parceria com A iniciativa contou com mais de 90 acessos online, SES RJ, o evento foi transmitido em tempo real pelo C ap a Telessaúde da UERJ e apresentou o software público E-SUS Atenção Básica (E-SUS AB). A ferramenta, lançada juntamente com o Portal do Cidadão no mês Parcerias para consolidar o SUS de fevereiro pelo MS, é gratuita para os municípios brasileiros e trará avanços para a organização e ges- Além dos seminários, oficinas e cursos, o tão do funcionamento das unidades básicas. Desde Cosems RJ mantém parcerias com institui- o início do ano, também foram realizados Seminá- ções de ensino e pesquisa procurando con- rios Regionais de Capacitação da Assistência Far- templar a qualificação da gestão pública em macêutica e Sistema Hórus nas regiões fluminenses saúde, como: e oficinas do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica (Qualifar-SUS). “Chegamos ao meio do ano, reafirmando nosso compromisso com o fortalecimento da gestão e sua qualificação para a consolidação do SUS em nosso estado, promovendo nosso IV Congresso”, conclui Maria Juraci Dutra. O evento conta com quatro seminários que discutirão temas como “Educação Permanente como estratégia de fortalecimento da gestão do SUS”, “Consolidando e fortalecendo a Atenção Básica e construindo as Redes de Atenção à saúde no Estado do Rio de Janeiro” e “Fortalecendo a Agenda da Gestão Estratégica e Participativa”. “A Regionalização e o COAP” e a “Qualificando a Gestão da Assistência Farmacêutica no Âmbito Municipal” também serão debatidos. A cartilha “Como organizar um serviço de controle, avaliação e regulação municipal” foi uma das publicações lançadas pelo Cosems RJ em 2012 · Oficinas de capacitação da Assistência Farmacêutica e Sistema Hórus – Cosems RJ/ SES RJ/ MS- 2011/2012 · Mestrado em administração em saúde – Cosems RJ/ MS/Uerj – 2011/2012 · Especialização em Gestão de Saúde – Cosems RJ/ MS/Uerj – 2011/2012 · Especialização em nível técnico em Gestão de Saúde – Cosems RJ/ Fiocruz/ Ensp/ EPSJV –2011/2012 · Especialização em Saúde da Família pela Universidade Aberta do SUS – UnaSUS/ SES RJ/ Cosems RJ - 2012 · Especialização em nível técnico em Vigilância Sanitária com ênfase em produtos – Cosems RJ/ SES RJ/ Fiocruz/Ensp/ EPSJV – 2011/2012 · Especialização em nível técnico em Gestão de Saúde com ênfase em Regulação – Cosems RJ/ SES RJ/ Fiocruz/Ensp/ EPSJV – 2011/2012 Cosems RJ 13 Arti g o 14 Cosems RJ E s tu o E ntre v isd ta G estão do T rabalho e E ducação na S aúde : modelo interfederado para um atendimento de qualidade Em entrevista à R evista do C osems RJ, o S ecretário de G estão S aúde (SGTES), M ozart S alles, fala do Trabalho e da E ducação S aúde do M inistério da sobre os desafios e avanços na área . Temas relevantes como a criação de uma carreira nacional para o S istema Ú nico de S aúde (SUS), os desafios relacionados à quantidade e à qualidade dos médicos no atendimento aos usuários são alguns dos pontos abordados pelo convidado. na Um modelo interferderado, que reforça a responsabilidade das esferas para prover e fixar profissionais de saúde, buscando garantir um atendimento de qualidade e no tempo adequado. Este é, segundo Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Mozart Salles, o caminho apontado pelo Ministério da Saúde para solucionar os desafios colocados pela área no país. O convidado apresenta as ações que vêm sendo desenvolvidas e faz um panorama sobre as conquistas alcançadas por uma década de realização da Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS – iniciativa anual que propõe diálogo e negociação entre gestores e trabalhadores para tratar das relações de trabalho no sistema. Cosems RJ - Qual a posição do Ministério da Saúde em relação a proposta de criação de uma carreira nacional para o SUS? Qual regime seria ideal, CLT ou Estatutário? Mozart Salles - O Ministério da Saúde acredita no modelo interferderado e na responsabilidade das esferas um atendimento de qualidade e no tempo adequado. A Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS, fórum de negociação entre gestores e trabalhadores sobre as relações de trabalho no SUS, no ano de 2006, pactuou o protocolo número 6 que estabelece diretrizes nacionais para a implantação de planos de carreira, cargos e salários no SUS. A Foto - Ministério da Saúde (SGTES) - Divulgação para provimento e fixação de profissionais de saúde para carreira e multiprofissional, pode ser estadual, regional ou intermunicipal e o modelo de contratação garante a efetiva articulação entre a gestão do tra- pode ser CLT ou estatuário. balho e da educação. O Ministério da Saúde, por meio da SGTES, no ano de 2012 editou a Portaria Entre outras questões, a carreira é um instru- 2.517 para dar apoio técnico e financeiro a proje- mento para o desenvolvimento institucional e que tos de carreira e Desprecarização do trabalho em Cosems RJ 15 Arti g o saúde a estados, DF e regiões. Foram investidos R$29 milhões para fomentar modelagens de gestão do trabalho para multiplicação de experiências. No total foram selecionados 13 projetos. O processo de avaliação contou com uma comissão de avaliação e acompanhamento com assentos para o DEGES, DEGERTS, CONASS e Conasems. Três destes projetos pretendem uma articulação interferada para dar respostas às necessidades, sobretudo da atenção básica e de maio integração ensono serviço com a criação de uma experiência de referencia para docência e pesquisa. “ “A população, assim como os gestores, sabe que não se faz saúde sem médico. Estamos desenvolvendo ações como a ampliação do pagamento de bolsas através do Pró-Residência e com o Provab, só em 2013, 3.800 médicos foram inseridos em 1.307 municípios” Quais são as ações e estratégias do Ministério para o enfrentamento desse problema? Mozart Salles - Entendemos que o mínimo de mé- dicos no Brasil não é suficiente para responder as Além disso, no ano de 2012 foi realizada a segunda edição do Premio INOVASUS gestão do trabalho, com foco em experiências exitosas de carreira. Participaram 39 experiências, com a premiação de 12 delas, com premio de R$200 mil. As experiências estão em processo de sistematização para divulgação, e o Ministério disponibilize um banco de experiências de carreira. Ver tabela dos premiados. necessidades do SUS. Enquanto temos 1,83 médicos a cada mil habitantes, países vizinhos ou com sistemas públicos de saúde semelhantes ao nosso tem números superiores: Reino Unido 2,7; Portugal 3,9; Espanha 4,0. Esse problema é agravado pela má distribuição retratada pelas desigualdades regionais, onde boa parte dos estados tem números ainda inferiores a 1,83. 22 Estados têm média inferior à nacional, como Maranhão (0,58), Amapá É importante destacar que para além do apoio técnico e financeiro, a SGTES, por meio do DEGERTS vem conduzindo experiências de qualificação em gestão do trabalho e da educação na saúde, como forma de implementação da política e de implantação dos protocolos da MNNPSUS, em especial de carreira. Acreditamos que a formação de quadros nesta área é uma passo importante para a implantação de planos de carreira em estados, municípios e regiões, para isso o Ministério fez parcerias com a UFMG, UFRN, DIEESE e Fiocruz, que estão 16 Cosems RJ (0,76) e Pará (0,77). Mesmo em São Paulo, apenas cinco regiões estão acima do índice nacional. Desse modo, não surpreende que quase 60% da população, segundo o Ipea, aponte a falta de médicos como maior problema do SUS. A população, assim como os gestores, sabe que não se faz saúde sem médico. Portanto, várias ações são necessárias e a SGTES tem desenvolvido diversas: ampliando o pagamento de bolsas através do Pró-Residência e estimulando os serviços que ampliarem os progra- em desenvolvimento e pretendem qualificar em 2013 mas de residência a adequarem sua infraestrutura pelos menos 4 mil gestores em cursos de especiali- e valorizarem os projetos (são mais de 1.623 bolsas zação, atualização e aperfeiçoamento na área. disponibilizadas para 2013). Cosems RJ - Hoje vivemos um cenário de difi- Com o Programa de Valorização do Profissional culdades quanto à quantidade e qualidade dos da Atenção Básica (Provab), só neste ano, foram médicos no atendimento aos usuários do SUS. 3.800 médicos inseridos em 1.307 municípios, onde E s tu o E ntre v isd ta o profissional tem uma atuação supervisionada, cursando a especialização em Atenção Básica e recebendo uma bolsa federal de R$ 8 mil, promovendo o maior programa de provimento e formação em atenção básica já existente. Em conjunto com o MEC está sendo estudada a ampliação de vagas de graduação em medicina, para isso e sejam carentes dessa oferta; bem como o abatimento da dívida do FIES para quem trabalha nas regiões de maior necessidade da atenção básica e a extensão da carência para quem está cursando residência em especialidades prioritárias. Cosems RJ - Outra questão importante diz respeito à vinculação dos profissionais de saúde ao SUS. Há alguma proposta de política pública Foto - Ministério da Saúde (SGTES) - Divulgação em regiões que tenham rede de serviços de saúde neste contexto? Mozart Salles - A garantia de proteção social e de balho decente no SUS, que visa dar visibilidade a melhores condições de trabalho para os profissionais temas como igualdade de oportunidades, melhoria do SUS é investir na qualidade do atendimento à po- das condições de trabalho e diálogo e negociação pulação. O Ministério da Saúde criou o Comitê Inte- como instrumentos para a melhoria das condições rinstitucional de Desprecarização do trabalho no SUS, de trabalho e também para o funcionamento do que propôs o DesprecarizaSUS e uma seria de ações, SUS. Essa é uma parceria inovadora, com isso o que tiveram grande importância para o avanço da for- Ministério da Saúde é o primeiro setor econômico a malização dos agentes comunitários de saúde do país, assumir o compromisso de construção de uma agen- com a aprovação da Emenda Constitucional 51. da de trabalho decente. Em 2007, a Mesa Nacional de Negociação Perma- Por fim vale destacar que na negociação dos nente, pactuou o protocolo de Desprecarização do tra- contratos organizativos de ação pública- COAP, no balho que estabelece diretrizes sobre o tema e incentiva campo da gestão do trabalho, foi proposto um indi- a formação de comitês locais. A Portaria 2.517 também cador que pretende mensurar exatamente a quanti- vem como forma de incentivar ações de Desprecariza- dade de vínculos não precários dos trabalhadores da ção para fazer com que os vínculos de trabalho garan- esfera pública do sistema único de saúde. tam proteção social aos trabalhadores do Sistema. Cosems RJ - E quanto à formação para o SUS? O Ministério da Saúde, a OPAS e a OI celebra- Qual o cenário atual e que políticas estão sendo ram, no inicio de 2013, um termo de cooperação viabilizadas para garantir uma formação para as para a construção e implantação da agenda de tra- necessidades do Sistema. Cosems RJ 17 “ Arti g o “Em relação à formação para o SUS, estes processos precisam ser orientados do ponto de vista da Educação Permanente, reforçando a importância de vários atores dialogando com o olhar multiprofissional, viabilizando a integração dos vários cursos de graduação que tem interface com a saúde” processo de trabalho e para resolução de conflitos. No total temos 54 mesas de negociação em funcionamento no país, avaliamos que é preciso avançar na criação e fortalecimento de novos espaços de negociação e o Ministério da Saúde tem envidado esforços neste sentido, as perspectivas para este residência, Provab, Fies, que estão vinculadas a for- ano são animadoras. A Mesa nacional teve papel mação para o SUS e também como a ampliação de fundamental para fazer o debate e pautar a Des- vagas de cursos de medicina, que busca a formação precarização do trabalho no SUS. Muitos comitês na rede, é importante destacar o investimento feito no foram criados e conseguiram avançar na garantia de Pró e Pet-Saúde. A ampliação desses programas está direitos para os trabalhadores. Saúde, buscando reforçar mecanismos que possibilitem uma abordagem integral e o acompanhamento da necessidade do usuário nos diversos pontos da rede, buscando cuidar e responder ao seu problema. O Ministério pretende avançar no apoio técnico e financeiro a projetos de Desprecarização e também garantir que com a implantação da agenda do trabalho decente no SUS esse tema continue na agenda de gestores e trabalhadores Esses processos precisam ser orientados do para não são garantir vínculos protegidos, mas, ponto de vista da Educação Permanente, possi- também igualdade de oportunidades, relações de bilitando utilizar a formação como instrumento de trabalho mais democráticas e menores índices de gestão e reforçando a importância de vários atores adoecimento no trabalho. dialogando com o olhar multiprofissional sobre formação, viabilizando a integração dos vários cursos de graduação que tem interface com a saúde. Cosems RJ - Em relação à desprecarização, quais são os avanços com as Mesas de Negociação? Mozart Salles - A Mesa Nacional de Negociação Cosems RJ tores e trabalhadores encontrarem soluções para o Mozart Salles - Além de estratégias como o Pró- sendo feita na perspectiva das Redes de Atenção à 18 de gestão, é um instrumento importante para ges- “São 54 mesas de negociação em funcionamento no país, avaliamos que é preciso avançar na criação e fortalecimento de novos espaços de negociação e o Ministério da Saúde tem envidado esforços neste sentido, as perspectivas para este ano são animadoras” Permanente do SUS, neste ano de 2013, comemo- Cosems RJ - Neste momento que se discute ra 10 anos de funcionamento sem interrupção “uma Fundação empresa, como o Ministério da Saúde década pelo trabalho no SUS”. As mesas são espa- enxerga essa possibilidade? ços de diálogo e negociação entre gestores e traba- Mozart Salles - O desafio de implantar carreiras no lhadores para tratar das relações de trabalho no sis- SUS é grande, sobretudo porque mais de 80% dos tema. Acreditamos que a negociação é metodologia municípios brasileiros tem menos de vinte mil habi- E ntre v is ta tantes e a construção de carreira de forma isolada de atuação do profissional e ofertas de educação traz muitas dificuldades, para além dos limites da lei permanente de qualidade. de responsabilidade fiscal. Uma carreira deve garantir aos seus trabalhadores, mobilidade, possibilidade O Decreto 7508/2011 traz o elemento regiona- de promoção e progressão, educação permanente e lização com grande força para o Sistema Único de desenvolvimento profissional. Saúde, acreditamos que na gestão do trabalho a criação de carreiras depende de um arranjo regional. O Ministério da Saúde acredita que o modelo in- Neste sentido, a Portaria 2.517 fez a aposta em três terferderado/ regional, com gestão bipartite – Esta- experiências regionais que pretendem trazer solu- dos e municípios, com financiamento tripartite pode ções num modelo fundacional para a implantação de ser uma solução para a construção de carreiras. carreiras. Além do apoio financeiro, estamos com- Neste caso a criação de fundação públicas estatais, prometidos com o apoio técnico para o desenvolvi- de direito privado ou os consórcios podem trazer so- mento dessas experiências. A experiência da Funda- luções inovadoras para o provimento e fixação de ção Estatal de Saúde da Família da Bahia, é um bom profissionais de saúde, com garantia de mobilidade exemplo e tem potencialidades para dar respostas dos profissionais entre municípios, faixas salarias/ ao provimento e fixação de profissionais na atenção gratificações que levam em consideração o cenário básica, mas correções de trajetória são necessárias. Cosems RJ 19 Arti g o M ais médicos : o cidadão não pode esperar Atrair médicos estrangeiros para o Brasil não pode ser Em primeiro lugar, estamos trabalhando para esti- um tabu, pois abordagens, por vezes preconceituosas, mular os jovens brasileiros que abraçam a missão de sal- deste tema não podem mascarar uma constatação: o var vidas como profissão, com ações como o Programa Brasil precisa de mais médicos, com qualidade e mais de Valorização da Atenção Básica (Provab), que oferece perto da população. Temos 1,8 médico para cada mil bolsa de R$ 8 mil mensais e bônus de 10% nas provas de brasileiros, índice abaixo de países desenvolvidos, como residência a quem atua em áreas carentes, e a expansão Reino Unido (2,7), Portugal (4) e Espanha (4), de outros das vagas em cursos de medicina e de residência para latino-americanos como Argentina (3,2) e México (2). formar especialistas. Mas oito anos de formação é tempo demais para quem sofre à espera de atendimento. Se do ponto de vista nacional a escassez destes profissionais já é latente, os desníveis regionais tornam A experiência internacional tem apontado para o quadro ainda mais dramático: 22 estados têm média duas estratégias complementares entre si: uma em que inferior à nacional, como Maranhão (0,58), Amapá (0,76) o médico se submete a exame de validação do diploma e Pará (0,77). Mesmo em São Paulo, apenas cinco regi- e obtém o direito de exercer a medicina em qualquer ões do Estado estão acima do índice nacional, deixando região; e outra específica para as zonas mais carentes, o Estado com 2,49 médicos por mil habitantes. em que se concede autorização especial para atuação restrita àquela área, na atenção básica, por um período Deste modo, não surpreende que quase 60% da fixo. Adotadas em países desenvolvidos, estas ações população, segundo o Ipea, apontem a falta de médicos representaram decisivo ganho da capacidade de aten- como maior problema do SUS. A população, assim como dimento. Na Inglaterra, por exemplo, quase 40% dos os gestores, sabe que não se faz saúde sem médico. médicos em atuação se graduaram em outros países – índice que é de 25% nos Estados Unidos, de 18% no De 2003 a 2011, surgiram 147 mil vagas de primeiro emprego formal para médicos, mas só 93 mil se formaram. Canadá e de 22% na Austrália -, enquanto, no Brasil, apenas 1% dos profissionais se formou no exterior. Além deste déficit, os investimentos do Ministério da Saúde em novos hospitais, UPAs e unidades básicas demandarão a contratação de mais 26 mil médicos até 2014. O debate tem sido conduzido, dentro do Governo Federal e com a sociedade, com responsabilidade. Ainda não há uma proposta definida, mas alguns pontos Nas áreas mais carentes, seja nas comunidades ribei- já foram descartados: não haverá validação automática rinhas da Amazônia, seja na periferia da grande São Paulo, de diploma; não admitiremos profissionais vindos de a dificuldade de por médicos à disposição da população é países com menos médicos que o Brasil; e só atraire- crônica: em alguns casos, salários acima dos pagos aos mi- mos profissionais formados em instituições de ensino nistros do STF e planos de carreira regionais não bastam. autorizadas e reconhecidas em seus países de origem. Com isso, atrair profissionais qualificados será mais Foi este nó crítico que levou prefeitos de todo o País a pressionarem o Governo Federal por medidas uma das medidas para levar mais médicos para onde os brasileiros mais precisam. para levar mais médicos para perto da população. Para enfrentar esta realidade, os ministérios da Saúde e da Educação estão analisando modelos exitosos adotados em outros países com dificuldades semelhantes. 20 Cosems RJ Alexandre Padilha (Ministro da Saúde) A dimensão dos afetos na construção do em SUS V olta R edonda A gestão no SUS é um espaço de vivência de múl- Relembrando aquela primeira Oficina retornam tiplas faces. O cotidiano traz rebeldias inerentes as grandes emoções dessa construção. Momento de às pessoas que trilham esse caminho - o da saúde muito choro, muito medo, muita insegurança. E, de pública, e evidencia arranjos próprios das relações repente, fomos criando uma rede de cumplicidades, que não podem ficar contidas nas normas do tra- possibilidades, envolvendo pessoas em torno de balho. Nesses arranjos, um vai e vem de emoções algo não muito claro, ainda, mas que poderia ser. dos que se afetam se estabelece, de maneira muito peculiar. Resulta uma construção intensa de afetos Daquela Oficina até o lançamento do livro três produtivos, que se reflete no fazer das equipes. Afe- anos decorreram. Imaginem quantas Oficinas, quan- to, trazido ao texto, tanto no sentido de troca de tos encontros e desencontros. Quantas propostas sentimentos quanto no sentido de ser afetado. nasceram e morreram. Dar conta e tomar conta fez parte, mês a mês, das nossas vidas. É este fazer intenso, afetuoso, ora ousado ora arredio, que registramos no nosso livro “Tecendo As “Oficinas” eram encontros coletivos com as ge- Redes: Os planos da Educação, Cuidado e Gestão rentes da Atenção Básica e o grupo de consultores res- na Construção do SUS” e que o torna possível. ponsáveis em propiciar a reflexão sobre o fazer saúde, a partir das necessidades dos nossos usuários. Eram A experiência de escrever sobre algo tão rotinei- momentos intensos, de diálogo, de partilha, de cuida- ro, como o trabalho na rede de saúde, é uma tarefa do, de propostas de outro agir em nossa cidade. Para muito difícil. Difícil também é estabelecer critérios muitos, muito novo. Para outros, a alegria da evidência para escolher o que é válido ou exitoso. Sobre ela, a do pulsar da vida no cotidiano da rede de saúde. experiência de escrever, pairam muitos olhares, nem sempre confluentes muitas vezes conflitantes, que Delas saíram propostas envolvendo outros es- levam os atores e prováveis autores a negarem a paços, outras pessoas. E, assim, novas “oficinas” possibilidade do registro. foram criadas artesanalmente. Delas saiu, também, as primeiras letras, arcabouço dessa escrita. A construção desse livro é uma história boa de contar. Daquelas que irão fazer parte das nossas vi- Por trás de todo esse movimento de fazer- das. Como a curva do rio, que nos envolve, divide e refazendo, um intenso processo de gestão de ma- faz retornar ao seu ponto inicial, como uma reflexão. cro e micro política tomava conta do cenário: o fim do período de quatro anos de um governo voltado O princípio não foi o livro em si. Na realidade nem para atenção às necessidades dos usuários. Assim, sabíamos dele. Principiamos com um fazer coletivo, mostrar este percurso num seminário interno era o porém artesão nas “Oficinas de Rede”. A decisão de momento adequado para consolidar esta etapa. Mo- investir na qualificação e na Educação Permanente mento que, certamente, trouxe à tona mais do que para garantir o cuidado e a gestão foi o passo que, o relato de experiências. Ele foi, também, um novo naquele momento, surgiu como o início do caminho. aprendizado para todos nós. Cosems RJ 21 Arti g o Da expectativa no preparo da mostra sobre as experiências da rede à alegria de constatar as mui- ma que o “Dente de Leão”, queremos nos dispersar para garantir a integralidade do cuidado. tas e surpreendentes vivências do cotidiano, foram alguns dias de muitas tarefas. Algumas nem tão no- Somo muitos a acreditar que o SUS é possível, bres assim, mas todas fundamentais. Assim, quando desde os seus primeiros dias. Mas essa crença se torna nos deparamos com o trabalho desenvolvido pelas verdadeira à medida que podemos aceitar e compre- equipes e usuários do SUS, mostrado e visto sob ender o que o outro nos diz. Porque “a gente” sabe o outro olhar, percebemos a coerência entre o dito e o que diz, mas nunca sabe o que o outro ouviu. E o regis- feito. Entre as tantas possibilidades do fazer saúde tro escrito do nosso fazer cotidiano permite, cada vez quanto os seus autores. mais, que o outro possa entender o que ouviu. O passo seguinte envolveu-nos numa outra face Assim, mais do que o relato sobre a experiên- da gestão do cotidiano que, mais do que comentar cia de Volta Redonda, a cidade da Curva do Rio, sobre essas experiências e suas perspectivas, seria queremos que este livro possa ser o relato sobre explicitar aos atores envolvidos a dimensão daque- o significado do afeto na construção do Sistema le cuidado. E, como não existe cuidado sem afeto, Único de Saúde. mais uma vez este se impôs para a construção de redes e do sistema de saúde. Nesse momento sur- Suely Pinto, Médica do SUS, Secre- giu a possibilidade de fazer o livro. Um livro a muitas tária Municipal de Saúde de Volta Re- mãos, muitas conversas, alegrias e frustrações. Um donda livro, que tem no “Dente de Leão” e no vermelho a marca e a cor da intensidade deste afeto. Hoje, ao contarmos essa história, revivemos os 22 Cosems RJ Angela Schächter Guidoreni, Médica do SUS, Assessora do Núcleo de Gestão da SMS/VR muitos anos do SUS em nossa cidade. Da esperan- Marta Gama Magalhães, Psicóloga do ça em defender a vida à tolerância com nossas limi- SUS, Assessora do Núcleo de Gestão tações, aprendemos todos os dias. Da mesma for- da SMS/VR d ire ito s anitário e m q u e s tão C onsiderações sobre a atuação dos C onselhos de C lasse na F iscalização das U nidades P úblicas de S aúde É comum depararmos com demandas dos gestores destacar que essa falta de registro em muitos ca- municipais dando conta de atos fiscalizatórios promo- sos se refere aos serviços e programas, tipo CAPS, vidos pelos diversos Conselhos de Classe, em Unida- USF, NASF, Centros de Especialidades e outros. des de Saúde que compõem a rede SUS. Nesse diapasão, a ação mais contundente tem sido do Serviço Em regra, os autos de infração são expedidos em de Fiscalização do Conselho Regional de Farmácia, face das Prefeituras, das Secretarias Municipais de com a expedição de Autos de Infração e Notificações Saúde e até dos Fundos Municipais de Saúde, deno- de Multas, em razão da falta de registro de unidades minando-se os serviços de Assistência Farmacêutica e/ou serviços no respectivo Conselho de Classe. e unidades de saúde como “estabelecimentos”. Vale ressaltar que, embora as unidades e/ou De pronto, dois tipos de equívocos podem ser serviços de saúde dos Municípios não constituam identificados na atuação e autuação do Conselho pessoa jurídica e exercem atividades tipicamente Regional de Farmácia. Tratar como pessoas jurídi- assistenciais, envolvendo em alguns casos, profis- cas, órgãos totalmente despersonalizados e funda- sionais de diversas áreas da saúde, ainda assim, tais mentação inadequada, tanto para a expedição dos argumentos não tem sido suficientes para evitar a autos de infração, como para aplicação das penali- ação do Conselho Regional de Farmácia com a apli- dades de multa. cação de multas. As Prefeituras, as Secretarias de Saúde, os FunNos casos pesquisados verificamos que a atu- dos Municipais de Saúde e os locais denominados de ação do Conselho Regional de Medicina se mostra “estabelecimento” de saúde, onde funcionam servi- apenas no sentido de exigir o registro das unidades ços como a Assistência Farmacêutica, os CAPS, as de saúde perante o referido conselho, sem qualquer USF, os NASF e outros, são despersonalizados juri- custo financeiro. Outros Conselhos como os de Fi- dicamente, uma vez que não existem por si próprias. sioterapia e Fonoaudiologia, em determinados mo- A Prefeitura é a Sede Administrativa do Município; mentos enviaram boletos de cobrança a algumas A Secretaria de Saúde é um órgão da estrutura ad- Secretarias de Saúde, referente a anuidades e/ou ministrativa da Prefeitura, responsável pela gestão registros, os quais, após a devida justificativa não do Sistema Único de Saúde, no âmbito do Municí- retornaram tais cobranças. pio; O Fundo Municipal de Saúde constitui-se em uma unidade orçamentária gestora dos recursos Entretanto, no âmbito do Estado do Rio de Ja- destinados a ações e serviços públicos de saúde; neiro a atuação fiscalizatória tem sido mais mar- Os Serviços de Assistência Farmacêutica não fazem cante por parte do Conselho Regional de Farmácia, qualquer manipulação nem comercialização de me- alegando em síntese, falta de registro dos serviços dicamentos, apenas o controle e a dispensação dos de assistência farmacêutica no referido Conselho medicamentos prescritos pelos profissionais da rede de Classe e/ou falta de responsável técnico. Cabe municipal de saúde, dentro do elenco padronizado. Cosems RJ 23 Por outro lado, a Lei Federal n° 10.406, de 10 de analisados, utilizam como fundamento legal para janeiro de 2002, que instituiu o Código Civil trata da justificar sua atuação e autuação, em todos os ca- questão nos seguintes termos: sos, a infração a norma do Art. 24 da Lei Federal nº “Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 3.820/60, que assim dispõe: “As empresas e estabelecimentos que exploram serviços para os quais são necessárias atividades de profissional farmacêutico deverão provar perante os Conselhos Federal e Regionais que essas atividades são exercidas por profissional habilitado e registrado”. Veja que o próprio dispositivo citado estabelece a necessidade de profissional habilitado e registrado no respectivo Conselho, para as empresas e estabelecimentos que exploram serviços relacionados à atividade farmacêutica. Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas O outro dispositivo legal indicado pelos autos que forem regidas pelo direito internacional público. de Infração tido como contrariado, refere-se à Lei n° Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; 6.839, de 30 de outubro de 1980, que dispõe sobre o registro de empresas nas entidades fiscalizadoras do exercício de profissões, cujo Art. 1º, assim dispõe: “Art. 1º - O registro de empresas e a anotação III - as fundações; dos profissionais legalmente habilitados, delas encar- IV - as organizações religiosas; regados, serão obrigatórios nas entidades competen- V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilida- tes para a fiscalização do exercício das diversas profissões, em razão da atividade básica ou em relação àquela pela qual prestem serviços a terceiros.” de limitada.” Portanto, em ambos os dispositivos legais citaPortanto, a lei definiu quem constitui pessoas jurídicas dos como infringidos, as normas citadas (Art. 24 da e, tais como, são responsáveis por seus atos. Nas possibi- Lei n° 3.820/60 e Lei n° 6.839/80), se refere ao ter- lidades legais não se incluem as Prefeituras, as Secreta- mo “EMPRESA” para estabelecer a obrigatoriedade rias Municipais de Saúde, os Fundos Municipais de Saúde de registro nos órgãos competentes. e nem os serviços de Assistência Farmacêutica, ainda que denominados de “estabelecimentos”, assim como as unidades de saúde, pois não são sujeitos de direito. De acordo com o Direito Comercial ou Empresarial brasileiro, empresa é uma atividade econômica exercida profissionalmente pelo empresário por Os Autos de Infração e as Notificações de Multa expedidas pelo Conselho Regional de Farmácia 24 Cosems RJ meio da articulação dos fatores produtivos para a produção e circulação de bens e serviços. d ire ito s anitário e m q u e s tão A Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que necessidade de registro da mesma no Conselho Re- instituiu o Código Civil Brasileiro, no Livro II, que gional de Farmácia, bem como da presença do pro- trata do Direito de Empresa e do Empresário, consi- fissional farmacêutico, não falta muito para compre- dera empresário quem exerce profissionalmente ati- ender que também nas unidades móveis de saúde, vidade econômica organizada para a produção ou a em especial as avançadas, onde há uma assistência circulação de bens ou de serviços (Art. 966), tornan- direta e integral ao paciente, inclusive farmacêutica, do obrigatória a inscrição do empresário no Registro se exigirá o registro e o concurso do farmacêutico. Público de Empresas Mercantis (Art. 967). Ainda que se considerasse o interesse do ConComo já visto, tanto a Prefeitura, a Secretaria selho Regional de Farmácia em exigir a inscrição Municipal de Saúde, o Fundo Municipal de Saúde, das unidades de saúde do Município naquele órgão, como o estabelecimento de dispensação de medica- ainda assim o Município, na qualidade de pessoa ju- mentos não possuem personalidade jurídica, assim rídica de direito público interno e nunca a Prefeitura, como não exercem atividade econômica organizada a Secretaria de Saúde, o Fundo Municipal de Saúde para a produção ou a circulação de bens ou de ser- ou os estabelecimentos de saúde, estaria desobri- viços, tanto que delas não é exigida a inscrição de gado de fazê-lo, pois, tanto a doutrina como a juris- empresário no Registro Público de Empresas Mer- prudência brasileira tem firmado posição no sentido cantis, conforme disposto nos Artigos 966 e 967 do contrário, exigindo, entretanto, o registro dos profis- Código Civil Brasileiro. sionais que atuam no estabelecimento, independentemente da atividade desenvolvida. Os Municípios, através de suas estruturas administrativas, Prefeituras, Secretarias de Saúde, Fundos Nem mesmo diapasão a Lei 5.991/73, que dis- de Saúde e estabelecimentos de saúde, não exploram põe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, qualquer tipo de serviço, muito menos relacionados medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, à atividade farmacêutica. Em regra, todos os Muni- dentre outras providências, ao prescrever a obrigato- cípios possuem farmacêuticos em seus respectivos riedade da presença de farmacêutico em drogarias e quadros de pessoal, dos quais, se exige o registro no farmácias em seu Art. 15, não incluiu os dispensários competente Conselho Regional de Farmácia. de medicamentos no rol de tais estabelecimentos. Aliás, não poderia ser de outra forma. Imaginem Neste particular cabe um destaque ao Projeto se todos os Conselhos de Classe passassem a exigir o de Lei n° 3.752/2008, de autoria da Deputada Va- registro dos seus serviços disponíveis em cada unidade nessa Grazziotin, que tramitou pela Câmara Fede- de saúde. Tem unidades que possuem além da assis- ral, já arquivado, dispondo sobre a obrigatoriedade tência médica em suas diversas especialidades, tam- da presença de farmacêutico nas unidades de saúde bém serviços de enfermagem, de fisioterapia, de fono- do Sistema Único de Saúde. Dita proposta, por não audiologia, de psicologia, de assistência social, serviços entender que a legislação vigente contém tal obri- de assistência farmacêutica, sem qualquer exploração gatoriedade, acrescentava o § 4°, ao Art. 15, Lei n° nem comercialização de produtos farmacêuticos. 5.991/73, para assim dispor: Se entendermos que, para toda unidade de saú- “Art. 15. A farmácia e a drogaria terão, obriga- de em que há dispensação de medicamentos, há toriamente, a assistência de técnico responsável, Cosems RJ 25 inscrito no Conselho Regional de Farmácia, na for- 0000607-40.2011.4.02.5107, assim se posicionou o ma da lei.” ilustre magistrado: “§ 4º. As disposições deste artigo aplicam-se, “Isto posto, julgo procedente o pedido para de- indistintamente, aos serviços de saúde de natureza clarar a nulidade dos autos de infração n° (...), bem pública ou privada.” como dos processos administrativos fiscais n° (...), determinando ao CRF – Conselho Regional de Far- Ressalte-se, entretanto, que essa proposta não mácia que se abstenha de aplicar novas multas ao vingou. Restou arquivada pela Mesa Diretora da município autor, decorrentes do mesmo fato, até o Câmara dos Deputados. trânsito em julgado da presente decisão.” É farta a jurisprudência brasileira contrária à As unidades públicas de saúde municipais não obrigatoriedade de inscrição dos estabelecimentos exploram atividade farmacêutica. A inserção do de saúde, mesmo com dispensários de medicamen- profissional farmacêutico nos quadros funcionais tos, no Conselho Regional de Farmácia, bem como das Secretarias Municipais de Saúde, e não espe- da instituição de responsável técnico. E não poderia cificamente nas unidades e/ou serviços, decorre ser de outra forma, pois, imaginemos, por exemplo, da necessidade de proporcionar a integralidade da se fosse preciso registrar os CAPS, NASF, USF, em assistência aos usuários do SUS, como uma das todos os Conselhos de Classes de Profissionais que diretrizes que balizam o sistema. É claro que esse podem ter atuação nestes serviços e/ou unidades profissional deverá ser registrado no competente (medicina, farmácia, enfermagem, psicologia, fisio- Conselho Regional de Farmácia. terapia, fonoaudiologia, assistência social, nutrição, 26 Cosems RJ dentre outros), além do custo, não previsto nas Portanto, demonstrado está, a desobrigatorie- normas de financiamento do SUS, dispensaria uma dade do registro das unidades públicas de saúde no rotina burocrática sem fim e sem objetividade, do Conselho Regional de Farmácia, bem como, a des- ponto de vista da assistência aos usuários do SUS, necessidade de manutenção de profissional farma- que é a finalidade do sistema. cêutico permanentemente em ditas unidades. Para citar apenas um caso, em sentença pro- Mauro Lúcio da Silva (Assessor Jurídi- ferida pelo Juízo da Vera Federal de Itaboraí, Es- co do Cosems RJ, membro do Núcleo tado do Rio de Janeiro, em ação ordinária movida de Direito Sanitário do Conasems, pelo Município de Rio Bonito em face do Conse- professor-palestrante dos seminários lho Regional de Farmácia, através do Processo n° SABERSUS S aú d e no e s tado I guaba G rande : da D engue implantação do C entro de H idratação Mais importante arbovirose humana, a dengue tornou-se um problema de saúde pública mundial nas últimas décadas. Com uma grande população flutuante e condições climáticas favoráveis à proliferação do Aedes aegypti – mosquito transmissor da doença tros municípios fluminenses, o desafio associado à assistência aos pacientes com suspeita de dengue. Com a projeção de uma epidemia de dengue pelo sorotipo DENV 4, o município elaborou um planejamento e articulou parcerias com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio Janeiro (SES-RJ) com o objetivo de humanizar o atendimento, com melhor acolhimento, classificação de risco e tratamento sintomático apropriado. Foto - SMS Iguaba Grande - Divulgação –, o município de Iguaba Grande enfrenta, como ou- Com a projeção de uma epidemia de dengue pelo sorotipo DENV 4, Iguaba Grande elaborou um planejamento com o objetivo de humanizar o atendimento um grande desafio para toda a região, procuramos A instalação do Centro de Hidratação da Den- desenvolver ações integradas e intersetoriais. Es- gue em Iguaba Grande, no mesmo local onde já fun- sas ações permearam o controle vetorial e a assis- ciona a Estratégia de Saúde da Família no centro tência. A parceria com a SES-RJ foi fundamental da cidade, foi uma das medidas adotadas para o para o sucesso da estratégia, e o reconhecimento enfrentamento da doença e para o aperfeiçoamento da população de um atendimento ágil e humanizado da assistência no município. “A dengue representa é o melhor indicador de que estamos no caminho certo”, ressalta a secretaria municipal de saúde, Maria Juraci Dutra. O Centro de Hidratação foi inaugurado em 28 de fevereiro de 2013 e, em 30 dias de operação, realizou 1118 atendimentos O Centro de Hidratação foi inaugurado em 28 de fevereiro de 2013 e, em 30 dias de operação, realizou 1118 atendimentos. “Esses atendimentos trouxeram melhor acolhimento não só aos pacientes que procuraram o Centro de Hidratação, mas Foto - SMS Iguaba Grande - Divulgação também aos que tiveram necessidade de atendi- Cosems RJ 27 dengue ou por outra necessidade de saúde”, avalia Maria Juraci. Com as medidas adotadas, não foram registrados casos graves ou óbito por dengue em Iguaba Grande. “A implantação do Centro de Hidratação reafirmou que trabalho em rede integrada e o caminho certo. Coordenadas pela subsecretaria Foto - SMS Iguaba Grande - Divulgação mento no Pronto Socorro Municipal por quadro de Silvana Grimauth, as áreas de Vigilância em Saúde, Atenção Básica e de Urgências concretizaram em dois meses o ideal que se persegue há anos”, conclui a secretária municipal. Um levantamento foi realizado para identificar a percepção que a população teve da implantação do Centro de Hidratação. Os resultados mostraram que 95% dos usuários perceberam melhora no atendimento. A metodologia utilizada foi seguiu os moldes do VigTel do Ministério da saúde, que tem como objetivo monitorar a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis nas capitais brasileiras, por meio de entrevistas telefônicas realizadas. “O local possui ótima infraestrutura, com espaço próprio Um levantamento feito com a população depois da implantação das ações mostrou que 95% dos usuários perceberam melhora no atendimento “A parceria com a SES-RJ foi fundamental para o sucesso da estratégia, e o reconhecimento da população de um atendimento ágil e humanizado”, Maria Juraci Dutra, secretária municipal de saúde de Iguaba Grande para hidratação que, em se tratando de dengue, é fundamental, além de profissionais qualificados e preparados para melhor atender”, destaca a paciente Thaís Lessa. Para o biólogo e autor do trabalho, Leonidas Heringer, a implantação do centro de hidratação da dengue é uma experiência bem sucedida com excelente adesão da população. “Esse modelo de atendimento pode ser adaptado para outras cidades e reeditado em outros momentos em que o cenário epidemiológico seja semelhante”, finaliza. A prevenção da doença através do combate dos focos do mosquito transmissor também é fundamental para o enfrentamento da dengue e a po- Foto - SMS Iguaba Grande - Divulgação pulação tem um papel essencial neste contexto. A 28 Cosems RJ campanha 10 Minutos Contra a Dengue, realizada pela SES-RJ, é uma ferramenta de conscientização para a necessidade de todos se engajarem no combate ao foco do Aedes aegypti. A iniciativa estimula a população a investir 10 minutos por semana para eliminar possíveis criadouros em suas casas, já que o ambiente doméstico concentra 80% dos focos. S aú d e no e s tado E ngenheiro P aulo de F rontin : humanização e cuidado Humanização para fortalecer e aperfeiçoar a assistência à saúde que parte da valorização das equipes saúde. Este foi o objetivo de uma iniciativa realizada no município de Engenheiro Paulo de Frontin, que já rende bons frutos para a saúde pública da região. Implantado em 2012, o projeto piloto teve como ponto de partida a motivação das equipes de saúde a implantação de uma ouvidoria humanizada. Em Foto - SMS IEng. Paulo Frontin - Divulgação com o cuidador para fortalecer a assistência 2013, as ações foram consolidadas com a ampliação do Núcleo Humanização, que hoje conta um espaço operacional. As estratégias para o desenvolvimento do trabalho são definidas e articuladas com foco na educação continuada, clinica ampliada e no acolhimento, da comunidade e principalmente dos traba- As estratégias para o desenvolvimento da ação são definidas com foco na educação continuada, clinica ampliada e no acolhimento, da comunidade e dos trabalhadores da saúde lhadores da saúde. multiplicadores – feita a partir da capacitação dos “Já estendemos as ações para a Atenção Básica profissionais do PSF em encontros mensais – e o e para a estratégia de Saúde da Família, envolvendo reforço do trabalho de sensibilização, motivação e agentes comunitários de saúde, o próprio Progra- valorização dessas equipes. ma de Saúde da Família (PSF) e algumas unidades de saúde da região. Todo o trabalho é realizado em Os agentes comunitários de saúde também re- alinhamento com as diretrizes da Política Nacional ceberão capacitação e se tornarão multiplicadores de Humanização”, explica a secretaria municipal de da PNH. “Vários conceitos, valores e padrões base- saúde de Engenheiro Paulo de Frontin, Soraia Aziz. ados em casos reais serão trabalhados para a melhoria do comportamento desses agentes no ambiente Para 2013, a iniciativa prevê a implantação do de trabalho e no trato com a comunidade”, destaca a Acolhimento e Classificação de Risco nas unidades Cândida, exemplificando como a melhoria da comu- da Atenção Básica e a adequação dos ambientes. “A nicação entre comunidade e posto de saúde é impor- ideia é oferecer um espaço para escuta ampliada e tante para um bom serviço na Atenção Básica. diálogo sobre as necessidades de saúde, construção de vínculos, resolutividade de serviços e atenção Ainda no âmbito da iniciativa, será desenvolvida sobre a subjetividade, centrada no trabalhador da uma pesquisa sobre a terceira idade para buscar me- saúde”, ressalta Cândida Fernandes, coordenadora lhorias das políticas públicas municipais para o ido- do Núcleo de Humanização da Prefeitura Municipal so. “Esta é uma das estratégias que vamos comtem- de Paulo Frontin. A valorização dos profissionais de plar por meio da inclusão do projeto Idade Ativa na saúde é a base das ações. Entre as estratégias que esfera estadual e o desenvolvimento e melhoria do serão desenvolvidas estão incluídas a formação de trabalho com idosos”, finaliza a coordenadora. Cosems RJ 29 P iraí : levantamento registra a visão do usuário em relação à E stratégia de S aúde da F amília Analisar a Estratégia da Saúde da Família (ESF) sob a partir da atenção básica, rompendo com o modelo a perspectiva dos usuários. Este foi o ponto de par- hospitalocêntrico. Porém, as instituições formado- tida para um estudo realizado no município fluminen- ras dos profissionais de saúde, em sua maioria, não se de Piraí. Objeto do trabalho desenvolvido pela formam profissionais capacitados para o trabalho assessora técnica do Cosems RJ, Marcela Caldas, comprometido com a quebra de paradigma sugerida durante o mestrado do Programa de Pós-Graduação pela estratégia saúde da família”, pondera Marcela. em Saúde Coletiva da Universidade de Estado do Rio de Janeiro, a pesquisa realizou um levantamento Apesar das dificuldades apontadas, a avaliação por meio de entrevistas com usuários cadastrados dos usuários quanto à ESF - Centro mostrou-se po- na Unidade de Saúde da Família – Centro. Os re- sitiva em vários aspectos, como destacado na fala sultados comprovaram que há uma correspondência de um dos entrevistados, que colocou a situação de entre os serviços oferecidos pela ESF e sua propos- Piraí como privilegiada em relação aos municípios ta oficial na visão dos usuários. limítrofes. O grau de escolaridade dos usuários entrevistados também chamou atenção. “Todos pos- “A análise da ESF pelo usuário é essencial para suem, ao menos, ensino médio completo. A situação que possamos saber se o serviço que tem sido feito destoa dos achados em outros estudos, que apon- está de acordo com o serviço que é proposto e para tam os usuários como pessoas de baixa escolarida- sabermos se a Estratégia atende às expectativas e de e baixa renda”. Segundo Marcela, a localização necessidades de quem a utiliza”, ressalta Marcela. influenciou nesse aspecto. “Apesar de compreender “A oportunidade de os usuários falarem como veem áreas carentes, o centro abriga famílias com um po- a Unidade de Saúde da Família, nas suas diferentes der aquisitivo melhor”, resume a assessora técnica. dimensões, permitiu que identificássemos as poten- “Porém, segundo relatório do Sistema de Informa- cialidades e fragilidades do trabalho desempenhado ção da Atenção Básica da unidade, das 5762 pes- por esta equipe de saúde”, avalia a assessora técni- soas cadastradas na unidade, apenas 20% possui ca do Cosems RJ. plano de saúde, o que nos sugere uma população SUS dependente”, ressalta. O principal objetivo da iniciativa foi o de identifi- 30 Cosems RJ car os desafios existentes no contexto da Estratégia A necessidade de avaliação dos serviços é re- Saúde da Família e buscar estratégias para superá- forçado pela autora do trabalho. “Repensar o mode- los. O levantamento apontou o tempo de espera lo de atenção à saúde, dentro da perspectiva para para atendimento e o comportamento dos profis- qual aponta a estratégia saúde da família, implica sionais de saúde frente aos usuários como princi- em assegurar correspondência entre os serviços de pais desafios. “De acordo com o discurso oficial, a saúde e as expectativas e valores socioculturais da ESF tem a missão de organizar o serviço de saúde população usuária”, conclui. Diretoria 2011-2013 Presidente Maria Juraci Andrade Dutra (Iguaba Grande) Primeiro Vice presidente Suely Das Graças Alves Pinto (Volta Redonda) Segundo Vice Presidente Hans Fernando Rocha Dohmann (Rio de Janeiro) Secretário Geral Luis Antonio de Souza Teixeira Junior (Nova Iguaçu) Diretor Financeiro Maria da Conceição de Souza Rocha (Piraí) Diretor de Comunicação Carlos Otávio Sant’anna (Teresópolis) Diretor da Relações Institucionais e Parlamentares Francisco D’Ângelo (Niterói) Diretor Direito Sanitário Flávio dos Santos Antunes (Macaé) Diretor de Regionalização e Descentralização Luiz Alberto Barbosa (Três Rios) Vices Presidentes Regionais – Titulares e Suplentes Noroeste (T) Isaura Magalhães (Porciúncula) (S) Charb Francisco Tanus Florido (Italva) Norte (T) Geraldo Augusto Venâncio (Campos dos Goyacazes) (S) Hélio Conceição da Cruz (Quissamã) Serrana (T) André Leonardo Earp (Petrópolis) (S) Dagoberto José da Silva (Nova Friburgo) Baixada Litorânea (T) Carlos Eduardo Andrade Coelho (Saquarema) (S) Armando de Nijs (Casimiro Abreu) Metropolitana II (T) Edilson Francisco dos Santos (Itaboraí) (S) Janete Valladão (Maricá) Metropolitana I (T) Oscar Jorge Berro (São João de Meriti) (S) Camilo Junqueira (Duque de Caxias) Centro Sul (T) Altair Paulino de Oliveira Campos (Vassouras) (S)Adriano Seixas Vasconcellos (Comendador Levy Gasparian) Médio Paraíba (T) João Ferreira de Lima (Itatiaia) (S) Stella Reis (Rio Claro) Baía da Ilha Grande (T) Carlos Alberto M. Saldanha de Vasconcellos (Angra dos Reis) (S) Sergio Rabinovici (Mangaratiba) Conselho Fiscal Titular – Analice Martins (São Pedro d´aldeia) Suplente – Fátima Poubel Marques (Japeri) Titular - Egídio Alcides Bonin de Azevedo (Trajano de Moraes) Suplente – Marilize Quintana Juliano (São Sebastião do Alto) Titular – Wellington Pires (Bom Jardim) Suplente – Gerson de Freitas Schueng (Cordeiro) Secretária Executiva Interina Dilian Hill Assessoria Jurídica Antonio Julio Dias Junior Mauro Lúcio da Silva Assessoria Administrativa Pedro Parente Assessoria Financeira Lilian Farias Assessoria Técnica por Área Marcela Caldas (Atenção Básica) Manoel Roberto da Cruz Santos (Assistência Farmacêutica) Dilian Hill (Gestão do Trabalho e Educação em Saúde) Apoiadores Regionais Marcela Caldas (médio Paraíba) Francisco Bohrer (Norte e Noroeste) Fábio Denardim (BIG e Metro I) Aparecida Barbosa Silva (Centro Sul e Serrana) Manoel Santos (Baixada Litorânea e Metro II) Assessoria de Comunicação Renata Fontoura Design e Fotografia Marina Herriges Rua México, 128 · sobreloja 1 · sala 17 · Centro · Rio de Janeiro · CEP 20031 142 T.: 21 2220 2528 · 2240 3763 · www.cosemsrj.org.br