Formação de Professores, Tecnologias de Informação e Comunicação e Educação em Saúde Heloisa Helena Oliveira de Magalhães Couto1 (UFRJ) Resumo: Como os professores compartilham seus saberes e práticas referentes às TIC é a pesquisa associada a esse artigo. Busco descrever não apenas a forma de apropriação pedagógica, mas compreender os efeitos dessa transposição para os Currículos. Nesse trabalho, orientada pelos subsídios do Ciclo Contínuo de Produção de Políticas (BALL, 2009), defendo a micropolítica escolar na ressignificação de Políticas Curriculares concernentes à temática Promoção da Saúde. Em projeto interdisciplinar, os professores hibridizam conhecimentos curriculares, com a sua própria visão educacional e usos das TIC, e mais do que reiterando uma intenção, tais práticas inovadoras estão buscando trilhar uma trajetória transformadora em educação em saúde. Palavras-chave: tecnologias de informação e comunicação; formação de professores; políticas curriculares. Abstract: How teachers share their knowledge and practices referring to ICT is the research associated with this article. I seek not only to describe how the pedagogical appropriation happens, but also to understand the effects of this transposition to the curriculums. In this study, oriented by the subsidies provided by the Continuous Policy Production Cycle (BALL, 2009), I defend the school micropolitics in the resignification of Curriculum Policies on the Health Promotion thematic. In interdisciplinary project, teachers hybridize curricular knowledge with their own educational vision and usage of ICT and more than reiterating an intention, such innovative practices seek to tread on a critical education on health trajectory. Keywords: Information and Communication Technologies; teacher training; curricular policies. Introdução Como os professores compartilham seus saberes e práticas referentes às tecnologias de informação e comunicação (TIC) é a pesquisa associada a esse 1 Heloisa Helena Oliveira de Magalhães Couto. Doutoranda Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Núcleo de Tecnologia Educacional (NUTES) [email protected] Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação -1- estudo. Busco descrever não apenas a forma de apropriação pedagógica, mas compreender os efeitos dessa transposição para os Currículos. Nesse trabalho, orientada pelos subsídios teórico-metodológicos do Ciclo Contínuo de Produção de Políticas (BALL, 2009), defendo a micropolítica escolar na ressignificação de Políticas Curriculares concernentes à temática Promoção da Saúde. Trago o estudo de práticas, definidas a partir da adoção de TIC na ação educacional, constituídas no cotidiano de uma escola pública, de nível médio, para a Formação de Professores, localizada no interior do estado do Rio de Janeiro. Parto do princípio que tais práticas inovadoras não estão descoladas de outros discursos e práticas que circulam no contexto escolar e nos Programas de Formação de Professores, especialmente os produzidos pelas Políticas educacionais referentes ao incentivo e à incorporação das TIC ao espaço escolar. Nesse estudo, todavia, operei com a orientação de que a produção de políticas se desenvolve de modo cíclico (Ball, 2009) – contextos se interpenetram e atores de vários contextos constituem suas práticas e influenciam outros atores e práticas, ao mesmo tempo em que sofrem a influência dos sentidos em circulação. A transferência de sentidos de um contexto a outro sofre deslizamentos interpretativos. Para Ball (2009) as políticas são compreendidas como produções híbridas de textos e discursos continuamente ressignificados em múltiplos contextos – nacionais internacionais e locais – que se inter-relacionam. São geradas em processos de negociação complexos que articulam as definições políticas dos dispositivos legais, à produção dos documentos curriculares e ao trabalho dos professores, e o que se produz nessas instâncias não têm sentidos fixos. Ele destaca que as políticas são instáveis, não são claras e geralmente são contraditórias. São constituídas em campos de lutas, conflitos entre valores, interesses e significados. O contexto da prática, onde as definições curriculares são recriadas e reinterpretadas, envolve o trabalho dos professores. Assim, as propostas fomentadas nas escolas também são produtoras de sentidos para as Políticas Curriculares. No entanto, se o contexto da prática não reproduz os dispositivos governamentais, mas sentidos novos, ele Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação -2- também não imprime sentidos independentes das disposições geradas. As omissões e contradições dos textos possibilitam a produção das políticas de uso, ou as propostas vivenciadas nas escolas, que denominamos micropolíticas. O estudo foi configurado, a partir da análise de documentos e de entrevistas, e buscou discutir a recontextualização do tópico curricular Promoção da saúde em Programa de Formação de Professores, provocada pela mediação das TIC e da reconfiguração do papel da docência. A experiência interdisciplinar foi vivenciada, entre 2011 e 2012, por três segmentos distintos de alunos e dois professores, das disciplinas Ciências Físicas e da Natureza e Conhecimentos Didáticos Pedagógicos em Educação Infantil. Os professores procuravam com a implantação do projeto, mais do que fixar conteúdos e favorecer uma visão crítica concernente à Educação em Saúde, potencializar, pelo uso das mídias, uma postura discente de autoria e educação permanente, que consideravam vital para a formação de um futuro docente. Em sua atuação, os professores hibridizaram conhecimentos pedagógicos, disciplinares, curriculares, com a sua própria visão educacional, seus valores e práticas cotidianas de utilização das TIC, em sua experiência de vida. Assim, percebo a micropolítica escolar como prática institucionalizada, capaz de imprimir sentidos e definir estratégias que, ao configurar a apropriação pedagógica das TIC no espaço da educação, descontextualizaram práticas tradicionais de Promoção da Saúde, vigentes em Programas de Formação de Professores; ainda marcadas pelo paradigma biomédico, o tratamento a partir da individualidade, e a responsabilização do sujeito pelo adoecimento, ou por qualquer desequilíbrio na relação saúde-doença; e mais do que reiterando uma intenção, as ações inovadoras propostas caminharam no sentido de trilhar uma trajetória em Educação em Saúde transformadora, porque colocaram em questão a ação de autoria coletiva e o papel do professor frente aos desafios da contemporaneidade. Entendo com ajuda de Laclau (2011), que as Políticas Curriculares são tentativas de fixação provisórias e contingentes e, até mesmo, as omissões são Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação -3- resultado de processos articulatórios que implicam conflitos constituídos por interesses defendidos por grupos sociais diversos. As micropolíticas produzidas nas escolas são também enunciadas a partir de disputas em torno de concepções e objetivos educacionais e institucionais diversos; e resultado de trajetórias individuais e coletivas de integrantes da comunidade escolar, e da própria história da instituição e de suas relações em tempo e lugar determinados . As TIC em cena educacional O uso das TIC e especialmente a convergência entre mídias e dispositivos como celulares, internet, vídeos têm constituído mudanças significativas na vida diária, na natureza de atividades profissionais, no compartilhamento de ideias, imagens, sons e na democratização de acesso à informação. O que não significa que não se constituam arenas de muitos antagonismos e lutas. Santaella (2011) ressalta que as tecnologias digitais e as móveis foram criadas e incrementadas para fins militares, mas “parece ter se convertido em regra que as aplicações apresentem drásticos desvios do uso originalmente esperado”. São de fato “os usuários que criam novos domínios de aplicação e funcionalidades”, e a ainda pequena história da revolução digital traz muitos exemplos de linhas de fuga, como as cooperativas dos sistemas abertos. Os discursos em torno das TIC ganharam visibilidade em nosso país, na última década do século XX, sobretudo após o lançamento da internet (comercial) e da implementação de Políticas, programas e ações do Estado que procuravam tornar acessíveis equipamentos e conhecimentos sobre as novas tecnologias. Estes, por sua vez, eram considerados, por um lado, necessários para a participação cidadã e para a educação, e por outro, ainda desigualmente distribuídos. É evidente que esses entendimentos estavam conjugados com Políticas e recomendações emanadas por organismos multilaterais e concorreram por produzir demandas no plano Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação -4- educacional. A formulação de um projeto educativo hoje é afetada pelas novas concepções de ciência, verdade, sujeito e pelas novas tecnologias comunicacionais e cognitivas (MOREIRA, 2005). Quando chegam a seu campo de atuação profissional, em função de suas experiências cotidianas com as novas TIC, os professores instituem novas formas de produzir conhecimento? Parto do princípio que os professores e as suas práticas e produções são interdependentes, refletem uma visão de mundo, atravessada por dupla influência: do seu tempo e de sua história. As questões levantadas para empreender essa pesquisa estão alicerçadas na compreensão de que a apropriação pedagógica das mídias na cena educacional tem definido um descentramento do professor da figura de autoridade, passando de detentor do conhecimento para o de orientador de aprendizagem. Assim, a mudança de papel de quem ensina para quem aprende, compartilha e colabora com a aprendizagem de seus alunos, tem sido provocada pela perspectiva dos ambientes virtuais, quando constituídos como espaços coletivos de cooperação e autoria coletiva e individual. Nesse contexto, autoria é processo de produção, desconstrução e reconstrução de conhecimento e pode ser tomada como resultado de boa aprendizagem. Apesar dos investimentos, no aparelhamento das escolas e na capacitação dos professores, as TIC não têm ocupado um lugar de destaque no processo de ensino-aprendizagem das escolas. Uma incorporação de infraestrutura sem as mudanças de tempos e espaços, sem alterar a finalidade, ou até mesmo a forma, com que se realizam as atividades curriculares, pressupõe novos enfoques do processo ensino-aprendizagem? Rosa (2011) relatando uma experiência de utilização de TIC, em uma escola de ensino médio, aponta as dificuldades de professores e alunos em lidar com uma situação nova e desafiadora, mesmo para aqueles que têm interesse, dispõem de tecnologia e de conhecimento. Um dos professores destaca que o problema é “saber usar com um fim pedagógico”, ou “fugir da tradição da aula”. Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação -5- Alonso (2008) destaca que em função do modelo econômico atual, a incorporação das TIC aos contextos educativos tem implicado em usos mecânicos e eficientistas, ignorando suas características e minimizando suas potencialidades de uso mais criativo. Assim, a responsabilidade pela transformação acaba recaindo sobre aqueles que estão diretamente envolvidos com as práticas escolares, os professores, e em um contexto profissional completamente diferente daquele em que a maioria deles se formou e atua. Enfim, nesse novo campo o redimensionamento do papel do professor, como produtor, como usuário ativo e crítico, e mediador entre esses meios e os alunos, que prepara e imprime condições às novas gerações para uma apropriação ativa e crítica dessas novas tecnologias, tem sido tomado como um dos componentes essenciais para introdução de mudanças na cena educacional (BELLONI,1998). Educação em Saúde O projeto foi constituído a partir de uma situação concreta de trabalho em que se viu envolvido um dos professores. Na ocasião, foi constatada a necessidade dos educadores identificarem doenças infantis e como proceder diante delas. Nada muito diferente do que era demandado e ensinado aos futuros professores do ensino básico na década de 70. Foi a partir da lei de Diretrizes e Bases 5692/71 (Brasil, 1971) que ficaram estabelecidos nos Currículos brasileiros os Programas de Saúde. A Formação de Professores, que estava em curso, na disciplina de Higiene, que tinha como propósito capacitar os futuros professores para participar, promover, colaborar com Programas de Saúde, ainda repassava conceitos eugenistas e concebia uma educação em saúde prescritiva e normativa. Para ilustrar, trago uma breve análise de um livro didático veiculado nos principais cursos de Formação de Professores de ensino fundamental, no Rio de Janeiro, à época. O livro que estava em sua quarta Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação -6- edição, revisada e atualizada em 1970, destacava uma abordagem não dissociada do desenvolvimento somático e do psíquico e o autor, médico e também professor, segundo sua própria acepção, esforçava-se para sistematizar conceitos de Saúde Infantil, da Psicologia, da Pedagogia, da Auxologia, da Higiene. Não preconizava a análise de implicações políticas, econômicas e culturais incidindo sobre o binômio saúde-doença, a não ser na vertente da desinformação, ou relativos à ignorância de hábitos e comportamentos mais adequados à preservação da vida e à prevenção de doenças. Os capítulos versam sobre a infância normal, e ensejam recomendações, iniciando com a seguinte definição de Puericultura: é a ciência e arte eugênico-higiênica da procriação e da criação do ser humano que lhe previne a morbi-letalidade pré-natal e por toda a infância (...) arte de prevenir enfermidades quer sejam hereditárias (agravo hereditário), congênitas (agravo congênito ou obstétrico) e adquiridas depois do nascimento (agravo alimentar ou infeccioso), também preventiva da morte prematura (SALLES, 1970, p.9). Segundo Salles, “todas as nações divulgam, ensinam e aplicam a Saúde Infantil por instinto de conservação social”, mais do que por solidariedade humana. Para ele, a Puericultura é questão máxima da vida brasileira e a infância, “fundamento natural da etnia, para sua normalidade, sobrevivência e dignidade”, tanto no sentido material quanto moral. Prossegue, enfatizando sua perspectiva preventiva, que deve começar pela obrigação da própria mãe estar preparada para educar de forma adequada os filhos, sabendo “criá-los higiênica e fisiologicamente” e corrobora o endereçamento das informações aos profissionais da área da saúde, tais como médicos não especializados, acadêmicos de medicina, psicologia, pedagogia, enfermagem, assistência social, e de escolas de formação de professores. Para o autor, compreendendo o desenvolvimento físico e mental, prénupcial, pré-natal e normal da saúde infantil, os futuros professores estariam aptos a observar e identificar imperfeições, objetivando a correção e a conscientização de adultos e crianças. Conclui o documento com uma orientação para trabalhos Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação -7- práticos com a criança normal e a criança especial que permitiria o diagnóstico, o prognóstico e orientação do desenvolvimento. A abordagem enfatizava a responsabilidade individual e estava centrada em uma perspectiva biomédica, e não preconizava a análise de implicações políticas, econômicas e culturais incidindo sobre o binômio saúde-doença, a não ser na vertente da desinformação, ou relativas à ignorância de hábitos e comportamentos mais adequados à preservação da vida e à prevenção de doenças. A partir da I Conferência sobre Promoção da Saúde (Brasil, 1986), em 1986, não se desvinculariam mais os impactos que as condições políticas, econômicas e culturais exercem sobre a saúde das pessoas e nem se entenderia mais a promoção da saúde como um encargo de um setor específico voltado para a saúde. Em revisão de literatura, identificamos que tem predominado uma concepção, tanto para saúde, quanto para educação, baseada numa pretensa objetividade e neutralidade do conhecimento (Morosini et al, 2009). Nessa visão técnica, a educação é ato normativo, e a prescrição e a instrumentalização as práticas dominantes. O agente educacional um transmissor de informações, e o sujeito a ser educado um mero receptor das informações educativas. Silva (1994) destaca e nos ajuda a entender que, ainda hoje, saúde e educação se apresentam quase sempre sem articulação, ficando a educação em posição subalterna, voltada a uma ação metodológica específica. Por outro lado, o trabalho em Saúde estruturou-se com base no modelo biomédico e o processo de trabalho organizado de forma médico-centrada tem se constituído na forma histórica hegemônica. Assim, a educação em saúde esteve também subordinada a esse modelo, cumprindo uma função de controle estatal sobre os indivíduos e as relações sociais. Stotz (1993), ao analisar os diferentes enfoques educativos no campo de educação em saúde, distingue a área do ponto de vista dominante e tradicional, como um saber técnico, voltado para instrumentalizar o controle dos doentes pelos serviços e a prevenção das doenças pelas pessoas. Há uma apropriação dos conhecimentos técnico-científicos da biomedicina pelos educadores que são Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação -8- repassados sob a forma de normas de conduta. O enfoque predominante é o preventivo. Ressalta que, a partir do final da década de 60, correlato à crise do sistema capitalista, o modelo biomédico passa a sofrer críticas contundentes. Tais críticas, segundo o autor, não estão dissociadas das críticas dirigidas aos paradigmas de cientificismo, e as ideias de neutralidade e atemporalidade da ciência concebida como universal. Com a mudança de modelo de atenção à saúde novos enfoques tomam lugar. No entanto, o enfoque da escolha informada e o enfoque de desenvolvimento pessoal também se baseiam na assunção da responsabilidade individual sobre a ação e no aperfeiçoamento do homem pela educação e acabam por transferir aos indivíduos a responsabilidade por problemas cuja determinação se encontra nas relações sociais e, portanto, na própria estrutura da sociedade, conforme nos adverte Stotz. Alternativamente a estes, o enfoque radical parte exatamente da constatação de que as condições e a estrutura social são causas básicas dos problemas de saúde. O diferencial do enfoque educação popular e saúde reside no método que toma como ponto de partida do processo pedagógico o conhecimento prévio das classes populares. O próprio conhecimento técnico-científico é problematizado, vis-a-vis suas limitações, seja porque desconhece as causas de variadas doenças, seja porque muitos tratamentos não acarretam cura e ainda provocam, em muitos casos, efeitos adversos. Ao educador popular, destaca o autor, caberá “a criação de espaços de elaboração das perplexidades e angústias advindas do contato intercultural, denunciando situações em que a diferença de poder entre os grupos e pessoas envolvidas transforme as trocas culturais em imposição”. É possível que os enfoques convivam, ou reapareçam recontextualizados, pois todo campo científico é um campo de forças e um campo de lutas para transformar ou conservar esse campo de forças. Em um determinado tempo e lugar, os pesquisadores e as pesquisas dominantes definem os objetos; as questões Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação -9- relevantes a serem respondidas; e qual a sua contribuição específica. Aquela que é diferente dos outros campos, e é insubstituível em sua cultura e sociedade. Casotti (2009) buscando entender o domínio conceitual e epistemológico subjacente às práticas de educação em saúde destacou como características predominantes, que embora referenciadas a determinados períodos, não são exclusivas de um momento histórico específico: - no início do século, foi identificada uma prática verticalista e autoritária, que não considerava o agenciamento dos sujeitos, ainda que diretamente envolvidos e/ou atingidos pelas ações e que buscava o controle dos fatores de risco das grandes epidemias. Estava fundada numa visão de polícia sanitária. - a partir da década de 30, a difusão de hábitos e comportamentos desejáveis, que pretendia capacitar segmentos da população que não dispunham de informações elementares de educação para a saúde, foi intensificada pela utilização de meios de comunicação de massa e com a criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), em 1950. Estava fundada no ideário eugenista, associada à ideologia liberal e centrava-se, como descrito no verbete de educação e saúde (Morosini et al, 2009), “nas responsabilidades individuais na produção da saúde”. Dessa maneira, a solução de problemas em saúde ficava restrita à aplicação de formas de intervenção alicerçadas na prescrição de normas. - esboçada na década de 60, uma nova concepção, associada a movimentos sociais que reivindicavam mudanças estruturais (saneamento, educação, assistência), só se desenvolveu após a queda da ditadura militar, no final da década de setenta, contextualizada dentro do movimento da reforma sanitária. Teve forte influência da pedagogia de Paulo Freire e estava fundada no ideário do Sistema Único de Saúde, que colocava o sujeito e seu coletivo como parte central do projeto setorial e também de um projeto mais amplo de sociedade. Numa concepção crítica, saúde não é decorrente de ausência de doença. A ideia de vida saudável está mais próxima da saúde como um direito social, de condições de vida dignas, e não apenas com o acesso aos serviços de saúde. Nesse Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 10 - sentido, conforme aponta o verbete de educação e saúde, saúde e doença são entendidas como produções sociais, passíveis de ação e transformação e implicam também em ações coletivas e não somente em planos individuais de intervenção. - a partir da década de noventa, a educação em saúde torna-se inscrita em dois grandes movimentos: a Promoção de Saúde, de abrangência internacional, e a Formação dos profissionais de saúde, com peculiaridade nacional. A formação passa por significativas reconfigurações, face às mudanças paradigmáticas que lhe perpassam e ainda as decorrentes de mudanças tecnológicas e informacionais. As principais tendências se referem à oferta de educação permanente; a reorganização hierárquica de funções e ao aparecimento de novas especializações e atividades profissionais; as mudanças curriculares na formação inicial, na pósgraduação e na formação continuada, voltadas, por exemplo, à qualificação de equipes multiprofissionais. Gazinelli et al (2005) observam que as reflexões que vem sendo realizadas, durante as últimas décadas, apresentam significativo desenvolvimento e reorientação tanto nas formulações teóricas, quanto nas metodológicas, mas que não estão sendo traduzidas em intervenções educativas concretas. A dificuldade de transposição está associada, segundo os autores, à hegemonia do modelo em que não são as situações de desigualdade que têm que mudar, mas os sujeitos. A experiência de uso das TIC Em nosso estudo de caso, havia o compromisso de tornar o processo da Formação Inicial de professores reflexivo e crítico, sobre as práticas educacionais referenciadas à Promoção da Saúde e ao uso das TIC; e indissociável de uma profissionalização permanente, de professores autores. Os professores do 4º ano do ensino médio optaram por fazer um trabalho pedagógico interdisciplinar, com base no desenvolvimento de projetos, Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação e sob enfoque do aprender fazendo, - 11 - estabelecendo relações, ressignificando sentidos e práticas e buscando potencializar uma postura discente de autoria. Um dos professores é egresso do Programa de Formação Continuada Mídias na Educação, na modalidade a distância (EaD), e entendeu o projeto como oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos sobre a apropriação pedagógica das TIC. Por isso, foram também delineados como objetivos específicos a serem atingidos: fomentar a utilização das mídias, na construção de conhecimento; refletir sobre a utilização das mídias em ações educativas que envolvam cooperação; analisar a efetividade do planejamento e o uso compartilhado de mídias. Para nós o estudo tem especial relevância porque incide no esforço de constituir conhecimento coletivo sobre Promoção da Saúde, numa perspectiva transformadora, e usa as TIC para facilitar sua configuração. Vale lembrar que parte de nossa investigação está vinculada a conhecer as experiências de apropriação pedagógica das TIC vivenciadas por professores egressos do Programa de Formação Continuada Mídias na Educação, que pretendia, conforme divulgação promovida, na oportunidade do seu lançamento, pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes, 2007), ser uma referência para os cursos on-line. Fundado na concepção da coautoria como estratégia de aprendizagem, em uma perspectiva problematizadora analíticocrítica e associado a uma visão sócio-interacionista, sem, contudo, em algumas ocasiões, deixar de estar atrelado a enfoques instrumentais, em seu Projeto Básico (Brasil, 2005) apresenta como uma de suas principais características “a integração das diferentes mídias ao processo de ensino e de aprendizagem, promovendo a diversificação de linguagens e o estímulo à autoria em diferentes mídias”. Nessa nova proposta pedagógica, divulgada pelo Programa, o professor conteudista, o livro-texto, as atividades curriculares que prescindem da construção coletiva e conjunta com os alunos, dentro e fora da sala de aula, perdem sentido, enquanto aumenta a aplicação de novas tecnologias. Não se trata, no entanto, Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 12 - durante a especialização, apenas de informar, ou admitir uma mudança cultural. Trata-se de constituir a partir do ensaio, ou da experimentação, individual e coletiva, um saber fazer, em nova perspectiva, pois uma incorporação de infraestrutura sem redimensionar a distribuição de tempos e espaços, ou sem alterar a forma como se realizam as atividades curriculares, é mera colonização das TIC. Alguns relatos sobre as práticas e invenções de professores egressos do Curso Mídias nos mostraram que as TIC podem ajudar a renovar e recriar as ações pedagógicas, caso sejam enfrentadas as condições concretas de trabalho; e as apropriações simplificadas, reducionistas e redentoras de inovação educacional. Vamos nos ater nesse artigo, porém, apenas ao relato do projeto interdisciplinar. Danelon (2012) assinalou que, ao promoverem o projeto, consideravam os seguintes princípios: no mundo globalizado de hoje “está sendo gerada e constantemente recriada outra forma de viver em sociedade”; há um ritmo cada vez mais acelerado e um volume cada vez maior de informações disponíveis; “a escola precisa migrar da posição de ambiente informativo” para um ambiente construtivo; há uma mudança de papel e funções do professor (que deixa de ser o único detentor de conhecimento e que também aprende no ato de educar) e da relação do aluno com a produção do conhecimento escolar (que deixa de ser mero receptor do conhecimento e também educa no ato de aprender); a aprendizagem está associada a processos de reflexão, diálogo e cooperação (Freire, 1996); as mídias podem e devem ser apropriadas pedagogicamente; a escola deve buscar a emancipação social dos que estão envolvidos no processo educacional. Além disso, foi ressaltada a relevância do projeto, considerando que a sua implantação poderia interferir na própria construção de identidade e formação de um discente, que é também um futuro profissional na área educacional, seja por estar permeado pelos princípios assinalados, seja por investir na interdisciplinaridade, e pela potencialização das ações de autoria. A opção metodológica foi a realização de oficinas pedagógicas, que pressupõem a produção de conhecimentos coletiva e fundada em histórias de vida ou situações cotidianas. Pretendia-se com as oficinas Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 13 - superar a distância entre teoria e prática, além de divulgar um produto para além dos muros escolares. Cabe destacar que, para os professores, há um descompasso entre os discursos referentes à adoção das TIC nas escolas e as condições concretas de trabalho, que tornam inviável qualquer experimentação, sendo comum que a responsabilidade sobre o fracasso incida principalmente sobre o professor. Há escolas, todavia, com recursos compatíveis para a inserção de novos paradigmas, porém, com práticas que são mera transposição de aulas tradicionais. Nesse aspecto, aponta Danelon, há que se refletir sobre o tipo de formação que pais e professores receberam e, até mesmo a que os alunos vêm recebendo, e que de certa forma impacta com a introdução de práticas inovadoras. Para o docente que não consegue vislumbrar de forma clara um novo tipo de atuação, este lançar-se ao desconhecido, torna ainda mais desafiador experimentar uma pedagogia proativa. Análise dos resultados A proposta inicial consistiu em que os alunos apresentassem informações sobre algumas doenças infantis através de um DVD, que seria enviado à Secretaria de Educação para análise do conteúdo e da formatação, tendo em vista sua distribuição como ferramenta de Formação Continuada. Paralelamente os professores compartilharam uma proposta de Promoção de Saúde que concebia a temática como um processo de capacitação da comunidade, com o propósito de melhorar sua própria qualidade de vida, e buscando fortalecer sua autonomia. Ao final do trabalho do primeiro grupo foi identificada uma produção híbrida, que continha muito mais elementos informativos direcionados a uma ação individual, que a uma ação coletiva; e principalmente voltados a uma perspectiva de Promoção da Saúde comportamental. Além disso, observou-se que os conteúdos não sofreram uma adequação às especificidades do meio proposto para divulgação. Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 14 - Para o segundo grupo, os professores produziram novo planejamento e buscaram apresentar, inclusive, as produções da primeira turma, para evidenciar os discursos híbridos. O ponto de partida foi a análise da produção textual dos alunos sobre expectativas quanto aos resultados e sobre o conceito Promoção da Saúde, que possibilitou desconstruir mitos e mal entendidos, e incentivar a ação coletiva no ambiente escolar. A ideia de construção de um Blog para divulgar as ações da equipe foi retomada e, dessa feita, implementada. Apesar dos discursos oficiais destacarem como pressuposto à qualificação dos professores referenciada às TIC, que necessitam estar preparados para interagir com alunos cada vez mais desinteressados pela escola, porém mais atualizados e informados pelas TIC, isso nem sempre é constatado no cotidiano das escolas, uma vez que nem todos os alunos dispõem, ou têm facilidade de acesso a equipamentos, podendo inclusive morar em localidades com restrições a esse acesso. Por outro lado, a análise dos trabalhos dos colegas mostrou-se um poderoso recurso para tornar as apresentações mais atrativas, no que se refere ao interesse do público-alvo. Algumas das dicas disponibilizadas constituíam novidades até para os professores. Assim, a importância e o como mobilizar o público-alvo, com as ferramentas disponíveis, além das críticas aos resultados alcançados pelo grupo de colegas que os precederam, foram não apenas elencados, mas se constituíram elementos de troca efetiva de conhecimentos entre os alunos e professores. As estratégias de aprendizagem selecionadas, no entanto, de acordo com o relato dos professores, não foram suficientes para desfazer o aspecto comportamentalista, o que os levou a novas ações educacionais, no sentido de evidenciar saúde como conquista coletiva e o processo educacional direcionado como uma das alternativas para modificação da realidade local. Uma das ações buscou conciliar o interesse dos professores com uma demanda dos alunos, que queriam descobrir formas mais interativas e lúdicas, para dinamizar o Blog. Uma videoconferência, com uma consultora sobre novas tecnologias, que avaliou o Blog e ofereceu sugestões sobre como ampliar a quantidade de acessos; estabelecer Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 15 - parcerias; realizar links ou associações com outras redes sociais; e incluir atividades de sensibilização para divulgação de eventos e conhecimentos em Saúde, potencializou a percepção dos alunos sobre a importância e abrangência do projeto. Isso fez com que elencassem ações para a melhoria do trabalho, entre as quais, uma pesquisa com professores das escolas da região quanto ao conteúdo a ser postado, bem como para divulgação do Blog e as atualizações no Facebook. O projeto encontra-se em andamento com um terceiro grupo. Os docentes não deixaram de registrar que tiveram muitos conflitos e dificuldades e destacaram seu próprio amadurecimento na função de mediação. Tais percalços tanto se instalaram na apropriação pedagógica das mídias, quanto no que se refere à construção de um novo papel para o discente co-autor, e para o professor mediador no processo ensino aprendizagem. Os alunos vivenciam, no próprio ambiente educacional, outras práticas pedagógicas, em que são chamados a se manter, não ativos, mas receptivos a uma educação travestida de moderna, com a mera transposição do tradicional para efeitos e recursos mediáticos. Apesar de considerarem que a Promoção da saúde, na perspectiva transformadora, traz em si o conceito de autoria, sabem que se trata de um processo em construção, que se contrapõe a própria evolução histórica de educação em saúde; admitem que muitos alunos agem dentro do modelo comportamental; e têm buscado novas estratégias no prosseguimento do trabalho. Consideraram a experiência bem-sucedida porque os alunos foram mudando o foco do trabalho e ampliando a compreensão sobre a Promoção da Saúde, que resulta de um processo reflexivo e coletivo, e que gera efeitos sobre a qualidade de vida da comunidade. Também puderam discutir a importância das condições de produção do trabalho para a formação docente, já que conjuga o exercício de trabalho coletivo e de compartilhamento entre todo o grupo, consolidando que todos aprendem e ensinam durante uma ação educacional. Segundo Danelon (2012) a proposta motivou os alunos a participarem de uma nova forma de ver a educação. A produção do Blog (visto como processo e produto, ou seja, como fonte de pesquisa; de troca de informações; e divulgação de Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 16 - conhecimento; além de registro das ações desenvolvidas, das etapas concluídas e socialização do material produzido) foi entendida como ação coletiva, que permite interação e olhares diferenciados e uma forma de dinamizar, impedindo que as informações fossem tomadas como algo mecânico. Considerações finais A grande maioria das Políticas Curriculares são fotografias que desenham as escolas e as pessoas que as integram como tipificações hegemônicas de lugares e tempos particulares, próprios para a experimentação de acordos contingentes e precários, resultantes de muitas disputas, mas passíveis de serem organizados em uma totalidade discursiva e de incorporarem múltiplos sentidos. As Políticas definem como devemos agir e a que regras devemos obedecer; legitimam valores e crenças de seus autores; e causam maior, ou menor, efeito conforme os dispositivos de controle que consigam acionar (financiamentos, avaliações, promoções). Entendo as práticas propostas pelos professores-formadores como tentativas de representação das Políticas Curriculares locais, que contribuem, com base em Ball (2009), para a produção de sentidos no Processo Contínuo de Produção de Políticas. As significações, contudo, não são produto de um único contexto e se encontravam articuladas, por exemplo, às concepções integrantes de Políticas Curriculares como interdisciplinaridade, contextualização, cotidiano e formação para cidadania. No contexto da prática dessa escola foram tratados problemas próximos da vida dos alunos em suas futuras atividades profissionais. Aproximar-se do cotidiano dos jovens, conhecer seus conhecimentos prévios, motiva os alunos, permitindo a construção de um diálogo que resulta na produção coletiva de novos saberes e práticas cotidianas. A contextualização esteve vinculada não apenas à ideia de tirar o aluno da condição de passividade, mas também de elucidar as Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 17 - implicações sociais que afetam a vida daquela comunidade, da qual também fazem parte. Para o exercício de cidadania foram consideradas as relações entre Promoção da saúde e as novas tecnologias, que podem auxiliar na tomada de decisões, por permitir acesso às informações e o compartilhamento e a troca inerentes a uma ação política. A utilização das TIC, articulada com esses princípios e sentidos, possibilitou que os professores pudessem defender a incorporação do uso das tecnologias em oposição a um ensino tradicional; e a melhoria do processo ensino-aprendizagem, não no sentido de sua eficiência, mas de construção coletiva de conhecimento, praticando a co-autoria e a redefinição do papel docente. Nenhum recurso, por si só, promove mudanças. É muito mais fácil aceitar novas ideias ou informações, do que mudar práticas. São os alunos e os professores os principais agentes de mudança do ambiente de ensino e aprendizagem e que em conjunto e dialeticamente vão constituir as trilhas para a produção de conhecimentos. O novo papel do professor como orientador de aprendizagem, ou co-aprendiz, implica alteração substantiva em práticas tradicionais da docência, esteja este relacionado ou não à apropriação pedagógica de TIC. Costa (2012) destaca que é necessário tempo para que as transformações possam ter lugar; e que nunca podem ser impostas. Argumenta se, por exemplo, o domínio das ferramentas digitais contribui para o desenvolvimento da confiança são, sobretudo, fatores internos que determinam sua utilização. Isso não significa prescindir de Formação, ou da colaboração entre pares, mas entender que por si só não serão suficientes. Ainda que haja Políticas mais favoráveis para o desenvolvimento de práticas que ajudam a promover mudanças, convivendo com outras mais cristalizadas (incentivos, bolsas, exames nacionais, por exemplo) que obrigam a continuidade, a instituição de mudanças na cena educacional e a adoção de novas práticas não se concretizam apenas em função da compreensão ou aceitação de políticas. São muitos os condicionantes para a atuação do professor. O contexto escolar e a sua Formação são apenas alguns deles. Acredito, todavia, como Figueiredo (2012) que Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação - 18 - há professores colaboradores, cidadãos empenhados em introduzir alternativas pelas margens, que com suas práticas não apenas oferecem contextos para acolhermos a diversidade, trabalhando em cooperação e de maneira interdisciplinar, mas inspiram a configuração de uma escola em que aprender é construir o próprio saber, em que se aprende fazendo coisas, experienciando e não apenas ouvindo, em um processo de ajuda mútua, entre pares (professores e professores; alunos entre si) e, mesmo, entre professores e alunos. Referências ALONSO, Katia Morosov. Tecnologias da informação e comunicação e formação de professores: sobre redes e escolas. Educação e Sociedade. Campinas, v. 29, n. 104 – especial, p. 747-768, out. 2008. ANDIFES. MEC institui Programa de Formação Continuada Mídias na Educação. 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