PERCEPÇÃO DA MEDICALIZAÇÃO DO TRABALHO EM SAÚDE MENTAL ENTRE PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE MUNICÍPIO DO ALTO SERTÃO PARAIBANO Ana Carolina de Souza Pieretti (UFCG, [email protected]); Sofia Dionizio Santos (UFCG, [email protected]) Introdução:A atenção primária à saúde é importante para o cuidado em saúde mental, entre outros, pelo trabalho no território contribuir para a superação do modelo asilar. Apresenta-se aqui recorte de pesquisa partindo da questão sobre como acontece a atenção em saúde mental em unidades em que se desenvolve a Residência de Medicina de Família e Comunidade em Cajazeiras-PB. Objetivou investigar demandas de saúde mental e práticas de cuidado no contexto da ESF e da RMFC nesta cidade a partir do discurso dos profissionais e discutir estratégias de qualificação do cuidado em saúde mental nesse contexto.Desenvolvimento:Utilizou-se abordagem qualitativa com grupos focais com profissionais de duas equipes da ESF e uma do NASF. Os dados foram analisados a partir do referencial da análise de discurso de inspiração foucaultiana.Principais resultados: Os profissionais veem a demanda em saúde mental na atenção básica principalmente como sofrimento psíquico inespecífico e transtornos mentais graves, identificando-se medicalização na atenção a essas pessoas. Essa medicalização evidencia-se na centralidade do cuidado na prescrição de medicamentos e procura pelo médico. A prática asilar persiste como alternativa para os casos mais graves. Na relação com a rede de saúde, há dificuldade de continuidade e integralidade do cuidado. Analisa-se então a formação médica e sua capacidade de garantir o cuidado integral nesse contexto, sendo que dois modelos de formação foram identificados nesta pesquisa(Cuba e Brasil).Percebe-se que graduação, mesmo ao incorporar questões relativas à integralidade do cuidado, é insuficiente para gerar profissionais que superarem a medicalização através de uma prática profissional para além da classificação do sofrimento em categorias psiquiátricas e uso de medicamentos. Conclusões:Necessário investir em Educação Permanente em Saúde, envolvimento dos profissionais com a transformação das práticas de cuidado e construção da perspectiva da integralidade e da atenção psicossocial na RMFC como estratégias na formação de profissionais para a atenção às demandas de saúde mental. Eixo: Medicalização RESUMO EM INGLÊS PERCEPTION OF MEDICALIZATION OF MENTAL HEALTH CARE AMONG PROFESSIONALS OF THE FAMILY HEALTH STRATEGY IN A TOWN OF THE BRAZILIAN NORTHEAST BACKWOODS (CAJAZEIRAS- PB) Introduction: Primary health care is an important setting for mental health care not only because of its particulars but also because of the care in the territory contribute to overcoming the asylum model. This paper presents a research outline, started from the question about how was the mental health care in Primary Care Units in which it develops the Residence of Family and Community Medicine in Cajazeiras-PB. The aim was to investigate demands on mental health and practices, based on the professional discourse, and develops the residence and the mental health care in Cajazeiras. Development: We used a qualitative approach in which focal groups involving professionals from two FHS teams and a team of NASF were performed. The speeches produced in the groups were analyzed from the reference of discourse analysis of Foucault's inspiration. Main results: The professionals perceive the demand for mental health in primary care mainly in the form of nonspecific psychological distress and serious mental disorders Attention to these people is unable to overcome the medicalization that is identified by these professionals. This medicalisation is evident by the centrality of care in prescribing medicines and searching for the medical professional. Asylum persists as an alternative for cases of severe mental disorders, with limited incorporation of the paradigm of desinstitutionalization as a reference for professional practice. The relationship with the health units is difficult, with limited continuity of care, sometimes reproducing asylum practices. From this, we analyze the medical training and its ability to ensure comprehensive care in attention to the demands of mental health, and two training models were identified in this study (Cuba and Brazil). In this context, the graduation, even to incorporate issues relating to comprehensive care, is not sufficient to produce professionals who can weather the medicalization through professional practice beyond classification into categories of suffering from psychiatric disorders and medication use. Conclusions: It is necessary to invest in the perspective of Continuing Education in Health in working life, the involvement of professionals with the transformation of the practice of health care and construction from the perspective of psychosocial care in RFCM as important strategies in training professionals able attention to the demands of mental health.