Goiânia/GO maio de 2011 Ano 5 N° 56 9912258380/2010-DR/GO Mac Editora www.canalbioenergia.com.br RENOVAÇÃO DO CANAVIAL Oportunidade para produzir mais Ganhos ambientais, em produtividade e possibilidade de rotação com diferentes culturas são vantagens do manejo IMPRESSO - Envelopamento autorizado. Pode ser aberto pelo ECT REMETENTE Caixa Postal 4116 A.C.F Serrinha 74823-971 - Goiânia - Goiás Carta do editor Mirian Tomé editor@canalbioenergia.com.br arquivo pessoal 28 divulgação 04 divulgação 12 stock.xching A importância da expansão 10 12 Biodiesel Pesquisa segue trabalhando em busca de novas opções de matérias-primas para a produção de biodiesel, de modo a reduzir a dependência da soja. 10 foguete a etanol Projeto inédito do Instituto de Aeronáutica e Espaço busca o desenvolvimento de foguetes abastecidos com etanol. 28 mais brasil Praias urbanas e paradisíacas, culinária diversificada, rico folclore e mais uma extensa lista de boas surpresas são atrações irresistíveis de Natal (RN). O avanço da safra de cana-de-açúcar na Região Centro-Sul faz com que o setor sucroenergético volte rapidamente à esperada normalidade. A redução dos preços do etanol, que volta a ficar mais competititivo em relação à gasolina, é o sinal definitivo de que saímos da fase de dificuldades imposta pela entressafra. Embora a estimativa de crescimento da safra nacional não alcance os porcentuais desejáveis, capazes de assegurar a sustentabilidade da oferta diante do forte crescimento da demanda por etanol de nosso mercado interno, a sociedade como um todo tem agora mais tranquilidade para avaliar a importância da expansão do setor sucroenergético, com destaque para seus efeitos positivos no que se refere ao controle da inflação e, consequentemente, sobre o equilíbrio financeiro das famílias brasileiras. Esse tema é discutido em profundidade na entrevista exclusiva com o presidente da Datagro Consultoria, Plínio Nastari, que trazemos nesta edição. Em nossa reportagem de capa também abordamos um aspecto de grande importância no manejo das lavouras de cana-de-açúcar, a renovação dos canaviais. Postergada por algumas usinas durante a já superada crise financeira mundial, as unidades industriais agora avaliam e planejam a adoção dessa medida, que proporciona importantes ganhos ambientais e em produtividade. Estas são apenas algumas das várias reportagens interessantes que trazemos sobre a bioenergia. Informações úteis que, certamente, ajudarão nossos leitores a se manterem sempre atualizados sobre o tema. Boa leitura! 04 Entrevista CANAL, o Jornal da Bioenergia, é uma publicação da MAC Editora e Jornalismo Ltda. - CNPJ 05.751.593/0001-41 24 Cana-de-açúcar Diretor Executivo: César Rezende - [email protected] Diretora Editorial: Mirian Tomé DRT-GO-629- [email protected] Gerente Administrativo: Patrícia Arruda- [email protected] gERENTE de atendimento COMERCIAL: Beth Ramos - [email protected] Executiva de atendimento COMERCIAL: Tatiane Mendonça [email protected] Editor: Evandro Bittencourt DRT-GO - 00694 - [email protected] Reportagem: Evandro Bittencourt, Fernando Dantas, Luisa Dias e Mirian Tomé Estagiária: Gilana Nunes - [email protected] DIREÇÃO DE ARTE: Fábio Santos - [email protected] Em entrevista exclusiva ao Canal, Plínio Nastari, presidente da Datagro Consultoria, analisa as tendências de mercado para o etanol e o açúcar. Safra goiana deve crescer 3,3% em relação à anterior, chegando a 48 milhões de toneladas. Índice é superior ao aumento da safra brasileira. www.twitter.com/canalBioenergia Assine o CANAL, Jornal da Bioenergia - Tel. 62.3093-4082 [email protected] O CANAL é uma publicação mensal de circulação nacional e está disponível na internet no endereço: www.canalbioenergia.com.br e www.sifaeg.com.br Banco de Imagens: UNICA - União da Agroindústria Canavieira de São Paulo: www. unica.com.br; SIFAEG - Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás: www.sifaeg.com.br; / Redação: Av. T-63, 984 - Conj. 215 - Ed. Monte Líbano Center, Setor Bueno - Goiânia - GO- Cep 74 230-100 Fone (62) 3093 4082 - Fax (62) 3093 4084 - email: [email protected] / Tiragem: 9.000 exemplares / Impressão: Ellite Gráfica – [email protected] / CANAL, o Jornal da Bioenergia não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nas reportagens e artigos assinados. Eles representam, literalmente, a opinião de seus autores. É autorizada a reprodução das matérias, desde que citada a fonte. Capa: Lavoura de cana (foto Geraldo Falcão/Petrobras) “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. "(Provérbios 3:5-6) Entrevista - Plínio Nastari, presidente da Datagro Consultoria Caminho de volta à normalidade Após uma entressafra atípica, Plínio Nastari prevê recuo dos preços do etanol e do açúcar nos próximos meses também, das disputas comerciais envolvendo o comércio de bananas e pneus e prestou consultoria a governos americanos da coalizão pró-etanol de 1986 a 1992. A base de clientes da Datagro está espalhada em 5 continentes e em 41 países e é formada por produtores de açúcar, etanol e biodiesel, trading companies, bancos, distribuidores de combustíveis, fornecedores de insumos, governos, fundos de investimentos, empresas de logística e agências de informação. Desde 1985 a empresa tem assessorado o governo brasileiro em iniciativas relacionadas ao planejamento energético, desregulamentação do setor sucroenergético e negociações internacionais do comércio de commodities agrícolas. Evandro Bittencourt F ormado em Administração de Empresas e doutor em Economia Agrícola pela Iowa State University (ISU), Plínio Nastari é presidente da Datagro, maior consultoria de etanol e açúcar do mundo. Sua equipe é composta por mais de 40 colaboradores, concentrando suas forças na matriz localizada em São Paulo, e em outras quatro unidades – Nova York (EUA), Recife, Santos e Ribeirão Preto. Nastari foi responsável pelos estudos técnicos usados como base no processo da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios dados pela União Europeia a seus produtores e exportadores de açúcar. Participou, E como será essa volta à normalidade? Choveu muito em janeiro, fevereiro, março e começo de abril e essas chuvas abrem a perspectiva de recuperação desse canavial durante 2011 e de uma condição de entressafra no início de 2012 normal. Nós estamos prevendo essa normalidade e isso não ocorre apenas no Brasil, mas também em outros países. Nós podemos antever que não vai se repetir em 2011 a seca que assolou a Rússia no ano passado, as enchentes na Austrália e no Paquistão e a seca no leste europeu, que afetou a safra europeia de beterraba. Esses países vão também recuperar suas produções, o que vai fazer com que o abastecimento de açúcar e de etanol no mercado mundial volte à normalidade. Existem meios e estratégias que possam ser utilizadas para que os produtores do setor sucroenergético se preparem melhor para enfrentar dificuldades climáticas, de modo a minimizar as dificuldades enfrentadas na última safra? Uma coisa é se preparar para uma variação climática normal, mas será que é possível se resguardar no caso de uma variação climática 04 CANAL, Jornal da Bioenergia é informar a queda. Espero que os meios de comunicação também acompanhem esse retorno, essa volta à normalidade, porque isso vai acontecer nos próximos dois ou três meses e vamos assistir preços em queda, tanto os do etanol quanto os do açúcar. Embora muitos temessem risco de desabastecimento durante o feriado de Páscoa, não faltou hidratado, anidro e nem gasolina em nenhum mercado. fotos: divulgação Qual é o cenário de produção da safra de canade-açúcar 2011/2012? O cenário é de volta à normalidade, basicamente. O que causou estresse nesse primeiro trimestre de 2011 foi o alongamento da entressafra. Esse alongamento se deveu, basicamente, a um resíduo do impacto climático em 2010. A seca de 2010 na Região Centro-Sul fez com que os canaviais praticamente hibernassem e não se desenvolvessem do ponto de vista fisiológico. Com isso, a cana não ficou pronta para a moagem em março e abril. Isso prolongou a entressafra, além de ter, obviamente, reduzido em cerca de 25 milhões de toneladas a cana que estava prevista para ser moída em 2010, diminuindo a produção. Esses estoques estreitos, menores do que o previsto, fizeram com que houvesse essa alta de preços e ela foi necessária para que houvesse um controle, uma redução da demanda, para que não houvesse falta. extrema? É muito difícil se resguardar de situações como as que observamos em 2009 e 2010, em particular no caso do Brasil, um País que representa 52% do mercado mundial. Em 2009 houve um excesso de chuvas e, em 2010, um extremo de seca. Para se resguardar é preciso trabalhar como uma formiguinha, guardando estoques. Mas seria necessário guardar um estoque tão grande que isso seria impraticável ou extremamente oneroso. Ainda assim, de certa forma os produtores se prepararam, por isso não faltou etanol. Embora muitos temessem risco de desabastecimento durante o feriado de Páscoa, não faltou hidratado, anidro e nem gasolina em nenhum mercado. Faltou ovo de Páscoa, mas não faltou combustível. O que não foi possível evitar foi a alta de preços que ocorreu, mas ela é temporária, uma coisa passageira, que serviu para controlar o consumo nesse período de um mês e meio. Agora, essa alta passa e os preços voltam à normalidade. E acredito que, tão importante quanto informar a alta de preço E quais são as perspectivas em relação à formação de estoques ao longo 2011? Esse é um assunto que vale 10 páginas do seu jornal. Existe uma legislação em vigor no Brasil, que é a lei 8176, de 1991, que está regulamentada pelo decreto 238, também de 1991, que dispõem sobre o Sinec – Sistema Integrado Nacional de Estoques de Combustível. Essas leis substituíram uma legislação anterior, o decreto 94.153, de 1987, que também definia a necessidade de estoques estratégicos de etanol, em particular. O Sinec, no entanto, nunca foi implantado. É uma lei aprovada pelo Congresso, sancionada pelo presidente e regulamentada, mas eu não vou discutir se ela é boa ou é ruim. Ela foi discutida pela sociedade e aprovada pelos representantes da sociedade no Congresso, mas não está sendo aplicada. Com certeza, se existisse esse estoque estratégico, não há dúvida que esse problema todo teria sido amenizado. meio de furos de reportagem de alguns jornais e de uma maneira que eu acho até que o governo não desejava que tivesse acontecido. Foi noticiado que três medidas estariam em exame. A primeira, a possível redução do teor de mistura de etanol anidro na gasolina, a segunda, a transferência dos controles da produção e comercialização para a ANP e, a terceira, uma possível taxação sobre exportações de açúcar. Respondendo sobre a segunda medida, inicialmente, considero que a transferência para a ANP não será, necessariamente, uma coisa ruim. Pode ser uma coisa boa, pois tudo o que for feito para coibir a informalidade, a comercialização e maiores controles estatísticos sobre o volume produzido e o volume comercializado é bem-vindo. E o que pode não ser bom nessa transferência de controle? A interferência no preço e a interferência no livre arbítrio da comercialização não são bem-vindas. Eu acho que isso não deve acontecer porque não existe para outros combustíveis. Existiu na época do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), quando o governo definia cotas de comercialização e preços. Eu não vejo condições constitucionais para isso acontecer, pois tudo isso caiu em razão da Constituição de 1988, que limitou o grau de intervenção do Estado no setor privado, por meio do artigo 174 da Constituição. Mas se eles simplesmente passarem a ter um maior controle sobre o que é produzido, o que é comercializado e passarem a exigir que haja um maior planejamento da comercialização, para que ela deixe de ser basicamente no mercado à vista e passe a ser estruturada por meio de contratos de 6, 12 meses entre distribuidoras e produtoras, esse mercado tende a ter um planejamento melhor. Isso passa por um uso maior de instrumentos de mercado, como o contrato futuro de etanol. E quanto às duas outras medidas que podem ser adotadas pelo governo? A simples menção de que o governo está cogitando a redução do teor de mistura de etanol à gasolina e de que quer aplicar imposto sobre a exportação é horrível, é péssima, pois ela inibe investimentos. São medidas que atuam exata- mente na direção contrária do que deveria estar ocorrendo. Deveria estar acontecendo agora um esforço para que houvesse um estímulo ao investimento, de modo a ampliar a capacidade para atender a essa demanda crescente. Por isso não foi bom o anúncio ou vazamento dessa informação. Qual é, na avaliação do senhor, a taxa de crescimento sustentável na produção de cana-de -açúcar para que o setor sucroenergético possa atender com tranquilidade ao crescente aumento da demanda? Nós julgamos que a taxa de crescimento sustentável do setor está entre 6% e 8% ao ano, o que A simples menção de que o governo está cogitando a redução do teor de mistura de etanol à gasolina e de que quer aplicar imposto sobre a exportação inibe investimentos. já é muito para um setor dessa dimensão. Isso significa dobrar a produção em 10 anos. O Brasil está constituindo uma frota flex que tem uma demanda potencial muito grande. A materialização dessa demanda vai depender de preços e da competitividade do etanol. Se o etanol não for competitivo e se não tiver oferta suficiente para permitir que o preço caia a um nível que permita você ter desenvolvimento de demanda, o mercado vai continuar em equilíbrio. A oferta vai continuar encontrando demanda, só que em níveis de preços mais elevados e com a possibilidade de nós estarmos produzindo e consumindo menos etanol do que poderíamos e, assim, gerando menos emprego, menos desenvolvimento e, certamente, importando mais equipamentos e combustíveis do exterior. E isso seria uma pena, pois estaríamos sujando a nossa matriz energética, com menos combustível renovável, mas é só uma questão de preço. O mundo vive um momento de instabilidade no mercado do petróleo, em razão dos conflitos em países do Oriente Médio e da África. Como essa situação, que tem influência direta no preço da gasolina, pode afetar o mercado de etanol? Se o preço do petróleo ultrapassar US$ 130, 00 o barril e permanecer acima desse valor já se admite no governo que será inevitável uma correção do preço da gasolina. Isso vai abrir um espaço maior para a competitividade do etanol, expansão do consumo do biocombustível no Brasil e, portanto, novos investimentos para a ampliação de capacidade. Se o petróleo for a US$ 200,00 o barril, por exemplo, nós devemos ter uma nova onda de expansão de investimentos e de capacidade, sem dúvida alguma. É frequente a discussão sobre a necessidade de o governo federal pavimentar o caminho para que ocorra um novo ciclo de investimentos no setor sucroenergético. Quais seriam as principais medidas para que isso se torne uma realidade? Linhas de financiamento no BNDES com taxas de juros mais convidativas para empreendimentos direcionados à produção de etanol e cogeração, por exemplo, e menores restrições de acesso a essas linhas de financiamento para empresas de capital privado nacional que tenham saúde e garantias. Quanto ao mercado de açúcar, quais são as perspectivas em relação aos próximos meses? Devido à recuperação dos países produtores mais importantes do mundo, o Brasil deve ser o grande fundamento positivo desse mercado nos próximos 12,18 meses, exatamente pela capacidade do País de poder administrar essa flexibilidade de produção de açúcar e etanol e poder direcionar cada vez mais uma proporção maior para a produção de etanol no futuro. Esse é o grande fundamento altista do mercado. O que é necessário para constituir esse estoque? É preciso ter rubrica orçamentária para constituir esse estoque. Mas em um momento em que há outros compromissos da sociedade brasileira, como a eliminação de pobreza e a contenção de gastos públicos, essa é uma discussão que encontra restrições. O fato é que existe a lei e ela não está sendo cumprida. Até agora não há nenhuma sinalização do governo federal nesse sentido? Não, ninguém fala disso. É uma daquelas leis que não pegaram. Como o senhor vê as articulações do governo em relação à regulação do mercado de etanol no Brasil, por meio da Agencia Nacional do Petróleo? As medidas foram cogitadas na imprensa, por CANAL, Jornal da Bioenergia 05 A Embrapa anunciou no dia 24 de maio, durante a solenidade de comemoração de aniversário da Embrapa Agroenergia (leia nota ao lado), a obtenção de plantas transgênicas de cana-de-açúcar. São as primeiras plantas transgênicas confirmadas tolerantes à seca com o gene DREB2A. As perdas em cana-de açúcar devido à seca podem variar de 10% a 50 %, dependendo da região de cultivo e da época de plantio. Estas plantas foram selecionadas em laboratório e, dentro de três meses, estarão em estágio de multiplicação in vitro para serem avaliadas em casa de vegetação. Até maio de 2012, terão sido avaliadas quanto às características de tolerância à seca. Após estes processos, as plantas que apresentarem melhor desempenho terão potencial de avaliação a campo mediante aprovação de processo junto ao Comitê Técnico Nacional de Biossegurança (CTNBio). O trabalho é realizado em parceria entre a Embrapa Agroenergia (Brasília/ DF) e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília/DF) e apoio da Japan Internacional Research Center for Agricultural Sciences (Jircas), empresa de pesquisa vinculada ao governo japonês. Esalq realiza levantamento de custos do setor sucroenergético O Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP/Esalq), finalizou no início de junho o levantamento de custos de indicadores de produção, índice de preços e custos de cana-deaçúcar, açúcar e etanol da safra 2010/2011 no Brasil. O trabalho de entrevistas com as unidades industriais foi iniciado em 11 de abril de 2011 e contou com a participação de 100 unidades. O levantamento é realizado há quatro safras e possui a missão de desenvolver uma pesquisa de extensão universitária que possibilite a criação e divulgação de informações de interesse público que apóiem o desenvolvimento das empresas. Embrapa Agroenergia completou cinco anos A Embrapa Agroenergia, a 38ª Unidade Descentralizada da Embrapa, completou cinco anos de atuação no final de maio. Criada para coordenar e executar os trabalhos e pesquisas de desenvolvimento de soluções para obtenção de energia, a unidade tem forte desempenho no mercado, com resultados diferenciados em várias áreas. A data foi comemorada com programação especial (foto) e Usina Caeté forma 50 alunos no Programa de Qualificação A Usina Caeté realizou, no dia 19 de maio, a formatura da 1ª Turma do Programa de Qualificação Profissional da Usina Caeté. São 50 jovens formandos, sendo 25 moradores de Conceição das Alagoas (AL) e região e 25 moradores de Delta e região. Como premissas principais o programa selecionou jovens 06 CANAL, Jornal da Bioenergia filhos ou parentes de colaboradores da empresa. Ao ingressarem no programa, estes jovens foram contratados pela Usina Caeté e receberam ao longo de seis meses, além do treinamento nos cursos de mecânica automotiva e eletricista, uma bolsa auxílio. Jornalistas participam de programa de imersão no setor sucroenergético em Goiás Profissionais da imprensa de importantes veículos de comunicação, de diversos Estados brasileiros e do exterior, tiveram a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre o setor sucroenergético nacional em um encontro promovido pelo Projeto Agora no interior de Goiás, uma das principais frentes de expansão Interatividade com o leitor Participe das nossas pautas! Mande suas sugestões de assuntos para o Canal-Jornal da Bioenergia. lançamento do livro “Complexo Agroindustrial de Biodiesel no Brasil: competitividade das cadeias produtivas de matérias-primas”. A obra é resultado das análises documentais e das discussões geradas por grupos de especialistas. No mesmo mês, a empresa inaugurou o Núcleo de Apoio de Culturas Energéticas – NACE em parceria da Embrapa Agroenergia com a Embrapa Cerrados. da indústria brasileira da cana-deaçúcar. O grupo se reuniu na cidade de São Simão nos dias 13 e 14 de maio para a primeira edição do “Agroenergia em Curso – Programa de Aperfeiçoamento sobre o Setor Sucroenergético,” realizado em parceria com a ETH Bioenergia, uma das principais empresas nacionais do setor. fotos: divulgação Cana transgênica tolerante à seca Capacidade instalada de energia eólica no Brasil atinge 1GW A Abeeólica – Associação Brasileira de Energia Eólica comemora a marca de 1 GW de potencia eólica instalada no país. O total está distribuído entre os 50 empreendimentos em operação. A meta foi atingida com a entrada em operação do parque eólico Elebrás Cidreira 1, pertencente à associada EDP Energias do Brasil, localizado no município de Tramandaí (RS). Lá estão 31 aerogeradores fabricados pela Wobben WindPower, com capacidade total de 70 MW. Com isto, de acordo com dados atualizados da Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica, as usinas eólicas já respondem por quase 1% da energia outorgada. A expectativa da Abeeólica é que a geração eólica represente 5,2 GW na matriz brasileira até 2013. O valor considera os resultados dos leilões de 2009 e 2010. Novidade contra a lagarta-do-cartucho Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) realizam um estudo para identificar novos genes de proteases da mariposa Spodoptera frugiperda, conhecida popularmente como lagarta-do-cartucho, e analisálos do ponto de vista estrutural e de expressão gênica. A praga causa enormes prejuízos a várias culturas agrícolas, incluindo a cana-de-açúcar. Os resultados preliminares permitiram levantar a hipótese de que os insetos expressam um grande número de proteases em resposta à dieta contendo inibidores. Envie e-mail para: [email protected] [email protected] CANAL, Jornal da Bioenergia 7 etanol pesquisa Vantagens e desvantagens Inovação científica Universidade Federal do Paraná pesquisa biocombustível a partir da biomassa da cana Gilana Nunes A Universidade Federal do Paraná (UFPR) deu um passo importante para o desenvolvimento da produção de etanol de segunda geração. O Departamento de Química da UFPR concluiu em março a primeira fase do Projeto Canebiofuel, que visa produzir o biocombustível baseado na utilização do bagaço e da palha da cana-de-açúcar. O projeto foi financiado pela Comissão Europeia e trata-se de uma parceria entre a UFPR, o Centro de Tecnologia Canavieira de Piracicaba (CTC Piracicaba), a Lund University, localizada na Suécia, e a Novozymes, sediada na Dinamarca. Desde que teve início, em março de 2009, quarenta pessoas estiveram envolvidas no desenvolvimento da pesquisa, entre brasileiros e estrangeiros. 08 CANAL, Jornal da Bioenergia O chefe do projeto na União Europeia, José Ruiz-Espi, esteve no Brasil para acompanhar os resultados da parceria. Segundo ele, o trabalho realizado superou as expectativas do grupo e as próximas fases serão realizadas na Europa. O grupo europeu também estabeleceu parceria com outra instituição de ensino no Brasil, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O novo projeto, coordenado pela professora Elba Bon, já está em fase de desenvolvimento e possui a mesma linha de pesquisa do Canebiofuel. A UFPR busca agora novas parcerias para dar continuidade aos estudos já desenvolvidos. Segundo o coordenador do projeto na Universidade, Luiz Ramos, “os contatos para dar continuidade à pesquisa já estão sendo realizados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e a UFPR espera participar efetivamente dessas iniciativas.” O etanol gerado a partir de materiais lignocelulósicos, como o bagaço e a palha da cana, é denominado etanol de segunda geração ou etanol celulósico. Segundo Luiz Ramos, apesar de mais avançado, ele não será mais barato que o etanol fabricado de forma convencional, pelo menos a princípio. “Nossos estudos indicaram que o custo de produção do etanol de bagaço e palha de cana, no melhor cenário de integração com as instalações industriais hoje existentes, ainda é três vezes maior do que o etanol de sacarose ou caldo de cana, dito de primeira geração.” O objetivo da pesquisa é justamente encontrar formas de diminuir esses custos, reaproveitando ao máximo os resíduos finais da cana, já que, normalmente, a palha é toda queimada e boa parte do bagaço é incinerada. Uma das vantagens é que o etanol celulósico possui a mesma qualidade do etanol de primeira geração, por isso, os dois podem ser misturados, com maior reaproveitamento do material e com menos poluição ao meio ambiente. Dessa forma, quanto mais usinas aderirem à mistura dos dois tipos de etanol, mais o custo poderá ser barateado, o que pode significar uma economia para o consumidor, além de aumentar a proporção de energia renovável no país Os estudos demonstraram que, com o uso do bagaço e da palha de cana, a produção de etanol pode subir de 75 para 115 galões de etanol por tonelada de cana processada, ou seja, teoricamente, é possível aumentar essa produção em, aproximadamente, 50%. No entanto, isto poderá ser economicamente inviável, dependendo das circunstâncias em que se dê a integração dos processos. Luiz destaca que o sucesso da pesquisa depende da forma de integração entre o processo de produção de etanol já existente com as operações unitárias necessárias à produção de etanol de segunda geração. (Gilana Nunes é estagiária do convênio Canal/UFG-Facomb). Saiba mais l O etanol celulósico é fabricado basicamente em quatro processos. Primeiramente ocorre a caracterização do material lignocelulósico a ser utilizado, pois cada material possui estruturas e características distintas e devem, portanto, ser trabalhados de maneiras específicas. l O segundo processo é o prétratamento seguido da hidrólise enzimática. O objetivo do prétratamento é remover a lignina e a hemicelulose do bagaço ou da palha, além de aumentar a porosidade desses materiais, tornando-os mais suscetíveis à quebra. A hidrólise pode ser realizada através de processos que utilizam ácidos, enzimas ou solventes orgânicos. l O terceiro passo é a fermentação. Nessa etapa, o material já hidrolisado sofre a ação de leveduras, com a transformação dos açúcares em etanol, CO2 e outros sub-produtos. l Por fim, é realizada a otimização energética da planta, que consiste no máximo aproveitamento do bagaço e da palha excedente da cana. Fonte: Workshop de hidrólise de bagaço de cana para produção de etanol CANAL, Jornal da Bioenergia 09 propulsor líquido foguete Etanol no espaço Projeto do Instituto da Aeronáutica usa biocombustível na produção de foguete brasileiro Luisa Dias 10 CANAL, Jornal da Bioenergia D epois de conquistar carros, motos e até ônibus, o etanol também será utilizado no abastecimento de foguetes. Este é o projeto inédito do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que busca desenvolver foguetes abastecidos com o biocombustível nacional em substituição ao uso dos propulsores sólidos, alguns acrescidos de hidrazina, que é um componente importado e considerado corrosivo e tóxico. Para impulsionar a produção do artefato no País, o IAE começou há cerca de 15 anos um programa de pesquisa baseado no etanol como combustível para os veículos espaciais. O projeto surgiu da necessidade de capacitar o instituto para operação, manuseio e lançamento de foguetes a propelente líquido, uma vez que, até o momento, todos os foguetes brasileiros utilizam exclusivamente propulsores sólidos. “A ideia é a sequência natural no desenvolvimento de motores para foguetes e visa verificar o desempenho do motor em condições de voo e treinar equipes para operação e lançamento de veículos com propulsores líquidos”, afirma o coordenador da pesquisa, Coronel Santana Júnior. A concepção do foguete e o desenvolvimento são do IAE. Entretanto, partes desse novo foguete (sistema de alimentação e motor) estão sendo produzidos pela empresa Orbital, localizada em São José dos Campos, com recursos de subvenção Finep (Financiadora Nacional de Estudos e Projetos). Atualmente, estão sendo realizados ensaios em solo fotos: divulgação (ensaios hidraúlicos, ensaios de resistência e ensaios de funcionalidade) com os componentes produzidos pela Orbital. Tecnologia O projeto do IAE prevê o domínio da tecnologia de propulsão líquida em foguetes de sondagem, representando um passo fundamental para o emprego desses motores em veículos lançadores de satélites, o que servirá para aumentar significativamente a carga útil e a precisão de inserção de satélites. O próximo passo da pesquisa é a conclusão de ensaios em solo para confirmação dos parâmetros de massa e propulsivos. “Somente de posse desses indicadores, comparando com os requisitos de um foguete, é que poderá ser confirmada a viabilidade e configuração de voo, bem como a data de lançamento do foguete, pois depende de recursos da Agência Espacial Brasileira”, explica Santana sobre o prazo final da pesquisa. A principal dificuldade, no momento, é a montagem de dispositivos que posssibilitem os ensaios em solo, responsabilidade do IAE. Posteriormente, serão os dispositivos para lançamento. Assim, o atual conceito é utilizar o máximo possível os recursos existentes para lançamento dos foguetes de sondagem. Em relação aos propulsores sólidos, as principais vantagens do etanol são o maior desempenho do propelente e a maior facilidade de controle de acionamento do motor. Com isso, o foguete adqui- re uma maior carga útil e maior precisão de inserção em órbita, respectivamente. “Mas o maior diferencial do uso do etanol, principalmente em relação ao uso de hidrazina, é a baixa toxicidade e a grande disponibilidade no País”, explica Santana. Hoje, poucos foguetes comerciais ainda utilizam a hidrazina em seus propulsores. A hidrazina como propelente foi primeiramente usada na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, em aeronaves militares. Durante o período da Guerra Fria, foi muito utilizada em mísseis balísticos intercontinentais, pois possui duas características essenciais para aplicações militares: prontidão de uso e estocabilidade. Isso decorre de sua capacidade de se inflamar espontaneamente, quando em contato com um agente oxidante ou catalítico, bem como de manter suas propriedades fisicoquímicas inalteradas por dezenas de anos, facilitando a sua estocagem. O uso da hidrazina em foguetes é uma preocupação em todo mundo, por causa da toxicidade do produto. Para abastecer os tanques dos veículos espaciais, os técnicos usam roupas especiais para evitar a intoxicação. Na Europa, a Agência Espacial Europeia (ESA) está buscando um substituto para o combustível, que seja menos perigoso e também mais limpo. O projeto é conduzido junto ao Grupo de Corporações Espaciais da Suécia e envolve também o desenvolvimento de propulsores que funcionem com um novo tipo de propelente. Peças do foguete em desenvolvimento no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) CANAL, Jornal da Bioenergia 11 biodiesel pesquisa Que venham novas opções de matérias-primas Fernando Dantas fotos: divulgação vantagens econômicas e ambientais do biodiesel têm motivado pesquisadores a oferecer ao mercado novidades em matérias-primas para fabricar o combustível 12 CANAL, Jornal da Bioenergia D esde o início de 2010, todo abastecimento feito com óleo diesel no Brasil tem o percentual de 5% de biodiesel. Trata-se da mistura B5, uma das metas já alcançadas pelo Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. Além da questão econômica, especialistas afirmam que são inúmeras as vantagens da utilização desse combustível, já que é energia renovável e o Brasil é rico em matéria-prima, principalmente em oleaginosas. Resultado disso é que, atualmente, o biodiesel é vendido em mais de 35 mil postos de combustíveis em todo o País. A soja continua sendo a principal matéria-prima, pois responde por mais de 80% do biodiesel produzido no Brasil. É uma leguminosa que tem cerca de 18% de óleo em suas sementes e uma das maiores áreas plantadas, com mais de 23 milhões de hectares. Segundo o professor do Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná, Luiz Pereira Ramos, todas as outras opções juntas ainda são incipientes diante da soja. Ele reforça que a razão ainda está no fato de que o complexo soja é o mais consolidado no País. Em segundo lugar como opção de matéria-prima está o sebo bovino. Mas, para Luiz Ramos, esse produto está fadado a estagnar, já que há outros mercados que o utilizam para aplicações mais relevantes. “Bem, no frigir dos ovos, tudo é uma questão de preço, particularmente para tecnologias maduras, em que a matéria-prima responde por mais de 75% do custo de produção”, ressalta. Em todo o País existem pesquisas que buscam revelar novas opções de fontes para a produção de biodiesel ou mesmo mostrar que determinadas oleaginosas podem ser aproveitadas para esse fim. O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) tem desenvolvido o projeto “viabilização de espécies vegetais para biodiesel”, que tem como foco a indicação de novas fontes de energia. Os experimentos de campo do Iapar nos últimos cinco anos têm testado espécies oleaginosas em diversas localidades do Paraná, com materiais do tipo perene, como o tung e o pinhão-manso, entrando em fase de avaliação de potencial produtivo. Segundo o chefe geral da Embrapa Algodão, Napoleão Beltrão, um dos grandes destaques é o dendê ou palma de óleo, espécie que mais produz óleo por unidade de área, chegando a mais de 10 toneladas por hectare. Além disso, ressalta, por ser uma palmeira, é possível plantar mais de 70 milhões de hectares, dos quais um milhão de hectares na Bahia e 50 milhões no Pará. “Temos no Brasil, devido ao seu tamanho, diversidade de clima e de solos, e mais de 10 espécies potenciais para serem exploradas para a produção de óleo. O dendê é a mais plausível”, informa. Napoleão revela que outra possibilidade é o babaçu, que pode ser domesticado e que também é uma palmeira. “Temos ainda a canola para as regiões mais frias do Brasil e as microalgas no futuro, a médio prazo, pois são autotróficas (produzem seu próprio alimento) e apresentam muito óleo. Existem espécies com mais de 70 % do seu peso em óleo”, diz. Já um estudo desenvolvido pela Embrapa de Roraima apresentou o inajá, planta oleaginosa nativa da região amazônica, como fonte produtora de biocombustível. Os resultados das pesquisas revelaram que a palmeira é capaz de gerar 3690 litros de biodiesel por hectare ao ano. Esse valor supera, em produtividade, outras fontes tradicionais de biocombustível. Mas as novidades não param por aí. Pesquisas e estudos com fontes de onde se possa extrair óleos ou gorduras estão sendo feitas em todo o Brasil. Borras de café, resíduos de caixas de gordura, resíduos agroindustriais dos mais variados – casca de arroz, microalgas, caroço de abacate, cascas de pinho e gorduras de unidades de tratamento de esgoto também são opções. “A grande motivação para essa extensa lista está no custo da matéria-prima. Quanto mais barata, maior a margem de lucro do processo”, acrescenta. Potencialidade brasileira para produção Custo-benefício Quando se trata de definir qual matéria-prima tem melhor custo-benefício para produção de biodiesel, há divergência entre especialistas e profissionais do setor. Luiz Ramos diz que depende de uma série de fatores, como mercado, principalmente quando se fala do valor agregado da opção pretendida. “Enfim, trata-se de uma equação complexa que também precisa considerar a facilidade com que se poderia produzir biodiesel de qualidade a partir destas fontes alternativas”, destaca. De acordo com Ramos, um dos pontos principais desta equação é a logística, caso se pretenda algo mais do que simplesmente atender a uma microrregião, como seria o caso de um arranjo produtivo local. Para o professor do Núcleo de Estudos Agrícolas do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), José Maria Silveira, a soja é a oleaginosa que poderia ter melhor custobenefício. Mas ele ressalta que é um alimento importante para produzir algo tão rústico como o biodiesel. Ele cita, também, o exemplo da mamona, que se torna inviável por exigir melhoramento genético. “Caso bons resultados sejam obtidos, deve ser usada para outros fins mais nobres e, por isso, tem custo de oportunidade alto”, relata. Já em relação à palma, José esclarece que é uma matéria-prima importante e exige mão de obra adequada, mas para a região Norte é uma solução relevante. Fonte: Mapa construído a partir da tabela 12, Meireles F. S. 2003 e Zoneamento Agrícola de Risco Climático - MAPA CANAL, Jornal da Bioenergia 13 genética brotação lateral Novas unidades de produção de biodiesel Babaçu Pinhão Manso Abacate Palma Tungue Algodão Café 14 CANAL, Jornal da Bioenergia Pesquisa investiga arquitetura da cana-de-açúcar Informações poderão ser empregadas no melhoramento genético da planta Detalhe do início do processo de perfilhamento Unidade de produção de biodiesel da Bionasa, recentemente inaugurada em Porangatu, Região Norte do Estado de Goiás Onasa, que vai fornecer parte da matéria-prima usada no processamento dos combustíveis limpos. A esmagadora ocupa área de quase sete alqueires e terá capacidade de produção de 3 mil toneladas por dia. A nova empresa do ramo de combustíveis em Porangatu vai criar, inicialmente, 150 empregos diretos e mais de 900 indiretos na região. acervo cebtec Girassol lente oportunidade de negócio a longo prazo”, registrou o presidente da Bionasa, Francisco Barreto, durante o evento. As instalações da empresa contam com recursos tecnológicos avançados, tanto no controle operacional quanto nos sistemas de produção. O tratamento dos efluentes e poluentes industriais é outra prioridade da empresa em seus investimentos. Além da indústria de transformação, a Bionasa também conta com uma esmagadora de grãos, a divulgação opções de Matérias-primas Com investimentos de R$ 330 milhões, a Granol Indústria, Comércio e Exportação está expandindo suas atividades para o Tocantins, onde irá investir em um completo agroindustrial que prevê a construção de quatro armazéns de soja e uma esmagadora. A unidade será a primeira processadora do grão do Estado. Inicialmente a planta, que tem o início das operações previsto para 2013, terá a capacidade de esmagar cerca de mil toneladas de soja por dia, o que poderá ser ampliado. A esmagadora será instalada na cidade de Aguiarnópolis, onde deve ser construído um dos armazéns. Os outros serão alojados nos municípios de Porto Nacional, Figueirópolis e Guaraí. A nova unidade da Granol pretende contribuir para o desenvolvimento do município e região, oferta de empregos, qualificação profissionalizante e aumento da arrecadação de impostos. O principal fator que levou a empresa a escolher o Estado de Tocantins para abrir novas frentes de investimento, foi o de acreditar que o Estado, já se apresentando como um dos maiores produtores agrícolas da região norte, ainda conta com um potencial de crescimento, tendo em vista a grande área disponível para ocupação agrícola. Aliado aos investimentos de infraestrutura pelo Estado, a Granol, que atualmente já está presente na comercialização dessa produção agrícola, investirá para tornar realidade a industrialização em Tocantins. Já na região Norte de Goiás, em Porangatu (GO), a empresa de biodiesel Bionasa inaugurou uma unidade de processamento e refino de biocombustível, que já está em produção. Foram investidos cerca de R$ 280 milhões na indústria, que ocupa uma área de 85 mil metros quadrados. A empresa possui equipamentos para processamento, transformação e armazenamento de óleos de origem animal e vegetal – soja, algodão e girassol. A unidade será responsável pela produção de 235 milhões de litros anuais de biodiesel. Essa prospecção corresponde a aproximadamente 21% de toda a capacidade instalada em Goiás. Com a liberação da comercialização da demanda, concedida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, a Bionasa poderá, em cada leilão do segmento, negociar até 47 milhões de litros. “Investimos aproximadamente R$ 150 milhões na construção da fábrica e projetamos uma exce- E Plantas de cana-de-açúcar submetidas à pesquisa crescendo in vitro, no laboratório de cultura de tecidos do CEBTEC studo realizado por Fausto Andrés Ortiz-Morea, aluno de doutorado do programa de pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/Esalq), revela novas e instigantes informações sobre o funcionamento fisiológico e molecular da brotação lateral em cana-de-açúcar, aspecto importante na produção em campo de biomassa/unidade de área. A pesquisa, que também elucidou mecanismos de regulação da expressão gênica (microRNAs) até agora não descritos para essa cultura, teve parte dos resultados divulgado em reconhecido jornal científico da área - “BMC Plant Biology”. “A brotação lateral é um dos principais fatores que regulam a arquitetura dos vegetais e, recentemente, essa fase do desenvolvimento tem sido estudada intensivamente usando enfoques de genética direta e reversa, elucidando, em parte, as vias genéticas, ambientais e hormonais que regulam esse processo, mas a maioria dos estudos são feitos em plantas consideradas modelo e pouco é conhecido em cana-de-açúcar. Dentro dessas vias, microRNAs, uma classe de pequenos RNAs que não produzem proteínas e que modulam a expressão do genes, parecem ser importantes reguladores”, explica o pesquisador. Em cana-de-açúcar, a brotação lateral é importante não somente para a arquitetura dos ramos laterais, mas também para a germinação e perfilhamento. No caso da germinação, a cana é propagada vegetativamente usando fragmentos do caule que contém gema ligada (colmo), uma vez que a emergência da gema é um passo fundamental no estabelecimento de novas plantações. Em relação ao padrão de perfilhamento, este determina o número de caules ou perfilhos que são produzidos por uma planta durante seu ciclo de vida, o qual está diretamente coligado com sua produtividade (maior número de perfilhos traduz maior produção). Entretanto, devido a sua complexidade genética e ausência de mutantes defectivos na brotação lateral, estudos nessa área ao nível molecular são limitados. Sobre a aplicabilidade do estudo, o doutorando explica que, mesmo sendo essa uma pesquisa básica, no futuro os dados, por meio dessa investigação, poderão ser empregados no melhoramento genético de cana-de-açúcar visando à geração ou identificação de plantas com características desejáveis associadas à arquitetura da planta, assim como em outros estudos que envolvam aspectos fisiológicos do desenvolvimento da cultura. A tese de doutorado de Fausto Andrés Ortiz-Morea, orientada pelos professores Fábio Tebaldi Silveira Nogueira, do Instituto de Biociências de Botucatu, em colaboração com a professora Helaine Carrer, do Departamento de Ciências Biológicas (LCB) da Esalq, faz parte de um projeto temático inserido no Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), dentro da divisão de Biomassa para Bioenergia (com foco em cana-de-açúcar). (Canal com Assessoria de Comunicação da USP/Esalq). CANAL, Jornal da Bioenergia 15 Sifaeg em ação Luisa Dias fotos: divulgação Mercado Plinio Nastari em palestra para os empresários do setor. Abaixo, André Rocha, presidente-executivo do Sifaeg, que destacou a importância do semininário 16 CANAL, Jornal da Bioenergia Durante o seminário, o consultor da Datagro, Guilherme Nastari, falou sobre o posicionamento brasileiro no mercado internacional. Segundo ele, depois da soberania na produção do açúcar nas últimas décadas, o Brasil irá enfrentar novos concorrentes que irão se posicionar com vantagens no mercado. É o caso da Tailândia e de países da América Central e da África, que investiram pesado na expansão da produção. “Nesta década em que estamos, haverá uma desaceleração da moagem e aumentará a competição entre os países pela venda”, Guilherme. No aumento da competição externa, um dos itens principais a ser impactado será o custo da produção no setor sucroenergético. De acordo com Guilherme, muitos países possuem custo abaixo do brasileiro devido a acordos de preferência de comércio, proteção de preços e outros. “Até 2010, o Brasil era imbatível em custo de produção. Nesta próxima década, o Brasil vai desacelerar os investimentos e passará a concorrer com os outros países”, afirma ele. Há, no entanto, uma perspectiva de redução de custos, em especial nas áreas novas, a exemplo do Estado de Goiás, o que possibilitará maior competitividade das usinas. O país ainda responde por 52% das exportações de açúcar mundiais e o mix da safra de cana, na região Centro-Sul, de acordo com a Datagro, deve ficar em 55% para o etanol e 45%, para o açúcar. Sobre as novas áreas, Guilherme explica que a cana-de-açúcar, depois de “500 anos de Brasil”, começa a quebrar barreiras na ocupação geográfica. “Até hoje, o plantio só era realizado nas regiões mais propícias, mas, a partir de agora, a expansão acontecerá em regiões que não são tão produtivas, como algumas tradicionais, devido ao incentivo econômico trazido pelo etanol e o desenvolvimento varietal da cana que possibilita sua produção em muitas localidades”, conclui. De acordo com o presidente executivo do Sifaeg, André Rocha, o evento é uma oportunidade para discutir o posicionamento do Estado no mercado do etanol e do açúcar, analisar as questões climáticas na lavoura e buscar as melhores oportunidades de negócio nesta nova safra. “É importante ter a consultoria em Goiás para orientar os nossos produtores quanto às tendências e buscar os melhores negócios para o setor”, explica. Ele conta que este ano será aberta mais uma usina em Goiás, chegando a 33 o número de unidades em operação. A expectativa é que em 2012 o número suba para 38 usinas. “Tivemos um momento maior de expansão até 2009 e agora o setor retoma o crescimento com grandes expectativas”, afirmou o presidente executivo. A Datagro é a maior consultoria internacional de etanol e açúcar, com escritórios em São Paulo, Recife, Santos e Ribeirão Preto, no Brasil, e Nova Iorque, nos Estados Unidos. A empresa presta serviços de análise de mercado voltada para o posicionamento comercial e estratégico de seus clientes e parceiros. O seminário foi oferecido gratuitamente para os associados do Sifaeg, em uma parceria realizada desde o ano passado entre a entidade e a consultoria. Museu do Açúcar e do Etanol Frota mais limpa O Instituto Brasil Leitor, responsável pela gestão, coordenação e execução geral do projeto de restauro do Engenho Central e dos detalhes da criação do Museu do Açúcar e do Etanol, em parceria com a Prefeitura de Piracicaba, estima que o complexo seja concluído em 2013. A instalação do local e finalização do projeto deve ocorrer em 2012 e as obras, segundo o Instituto, terão início, efetivamente, a partir de outubro deste ano. No momento, o órgão trabalha com o mapeamento histórico e arqueológico do local e da região. O Museu do Açúcar e do Etanol do Engenho Central contará a história da cana-de-açúcar no Brasil. “Serão utilizadas técnicas e equipamentos de última geração, os quais permitirão a criação de atividades interativas e sensoriais”, revela o diretor-geral do Instituto Brasil Leitor, William Nacked. Com 3500 metros quadrados, o Museu contará com objetos, maquetes e também um espaço dedicado a pesquisa, seminários, congressos e eventos. Segundo Nacked, artistas plásticos terão oportunidade de expor obras relacionadas à história e influência da cana na sociedade. “Queremos também realizar programas voltados às escolas da rede pública e privada, além de projetos voltados ao lazer”, afirma. Em busca da “frota limpa” para os eventos Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos de 2016, que serão sediados no Rio de Janeiro, a Secretaria de Transporte do Estado e parceiros apresentaram durante o mês de maio o protótipo Volksbus com tecnologia inovadora flex GNV+Diesel. O desenvolvimento do veículo faz parte do Programa Rio Transporte Sustentável e tem tecnologia nacional assinada pela MAN Latin America, fabricante dos caminhões e ônibus Volkswagen, juntamente com a Robert Bosch América Latina, que responde pelo sistema de injeção dos combustíveis no motor do veículo, permitindo que o ônibus rode com até 90% de GNV - Gás Natural Veicular. Nesta primeira etapa de funcionamento, o ônibus será utilizado em trajeto definido pela Setrans Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro. Nessa etapa, a MAN Latin America, em conjunto com o Programa de Engenharia de Transportes da COPPE/UFRJ, que acompanhará o desempenho do ônibus por meio da medição de sua eficiência energética (Km/Leq), taxa de substituição e viabilidade econômica do projeto. Representantes da Ceg, MAN Latin America, Robert Bosch América Latina e Secretaria de Transporte do Estado do Rio de Janeiro, apresentam ônibus com tecnologia flex GNV e diesel. Antônio Pinheiro Seminário realizado pelo Sifaeg/Sifaçúcar levou análises de mercado para associados O dibulgação Datagro prevê cenário positivo para etanol e açúcar Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol e Açúcar (Sifaeg/ Sifaçúcar) de Goiás realizou, no dia 5 de maio, no auditório da Federação da Indústria do Estado de Goiás (Fieg), o Seminário Datagro, com a apresentação das perspectivas da safra 2011/12 para os associados da entidade. Durante o evento, foram discutidos os cenários para o etanol e o açúcar no Brasil e no mundo, a crise causada pela elevação do preço do combustível no mercado interno e a influência do clima na nova safra. O principal palestrante do seminário foi o presidente da Datagro, Plínio Nastari. Ele apontou um cenário positivo para o Brasil e para Goiás em 2011. Segundo ele, a estimativa de produção de cana-de-açúcar da safra 2011/12 no Centro-Sul é de 561 milhões de toneladas e boa parte desta produção será proveniente das usinas goianas. “’Goiás impressiona o Brasil pela potencialidade e rigor da sua expansão. O Estado possui desenvolvimento acelerado e é um campo fértil de negócios”. Nastari afirmou que a recuperação será maior a partir do segundo semestre, quando o alto volume de chuvas irá favorecer a recuperação do canavial atingido pela seca da safra anterior. "Esse efeito será melhor sentido na produtividade da cana a ser colhida no segundo semestre", disse. Com isso, a produção do combustível estimada para 2011/12 é de 25 bilhões de litros e 35,10 milhões de toneladas de açúcar. No caso do etanol, a produção deve evitar, em 2012, elevação do preço como a ocorrida no começo deste ano . Até o segundo semestre, segundo Plínio Nastari, os produtores ainda passarão por dificuldades no começo da safra, que deve ser ruim, com ATR baixa, ocasionada pela seca em 2010, fruto do fenômeno climático La Niña. Mas a partir de agosto, com a ATR alta, será hora dos empresários aproveitarem os bons preços. O presidente da Datagro afirmou, ainda, que a expectativa é de que em 2011 o piso de preços será mais elevado.” Tanto os preços conquistados nas exportações quanto o maior capital de giro que as usinas capturaram devem dar retorno para os empresários”, disse Guilherme. CANAL, Jornal da Bioenergia 17 divulgação américo josé cana-de-açúcar manejo fotos: divugação unica Hora de renovar reforma do canavial permite que sejam introduzidas novas variedades e sistemas de produção, aumentando a produtividade da lavoura Fernando Dantas 18 CANAL, Jornal da Bioenergia Q uando há o esgotamento econômico da capacidade produtiva do canavial é sinal de que chegou a hora de renovar a plantação. Uma das formas de observar esse limite é quando a produtividade do ciclo canavieiro, no caso o “último corte”, não é mais suficiente para remunerar os custos do canavial com insumos, máquinas, mão de obra e remuneração da terra. Apesar de na região Centro-Sul a reforma ser realizada, em geral, entre o 5º e o 6º corte, e a produtividade limite ficar em torno de 55 toneladas por hectare, especialistas alertam que não existe período pré-determinado para a renovação. Cada caso deve ser avaliado separadamente, observando desde manejo, ambiente de produção, tipo de plantio etc. Segundo o professor do Departamento de Produção Vegetal, Planejamento e Produção de Cana da Esalq/USP, Edgar de Beauclair, áreas bem manejadas, com cuidados na colheita, tráfego controlado para evitar o pisoteio das soqueiras, boas correções e fertilizações do solo, controle de ervas e pragas, além do uso de variedades adaptadas a cada ambiente de produção podem prolongar a vida útil do canavial, permitindo mais de 6 cortes. Em época de chuvas intensas, Beauclair enfatiza que a reforma deve ser evitada, devido aos riscos de erosão. “É importante que o solo tenha umidade para uma boa brotação. Existem muitos produtores que plantam o ano inteiro, aplicando vinhaça ou água nos períodos de maior déficit hídrico”, ressal- ta. Ele acrescenta, ainda, que áreas irrigadas podem alcançar 12 cortes. Já por outro lado, ambientes de produção fracos e sem manejo têm vida útil menor, com dificuldade de atingir 4 cortes. Além da vantagem econômica, já que a renovação eleva a produtividade e lucro para o produtor, existem vantagens ambientais, como esclarece o pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Julio César Garcia. Ele cita que um canavial reformado terá plantas de porte grande, número maior de plantas por metro e, consequentemente, por hectare também. “Por ser de ciclo C4, ou seja, possuir alta taxa de fotossíntese, a planta consegue sequestrar quantidade significativa de Carbono da atmosfera, reduzindo a poluição”, diz. Etapas Reestruturar a área para receber um novo ciclo da cana-de-açúcar. Segundo o pesquisador da Esalq/USP e mestre em economia, Carlos Eduardo Osório Xavier, esse é o objetivo principal da reforma do canavial. A reestruturação ocorre em diversas etapas e a maioria utiliza mecanização. O processo de renovação tem início após a colheita da cana, quando é feita a destruição da soqueira – raízes e colmos remanescentes da cana-de-açúcar –, e a partir daí começam as intervenções de preparo do solo (convencional, reduzido e plantio direto), que variam de acordo com o número de operações a serem empregadas. No caso do plantio direto, a cana a ser reformada é eliminada quimicamente (dessecador) ou com eliminador mecânico de soqueira (que atua apenas na linha da cana) para posterior sulcação na antiga entrelinha. “Em ambos os casos é feita a distribuição de mudas, seja manual ou mecânica, após a sulcação. No plantio mecanizado, sulcação, distribuição de mudas e cobertura são feitas em apenas uma operação. Em todas as situações, o primeiro passo é sempre a análise e planejamento”, relata Edgar. O pesquisador Carlos Eduardo ressalta que é possível, e muito utilizado hoje em dia, a implementação de outra cultura intercalar, em geral de ciclo curto, na reforma dos canaviais. A prática recebe o nome de rotação de cultura e entre as vantagens estão conservação do solo, controle de plantas daninhas e controle indireto de pragas e doenças, além de melhorias físicas, químicas e biológicas do solo. A indicação da melhor cultura para o processo de rotação depende de cada região, mas as leguminosas têm sido mais indicadas por promoverem melhores condições do solo e por, inclusive, proteger o solo contra erosão no período das águas. As opções mais comuns são amendoim, soja e adubos verdes, especialmente a crotalária (juncea). Também podem ser usadas outras culturas, como tomate, hortaliças, milho, arroz e feijão, entre outros. CANAL, Jornal da Bioenergia 19 divulgação/john deere Tipos de plantio de cana Convencional Também denominado manual é, tecnicamente, considerado semimecanizado por envolver operações manuais e mecanizadas em suas etapas. As operações envolvidas no plantio semimecanizado são sulcação mecanizada, juntamente com a aplicação de defensivos e fertilizantes; distribuição de mudas, manualmente; picação e alinhamento das mudas dentro do sulco, manualmente, e cobrição (fechamento) dos sulcos, mecanicamente. Reduzido Consiste na redução do número de operações de preparo. Pulveriza menos e deixa mais resíduos na superfície do solo. Reduz a compactação do solo, melhora a infiltração da água e diminui as perdas de solo e água por erosão em relação ao preparo convencional. Plantio Direto É um sistema de manejo do solo onde a palha e os restos vegetais são deixados na superfície do solo, sendo revolvido apenas no sulco onde são depositadas sementes e fertilizantes. Redução da erosão, melhoramento das condições físicas e de fertilidade do solo, aumento do teor de matéria orgânica, nutrientes e água armazenada no solo são alguma das vantagens do sistema. 20 CANAL, Jornal da Bioenergia Custos e cuidados Os custos da reforma equivalem a aproximadamente três vezes o custo de manutenção e tratos de soqueira, dependendo também do sistema adotado para cada ambiente de produção. Se houver a opção por investir em irrigação, os custos acabam superando R$ 10 mil por hectare. De acordo com Edgar, de forma geral são componentes do custo de renovação do canavial, além do preço da terra, o custo do preparo do solo, plantio e tratos culturais envolvendo diferentes insumos que vão desde corretivos de solo a defensivos para pragas, passando pelo custo de produção de mudas, fertilizantes e mão de obra. Nos processos de rotação de cultura, garante o pesquisador do IAC, Júlio César Garcia, a venda da soja, amendoim, girrasol etc, geram receitas que irão abater os custos de produção por ocasião do plantio da cana. Além de observar os custos, os especialistas do IAC e Esalq/USP enfatizam que é preciso seguir alguns cuidados. De acordo com Edgar Beauclair, para a agroindústria é importante ter uma produção de cana equalizada ao longo dos anos e ao longo da safra. “O planejamento da reforma precisa considerar as produtividades em cada corte e as áreas correspondentes para realizar uma boa produção de cana, suprindo as necessidades industriais que devem superar as necessidades agrícolas no caso de a cana pertencer à usina”, reforça. Ele orienta que, no caso dos produtores independentes, a análise deve ser feita com as estimativas de produção com e sem reforma, o tempo até a produção e os custos de cada opção. “Uma análise de investimento como outra qualquer”, destaca. Já para Carlos Eduardo, um bom preparo de solo seguido de um bom plantio caracterizam uma reforma de canavial bem feita. “Como as plantas satisfazem a maioria de suas necessidades através das raízes, o condicionamento para que o sistema radicular possa se desenvolver adequadamente é primordial para o sucesso da cultura”, revela. O pesquisador acrescenta que para a cana-de-açúcar e demais culturas perenes e semi-perenes esse preparo é ainda mais importante, já que as condições determinadas ficarão estabelecidas por um período de tempo maior. Sendo assim, práticas que minimizam a erosão e compactação do solo, como preparo mínimo e plantio direto, são formas de “manipular” o solo adequadamente. “O mapeamento da variabilidade, bem como práticas relacionadas à agricultura de precisão, vêm se mostrando como ferramentas de grande utilidade na agricultura, permitindo gerenciar a área de forma mais racional, gerando com isso benefícios não só econômicos, mas também ambientais”, constata. O pesquisador Júlio César, do IAC, alerta para a importância de cuidados técnicos, como a utilização de mudas sadias, livres de pragas e doenças, correto manejo na correção e adubação do solo, controle de pragas, doenças e plantas daninhas e número mínimo de gemas por metro, variando de 14 a 20 gemas. No campo Nas unidades do Grupo Cerradinho, a reforma do canavial tem sido feita de 5 em 5 cortes, em média, devido à queda de produtividade. Mas as usinas do grupo têm trabalhado, ultimamente, com o tráfego controlado, o que permite aumentar a longevidade dos canaviais para até 7 cortes. Alguns cuidados são tomados no momento da renovação, como eliminação da soqueira, para que não resulte em mistura de variedades na renovação, escolha de variedade adequada, época de colheita, conservação de solo, levantamento de pragas de solo e rotação de cultura. Já na Usina Jalles Machado, localizada em Goianésia (GO), a reforma é feita, em média, com 5 anos. De acordo com a gestora de Planejamento Agrícola, Pesquisa e Desenvolvimento, Patrícia Rezende Fontoura, primeiro é realizada a colheita da área, avaliada a produtividade, a brotação, o número de cortes, a distância média da área a ser reformada e, por fim, o ambiente de produção. “Com a renovação temos maior rendimento das máquinas e eficiência industrial, além da diminuição no uso de herbicida e inseticidas, pois as canas mais novas tendem a ser mais produtivas”, ressalta. Planejar para ganhar em produtividade divulgação/unica Em todas as áreas profissionais, planejamento tem sido palavra de ordem. No setor sucroenergético não é diferente. Para alcançar resultados satisfatórios, indústrias e produtores têm buscado esquematizar todas as ações, desde plantio e colheita, reforma, manutenção, estoque, transporte, logística etc. Percebendo a importância de se preparar para alcançar bons resultados, empresas têm investido em produtos e serviços específicos voltados para a área de planejamento. É o caso da Ilab Sistemas Especialistas, empresa que atua no desenvolvimento e implantação de sistemas de apoio à tomada de decisão, utilizando técnicas e ferramentas de otimização para resolução de problemas complexos de planejamento e alocação de recursos. A Ilab oferece no mercado programas de software, como o IREF – Planejamento de Reforma e Expansão – que ajudam o produtor ou industrial a programar a reforma, expansão e plantio do canavial em 10 anos ou mais, buscando atingir metas de produção agrícola e otimizando os custos totais envolvidos. Por meio do programa, é possível obter os volumes ideais de áreas para reforma, plantio e expansão em cada setor e ambiente de produção da lavoura, com a indicação das categorias de variedades a serem plantadas. O IREF possibilita ainda que o produtor possa prever os estágios de corte, indica o intervalo mínimo e máximo admissível de reforma, define percentual mínimo/máximo de plantio de uma variedade, restringe o plantio de uma variedade em um setor/ambiente, entre outros. CANAL, Jornal da Bioenergia 21 mercado bioenergia Saiba mais sobre o processo A caldeira recebe água tratada (desmineralizada) e biomassa e fornece vapor superaquecido para a turbina a vapor. A cogeração nas usinas sucroenergéticas é baseada no ciclo Rankine, que prevê a operação de turbinas a vapor comumente encontradas em estações de produção de energia. O trabalho é gerado ao vaporizar e condensar-se alternadamente um fluido. Caldeira de alta pressão da Sermatec Zanini em operação na Unidade Angélica do Grupo Adecoagro Caldeira de alta pressão da Caldema, primeira com faixa de pressão de operação 100 kgf/cm² e um tambor na Usina São José, em Macatuba Os principais equipamentos deste ciclo são: caldeira, turbina a vapor, gerador, condensador, bombas. A caldeira promove a combustão controlada e eficiente da biomassa. No processo de combustão há a transformação da energia química do combustível em energia térmica liberada nos gases de combustão. Ocorre, então, a troca de calor (radiação e convecção) entre os gases de combustão e os componentes da caldeira que resulta na produção do vapor superaquecido a alta pressão, que é direcionado para a turbina a vapor. Aquecendo as caldeiras O futuro verde aumenta o volume de vendas no mercado de caldeiras e torna o setor competitivo e rico em novidades Luisa Dias S e o futuro depende das energias renováveis, parte dele terá que passar pelos equipamentos chamados de caldeiras de alta pressão. São elas as grandes responsáveis pela combustão da biomassa no processo de cogeração de energia. Até o início deste ano, a instalação de novas caldeiras em usinas de cana-de-açúcar ainda era tímida por causa dos valores de venda da energia de biomassa, nos leilões realizados pelo governo. Mas a expectativa do mercado é que as vendas sejam alavancadas a partir do segundo semestre de 2011, já capitalizando o final da crise nos processos de aquisição, consolidação e abertura de empresas do setor sucroenergético e o compromisso brasileiro com a redução nas emissões de CO2. Atualmente, o setor sucroenergético já responde por 5% da energia do Brasil. Em 2010, o País exportou 1.100 MW médios para a rede elétrica nacional. Hoje, somente 22% das usinas do setor estão conectadas à rede elétrica como geradoras de energia. A capacidade instalada é muito maior, mas depende de investimentos dos empresários do setor na instalação de centrais de cogeração nos novos projetos e em plantas já existentes. Para instalar uma caldeira com capacidade de 67 kgf/cm2, o valor custa, em média, de R$2.700 a R$ 3.100 por Mwh instalado. Para uma caldeira de potência térmica de 298 MW, o investimento pode chegar a 1 milhão de reais, sem contabilizar os custos relativos às interligações com as redes de alta tensão, que variam de região para região, e da logística de cada unidade. 22 CANAL, Jornal da Bioenergia As caldeiras estão sendo projetadas e fabricadas para atender grandes capacidades de vapor gerado(t/h), pressões (kgf/cm²) e temperaturas(°C). As mais solicitadas no mercado, principalmente para as novas plantas, são as que possuem características para altas capacidades de produção de vapor por tonelada hora, para altas pressões e temperaturas, diz o coordenador comercial/marketing da Caldema, Alexandre Martinelli. “Pode-se dizer capacidade acima de 120t/h (de vapor gerado); pressão de operação igual ou acima de 44kgf/cm², podendo chegar a 120kgf/cm², e temperatura na faixa de 490 a 540°C.” O tempo médio para fabricação e instalação de uma caldeira nova, atualmente, é de 16 a 18 meses, dependendo da capacidade a ser instalada. Grandes empresas já atuam no setor com tecnologias inovadoras e diferenciais, que atraem mais interessados a cada dia na produção da bioenergia. Além dos equipamentos a serem instalados em novos projetos, há uma tendência de mercado de renovação das unidades de baixa pressão (21kgf/cm²), que foram fornecidas ainda no período do Proálcool. A questão da otimização, hoje, é de extrema importância na área industrial das usinas. De acordo com Martinelli, os grupos de investidores têm buscado layouts de usinas mais racionais e enxutos, evitando desperdício de recursos, principalmente os relacionados à manutenção e mão de obra. “Ao invés de várias caldeiras de baixas/médias capacidades, pressões e temperaturas, hoje é possível gerar a mesma quantidade de vapor, além de cogerar (exportar energia elétrica), com poucas caldei- Na turbina a vapor ocorre a transformação da energia térmica em energia mecânica, ou seja, a expansão do vapor promove a rotação da turbina e ,consequentemente, do gerador, acoplado à mesma. No gerador ocorre a transformação da energia mecânica em energia elétrica. caldema/divulgação sematec/divulgação O vapor remanescente da produção de etanol e açúcar é direcionado à parte de condensação da turbina a vapor onde ocorre a expansão final do vapor, chegando, geralmente, a 0,1 bar(a), o qual é direcionado ao condensador onde é condensado e direcionado, através de bombas, ao desaerador da caldeira. Fonte: Dedini ras de altas pressões, temperaturas e maior capacidade, obtendo-se, assim, uma eficiência maior, podendo uma planta ter apenas uma caldeira”, explica ele. A Caldema instala de 8 a 12 caldeiras por ano e é pioneira na fabricação de caldeiras na faixa de pressão de operação de 100 kgf/cm² e também na caldeira de um tambor para o setor sucroenergético. Para José Luiz Olivério, vice-presidente de Tecnologia e Desenvolvimento da Dedini, a produção de bioenergia é um mercado em expansão, o que deve acelerar a venda de caldeiras de alta pressão, pois a base energética do País deve ser reforçada com plantas utilizando combustíveis e sistemas alternativos para evitar crises no fornecimento energético brasileiro. “O que falta é uma política de incentivos, principalmente no caso do uso de combustíveis renováveis, que seguramente garantem a sustentabilidade de uma grande cadeia de investimentos e permite a menor emissão de gases poluentes para o bem do clima do nosso planeta”, conclui ele. A Dedini, atualmente, tem capacidade para instalar até duas unidades por mês. Para Guilherme Antoneli, Gerente do Departamento de Caldeiras da Sermatec Zanini, o mercado sucroenergético tende a se tornar cada vez mais qualificado tecnicamente e exigente. “Questões como sustentabilidade e segurança operacional certamente vão ter pesos cada vez maiores nas decisões, pois grandes grupos passam a atuar nesse segmento e muito deles oriundos do mercado petroquímico, onde esses temas já fazem parte da cultura do setor”, afirma ele. A capacidade produtiva da Sermatec Zanini é uma das maiores no setor de caldeiras, podendo fabricar de 15 a 20 equipamentos de alta pressão por ano. Avanços Além da troca das caldeiras menores por apenas um equipamento de maior pressão, outra novidade adotada pelas indústrias de fabricação de caldeiras é a utilização do leito fluidizado para queima de bagaço de cana. Esta é uma tecnologia de combustão usada em centrais termoelétricas, que consistem na suspensão de combustíveis sólidos em jatos ascendentes de ar duran- te o processo de combustão, originando assim uma mistura turbulenta de gases e sólidos. Esta agitação similar à de um fluido borbulhante aumenta a eficiência das reações químicas e a taxa de transferência de calor, o que aumenta a produtividade da cogeração. Segundo Olivério, da Dedini, também estão em evidência as técnicas de “Single Drum” (caldeira de um tambor) e a queima de palha e sorgo. Manutenção Além do investimento na instalação das caldeiras, as usinas que adotam a produção da energia a partir do bagaço de cana também precisam investir em manutenção, um item básico para a qualidade do produto gerado e a segurança dos colaboradores envolvidos. De acordo com Guilherme Antoneli, da Sermatec, a manutenção é extremamente importante, porque, quando feita com responsabilidade e planejamento, consegue garantir que o equipamento em questão execute o seu trabalho durante todo o período de safra sem que o seu proprietário tenha surpresas indesejáveis que afetam sobremaneira a produção industrial e, consequentemente, o orçamento da empresa. “O controle deve ser contínuo, ou seja, feito desde o período de operação, e não somente durante as paradas. A correta operação do equipamento certamente diminuirá os gastos financeiros com todo o processo da sua manutenção, aumentando também a vida útil e a confiabilidade da caldeira”, explica Antoneli. Além das verificações que comumente são realizadas nos principais componentes da caldeira propriamente dita, é muito importante que todos os equipamentos periféricos como ventiladores, bombas, motores elétricos, válvulas, visores de nível, sopradores de fuligem e instrumentação de controle também sejam inspecionados de acordo com as recomendações de seus respectivos fabricantes. As dicas são reforçadas por Olivério, da Dedini, que acrescenta ainda a manutenção da qualidade da água de alimentação, a execução da aferição/calibração anual das válvulas de segurança e a realização da inspeção anual de segurança, conforme a NR-13. Alexandre Martinelli, coordenador comercial/ marketing da Caldema Guilherme Antoneli, Gerente do Departamento de Caldeiras da Sermatec Zanini José Luiz Olivério, vicepresidente de Tecnologia e Desenvolvimento da Dedini CANAL, Jornal da Bioenergia 23 Cana-de-açúcar colheita Conab estima crescimento de 2,9% na produção de cana 2011/2012 Solenidade de abertura oficial foi realizada na Usina Boa Vista, em Quirinópolis (GO). Projeção de crescimento na produção é de 3,3% 24 CANAL, Jornal da Bioenergia P rodutores, autoridades e representantes de usinas, sindicatos e associações ligadas ao setor sucroenergético participaram da solenidade de abertura da safra de canade-açúcar 2011/2012 em Goiás, realizada no dia 6 de maio, na Usina Boa Vista, em Quirinópolis (GO), município a 300 quilômetros de Goiânia (GO). A safra foi aberta oficialmente pelo governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo, que fez questão de iniciar a colheita de cana na unidade, pertencente à Nova Fronteira Bioenergia, joint venture formada entre o Grupo São Martinho e a Petrobras Biocombustível. A projeção de 3,3% de crescimento para a safra estadual que se inicia é a mesma das duas últimas. O presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar e Etanol em Goiás (Sifaeg), André Luiz Rocha, considera que o índice ainda é tímido, porém maior que a média nacional. De acordo com o dirigente, a produção de cana-de-açúcar chegará a 48 milhões de toneladas, 3 bilhões de litros de etanol e 1,8 milhão de toneladas de açúcar. Para André Rocha, apesar de o aumento ser baixo, devido à falta de investimentos no setor, esses números devem consolidar o Estado como o segundo maior produtor de etanol no Brasil, atrás apenas de São Paulo, segundo lugar na cogeração de energia e quarto na produção de açúcar. Atividade Em Goiás, do total de 33 unidades em operação, 22 usinas iniciaram a colheita e moagem da cana antes da data de lançamento oficial da safra. A própria Usina Boa Vista iniciou a colheita e moagem uma semana antes da abertura da safra no Estado. Na unidade, que possui 200 fornecedores de matéria-prima, a previsão de moagem está em torno de 2,5 milhões de toneladas e produção de etanol na marca de 210 milhões de litros na safra 2011/2012. O crescimento é de 20%, se comparado à safra passada, quando a unidade registrou um total de 2 milhões de toneladas de cana moída. Segundo o presidente do Grupo São Martinho, Fábio Venturelli, apesar da projeção positiva, a unidade – que produz apenas etanol –, ainda não alcançou sua capacidade máxima de moagem, que é de 3,4 milhões de toneladas de cana. Por meio de investimentos de R$ 700 milhões previstos para ocorrer até a safra 2014/2015, a expectativa é de que a unidade alcance a marca de 7 milhões de toneladas moídas ao final desse período. Outra usina que iniciou a safra 2011/2012 antes do lançamento oficial foi a Jalles Machado, situada em Goianésia, a 170 quilôme- sílvio simões Fernando Dantas, Quirinópolis (GO) tros da capital goiana. Até outubro, a Jalles Machado pretende moer 2,6 milhões de toneladas de cana, produzir 105 milhões de litros de etanol e fabricar 3,7 milhões de sacas de açúcar. Oferta e demanda Para evitar o aumento de preços do combustível, como registrado nos últimos meses por causa da falta de produto no mercado, a solução, segundo representantes do setor, é investir no aumento da produção de cana no Estado. Para o diretor de etanol da Petrobras Biocombustível, Ricardo Castello Branco, existe a possibilidade de a procura ser maior que a oferta, já que, entre outros fatores, houve um crescimento no mercado de veículos flex em 10% no último ano, levando ao aumento do consumo de etanol. Apesar de produtores e usinas se esforçarem para atender a demanda do mercado, o cami- nho para que ocorra o equilíbrio de preços nas bombas, de acordo com Castello Branco, é investir exatamente no aumento da produção. Outro gargalo que prejudica todo o setor agrícola brasileiro são as condições das estradas. No evento de abertura, o governador Marconi Perillo (PSDB) aproveitou a oportunidade para adiantar o lançamento do projeto Rodovida, que será desenvolvido no Estado com o intuito de reconstruir e manter em boas condições as estradas que cortam Goiás. Com investimentos de R$ 1,5 bilhão, a perspectiva do governo é que até 3 mil quilômetros de estradas sejam reconstruídas em 2011, e não reformadas. Já para o final de 2012, o governador disse que serão mais de 5 mil quilômetros. Segundo ele, a medida trará maior segurança aos motoristas e incentivará o crescimento econômico em diversos municípios goianos. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que a produção de cana-de-açúcar no Brasil deverá alcançar a marca de 641,982 milhões de toneladas na safra 2011/2012. Com essa projeção, o crescimento da safra em relação à anterior será de 2,9%, em relação ao total de 623,905 milhões de toneladas da safra 2010/2011. A produção total de etanol na safra 2011/2012 será de 27,090 bilhões de litros, segundo cálculos da Conab. Esse valor representa queda de 1,83% em relação aos 27,595 bilhões de litros da safra 2010/2011. Já a oferta de açúcar deverá atingir a marca de 40,935 milhões de toneladas, alta de 7,25% ante as 38,168 milhões de toneladas da safra passada. unica/niels andreas Goiás inicia safra 2011/2012 CANAL, Jornal da Bioenergia 25 aquecimento global crédito de carbono Saiba Mais · Créditos de carbono São certificados que autorizam o direito de poluir. As agências de proteção ambiental reguladoras emitem certificados autorizando emissões de toneladas de gases poluentes. O sistema de créditos de carbono contabiliza a redução, por parte de uma empresa, da quantidade de emissão dos gases causadores do efeito estufa. · Mercado de carbono São mecanismos adotados por países industrializados para o cumprimento das metas do Protocolo de Kyoto. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é o que envolve a participação de países em desenvolvimento, objetiva a mitigação das emissões de gases nos países em desenvolvimento com investimento em tecnologias limpas, eficiência energética (racionalização do uso de energia), reflorestamento e outros, gerando créditos de carbono que podem ser vendidos. Negócios além da cana-de-açúcar A economia de baixo carbono é uma oportunidade para o Brasil, protagonista de uma história que tende ao sucesso Luisa Dias A cana do etanol, do açúcar e da bioeletricidade tem papel de destaque em outro mercado, onde protagoniza o pioneirismo brasileiro na venda de créditos de carbono. O controle dos efeitos do aquecimento global passa pelos canaviais e se torna uma grande oportunidade de negócios para o setor sucroenergético. No Brasil, 29 usinas vendem créditos de carbono de acordo com os preceitos da Política Nacional de Mudanças Climáticas (Lei n.º 12.187/2009 e Decreto n.º 7.390/2010), que lançou uma meta de redução entre 36,1% e 38,9% dos gases do efeito estufa emitidos no País até 2020. O cálculo foi feito a partir do Inventário Nacional de 1990-2005. A meta elevada, de quase 40%, visa controlar o aumento da temperatura da Terra ocasionado pela grande concentração de gases do efeito estufa, como o CO2 e o CH4. No mesmo prazo brasileiro, até 2020, a meta europeia é de reduzir em 20% as emissões. Com a nova legislação, várias empresas deverão implantar em seus processos produtivos mecanismos de mitigação das emissões ou, quando for necessário, comprar créditos de carbono para atingir a meta integral. Os créditos são vendidos pelo Mercado Brasileiro de Redução de Emissões e se tornaram uma boa moeda de negociação entre empresas e até países. Para o Brasil, a oportunidade cresce em várias áreas, incluindo o setor sucroenergético. Pelo Protocolo de Kyoto, apenas os países em desenvolvimento podem produzir créditos de carbono através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), e vendê-los aos países desenvolvidos com metas de redução de emissões já assumidas junto a Organização das Nações Unidas (ONU). A venda ocorre, em vários casos, há muitos anos no setor sucroenergético. O Grupo Jalles Machado, por exemplo, estabelecido em Goianésia (GO), desde 2001, vende créditos de carbono para o governo holandês, com quem desenvolve um projeto até 2014. Com iniciativas como esta, o objetivo da ONU é criar possibilidade de “limpeza” dos processos produtivos dos países já desenvolvidos, cujas mudanças seriam inviáveis economicamente e sob o viés do desenvolvimento sustentável. A Jalles Machado é a primeira empresa do setor a efetivar a comercialização de créditos de carbono. Possui o certificado do Bureau Veritas Quality International (BVQI), que a credencia para operar nesse mercado. A empresa irá gerar, até 2012, uma redução de emissões de 220 mil toneladas de CO2 e a receita será agregada aos seus projetos ambientais. A gestão de carbono coloca para os empresários do setor produtivo, em geral, duas questões: os riscos de crime ambiental e boas oportunidades de negócios. A economia de baixo carbono já atrai investidores e se torna, aos poucos, uma possibilidade real de ganhos ambientais aliados ao ganho de capital. Segundo o engenheiro mecânico Carlos Paletta, doutor em Energia, nenhum País do mundo usa a biomassa de forma mais eficiente do que o Brasil. “O Proálcool é o maior programa de biomassa existente e a evolução do setor sucroenergético em matéria de eficiência foi muito grande, nos últimos anos, impulsionado pelo nosso País”. A Política Nacional sobre Mudança do Clima indica que as emissões totais projetadas para 2020 no Brasil serão de 3.236 milhões de toneladas de CO2eq, compostas pelos seguintes setores: mudança de uso da terra, energia, agropecuária e processos industriais e tratamento de resíduos. Para o pesquisador, que é responsável por projetos e negócios sustentáveis desde 1996, a cogeração de energia através do bagaço de cana é o mais importante meio de geração de créditos de carbono pelo setor sucroenergético atualmente e deve ser o foco do mercado na década atual, tanto pela produção da eletricidade quanto pela contribuição com o MDL. Além dos projetos de cogeração, o setor tem papel importante na produção do etanol, combustível mais limpo. Tecnologia Nacional A cogeração de energia é feita através da geração de vapor em alta temperatura e pela passagem em sistemas de turbinas de contrapressão ou condensação. “Hoje temos turbinas produzidas no Brasil e que garantem até 5% a mais de eficiência industrial.” Apesar de um custo até 20% superior aos modelos tradicionais, esses equipamentos representam apenas 5% do valor total do projeto e podem trazer maior ganho produtivo, explica o consultor. Outra novidade no setor é o condensador evaporativo, que consome menos água e menos energia elétrica e ainda possibilita o uso de qualquer tipo de água vinda do processo produtivo da usina. “As turbinas e os condensadores mostram que o Brasil possui equipamentos e tecnologias modernas e eficientes para melhorar o patamar de cogeração de energia e capturar mais créditos de CO2”, afirma Paletta. Os investimentos em energias limpas cresceram 30%, em 2010, em todo o mundo, e chegaram aos US$ 243 bilhões. No ranking de países com mais investimentos, o Brasil figura em sexto lugar com US$ 7,6 bilhões e tem gerado cerca de 14 GW/ano em energias renováveis. Dos investimentos, 40% foram destinados para os biocombustíveis, 31% para a energia eólica e 28% para outras fontes, incluindo a cogeração pelo bagaço da cana-de-açúcar. “Levamos um baile da energia eólica, que produz tudo com equipamentos importados, mas têm mais facilidade de instalação”, explica Paletta. Atualmente, o Brasil possui 239 usinas de cana-de-açúcar que produzem bioeletricidade, responsáveis pela geração de 2.925 MW/ano. Projetos De acordo com o engenheiro elétrico e doutor em mudanças climáticas, Francisco Maciel, os empresários precisam estar atentos para a operacionalização do Protocolo de Kyoto para se manterem na vanguarda das negociações. “Todas as discussões sobre economia de baixo carbono nasceram aqui, na Eco 92, e o Brasil precisa se manter protagonista desta história”. Para quem irá se aventurar no mercado de carbono ele indica seguir a metodologia proposta pela ONU e, em seguida, realizar sua validação. Em média, um projeto leva de 12 a 18 meses para ser aprovado. “Para começar, o investimento é de 75 mil reais. É um negócio complexo, que depende dos acordos, do governo. Não é barato. Custa muito caro, mas há a possibilidade de ganhos reais.” Para a advogada Danielle Limiro, consultora de projetos de baixo carbono, a legislação brasileira impõe um caminho sem volta no sentido de evitar maiores mudanças climáticas no Brasil. “O País estabeleceu regras e deverá cumpri-las. Para isso, é essencial que as empresas façam seus planejamentos”. Ela explica que já existem incentivos, como linhas de financiamento para projetos de baixo carbono. “O setor sucroenergético, com a cogeração e a oferta do biocombustível, são facilitadores deste processo”, conclui. “A falta de informações, tanto do setor público como privado, ainda é um problema a ser superado no mercado brasileiro e na América Latina em geral para que a demanda existente no mercado seja atendida”, explica a advogada, que é autora do livro Créditos de Carbono: Projetos de MDL e Protocolo de Kyoto (Editora Juruá). Oportunidade De acordo com o superintendente-executivo do Sindicato de Fabricação de Etanol e Açúcar de Goiás (Sifaeg), José Mauro de Oliveira Ferreira, o meio ambiente é a “razão de ser” do setor e, no caso da entidade, ele afirma que todos os esforços têm sido feitos através da Comissão de Meio-Ambiente, que se reúne mensalmente e busca dividir experiências positivas entre as usinas associadas. A Comissão foi responsável pela realização do evento “Oportunidades com mudanças climáticas no Setor Sucroalcooleiro em Goiás”, realizado na Fieg no dia 27 de abril. Para o gerente de Gestão e Proteção Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Goiás, Sérgio Martins, a parceria entre o setor produtivo e o setor ambiental é essencial para “minimizar problemas existentes e garantir o crescimento sustentável do Estado e do País”. Em breve, novas usinas do Estado vão receber projeto piloto do Simehgo (Sistema de Meteorologia e Hidrologia do Estado de Goiás) com instalação de sensor de CO2 para mostrar o impacto da atividade na redução das emissões. Setores e fontes de atividades aceitos pelo MDL Iniciativa Setor Fontes de Atividades ReduçãoEnergia Queima de combustíveis: indústria de energia; indústria de transformação; indústria de construção; transporte; outros setores Emissões fugitivas de combustíveis: combustíveis sólidos; petróleo e gás natural Processos Industriais Produtos minerais; indústria química; produção de metais; produção e consumo de halocarbonos e hexafluoreto de enxofre; uso de solventes; outros Resíduos Deposição de resíduos sólidos; tratamento de esgoto sanitário; tratamento de efluentes líquidos; incineração de resíduos; outros Remoção Solo (uso, transformação e florestamento)Florestamento e reflorestamento; plantações; agroflorestamento Fonte: UNFCCC, 1997. 26 CANAL, Jornal da Bioenergia CANAL, Jornal da Bioenergia 27 Onde o foto: canindé soares sol brilha o ano todo fernando dantas Praia da Redinha, no litoral Norte: antiga vila de pescadores em parte coberta com vegetação típica da região. As subidas e descidas do Morro do Careca foram proibidas no fim da década de 90, por causa da erosão. Por esse motivo, o turista tem que se contentar em apenas visitar e registrar o momento através de fotos. Deixando Ponta Negra, o visitante pode percorrer a Via Costeira, via expressa e litorânea, de aproximadamente 10 quilômetros, que faz ligação da zona sul ao leste de Natal. Lá é possível visualizar a imensidão do Oceano Atlântico e é onde estão luxuosos hotéis de 4 e 5 estrelas, o Parque das Dunas – área verde preservada - , e o Farol da Mãe Luiza, que recebeu o nome em homenagem a uma velha parteira da cidade. Depois de passar pela via, o próximo ponto é a Praia do Meio, que abrange a Praia do Forte – ao redor do forte dos Reis Magos – Praia dos Artistas e Areia Preta. O local é bastante frequentado por banhistas e surfistas, pois as praias são cortadas por recifes e, quando a maré baixa, formam-se piscinas naturais. Os hotéis ao longo da avenida principal da Praia do Meio são mais baratos que os de Ponta Negra. Na época do réveillon, o local é tomado por turistas e moradores da cidade que prestam homenagens e fazem pedidos a Iemanjá, por causa da imagem da rainha do mar na praia. Uma curiosidade da Praia dos Artistas, que integra a do Meio, é que o local recebeu esse nome por ter sido espaço de manifestações artísticas de ídolos das décadas de 20 e 30. Pela proximidade, o ideal é visitar as praias que integram a do Meio no mesmo dia, e conhecer a Fortaleza dos Reis Magos, também um dos principais cartões-postais da cidade. Marco da colonização portuguesa no Estado, teve sua construção iniciada em 1598, e chegou a ser ocupado por holandeses entre 1633 e 1654. Está localizado nas proximidades do encontro do Oceano Atlântico com a foz do Rio Potengi. Só atravessar a ponte Praia para visitar é o que não falta em Natal. Então, o turista não pode deixar de, pelo menos, dar uma passada pela Praia da Redinha, localizada no litoral Norte, no lado oposto da margem do Rio Potengi. Com a nova ponte construída na cidade, que é local importante para visualizar a parte norte e sul de Natal, a distância de Redinha à Praia dos Artistas é de apenas 6 quilômetros. Antiga vila de pescadores, Redinha mantém tradições dos antigos moradores da região. Entre as principais atrações estão o velho Mercado Público, a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, construída com pedras retiradas dos arrecifes, e o Aquário Natal. Se passar pelo velho mercado, o visitante deve se render à tradição e degustar “Ginga com Tapioca”, uma manjuba servida frita que vem no palito. Para quem não sabe, manjuba é um peixe pequeno que pode ser frito também no azeite de dendê. Depois de apreciar um prato da região, a dica é visitar o Aquário. São cerca de 60 espécies de animais, como tubarão, moreias, peixes de corais, cavalos marinhos, além de jacarés, pinguins, pirarucu, entre outros. Fernando Dantas Natal Brasília 2.507 quilômetros Goiânia 2.619 quilômetros Rio de Janeiro 2.625 quilômetros São Paulo 2.947 quilômetros 28 CANAL, Jornal da Bioenergia Com pouco mais de 800 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, Natal recebe cerca de 2 milhões de turistas por ano, sendo que, desse total, 30% são de estrangeiros. Por experiência própria – visitei várias vezes e até morei na cidade - posso dizer que motivos não faltam para conhecer a capital brasileira mais próxima do continente europeu. Antes de falar das praias, atiço a curiosidade apresentando um pouco as guloseimas e os pratos típicos da capital potiguar. Natal é líder na produção de camarão, o que torna esse “fruto do mar” um dos principais ingredientes da culinária local. Risoto, bobó, à milanesa, são incontáveis as misturas feitas com o produto. Tem também a caranguejada, que utiliza o crustáceo cozido com leite de côco e diversos temperos. Se ainda não está com água na boca, pense na tradicional carne de sol da região, que é exportada para outros Estados. Pedido nos restaurantes e bares, o prato, em geral, vem em porções generosas – para três ou quatro pessoas –, acompanhado por arroz, feijão verde, macaxeira e farofa ou paçoca. Mas além da comida típica, o turista pode desfrutar de pratos de várias regiões do Brasil nos diversos restaurantes espalhados pela cidade. Sombra e água de coco fresca Que tal começar por Ponta Negra o passeio pelas praias de Natal? Com cerca de quatro quilômetros de extensão litorânea, Ponta Negra é a praia mais frequentada da capital potiguar e tem particularidades que só quem já visitou sabe dizer. Para começar, o nascer e o pôr do sol são de encher os olhos. O resultado disso é que, a partir de 5 horas da manhã e no final do dia, por volta de 17 horas, a praia fica lotada de turistas e moradores, que aproveitam o cenário para caminhar, conversar e tomar água de coco. Outro atrativo da região é o Morro do Careca, um dos principais pontos turísticos e cartões-postais de Natal. O morro é um patrimônio natural da cidade, formado por duna de 107 metros de altura CANAL, Jornal da Bioenergia 29 não deixe de conhecer Centro de Turismo O turista pode encontrar lembranças e peças artesanais da região no prédio que já foi um presídio. São várias lojas de artesanato e souvenirs, galeria de arte, restaurante, bares e eventos, como o Forró com o Turista. A arquitetura original foi toda restaurada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Está localizado próximo à Praia do Meio. Farol da Mãe Luiza, nome dado em homenagem a uma antiga parteira da cidade Um pouco de história Fundada em um dia de Natal, em 25 de dezembro de 1599, o nome do município tem origem no latim natale. Historicamente, a cidade teve grande importância na Segunda Guerra Mundial, em 1942, durante a Operação Tocha, já que os aviões da base aliada americana se abasteciam com combustível no lugar que hoje é o Aeroporto Internacional Augusto Severo, sendo classificada como "um dos quatro pontos mais estratégicos do mundo" pelo Departamento de Guerra dos EUA, junto com Suez, Gilbratar e Bósforo. Teatro Alberto Maranhão Localizado na Ribeira, bairro mais antigo de Natal, o Teatro Alberto Maranhão foi construído no final do século XIX e resguarda linhas e traços da arquitetura francesa da época. O monumento é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Rio Grande do Norte. Reza a lenda em Natal que o termo forró surgiu por lá. Segundo relatos históricos, os americanos, na época da segunda guerra mundial, vieram para o Brasil para a construção da base americana de Natal. Para facilitar a convivência com o povo nordestino realizavam aos fins de semanas festas dançantes para a comunidade, conhecidas como festa para todos, que em inglês significa "for all". Com o intuito de facilitar a pronúncia, os brasileiros passaram a falar forró. Assim o estilo de música e dança da época foi batizado dessa forma. Touros Pirangi Com acesso pela BR 101, situado a 106 quilômetros de Natal, o município de Touros abriga o primeiro registro da posse dos portugueses na costa do Rio Grande do Norte. Datado de 1501, o marco de Touros é um Patrimônio Nacional. Entre as atrações de Touros encontramos o Farol do Calcanhar, seu animado Carnaval, seu artesanato e a Igreja do Bom Jesus dos Navegantes. O símbolo da Praia de Pirangi, localizada a 20 quilômetros de Natal, é o maior cajueiro do mundo, que está até registrado no Guinness Book. A árvore cobre uma área de aproximadamente 8,5 mil metros quadrados, com um perímetro de aproximadamente 500 metros e produz cerca de 80 mil cajus por ano. O cajueiro foi plantado em 1888, por um pescador chamado Luiz Inácio de Oliveira. Ele morreu, com 93 anos de idade, sob as sombras do cajueiro. Litoral Sul – Pipa Barreira do Inferno Primeira base de lançamentos de foguetes da América Latina, a Barreira do Inferno tem esse nome por estar no alto de uma falésia altíssima, de cor avermelhada. Atualmente, são realizadas pesquisas espaciais no local e visitas, com horário marcado, são permitidas. fotos: canindé soares Litoral Norte – Genipabu 30 CANAL, Jornal da Bioenergia Localizada a 80 quilômetros de Natal, Pipa é o point ideal para quem busca calmaria e belezas estonteantes. O cenário é formado por falésias, águas claras, calmas e mornas, e até mirante com vista exclusiva da Baia dos Golfinhos, pequena enseada onde os animais se aproximam da praia em busca de cardumes de peixes e ficam até ao lado dos banhistas. Originalmente uma aldeia de pescadores, o local Búzios Águas cristalinas, esverdeadas e convidativas. Assim pode ser resumida a Praia de Búzios, que está situada no município de Nisia Floresta, a 20 quilômetros de Natal. As águas são revoltas, mas há uma enseada chamada Pirambuzios, de águas calmas que servem de lazer e descanso, além de reunir praticantes de windsurfe e kitesurfe. Percorra o litoral do RN Se tempo é o que não falta, não se contente em ficar apenas na capital potiguar, conheça os arredores de Natal também. São municípios que possuem praias paradisíacas, calmaria e costumes da vida do interior. Conheça os principais pontos: Memorial Câmara Cascudo O prédio que já serviu à Tesouraria da Fazenda e ao Quartel General do Exército Nacional hoje abriga o Memorial. Normalmente é sede do Encontro de Cultura Popular, que ocorre durante as comemorações da Semana do Folclore e possui biblioteca com livros do acervo pessoal de Câmara Cascudo. foi tomado por imigrantes de todas as partes do mundo, que ao conhecerem as paisagens, não resistiram e fixaram moradia. Para o turista desavisado, esse é um risco que se corre. Apaixonar-se por Pipa e não querer voltar. Existe por lá até a Praia do Amor, de mar aberto e ondas fortes, onde se concentra surfistas de todo o Brasil. Pipa possui completa estrutura de hotéis, pousadas e áreas de camping. À noite, o local se torna ponto para degustar comidas típicas da região nos bares localizados na avenida central. Impossível ir até Natal e não conhecer um dos principais cartões postais do Rio Grande do Norte: Genipabu. Localizada a 25 quilômetros da capital do Estado, no município de Extremoz, litoral Norte do RN, o Parque Turístico Ecológico Dunas de Genipabu possui dunas imensas e móveis – isso mesmo, elas se movem pela ação do vento -, brisa do mar constante e uma lagoa de água doce, que recebe diversos turistas interessados no esquibunda. Essa prática é mais do que conhecida, trata-se da descida nas dunas em cima de pranchas de madeiras até cair no lago. Fica até difícil se contentar em descer apenas uma vez. Outra atração bastante requisitada nas dunas de Genipabu é o passeio de buggy. O turista que participa da atividade, de prontidão já tem que responder a pergunta do guia: com ou sem emoção? Se gosta de aventura, não perca a oportu- nidade e peça com emoção. Sabe aquele friozinho na barriga quando a gente passa em uma lombada. Multiplique por diversas vezes e você entenderá o friozinho que o passeio “com emoção” pode causar. E não se preocupe. Segurança é palavra de ordem nos passeios. Genipabu também oferece opções exóticas para o turista. Que tal subir na corcova de um dromedário e conhecer melhor as dunas e paisagens da região?! Lá é possível. O animal pode levar duas pessoas por vez e a voltinha leva entre 10 e 15 minutos. Dá tempo até de tirar fotos montado no animal. Mas uma dúvida básica: por que Genipabu? O nome deriva do tupi “jenipa-bu”, que significa local onde se encontra jenipapo, fruta típica da região. Maracajaú Há quem diga que Maracajaú é o caribe do Rio Grande do Norte. O motivo são as águas cristalinas e parrachos, recifes de corais a sete quilômetros que abrigam centenas de espécies da fauna e flora oceânica. Localizado a 60 quilômetros de Natal, O turista tem a oportunidade de mergulhar nas piscinas naturais que se formam próximas da praia e ainda levar um registro para casa. CANAL, Jornal da Bioenergia 31 fotos: divulgação ETH Bioenergia lança mais um programa socioambiental A ETH Bioenergia lançou em abril o Programa Energia Social para a Sustentabilidade Local no município de Perolândia – GO. O objetivo do programa é levar aos municípios próximos à empresa, ações e investimentos para elaboração de projetos socioambientais. O Programa Energia Social já foi lançado nos Estados de São Paulo, Goiás e do Mato Grosso do Sul, onde a ETH possui outras unidades de bioenergia em pleno funcionamento. Compareceram à solenidade, realizada na Câmara Municipal, o prefeito de Perolândia, Paulo Pereira de Lima, vereadores da cidade e representantes da ETH Bioenergia. O evento reuniu cerca de 200 pessoas. O Programa visa integrar a empresa, o governo local e a comunidade no desenvolvimento das atividades propostas, que abrangem áreas como educação, cultura, saúde, segurança e preservação ambiental. A ETH Bioenergia é uma empresa da Organização Odebrecht que atua no mercado etanol, energia elétrica e açúcar e avança na produção de etanol e energia à partir da biomassa. Galvão Energia aposta na produção de energia eólica A Galvão Energia já adquiriu 40 novas turbinas de energia eólica modelo V-100 2 MW da empresa Vestas Wind Systems e está negociando mais sete do mesmo modelo, o que totalizará 47 novos equipamentos para os projetos Olho D'Água, São Bento do Norte, Boa Vista e Farol, todos localizados no Rio Grande do Norte. Os equipamentos já adquiridos serão entregues até o terceiro trimestre de 2012 e devem começar a funcionar ainda no mesmo ano. O contrato já assinado prevê que a Vestas será responsável pelo fornecimento, instalação, comissionamento, assistência técnica e manutenção das turbinas eólicas. De acordo com Otávio Silveira, diretor presidente da Galvão Energia, a parceria com a Vestas vai ajudar a potencializar as instalações de energia eólica. Carpal Tratores firma parceria com a indústria Santal Equipamentos O crescimento da participação da cana-de-açúcar no cenário do agronegócio goiano vem motivando a empresa Carpal Tratores Ltda a investir e focalizar cada dia mais o setor sucroenergético. Pesquisa comprova eficiência da peneira rotativa à pressão Ford lança nova geração de caminhões A Ford lança no mercado sul-americano a linha Novo Cargo 2012 (foto), com onze modelos, cinco das quais com a opção de cabine-leito. Com vendas disponíveis desde o mês de maio, os caminhões reúnem design moderno, qualidade, conforto, desempenho, funcionalidade, versatilidade e preços competitivos. Com caminhões na faixa de 13 a 31 toneladas de peso bruto total, e com capacidade máxima de tração de até 63 toneladas, o Novo Ford Cargo é um projeto global que foi desenvolvido nos estúdios de design e centro de engenharia de Camaçari, Bahia, e de São Bernardo do Campo e Tatuí, em São Paulo, com intensivo suporte das unidades dos Estados Unidos e Europa. A sua concepção teve como base as pesquisas e os testes realizados na América do Sul, o que resultou num produto apto para diferentes mercados. "Este é um momento muito importante para a Ford Caminhões, uma marca pioneira na América do Sul. Lançamos uma linha completa de caminhões como parte dos investimentos de R$ 670 milhões que estamos realizando até 2013 na Operação de Caminhões. O Novo Ford Cargo vai surpreender o mercado por exceder os requisitos desejados nesse crescente segmento de mercado", diz Marcos de Oliveira, presidente da Ford Brasil e Mercosul. Beleza e funcionalidade A nova linha é formada pelos modelos Cargo 1317, Cargo 1517, Cargo 1717, Cargo 2622, Cargo 2628, e Cargo 3132, com cabine-regular; e Cargo 1722, Cargo 2422, Cargo 2428, Cargo 1932R e Cargo 1932, com cabine-regular ou cabine-leito. O Novo Ford Cargo apresenta linhas modernas e bonitas, mas também robustas e funcionais. A modernidade está em evidência nas linhas limpas e no desenho que emprega a chamada linguagem Kinetic Design da Ford, que busca dar uma sensação de movimento ao veículo, mesmo com ele parado. A robustez está presente no uso de materiais de alta resistência, no para-choque forte e nas caixas de rodas encorpadas. O aspecto funcional é apresentado na aerodinâmica, no capô de fácil acesso, no basculamento de 60 graus e rápida operação e no interior totalmente criado para facilitar a vida do motorista. "A criatividade de nossos designers partiu de um conceito fundamental: desenhar uma cabine totalmente nova, entendendo as necessidades dos frotistas e motoristas autônomos. Sabemos que eles desejam um caminhão prático, funcional e com o valor agregado do design. Além disso, buscamos manter a identidade do Cargo, que sempre se destacou pela ampla área envidraçada", explica João Marcos Ramos, chefe de Design da Ford América do Sul. Desempenho e segurança A Nova Linha Cargo é equipada com os motores Cummins de 4 e 6 cilindros, reconhecidos pela robustez, durabilidade, economia e baixo custo de manutenção. Ela recebeu as novas transmissões Eaton das famílias FS, de seis marchas com primeira sincronizada, e FTS, com 13 marchas, totalmente sincronizadas. Todos os modelos trazem ainda embreagem mais robusta e durável e novo acionamento da transmissão por cabo, que torna os engates mais leves, suaves e precisos. O eixo traseiro 6x4, da Arvin Meritor, tem carcaça robusta e é de alta durabilidade. A suspensão dianteira é calibrada para oferecer maior conforto, junto com a nova suspensão da cabine. O Novo Cargo oferece segurança ativa e passiva. Os freios trazem uma nova válvula APU, com pórticos adicionais para a instalação de acessórios. A suspensão traseira é de alta resistência e forma um dos melhores conjuntos do mercado. A Equilíbrio apostou no desempenho de um dos seus últimos desenvolvimentos e investiu num estudo minucioso para trazer ao mercado resultados comprovados de ganho produtivo com a utilização do equipamento no processo de produção do etanol. O produto em questão é a peneira rotativa à pressão (P.R.P), construída para contribuir com a redução da quantidade de impurezas do caldo misto aumentando a produtividade da planta. No processo, a P.R.P é instalada após a peneira rotativa de caldo misto que faz o primeiro peneiramento. O segundo peneiramento é feito pela peneira à pressão, que realiza o refinamento dos sólidos retidos antes do caldo seguir para o decantador e/ou dornas. A pesquisa liderada pela Fermetec, consultoria especializada em fermentação alcoólica e controle laboratorial para a produção de açúcar e etanol, foi realizada na destilaria Rio do Cachimbo/MG que opera com uma peneira rotativa de caldo misto de abertura 0,3mm e com uma P.R.P que apresenta uma abertura de 0,15mm ou aproximadamente 100 mesh. Foram feitas análises de coleta de caldo para verificação de pH, impurezas e plaqueamento antes e após a instalação da P.R.P com eficiência na retenção de impurezas de aproximadamente 60%. Na etapa de verificação de impurezas, foi constatada uma redução de 2,52% para 1,04% que permitiu ganhos no setor de peneiramento e diminuição do retorno de caldo para as moendas. De acordo com a Equilíbrio, os números são representativos, sobretudo porque hoje não existe no mercado equipamento semelhante capaz de retirar essa mesma quantidade de sólidos nesta etapa do processo. Já na coleta de mosto, a redução de impurezas contribuiu com o processo de fermentação nas dornas que passaram a trabalhar com um menor volume de fermento, possibilitando redução de custos para a usina com levedura que passa a ser reutilizada mais vezes. A análise mostrou ainda que, com o mesmo volume de levedo tratado se consegue mais levedura e menos impurezas, consequentemente o volume pé/ vinho pode ser menor. Este menor volume pé/vinho acaba apresentando a mesma quantidade de levedura, pois está com menos impurezas e maior quantidade de levedura viva. A empresa, que este ano completa 50 anos de atuação no mercado – estabeleceu em 2010 parceria com a indústria brasileira Santal Equipamentos S/A Comércio e Indústria, primeira fabricante nacional de maquinário para mecanização agrícola no setor canavieiro, como distribuidor de seus produtos (carregadora, colhedora, transbordo) no Estado de Goiás. Com a parceria firmada, a Carpal Tratores espera atender cada vez mais o mercado sucroenergético, por poder oferecer às usinas e prestadores de serviço tratores New Holland – marca que representa desde sua chegada ao Brasil – e as colhedoras e implementos Santal. A direção da empresa informa, satisfeita, que os resultados da parceria já começaram a aparecer e que grandes vendas já foram realizadas; destacando-se as vendas recentes para a RR Serviços, prestadora de serviços para a Goiasa Goiatuba Álcool Ltda, do Grupo Construcap; e para a Icana Serviços Agrícolas Ltda, prestadora de serviços para a Usina Jalles Machado sediada em Goianésia e Denusa Destilaria Nova União, sediada em Jandaia. Basf lança site da Unidade de Proteção de Cultivos A Unidade de Proteção de Cultivos da Basf colocou no ar um site novo, mais dinâmico e de fácil navegabilidade. Dentro do site, o catálogo de produtos possibilitará que produtores e outros profissionais da área consultem informações técnicas sobre as soluções que a Basf disponibiliza para o mercado agrícola. Os internautas também terão acesso a informações climáticas, notícias, campanhas e links para as mídias sociais em que a empresa está presente. “Nosso objetivo é oferecer aos usuários da Internet uma plataforma web de fácil navegabilidade e dinâmica. Além disso, é importante para a Basf que todos seus canais de comunicação estejam alinhados com a identidade visual da empresa”, explica a gerente de Comunicação e Serviços de Relacionamento com o Cliente, Adriana Boock. O já consagrado vídeo “Um Planeta Faminto e a Agricultura Brasileira” será destaque no novo site. Com dados tangíveis e comparações didáticas, a animação mostra à sociedade a evolução da agricultura brasileira na produção de alimentos para a crescente população mundial. Para jornalistas, a nova página terá uma Sala de Imprensa com informações de interesse deste público, atualizadas constantemente. Os internautas poderão acessar a plataforma totalmente reformulada por meio do endereço: www.agro.basf.com.br. Brumazi fornece circuito de bagaço para ETH Bioenergia A Brumazi vendeu para a ETH Bioenergia um circuito de bagaço para a unidade Costa Rica, no Mato Grosso do Sul. O sistema de transporte fabricado pela Brumazi consiste em um circuito para transporte e movimentação de bagaço completo, que tem aproximadamente 500m lineares de transportadores entre esteiras metálicas, de borracha e moega. Estes equipamentos fazem parte do sistema de cogeração de energia e tem a capacidade de 300 toneladas por hora. Sua função é alimentar as duas caldeiras e armazenar o excedente para, quando necessário, retornar para a caldeira através da moenda e esteira de retorno. O sistema de transporte está previsto para entrar em operação em julho de 2011. www.ionixnet.com.br 32 CANAL, Jornal da Bioenergia CANAL, Jornal da Bioenergia 33 selman alencardivulgação projeto de lei votação Código Florestal é aprovado na Câmara H á dois anos, as discussões sobre o projeto de lei 1876/99, de autoria do deputado Aldo Rebelo (PC do B/SP), que propõe alterações no marco legal que regulamenta o uso da terra no País, o Código Florestal, se intensificaram e movimentaram o cenário agrícola e ambiental no Brasil. Após passar por mais de 120 audiências, o projeto foi votado e aprovado na Câmara dos Deputados, em sessão extraordinária realizada no dia 24 de maio. Dos 474 parlamentares presentes, 410 votaram a favor do substitutivo, 63 foram contra e houve uma abstenção. Agora, o projeto terá um novo caminho a percorrer. Primeiro precisa ser aprovado no Senado para depois passar pela sansão da presidente da República, Dilma Rousseff. Caso haja alguma mudança, o projeto retorna para a Câmara para nova apreciação do item. Mesmo se aprovado pelas duas Casas (Câmara e Senado), a proposta ou aspectos pontuais do projeto ainda podem ser vetados pela presidente. Também foi aprovada a emenda 164, que dá aos Estados, por meio do Programa de Regularização Ambiental (PRA), o poder de estabelecer outras atividades que possam justificar a regularização de áreas desmatadas. Por meio da emenda, o artigo 8º, do projeto original, foi alterado e prevê que o uso do solo por atividade de utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto serão previstas em lei e, em todos os casos, devem ser observados critérios técnicos de conservação do solo e da água. 34 CANAL, Jornal da Bioenergia Principais pontos que mudam com a aprovação Metragens de APPs As medidas de matas ciliares (Áreas de Preservação Permanente) de margem de rio foram mantidas. O texto mantém em 30 metros a área de proteção de terreno que margeie um rio com até 10 metros de largura. No entanto, os proprietários que não estiverem com a área mínima de 30 metros preservada serão obrigados a recompor a mata ciliar em até 15 metros. A faixa de terreno à margem do rio que deve ser preservada varia conforme a largura do rio. Anistia e regularização Aqueles proprietários que tiverem multas, mas que decidirem regularizar seu imóvel recuperando as APPs e a Reserva Legal terão a multa suspensa. De acordo com o projeto, para conseguir a suspensão, o proprietário rural deverá procurar o Órgão Ambiental e aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), a ser instituído pela União e pelos Estados. Os interessados terão um ano para aderir, mas esse prazo só começará a contar a partir da criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), o que deverá ocorrer em até 90 dias da publicação da futura lei. Todos os imóveis rurais deverão se cadastrar. Em Goiás, por exemplo, a regularização e anistia poderão ser divididas em três grupos: primeiro os produtores que abriram suas áreas antes de 1989, quando a legislação ainda não previa a exigência da averbação da Reserva Legal. Esses produtores terão segurança jurídica e estão livres da recomposição ou compensação das áreas. No segundo grupo entram produtores que abriram suas áreas entre 1989 e 22 de julho de 2008. Esses produtores terão suas atividades consolidadas, mas deverão recompor ou compensar a área desmatada, desde que seja no mesmo bioma. No terceiro grupo estão os que desmataram depois de 22 de julho de 2008. Esses estão fora do projeto de Lei do novo Código Florestal e estão sujeitos a todas as medidas punitivas como embargo, multas e a própria obrigação da retirada da atividade produtiva das áreas não permitidas pela lei. Cota de reserva Quem tiver Reserva Legal em excesso poderá emitir a Cota de Reserva Ambiental (CRA). Essa Cota será um título que representará o mesmo tamanho da área que deveria ser recomposta. A emissão da cota será feita pelo órgão ambiental a pedido do dono da terra preservada com vegetação nativa ou recomposta em área excedente à reserva legal devida em sua propriedade. Esse título poderá ser cedido ou vendido a outro proprietário que tenha déficit de reserva legal. O proprietário da terra que pedir a emissão do CRA será responsável pela preservação, podendo fazer um plano de manejo florestal sustentável para explorar a área.