"Somos uma pequena economia demasiado fechada", diz
presidente da AEP
Margarida Cardoso
Portugal é, a seguir à Grécia, o país da UE onde o peso das exportações no PIB é
mais baixo, alerta José António Barros.
O presidente da Associação Empresarial de Portugal, que falava na Âlfandega, no
Porto, no seminário da AICEP no âmbito da Semana Europeia das PME - Pequenas
e Médias Empresas, salientou que desde a adesão à União Europeia, a parcela da
produção nacional exportada "aumentou uns meros 3,3 pontos percentuais, de
31,3% para 33,6%".
É uma evolução que o dirigente associativo compara com os números da Áustria,
onde as exportações passaram de 35% para 60% do PIB entre 1995 e 2008.
Na sua intervenção, José António Barros manifestou, ainda preocupação pela
"excessiva concentração das nossas exportações num número reduzido de
empresas". Os números que apresentou, relativos a 2006, mostram que em 350 mil
empresas nacionais, apenas 28 mil tinham clientes no exterior e, neste grupo, as 20
maiores representavam 30% do valor das exportações.
Apontando o impacto do desequilibrio da balança comercial na dívida externa do
país, o presidente da AEP sublinha que "quase metade do desequilibrio externo
português é já devido aos rendimentos líquidos pagos ao exterior, que
correspondem, na sua esmagadora parte, a rendimentos de capital".
Face a este diagnóstico, a AEP considera que a melhoria do saldo comercial exige
ganhos de produtividade, "num contexto de moderação salarial", mas que mais do
que produzir de forma eficaz, Portugal tem, também, de "vender eficazmente" e
diversificar mercados.
É um cenário que exige a redução da dependência nacional da União Europeia, que
chegou a superar 80% das exportações e onde o caminho sugerido pela AEP
aponta alternativas como Angola, Singapura, Brasil e Rússia, países para onde as
exportações nacionais cresceram já entre 20% a 30% em 2008.
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