CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ
FACULDADE CEARENSE
CURSO DE JORNALISMO
CARLA NAIARA JULIÃO MARQUES
JORSANDRA VALÉRIA SILVA DA CUNHA
BRASIL NAS COPAS:
VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA SELEÇÃO PENTACAMPEÃ
Radiodocumentário
FORTALEZA
2013
CARLA NAIARA JULIÃO MARQUES
JORSANDRA VALÉRIA SILVA DA CUNHA
BRASIL NAS COPAS:
VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA SELEÇÃO PENTACAMPEÃ
Radiodocumentário
Trabalho de conclusão de curso submetido à aprovação da
Coordenação do Curso de Jornalismo do Centro de Ensino
Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção
do grau de bacharel em Comunicação Social, habilitação
Jornalismo, sob a orientação da Profa Espa Klycia
Fontelene Oliveira.
FORTALEZA
2013
CARLA NAIARA JULIÃO MARQUES
JORSANDRA VALÉRIA SILVA DA CUNHA
BRASIL NAS COPAS:
VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA SELEÇÃO PENTACAMPEÃ
Radiodocumentário
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título
de Bacharel em Jornalismo, outorgado pela Faculdade
Cearense – FaC, tendo sido aprovado pela banca
examinadora composta pelos professores.
Data de aprovação: ____/ ____/ ____
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________________
Profa Espa. Klycia Fontenele Oliveira - orientadora
_________________________________________________________________
Profa Espa. Luana Amorim Gomes - membro
_________________________________________________________________
Prof. Esp. Paulo Augusto dos Santos Paiva - membro
A Deus, que iluminou o meu caminho durante esta
caminhada. À minha avó, Maria Augusta. E à minha mãe,
Regina Julião, a quem devo todos os dias da minha vida.
Esta conquista é mais sua do que minha. Eu te amo.
Naiara Julião
À minha família, que esteve sempre presente na minha
vida, incentivando-me e me apoiando para que eu nunca
me desviasse do caminho de Deus. E à minha cachorrinha,
Lalinha, que me acompanhou durante todas as tardes
enquanto eu estudava.
Jorsandra Cunha
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, a Deus, afinal eu não seria nada sem a fé que eu tenho nele.
Aos meus pais, irmão e a toda minha família que com muito carinho, esforço e
apoio fizeram com que eu chegasse até esta etapa da minha vida.
À minha madrinha, Maju Julião, por todos esses anos de ajuda, o que tornou
possível a realização desta conquista.
Ao meu amigo e namorado, Danilo Alves, companheiro de todas as horas e que
sempre acreditou na minha competência e no êxito deste trabalho.
Às minhas colegas de faculdade e amigas para toda vida: Jorsandra Cunha,
Danielle Oliveira, Mariana Freitas, Marcilia Sousa e Victória Rocha, que, durante todo esse
período, ajudaram-me de alguma forma e estiveram ao meu lado.
À professora, Klycia Fontenele, pela paciência na orientação e incentivo que
tornaram possível a conclusão deste trabalho.
Aos entrevistados, pela disponibilidade para as entrevistas que enriqueceram este
trabalho com seus conhecimentos.
E a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para o meu desenvolvimento
profissional e pessoal.
Naiara Julião
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por ter me dado forças para concluir
a minha faculdade, pois a cada obstáculo que enfrentei me dava vontade de desistir, mas eu
superei e com isso vou, a cada dia, construindo o degrau do meu sucesso.
À minha mãe, Sandra Valéria da Silva, por ter ficado sempre ao meu lado nos
momentos alegres e tristes que enfrentei durante a minha caminhada, por estar em um
momento muito especial da minha vida, por ter depositado em mim confiança, incentivo e
garra durante todos esses anos. Eu te amo, mãe.
Ao meu tio Manoel dos Santos, que é uma pessoa essencial e importante na minha
vida, foi devido a ele que tive uma boa educação, ele foi o pai que eu não tive.
À minha orientadora, Klycia Fontenele, que desde o começo sempre me
incentivou, que me dava carões, apesar de eu ficar chateada, lá no fundo eu compreendia que
ela queria o meu bem, ela sabia, ela me conhecia e já sabia do meu potencial. Obrigada pela
ajuda e pelas ideias que serviram muito para compor a parte teórica e prática deste trabalho de
conclusão de curso.
À minha parceira de TCC e amiga Naiara Julião, que esteve comigo durante todo
este projeto, superando as nossas dificuldades e diferenças de gostos e opiniões, sendo isso
possível porque nossos objetivos e focos eram os mesmos e, claro, porque nossa amizade é
verdadeira.
Aos meus professores do colégio, que me deram a base de um conhecimento e aos
meus professores da faculdade que me instruíram nessa nova jornada, que me espera fora do
ambiente da faculdade.
Às minhas amigas da faculdade: Danielle Oliveira, Mariana Freitas, Larissa
Oliveira, Israel Carneiro, Alexsandra Montenegro, Marcília Souza e Bruna Marques que me
apoiaram e estiveram sempre do meu lado. E às minhas amigas do Ensino Médio: Débora
Dutra e Nairim Tatiane que sempre me incentivaram a estudar.
Jorsandra Cunha
RESUMO
O radiodocumentário Brasil nas Copas: vitórias e decepções da seleção pentacampeã tem
como objetivo traçar a trajetória do Brasil nas Copas do Mundo de futebol. Relatam-se a
origem do futebol e o início das Copas do Mundo para, em seguida, apresentar as principais
vitórias e derrotas que o Brasil sofreu em Mundiais e quais as expectativas para a Copa de
2014 que será no Brasil. Além disso, o documentário de rádio relembra músicas que
marcaram as Copas. O programa tem 30 minutos, nos quais falamos sobre essa paixão
mundial e brasileira, que é o futebol. Pretende-se levar mais conhecimento a todos aqueles
que gostam do esporte e mostrar fatos e curiosidades sobre o que é o mais importante evento
de futebol do mundo. Como o rádio é o meio de comunicação de massa mais antigo, as
pessoas acompanhavam os jogos de futebol pelo rádio e com isso ele se tornou o meio de
comunicação mais popular, aguçando o imaginário e as emoções do ouvinte, e se tornando um
companheiro diário dos amantes de futebol.
Palavras-chave: Radiodocumentário. Jornalismo esportivo. Copa do Mundo de futebol. Brasil.
ABSTRACT
The radio documentary Brazil on the World Cups: victories and frustrations of the five times
champions team has the purpose to delinate the Brazil trajectory on football world cups. It's
reported the origin of football and the begining of the World Cups. Then, it's presented the
mainly victories and defeats suffered by Brazil on these tournaments and the arrangements to
the 2014 World Cup, on this very same country. Moreover, the radio documentary reminds
the outstanding musics on these competitions. The program has 30 minutes, in which is talked
about this worldwide and brazilian passion: the football. It's intended to bring more
knowledge to everyone that enjoy sports and show facts and curiosities about the most
important world football event. Once the radio is the older media, people are used to listen to
the games by it and that's one of the reasons it has become the most popular media,
sharpening the imaginary and the emotions of the listener, and also becoming a lover
football's daily companion.
Keywords: Radio documentary. Sport journalism. Football World Cup. Brazil.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
2 A ERA DO RÁDIO ............................................................................................................ 12
2.1 As características do rádio .................................................................................................. 13
2.2 Documentário nas ondas do rádio ...................................................................................... 15
2.3 A linguagem do rádio ......................................................................................................... 19
2.4 Jornalismo esportivo ........................................................................................................... 22
2.4.1 A linguagem popular do futebol ...................................................................................... 24
3 O FUTEBOL NO BRASIL E NO MUNDO ...................................................................... 26
3.1 A criação da Copa do Mundo ............................................................................................. 27
3.2 A trajetória da seleção pentacampeã .................................................................................. 28
4 DIÁRIO DE CAMPO .......................................................................................................... 38
5 RADIODOCUMENTÁRIO BRASIL NAS COPAS: VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA
SELEÇÃO PENTACAMPEÃ ............................................................................................... 40
5.1 Roteiro – radiodocumentário .............................................................................................. 40
5.2 Roteiro Spot ........................................................................................................................ 48
5.3 Roteiro Radioteatro ............................................................................................................ 48
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 49
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 50
APÊNDICE ............................................................................................................................. 53
10
1 INTRODUÇÃO
O objetivo do trabalho intitulado “Brasil nas Copas: vitórias e decepções da
seleção pentacampeã” é contar a trajetória do Brasil em oito edições de Copas do Mundo de
futebol e falar um pouco sobre o próximo Mundial que acontecerá, pela segunda vez no nosso
país, em 2014. Escolhemos o tema por ser um assunto que nós gostamos e pela proximidade
da competição que irá acontecer no Brasil, tendo a cidade de Fortaleza como uma das
subsedes do evento.
Queremos que as pessoas, ao ouvir nosso radiodicumentário, relembrem alguns
dos momentos citados e revivam a emoção que existe ou existiu durante o período do
Mundial. Para a realização do radiodocumentário, realizamos entrevistas semiabertas com o
jornalista e narrador Tom Barros, que cobriu quatro Copas do Mundo; o jornalista Arthur
Ferraz, que cobriu a Copa de 1998; a jornalista Ana Cláudia Andrade, que cobriu o Mundial
de 2010 e os torcedores Tobias Saldanha, estudante de 23 anos, que fala um pouco do
Mundial de 2002; Consuela Souza, professora aposentada que apesar de ter acompanhado
várias Copas, fala que a que mais lhe marcou foi a da conquista do Pentacampeonato e
Elenilson Dantas, técnico em telecomunicações que relembra o Mundial de 1986, que para ele
teve a música mais marcante.
Já para compor o nosso relatório técnico-científico, utilizamos a pesquisa
bibliográfica, visto que ela faz parte do planejamento global de qualquer trabalho de pesquisa
que vai desde a identificação, localização e obtenção da bibliografia pertinente sobre o
assunto até a apresentação de um texto sistematizado, quando é apresentada toda a literatura
examinada, de forma a evidenciar o entendimento do pensamento dos autores, acrescido de
nossas próprias ideias e opiniões. Realizamos, ainda, uma pesquisa de gravações antigas
referente às Copas.
O nosso relatório começa com a história do rádio, como ele surgiu, suas
características, a linguagem radiofônica e a emoção do rádio como o meio de comunicação.
Para isso, utilizamos autores como: Ferrareto (2001), César Cyro (2005), Robert Mcleish
(2001) e Mario Kaplún (1978). Ainda no mesmo capítulo, falamos sobre jornalismo
esportivo, que é a especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados aos esportes
e exercícios físicos e a linguagem esportiva que analisa as formas de falar dos comunicadores
esportivos, tendo como principais autores: Paulo Vinícius Coelho (2003), Heródoto Barbeiro
e Patrícia Rangel (2006).
11
Por último, falamos sobre o surgimento do futebol, a criação da Copa do Mundo e
a trajetória do Brasil desde o início da competição, até se tornar o único pentacampeão
mundial. Os autores, que serviram de base para este estudo foram: Luiz Henrique dos Santos
Araújo (2012), Lycio Vellozo Ribas (2010), José Renato Sátiro Santiago Jr e Gustavo Longhi
de Carvalho (2006).
O relatório ainda traz o roteiro inicial do radiodocumentário, bem como o nosso
relato sobre a produção deste produto jornalístico, no tópico intitulado Diário de Campo. Por
fim, finalizamos o trabalho tecendo nossas considerações finais sobre como ele nos rendeu
um grande aprendizado.
12
2 A ERA DO RÁDIO
O rádio é um veículo de comunicação de massa que por meio de ondas
eletromagnéticas atinge um público numeroso, anônimo e heterogêneo. De acordo com César
(2005), a audiência do rádio é formada por um número considerável de ouvintes por ter a
possibilidade de atingir uma extensa área de cobertura. O perfil do ouvinte é heterogêneo, por
causa da abrangência de pessoas de diversas classes socioeconômicas, com anseios e
necessidades diferentes. O rádio utiliza-se da linguagem oral, ele “fala” a mensagem e
consequentemente o ouvinte escuta.
César (2005) ainda ressalta que nós possuímos cinco sentidos, mas o rádio só
estimula um: a audição. O som do rádio faz com que o ouvinte exercite a imaginação,
despertando sua sensibilidade. Ele permite que o ouvinte crie imagens únicas e pessoais, já
que o rádio tem a capacidade de fazer com que apenas uma mensagem tenha várias
interpretações de vários ouvintes apenas pela maneira como interpreta um texto ou pela forma
como constrói uma ideia.
Diante disso, a importância do efeito sonoro da sonoplastia é para estimular a
imaginação: as músicas e os ruídos podem caracterizar personagens, desenhar lugares e criar
ambientes imaginários. Ao associar o som à fala, faz com que o público consiga ver o que está
sendo transmitido. Cada ouvinte imagina como quiser e isso é a grande riqueza do rádio.
Em nosso radiodocumentário, por exemplo, as músicas que são utilizadas e que
marcam a história das Copas do Mundo servem para fazer com que os ouvintes revivam e
relembrem a emoção de ter acompanhado uma Copa, de ter torcido pelo seu país, de ter
gritado na hora do gol, de cantar a música da copa, que na maioria das vezes viram uma
espécie de hino daquela competição.
A citar, a música “Coração verde-amarelo1”, da Copa de 1994, que foi uma das
mais marcantes, pois neste caso o Brasil fazia 24 anos que tinha ganhado o seu último
Mundial e nesse ano o Brasil foi Tetracampeão. Qualquer pessoa que tenha acompanhado esta
Copa sabe cantar essa música: “eu sei que vou / vou do jeito que eu sei / de gol em gol / com
direito a replay / eu sei que vou / com o coração batendo a mil / é taça na raça / Brasil”.
Não só a música marca, mas também uma gravação de um narrador como o
Galvão Bueno, narrando a conquista do Tetracampeonato. Mesmo aqueles que não são dessa
época, têm a imaginação aguçada. Assim, essa capacidade de fomentar a imaginação do
1
A música Coração verde-amarelo é de autoria de Tavito e Aldir Blanc, interpretada por Aerobanda e Paulo
Henrique.
13
ouvinte faz do rádio um veículo de comunicação bastante popular, cujas características são
um dos motivos para que ele se mantenha no cotidiano das pessoas.
2.1 As características do rádio
O rádio se expandiu até se tornar um meio de comunicação quase universal.
Percorre o mundo em ondas curtas, ligando continentes numa fração de segundos. De acordo
com Mcleish (2001), o rádio possui dezenove características. Entre elas, destacamos:
construção de imagens, capacidade de falar para milhões de pessoas, regionalismo,
velocidade, simplicidade, baixo custo, música e surpresa. Essas características, se bem
ampliadas, poderão facilitar a mediação entre produção, locutor e ouvinte e de certa forma,
foram essas as características que nos motivaram a produzir este radiodocumentário.
O rádio representa um meio cego, mas que pode estimular a imaginação, de modo
que, logo ao ouvir a voz do locutor, o ouvinte tenta visualizar o que ouve, criando na mente a
figura do dono da voz e a cena do que esta sendo falado. Enquanto as imagens da televisão
são limitadas pelo tamanho da tela, as imagens do rádio são do tamanho que você quiser.
Criada por efeitos sonoros apropriados e apoiada pela música adequada, praticamente
qualquer situação pode ser trazida ao ouvinte (MCLEISH, 2001).
Ainda segundo este autor, o rádio tem a vantagem de poder falar para milhões de
pessoas ao mesmo tempo, o que marca a era da radiodifusão2. A parcela de audiência diz
respeito ao tempo que o ouvinte gasta ouvindo determinada emissora, já o alcance de
audiência corresponde ao número de pessoas que ouvem alguma emissora no período de um
dia ou uma semana. Os meios de comunicação de massa devem sempre estar interessados no
alcance.
De acordo com Chatler e Harris (1998, p. 20), “a força do jornalismo numa
emissora de rádio local é o instrumento que dá a ela a sensação de ser verdadeiramente local”.
O regionalismo é uma marca fundamental do rádio, pois dá visibilidade às informações locais.
Os autores asseguram que notícias obtidas na “esquina” são tão ou mais importantes do que as
recebidas de outras partes do mundo. Porque, em geral, elas atingem mais diretamente o
ouvinte local.
2
Radiodifusão: transmissão e dispersão da informação produzida que abrange indivíduos, grupos e estratos
sociais em todo o mundo. CHANTLER, Paul e HARRIS, Sim. Radiojornalismo. São Paulo: Summus, 1998 –
(Coleção novas buscas em comunicação; v. 57).
14
O rádio possui um caráter imediato, possibilitando que o ouvinte se inteire dos
fatos no momento em que acontecem. O rádio acelera a disseminação das informações em
curto espaço de tempo. Este meio de comunicação é bastante flexível e em geral funciona
melhor em uma situação imediata, “ao vivo” (MCLEISH, 2001).
Esta capacidade de deslocamento geográfico é que gera seu próprio entusiasmo. Tais
recursos há muito são vistos como algo banal, tanto para a televisão quanto para o
rádio. Imagens e sons são transmitidos por todo o mundo, trazendo qualquer evento
de qualquer lugar para o nosso imediato conhecimento. Se conhecimento é poder, o
rádio dá poder a todos nós, quer exercitemos ou não algum tipo de autoridade
(MCLEISH, 2001, p. 16).
O rádio dispensa todo o aparato comum nos meios visuais. Isso torna mais fácil a
participação do não profissional, criando assim maior possibilidade de acesso do público a
esse tipo mídia. O som é mais bem compreendido do que a imagem, além disso, gravadores e
equipamentos estéreos são encontrados na maioria das escolas e dos lares. Essa simplicidade
possibilita ao radialista tornar a programação flexível com substituições e alterações nos
programas diários (SEPAC3, 2003).
Todo mundo tem acesso fácil ao rádio. Toda residência tem pelo menos um ou
vários aparelhos. Seu preço razoável, sem grandes problemas, atinge quase todos os lugares.
O rádio está sempre por perto, ao alcance da mão ou do ouvido, atingindo toda a população,
da criança ao idoso (SEPAC, 2003).
De acordo com Mcleish (2001), os custos com o rádio são relativamente baratos,
se comparados com outros meios de comunicação. Como já descobriram os radialistas do
mundo inteiro, a principal dificuldade em montar uma estação geralmente não é financeira,
mas sim, em obter uma frequência de transmissão. As estações de rádio são financiadas de
várias maneiras: licença pública, publicidade comercial, subsídio do governo, capital privado,
assinatura pública ou qualquer combinação entre esses métodos.
O rádio proporciona a agradável sensação de um discreto pano de fundo, ou então
o foco para uma total absorção, além de relaxar e induzir ao prazer, à nostalgia, ao entusiasmo
ou à curiosidade. A variedade de músicas é mais ampla do que a variedade da mais
abrangente discoteca, podendo dar ao ouvinte a oportunidade de descobrir formas musicais
novas ou que ainda lhe são desconhecidas (MCLEISH, 2001).
3
Sepac: Serviço à Pastoral da Comunicação. Rádio: a arte de falar e ouvir: (laboratório) / SEPAC – Serviço à
Pastoral da Comunicação. – São Paulo : Paulinas, 2003. – (Pastoral da Comunicação : Teoria e prática. Série
manuais).
15
O rádio surpreende. Escolhidos para satisfazer a preferência e as emoções do
momento, a música e a locução no rádio são selecionados e podem, se permitirmos, mudar
nosso humor e nos arrebatar. Mcleish (2001) diz que de repente deparamos com coisas novas
e desfrutamos de um encontro com o inesperado. Este veículo pode também dar oportunidade
à inovação e à experiência, um risco que os produtores devem correr, para que esta mídia nos
surpreenda de uma forma criativa e estimulante.
2.2 Documentário nas ondas do rádio
Os documentários falados surgem no final dos anos 1920, por influência dos
documentários feitos no cinema. Os produtores do documentário percebem que o formato
poderia tornar o rádio mais interessante e “vivo”. Por cerca de quatro décadas, os produtores
usaram narradores para contar histórias, ilustradas com música, efeitos sonoros e atores
(DETONI, s/d).
Os gravadores portáteis, ainda pesados e primitivos, dificultavam a coleta de sons
ambientais e de vozes fora do estúdio. Os sons e entrevistas, quando obtidos, tinham a mesma
função das citações entre aspas no texto escrito: serviam de “evidência” ou “ilustração”. As
revoluções sociais e acadêmicas dos anos 1960 e 1970 fizeram com que a fórmula soasse
ultrapassada (DETONI, s/d).
Para Ferrareto (2010), o documentário radiofônico possui o formato híbrido e
pode incorporar elementos de todos os gêneros, já que pode incluir entrevistas, depoimentos
pessoais, opiniões e dramatização de textos e acontecimentos. Para tanto, necessariamente
exige o uso de música e efeitos.
“Diferentemente da notícia, a reportagem abre espaço para mais de um ponto de
vista: as documentações podem ser variadas, diversificadas e múltiplas, podendo incluir e
desenvolver os dados que ficaram de fora da notícia” JOSÉ (2003, p. 6 apud Ferrareto,2010).
O nosso radiodocumentário contém entrevistas com jornalistas que cobriram as Copas do
Mundo, pessoas comuns e torcedores. Utilizamos as músicas que marcaram cada período da
copa para poder emocionar os ouvintes. Como por exemplo a música “Em busca do Penta” de
autoria do ex-jogador Pelé.
As informações contidas em um documentário vão além do saber imediato do “o
quê?”, “como?”, ”onde?”, “por quê?”, “quando?”, podendo ser aprofundadas através da
multiplicidade de fontes, que poderão trazer inúmeras experiências e informações para
16
contextualizar o tema. De acordo com Yorke (1998 apud Ferrareto, 2010), a elaboração do
documentário envolve um trabalho mais rigoroso do que a apuração e a confecção da notícia.
O radiodocumentário exige uma produção mais apurada, com pesquisa aprofundada,
levantamento de dados, apuração com fontes diversas.
Mcleish (2001) chega a apontar a necessidade, em algumas situações, de o
produtor de um radiodocumentário conversar com pelo menos 20 fontes. Tudo isso vai
resultar em um roteiro detalhado, com pautas bem elaboradas e marcação de inúmeras
entrevistas, havendo a necessidade de que elas sejam, preferencialmente, presenciais, para
melhor aproveitamento do material a ser coletado. Tal produção começa a ser feita na etapa
de pesquisa e planejamento, começa quando decidimos o tema e qual será o objetivo do nosso
radiodocumentário.
O planejamento serve também para nos orientar por onde queremos começar o
programa, escolher os tipos de fontes que serão entrevistadas, pensar os temas e subtemas a
serem abordados no programa. Passa pelo esboço para definir atividades que serão
desenvolvidas pelos integrantes. Decidindo, então, a locução, é feito um roteiro (script),
redação do texto do locutor, gravação das entrevistas e a decupagem destas, gravação e edição
do documentário.
Mas, o documentário radiofônico é um formato pouco utilizado no rádio
brasileiro, pois as emissoras brasileiras privilegiam outros formatos como notícias, entrevistas
e comentários.
Seu uso é pouco frequente no Brasil, o documentário radiofônico aborda um
determinado tema em profundidade. Baseia-se em uma pesquisa de dados e de
arquivos sonoros, reconstituindo ou analisando um fato importante. Inclui ainda,
recursos de sonoplastia, envolvendo montagens e elaboração de um roteiro prévio
(FERRARETO, 2001,p. 57).
Chantler e Harris (1998) acredita que o documentário é uma grande reportagem,
com todos os princípios básicos que norteiam esse tipo de produção. A reunião de várias
sonoras, com opiniões divergentes, fontes diversas, abertura ou cabeça4 para dar ao ouvinte a
noção exata do que vai ser noticiado a seguir e matérias longas estariam entre os fatores
responsáveis pelo sucesso do documentário. Além disso, os autores ressaltam que o uso de
efeitos sonoros e musicais, junto com as sonoras, constitui atrativo para o público.
4
Cabeça é a introdução do assunto a ser abordado pela reportagem que vem a seguir. Geralmente é lida pelo
locutor, apresentador ou âncora (CHANTLER; HARRIS, 1998).
17
As reportagens especiais têm pelo menos uma sonora, com repórter fazendo a
ligação entre as diferenças partes do caso. Sua duração é de apenas 35 segundos ou um pouco
mais, contendo apenas uma sonora5. Já o documentário jornalístico fica no outro extremo: ele
pode ter uma hora de duração e apresentar várias sonoras.
O documentário de rádio deve ter uma forma própria e uma história para contar. O
produtor deve saber se haverá uma conclusão final da história para ser atingida, ou se o que se
quer mostrar é apenas uma série de imagens sonoras individualizadas, que ganham
importância quando colocadas juntas, em um mesmo trecho gravado. “As palavras das outras
pessoas causam mais impacto do que as suas, e que há sons muito mais importantes do que
palavras. Essa é a essência do documentário” (CHATLER; HARRIS, 1998, p. 165). Usando
todos esses recursos, há chances de se produzir um bom documentário.
O documentário, nas palavras de Barbosa Filho (2003), é dotado de caráter
analítico, com aprofundamento do tema, o que pressupõe edição do áudio coletado, com
matérias gravadas, cabeças e matérias temporais:
Constitui verdadeira análise sobre tema específico. Tem como função aprofundar
determinado assunto, construído com a participação de um repórter condutor. O
documentário jornalístico mescla pesquisa documental, medição dos fatos in loco,
comentários de especialistas e de envolvidos no acontecimento, e desenvolve uma
investigação sobre um fato ou conjunto de fatos reais, oportunos e de interesse atual,
de conotação não-artística (BARBOSA FILHO, 2003, p. 102).
De acordo com Chantler (1991), produzir um documentário é um trabalho árduo.
Nas rádios locais, essa tarefa pode ser realizada por um só jornalista. Se precisar ouvir em
torno de 20 pessoas, isso que dizer que terá de fazer 20 contatos para agendar as entrevistas,
mas não fazer gravações muito longas. Meia hora de entrevistas representa mais de dez horas
de gravação que precisará ser ouvida. O trabalho de edição pode levar muito tempo. Então,
devem ser racionalizados os esforços ao iniciar as gravações. Se preferir usar pelo menos um
minuto de cada entrevistado na edição final, dez minutos de gravação serão suficientes, a
menos que eles se tornem surpreendentemente.
Para se fazer um bom radiodocumentário é necessário garantir acesso às músicas e
aos efeitos sonoros de que se vai precisar. O documentário é parte de uma série, ele deve ter
uma identificação própria uma música para abertura e encerramento. É a música de
característica, quando ela tocar vai ser uma marca registrada do programa, então, cada vez que
5
Sonoras são gravações de entrevistados realizadas por repórteres, que posteriormente são utilizadas para
criação de reportagens radiofônicas ou televisivas. As sonoras diversificam a programação jornalística, pois
tiram da voz dos apresentadores as falas mais importantes, que são identificadas diretamente com a voz dos
envolvidos (CHANTLER; HARRIS, 1998).
18
o ouvinte escutar a música, ele vai saber qual o programa que está indo ao ar, a música tem
que ser pegajosa, para ficar gravada na memória do ouvinte (CHANTLER, 1991).
No caso do nosso radiodocumentário, o tema de abertura é uma música
relacionada à Copa e ao futebol. Como o nosso programa é de esporte, focado nas Copas do
Mundo de futebol, ela vai ser a música característica dele. A nossa música de característica é
“Domingo eu vou ao Maracanã”, de Neguinho da Beija-flor.
Qualquer padrão musical que sirva como marca de um programa radiofônico deve
ser gravado separadamente da peça completa. Na edição do documentário, não há lugar para
sentimentalismo. Ainda segundo Chantler (1998), temos que procurar vozes e sons que
surpreendam os ouvintes e encontrar uma maneira de utilizá-los no documentário.
Para surpreender os ouvintes e fazê-los reviver as Copas que o Brasil ganhou e
decepcionou, utilizamos de músicas que as marcaram e que se tornaram um hino para a
torcida, para acrescentar e tornar o radiodocumentário dinâmico. Iremos utilizar entrevistas de
jornalistas que cobriram Mundiais diretamente ou indiretamente e depoimentos de pessoas
comuns, torcedores que sofreram e gritaram o grito de “é campeão”, procurando saber qual a
Copa que mais lhe marcou e que fato surpreendente aconteceu naquele período.
O radiodocumentário encontra espaço em diversas regiões do mundo, mas ainda
não se tornou usual no Brasil. É considerado um gênero em extinção no país
(BAUMWORCEL, 2001). Em alguns países da África e da Ásia, especialmente naqueles em
que as condições de vida são precárias, a situação é bastante diferente e sua utilização é
constante (KAPLÚN, 1978). O mesmo se dá nos Estados Unidos e na Europa, onde
emissoras, como as da Rede BBC de Londres, investem neste gênero jornalístico.
De acordo com Sonia (2010), a programação jornalística brasileira mantém, via de
regra, formatos tradicionais que se tornaram referência para a maioria das emissoras, tanto
AM quanto FM. Predomina na programação jornalística o radiojornal, o boletim informativo
com poucos minutos de duração, os programas de debate e as mesas-redondas. Todos têm
baixo custo de produção: dependem da pauta diária factual, garantida por um ou dois
repórteres em cada turno de trabalho, o mesmo número de pauteiros e editores que produzem
material via telefone e internet. “A tendência natural das emissoras é investir na cobertura
factual, dando ênfase a temas inesperados, nos quais uma cobertura completa e com grande
aparato técnico faz a diferença para o ouvinte.” (MOREIRA, 1991).
A lacuna do documentário na grade de programação das emissoras pode ser um
dos motivos para a pouca produção bibliográfica sobre o assunto no Brasil. Alguns autores se
ocuparam da definição de documentário, mas a maioria dedica poucas linhas à abordagem dos
19
gêneros radiofônicos. Nas universidades, professores estimulam, quando é possível, a
produção de documentários como trabalho de conclusão de curso ou para avaliação em
disciplinas de rádio (SONIA, 2010).
2.3 A linguagem do rádio
Para César (2005), a linguagem radiofônica possui características próprias que
colocam o rádio dentro de uma série de vantagens em relação a outras mídias, como o uso de
uma única linguagem, a sonora, e o fato de o rádio trabalhar com o único sentido, a audição.
“O rádio é o único meio de comunicação de massa que dispensa totalmente a necessidade de o
publico saber ler para que trocasse de mensagens com ele realmente se complete” (CÉSAR,
2005, p. 142).
A outra característica do rádio é a sensorialidade tornando uma especificidade
vantajosa na comunicação, ele consegue envolver o ouvinte com muita facilidade, criando
uma espécie de “diálogo mental” com o emissor. O rádio tem a capacidade de despertar a
imaginação com as palavras e com o uso de sonoplastia (CÉSAR, 2005).
Ainda segundo César (2005), a linguagem do rádio tem suas bases em quatro
elementos: a palavra, a música, os efeitos sonoros e o silêncio. Os elementos podem ser
usados em qualquer comunicação radiofônica, independente do tempo de duração, formato,
tipo de texto ou conteúdo.
Para se fazer um programa de rádio de qualidade, é necessário passar para o
ouvinte uma mensagem clara, devendo entendê-la e captá-la. A palavra é o elemento
primordial na comunicação radiofônica, pois é rica em variações, nuanças e tons, fornecendo
ao texto falado sentido e entendimento, utilizando linguagem clara, objetiva e coloquial do
rádio.
A música proporciona dinâmica e ritmo, dando uma característica ao programa,
variando na velocidade completa o emolduramento necessário ao conteúdo. Efeitos sonoros
criam a ambiência e dão contornos ao entendimento e como os cenários não são vistos no
rádio, sentidos são transmitidos aos ouvintes através das falas, narrações ou explicações do
personagem, mas principalmente pelos efeitos sonoros e pelas músicas.
Por último o silêncio, que integra a linguagem radiofônica sob o aspecto
conclusivo dos sentidos, fala por si só, sugerindo ao ouvinte a criação da “imagem auditiva”,
para que se possa compreender a mensagem.
20
Pensar a linguagem radiofônica demanda compreender as especificidades do rádio
e sua relação com o público ouvinte. Implica também, principalmente para o jornalista,
observar que o rádio vai além do radiojornalismo. A linguagem radiofônica, como afirma
Martínez-Costa (2001), é múltipla, ainda que seja exclusivamente sonora. Ela oferece
possibilidades variadas de diálogo e aproximação com o ouvinte.
Entre as estratégias discursivas mais comuns no meio, como destaca Mcleish
(2001), está o texto escrito, oralizado pela voz e pelo silêncio. Trata-se de um veículo de
comunicação oral e deve, portanto, assumir-se como tal e explorar os potenciais que esta
característica lhe permite.
De acordo com Ferrareto (2010) 6 , a transmissão e consumo de conteúdo
radiofônico leva os jornalistas a uma nova condição: repensar e rediscutir o radiojornalismo,
seus fazeres e sua linguagem. São processos que não podem ser considerados de maneira
isolada e que prescindem desta relação por se afetarem mutuamente. É tempo de pensar o
radiojornalismo para além de sua concepção tradicional, considerando as especificidades de
suporte que criam uma nova estrutura narrativa para o rádio. “O rádio deixa de ser um
monomídia, que só contava com o som, para ser de agora em diante multimídia, um universo
de síntese” (MARTÍNEZ-COSTA, 2001, p. 60).
A boa qualidade nas produções radiofônicas é obtida gradualmente e começa com
a consciência de que ela passa (devendo ser procurada e acompanhada) em cada uma das
várias etapas da produção, ou seja, pela ideia, pelo planejamento, o roteiro, os textos, as
gravações, os personagens, os efeitos sonoros, ambiente musical, edição etc. A criação de
cenários sonoros serve para criar ambientes dando contornos ao entendimento ao diálogo no
rádio e no radiojornalismo é defendida por autores como Balsebre (2007), Martínez-Costa e
Unzueta (2005).
A estética de uma linguagem essencialmente sonora apoia-se na peça radiofônica
como um caminho inspirador em direção a um universo no qual palavras e sons, ruídos e
silêncio, ou mesmo a música, propõem através de efeitos técnicos e/ou humanos, uma
realidade criativa e até transformadora (BALSEBRE, 2005).
Para Zita de Andrade (1968), regionalização e individualismo passaram a
influenciar decisivamente na programação e, sobretudo, na própria linguagem do rádio. Zita
acentua que a audiência “gosta da linguagem empregada pelo comunicador que tem o seu
mesmo sotaque, seu mesmo jeito de dizer, e uma malícia que escapará aos estranhos, mas que
6
Disponível em < http://www.pucrs.br/edipucrs/eoradio.pdf> Acessado em 27/10/2012.
21
deleita.”. O uso desta linguagem vai interferir até mesmo na credibilidade da rádio, ponto
fundamental, quando se trata de noticiários.
A linguagem radiofônica possui dez mandamentos básicos propostos por Kaplún
(1978), um dos maiores especialistas em linguagem radiofônica das Américas. Elas foram
enunciados no seu livro “Producion de programas de radio. El guion, la realizacion”,
publicado no Equador em 1978, e muito conhecido entre os nossos radialistas. São elas:
Clareza: não podemos ver nossos interlocutores (ouvintes), nem perceber suas reações,
devemos, portanto procurar nos expressar com o máximo de clareza possível, prever
eventuais dúvidas, imaginar a reação dos ouvintes e tentar adiantar as respostas; Simplicidade:
as falas radiofônicas são necessariamente breves, elas não servem para informações profundas
e extensas. Servem para motivar, despertar inquietude e não para oferecer detalhes de algum
assunto; Motivação: as primeiras frases são decisivas. É preciso capturar a atenção do ouvinte
desde o início. É preferível partir do conhecido, do cotidiano e do familiar, tornando-se uma
forma de trazer e prender atenção do ouvinte, já que podemos fazer várias coisas ao mesmo
tempo e assim podemos escutar o rádio; Exemplificação: é muito importante o uso de
exemplos, sempre que possível; como também tentar humanizar o tema, contando fatos e
casos; Linguagem: devemos usar sempre um vocabulário simples e familiar. Termos e nomes
populares devem ser usados no lugar de termos e nomes técnicos, que quando inevitáveis,
devem ter logo o sentido explicado; Sintaxe: sempre utilizar frases curtas e diretas na hora da
narração; Estilo: deve ser coloquial e informal. A fala deve ter comentários e opiniões.
Explorando o calor humano e falando de pessoa para pessoa; Modéstia: não é para dar uma de
professor ou adotar um tom de superioridade. Ser o mais simples possível, sem querer
transmitir aos ouvintes que sabemos mais do que eles. Quando necessário, use números
arredondados e citando apenas as cifras significativas. Comparações também ajudam o
ouvinte a compreender melhor a magnitude ou ordem de grandeza da quantidade em questão;
Reiteração: o rádio é um meio fugaz. O ouvinte não pode voltar atrás caso tenha perdido um
trecho da transmissão. Portanto, importante repetir, reiterar os pontos obscuros e importantes,
dizendo mais de uma vez a mesma coisa, com palavras simples e diferentes.
Para Balsebre (2005), a linguagem radiofônica: é o conjunto de formas sonoras e
não sonoras representadas pelos sistemas expressivos da palavra, da música, dos efeitos
sonoros e do silêncio, cuja significação vem determinada pelo conjunto dos recursos técnicoexpressivos da reprodução sonora e o conjunto de fatores que caracterizam o processo de
percepção sonora e imaginativo-visual dos ouvintes.
22
Na construção de cenários sonoros, é importante ter em mente três elementos: a
trilha, a entonação e os efeitos e/ou sons ambiente. Para Balsebre (2007), a música é
indispensável no rádio e na transmissão da informação. Trata-se do vínculo emocional que
mexe com a imaginação do ouvinte. Martínez-Costa e Unzueta (2005) acreditm que a escolha
apressada ou impensada de uma trilha pode distorcer a informação, enquanto o contrário pode
fazer com que ela adquira sentido. Por exemplo, na hora do gol da seleção brasileira
procuramos utilizar sons que deem sentido e que façam com que o ouvinte compreenda que
foi gol. Para que ele se imagine dentro até do estádio, pois este vai escutar os gritos dos
torcedores que vêm das arquibancadas.
As músicas podem ser utilizadas também para reviver um fato histórico. Ao
pegarmos, por exemplo, a música “A taça do mundo é nossa” no mesmo momento os
ouvintes que são da época da Copa de 1958 logo relembrarão do que aconteceu naquele
período. Ou ainda, a Copa de 1970, que ficou marcada pela música “Pra frente Brasil”,
marcando assim a conquista do Tricampeonato da seleção brasileira. São músicas
“pegajosas”, que fazem com que o ouvinte se lembre do que viveu e comece a cantar também.
Balsebre (2007) ressalta, por fim, a importância de pensar a trilha a partir da
harmonia e da melodia que ela apresenta para que, desta forma, informação sonora e
informação textual oralizada possam ser complementares. Na hora da seleção da trilha,
devemos nos preocupar também com questões técnicas, em diálogo com as editoriais.
2.4 Jornalismo esportivo
Os estudos sobre jornalismo esportivo sinalizam que ele é a especialização da
profissão jornalística nos fatos relacionados aos esportes, jogos, ginástica e outras atividades
de exercício físico (COELHO, 2003). Ainda segundo o autor, não existe jornalista de esporte,
existe aquele que se dedica a transmitir informações de maneira geral, o especialista em
generalidades, que às vezes é muito melhor quando é conhecedor de um esporte específico e
vira jornalista de vôlei, de basquete, de automobilismo.
Messa7 (s/d) ressalta que cerca de 80% das temáticas noticiosas e das reportagens
especializadas em jornalismo esportivo giram em torno de uma única modalidade esportiva
que é o futebol. É o que reforça a citação abaixo:
7
Disponível em <http://www.fnpj.org.br/dados/grupos/jornalismo-esportivo-nao-e-so-entretenimento[169].pdf>
Acessado em: 06/11/2012.
23
O problema é que o mercado só permite a criação de jornalistas de futebol, de
automobilismo, por vezes de tênis. O que vale dizer que não há jornalistas de
basquete, de vôlei, de atletismo, de judô etc. O que explica o aparecimento de atletas
como comentaristas sempre que é preciso aprofundar-se em grande competição
(COELHO, 2003, p. 37).
Muitas vezes, o jornalista esportivo é visto como um dos campos menos louváveis
em relação às outras áreas do jornalismo. O profissional tem de enfrentar o preconceito dos
próprios colegas, pois a editoria é vista como aquela que abriga repórteres recém-formados,
que usam a oportunidade como porta de entrada para áreas ditas como “nobres” do jornalismo
(COELHO, 2003).
Para Coelho (2003), o público também não valoriza o trabalho desse profissional,
o comentarista, ou repórter esportivo, são tratados, muitas vezes, como meros “palpiteiros” e
pode ser que muitos venham se comportado assim, mas não se pode deixar de valorizar o
trabalho daqueles que entram na área por vocação, ou paixão, e quando isso acontece, é muito
provável que o interesse pelo esporte tenha vindo muitas vezes desde os tempos de infância.
E este é muitas vezes o diferencial do jornalista esportivo para os seus colegas de
profissão. O amor pelo futebol desde criança, por exemplo, leva algumas pessoas a quererem
se aprofundar no assunto e estudar para poder viver aquilo no ambiente profissional. Também
segundo Coelho (2003), isso pode ser um diferencial bom, mas muitas vezes perigoso, pois
não se pode chegar a uma redação, TV ou rádio, achando que vai falar só sobre seu time ou o
esporte preferido, isso é raro de se acontecer. Além disso, nem todos apaixonados por futebol
vão ser bons jornalistas.
Mais uma vez em relação aos “palpiteiros”, não podemos deixar de lembrar que
os jornalistas são formadores de opinião e que estão ali na TV e no rádio para passarem
informação. Quando se colocam na posição de formador de opinião, devem assumir a
responsabilidade de que podem tanto alavancar a carreira de um atleta, como acabar
totalmente com ela (BARBEIRO; RANGEL, 2006).
Para Coelho (2003), todo brasileiro pensa que entende tudo sobre futebol, tanto ou
mais do que o sujeito que aparece na TV ou escreve no jornal, mas é preciso seguir os
fundamentos jornalísticos, ter uma boa base teórica e saber colocar em prática. Já Messa (s/d),
tem uma opinião diferente de Coelho, como podemos ler na citação a seguir:
O leitor/espectador não quer entender o esporte, não quer aprofundar os saberes
sobre os esportes. Ele quer apenas uma divulgação de factoides acerca dos
jogadores, equipes, técnicos, dirigentes, autoridades, campeonatos, olimpíadas,
copas etc. Só se quer ficar a par dos escores dos jogos e também ler “notícia” de
esporte como quem lê matérias de fofocas de revistas da tevê, sobre a vida de seus
ídolos, para, quem sabe, poder acompanhar as coberturas que priorizem picuinhas,
24
conflitos na vida privada, escândalos... O que se tem construído, na verdade, é uma
cadeia de mitificações cíclicas, viciadas, que todos nós, jornalistas e leitores,
acatamos e achamos que esse é o jornalismo esportivo (MESSA, s/d, p. 2-3).
Embora saibamos que o futebol e os esportes em geral são cada vez mais
associados ao espetáculo, acreditamos que o público esteja cada vez mais exigente, buscando
entender as regras do esporte que acompanha. Por isso, para Barbeiro e Rangel (2006) o
repórter esportivo deve saber do regulamento dos campeonatos ou tê-los à disposição para
consultar sempre que preciso. Assim como estudar o esporte que cobre e se manter atualizado
sobre os outros esportes. Diante disso, com o entendimento e segurança do que está fazendo,
o repórter poder fugir das “mesmisses” e ter um diferencial nas suas reportagens.
Porém, Barbeiro e Rangel (2006) lembram que, na ânsia de ser a primeira a dar a
notícia, a emissora pode perder credibilidade com a queda da qualidade de conteúdo,
produzindo notícias que se resumem ao jogo que aconteceu um dia antes e o que vai acontecer
no dia posterior. Uma reportagem esportiva não é só as sucessões de datas, nomes e fatos,
portanto, não devem ser noticiadas somente matérias falando sobre treinos e jogos.
O ideal seria que os veículos apostassem em matérias exclusivas, criassem as pautas
e fizessem reportagens mais apuradas sobre temas latentes. [...] Isso requer tempo e
investimento. Muitas outras empresas não parecem muito interessadas em investir
para sair da rotina (BARBEIRO; RANGEL, 2006, p. 26).
Ao observar a programação das principais empresas de comunicação, observamos
que emissoras (tanto em televisão quanto no rádio) estão investindo cada vez mais nas
produções esportivas. Segundo Barbeiro e Rangel (2006), o futebol é um dos principais
artifícios das emissoras para se obter maior audiência. “Basta ver, por exemplo, que a Copa
do Mundo se tornou o evento de maior audiência mundial” (BARBEIRO; RANGEL, 2006, p.
31-32).
2.4.1 A linguagem popular do futebol
Analisando as formas de linguagem do comunicador esportivo, podemos detectar
os inúmeros desvios existentes se compararmos aos outros tipos de transmissão jornalística,
apesar de não haver uma norma formal sobre isso. Porém, segundo Capinussú (1988), eles são
considerados típicos e únicos do jornalismo esportivo, que usa um linguajar diferente na
busca por fugir do comum, aproximar-se do ouvinte e conquistar maior audiência. O autor
acrescenta:
25
Este fato leva, inclusive, a necessidade de atrair ouvintes através da auto-afirmação
capaz de criar uma terminologia às vezes inédita, que caracterize a busca da marca
pessoal de cada comunicador, recurso que outros colegas jamais ousam seguir, por
considerarem falta de originalidade imitar alguém que atue na mesma região
(CAPINUSSÚ, 1988, p. 15).
O futebol sempre esteve ligado ao nosso cotidiano. Um dos fatores que contribuiu
para isso é o rádio. A imprensa radiofônica descreve os fatos de um jogo de futebol, por
exemplo, diferentemente do que a imprensa escrita e a televisiva fazem. Talvez pela falta de
imagens, o jornalista radiofônico precise ter mais emoção, por vezes até um toque de
sensacionalismo, já que nem sempre descreve o que exatamente está acontecendo em campo,
e, ainda, segundo Capinussú (1988), isso também pode ser classificado como um
comportamento desviante.
Dentro de todo esse universo faz-se estabelecer uma conclusão: a linguagem
desviante do comunicador esportivo é mais comum ao homem de rádio e um pouco
ao de televisão, onde a emissão da imagem poupa o narrador de maiores
rebuscamentos ou inovações para se tornar notado, não devendo mesmo falar muito
para descrever um lance, pois o visual se encarrega de dispensá-lo desta obrigação,
sob o risco de tornar-se enfadonho (CAPINUSSÚ, 1988, p. 17).
Isso se comprova ao observarmos que por vezes o jornalista esportivo radiofônico
precisa preencher tempos ociosos em transmissões que se iniciam mesmo antes de o jogo
começar e se utilizam de diversas expressões para conseguir a atenção do ouvinte.
O jornalismo esportivo costuma ser criticado pela superficialidade da cobertura ou
pela subjetividade em excesso. Lage (2002) afirma que o torcedor de futebol é uma pessoa
que cria uma identificação com o clube e querer saber todas as informações sobre o esporte é
quase uma obrigação.
Para realizar uma boa cobertura esportiva, Coelho (2003) afirma que os locutores
e repórteres precisam de um diferencial. Afinal, narrar o que está acontecendo não parece
tarefa muito difícil para um bom entendedor do esporte. O diferencial estaria no que aquele
profissional consegue enxergar de inusitado, na sua capacidade de ressaltar o que não foi
comentado, ou mostrar o que nenhuma outra emissora conseguiu perceber (COELHO, 2003).
26
3 O FUTEBOL NO BRASIL E NO MUNDO
O futebol que conhecemos hoje é um dos esportes mais populares e praticados do
mundo, porém, é muito difícil dizer ao certo onde e quando este esporte foi criado. Segundo
Araújo (2012), pode-se dizer que as primeiras manifestações do futebol surgiram entre 3.000
e 2.500 a.C, na China, quando era chamado de Tsu-Chu.
Para Ribeiro (2005), o objetivo do jogo Tsu-Chu consistia em chutar (com os pés,
nunca tocar com as mãos) uma bola de couro e acertar uma rede com cerca de 30 a 40
centímetros de diâmetro, que se encontrava suspensa por canas de bambu a prováveis nove
metros do solo.
Já para o pesquisador Araújo (2012), o Tsu-Chu era um jogo que na verdade era
um treino militar, pois após as guerras, os soldados formavam equipes para chutar a cabeça
dos soldados inimigos que haviam sido capturados ou mortos.
Com o tempo, as cabeças dos inimigos foram sendo substituídas por bolas de couro
revestidas com cabelo. Formavam-se duas equipes com oito jogadores e o objetivo
era passar a bola de pé em pé sem deixar cair no chão, levando-a para dentro de duas
estacas fincadas no campo (ARAÚJO8, 2012, p. 20).
Outros registros de esportes antigos remetem ao futebol atual, como o Kemari que
foi criado no Japão, o Harpastum (ou Episkiros) criado pelos gregos por volta do século I a.C
e o Soule (ou Choule) que surgiu durante a Idade Média na região onde agora fica a França
(ARAÚJO, 2012). Em 1066, o Soule foi introduzido na Inglaterra e, a partir de 1823, passou a
ter as características de hoje (DO PRADO; BENETTI, 2005). Para Dos Reis e Escher (s/d), o
ano oficial de criação do futebol moderno é 1863, quando foi fundada a Associação de
Futebol inglesa, porém, foi só no ano de 1857 que surgiu o primeiro clube inglês de futebol.
No Brasil, o precursor do futebol foi Charles Miller, um garoto nascido em São
Paulo que viajou para a Inglaterra aos nove anos para estudar e lá teve contato com o futebol
(ARAÚJO, 2012). Quando voltou ao Brasil em 1894, trouxe consigo “duas bolas de futebol,
um livro de regras e um jogo de uniformes.” (DOS REIS; ESCHER, s/d, p. 5) e tudo o mais
que aprendeu com os ingleses. Ainda segundo Araújo (2012), o primeiro jogo de futebol em
terras brasileiras aconteceu em abril de 1895 entre os times Funcionários da Companhia de
Gás x Cia. Ferroviária São Paulo Railway. As duas equipes eram formadas por funcionários
de empresas inglesas que atuavam em São Paulo.
8
Disponível em <http://bandalarga.0800.br/wp-content/uploads/2012/04/historia_do_futebol.pdf> Acessado em
07/03/2013.
27
3.1 A criação da Copa do Mundo
A ideia de se fazer uma Copa do Mundo, o maior evento futebolístico dos dias de
hoje (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006), começou com a fundação da Federação
Internacional das Associações de Futebol (Fifa) no dia 21 de maio de 1904. A Fifa teve como
principal objetivo a “reaproximação das nações por meio do esporte após o final da Primeira
Guerra Mundial” (FIFA, s/d) 9 . Para Santiago Jr e De Carvalho (2006, p. 278), além da
reaproximação, a Federação “teria o objetivo de regulamentar o futebol no mundo e organizar
campeonatos entre os países.”.
A ideia de organizar um campeonato mundial de futebol surgiu de quatro rapazes,
entre eles Jules Rimet10 que, após vários anos de luta e ao assumir a presidência da Fifa em
1921, conseguiu realizar seu grande sonho (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006). Na
época, o único torneio em que se podiam ver equipes nacionais se enfrentando para jogar
futebol eram os Jogos Olímpicos, até então, o principal campeonato de futebol do mundo, que
acabou perdendo o posto para a Copa do Mundo. Já há muitas décadas, o Mundial de futebol
é o maior campeonato do planeta em termos de importância (SANTIAGO JR; DE
CARVALHO, 2006).
Para sediar a primeira Copa do Mundo, houve um Congresso na cidade de
Barcelona (na Espanha) em 1929, quando ficou acertado que no ano seguinte aconteceria a
primeira Copa do Mundo, e o Uruguai foi escolhido como sede da competição. A escolha pelo
país anfitrião se deu por três motivos: prestígio da equipe uruguaia por ter sido campeã
olímpica em 1924 (em Paris) e 1928 (em Amsterdã), comemoração, em 1930, do centenário
da independência uruguaia. Além disso, a Associação Uruguai de Futebol ofereceu vantagens
financeiras aos demais participantes (MARTINS, 2010).
A primeira Copa do Mundo aconteceu em 1930 e reuniu apenas 13 seleções, nove
americanas (Argentina, Bolívia, Chile, Estados Unidos, Brasil, México, Uruguai, Peru, e
Paraguai) e quatro europeias (França, Romênia, Iugoslávia e Bélgica). Pelo baixo número de
países participantes, não houve nenhum jogo em eliminatórias11, mas, até hoje foi a única vez
que isto ocorreu. “Esta Copa e a de 1950, realizada no Brasil, foram as únicas em que havia
9
Disponível em <http://pt.fifa.com/aboutfifa/organisation/president/pastpresidents.html> Acessado em
06/03/2013.
10
Jules Rimet nasceu na França em 1873, foi o terceiro presidente da Federação Internacional das Associações
de Futebol (Fifa).
11
Eliminatórias são jogos disputados para conseguir vaga em uma Copa do Mundo.
28
mais equipes americanas do que europeias. Em todas as demais Copas, a Europa foi o
continente com mais representantes” (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p. 282).
O Brasil jogou apenas duas vezes na Copa de 1930, pois perdeu uma partida para
Iugoslávia (por 2 a 1) e venceu a outra da Bolívia (por 4 a 0), e foi eliminado logo na primeira
fase. A equipe desde o início apresentou problemas de organização devido a um conflito entre
dirigentes paulistas e cariocas (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006). Na final, o Uruguai
enfrentou a Argentina e venceu pelo placar de 4 a 2. Com a conquista da primeira Copa do
Mundo, o Uruguai firmou-se como a melhor seleção do mundo (SANTIAGO JR; DE
CARVALHO, 2006).
Desde então, já foram realizadas dezenove Copas do Mundo de Futebol, e 77
países já participaram de pelo menos uma edição da competição. O Brasil foi o único país a
disputar todas as Copas até hoje. Os países que já sediaram o campeonato mundial foram:
México (2), Itália (2), França (2), Uruguai (1), Suíça (1), Suécia (1), Chile (1), Inglaterra (1),
Alemanha Ocidental (1), Argentina (1), Espanha (1), Estados Unidos (1), Coreia do Sul e
Japão (1), Alemanha (1), África do Sul (1) e Brasil (1).
Em 2014, o Brasil sediará pela segunda vez o evento, e Fortaleza será uma das
subsedes, recebendo quatro jogos da primeira fase da competição, incluindo um do Brasil com
adversário ainda não definido, no dia 17 de junho; um jogo das oitavas-de-final e mais um das
quartas-de-final, também com seleções ainda não definidas (GLOBO ESPORTE, 2012)12.
3.2 A trajetória da seleção pentacampeã
O Brasil, além de ser o único país a participar de todas as dezenove Copas do
Mundo, é o único pentacampeão. Com isso, é inegável que haja muito para se dizer desta
seleção. Porém, no nosso radiodocumentário focamos em apenas oito participações brasileiras
em Mundiais, nas cinco em que o Brasil foi campeão (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002) e nas
três que ele mais decepcionou (1950, 1986 e 1998). Além de falarmos um pouco sobre as
perspectivas para a próxima Copa do Mundo, que será em 2014 no Brasil. Em seguida,
trazemos uma tabela com mais informações sobre a trajetória brasileira em todas as Copas e o
respectivo campeão da competição.
12
Disponível em <http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2011/10/confira-tabelacompleta-com-os-jogos-da-copa-do-mundo-de-2014.html> Acessado em 20/06/2013.
29
Ano Copa
País Sede
País Campeão
Uruguai
Nº de Países
Participantes
13
Uruguai
Posição da Seleção
Brasileira
6°
1930
1934
Itália
16
Itália
14°
1938
França
15
Itália
3°
1950
Brasil
13
Uruguai
2°
1954
Suíça
16
Alemanha
6°
1958
Suécia
16
Brasil
1°
1962
Chile
16
Brasil
1°
1966
Inglaterra
16
Inglaterra
11°
1970
México
16
Brasil
1°
1974
Alemanha Ocidental
16
Alemanha
4°
1978
Argentina
16
Argentina
3°
1982
Espanha
24
Itália
5°
1986
México
24
Argentina
5°
1990
Itália
24
Alemanha
9°
1994
Estados Unidos
24
Brasil
1°
1998
França
32
França
2°
2002
Coreia do Sul e Japão
32
Brasil
1°
2006
Alemanha
32
Itália
5°
2010
África do Sul
32
Espanha
6°
Durante a trajetória brasileira, muitos jogadores se destacaram e deixaram seus
nomes marcados na memória de quem gosta de futebol e principalmente de Copa do Mundo.
Abaixo, fizemos um breve histórico sobre os principais jogadores brasileiros, para ampliar
nossa descrição da trajetória da seleção brasileira até a conquista do pentacampeonato
mundial. Para isso, foi usado o livro Guia dos Craques, de Marcelo Duarte, cuja escolha foi
devido ao autor trabalhar na revista Placar13, dona de um dos maiores acervos de arquivos
futebolísticos do país e poder ter acesso a todos eles para produção do livro.
Destacam-se os seguintes jogadores: Ademir Menezes (Ademir Marques de
Menezes): era atacante e foi considerado um dos melhores jogadores do país nos anos 1940 e
artilheiro da Copa do Mundo de 1950; Pelé (Edson Arantes do Nascimento): é considerado o
“Rei do Futebol”. Foi 11 vezes artilheiro paulista jogando pelo Santos Futebol Clube. É o
único jogador a conquistar três títulos de Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970) e marcou
cerca de 1.281 gols. Disputou quatro Mundiais (jogou também a Copa de 1966), 144 partidas
pela seleção brasileira e marcou 95 gols; Didi (Valdir Pereira): foi um dos responsáveis pelos
dois títulos mundiais do Brasil em 1958 e 1962. Fez 74 partidas pela seleção brasileira e
marcou 21 gols. Participou também das Copas do Mundo de 1954, como jogador, e de 1970,
13
Criada em 1970, foi a revista esportiva de maior prestígio do Brasil durante décadas. Disponível em:
<http://www.literaturanaarquibancada.com/2013/01/placar-historia-de-uma-revista.html>.
Acessado
em:
22/06/2013.
30
como técnico da Seleção do Peru; Garrincha (Manoel dos Santos): disputou as Copas do
Mundo de 1958, 1962 e 1966. Nas duas primeiras, foi campeão mundial e um dos principais
responsáveis pelo bicampeonato brasileiro. Atuou 60 vezes pela seleção e marcou 17 gols;
Djalma Santos (Dejalma dos Santos): era lateral-direito, tinha boa técnica e bom
condicionamento físico. Jogou durante 22 anos, disputou quatro Copas do Mundo (1954,
1958, 1962 e 1966) e foi bicampeão mundial; Nílton Santos (Nílton dos Santos): jogou 84
partidas pela seleção brasileira, disputou quatro Copas do Mundo (1950, 1954, 1958 e 1962) e
ganhou as de 1958 e 1962. Durante toda a sua carreira profissional, jogou pelo time do
Botafogo de Futebol e Regatas; Rivelino (Roberto Rivellino): era armador e bom cobrador de
faltas. Jogou pela seleção brasileira 121 vezes, marcou 43 gols e foi campeão mundial na
Copa de 1970; Gérson (Gérson de Oliveira Nunes): conhecido como “o Canhotinha de Ouro”,
o meio-armador foi campeão mundial pela Seleção Brasileira em 1970 e jogou nos times do
Clube de Regatas Flamengo (1960 a 1962), Botafogo de Futebol e Regatas (1962 a 1970),
São Paulo Futebol Clube (1970 a 1972) e Fluminense Football Club (1973 e 1974); Tostão
(Eduardo Gonçalves de Andrade): atuou como ponta-de-lança, foi quatro vezes artilheiro do
Campeonato Mineiro, jogou 65 partidas pela seleção brasileira e fez 36 gols. Foi tricampeão
mundial em 1970. Teve problema de visão e encerrou a carreira aos 27 anos. Jogou 65
partidas pela seleção brasileira e fez 36 gols; Jairzinho (Jair Ventura Filho): foi ponta-de-lança
e ficou conhecido como “Furacão da Copa”, apelido que ganhou durante a campanha do
tricampeonato brasileiro em 1970. Também participou das Copas de 1966 e 1974, totalizando
106 jogos pela seleção; Júnior (Leovegildo Lins Gama Júnior): atuava em posições do meio
de campo pela facilidade em jogar com as duas pernas. Participou das Copas de 1982 e 1986 e
jogou 81 partidas pela seleção; Zico (Arthur Antunes Coimbra): foi um dos maiores
artilheiros que o futebol brasileiro já teve. Segundo Duarte (2000), foi ídolo no Clube de
Regatas Flamengo e marcou um total de 640 gols profissionalmente. Fez 94 partidas pela
Seleção, marcou 68 gols e disputou as Copas de 1978, 1982, 1986; Romário (Romário de
Souza Farias Filho): jogava de atacante e segundo Duarte (2000) em um curto espaço driblava
o goleiro e finalizava com um toque sutil, quase sempre inesperado. Foi revelado no Clube de
Regatas Vasco da Gama e ganhou o Mundial de 1994 com a seleção brasileira; Ronaldo
(Ronaldo Luiz Nazário de Lima): foi considerado o melhor jogador do mundo pela Fifa em
1996 e 1997. Conquistou seu primeiro Mundial com apenas 17 anos em 1994 e foi um dos
responsáveis pelo pentacampeonato do Brasil na Copa de 2002.
Além do destaque a alguns jogadores, é importante detalhar melhor as Copas
escolhidas para compor o nosso radiodocumentário. Entre elas, as que o Brasil ganhou: de
31
1958, 1962, 1970, 1994 e 2002; e as Copas de 1950, 1986 e 1998 escolhidas por terem sido
Copas em que a população mais esperava a vitória brasileira e a equipe acabou
decepcionando.
1950: o quarto mundial da história foi realizado em 1950 no Brasil. A Copa foi a
primeira após a Segunda Guerra Mundial e a primeira a adotar numeração na camisa dos
jogadores (RIBAS, 2010). A Segunda Guerra Mundial ocorreu de 1939 a 1941, e ocasionou a
paralisação do Mundial por doze anos, ou seja, os mundiais programados para 1942 e 1946
não existiram.
A Itália tinha uma ditadura fascista comandada por Benito Mussolini e a
Alemanha uma ditadura dominada pelo partido nazista de Adolf Hitler. Ambos os países
ganharam o apoio do Japão durante a guerra e formaram o “Eixo”. Do outro lado lutavam
contra eles Rússia, França, Inglaterra e Estados Unidos. “A guerra só terminou em 1945, com
Mussolini enforcado, Hitler suicidado e o Japão com duas cidades destruídas por bombas
atômicas dos norte-americanos.” (RIBAS, 2010, p. 50).
Antes da Guerra, porém, ainda em 1938, houve um congresso onde a Fifa avaliou
candidaturas para o Mundial de 1942. A disputa era entre Argentina, Brasil e Alemanha, mas
não houve mundiais em 1942 e 1946. Já em 1946, a Federação voltou a se reunir e decidiu
que para respeitar o intervalo de quatro em quatro anos, a próxima Copa seria em 1950 e
sediada no Brasil.
A seleção brasileira percorreu um caminho difícil até chegar à final (SANTIAGO
JR; DE CARVALHO, 2006). Na primeira fase, venceu o México por 4 a 0, empatou com a
Suíça por 2 a 2 e venceu a Iugoslávia (2 a 0). Já na fase final, o Brasil realizou suas duas
maiores goleadas em Copas do Mundo, com 7 a 1 contra a Suécia e 6 a 1 contra a Espanha. O
maior número de gols feitos em outra equipe entre todas as seleções pertence à Hungria que
venceu El Salvador por 10 a 1 na Copa de 1982.
A equipe brasileira fez, também, seu artilheiro na competição, Ademir Menezes.
Com nove gols, foi o jogador brasileiro que mais fez gols em uma só Copa do Mundo. “O
Brasil marcou um total de 22 gols na Copa de 50, a maior marca da Seleção Brasileira em
Copas de todos os tempos.” (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p. 302).
A Copa de 50 foi a única da história a não ter uma final como nós conhecemos
hoje, já que na fase final, quatro seleções jogaram entre si e a melhor ficou com o título.
Conforme Santiago Jr e De Carvalho (2006), o jogo Brasil x Uruguai no Maracanã, jogo que
faria do vencedor o grande campeão da Copa de 1950, foi um dos maiores e mais marcantes
32
jogos da história do futebol, começando pelo público de mais de 173 mil pagantes14. A seleção
brasileira jogava com a vantagem do empate, mas acabou perdendo por 2 a 1.
1958: neste ano, mais uma vez o mundo passava por problemas políticos. A
Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética não estava no auge, mas já assustava o
mundo. E foi nesse ano que o Brasil conseguiu ganhar sua primeira Copa do Mundo, na
Suécia, na sexta edição do Mundial. “O Brasil com seu sonhado primeiro título mundial, foi o
primeiro país a vencer uma Copa fora do seu continente” (SANTIAGO JR; DE CARVALHO,
2006, p. 318).
Logo na estreia do Brasil no Mundial, a seleção venceu a Áustria por 3 a 0. No
segundo jogo, empatou com a Inglaterra em 0 a 0, e no terceiro contra a antiga União
Soviética (URSS), venceu por 2 a 0. Na segunda fase da Copa de 58, o Brasil enfrentou a
seleção do País de Gales e ganhou pelo placar de 1 a 0, com gol de Pelé, o primeiro do
jogador em Copas. Ribas (2010) afirma que o meia-atacante Pelé, juntamente com Didi e
Garrincha, foram os grandes destaques do Brasil nessa Copa.
Nas semifinais, o Brasil enfrentou a França, os franceses marcaram 15 gols em 4
jogos, em contrapartida, a seleção brasileira não havia sofrido nenhum gol durante a
competição. Daí, “os dribles de Garricha, os passes precisos de Didi, a aplicação tática de
Zagallo15 e as tabelas entre Vavá16 e Pelé desmontaram a resistência francesa” (RIBAS, 2010,
p. 106), e o Brasil venceu mais uma partida (5 a 2).
No dia 29 de junho de 1958, a seleção brasileira conseguiu seu primeiro título
mundial ao enfrentar os suecos e vencê-los pelo placar novamente de 5 a 2. A partir daí, o
Brasil começa sua trajetória Pentacampeã. “Bellini17 (capitão da seleção brasileira na Copa)
criou, sem querer, o gesto de erguer a taça de campeão acima da cabeça [...] O ato serviu de
inspiração para todos os campeões de futebol.” (RIBAS, 2010).
1962: o bicampeonato Mundial do Brasil veio quatro anos depois, na Copa
seguinte, em 1962, no Chile. Segundo Santiago Jr e De Carvalho (2006), a seleção brasileira
já vinha como grande favorita por ser a atual campeã e manteve a mesma base da equipe que
14
Maior público oficial da história das Copas, mas os portões do Maracanã foram arrombados naquele dia e se
estima que havia entre 210 e 220 mil pessoas no estádio (SANTIAGO JR e DE CARVALHO, 2006, p. 305306).
15
Mário Jorge Logo Zagallo jogou 34 vezes pela seleção brasileira e se consagrou bicampeão mundial em 1958
e 1962. Como treinador disputou mais três Copas (1970, 1974 e 1998) e foi auxiliar-técnico do Brasil em 1994
na conquista do tetracampeonato.
16
Edvaldo Izídio Netto foi bicampeão mundial em 1958 e 1962, ganhou o apelido de “Leão da Copa”. Participou
de 25 jogos e marcou 15 gols pela seleção brasileira.
17
Hideraldo Luís Bellini era zagueiro e foi capitão brasileiro na primeira conquista mundial em 1958. Disputou
também as Copas de 1962 e 1966.
33
disputou o Mundial de 58 com os goleiros Gilmar18 e Castilho19, os laterais Djalma Santos e
Nilton Santos, os zagueiros Mauro20, Bellini e Zózimo21, os meio-campistas Didi e Zito22, e os
atacantes, Garrincha, Zagallo, Vavá, Pelé e Pepe23.
No primeiro jogo do campeonato, o Brasil enfrentou o México e venceu por 2 a 0,
no segundo jogo empatou em 0 a 0 com a Tchecoslováquia e no terceiro venceu mais uma
vez, agora contra a Espanha, por 2 a 1. O Brasil foi o primeiro colocado do seu grupo e nas
quartas-de-final enfrentou a Inglaterra e venceu pelo placar de 3 a 1. Nas semifinais, o Brasil
enfrentou a seleção do país sede, o Chile, com o estádio Nacional de Santiago com mais de 76
mil pessoas segundo Ribas (2010), e conquistou mais uma vitória, por 4 a 2. Garrincha, que
marcou dois gols na partida contra a Inglaterra e marcou mais dois gols contra o Chile,
tornou-se um dos destaques do Mundial. A final foi contra a Tchecoslováquia, a mesma com
quem tinha empatado em 0 a 0 na primeira fase, mas dessa vez conseguiu uma vitória por 3 a
1 e se consagrou Bicampeão Mundial.
1970: desde 1964, o Brasil vivia um momento histórico chamado Ditadura Militar,
um período em que o regime militar assumiu o controle político, econômico e social do país,
onde, quem se demonstrava contra sofria com repressão, violência, censura, prisão e exílio,
em uma tentativa de controle e domínio total que durou até o ano de 1985 (FERRARI;
PEREIRA, 2009).
Ainda durante a Ditadura, mas fora daqui, no México, em 1970, aconteceu mais
uma edição da Copa do Mundo, que contou com a presença de várias seleções de alto nível
como Alemanha, Inglaterra e Itália, mas o Brasil conseguiu se sobressair e para muitos foi
considerada a melhor equipe de todos os tempos (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p.
340). A equipe treinada por Zagallo teve jogadores de destaque como: Pelé, Rivelino, Gérson,
Tostão e Jairzinho.
O Brasil conquistou seu tricampeonato e terminou a Copa de 70 com seis jogos
ganhos (todos que disputou) sem uma única prorrogação, “a segunda maior sequência de
18
Gilmar dos Santos Neves jogou em times como o Sport Club Corinthians Paulista e o Santos Futebol Clube.
Jogou 103 jogos pela seleção brasileira e sofreu 104 gols.
19
Carlos José Castilho fez história no Fluminense Football Club onde jogou 702 partidas entre os anos de 1947 e
1965. Pela seleção brasileira participou de 25 jogos e das Copas do Mundo de 1950 e 1962.
20
Mauro Ramos de Oliveira jogou no São Paulo Futebol Clube e no Santos Futebol Clube. Pela seleção
brasileira foi reserva nos Mundiais de 1950, 1954 e 1958, já em 1962 foi titular e capitão do bicampeonato
Mundial.
21
Zózimo Alves Calazans atuava como quarto-zagueiro, jogou 39 partidas pela seleção e disputou as Copas de
1958 e 1962.
22
José Eli de Miranda jogava como volante e foi duas vezes campeão Mundial (1958 e 1962) além de ter
participado da Copa de 1966.
23
José Macia fez história no Santos Futebol Clube entre os anos de 1953 e 1968. Participou de 40 partidas pela
seleção brasileira, marcou 22 gols e foi bicampeão Mundial em 1958 e 1962.
34
vitórias de uma seleção sem uma prorrogação em Mundiais.” (SANTIAGO JR; DE
CARVALHO, 2006, p. 341). Os autores ainda reforçam:
A maior sequência de vitórias em Copas pertence ao Brasil (em 2002) e à Itália, com
sete vitórias seguidas (três em 1934 e quatro em 1938), porém os italianos
empataram um jogo no tempo normal e precisaram de uma prorrogação contra a
Noruega em 1938. Independentemente de prorrogação ou não, apenas o Uruguai em
1930, a Itália em 1938 e o Brasil em 1970 e 2002 foram campeões com 100% de
aproveitamento nas partidas. Porém, destas quatro seleções a que mais se destacou,
sem dúvida, foi a do Brasil de 70 (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p. 341).
Na primeira fase, o Brasil enfrentou e ganhou das seleções da Tchecoslováquia (4
a 1), Inglaterra (1 a 0) e Romênia (3 a 2). Já nas quartas-de-final, enfrentou o Peru e venceu
pelo placar de 4 a 2. As semifinais da Copa de 70, para Santiago Jr e De Carvalho (2006),
foram emocionantes e magníficas, pois se enfrentaram Brasil x Uruguai e Alemanha x Itália.
Três destas seleções (Brasil, Itália e Uruguai) podiam conquistar definitivamente a taça Jules
Rimet, pois eram seleções bicampeãs e a primeira seleção tricampeã ficaria definitivamente
com a posse da taça.
Na disputa pela vaga na final do campeonato, o Brasil venceu a seleção do
Uruguai por 3 a 1 e foi para a final com a Itália (que havia ganhado o jogo contra a
Alemanha) e conquistou a vitória na competição ao fazer 4 gols a 1, tornando-se o primeiro
Tricampeão Mundial. Outras duas seleções conseguiram o mesmo número de vitórias anos
depois, a Itália em 1982 e a Alemanha em 1990.
1986: Mundial realizado no México e vencido pela seleção da Argentina, que
tinha Maradona 24 em boa fase de carreira (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006), a
competição teve a presença de todos os campeões mundiais (Alemanha, Argentina, Brasil,
Inglaterra e Itália), fato que ainda não havia acontecido anteriormente.
Sob o comando do técnico Telê Santana25, a campanha brasileira em busca do
tetracampeonato começou com vitórias sobre as equipes da Espanha (1 a 0), Argélia (1 a 0) e
Irlanda do Norte (3 a 0). Na segunda fase, o Brasil fez 4 a 0 contra a Polônia. Nas quartas-definal o Brasil enfrentou a França e logo no começo do jogo após tabela entre Júnior e
Müller26, Careca27 faz 1 a 0, a França empatou em 1 a 1 aos 40 minutos com Platini28. Zico
24
Diego Armando Maradona é argentino e considerado “o maior jogador do mundo na década de 80”
(DUARTE, 2000, p. 269). Disputou quatro Copas do Mundo: 1982, 1986, 1990 e 1994.
25
Telê Santana da Silva foi jogador do Fluminense Football Club na década de 50, fez 557 partidas pelo clube e
marcou cerca de 160 gols. Comandou a seleção brasileira em dois Mundiais (1982 e 1986).
26
O atacante Luís Antônio Corrêa da Costa tem como time de destaque na carreira o São Paulo Futebol Clube.
Pela seleção brasileira marcou 11 gols, participou de 56 partidas e disputou os Mundiais de 1986, 1990 e 1994.
27
Antônio de Oliveira Filho foi centroavante, começou sua carreira no Guarani Futebol Clube, time do interior
do estado de São Paulo. Pela seleção brasileira disputou os Mundiais de 1986 e 1990.
35
ainda teve a chance de fazer 2 a 1 para a seleção brasileira no segundo tempo com um gol de
pênalti, mas o goleiro francês Bats29 defendeu. Com o empate no tempo normal o jogo foi
para a prorrogação, mas o empate continuou mantido e a vaga foi decidida na disputa de
pênaltis. A França venceu por 4 a 3 e o Brasil foi eliminado da competição.
1994: após 24 anos sem chegar a uma final de Copa do Mundo, no Mundial de
1994, nos Estados Unidos, o Brasil conquistou o tetracampeonato. A seleção tinha como
técnico Carlos Alberto Parreira e coordenador técnico Zagallo (treinador do Brasil em 1970).
Para Santiago Jr e De Carvalho (2006), grandes destaques dessa equipe campeã e
responsáveis pelo título foram Romário (que fez cinco gols na competição), Bebeto 30 (que fez
cinco gols no Mundial) e Dunga31, capitão do Brasil.
O Brasil classificou-se em primeiro lugar em sua chave na primeira fase da Copa
de 1994, onde enfrentou e venceu a Rússia por 3 a 2, a seleção de Camarões por 3 a 0 e
empatou com a Suécia de 1 a 1. Na segunda fase (oitavas-de-final), o Brasil enfrentou e
venceu a seleção dos Estados Unidos no dia da data da Independência americana32 por 1 a 0,
com gol marcado por Bebeto. Nas quartas-de-final, o Brasil venceu a Holanda por 3 a 2, e,
nas semifinais, a Suécia pelo placar de 1 a 0.
Segundo Santiago Jr e De Carvalho (2006), a final do Mundial de 1994 contra a
Itália foi um jogo tenso e equilibrado, pois não valia só o título de campeão dessa Copa,
Brasil e Itália (campeã em 1934, 1938 e 1982) eram três vezes campeões Mundiais e jogaram
em busca do desempate. O jogo terminou no tempo normal e prorrogação em 0 a 0, a disputa
foi para os pênaltis, o Brasil venceu por 3 a 2 e se tornou o único tetracampeão mundial de
futebol. Em 2006, a Itália conseguiu igualar em número de vitórias em Mundiais.
1998: a Copa deste ano (realizada na França) foi a primeira a ter 32 países
participantes. Com o número maior de competidores, o modelo da disputa foi modificado, as
32 seleções foram divididas em oito grupos de quatro e os dois melhores de cada um
avançaram para as oitavas-de-final totalizando 16 classificados (RIBAS, 2010). O Brasil
chegou mais uma vez como favorito ao título mundial. Para Ribas (2010), por ser a última
28
O meia-esquerda Michel Platini jogou 72 vezes pela seleção francesa onde marcou 41 gols. Disputou as Copas
do Mundo de 1978, 1982 e 1986. Foi técnico da equipe francesa e presidente do comitê organizador da Copa do
Mundo de 1998.
29
Joel Bats disputou o Mundial de 1986 e “como treinador de goleiros, fez parte da comissão técnica campeã do
mundo em 1998” (DUARTE, 2000, p. 64).
30
José Roberto Gama de Oliveira “foi um dos atacantes mais inteligentes e criativos revelados pelo futebol
brasileiro nos anos 80” (DUARTE, 2000, p. 65). Foi revelado no Esporte Clube Vitória em 1983, participou das
Copas do Mundo de 1990, 1994 e 1998.
31
O volante Carlos Caetano Bledorn Verri jogou 91 partidas pela seleção brasileira e marcou seis gols.
32
O dia da Independência americana é comemorado no dia 4 de julho. É um dia significativo para a população
norte-americana por ser o dia da declaração da independência do país.
36
seleção campeã (em 1994) e por ter na equipe Ronaldo, então como 21 anos, considerado o
melhor jogador do mundo pela Fifa em 1996 e 1997.
A seleção venceu as duas primeiras partidas (Brasil 2 x 1 Escócia e Brasil 3 x 0
Marrocos) e perdeu a terceira (Brasil 1 x 2 Noruega), mas foi o suficiente para se classificar
em primeiro lugar no seu grupo (A). Já a França, país sede da Copa, que acabou sendo a
campeã do Mundial de 98, foi passando pelas fases com certa dificuldade e chegou à final
sem ser a grande favorita (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006).
Nas oitavas-de-final, o Brasil conquistou uma vitória contra o Chile por 4 a 1,
com dois gols de César Sampaio33 e dois de Ronaldo. A França jogou contra o Paraguai e o
resultado só foi definido no segundo tempo da prorrogação com um Golden Gol34, ou seja, um
gol que decide a partida a favor da seleção que o marca, quando acontece, o jogo encerra
imediatamente.
Os franceses, nas quartas-de-final, empataram com os italianos em 0 a 0 no tempo
normal e venceram na disputa de pênaltis por 4 a 3. O Brasil venceu a Dinamarca por 3 a 2 e
assim como a França, avançou para as semifinais, quando o Brasil enfrentou a Holanda,
empatando de 1 a 1 no tempo normal e vencendo na disputa de pênaltis por 4 a 2. Já a França
venceu a Croácia por 2 a 1.
O resultado do jogo da final da Copa de 1998 é muito polêmico (SANTIAGO JR
E DE CARVALHO, 2006). No lugar de Ronaldo (titular até então) entraria Edmundo35 (que
disputava vaga na seleção com Bebeto). Ronaldo teria sofrido uma convulsão na
concentração, foi levado ao hospital, onde logo recebeu alta, mas os médicos avisaram que ele
não deveria jogar, mas Ronaldo pediu para ser escalado e Zagallo consentiu (RIBAS, 2010).
Segundo Santiago Jr e De Carvalho (2006), o Brasil jogou muito mal e a França
venceu a partida por 3 a 0 e conquistou sua primeira Copa do Mundo. Com o resultado, a
culpa pela perda do título foi dada ao problema de Ronaldo e à decisão de Zagallo em deixálo jogar (RIBAS, 2010).
2002: “a Copa de 2002 foi a primeira disputada na Ásia e também a primeira a ser
sediada por dois países (Coréia do Sul e Japão).” (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006,
p. 413). O Brasil nesse campeonato conseguiu um feito inédito em uma Copa, sete vitórias em
33
Carlos César Sampaio Campos fez três gols no Mundial da França em 98, mesmo sendo volante (posição
defensiva no futebol). Jogou em clubes como o Santos Futebol Clube e a Sociedade Esportiva Palmeiras aqui no
Brasil.
34
Essa foi à primeira vez que ocorreu um Golden Gol (gol de ouro). A regra foi utilizada em Copas somente nas
de 1998 e 2002 (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006).
35
O atacante Edmundo Alves de Souza Neto começou sua carreira profissional no Clube de Regatas Vasco da
Gama em 1992, mas também jogou em times como o Clube de Regatas do Flamengo e Sociedade Esportiva
Palmeiras.
37
sete jogos. “A seleção brasileira, treinada por Luis Felipe Scolari, saiu desacreditada do Brasil
[...] mas graças principalmente ao talento de Ronaldo, Rivaldo 36 e Ronaldinho Gaúcho 37 ,
conseguiu superar os rivais e conquistou o quinto título mundial.” (SANTIAGO JR; DE
CARVALHO, 2006, p. 414).
Na primeira fase, a seleção brasileira venceu as seleções da Turquia (2 a 1), China
(4 a 0) e a Costa Rica (5 a 2). Nas oitavas-de-final, venceu a Bélgica por 2 a 0, nas quartas-definal mais uma vitória, dessa vez contra a Inglaterra por 2 a 1. Nas semifinais o Brasil,
enfrentou mais uma vez a Turquia e venceu, dessa vez por 1 a 0.
A final do Mundial foi a “partida mais aguardada da História das Copas”
(SANTIAGO JR E DE CARVALHO, 2006, p. 419), já que estavam em campo “as duas
maiores potências do futebol no planeta” (RIBAS, 2010). O Brasil venceu a Alemanha por 2 a
0, com dois gols de Ronaldo, que ainda marcou seu nome na história como artilheiro da Copa
de 2002, com oito gols, recuperando-se da atuação que fez na Copa de 1998. O Brasil, então,
consagrou-se a única seleção até hoje pentacampeã mundial.
2014: O anúncio da definição do Brasil como país sede da Copa do Mundo de
2014, foi divulgado pela Fifa no dia 30 de outubro de 2007, desde lá o país vem se preparando
para receber o evento, que acontecerá em menos de um ano, exatamente no dia 12 de junho de
2014. As cidades sedes dos jogos serão Curitiba, Cuiabá, Brasília, Fortaleza, Manaus, Belo
Horizonte, Porto Alegre, Natal, Recife, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, onde apenas
seis dos doze estádios estão prontos (GLOBO ESPORTE, 2013)38. O estádio Arena Castelão,
em Fortaleza, foi o primeiro a ser entregue (dezembro de 2012).
Ainda segundo o site os investimentos feitos em obras nos aeroportos,
estádios, mobilidade urbana, portos, telecomunicações, segurança e turismo já chegam a R$
28,1 bilhões.
O atual técnico da seleção brasileira é Luis Felipe Scolari, que também
comandou a seleção na conquista do pentacampeonato em 2002 será, provavelmente, o
técnico da equipe no Mundial do ano que vem.
36
Rivaldo Vitor Borba Ferreira foi “o melhor jogador do Brasil na Copa do Mundo de 1998” (DUARTE, 2000,
p. 365). E em 1999 foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA.
37
Ronaldo de Assis Moreira atua como meia e atacante, atualmente joga no Clube Atlético Mineiro. Venceu o
prêmio de Melhor jogador do mundo pela FIFA em 2004 e 2005, quando viveu o auge de sua carreira. Participou
dos Mundiais de 2002 e 2006.
38
Disponível em <http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2013/06/um-ano-para-copacom-obras-em-atraso-cidades-correm-contra-o-tempo.html> Acessado em 25/06/2013.
38
4 DIÁRIO DE CAMPO
Iniciamos nossas pesquisas com a procura de livros sobre os temas referentes ao
nosso radiodocumentário – rádio, jornalismo esportivo e Copa do Mundo de Futebol – para
podermos escrever o relatório técnico-científico e nos aprimorarmos ainda mais sobre o
assunto. Com a carência de material na biblioteca da faculdade e da falta de dinheiro para
comprarmos livros relacionados ao rádio e a Copas do Mundo, perguntamos a vários amigos e
conhecidos sobre a disposição deles em nos emprestar para nos ajudar nas pesquisas.
No dia 14 de maio de 2013, começamos as entrevistas para o radiodocumentário.
Fomos até uma empresa localizada no bairro da Aldeota para entrevistar o jornalista Arthur
Ferraz, que nos falou sobre sua experiência na cobertura da Copa de 1998, na França, e sobre
o que isso significou para sua carreira.
No dia 16 de maio de 2013, fomos até a sede da TV Cidade para entrevistar a
jornalista Ana Claudia Andrade, que nos falou sobre sua experiência na cobertura da última
Copa do Mundo, realizada em 2010 na África do Sul.
No dia 17 de maio de 2013, fomos até a sede do Diário do Nordeste conversar
com o jornalista Tom Barros. Ele cobriu quatro Copas do Mundo (1990, 1994, 1998 e 2006) e
teve muita história pra contar. A entrevista durou cerca de meia hora.
Ao entrevistar os jornalistas, começou a principal dificuldade para nós, encontrar
três pessoas comuns, torcedores que pudessem e quisessem contar alguma história curiosa
para nós ou alguma lembrança boa de sua infância.
No dia 3 de junho de 2013, lendo um blog sobre histórias do futebol, descobrimos
a história do fanático por futebol Elenilson Dantas. Em 2004, ele comprou uma antena de 2
metros de diâmetro que custou na época 4 mil reais, para poder assistir cerca de 500 canais
abertos do mundo e com isso ver jogos de 27 países. No mesmo dia, entramos em contato
com ele por e-mail e ele foi bem acessível. Dia 6 de junho, a entrevista foi realizada em sua
casa.
No dia 6 de junho, através de um amigo, conseguimos o contato do pesquisador
Airton Fontenele, como ele é um senhor de idade, já havíamos recebido a informação que era
a filha dele quem analisa a disponibilidade dele para dar entrevistas. Ligamos e ao falar que
era estudante de jornalismo, sua filha logo falou que ele não teria tempo, pois iria lançar um
livro no dia 18 de junho e que está com muitos compromissos agendados. Ao explicar um
pouco sobre nosso trabalho e insistir para que o encontro fosse realizado, ela disse que
39
ligássemos na semana seguinte. Ligamos na semana seguinte durante três dias seguidos e em
nenhum deles a filha do pesquisador nos deu uma resposta positiva, apesar de ter dito que
queria nos ajudar. No dia 15 de junho, com o prazo para começarmos a gravar o
radiodocumentário já no limite, desistimos da entrevista.
No dia 8 de junho, entrevistamos a professora aposentada Consuela Souza, de 67
anos, que começou a acompanhar futebol por influência do marido, os dois são fanáticos pelo
Ceará Sporting Clube.
No dia 11 de junho, entrevistamos o estudante Tobias Saldanha, de 23 anos, que
já trabalhou como assessor de um time de futebol local e atualmente faz pautas para o jornal o
Estado de São Paulo sobre a Copa das Confederações.
No dia 15 de junho, encerramos nosso relatório técnico, que durou cerca de nove
meses de pesquisas. E no dia 18 de junho foi gravado o radiodocumentário e a edição foi feita
em dois dias.
40
5 RADIODOCUMENTÁRIO BRASIL NAS COPAS: VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA
SELEÇÃO PENTACAMPEÃ
O radiodocumentário apresenta a trajetória da seleção brasileira desde a primeira
Copa do Mundo, até o último título mundial, para isso, focamos em oito participações
brasileiras em Mundiais. Além de falarmos um pouco sobre os preparativos para a próxima
Copa do Mundo que será em 2014 no Brasil.
O programa tem duração de 30 minutos e possui entrevistas com os jornalistas
Tom Barros, Ana Cláudia Andrade e Arthur Ferraz e pessoas apaixonadas por futebol como, a
professora aposentada Consuela Souza, o estudante Tobias Saldanha e o técnico em
telecomunicações Elenilson Dantas.
Em sua estrutura, o nosso radiodocumentário traz músicas que marcaram os
Mundiais, radioteatro e spot. Sua gravação e edição tiveram como referência os roteiros
abaixo apresentados.
5.1 Roteiro – radiodocumentário
Radiodocumentário: BRASIL NAS COPAS: VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA
SELEÇÃO PENTACAMPEÃ
Uma produção de Carla Naiara Julião Marques e Jorsandra Valéria Silva da Cunha
Técnica de som: Glauber Sousa
Duração: 30‟
1º Bloco
TEC: SOBE CARACTERÍSTICA MÚSICA DOMINGO, EU VOU AO MACARANÃ
TEC: DESCE CARACTERÍSTICA
LOC1: Brasil nas copas: vitórias e decepções da seleção pentacampeã. Produção de
Naiara Julião e Jorsandra Cunha, estudantes do curso de Jornalismo da Faculdade
Cearense.
LOC2: Eu sou Jorsandra Cunha e hoje vamos viajar pelo mundo do Futebol, pegando
carona com a seleção brasileira, através de músicas e narrações de jogos que marcaram
as Copas do Mundo.
TEC: SOBE BG
TEC: DESCE BG
LOC1: Eu sou Naiara Julião e através do nosso radiodocumentário vamos reviver as
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emoções e as decepções da nossa seleção pentacampeã nas Copas do Mundo. Para isso,
relembramos nove copas. As cinco que a Seleção Canarinho ganhou 1958, 1962, 1970,
1994 e 2002,
LOC2: E as três em que a população mais esperava a vitória brasileira e a equipe
acabou decepcionando, que foi em 1950, 1986 e 1998 e vamos falar também das
expectativas para a Copa de 2014 que será sediada no Brasil.
TEC: VINHETA BRASIL
TEC: SOBE BG
TEC: DESCE BG
LOC1: As primeiras manifestações do futebol surgem entre 3.000 e 2.500 a.C, na
China, quando era chamado de Tsu-Chu. Mas o ano oficial de criação do futebol
moderno é em 1863, quando foi fundada a Associação de Futebol inglesa. Mas,
somente no ano de 1857 que surge o primeiro clube inglês de futebol.
LOC2: No Brasil, o precursor do futebol é Charles Miller, que nasceu em São Paulo e
viajou para a Inglaterra aos nove anos para estudar e lá conheceu o futebol. Quando
volta ao Brasil em 1894, Charles Miller traz com ele duas bolas de futebol, um livro de
regras, um jogo de uniformes e tudo que aprendeu com os ingleses.
LOC1: O primeiro jogo de futebol em terras brasileiras, aconteceu em abril de 1895
entre os times dos Funcionários da Companhia de Gás e Companhia Ferroviária São
Paulo Railway. As duas equipes eram formadas por funcionários de empresas inglesas
que atuavam em São Paulo.
LOC2: Já a ideia de se fazer uma Copa do Mundo, o maior evento futebolístico dos
dias de hoje, começa com a fundação da Federação Internacional das Associações de
Futebol, a FIFA, no dia 21 de maio de 1904. Conhecida como uma entidade, a FIFA
tem como principal objetivo a reaproximação das nações por meio do esporte, após o
final da Primeira Guerra Mundial. A Federação também tem como objetivo
regulamentar o futebol no mundo e organizar campeonatos entre os países.
LOC1: Já foram realizadas 19 Copas do Mundo de Futebol, e 77 países já participaram
de pelo menos uma edição da competição. O Brasil é o único país a disputar todas as
Copas até hoje, além de ser o único pentacampeão mundial.
LOC2: Para sediar a primeira Copa do Mundo, houve um Congresso na cidade
espanhola de Barcelona em 1929. No ano seguinte aconteceu a primeira Copa do
Mundo e o Uruguai é a primeira sede da competição.
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LOC1: A escolha foi devido principalmente ao prestígio da equipe uruguaia por ser
bicampeã dos Jogos Olímpicos. Até então, era o principal campeonato de futebol do
mundo, e acabou perdendo o posto para a Copa do Mundo, que já é há muitas décadas
o maior campeonato de futebol do planeta em termos de importância.
LOC2: A primeira Copa do Mundo aconteceu em 1930, e reuniu apenas treze seleções,
foram elas: Argentina, Bolívia, França, Chile, Estados Unidos, Brasil, Romênia,
México, Iugoslávia, Uruguai, Peru, Bélgica e Paraguai. O Brasil jogou apenas duas
vezes na competição e foi eliminado logo na primeira fase. O Uruguai foi o campeão e
se firmou como a melhor seleção do mundo.
LOC1: Vinte anos depois, em 1950, foi a Copa do Mundo de maior decepção para os
torcedores brasileiros. O Brasil era o país sede e o favorito, já que tinha sua torcida
apoiando. O jogo Brasil x Uruguai no Maracanã, partida que faria do vencedor o
grande campeão da Copa de 1950 foi um dos maiores e mais marcantes jogos da
história do futebol, começando pelo público de mais de 200 mil pagantes.
LOC2: A seleção brasileira jogava com a vantagem pelo empate, e estava 1 a 1 no
placar, quando aos 34 do segundo tempo, o Uruguai fez mais um gol e um silêncio
ensurdecedor tomou conta do estádio super lotado. Inacreditavelmente, para os críticos
da época, o Uruguai venceu o Brasil por 2 a 1 em uma partida que ficou conhecida
como Maracanazzo.
TEC: SOBE BG
TEC: SOLTA ÁUDIO A TAÇA DO MUNDO É NOSSA [00” – 49”]
LOC1: Em 1958 o mundo passava por problemas políticos. A Guerra Fria entre
Estados Unidos e União Soviética não estava no auge mas já assustava o mundo. E foi
nesse ano que o Brasil conseguiu ganhar sua primeira Copa do Mundo, na Suécia, na
sexta edição do Mundial. Com isso ele foi o primeiro país a vencer uma Copa fora do
seu continente.
LOC2: O meia-atacante Pelé, juntamente com Didi e Garrincha foram os grandes
destaques do Brasil nessa Copa. Na final, no dia 29 de junho de 1958, a seleção
brasileira enfrentou os suecos e venceu pelo placar de 5 a 2. A partir daí, o Brasil
começa sua trajetória Pentacampeã.
LOC1: Essa equipe foi a melhor seleção brasileira da história na opinião do jornalista
Tom Barros e também tinha os melhores jogadores brasileiros até hoje.
TEC: SONORA TOM BARROS [5‟35” a 5‟58” - 4‟22” a 4‟32” - 5‟18” a 5‟32”]
43
TEC: SOBE BG
TEC: DESCE BG
LOC2: O bicampeonato Mundial do Brasil veio quatro anos depois, na Copa seguinte,
em 1962, no Chile. A seleção brasileira já vinha como grande favorita por ser a atual
campeã e manteve a mesma base da equipe que disputou o Mundial de 58, com os
goleiros Gilmar e Castilho, os laterais Djalma Santos e Nilton Santos, os zagueiros
Mauro, Bellini e Zózimo, os meio-campistas Didi e Zito, e os atacantes, Garrincha,
Zagallo, Vavá, Pelé e Pepe.
LOC1: A final do Mundial foi contra a Tchecoslováquia, e a seleção brasileira venceu
por 3 a 1 e se consagrou Bicampeã Mundial.
LOC2: Vamos ouvir a jornalista Glenda Kozlowski que relembrou este momento que
ficou marcado na história.
TEC: SOLTA ÁUDIO NARRAÇÃO GLENDA KOZLOWSKI DA FINAL DA COPA
DE 62 [20” – 01‟06”]
TEC: VINHETA BRASIL
TEC: VINHETA PASSAGEM
TEC: SOLTA ÁUDIO BRASIL AME OU DEIXE-O
LOC1: Desde 1964, o Brasil vivia um momento histórico chamado Ditadura Militar,
um período quando o regime militar assumiu o controle político, econômico e social do
país. Quem era oposição aos militares sofria com violentas repressões, em uma
tentativa de controle e domínio total que durou até o ano de 1985.
LOC2: Ainda durante a Ditadura, mas fora daqui, no México, em 1970, aconteceu mais
uma edição da Copa do Mundo, que contou com a presença de várias seleções de alto
nível, como Alemanha, Inglaterra e Itália, mas o Brasil conseguiu se sobressair e foi
considerada a melhor seleção de todos os tempos. A equipe treinada por Zagallo teve
jogadores de destaque como Pelé, Rivelino, Gérson, Tostão e Jairzinho.
LOC1: A música que mais marcou essa competição foi “Pra Frente Brasil”, na letra,
um incentivo à seleção brasileira, mas como o Mundial aconteceu no mesmo período
da Ditadura Militar, muitos pensaram que a canção seria uma crítica, como nos fala o
jornalista Tom Barros.
TEC: SONORA TOM BARROS [8‟45” – 9‟40”]
TEC: SOLTA ÁUDIO PRA FRENTE BRASIL [10” – 58”]
LOC2: Na semifinal da Copa de 70 o Brasil venceu a seleção do Uruguai por 3 a 1 e
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foi para a final com a Itália, que havia ganhado da Alemanha no outro jogo. Na última
partida do Mundial o Brasil venceu a seleção italiana por 4 a 1 e se tornou o primeiro
Tricampeão Mundial.
LOC1: Com a conquista o Brasil terminou a Copa de 70 com a incrível marca de ter
ganhado todas as partidas que disputou, seis no total. Sem uma única prorrogação, o
que tornou a segunda maior sequência de vitórias de uma seleção sem uma prorrogação
em Mundiais. O recorde de sete vitórias seguidas pertence ao próprio Brasil em 2002 e
à Itália, sendo três em 1934 e quatro em 1938.
TEC: VINHETA BRASIL
TEC: VINHETA PASSAGEM
TEC: SOLTA ÁUDIO MEXE CORAÇÃO [18” – 1‟08”]
LOC2: Em 1986 no Mundial realizado no México e vencido pela seleção da Argentina,
que tinha Maradona em boa fase de carreira, a competição teve a presença de todos os
campeões mundiais: Alemanha, Argentina, Brasil, Inglaterra e Itália, fato que ainda
não havia acontecido anteriormente.
LOC1: Nas quartas-de-final o Brasil enfrentou a França e logo no começo do jogo
abriu o placar em 1 a 0, a França aos 40 minutos empatou em 1 a 1 e Zico ainda teve a
chance de fazer 2 a 1 para a seleção brasileira no segundo tempo com um gol de
pênalti, mas o goleiro francês defendeu. Com o empate no tempo normal o jogo foi
para a prorrogação, mas o empate continuou mantido e a vaga foi decidida na disputa
de pênaltis. A França venceu por 4 a 3, e o Brasil foi eliminado da competição.
LOC2: A música tema do Mundial de 1986, foi a escolhida do técnico em
telecomunicações Elenilson Dantas, como a mais bonita da história. Vamos escutar a
opinião dele.
TEC: SONORA ELENILSON DANTAS [2‟40” a 2‟49”]
TEC: SOBE BG
TEC: DESCE BG
LOC1: No Mundial de 1994 nos Estados Unidos, após 24 anos sem chegar a uma final
de Copa do Mundo, o Brasil conquistou o Tetracampeonato. A seleção tinha como
técnico Carlos Alberto Parreira e coordenador técnico Zagallo, que foi treinador do
Brasil em 1970. Os grandes destaques dessa equipe campeã e responsáveis pelo título
foram Romário, que fez cinco gols na competição, Bebeto que fez três e Dunga,
capitão do Brasil e líder da forte zaga da equipe.
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LOC2: Essa foi a melhor seleção brasileira da história para a entrevistada Ana Claudia
Andrade, jornalista esportiva e que cobriu a Copa do Mundo de 2010, na África, e que
também destaca o jogador Romário.
TEC: SONORA ANA CLAUDIA ANDRADE [4‟ – 4‟40” e 5‟05” a 5‟25”]
LOC1: Cláudia Andrade também fala dos rituais que sua família tinha durante o
Mundial.
TEC: SONORA ANA CLAUDIA ANDRADE [9‟44” a 10‟21”]
LOC2: A final do Mundial de 94 contra a Itália foi um jogo tenso e equilibrado, pois
não valia só o título de campeão dessa Copa, Brasil e Itália eram três vezes campeões
Mundiais e jogavam em busca do desempate.
TEC: SOLTA ÁUDIO CORAÇÃO VERDE AMARELO [10” – 1‟04”]
LOC1: O jogo terminou no tempo normal e prorrogação em 0 a 0, a disputa foi para os
pênaltis, o Brasil venceu por 3 a 2 e se tornou o primeiro tetracampeão mundial de
futebol. Somente a Itália, em 2006, conseguiu igualar em número de vitórias se
tornando 4 vezes campeã.
LOC2: A vitória do TETRA ficou marcada no coração dos brasileiros através da
narração de Galvão Bueno do último pênalti batido pelo jogador italiano Roberto
Baggio que perdeu e deu a vitória ao Brasil.
TEC: SOLTA ÁUDIO NARRAÇÃO DE GALVÃO É TETRA [2” – 50”]
TEC: SOBE BG
TEC: DESCE BG
LOC1: A copa do mundo de 94 ainda teve um fato marcante para o jornalista Arthur
Ferraz.
TEC: SONORA ARTHUR FERRAZ [8‟16” a 8‟55”]
TEC: VINHETA BRASIL
TEC: VINEHTA PASSAGEM
TEC: SOLTA SPOT
TEC: SOLTA BG
TEC: DESCE BG
2º Bloco
TEC: SOBE BG
TEC: DESCE BG
LOC2: Estamos de volta com o radiodocumentário “Brasil nas Copas: vitórias e
46
decepções da seleção pentacampeã”.
TEC: SOLTA ÁUDIO BALÉ DA BOLA [1” – 1‟17”]
TEC: DESCE BG
LOC1: A copa de 1998 realizada na França foi a primeira que o número de
participantes chegou a 32 países, com o número maior de participantes, o modelo da
disputa foi modificado. O Brasil chegou mais uma vez como favorito ao título mundial,
por ser a última seleção campeã, em 1994, e por ter na equipe como destaque Ronaldo,
o Fenômeno, então com 21 anos, considerado o melhor jogador do mundo pela FIFA
em 1996 e 1997.
LOC2: O jornalista Arthur Ferraz que cobriu a competição de 98, nos falou um pouco
sobre a emoção dos franceses em receber o Mundial.
TEC: SONORA ARTHUR FERRAZ [10‟36” - 11‟25”]
LOC1: O resultado do jogo da final da Copa de 1998 é muito polêmico, pois no lugar
de Ronaldo, titular até então, entraria Edmundo. O „Fenômeno‟ teria sofrido uma
convulsão na concentração, foi levado ao hospital, onde logo recebeu alta. Mas os
médicos avisaram que ele não deveria jogar, mas Ronaldo pediu para ser escalado e o
técnico brasileiro Zagallo consentiu.
LOC2: O Brasil jogou muito mal, a França se aproveitou da situação e venceu a partida
por 3 a 0, conquistando sua primeira Copa do Mundo. Com o resultado, a culpa pela
perda do título foi dada ao problema de Ronaldo e a decisão de Zagallo em deixá-lo
jogar.
TEC: SOLTA ÁUDIO EM BUSCA DO PENTA [00:08” – 01‟:22”]
LOC1: A copa de 2002 na Coreia do Sul e no Japão foi à primeira disputada na Ásia e
também a primeira a ser sediada por dois países. O Brasil nesse campeonato conseguiu
um feito inédito em uma Copa, sete vitórias em sete jogos. E olha que a seleção
brasileira, treinada por Luís Felipe Scolari, saiu desacreditada do Brasil.
LOC2: A final do Mundial foi a partida mais aguardada da história das Copas, já que
estavam em campo as duas maiores potências do futebol no planeta. O Brasil venceu a
Alemanha por 2 a 0, com dois gols de Ronaldo, que ainda marcou seu nome na história
como artilheiro da Copa de 2002, com oito gols, e conseguiu se recuperar da atuação
que fez na Copa de 98. O Brasil consagrou-se pentacampeão mundial.
LOC1: Essa foi a seleção que a professora aposentada Consuela Souza e o estudante
Tobias Saldanha mais gostaram de assistir.
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TEC: SONORA CONSUELA SOUZA [37” a 57”]
TEC: SONORA TOBIAS SALDANHA [50” a 1‟33”]
TEC: SOBE BG
TEC: VINHETA DE PASSAGEM
LOC2: Depois de 54 anos, o Brasil será novamente sede da Copa do mundo. O país
tem também a chance de ser campeão dentro de casa, levando milhões de brasileiros à
loucura na busca pelo hexacampeonato.
LOC1: A Copa do Mundo de Futebol Masculino é um evento onde o país literalmente
se transforma, se preparando para este evento de uma forma que não é percebida em
nenhuma outra manifestação esportiva. Começa a contagem regressiva, o Mundial de
2014 já é o principal assunto nas rodas de conversa.
LOC2: As ruas, lojas, praças e escolas serão enfeitadas com faixas, bandeiras, balões e
demais ornamentos nas cores da seleção Canarinho. Quando começa a Copa, o país
inteiro para durante os jogos da Seleção. Os horários de funcionamento de empresas,
indústrias, comércio e setores públicos são modificados para que todos possam assistir,
torcer e festejar junto com familiares e amigos. Nesse período os brasileiros ficam
ainda mais empolgados, mais fanáticos e mais nacionalistas do que nunca.
TEC: SOLTA RADIOTEATRO
LOC1: E aí Jorsandra, você acha que em 2014 a seleção brasileira vai vingar a equipe
de 1950?
LOC2: Eu não sei Naiara, mas o sonho é possível.
TEC: SOLTA ÁUDIO COPA DO MUNDO 2014 [00:08 – 01:00]
LOC1: O radiodocumentário “Brasil nas Copas: vitórias e decepções da seleção
pentacampeã” fica por aqui. Gostaria de agradecer a nossa orientadora Klycia
Fontenele, a minha companheira de TCC Jorsandra Cunha, e a todos entrevistados, sem
a ajuda de vocês, esse radiodocumentário não teria existido.
LOC2: O radiodocumentário “Brasil nas Copas: vitórias e decepções da seleção
pentacampeã” é um projeto experimental produzido por Jorsandra Cunha e Naiara
Julião, sob orientação de Klycia Fontenele, para a conclusão do curso de jornalismo da
Faculdade Cearense. Na técnica de som, locutor da nossa vinheta de passagem e spot,
Glauber Sousa.
LOC1: A narração feita por Glenda Kozlowski da Copa de 62 e narração de Galvão
Bueno da Copa de 94, fazem parte do acervo da Rede Globo de Televisão. A produção
48
do radioteatro contou com a participação de Assunção Frota, Jordão Diógenes e Erick
Lima como radioatores. A narração de gol feita por Galvão Bueno se refere o jogo
Brasil e México na Copa das Confederações de 2013, acervo Rede Globo de Televisão.
5.2 Roteiro Spot
LOC: Na Copa do mundo venha vibrar e se emocionar com a equipe de jornalistas da
FAC. Cobertura completa de nossos narradores, repórteres e jornalistas. Não perca
nenhum lance. Copa de 2014 é com a FAC.
5.3 Roteiro Radioteatro
TEC: SOLTA HINO NACIONAL BRASILEIRO
LOC1: Mãe, pai, o jogo já vai começar.
LOC2: Espera menino, tô fazendo a pipoca.
TEC: SOM DE MILHO ESTOURANDO
LOC3: Eu tô indo filho, tô procurando minha blusa da seleção, vou já.
TEC: SOM DE APITOS, GRITOS
TEC: SONORA DE NARRADOR “COMEÇA O JOGO, ROLA A BOLA...” [9‟44” –
9‟50”]
TEC: SONORA DE NARRADOR “É GOOOOOOOOOOOOL DO BRASIL!”
LOC 1,2,3: Gooooooool
LOC2: Eu sabia, essa taça é nossa.
LOC 1,2,3: Gooooooool
LOC1: Acabou papai, tô tão feliz de ver pela primeira vez o Brasil ser campeão
Mundial.
LOC3: É meu filho, passamos por muitos jogos difíceis, muitos não acreditaram, mas
agora nós somos hexacampeões.
49
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao decidirmos abordar a temática da trajetória do Brasil nas Copas do Mundo, nosso
objetivo é fazer com que pessoas que se interessem pelo assunto ou tenham curiosidade sobre
ele, possam se informar mais, se emocionar e relembrar alguns dos momentos do futebol e da
história do nosso país e do mundo.
Ao ouvir os relatos dos entrevistados, nós nos emocionávamos também com algumas
histórias. Foi esta mesma emoção que procuramos passar para quem ouvir a nosso
radiodocumentário, em que mesclamos locuções, sonoras e músicas históricas. No rádio, só é
possível estimular um único sentido, que é a audição, com isso, permite-se que o ouvinte
aflore sua imaginação, já que cada pessoa tem a capacidade de entender a mesma mensagem
de uma forma diferente.
Em nossas pesquisas para obtenção de dados, detectamos que no jornalismo esportivo
apesar de ser uma área onde deveria abordar assuntos de todos os esportes e exercícios físicos,
a maioria das reportagens são focadas no futebol, o esporte mais popular do mundo e
jornalistas dessa área são malvistos perante seus companheiros de profissão por ser
considerada uma área fácil e que “todo mundo sabe”. Cremos que isso possa ser um estimulo
ao diferencial.
Todas as dificuldades para a produção do radiodocumentário Brasil nas Copas:
vitórias e decepções da seleção pentacampeã foram poucas se compararmos ao nosso
crescimento e ao conhecimento que adquirimos. Temos fé que tudo vai dar certo e que a
aprovação será o primeiro passo e este trabalho foi o primeiro desafio da nossa vida. Muitos
outros virão e vamos enfrentar cada um como se fosse o último, sempre com segurança e
dedicação.
50
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53
APÊNDICE
Roteiro base de perguntas aos entrevistados (jornalistas e torcedores), algumas foram
modificadas de acordo com o decorrer da entrevista e nem todas as perguntas foram
feitas para todos:
1. Qual o impacto de transmitir uma Copa do Mundo?
2. O que isso significou para sua carreira como jornalista?
3. Qual a diferença de transmissão do rádio e da TV?
4. Que músicas lhe marcaram? Qual a Copa?
5. Qual a melhor seleção brasileira da história? E o jogador?
6. Qual a melhor seleção atual?
7. Quem vai ganhar o Mundial em 2014?
8. Acredita no hexacampeonato brasileiro?
9. Por que o Brasil decepcionou na década de 1980?
10. Você tem alguma tradição antes dos jogos?
11. Onde fica o lado torcedor quando o jornalista entra em ação?
12. Lembra algum fato curioso de jogos, na cidade, na cobertura?
13. De onde veio o gosto pelo jornalismo esportivo?
14. Das Copas que você acompanhou qual foi a mais emocionante? Por quê?
15. Qual a importância da Copa para Fortaleza?
16. Você acha que Fortaleza tem estrutura para receber esse grande evento?
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