CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE JORNALISMO CARLA NAIARA JULIÃO MARQUES JORSANDRA VALÉRIA SILVA DA CUNHA BRASIL NAS COPAS: VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA SELEÇÃO PENTACAMPEÃ Radiodocumentário FORTALEZA 2013 CARLA NAIARA JULIÃO MARQUES JORSANDRA VALÉRIA SILVA DA CUNHA BRASIL NAS COPAS: VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA SELEÇÃO PENTACAMPEÃ Radiodocumentário Trabalho de conclusão de curso submetido à aprovação da Coordenação do Curso de Jornalismo do Centro de Ensino Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Comunicação Social, habilitação Jornalismo, sob a orientação da Profa Espa Klycia Fontelene Oliveira. FORTALEZA 2013 CARLA NAIARA JULIÃO MARQUES JORSANDRA VALÉRIA SILVA DA CUNHA BRASIL NAS COPAS: VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA SELEÇÃO PENTACAMPEÃ Radiodocumentário Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo, outorgado pela Faculdade Cearense – FaC, tendo sido aprovado pela banca examinadora composta pelos professores. Data de aprovação: ____/ ____/ ____ BANCA EXAMINADORA _________________________________________________________________ Profa Espa. Klycia Fontenele Oliveira - orientadora _________________________________________________________________ Profa Espa. Luana Amorim Gomes - membro _________________________________________________________________ Prof. Esp. Paulo Augusto dos Santos Paiva - membro A Deus, que iluminou o meu caminho durante esta caminhada. À minha avó, Maria Augusta. E à minha mãe, Regina Julião, a quem devo todos os dias da minha vida. Esta conquista é mais sua do que minha. Eu te amo. Naiara Julião À minha família, que esteve sempre presente na minha vida, incentivando-me e me apoiando para que eu nunca me desviasse do caminho de Deus. E à minha cachorrinha, Lalinha, que me acompanhou durante todas as tardes enquanto eu estudava. Jorsandra Cunha AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, a Deus, afinal eu não seria nada sem a fé que eu tenho nele. Aos meus pais, irmão e a toda minha família que com muito carinho, esforço e apoio fizeram com que eu chegasse até esta etapa da minha vida. À minha madrinha, Maju Julião, por todos esses anos de ajuda, o que tornou possível a realização desta conquista. Ao meu amigo e namorado, Danilo Alves, companheiro de todas as horas e que sempre acreditou na minha competência e no êxito deste trabalho. Às minhas colegas de faculdade e amigas para toda vida: Jorsandra Cunha, Danielle Oliveira, Mariana Freitas, Marcilia Sousa e Victória Rocha, que, durante todo esse período, ajudaram-me de alguma forma e estiveram ao meu lado. À professora, Klycia Fontenele, pela paciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão deste trabalho. Aos entrevistados, pela disponibilidade para as entrevistas que enriqueceram este trabalho com seus conhecimentos. E a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para o meu desenvolvimento profissional e pessoal. Naiara Julião AGRADECIMENTOS Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por ter me dado forças para concluir a minha faculdade, pois a cada obstáculo que enfrentei me dava vontade de desistir, mas eu superei e com isso vou, a cada dia, construindo o degrau do meu sucesso. À minha mãe, Sandra Valéria da Silva, por ter ficado sempre ao meu lado nos momentos alegres e tristes que enfrentei durante a minha caminhada, por estar em um momento muito especial da minha vida, por ter depositado em mim confiança, incentivo e garra durante todos esses anos. Eu te amo, mãe. Ao meu tio Manoel dos Santos, que é uma pessoa essencial e importante na minha vida, foi devido a ele que tive uma boa educação, ele foi o pai que eu não tive. À minha orientadora, Klycia Fontenele, que desde o começo sempre me incentivou, que me dava carões, apesar de eu ficar chateada, lá no fundo eu compreendia que ela queria o meu bem, ela sabia, ela me conhecia e já sabia do meu potencial. Obrigada pela ajuda e pelas ideias que serviram muito para compor a parte teórica e prática deste trabalho de conclusão de curso. À minha parceira de TCC e amiga Naiara Julião, que esteve comigo durante todo este projeto, superando as nossas dificuldades e diferenças de gostos e opiniões, sendo isso possível porque nossos objetivos e focos eram os mesmos e, claro, porque nossa amizade é verdadeira. Aos meus professores do colégio, que me deram a base de um conhecimento e aos meus professores da faculdade que me instruíram nessa nova jornada, que me espera fora do ambiente da faculdade. Às minhas amigas da faculdade: Danielle Oliveira, Mariana Freitas, Larissa Oliveira, Israel Carneiro, Alexsandra Montenegro, Marcília Souza e Bruna Marques que me apoiaram e estiveram sempre do meu lado. E às minhas amigas do Ensino Médio: Débora Dutra e Nairim Tatiane que sempre me incentivaram a estudar. Jorsandra Cunha RESUMO O radiodocumentário Brasil nas Copas: vitórias e decepções da seleção pentacampeã tem como objetivo traçar a trajetória do Brasil nas Copas do Mundo de futebol. Relatam-se a origem do futebol e o início das Copas do Mundo para, em seguida, apresentar as principais vitórias e derrotas que o Brasil sofreu em Mundiais e quais as expectativas para a Copa de 2014 que será no Brasil. Além disso, o documentário de rádio relembra músicas que marcaram as Copas. O programa tem 30 minutos, nos quais falamos sobre essa paixão mundial e brasileira, que é o futebol. Pretende-se levar mais conhecimento a todos aqueles que gostam do esporte e mostrar fatos e curiosidades sobre o que é o mais importante evento de futebol do mundo. Como o rádio é o meio de comunicação de massa mais antigo, as pessoas acompanhavam os jogos de futebol pelo rádio e com isso ele se tornou o meio de comunicação mais popular, aguçando o imaginário e as emoções do ouvinte, e se tornando um companheiro diário dos amantes de futebol. Palavras-chave: Radiodocumentário. Jornalismo esportivo. Copa do Mundo de futebol. Brasil. ABSTRACT The radio documentary Brazil on the World Cups: victories and frustrations of the five times champions team has the purpose to delinate the Brazil trajectory on football world cups. It's reported the origin of football and the begining of the World Cups. Then, it's presented the mainly victories and defeats suffered by Brazil on these tournaments and the arrangements to the 2014 World Cup, on this very same country. Moreover, the radio documentary reminds the outstanding musics on these competitions. The program has 30 minutes, in which is talked about this worldwide and brazilian passion: the football. It's intended to bring more knowledge to everyone that enjoy sports and show facts and curiosities about the most important world football event. Once the radio is the older media, people are used to listen to the games by it and that's one of the reasons it has become the most popular media, sharpening the imaginary and the emotions of the listener, and also becoming a lover football's daily companion. Keywords: Radio documentary. Sport journalism. Football World Cup. Brazil. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10 2 A ERA DO RÁDIO ............................................................................................................ 12 2.1 As características do rádio .................................................................................................. 13 2.2 Documentário nas ondas do rádio ...................................................................................... 15 2.3 A linguagem do rádio ......................................................................................................... 19 2.4 Jornalismo esportivo ........................................................................................................... 22 2.4.1 A linguagem popular do futebol ...................................................................................... 24 3 O FUTEBOL NO BRASIL E NO MUNDO ...................................................................... 26 3.1 A criação da Copa do Mundo ............................................................................................. 27 3.2 A trajetória da seleção pentacampeã .................................................................................. 28 4 DIÁRIO DE CAMPO .......................................................................................................... 38 5 RADIODOCUMENTÁRIO BRASIL NAS COPAS: VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA SELEÇÃO PENTACAMPEÃ ............................................................................................... 40 5.1 Roteiro – radiodocumentário .............................................................................................. 40 5.2 Roteiro Spot ........................................................................................................................ 48 5.3 Roteiro Radioteatro ............................................................................................................ 48 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 49 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 50 APÊNDICE ............................................................................................................................. 53 10 1 INTRODUÇÃO O objetivo do trabalho intitulado “Brasil nas Copas: vitórias e decepções da seleção pentacampeã” é contar a trajetória do Brasil em oito edições de Copas do Mundo de futebol e falar um pouco sobre o próximo Mundial que acontecerá, pela segunda vez no nosso país, em 2014. Escolhemos o tema por ser um assunto que nós gostamos e pela proximidade da competição que irá acontecer no Brasil, tendo a cidade de Fortaleza como uma das subsedes do evento. Queremos que as pessoas, ao ouvir nosso radiodicumentário, relembrem alguns dos momentos citados e revivam a emoção que existe ou existiu durante o período do Mundial. Para a realização do radiodocumentário, realizamos entrevistas semiabertas com o jornalista e narrador Tom Barros, que cobriu quatro Copas do Mundo; o jornalista Arthur Ferraz, que cobriu a Copa de 1998; a jornalista Ana Cláudia Andrade, que cobriu o Mundial de 2010 e os torcedores Tobias Saldanha, estudante de 23 anos, que fala um pouco do Mundial de 2002; Consuela Souza, professora aposentada que apesar de ter acompanhado várias Copas, fala que a que mais lhe marcou foi a da conquista do Pentacampeonato e Elenilson Dantas, técnico em telecomunicações que relembra o Mundial de 1986, que para ele teve a música mais marcante. Já para compor o nosso relatório técnico-científico, utilizamos a pesquisa bibliográfica, visto que ela faz parte do planejamento global de qualquer trabalho de pesquisa que vai desde a identificação, localização e obtenção da bibliografia pertinente sobre o assunto até a apresentação de um texto sistematizado, quando é apresentada toda a literatura examinada, de forma a evidenciar o entendimento do pensamento dos autores, acrescido de nossas próprias ideias e opiniões. Realizamos, ainda, uma pesquisa de gravações antigas referente às Copas. O nosso relatório começa com a história do rádio, como ele surgiu, suas características, a linguagem radiofônica e a emoção do rádio como o meio de comunicação. Para isso, utilizamos autores como: Ferrareto (2001), César Cyro (2005), Robert Mcleish (2001) e Mario Kaplún (1978). Ainda no mesmo capítulo, falamos sobre jornalismo esportivo, que é a especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados aos esportes e exercícios físicos e a linguagem esportiva que analisa as formas de falar dos comunicadores esportivos, tendo como principais autores: Paulo Vinícius Coelho (2003), Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel (2006). 11 Por último, falamos sobre o surgimento do futebol, a criação da Copa do Mundo e a trajetória do Brasil desde o início da competição, até se tornar o único pentacampeão mundial. Os autores, que serviram de base para este estudo foram: Luiz Henrique dos Santos Araújo (2012), Lycio Vellozo Ribas (2010), José Renato Sátiro Santiago Jr e Gustavo Longhi de Carvalho (2006). O relatório ainda traz o roteiro inicial do radiodocumentário, bem como o nosso relato sobre a produção deste produto jornalístico, no tópico intitulado Diário de Campo. Por fim, finalizamos o trabalho tecendo nossas considerações finais sobre como ele nos rendeu um grande aprendizado. 12 2 A ERA DO RÁDIO O rádio é um veículo de comunicação de massa que por meio de ondas eletromagnéticas atinge um público numeroso, anônimo e heterogêneo. De acordo com César (2005), a audiência do rádio é formada por um número considerável de ouvintes por ter a possibilidade de atingir uma extensa área de cobertura. O perfil do ouvinte é heterogêneo, por causa da abrangência de pessoas de diversas classes socioeconômicas, com anseios e necessidades diferentes. O rádio utiliza-se da linguagem oral, ele “fala” a mensagem e consequentemente o ouvinte escuta. César (2005) ainda ressalta que nós possuímos cinco sentidos, mas o rádio só estimula um: a audição. O som do rádio faz com que o ouvinte exercite a imaginação, despertando sua sensibilidade. Ele permite que o ouvinte crie imagens únicas e pessoais, já que o rádio tem a capacidade de fazer com que apenas uma mensagem tenha várias interpretações de vários ouvintes apenas pela maneira como interpreta um texto ou pela forma como constrói uma ideia. Diante disso, a importância do efeito sonoro da sonoplastia é para estimular a imaginação: as músicas e os ruídos podem caracterizar personagens, desenhar lugares e criar ambientes imaginários. Ao associar o som à fala, faz com que o público consiga ver o que está sendo transmitido. Cada ouvinte imagina como quiser e isso é a grande riqueza do rádio. Em nosso radiodocumentário, por exemplo, as músicas que são utilizadas e que marcam a história das Copas do Mundo servem para fazer com que os ouvintes revivam e relembrem a emoção de ter acompanhado uma Copa, de ter torcido pelo seu país, de ter gritado na hora do gol, de cantar a música da copa, que na maioria das vezes viram uma espécie de hino daquela competição. A citar, a música “Coração verde-amarelo1”, da Copa de 1994, que foi uma das mais marcantes, pois neste caso o Brasil fazia 24 anos que tinha ganhado o seu último Mundial e nesse ano o Brasil foi Tetracampeão. Qualquer pessoa que tenha acompanhado esta Copa sabe cantar essa música: “eu sei que vou / vou do jeito que eu sei / de gol em gol / com direito a replay / eu sei que vou / com o coração batendo a mil / é taça na raça / Brasil”. Não só a música marca, mas também uma gravação de um narrador como o Galvão Bueno, narrando a conquista do Tetracampeonato. Mesmo aqueles que não são dessa época, têm a imaginação aguçada. Assim, essa capacidade de fomentar a imaginação do 1 A música Coração verde-amarelo é de autoria de Tavito e Aldir Blanc, interpretada por Aerobanda e Paulo Henrique. 13 ouvinte faz do rádio um veículo de comunicação bastante popular, cujas características são um dos motivos para que ele se mantenha no cotidiano das pessoas. 2.1 As características do rádio O rádio se expandiu até se tornar um meio de comunicação quase universal. Percorre o mundo em ondas curtas, ligando continentes numa fração de segundos. De acordo com Mcleish (2001), o rádio possui dezenove características. Entre elas, destacamos: construção de imagens, capacidade de falar para milhões de pessoas, regionalismo, velocidade, simplicidade, baixo custo, música e surpresa. Essas características, se bem ampliadas, poderão facilitar a mediação entre produção, locutor e ouvinte e de certa forma, foram essas as características que nos motivaram a produzir este radiodocumentário. O rádio representa um meio cego, mas que pode estimular a imaginação, de modo que, logo ao ouvir a voz do locutor, o ouvinte tenta visualizar o que ouve, criando na mente a figura do dono da voz e a cena do que esta sendo falado. Enquanto as imagens da televisão são limitadas pelo tamanho da tela, as imagens do rádio são do tamanho que você quiser. Criada por efeitos sonoros apropriados e apoiada pela música adequada, praticamente qualquer situação pode ser trazida ao ouvinte (MCLEISH, 2001). Ainda segundo este autor, o rádio tem a vantagem de poder falar para milhões de pessoas ao mesmo tempo, o que marca a era da radiodifusão2. A parcela de audiência diz respeito ao tempo que o ouvinte gasta ouvindo determinada emissora, já o alcance de audiência corresponde ao número de pessoas que ouvem alguma emissora no período de um dia ou uma semana. Os meios de comunicação de massa devem sempre estar interessados no alcance. De acordo com Chatler e Harris (1998, p. 20), “a força do jornalismo numa emissora de rádio local é o instrumento que dá a ela a sensação de ser verdadeiramente local”. O regionalismo é uma marca fundamental do rádio, pois dá visibilidade às informações locais. Os autores asseguram que notícias obtidas na “esquina” são tão ou mais importantes do que as recebidas de outras partes do mundo. Porque, em geral, elas atingem mais diretamente o ouvinte local. 2 Radiodifusão: transmissão e dispersão da informação produzida que abrange indivíduos, grupos e estratos sociais em todo o mundo. CHANTLER, Paul e HARRIS, Sim. Radiojornalismo. São Paulo: Summus, 1998 – (Coleção novas buscas em comunicação; v. 57). 14 O rádio possui um caráter imediato, possibilitando que o ouvinte se inteire dos fatos no momento em que acontecem. O rádio acelera a disseminação das informações em curto espaço de tempo. Este meio de comunicação é bastante flexível e em geral funciona melhor em uma situação imediata, “ao vivo” (MCLEISH, 2001). Esta capacidade de deslocamento geográfico é que gera seu próprio entusiasmo. Tais recursos há muito são vistos como algo banal, tanto para a televisão quanto para o rádio. Imagens e sons são transmitidos por todo o mundo, trazendo qualquer evento de qualquer lugar para o nosso imediato conhecimento. Se conhecimento é poder, o rádio dá poder a todos nós, quer exercitemos ou não algum tipo de autoridade (MCLEISH, 2001, p. 16). O rádio dispensa todo o aparato comum nos meios visuais. Isso torna mais fácil a participação do não profissional, criando assim maior possibilidade de acesso do público a esse tipo mídia. O som é mais bem compreendido do que a imagem, além disso, gravadores e equipamentos estéreos são encontrados na maioria das escolas e dos lares. Essa simplicidade possibilita ao radialista tornar a programação flexível com substituições e alterações nos programas diários (SEPAC3, 2003). Todo mundo tem acesso fácil ao rádio. Toda residência tem pelo menos um ou vários aparelhos. Seu preço razoável, sem grandes problemas, atinge quase todos os lugares. O rádio está sempre por perto, ao alcance da mão ou do ouvido, atingindo toda a população, da criança ao idoso (SEPAC, 2003). De acordo com Mcleish (2001), os custos com o rádio são relativamente baratos, se comparados com outros meios de comunicação. Como já descobriram os radialistas do mundo inteiro, a principal dificuldade em montar uma estação geralmente não é financeira, mas sim, em obter uma frequência de transmissão. As estações de rádio são financiadas de várias maneiras: licença pública, publicidade comercial, subsídio do governo, capital privado, assinatura pública ou qualquer combinação entre esses métodos. O rádio proporciona a agradável sensação de um discreto pano de fundo, ou então o foco para uma total absorção, além de relaxar e induzir ao prazer, à nostalgia, ao entusiasmo ou à curiosidade. A variedade de músicas é mais ampla do que a variedade da mais abrangente discoteca, podendo dar ao ouvinte a oportunidade de descobrir formas musicais novas ou que ainda lhe são desconhecidas (MCLEISH, 2001). 3 Sepac: Serviço à Pastoral da Comunicação. Rádio: a arte de falar e ouvir: (laboratório) / SEPAC – Serviço à Pastoral da Comunicação. – São Paulo : Paulinas, 2003. – (Pastoral da Comunicação : Teoria e prática. Série manuais). 15 O rádio surpreende. Escolhidos para satisfazer a preferência e as emoções do momento, a música e a locução no rádio são selecionados e podem, se permitirmos, mudar nosso humor e nos arrebatar. Mcleish (2001) diz que de repente deparamos com coisas novas e desfrutamos de um encontro com o inesperado. Este veículo pode também dar oportunidade à inovação e à experiência, um risco que os produtores devem correr, para que esta mídia nos surpreenda de uma forma criativa e estimulante. 2.2 Documentário nas ondas do rádio Os documentários falados surgem no final dos anos 1920, por influência dos documentários feitos no cinema. Os produtores do documentário percebem que o formato poderia tornar o rádio mais interessante e “vivo”. Por cerca de quatro décadas, os produtores usaram narradores para contar histórias, ilustradas com música, efeitos sonoros e atores (DETONI, s/d). Os gravadores portáteis, ainda pesados e primitivos, dificultavam a coleta de sons ambientais e de vozes fora do estúdio. Os sons e entrevistas, quando obtidos, tinham a mesma função das citações entre aspas no texto escrito: serviam de “evidência” ou “ilustração”. As revoluções sociais e acadêmicas dos anos 1960 e 1970 fizeram com que a fórmula soasse ultrapassada (DETONI, s/d). Para Ferrareto (2010), o documentário radiofônico possui o formato híbrido e pode incorporar elementos de todos os gêneros, já que pode incluir entrevistas, depoimentos pessoais, opiniões e dramatização de textos e acontecimentos. Para tanto, necessariamente exige o uso de música e efeitos. “Diferentemente da notícia, a reportagem abre espaço para mais de um ponto de vista: as documentações podem ser variadas, diversificadas e múltiplas, podendo incluir e desenvolver os dados que ficaram de fora da notícia” JOSÉ (2003, p. 6 apud Ferrareto,2010). O nosso radiodocumentário contém entrevistas com jornalistas que cobriram as Copas do Mundo, pessoas comuns e torcedores. Utilizamos as músicas que marcaram cada período da copa para poder emocionar os ouvintes. Como por exemplo a música “Em busca do Penta” de autoria do ex-jogador Pelé. As informações contidas em um documentário vão além do saber imediato do “o quê?”, “como?”, ”onde?”, “por quê?”, “quando?”, podendo ser aprofundadas através da multiplicidade de fontes, que poderão trazer inúmeras experiências e informações para 16 contextualizar o tema. De acordo com Yorke (1998 apud Ferrareto, 2010), a elaboração do documentário envolve um trabalho mais rigoroso do que a apuração e a confecção da notícia. O radiodocumentário exige uma produção mais apurada, com pesquisa aprofundada, levantamento de dados, apuração com fontes diversas. Mcleish (2001) chega a apontar a necessidade, em algumas situações, de o produtor de um radiodocumentário conversar com pelo menos 20 fontes. Tudo isso vai resultar em um roteiro detalhado, com pautas bem elaboradas e marcação de inúmeras entrevistas, havendo a necessidade de que elas sejam, preferencialmente, presenciais, para melhor aproveitamento do material a ser coletado. Tal produção começa a ser feita na etapa de pesquisa e planejamento, começa quando decidimos o tema e qual será o objetivo do nosso radiodocumentário. O planejamento serve também para nos orientar por onde queremos começar o programa, escolher os tipos de fontes que serão entrevistadas, pensar os temas e subtemas a serem abordados no programa. Passa pelo esboço para definir atividades que serão desenvolvidas pelos integrantes. Decidindo, então, a locução, é feito um roteiro (script), redação do texto do locutor, gravação das entrevistas e a decupagem destas, gravação e edição do documentário. Mas, o documentário radiofônico é um formato pouco utilizado no rádio brasileiro, pois as emissoras brasileiras privilegiam outros formatos como notícias, entrevistas e comentários. Seu uso é pouco frequente no Brasil, o documentário radiofônico aborda um determinado tema em profundidade. Baseia-se em uma pesquisa de dados e de arquivos sonoros, reconstituindo ou analisando um fato importante. Inclui ainda, recursos de sonoplastia, envolvendo montagens e elaboração de um roteiro prévio (FERRARETO, 2001,p. 57). Chantler e Harris (1998) acredita que o documentário é uma grande reportagem, com todos os princípios básicos que norteiam esse tipo de produção. A reunião de várias sonoras, com opiniões divergentes, fontes diversas, abertura ou cabeça4 para dar ao ouvinte a noção exata do que vai ser noticiado a seguir e matérias longas estariam entre os fatores responsáveis pelo sucesso do documentário. Além disso, os autores ressaltam que o uso de efeitos sonoros e musicais, junto com as sonoras, constitui atrativo para o público. 4 Cabeça é a introdução do assunto a ser abordado pela reportagem que vem a seguir. Geralmente é lida pelo locutor, apresentador ou âncora (CHANTLER; HARRIS, 1998). 17 As reportagens especiais têm pelo menos uma sonora, com repórter fazendo a ligação entre as diferenças partes do caso. Sua duração é de apenas 35 segundos ou um pouco mais, contendo apenas uma sonora5. Já o documentário jornalístico fica no outro extremo: ele pode ter uma hora de duração e apresentar várias sonoras. O documentário de rádio deve ter uma forma própria e uma história para contar. O produtor deve saber se haverá uma conclusão final da história para ser atingida, ou se o que se quer mostrar é apenas uma série de imagens sonoras individualizadas, que ganham importância quando colocadas juntas, em um mesmo trecho gravado. “As palavras das outras pessoas causam mais impacto do que as suas, e que há sons muito mais importantes do que palavras. Essa é a essência do documentário” (CHATLER; HARRIS, 1998, p. 165). Usando todos esses recursos, há chances de se produzir um bom documentário. O documentário, nas palavras de Barbosa Filho (2003), é dotado de caráter analítico, com aprofundamento do tema, o que pressupõe edição do áudio coletado, com matérias gravadas, cabeças e matérias temporais: Constitui verdadeira análise sobre tema específico. Tem como função aprofundar determinado assunto, construído com a participação de um repórter condutor. O documentário jornalístico mescla pesquisa documental, medição dos fatos in loco, comentários de especialistas e de envolvidos no acontecimento, e desenvolve uma investigação sobre um fato ou conjunto de fatos reais, oportunos e de interesse atual, de conotação não-artística (BARBOSA FILHO, 2003, p. 102). De acordo com Chantler (1991), produzir um documentário é um trabalho árduo. Nas rádios locais, essa tarefa pode ser realizada por um só jornalista. Se precisar ouvir em torno de 20 pessoas, isso que dizer que terá de fazer 20 contatos para agendar as entrevistas, mas não fazer gravações muito longas. Meia hora de entrevistas representa mais de dez horas de gravação que precisará ser ouvida. O trabalho de edição pode levar muito tempo. Então, devem ser racionalizados os esforços ao iniciar as gravações. Se preferir usar pelo menos um minuto de cada entrevistado na edição final, dez minutos de gravação serão suficientes, a menos que eles se tornem surpreendentemente. Para se fazer um bom radiodocumentário é necessário garantir acesso às músicas e aos efeitos sonoros de que se vai precisar. O documentário é parte de uma série, ele deve ter uma identificação própria uma música para abertura e encerramento. É a música de característica, quando ela tocar vai ser uma marca registrada do programa, então, cada vez que 5 Sonoras são gravações de entrevistados realizadas por repórteres, que posteriormente são utilizadas para criação de reportagens radiofônicas ou televisivas. As sonoras diversificam a programação jornalística, pois tiram da voz dos apresentadores as falas mais importantes, que são identificadas diretamente com a voz dos envolvidos (CHANTLER; HARRIS, 1998). 18 o ouvinte escutar a música, ele vai saber qual o programa que está indo ao ar, a música tem que ser pegajosa, para ficar gravada na memória do ouvinte (CHANTLER, 1991). No caso do nosso radiodocumentário, o tema de abertura é uma música relacionada à Copa e ao futebol. Como o nosso programa é de esporte, focado nas Copas do Mundo de futebol, ela vai ser a música característica dele. A nossa música de característica é “Domingo eu vou ao Maracanã”, de Neguinho da Beija-flor. Qualquer padrão musical que sirva como marca de um programa radiofônico deve ser gravado separadamente da peça completa. Na edição do documentário, não há lugar para sentimentalismo. Ainda segundo Chantler (1998), temos que procurar vozes e sons que surpreendam os ouvintes e encontrar uma maneira de utilizá-los no documentário. Para surpreender os ouvintes e fazê-los reviver as Copas que o Brasil ganhou e decepcionou, utilizamos de músicas que as marcaram e que se tornaram um hino para a torcida, para acrescentar e tornar o radiodocumentário dinâmico. Iremos utilizar entrevistas de jornalistas que cobriram Mundiais diretamente ou indiretamente e depoimentos de pessoas comuns, torcedores que sofreram e gritaram o grito de “é campeão”, procurando saber qual a Copa que mais lhe marcou e que fato surpreendente aconteceu naquele período. O radiodocumentário encontra espaço em diversas regiões do mundo, mas ainda não se tornou usual no Brasil. É considerado um gênero em extinção no país (BAUMWORCEL, 2001). Em alguns países da África e da Ásia, especialmente naqueles em que as condições de vida são precárias, a situação é bastante diferente e sua utilização é constante (KAPLÚN, 1978). O mesmo se dá nos Estados Unidos e na Europa, onde emissoras, como as da Rede BBC de Londres, investem neste gênero jornalístico. De acordo com Sonia (2010), a programação jornalística brasileira mantém, via de regra, formatos tradicionais que se tornaram referência para a maioria das emissoras, tanto AM quanto FM. Predomina na programação jornalística o radiojornal, o boletim informativo com poucos minutos de duração, os programas de debate e as mesas-redondas. Todos têm baixo custo de produção: dependem da pauta diária factual, garantida por um ou dois repórteres em cada turno de trabalho, o mesmo número de pauteiros e editores que produzem material via telefone e internet. “A tendência natural das emissoras é investir na cobertura factual, dando ênfase a temas inesperados, nos quais uma cobertura completa e com grande aparato técnico faz a diferença para o ouvinte.” (MOREIRA, 1991). A lacuna do documentário na grade de programação das emissoras pode ser um dos motivos para a pouca produção bibliográfica sobre o assunto no Brasil. Alguns autores se ocuparam da definição de documentário, mas a maioria dedica poucas linhas à abordagem dos 19 gêneros radiofônicos. Nas universidades, professores estimulam, quando é possível, a produção de documentários como trabalho de conclusão de curso ou para avaliação em disciplinas de rádio (SONIA, 2010). 2.3 A linguagem do rádio Para César (2005), a linguagem radiofônica possui características próprias que colocam o rádio dentro de uma série de vantagens em relação a outras mídias, como o uso de uma única linguagem, a sonora, e o fato de o rádio trabalhar com o único sentido, a audição. “O rádio é o único meio de comunicação de massa que dispensa totalmente a necessidade de o publico saber ler para que trocasse de mensagens com ele realmente se complete” (CÉSAR, 2005, p. 142). A outra característica do rádio é a sensorialidade tornando uma especificidade vantajosa na comunicação, ele consegue envolver o ouvinte com muita facilidade, criando uma espécie de “diálogo mental” com o emissor. O rádio tem a capacidade de despertar a imaginação com as palavras e com o uso de sonoplastia (CÉSAR, 2005). Ainda segundo César (2005), a linguagem do rádio tem suas bases em quatro elementos: a palavra, a música, os efeitos sonoros e o silêncio. Os elementos podem ser usados em qualquer comunicação radiofônica, independente do tempo de duração, formato, tipo de texto ou conteúdo. Para se fazer um programa de rádio de qualidade, é necessário passar para o ouvinte uma mensagem clara, devendo entendê-la e captá-la. A palavra é o elemento primordial na comunicação radiofônica, pois é rica em variações, nuanças e tons, fornecendo ao texto falado sentido e entendimento, utilizando linguagem clara, objetiva e coloquial do rádio. A música proporciona dinâmica e ritmo, dando uma característica ao programa, variando na velocidade completa o emolduramento necessário ao conteúdo. Efeitos sonoros criam a ambiência e dão contornos ao entendimento e como os cenários não são vistos no rádio, sentidos são transmitidos aos ouvintes através das falas, narrações ou explicações do personagem, mas principalmente pelos efeitos sonoros e pelas músicas. Por último o silêncio, que integra a linguagem radiofônica sob o aspecto conclusivo dos sentidos, fala por si só, sugerindo ao ouvinte a criação da “imagem auditiva”, para que se possa compreender a mensagem. 20 Pensar a linguagem radiofônica demanda compreender as especificidades do rádio e sua relação com o público ouvinte. Implica também, principalmente para o jornalista, observar que o rádio vai além do radiojornalismo. A linguagem radiofônica, como afirma Martínez-Costa (2001), é múltipla, ainda que seja exclusivamente sonora. Ela oferece possibilidades variadas de diálogo e aproximação com o ouvinte. Entre as estratégias discursivas mais comuns no meio, como destaca Mcleish (2001), está o texto escrito, oralizado pela voz e pelo silêncio. Trata-se de um veículo de comunicação oral e deve, portanto, assumir-se como tal e explorar os potenciais que esta característica lhe permite. De acordo com Ferrareto (2010) 6 , a transmissão e consumo de conteúdo radiofônico leva os jornalistas a uma nova condição: repensar e rediscutir o radiojornalismo, seus fazeres e sua linguagem. São processos que não podem ser considerados de maneira isolada e que prescindem desta relação por se afetarem mutuamente. É tempo de pensar o radiojornalismo para além de sua concepção tradicional, considerando as especificidades de suporte que criam uma nova estrutura narrativa para o rádio. “O rádio deixa de ser um monomídia, que só contava com o som, para ser de agora em diante multimídia, um universo de síntese” (MARTÍNEZ-COSTA, 2001, p. 60). A boa qualidade nas produções radiofônicas é obtida gradualmente e começa com a consciência de que ela passa (devendo ser procurada e acompanhada) em cada uma das várias etapas da produção, ou seja, pela ideia, pelo planejamento, o roteiro, os textos, as gravações, os personagens, os efeitos sonoros, ambiente musical, edição etc. A criação de cenários sonoros serve para criar ambientes dando contornos ao entendimento ao diálogo no rádio e no radiojornalismo é defendida por autores como Balsebre (2007), Martínez-Costa e Unzueta (2005). A estética de uma linguagem essencialmente sonora apoia-se na peça radiofônica como um caminho inspirador em direção a um universo no qual palavras e sons, ruídos e silêncio, ou mesmo a música, propõem através de efeitos técnicos e/ou humanos, uma realidade criativa e até transformadora (BALSEBRE, 2005). Para Zita de Andrade (1968), regionalização e individualismo passaram a influenciar decisivamente na programação e, sobretudo, na própria linguagem do rádio. Zita acentua que a audiência “gosta da linguagem empregada pelo comunicador que tem o seu mesmo sotaque, seu mesmo jeito de dizer, e uma malícia que escapará aos estranhos, mas que 6 Disponível em < http://www.pucrs.br/edipucrs/eoradio.pdf> Acessado em 27/10/2012. 21 deleita.”. O uso desta linguagem vai interferir até mesmo na credibilidade da rádio, ponto fundamental, quando se trata de noticiários. A linguagem radiofônica possui dez mandamentos básicos propostos por Kaplún (1978), um dos maiores especialistas em linguagem radiofônica das Américas. Elas foram enunciados no seu livro “Producion de programas de radio. El guion, la realizacion”, publicado no Equador em 1978, e muito conhecido entre os nossos radialistas. São elas: Clareza: não podemos ver nossos interlocutores (ouvintes), nem perceber suas reações, devemos, portanto procurar nos expressar com o máximo de clareza possível, prever eventuais dúvidas, imaginar a reação dos ouvintes e tentar adiantar as respostas; Simplicidade: as falas radiofônicas são necessariamente breves, elas não servem para informações profundas e extensas. Servem para motivar, despertar inquietude e não para oferecer detalhes de algum assunto; Motivação: as primeiras frases são decisivas. É preciso capturar a atenção do ouvinte desde o início. É preferível partir do conhecido, do cotidiano e do familiar, tornando-se uma forma de trazer e prender atenção do ouvinte, já que podemos fazer várias coisas ao mesmo tempo e assim podemos escutar o rádio; Exemplificação: é muito importante o uso de exemplos, sempre que possível; como também tentar humanizar o tema, contando fatos e casos; Linguagem: devemos usar sempre um vocabulário simples e familiar. Termos e nomes populares devem ser usados no lugar de termos e nomes técnicos, que quando inevitáveis, devem ter logo o sentido explicado; Sintaxe: sempre utilizar frases curtas e diretas na hora da narração; Estilo: deve ser coloquial e informal. A fala deve ter comentários e opiniões. Explorando o calor humano e falando de pessoa para pessoa; Modéstia: não é para dar uma de professor ou adotar um tom de superioridade. Ser o mais simples possível, sem querer transmitir aos ouvintes que sabemos mais do que eles. Quando necessário, use números arredondados e citando apenas as cifras significativas. Comparações também ajudam o ouvinte a compreender melhor a magnitude ou ordem de grandeza da quantidade em questão; Reiteração: o rádio é um meio fugaz. O ouvinte não pode voltar atrás caso tenha perdido um trecho da transmissão. Portanto, importante repetir, reiterar os pontos obscuros e importantes, dizendo mais de uma vez a mesma coisa, com palavras simples e diferentes. Para Balsebre (2005), a linguagem radiofônica: é o conjunto de formas sonoras e não sonoras representadas pelos sistemas expressivos da palavra, da música, dos efeitos sonoros e do silêncio, cuja significação vem determinada pelo conjunto dos recursos técnicoexpressivos da reprodução sonora e o conjunto de fatores que caracterizam o processo de percepção sonora e imaginativo-visual dos ouvintes. 22 Na construção de cenários sonoros, é importante ter em mente três elementos: a trilha, a entonação e os efeitos e/ou sons ambiente. Para Balsebre (2007), a música é indispensável no rádio e na transmissão da informação. Trata-se do vínculo emocional que mexe com a imaginação do ouvinte. Martínez-Costa e Unzueta (2005) acreditm que a escolha apressada ou impensada de uma trilha pode distorcer a informação, enquanto o contrário pode fazer com que ela adquira sentido. Por exemplo, na hora do gol da seleção brasileira procuramos utilizar sons que deem sentido e que façam com que o ouvinte compreenda que foi gol. Para que ele se imagine dentro até do estádio, pois este vai escutar os gritos dos torcedores que vêm das arquibancadas. As músicas podem ser utilizadas também para reviver um fato histórico. Ao pegarmos, por exemplo, a música “A taça do mundo é nossa” no mesmo momento os ouvintes que são da época da Copa de 1958 logo relembrarão do que aconteceu naquele período. Ou ainda, a Copa de 1970, que ficou marcada pela música “Pra frente Brasil”, marcando assim a conquista do Tricampeonato da seleção brasileira. São músicas “pegajosas”, que fazem com que o ouvinte se lembre do que viveu e comece a cantar também. Balsebre (2007) ressalta, por fim, a importância de pensar a trilha a partir da harmonia e da melodia que ela apresenta para que, desta forma, informação sonora e informação textual oralizada possam ser complementares. Na hora da seleção da trilha, devemos nos preocupar também com questões técnicas, em diálogo com as editoriais. 2.4 Jornalismo esportivo Os estudos sobre jornalismo esportivo sinalizam que ele é a especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados aos esportes, jogos, ginástica e outras atividades de exercício físico (COELHO, 2003). Ainda segundo o autor, não existe jornalista de esporte, existe aquele que se dedica a transmitir informações de maneira geral, o especialista em generalidades, que às vezes é muito melhor quando é conhecedor de um esporte específico e vira jornalista de vôlei, de basquete, de automobilismo. Messa7 (s/d) ressalta que cerca de 80% das temáticas noticiosas e das reportagens especializadas em jornalismo esportivo giram em torno de uma única modalidade esportiva que é o futebol. É o que reforça a citação abaixo: 7 Disponível em <http://www.fnpj.org.br/dados/grupos/jornalismo-esportivo-nao-e-so-entretenimento[169].pdf> Acessado em: 06/11/2012. 23 O problema é que o mercado só permite a criação de jornalistas de futebol, de automobilismo, por vezes de tênis. O que vale dizer que não há jornalistas de basquete, de vôlei, de atletismo, de judô etc. O que explica o aparecimento de atletas como comentaristas sempre que é preciso aprofundar-se em grande competição (COELHO, 2003, p. 37). Muitas vezes, o jornalista esportivo é visto como um dos campos menos louváveis em relação às outras áreas do jornalismo. O profissional tem de enfrentar o preconceito dos próprios colegas, pois a editoria é vista como aquela que abriga repórteres recém-formados, que usam a oportunidade como porta de entrada para áreas ditas como “nobres” do jornalismo (COELHO, 2003). Para Coelho (2003), o público também não valoriza o trabalho desse profissional, o comentarista, ou repórter esportivo, são tratados, muitas vezes, como meros “palpiteiros” e pode ser que muitos venham se comportado assim, mas não se pode deixar de valorizar o trabalho daqueles que entram na área por vocação, ou paixão, e quando isso acontece, é muito provável que o interesse pelo esporte tenha vindo muitas vezes desde os tempos de infância. E este é muitas vezes o diferencial do jornalista esportivo para os seus colegas de profissão. O amor pelo futebol desde criança, por exemplo, leva algumas pessoas a quererem se aprofundar no assunto e estudar para poder viver aquilo no ambiente profissional. Também segundo Coelho (2003), isso pode ser um diferencial bom, mas muitas vezes perigoso, pois não se pode chegar a uma redação, TV ou rádio, achando que vai falar só sobre seu time ou o esporte preferido, isso é raro de se acontecer. Além disso, nem todos apaixonados por futebol vão ser bons jornalistas. Mais uma vez em relação aos “palpiteiros”, não podemos deixar de lembrar que os jornalistas são formadores de opinião e que estão ali na TV e no rádio para passarem informação. Quando se colocam na posição de formador de opinião, devem assumir a responsabilidade de que podem tanto alavancar a carreira de um atleta, como acabar totalmente com ela (BARBEIRO; RANGEL, 2006). Para Coelho (2003), todo brasileiro pensa que entende tudo sobre futebol, tanto ou mais do que o sujeito que aparece na TV ou escreve no jornal, mas é preciso seguir os fundamentos jornalísticos, ter uma boa base teórica e saber colocar em prática. Já Messa (s/d), tem uma opinião diferente de Coelho, como podemos ler na citação a seguir: O leitor/espectador não quer entender o esporte, não quer aprofundar os saberes sobre os esportes. Ele quer apenas uma divulgação de factoides acerca dos jogadores, equipes, técnicos, dirigentes, autoridades, campeonatos, olimpíadas, copas etc. Só se quer ficar a par dos escores dos jogos e também ler “notícia” de esporte como quem lê matérias de fofocas de revistas da tevê, sobre a vida de seus ídolos, para, quem sabe, poder acompanhar as coberturas que priorizem picuinhas, 24 conflitos na vida privada, escândalos... O que se tem construído, na verdade, é uma cadeia de mitificações cíclicas, viciadas, que todos nós, jornalistas e leitores, acatamos e achamos que esse é o jornalismo esportivo (MESSA, s/d, p. 2-3). Embora saibamos que o futebol e os esportes em geral são cada vez mais associados ao espetáculo, acreditamos que o público esteja cada vez mais exigente, buscando entender as regras do esporte que acompanha. Por isso, para Barbeiro e Rangel (2006) o repórter esportivo deve saber do regulamento dos campeonatos ou tê-los à disposição para consultar sempre que preciso. Assim como estudar o esporte que cobre e se manter atualizado sobre os outros esportes. Diante disso, com o entendimento e segurança do que está fazendo, o repórter poder fugir das “mesmisses” e ter um diferencial nas suas reportagens. Porém, Barbeiro e Rangel (2006) lembram que, na ânsia de ser a primeira a dar a notícia, a emissora pode perder credibilidade com a queda da qualidade de conteúdo, produzindo notícias que se resumem ao jogo que aconteceu um dia antes e o que vai acontecer no dia posterior. Uma reportagem esportiva não é só as sucessões de datas, nomes e fatos, portanto, não devem ser noticiadas somente matérias falando sobre treinos e jogos. O ideal seria que os veículos apostassem em matérias exclusivas, criassem as pautas e fizessem reportagens mais apuradas sobre temas latentes. [...] Isso requer tempo e investimento. Muitas outras empresas não parecem muito interessadas em investir para sair da rotina (BARBEIRO; RANGEL, 2006, p. 26). Ao observar a programação das principais empresas de comunicação, observamos que emissoras (tanto em televisão quanto no rádio) estão investindo cada vez mais nas produções esportivas. Segundo Barbeiro e Rangel (2006), o futebol é um dos principais artifícios das emissoras para se obter maior audiência. “Basta ver, por exemplo, que a Copa do Mundo se tornou o evento de maior audiência mundial” (BARBEIRO; RANGEL, 2006, p. 31-32). 2.4.1 A linguagem popular do futebol Analisando as formas de linguagem do comunicador esportivo, podemos detectar os inúmeros desvios existentes se compararmos aos outros tipos de transmissão jornalística, apesar de não haver uma norma formal sobre isso. Porém, segundo Capinussú (1988), eles são considerados típicos e únicos do jornalismo esportivo, que usa um linguajar diferente na busca por fugir do comum, aproximar-se do ouvinte e conquistar maior audiência. O autor acrescenta: 25 Este fato leva, inclusive, a necessidade de atrair ouvintes através da auto-afirmação capaz de criar uma terminologia às vezes inédita, que caracterize a busca da marca pessoal de cada comunicador, recurso que outros colegas jamais ousam seguir, por considerarem falta de originalidade imitar alguém que atue na mesma região (CAPINUSSÚ, 1988, p. 15). O futebol sempre esteve ligado ao nosso cotidiano. Um dos fatores que contribuiu para isso é o rádio. A imprensa radiofônica descreve os fatos de um jogo de futebol, por exemplo, diferentemente do que a imprensa escrita e a televisiva fazem. Talvez pela falta de imagens, o jornalista radiofônico precise ter mais emoção, por vezes até um toque de sensacionalismo, já que nem sempre descreve o que exatamente está acontecendo em campo, e, ainda, segundo Capinussú (1988), isso também pode ser classificado como um comportamento desviante. Dentro de todo esse universo faz-se estabelecer uma conclusão: a linguagem desviante do comunicador esportivo é mais comum ao homem de rádio e um pouco ao de televisão, onde a emissão da imagem poupa o narrador de maiores rebuscamentos ou inovações para se tornar notado, não devendo mesmo falar muito para descrever um lance, pois o visual se encarrega de dispensá-lo desta obrigação, sob o risco de tornar-se enfadonho (CAPINUSSÚ, 1988, p. 17). Isso se comprova ao observarmos que por vezes o jornalista esportivo radiofônico precisa preencher tempos ociosos em transmissões que se iniciam mesmo antes de o jogo começar e se utilizam de diversas expressões para conseguir a atenção do ouvinte. O jornalismo esportivo costuma ser criticado pela superficialidade da cobertura ou pela subjetividade em excesso. Lage (2002) afirma que o torcedor de futebol é uma pessoa que cria uma identificação com o clube e querer saber todas as informações sobre o esporte é quase uma obrigação. Para realizar uma boa cobertura esportiva, Coelho (2003) afirma que os locutores e repórteres precisam de um diferencial. Afinal, narrar o que está acontecendo não parece tarefa muito difícil para um bom entendedor do esporte. O diferencial estaria no que aquele profissional consegue enxergar de inusitado, na sua capacidade de ressaltar o que não foi comentado, ou mostrar o que nenhuma outra emissora conseguiu perceber (COELHO, 2003). 26 3 O FUTEBOL NO BRASIL E NO MUNDO O futebol que conhecemos hoje é um dos esportes mais populares e praticados do mundo, porém, é muito difícil dizer ao certo onde e quando este esporte foi criado. Segundo Araújo (2012), pode-se dizer que as primeiras manifestações do futebol surgiram entre 3.000 e 2.500 a.C, na China, quando era chamado de Tsu-Chu. Para Ribeiro (2005), o objetivo do jogo Tsu-Chu consistia em chutar (com os pés, nunca tocar com as mãos) uma bola de couro e acertar uma rede com cerca de 30 a 40 centímetros de diâmetro, que se encontrava suspensa por canas de bambu a prováveis nove metros do solo. Já para o pesquisador Araújo (2012), o Tsu-Chu era um jogo que na verdade era um treino militar, pois após as guerras, os soldados formavam equipes para chutar a cabeça dos soldados inimigos que haviam sido capturados ou mortos. Com o tempo, as cabeças dos inimigos foram sendo substituídas por bolas de couro revestidas com cabelo. Formavam-se duas equipes com oito jogadores e o objetivo era passar a bola de pé em pé sem deixar cair no chão, levando-a para dentro de duas estacas fincadas no campo (ARAÚJO8, 2012, p. 20). Outros registros de esportes antigos remetem ao futebol atual, como o Kemari que foi criado no Japão, o Harpastum (ou Episkiros) criado pelos gregos por volta do século I a.C e o Soule (ou Choule) que surgiu durante a Idade Média na região onde agora fica a França (ARAÚJO, 2012). Em 1066, o Soule foi introduzido na Inglaterra e, a partir de 1823, passou a ter as características de hoje (DO PRADO; BENETTI, 2005). Para Dos Reis e Escher (s/d), o ano oficial de criação do futebol moderno é 1863, quando foi fundada a Associação de Futebol inglesa, porém, foi só no ano de 1857 que surgiu o primeiro clube inglês de futebol. No Brasil, o precursor do futebol foi Charles Miller, um garoto nascido em São Paulo que viajou para a Inglaterra aos nove anos para estudar e lá teve contato com o futebol (ARAÚJO, 2012). Quando voltou ao Brasil em 1894, trouxe consigo “duas bolas de futebol, um livro de regras e um jogo de uniformes.” (DOS REIS; ESCHER, s/d, p. 5) e tudo o mais que aprendeu com os ingleses. Ainda segundo Araújo (2012), o primeiro jogo de futebol em terras brasileiras aconteceu em abril de 1895 entre os times Funcionários da Companhia de Gás x Cia. Ferroviária São Paulo Railway. As duas equipes eram formadas por funcionários de empresas inglesas que atuavam em São Paulo. 8 Disponível em <http://bandalarga.0800.br/wp-content/uploads/2012/04/historia_do_futebol.pdf> Acessado em 07/03/2013. 27 3.1 A criação da Copa do Mundo A ideia de se fazer uma Copa do Mundo, o maior evento futebolístico dos dias de hoje (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006), começou com a fundação da Federação Internacional das Associações de Futebol (Fifa) no dia 21 de maio de 1904. A Fifa teve como principal objetivo a “reaproximação das nações por meio do esporte após o final da Primeira Guerra Mundial” (FIFA, s/d) 9 . Para Santiago Jr e De Carvalho (2006, p. 278), além da reaproximação, a Federação “teria o objetivo de regulamentar o futebol no mundo e organizar campeonatos entre os países.”. A ideia de organizar um campeonato mundial de futebol surgiu de quatro rapazes, entre eles Jules Rimet10 que, após vários anos de luta e ao assumir a presidência da Fifa em 1921, conseguiu realizar seu grande sonho (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006). Na época, o único torneio em que se podiam ver equipes nacionais se enfrentando para jogar futebol eram os Jogos Olímpicos, até então, o principal campeonato de futebol do mundo, que acabou perdendo o posto para a Copa do Mundo. Já há muitas décadas, o Mundial de futebol é o maior campeonato do planeta em termos de importância (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006). Para sediar a primeira Copa do Mundo, houve um Congresso na cidade de Barcelona (na Espanha) em 1929, quando ficou acertado que no ano seguinte aconteceria a primeira Copa do Mundo, e o Uruguai foi escolhido como sede da competição. A escolha pelo país anfitrião se deu por três motivos: prestígio da equipe uruguaia por ter sido campeã olímpica em 1924 (em Paris) e 1928 (em Amsterdã), comemoração, em 1930, do centenário da independência uruguaia. Além disso, a Associação Uruguai de Futebol ofereceu vantagens financeiras aos demais participantes (MARTINS, 2010). A primeira Copa do Mundo aconteceu em 1930 e reuniu apenas 13 seleções, nove americanas (Argentina, Bolívia, Chile, Estados Unidos, Brasil, México, Uruguai, Peru, e Paraguai) e quatro europeias (França, Romênia, Iugoslávia e Bélgica). Pelo baixo número de países participantes, não houve nenhum jogo em eliminatórias11, mas, até hoje foi a única vez que isto ocorreu. “Esta Copa e a de 1950, realizada no Brasil, foram as únicas em que havia 9 Disponível em <http://pt.fifa.com/aboutfifa/organisation/president/pastpresidents.html> Acessado em 06/03/2013. 10 Jules Rimet nasceu na França em 1873, foi o terceiro presidente da Federação Internacional das Associações de Futebol (Fifa). 11 Eliminatórias são jogos disputados para conseguir vaga em uma Copa do Mundo. 28 mais equipes americanas do que europeias. Em todas as demais Copas, a Europa foi o continente com mais representantes” (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p. 282). O Brasil jogou apenas duas vezes na Copa de 1930, pois perdeu uma partida para Iugoslávia (por 2 a 1) e venceu a outra da Bolívia (por 4 a 0), e foi eliminado logo na primeira fase. A equipe desde o início apresentou problemas de organização devido a um conflito entre dirigentes paulistas e cariocas (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006). Na final, o Uruguai enfrentou a Argentina e venceu pelo placar de 4 a 2. Com a conquista da primeira Copa do Mundo, o Uruguai firmou-se como a melhor seleção do mundo (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006). Desde então, já foram realizadas dezenove Copas do Mundo de Futebol, e 77 países já participaram de pelo menos uma edição da competição. O Brasil foi o único país a disputar todas as Copas até hoje. Os países que já sediaram o campeonato mundial foram: México (2), Itália (2), França (2), Uruguai (1), Suíça (1), Suécia (1), Chile (1), Inglaterra (1), Alemanha Ocidental (1), Argentina (1), Espanha (1), Estados Unidos (1), Coreia do Sul e Japão (1), Alemanha (1), África do Sul (1) e Brasil (1). Em 2014, o Brasil sediará pela segunda vez o evento, e Fortaleza será uma das subsedes, recebendo quatro jogos da primeira fase da competição, incluindo um do Brasil com adversário ainda não definido, no dia 17 de junho; um jogo das oitavas-de-final e mais um das quartas-de-final, também com seleções ainda não definidas (GLOBO ESPORTE, 2012)12. 3.2 A trajetória da seleção pentacampeã O Brasil, além de ser o único país a participar de todas as dezenove Copas do Mundo, é o único pentacampeão. Com isso, é inegável que haja muito para se dizer desta seleção. Porém, no nosso radiodocumentário focamos em apenas oito participações brasileiras em Mundiais, nas cinco em que o Brasil foi campeão (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002) e nas três que ele mais decepcionou (1950, 1986 e 1998). Além de falarmos um pouco sobre as perspectivas para a próxima Copa do Mundo, que será em 2014 no Brasil. Em seguida, trazemos uma tabela com mais informações sobre a trajetória brasileira em todas as Copas e o respectivo campeão da competição. 12 Disponível em <http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2011/10/confira-tabelacompleta-com-os-jogos-da-copa-do-mundo-de-2014.html> Acessado em 20/06/2013. 29 Ano Copa País Sede País Campeão Uruguai Nº de Países Participantes 13 Uruguai Posição da Seleção Brasileira 6° 1930 1934 Itália 16 Itália 14° 1938 França 15 Itália 3° 1950 Brasil 13 Uruguai 2° 1954 Suíça 16 Alemanha 6° 1958 Suécia 16 Brasil 1° 1962 Chile 16 Brasil 1° 1966 Inglaterra 16 Inglaterra 11° 1970 México 16 Brasil 1° 1974 Alemanha Ocidental 16 Alemanha 4° 1978 Argentina 16 Argentina 3° 1982 Espanha 24 Itália 5° 1986 México 24 Argentina 5° 1990 Itália 24 Alemanha 9° 1994 Estados Unidos 24 Brasil 1° 1998 França 32 França 2° 2002 Coreia do Sul e Japão 32 Brasil 1° 2006 Alemanha 32 Itália 5° 2010 África do Sul 32 Espanha 6° Durante a trajetória brasileira, muitos jogadores se destacaram e deixaram seus nomes marcados na memória de quem gosta de futebol e principalmente de Copa do Mundo. Abaixo, fizemos um breve histórico sobre os principais jogadores brasileiros, para ampliar nossa descrição da trajetória da seleção brasileira até a conquista do pentacampeonato mundial. Para isso, foi usado o livro Guia dos Craques, de Marcelo Duarte, cuja escolha foi devido ao autor trabalhar na revista Placar13, dona de um dos maiores acervos de arquivos futebolísticos do país e poder ter acesso a todos eles para produção do livro. Destacam-se os seguintes jogadores: Ademir Menezes (Ademir Marques de Menezes): era atacante e foi considerado um dos melhores jogadores do país nos anos 1940 e artilheiro da Copa do Mundo de 1950; Pelé (Edson Arantes do Nascimento): é considerado o “Rei do Futebol”. Foi 11 vezes artilheiro paulista jogando pelo Santos Futebol Clube. É o único jogador a conquistar três títulos de Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970) e marcou cerca de 1.281 gols. Disputou quatro Mundiais (jogou também a Copa de 1966), 144 partidas pela seleção brasileira e marcou 95 gols; Didi (Valdir Pereira): foi um dos responsáveis pelos dois títulos mundiais do Brasil em 1958 e 1962. Fez 74 partidas pela seleção brasileira e marcou 21 gols. Participou também das Copas do Mundo de 1954, como jogador, e de 1970, 13 Criada em 1970, foi a revista esportiva de maior prestígio do Brasil durante décadas. Disponível em: <http://www.literaturanaarquibancada.com/2013/01/placar-historia-de-uma-revista.html>. Acessado em: 22/06/2013. 30 como técnico da Seleção do Peru; Garrincha (Manoel dos Santos): disputou as Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1966. Nas duas primeiras, foi campeão mundial e um dos principais responsáveis pelo bicampeonato brasileiro. Atuou 60 vezes pela seleção e marcou 17 gols; Djalma Santos (Dejalma dos Santos): era lateral-direito, tinha boa técnica e bom condicionamento físico. Jogou durante 22 anos, disputou quatro Copas do Mundo (1954, 1958, 1962 e 1966) e foi bicampeão mundial; Nílton Santos (Nílton dos Santos): jogou 84 partidas pela seleção brasileira, disputou quatro Copas do Mundo (1950, 1954, 1958 e 1962) e ganhou as de 1958 e 1962. Durante toda a sua carreira profissional, jogou pelo time do Botafogo de Futebol e Regatas; Rivelino (Roberto Rivellino): era armador e bom cobrador de faltas. Jogou pela seleção brasileira 121 vezes, marcou 43 gols e foi campeão mundial na Copa de 1970; Gérson (Gérson de Oliveira Nunes): conhecido como “o Canhotinha de Ouro”, o meio-armador foi campeão mundial pela Seleção Brasileira em 1970 e jogou nos times do Clube de Regatas Flamengo (1960 a 1962), Botafogo de Futebol e Regatas (1962 a 1970), São Paulo Futebol Clube (1970 a 1972) e Fluminense Football Club (1973 e 1974); Tostão (Eduardo Gonçalves de Andrade): atuou como ponta-de-lança, foi quatro vezes artilheiro do Campeonato Mineiro, jogou 65 partidas pela seleção brasileira e fez 36 gols. Foi tricampeão mundial em 1970. Teve problema de visão e encerrou a carreira aos 27 anos. Jogou 65 partidas pela seleção brasileira e fez 36 gols; Jairzinho (Jair Ventura Filho): foi ponta-de-lança e ficou conhecido como “Furacão da Copa”, apelido que ganhou durante a campanha do tricampeonato brasileiro em 1970. Também participou das Copas de 1966 e 1974, totalizando 106 jogos pela seleção; Júnior (Leovegildo Lins Gama Júnior): atuava em posições do meio de campo pela facilidade em jogar com as duas pernas. Participou das Copas de 1982 e 1986 e jogou 81 partidas pela seleção; Zico (Arthur Antunes Coimbra): foi um dos maiores artilheiros que o futebol brasileiro já teve. Segundo Duarte (2000), foi ídolo no Clube de Regatas Flamengo e marcou um total de 640 gols profissionalmente. Fez 94 partidas pela Seleção, marcou 68 gols e disputou as Copas de 1978, 1982, 1986; Romário (Romário de Souza Farias Filho): jogava de atacante e segundo Duarte (2000) em um curto espaço driblava o goleiro e finalizava com um toque sutil, quase sempre inesperado. Foi revelado no Clube de Regatas Vasco da Gama e ganhou o Mundial de 1994 com a seleção brasileira; Ronaldo (Ronaldo Luiz Nazário de Lima): foi considerado o melhor jogador do mundo pela Fifa em 1996 e 1997. Conquistou seu primeiro Mundial com apenas 17 anos em 1994 e foi um dos responsáveis pelo pentacampeonato do Brasil na Copa de 2002. Além do destaque a alguns jogadores, é importante detalhar melhor as Copas escolhidas para compor o nosso radiodocumentário. Entre elas, as que o Brasil ganhou: de 31 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002; e as Copas de 1950, 1986 e 1998 escolhidas por terem sido Copas em que a população mais esperava a vitória brasileira e a equipe acabou decepcionando. 1950: o quarto mundial da história foi realizado em 1950 no Brasil. A Copa foi a primeira após a Segunda Guerra Mundial e a primeira a adotar numeração na camisa dos jogadores (RIBAS, 2010). A Segunda Guerra Mundial ocorreu de 1939 a 1941, e ocasionou a paralisação do Mundial por doze anos, ou seja, os mundiais programados para 1942 e 1946 não existiram. A Itália tinha uma ditadura fascista comandada por Benito Mussolini e a Alemanha uma ditadura dominada pelo partido nazista de Adolf Hitler. Ambos os países ganharam o apoio do Japão durante a guerra e formaram o “Eixo”. Do outro lado lutavam contra eles Rússia, França, Inglaterra e Estados Unidos. “A guerra só terminou em 1945, com Mussolini enforcado, Hitler suicidado e o Japão com duas cidades destruídas por bombas atômicas dos norte-americanos.” (RIBAS, 2010, p. 50). Antes da Guerra, porém, ainda em 1938, houve um congresso onde a Fifa avaliou candidaturas para o Mundial de 1942. A disputa era entre Argentina, Brasil e Alemanha, mas não houve mundiais em 1942 e 1946. Já em 1946, a Federação voltou a se reunir e decidiu que para respeitar o intervalo de quatro em quatro anos, a próxima Copa seria em 1950 e sediada no Brasil. A seleção brasileira percorreu um caminho difícil até chegar à final (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006). Na primeira fase, venceu o México por 4 a 0, empatou com a Suíça por 2 a 2 e venceu a Iugoslávia (2 a 0). Já na fase final, o Brasil realizou suas duas maiores goleadas em Copas do Mundo, com 7 a 1 contra a Suécia e 6 a 1 contra a Espanha. O maior número de gols feitos em outra equipe entre todas as seleções pertence à Hungria que venceu El Salvador por 10 a 1 na Copa de 1982. A equipe brasileira fez, também, seu artilheiro na competição, Ademir Menezes. Com nove gols, foi o jogador brasileiro que mais fez gols em uma só Copa do Mundo. “O Brasil marcou um total de 22 gols na Copa de 50, a maior marca da Seleção Brasileira em Copas de todos os tempos.” (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p. 302). A Copa de 50 foi a única da história a não ter uma final como nós conhecemos hoje, já que na fase final, quatro seleções jogaram entre si e a melhor ficou com o título. Conforme Santiago Jr e De Carvalho (2006), o jogo Brasil x Uruguai no Maracanã, jogo que faria do vencedor o grande campeão da Copa de 1950, foi um dos maiores e mais marcantes 32 jogos da história do futebol, começando pelo público de mais de 173 mil pagantes14. A seleção brasileira jogava com a vantagem do empate, mas acabou perdendo por 2 a 1. 1958: neste ano, mais uma vez o mundo passava por problemas políticos. A Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética não estava no auge, mas já assustava o mundo. E foi nesse ano que o Brasil conseguiu ganhar sua primeira Copa do Mundo, na Suécia, na sexta edição do Mundial. “O Brasil com seu sonhado primeiro título mundial, foi o primeiro país a vencer uma Copa fora do seu continente” (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p. 318). Logo na estreia do Brasil no Mundial, a seleção venceu a Áustria por 3 a 0. No segundo jogo, empatou com a Inglaterra em 0 a 0, e no terceiro contra a antiga União Soviética (URSS), venceu por 2 a 0. Na segunda fase da Copa de 58, o Brasil enfrentou a seleção do País de Gales e ganhou pelo placar de 1 a 0, com gol de Pelé, o primeiro do jogador em Copas. Ribas (2010) afirma que o meia-atacante Pelé, juntamente com Didi e Garrincha, foram os grandes destaques do Brasil nessa Copa. Nas semifinais, o Brasil enfrentou a França, os franceses marcaram 15 gols em 4 jogos, em contrapartida, a seleção brasileira não havia sofrido nenhum gol durante a competição. Daí, “os dribles de Garricha, os passes precisos de Didi, a aplicação tática de Zagallo15 e as tabelas entre Vavá16 e Pelé desmontaram a resistência francesa” (RIBAS, 2010, p. 106), e o Brasil venceu mais uma partida (5 a 2). No dia 29 de junho de 1958, a seleção brasileira conseguiu seu primeiro título mundial ao enfrentar os suecos e vencê-los pelo placar novamente de 5 a 2. A partir daí, o Brasil começa sua trajetória Pentacampeã. “Bellini17 (capitão da seleção brasileira na Copa) criou, sem querer, o gesto de erguer a taça de campeão acima da cabeça [...] O ato serviu de inspiração para todos os campeões de futebol.” (RIBAS, 2010). 1962: o bicampeonato Mundial do Brasil veio quatro anos depois, na Copa seguinte, em 1962, no Chile. Segundo Santiago Jr e De Carvalho (2006), a seleção brasileira já vinha como grande favorita por ser a atual campeã e manteve a mesma base da equipe que 14 Maior público oficial da história das Copas, mas os portões do Maracanã foram arrombados naquele dia e se estima que havia entre 210 e 220 mil pessoas no estádio (SANTIAGO JR e DE CARVALHO, 2006, p. 305306). 15 Mário Jorge Logo Zagallo jogou 34 vezes pela seleção brasileira e se consagrou bicampeão mundial em 1958 e 1962. Como treinador disputou mais três Copas (1970, 1974 e 1998) e foi auxiliar-técnico do Brasil em 1994 na conquista do tetracampeonato. 16 Edvaldo Izídio Netto foi bicampeão mundial em 1958 e 1962, ganhou o apelido de “Leão da Copa”. Participou de 25 jogos e marcou 15 gols pela seleção brasileira. 17 Hideraldo Luís Bellini era zagueiro e foi capitão brasileiro na primeira conquista mundial em 1958. Disputou também as Copas de 1962 e 1966. 33 disputou o Mundial de 58 com os goleiros Gilmar18 e Castilho19, os laterais Djalma Santos e Nilton Santos, os zagueiros Mauro20, Bellini e Zózimo21, os meio-campistas Didi e Zito22, e os atacantes, Garrincha, Zagallo, Vavá, Pelé e Pepe23. No primeiro jogo do campeonato, o Brasil enfrentou o México e venceu por 2 a 0, no segundo jogo empatou em 0 a 0 com a Tchecoslováquia e no terceiro venceu mais uma vez, agora contra a Espanha, por 2 a 1. O Brasil foi o primeiro colocado do seu grupo e nas quartas-de-final enfrentou a Inglaterra e venceu pelo placar de 3 a 1. Nas semifinais, o Brasil enfrentou a seleção do país sede, o Chile, com o estádio Nacional de Santiago com mais de 76 mil pessoas segundo Ribas (2010), e conquistou mais uma vitória, por 4 a 2. Garrincha, que marcou dois gols na partida contra a Inglaterra e marcou mais dois gols contra o Chile, tornou-se um dos destaques do Mundial. A final foi contra a Tchecoslováquia, a mesma com quem tinha empatado em 0 a 0 na primeira fase, mas dessa vez conseguiu uma vitória por 3 a 1 e se consagrou Bicampeão Mundial. 1970: desde 1964, o Brasil vivia um momento histórico chamado Ditadura Militar, um período em que o regime militar assumiu o controle político, econômico e social do país, onde, quem se demonstrava contra sofria com repressão, violência, censura, prisão e exílio, em uma tentativa de controle e domínio total que durou até o ano de 1985 (FERRARI; PEREIRA, 2009). Ainda durante a Ditadura, mas fora daqui, no México, em 1970, aconteceu mais uma edição da Copa do Mundo, que contou com a presença de várias seleções de alto nível como Alemanha, Inglaterra e Itália, mas o Brasil conseguiu se sobressair e para muitos foi considerada a melhor equipe de todos os tempos (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p. 340). A equipe treinada por Zagallo teve jogadores de destaque como: Pelé, Rivelino, Gérson, Tostão e Jairzinho. O Brasil conquistou seu tricampeonato e terminou a Copa de 70 com seis jogos ganhos (todos que disputou) sem uma única prorrogação, “a segunda maior sequência de 18 Gilmar dos Santos Neves jogou em times como o Sport Club Corinthians Paulista e o Santos Futebol Clube. Jogou 103 jogos pela seleção brasileira e sofreu 104 gols. 19 Carlos José Castilho fez história no Fluminense Football Club onde jogou 702 partidas entre os anos de 1947 e 1965. Pela seleção brasileira participou de 25 jogos e das Copas do Mundo de 1950 e 1962. 20 Mauro Ramos de Oliveira jogou no São Paulo Futebol Clube e no Santos Futebol Clube. Pela seleção brasileira foi reserva nos Mundiais de 1950, 1954 e 1958, já em 1962 foi titular e capitão do bicampeonato Mundial. 21 Zózimo Alves Calazans atuava como quarto-zagueiro, jogou 39 partidas pela seleção e disputou as Copas de 1958 e 1962. 22 José Eli de Miranda jogava como volante e foi duas vezes campeão Mundial (1958 e 1962) além de ter participado da Copa de 1966. 23 José Macia fez história no Santos Futebol Clube entre os anos de 1953 e 1968. Participou de 40 partidas pela seleção brasileira, marcou 22 gols e foi bicampeão Mundial em 1958 e 1962. 34 vitórias de uma seleção sem uma prorrogação em Mundiais.” (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p. 341). Os autores ainda reforçam: A maior sequência de vitórias em Copas pertence ao Brasil (em 2002) e à Itália, com sete vitórias seguidas (três em 1934 e quatro em 1938), porém os italianos empataram um jogo no tempo normal e precisaram de uma prorrogação contra a Noruega em 1938. Independentemente de prorrogação ou não, apenas o Uruguai em 1930, a Itália em 1938 e o Brasil em 1970 e 2002 foram campeões com 100% de aproveitamento nas partidas. Porém, destas quatro seleções a que mais se destacou, sem dúvida, foi a do Brasil de 70 (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p. 341). Na primeira fase, o Brasil enfrentou e ganhou das seleções da Tchecoslováquia (4 a 1), Inglaterra (1 a 0) e Romênia (3 a 2). Já nas quartas-de-final, enfrentou o Peru e venceu pelo placar de 4 a 2. As semifinais da Copa de 70, para Santiago Jr e De Carvalho (2006), foram emocionantes e magníficas, pois se enfrentaram Brasil x Uruguai e Alemanha x Itália. Três destas seleções (Brasil, Itália e Uruguai) podiam conquistar definitivamente a taça Jules Rimet, pois eram seleções bicampeãs e a primeira seleção tricampeã ficaria definitivamente com a posse da taça. Na disputa pela vaga na final do campeonato, o Brasil venceu a seleção do Uruguai por 3 a 1 e foi para a final com a Itália (que havia ganhado o jogo contra a Alemanha) e conquistou a vitória na competição ao fazer 4 gols a 1, tornando-se o primeiro Tricampeão Mundial. Outras duas seleções conseguiram o mesmo número de vitórias anos depois, a Itália em 1982 e a Alemanha em 1990. 1986: Mundial realizado no México e vencido pela seleção da Argentina, que tinha Maradona 24 em boa fase de carreira (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006), a competição teve a presença de todos os campeões mundiais (Alemanha, Argentina, Brasil, Inglaterra e Itália), fato que ainda não havia acontecido anteriormente. Sob o comando do técnico Telê Santana25, a campanha brasileira em busca do tetracampeonato começou com vitórias sobre as equipes da Espanha (1 a 0), Argélia (1 a 0) e Irlanda do Norte (3 a 0). Na segunda fase, o Brasil fez 4 a 0 contra a Polônia. Nas quartas-definal o Brasil enfrentou a França e logo no começo do jogo após tabela entre Júnior e Müller26, Careca27 faz 1 a 0, a França empatou em 1 a 1 aos 40 minutos com Platini28. Zico 24 Diego Armando Maradona é argentino e considerado “o maior jogador do mundo na década de 80” (DUARTE, 2000, p. 269). Disputou quatro Copas do Mundo: 1982, 1986, 1990 e 1994. 25 Telê Santana da Silva foi jogador do Fluminense Football Club na década de 50, fez 557 partidas pelo clube e marcou cerca de 160 gols. Comandou a seleção brasileira em dois Mundiais (1982 e 1986). 26 O atacante Luís Antônio Corrêa da Costa tem como time de destaque na carreira o São Paulo Futebol Clube. Pela seleção brasileira marcou 11 gols, participou de 56 partidas e disputou os Mundiais de 1986, 1990 e 1994. 27 Antônio de Oliveira Filho foi centroavante, começou sua carreira no Guarani Futebol Clube, time do interior do estado de São Paulo. Pela seleção brasileira disputou os Mundiais de 1986 e 1990. 35 ainda teve a chance de fazer 2 a 1 para a seleção brasileira no segundo tempo com um gol de pênalti, mas o goleiro francês Bats29 defendeu. Com o empate no tempo normal o jogo foi para a prorrogação, mas o empate continuou mantido e a vaga foi decidida na disputa de pênaltis. A França venceu por 4 a 3 e o Brasil foi eliminado da competição. 1994: após 24 anos sem chegar a uma final de Copa do Mundo, no Mundial de 1994, nos Estados Unidos, o Brasil conquistou o tetracampeonato. A seleção tinha como técnico Carlos Alberto Parreira e coordenador técnico Zagallo (treinador do Brasil em 1970). Para Santiago Jr e De Carvalho (2006), grandes destaques dessa equipe campeã e responsáveis pelo título foram Romário (que fez cinco gols na competição), Bebeto 30 (que fez cinco gols no Mundial) e Dunga31, capitão do Brasil. O Brasil classificou-se em primeiro lugar em sua chave na primeira fase da Copa de 1994, onde enfrentou e venceu a Rússia por 3 a 2, a seleção de Camarões por 3 a 0 e empatou com a Suécia de 1 a 1. Na segunda fase (oitavas-de-final), o Brasil enfrentou e venceu a seleção dos Estados Unidos no dia da data da Independência americana32 por 1 a 0, com gol marcado por Bebeto. Nas quartas-de-final, o Brasil venceu a Holanda por 3 a 2, e, nas semifinais, a Suécia pelo placar de 1 a 0. Segundo Santiago Jr e De Carvalho (2006), a final do Mundial de 1994 contra a Itália foi um jogo tenso e equilibrado, pois não valia só o título de campeão dessa Copa, Brasil e Itália (campeã em 1934, 1938 e 1982) eram três vezes campeões Mundiais e jogaram em busca do desempate. O jogo terminou no tempo normal e prorrogação em 0 a 0, a disputa foi para os pênaltis, o Brasil venceu por 3 a 2 e se tornou o único tetracampeão mundial de futebol. Em 2006, a Itália conseguiu igualar em número de vitórias em Mundiais. 1998: a Copa deste ano (realizada na França) foi a primeira a ter 32 países participantes. Com o número maior de competidores, o modelo da disputa foi modificado, as 32 seleções foram divididas em oito grupos de quatro e os dois melhores de cada um avançaram para as oitavas-de-final totalizando 16 classificados (RIBAS, 2010). O Brasil chegou mais uma vez como favorito ao título mundial. Para Ribas (2010), por ser a última 28 O meia-esquerda Michel Platini jogou 72 vezes pela seleção francesa onde marcou 41 gols. Disputou as Copas do Mundo de 1978, 1982 e 1986. Foi técnico da equipe francesa e presidente do comitê organizador da Copa do Mundo de 1998. 29 Joel Bats disputou o Mundial de 1986 e “como treinador de goleiros, fez parte da comissão técnica campeã do mundo em 1998” (DUARTE, 2000, p. 64). 30 José Roberto Gama de Oliveira “foi um dos atacantes mais inteligentes e criativos revelados pelo futebol brasileiro nos anos 80” (DUARTE, 2000, p. 65). Foi revelado no Esporte Clube Vitória em 1983, participou das Copas do Mundo de 1990, 1994 e 1998. 31 O volante Carlos Caetano Bledorn Verri jogou 91 partidas pela seleção brasileira e marcou seis gols. 32 O dia da Independência americana é comemorado no dia 4 de julho. É um dia significativo para a população norte-americana por ser o dia da declaração da independência do país. 36 seleção campeã (em 1994) e por ter na equipe Ronaldo, então como 21 anos, considerado o melhor jogador do mundo pela Fifa em 1996 e 1997. A seleção venceu as duas primeiras partidas (Brasil 2 x 1 Escócia e Brasil 3 x 0 Marrocos) e perdeu a terceira (Brasil 1 x 2 Noruega), mas foi o suficiente para se classificar em primeiro lugar no seu grupo (A). Já a França, país sede da Copa, que acabou sendo a campeã do Mundial de 98, foi passando pelas fases com certa dificuldade e chegou à final sem ser a grande favorita (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006). Nas oitavas-de-final, o Brasil conquistou uma vitória contra o Chile por 4 a 1, com dois gols de César Sampaio33 e dois de Ronaldo. A França jogou contra o Paraguai e o resultado só foi definido no segundo tempo da prorrogação com um Golden Gol34, ou seja, um gol que decide a partida a favor da seleção que o marca, quando acontece, o jogo encerra imediatamente. Os franceses, nas quartas-de-final, empataram com os italianos em 0 a 0 no tempo normal e venceram na disputa de pênaltis por 4 a 3. O Brasil venceu a Dinamarca por 3 a 2 e assim como a França, avançou para as semifinais, quando o Brasil enfrentou a Holanda, empatando de 1 a 1 no tempo normal e vencendo na disputa de pênaltis por 4 a 2. Já a França venceu a Croácia por 2 a 1. O resultado do jogo da final da Copa de 1998 é muito polêmico (SANTIAGO JR E DE CARVALHO, 2006). No lugar de Ronaldo (titular até então) entraria Edmundo35 (que disputava vaga na seleção com Bebeto). Ronaldo teria sofrido uma convulsão na concentração, foi levado ao hospital, onde logo recebeu alta, mas os médicos avisaram que ele não deveria jogar, mas Ronaldo pediu para ser escalado e Zagallo consentiu (RIBAS, 2010). Segundo Santiago Jr e De Carvalho (2006), o Brasil jogou muito mal e a França venceu a partida por 3 a 0 e conquistou sua primeira Copa do Mundo. Com o resultado, a culpa pela perda do título foi dada ao problema de Ronaldo e à decisão de Zagallo em deixálo jogar (RIBAS, 2010). 2002: “a Copa de 2002 foi a primeira disputada na Ásia e também a primeira a ser sediada por dois países (Coréia do Sul e Japão).” (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p. 413). O Brasil nesse campeonato conseguiu um feito inédito em uma Copa, sete vitórias em 33 Carlos César Sampaio Campos fez três gols no Mundial da França em 98, mesmo sendo volante (posição defensiva no futebol). Jogou em clubes como o Santos Futebol Clube e a Sociedade Esportiva Palmeiras aqui no Brasil. 34 Essa foi à primeira vez que ocorreu um Golden Gol (gol de ouro). A regra foi utilizada em Copas somente nas de 1998 e 2002 (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006). 35 O atacante Edmundo Alves de Souza Neto começou sua carreira profissional no Clube de Regatas Vasco da Gama em 1992, mas também jogou em times como o Clube de Regatas do Flamengo e Sociedade Esportiva Palmeiras. 37 sete jogos. “A seleção brasileira, treinada por Luis Felipe Scolari, saiu desacreditada do Brasil [...] mas graças principalmente ao talento de Ronaldo, Rivaldo 36 e Ronaldinho Gaúcho 37 , conseguiu superar os rivais e conquistou o quinto título mundial.” (SANTIAGO JR; DE CARVALHO, 2006, p. 414). Na primeira fase, a seleção brasileira venceu as seleções da Turquia (2 a 1), China (4 a 0) e a Costa Rica (5 a 2). Nas oitavas-de-final, venceu a Bélgica por 2 a 0, nas quartas-definal mais uma vitória, dessa vez contra a Inglaterra por 2 a 1. Nas semifinais o Brasil, enfrentou mais uma vez a Turquia e venceu, dessa vez por 1 a 0. A final do Mundial foi a “partida mais aguardada da História das Copas” (SANTIAGO JR E DE CARVALHO, 2006, p. 419), já que estavam em campo “as duas maiores potências do futebol no planeta” (RIBAS, 2010). O Brasil venceu a Alemanha por 2 a 0, com dois gols de Ronaldo, que ainda marcou seu nome na história como artilheiro da Copa de 2002, com oito gols, recuperando-se da atuação que fez na Copa de 1998. O Brasil, então, consagrou-se a única seleção até hoje pentacampeã mundial. 2014: O anúncio da definição do Brasil como país sede da Copa do Mundo de 2014, foi divulgado pela Fifa no dia 30 de outubro de 2007, desde lá o país vem se preparando para receber o evento, que acontecerá em menos de um ano, exatamente no dia 12 de junho de 2014. As cidades sedes dos jogos serão Curitiba, Cuiabá, Brasília, Fortaleza, Manaus, Belo Horizonte, Porto Alegre, Natal, Recife, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, onde apenas seis dos doze estádios estão prontos (GLOBO ESPORTE, 2013)38. O estádio Arena Castelão, em Fortaleza, foi o primeiro a ser entregue (dezembro de 2012). Ainda segundo o site os investimentos feitos em obras nos aeroportos, estádios, mobilidade urbana, portos, telecomunicações, segurança e turismo já chegam a R$ 28,1 bilhões. O atual técnico da seleção brasileira é Luis Felipe Scolari, que também comandou a seleção na conquista do pentacampeonato em 2002 será, provavelmente, o técnico da equipe no Mundial do ano que vem. 36 Rivaldo Vitor Borba Ferreira foi “o melhor jogador do Brasil na Copa do Mundo de 1998” (DUARTE, 2000, p. 365). E em 1999 foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA. 37 Ronaldo de Assis Moreira atua como meia e atacante, atualmente joga no Clube Atlético Mineiro. Venceu o prêmio de Melhor jogador do mundo pela FIFA em 2004 e 2005, quando viveu o auge de sua carreira. Participou dos Mundiais de 2002 e 2006. 38 Disponível em <http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2013/06/um-ano-para-copacom-obras-em-atraso-cidades-correm-contra-o-tempo.html> Acessado em 25/06/2013. 38 4 DIÁRIO DE CAMPO Iniciamos nossas pesquisas com a procura de livros sobre os temas referentes ao nosso radiodocumentário – rádio, jornalismo esportivo e Copa do Mundo de Futebol – para podermos escrever o relatório técnico-científico e nos aprimorarmos ainda mais sobre o assunto. Com a carência de material na biblioteca da faculdade e da falta de dinheiro para comprarmos livros relacionados ao rádio e a Copas do Mundo, perguntamos a vários amigos e conhecidos sobre a disposição deles em nos emprestar para nos ajudar nas pesquisas. No dia 14 de maio de 2013, começamos as entrevistas para o radiodocumentário. Fomos até uma empresa localizada no bairro da Aldeota para entrevistar o jornalista Arthur Ferraz, que nos falou sobre sua experiência na cobertura da Copa de 1998, na França, e sobre o que isso significou para sua carreira. No dia 16 de maio de 2013, fomos até a sede da TV Cidade para entrevistar a jornalista Ana Claudia Andrade, que nos falou sobre sua experiência na cobertura da última Copa do Mundo, realizada em 2010 na África do Sul. No dia 17 de maio de 2013, fomos até a sede do Diário do Nordeste conversar com o jornalista Tom Barros. Ele cobriu quatro Copas do Mundo (1990, 1994, 1998 e 2006) e teve muita história pra contar. A entrevista durou cerca de meia hora. Ao entrevistar os jornalistas, começou a principal dificuldade para nós, encontrar três pessoas comuns, torcedores que pudessem e quisessem contar alguma história curiosa para nós ou alguma lembrança boa de sua infância. No dia 3 de junho de 2013, lendo um blog sobre histórias do futebol, descobrimos a história do fanático por futebol Elenilson Dantas. Em 2004, ele comprou uma antena de 2 metros de diâmetro que custou na época 4 mil reais, para poder assistir cerca de 500 canais abertos do mundo e com isso ver jogos de 27 países. No mesmo dia, entramos em contato com ele por e-mail e ele foi bem acessível. Dia 6 de junho, a entrevista foi realizada em sua casa. No dia 6 de junho, através de um amigo, conseguimos o contato do pesquisador Airton Fontenele, como ele é um senhor de idade, já havíamos recebido a informação que era a filha dele quem analisa a disponibilidade dele para dar entrevistas. Ligamos e ao falar que era estudante de jornalismo, sua filha logo falou que ele não teria tempo, pois iria lançar um livro no dia 18 de junho e que está com muitos compromissos agendados. Ao explicar um pouco sobre nosso trabalho e insistir para que o encontro fosse realizado, ela disse que 39 ligássemos na semana seguinte. Ligamos na semana seguinte durante três dias seguidos e em nenhum deles a filha do pesquisador nos deu uma resposta positiva, apesar de ter dito que queria nos ajudar. No dia 15 de junho, com o prazo para começarmos a gravar o radiodocumentário já no limite, desistimos da entrevista. No dia 8 de junho, entrevistamos a professora aposentada Consuela Souza, de 67 anos, que começou a acompanhar futebol por influência do marido, os dois são fanáticos pelo Ceará Sporting Clube. No dia 11 de junho, entrevistamos o estudante Tobias Saldanha, de 23 anos, que já trabalhou como assessor de um time de futebol local e atualmente faz pautas para o jornal o Estado de São Paulo sobre a Copa das Confederações. No dia 15 de junho, encerramos nosso relatório técnico, que durou cerca de nove meses de pesquisas. E no dia 18 de junho foi gravado o radiodocumentário e a edição foi feita em dois dias. 40 5 RADIODOCUMENTÁRIO BRASIL NAS COPAS: VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA SELEÇÃO PENTACAMPEÃ O radiodocumentário apresenta a trajetória da seleção brasileira desde a primeira Copa do Mundo, até o último título mundial, para isso, focamos em oito participações brasileiras em Mundiais. Além de falarmos um pouco sobre os preparativos para a próxima Copa do Mundo que será em 2014 no Brasil. O programa tem duração de 30 minutos e possui entrevistas com os jornalistas Tom Barros, Ana Cláudia Andrade e Arthur Ferraz e pessoas apaixonadas por futebol como, a professora aposentada Consuela Souza, o estudante Tobias Saldanha e o técnico em telecomunicações Elenilson Dantas. Em sua estrutura, o nosso radiodocumentário traz músicas que marcaram os Mundiais, radioteatro e spot. Sua gravação e edição tiveram como referência os roteiros abaixo apresentados. 5.1 Roteiro – radiodocumentário Radiodocumentário: BRASIL NAS COPAS: VITÓRIAS E DECEPÇÕES DA SELEÇÃO PENTACAMPEÃ Uma produção de Carla Naiara Julião Marques e Jorsandra Valéria Silva da Cunha Técnica de som: Glauber Sousa Duração: 30‟ 1º Bloco TEC: SOBE CARACTERÍSTICA MÚSICA DOMINGO, EU VOU AO MACARANÃ TEC: DESCE CARACTERÍSTICA LOC1: Brasil nas copas: vitórias e decepções da seleção pentacampeã. Produção de Naiara Julião e Jorsandra Cunha, estudantes do curso de Jornalismo da Faculdade Cearense. LOC2: Eu sou Jorsandra Cunha e hoje vamos viajar pelo mundo do Futebol, pegando carona com a seleção brasileira, através de músicas e narrações de jogos que marcaram as Copas do Mundo. TEC: SOBE BG TEC: DESCE BG LOC1: Eu sou Naiara Julião e através do nosso radiodocumentário vamos reviver as 41 emoções e as decepções da nossa seleção pentacampeã nas Copas do Mundo. Para isso, relembramos nove copas. As cinco que a Seleção Canarinho ganhou 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, LOC2: E as três em que a população mais esperava a vitória brasileira e a equipe acabou decepcionando, que foi em 1950, 1986 e 1998 e vamos falar também das expectativas para a Copa de 2014 que será sediada no Brasil. TEC: VINHETA BRASIL TEC: SOBE BG TEC: DESCE BG LOC1: As primeiras manifestações do futebol surgem entre 3.000 e 2.500 a.C, na China, quando era chamado de Tsu-Chu. Mas o ano oficial de criação do futebol moderno é em 1863, quando foi fundada a Associação de Futebol inglesa. Mas, somente no ano de 1857 que surge o primeiro clube inglês de futebol. LOC2: No Brasil, o precursor do futebol é Charles Miller, que nasceu em São Paulo e viajou para a Inglaterra aos nove anos para estudar e lá conheceu o futebol. Quando volta ao Brasil em 1894, Charles Miller traz com ele duas bolas de futebol, um livro de regras, um jogo de uniformes e tudo que aprendeu com os ingleses. LOC1: O primeiro jogo de futebol em terras brasileiras, aconteceu em abril de 1895 entre os times dos Funcionários da Companhia de Gás e Companhia Ferroviária São Paulo Railway. As duas equipes eram formadas por funcionários de empresas inglesas que atuavam em São Paulo. LOC2: Já a ideia de se fazer uma Copa do Mundo, o maior evento futebolístico dos dias de hoje, começa com a fundação da Federação Internacional das Associações de Futebol, a FIFA, no dia 21 de maio de 1904. Conhecida como uma entidade, a FIFA tem como principal objetivo a reaproximação das nações por meio do esporte, após o final da Primeira Guerra Mundial. A Federação também tem como objetivo regulamentar o futebol no mundo e organizar campeonatos entre os países. LOC1: Já foram realizadas 19 Copas do Mundo de Futebol, e 77 países já participaram de pelo menos uma edição da competição. O Brasil é o único país a disputar todas as Copas até hoje, além de ser o único pentacampeão mundial. LOC2: Para sediar a primeira Copa do Mundo, houve um Congresso na cidade espanhola de Barcelona em 1929. No ano seguinte aconteceu a primeira Copa do Mundo e o Uruguai é a primeira sede da competição. 42 LOC1: A escolha foi devido principalmente ao prestígio da equipe uruguaia por ser bicampeã dos Jogos Olímpicos. Até então, era o principal campeonato de futebol do mundo, e acabou perdendo o posto para a Copa do Mundo, que já é há muitas décadas o maior campeonato de futebol do planeta em termos de importância. LOC2: A primeira Copa do Mundo aconteceu em 1930, e reuniu apenas treze seleções, foram elas: Argentina, Bolívia, França, Chile, Estados Unidos, Brasil, Romênia, México, Iugoslávia, Uruguai, Peru, Bélgica e Paraguai. O Brasil jogou apenas duas vezes na competição e foi eliminado logo na primeira fase. O Uruguai foi o campeão e se firmou como a melhor seleção do mundo. LOC1: Vinte anos depois, em 1950, foi a Copa do Mundo de maior decepção para os torcedores brasileiros. O Brasil era o país sede e o favorito, já que tinha sua torcida apoiando. O jogo Brasil x Uruguai no Maracanã, partida que faria do vencedor o grande campeão da Copa de 1950 foi um dos maiores e mais marcantes jogos da história do futebol, começando pelo público de mais de 200 mil pagantes. LOC2: A seleção brasileira jogava com a vantagem pelo empate, e estava 1 a 1 no placar, quando aos 34 do segundo tempo, o Uruguai fez mais um gol e um silêncio ensurdecedor tomou conta do estádio super lotado. Inacreditavelmente, para os críticos da época, o Uruguai venceu o Brasil por 2 a 1 em uma partida que ficou conhecida como Maracanazzo. TEC: SOBE BG TEC: SOLTA ÁUDIO A TAÇA DO MUNDO É NOSSA [00” – 49”] LOC1: Em 1958 o mundo passava por problemas políticos. A Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética não estava no auge mas já assustava o mundo. E foi nesse ano que o Brasil conseguiu ganhar sua primeira Copa do Mundo, na Suécia, na sexta edição do Mundial. Com isso ele foi o primeiro país a vencer uma Copa fora do seu continente. LOC2: O meia-atacante Pelé, juntamente com Didi e Garrincha foram os grandes destaques do Brasil nessa Copa. Na final, no dia 29 de junho de 1958, a seleção brasileira enfrentou os suecos e venceu pelo placar de 5 a 2. A partir daí, o Brasil começa sua trajetória Pentacampeã. LOC1: Essa equipe foi a melhor seleção brasileira da história na opinião do jornalista Tom Barros e também tinha os melhores jogadores brasileiros até hoje. TEC: SONORA TOM BARROS [5‟35” a 5‟58” - 4‟22” a 4‟32” - 5‟18” a 5‟32”] 43 TEC: SOBE BG TEC: DESCE BG LOC2: O bicampeonato Mundial do Brasil veio quatro anos depois, na Copa seguinte, em 1962, no Chile. A seleção brasileira já vinha como grande favorita por ser a atual campeã e manteve a mesma base da equipe que disputou o Mundial de 58, com os goleiros Gilmar e Castilho, os laterais Djalma Santos e Nilton Santos, os zagueiros Mauro, Bellini e Zózimo, os meio-campistas Didi e Zito, e os atacantes, Garrincha, Zagallo, Vavá, Pelé e Pepe. LOC1: A final do Mundial foi contra a Tchecoslováquia, e a seleção brasileira venceu por 3 a 1 e se consagrou Bicampeã Mundial. LOC2: Vamos ouvir a jornalista Glenda Kozlowski que relembrou este momento que ficou marcado na história. TEC: SOLTA ÁUDIO NARRAÇÃO GLENDA KOZLOWSKI DA FINAL DA COPA DE 62 [20” – 01‟06”] TEC: VINHETA BRASIL TEC: VINHETA PASSAGEM TEC: SOLTA ÁUDIO BRASIL AME OU DEIXE-O LOC1: Desde 1964, o Brasil vivia um momento histórico chamado Ditadura Militar, um período quando o regime militar assumiu o controle político, econômico e social do país. Quem era oposição aos militares sofria com violentas repressões, em uma tentativa de controle e domínio total que durou até o ano de 1985. LOC2: Ainda durante a Ditadura, mas fora daqui, no México, em 1970, aconteceu mais uma edição da Copa do Mundo, que contou com a presença de várias seleções de alto nível, como Alemanha, Inglaterra e Itália, mas o Brasil conseguiu se sobressair e foi considerada a melhor seleção de todos os tempos. A equipe treinada por Zagallo teve jogadores de destaque como Pelé, Rivelino, Gérson, Tostão e Jairzinho. LOC1: A música que mais marcou essa competição foi “Pra Frente Brasil”, na letra, um incentivo à seleção brasileira, mas como o Mundial aconteceu no mesmo período da Ditadura Militar, muitos pensaram que a canção seria uma crítica, como nos fala o jornalista Tom Barros. TEC: SONORA TOM BARROS [8‟45” – 9‟40”] TEC: SOLTA ÁUDIO PRA FRENTE BRASIL [10” – 58”] LOC2: Na semifinal da Copa de 70 o Brasil venceu a seleção do Uruguai por 3 a 1 e 44 foi para a final com a Itália, que havia ganhado da Alemanha no outro jogo. Na última partida do Mundial o Brasil venceu a seleção italiana por 4 a 1 e se tornou o primeiro Tricampeão Mundial. LOC1: Com a conquista o Brasil terminou a Copa de 70 com a incrível marca de ter ganhado todas as partidas que disputou, seis no total. Sem uma única prorrogação, o que tornou a segunda maior sequência de vitórias de uma seleção sem uma prorrogação em Mundiais. O recorde de sete vitórias seguidas pertence ao próprio Brasil em 2002 e à Itália, sendo três em 1934 e quatro em 1938. TEC: VINHETA BRASIL TEC: VINHETA PASSAGEM TEC: SOLTA ÁUDIO MEXE CORAÇÃO [18” – 1‟08”] LOC2: Em 1986 no Mundial realizado no México e vencido pela seleção da Argentina, que tinha Maradona em boa fase de carreira, a competição teve a presença de todos os campeões mundiais: Alemanha, Argentina, Brasil, Inglaterra e Itália, fato que ainda não havia acontecido anteriormente. LOC1: Nas quartas-de-final o Brasil enfrentou a França e logo no começo do jogo abriu o placar em 1 a 0, a França aos 40 minutos empatou em 1 a 1 e Zico ainda teve a chance de fazer 2 a 1 para a seleção brasileira no segundo tempo com um gol de pênalti, mas o goleiro francês defendeu. Com o empate no tempo normal o jogo foi para a prorrogação, mas o empate continuou mantido e a vaga foi decidida na disputa de pênaltis. A França venceu por 4 a 3, e o Brasil foi eliminado da competição. LOC2: A música tema do Mundial de 1986, foi a escolhida do técnico em telecomunicações Elenilson Dantas, como a mais bonita da história. Vamos escutar a opinião dele. TEC: SONORA ELENILSON DANTAS [2‟40” a 2‟49”] TEC: SOBE BG TEC: DESCE BG LOC1: No Mundial de 1994 nos Estados Unidos, após 24 anos sem chegar a uma final de Copa do Mundo, o Brasil conquistou o Tetracampeonato. A seleção tinha como técnico Carlos Alberto Parreira e coordenador técnico Zagallo, que foi treinador do Brasil em 1970. Os grandes destaques dessa equipe campeã e responsáveis pelo título foram Romário, que fez cinco gols na competição, Bebeto que fez três e Dunga, capitão do Brasil e líder da forte zaga da equipe. 45 LOC2: Essa foi a melhor seleção brasileira da história para a entrevistada Ana Claudia Andrade, jornalista esportiva e que cobriu a Copa do Mundo de 2010, na África, e que também destaca o jogador Romário. TEC: SONORA ANA CLAUDIA ANDRADE [4‟ – 4‟40” e 5‟05” a 5‟25”] LOC1: Cláudia Andrade também fala dos rituais que sua família tinha durante o Mundial. TEC: SONORA ANA CLAUDIA ANDRADE [9‟44” a 10‟21”] LOC2: A final do Mundial de 94 contra a Itália foi um jogo tenso e equilibrado, pois não valia só o título de campeão dessa Copa, Brasil e Itália eram três vezes campeões Mundiais e jogavam em busca do desempate. TEC: SOLTA ÁUDIO CORAÇÃO VERDE AMARELO [10” – 1‟04”] LOC1: O jogo terminou no tempo normal e prorrogação em 0 a 0, a disputa foi para os pênaltis, o Brasil venceu por 3 a 2 e se tornou o primeiro tetracampeão mundial de futebol. Somente a Itália, em 2006, conseguiu igualar em número de vitórias se tornando 4 vezes campeã. LOC2: A vitória do TETRA ficou marcada no coração dos brasileiros através da narração de Galvão Bueno do último pênalti batido pelo jogador italiano Roberto Baggio que perdeu e deu a vitória ao Brasil. TEC: SOLTA ÁUDIO NARRAÇÃO DE GALVÃO É TETRA [2” – 50”] TEC: SOBE BG TEC: DESCE BG LOC1: A copa do mundo de 94 ainda teve um fato marcante para o jornalista Arthur Ferraz. TEC: SONORA ARTHUR FERRAZ [8‟16” a 8‟55”] TEC: VINHETA BRASIL TEC: VINEHTA PASSAGEM TEC: SOLTA SPOT TEC: SOLTA BG TEC: DESCE BG 2º Bloco TEC: SOBE BG TEC: DESCE BG LOC2: Estamos de volta com o radiodocumentário “Brasil nas Copas: vitórias e 46 decepções da seleção pentacampeã”. TEC: SOLTA ÁUDIO BALÉ DA BOLA [1” – 1‟17”] TEC: DESCE BG LOC1: A copa de 1998 realizada na França foi a primeira que o número de participantes chegou a 32 países, com o número maior de participantes, o modelo da disputa foi modificado. O Brasil chegou mais uma vez como favorito ao título mundial, por ser a última seleção campeã, em 1994, e por ter na equipe como destaque Ronaldo, o Fenômeno, então com 21 anos, considerado o melhor jogador do mundo pela FIFA em 1996 e 1997. LOC2: O jornalista Arthur Ferraz que cobriu a competição de 98, nos falou um pouco sobre a emoção dos franceses em receber o Mundial. TEC: SONORA ARTHUR FERRAZ [10‟36” - 11‟25”] LOC1: O resultado do jogo da final da Copa de 1998 é muito polêmico, pois no lugar de Ronaldo, titular até então, entraria Edmundo. O „Fenômeno‟ teria sofrido uma convulsão na concentração, foi levado ao hospital, onde logo recebeu alta. Mas os médicos avisaram que ele não deveria jogar, mas Ronaldo pediu para ser escalado e o técnico brasileiro Zagallo consentiu. LOC2: O Brasil jogou muito mal, a França se aproveitou da situação e venceu a partida por 3 a 0, conquistando sua primeira Copa do Mundo. Com o resultado, a culpa pela perda do título foi dada ao problema de Ronaldo e a decisão de Zagallo em deixá-lo jogar. TEC: SOLTA ÁUDIO EM BUSCA DO PENTA [00:08” – 01‟:22”] LOC1: A copa de 2002 na Coreia do Sul e no Japão foi à primeira disputada na Ásia e também a primeira a ser sediada por dois países. O Brasil nesse campeonato conseguiu um feito inédito em uma Copa, sete vitórias em sete jogos. E olha que a seleção brasileira, treinada por Luís Felipe Scolari, saiu desacreditada do Brasil. LOC2: A final do Mundial foi a partida mais aguardada da história das Copas, já que estavam em campo as duas maiores potências do futebol no planeta. O Brasil venceu a Alemanha por 2 a 0, com dois gols de Ronaldo, que ainda marcou seu nome na história como artilheiro da Copa de 2002, com oito gols, e conseguiu se recuperar da atuação que fez na Copa de 98. O Brasil consagrou-se pentacampeão mundial. LOC1: Essa foi a seleção que a professora aposentada Consuela Souza e o estudante Tobias Saldanha mais gostaram de assistir. 47 TEC: SONORA CONSUELA SOUZA [37” a 57”] TEC: SONORA TOBIAS SALDANHA [50” a 1‟33”] TEC: SOBE BG TEC: VINHETA DE PASSAGEM LOC2: Depois de 54 anos, o Brasil será novamente sede da Copa do mundo. O país tem também a chance de ser campeão dentro de casa, levando milhões de brasileiros à loucura na busca pelo hexacampeonato. LOC1: A Copa do Mundo de Futebol Masculino é um evento onde o país literalmente se transforma, se preparando para este evento de uma forma que não é percebida em nenhuma outra manifestação esportiva. Começa a contagem regressiva, o Mundial de 2014 já é o principal assunto nas rodas de conversa. LOC2: As ruas, lojas, praças e escolas serão enfeitadas com faixas, bandeiras, balões e demais ornamentos nas cores da seleção Canarinho. Quando começa a Copa, o país inteiro para durante os jogos da Seleção. Os horários de funcionamento de empresas, indústrias, comércio e setores públicos são modificados para que todos possam assistir, torcer e festejar junto com familiares e amigos. Nesse período os brasileiros ficam ainda mais empolgados, mais fanáticos e mais nacionalistas do que nunca. TEC: SOLTA RADIOTEATRO LOC1: E aí Jorsandra, você acha que em 2014 a seleção brasileira vai vingar a equipe de 1950? LOC2: Eu não sei Naiara, mas o sonho é possível. TEC: SOLTA ÁUDIO COPA DO MUNDO 2014 [00:08 – 01:00] LOC1: O radiodocumentário “Brasil nas Copas: vitórias e decepções da seleção pentacampeã” fica por aqui. Gostaria de agradecer a nossa orientadora Klycia Fontenele, a minha companheira de TCC Jorsandra Cunha, e a todos entrevistados, sem a ajuda de vocês, esse radiodocumentário não teria existido. LOC2: O radiodocumentário “Brasil nas Copas: vitórias e decepções da seleção pentacampeã” é um projeto experimental produzido por Jorsandra Cunha e Naiara Julião, sob orientação de Klycia Fontenele, para a conclusão do curso de jornalismo da Faculdade Cearense. Na técnica de som, locutor da nossa vinheta de passagem e spot, Glauber Sousa. LOC1: A narração feita por Glenda Kozlowski da Copa de 62 e narração de Galvão Bueno da Copa de 94, fazem parte do acervo da Rede Globo de Televisão. A produção 48 do radioteatro contou com a participação de Assunção Frota, Jordão Diógenes e Erick Lima como radioatores. A narração de gol feita por Galvão Bueno se refere o jogo Brasil e México na Copa das Confederações de 2013, acervo Rede Globo de Televisão. 5.2 Roteiro Spot LOC: Na Copa do mundo venha vibrar e se emocionar com a equipe de jornalistas da FAC. Cobertura completa de nossos narradores, repórteres e jornalistas. Não perca nenhum lance. Copa de 2014 é com a FAC. 5.3 Roteiro Radioteatro TEC: SOLTA HINO NACIONAL BRASILEIRO LOC1: Mãe, pai, o jogo já vai começar. LOC2: Espera menino, tô fazendo a pipoca. TEC: SOM DE MILHO ESTOURANDO LOC3: Eu tô indo filho, tô procurando minha blusa da seleção, vou já. TEC: SOM DE APITOS, GRITOS TEC: SONORA DE NARRADOR “COMEÇA O JOGO, ROLA A BOLA...” [9‟44” – 9‟50”] TEC: SONORA DE NARRADOR “É GOOOOOOOOOOOOL DO BRASIL!” LOC 1,2,3: Gooooooool LOC2: Eu sabia, essa taça é nossa. LOC 1,2,3: Gooooooool LOC1: Acabou papai, tô tão feliz de ver pela primeira vez o Brasil ser campeão Mundial. LOC3: É meu filho, passamos por muitos jogos difíceis, muitos não acreditaram, mas agora nós somos hexacampeões. 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao decidirmos abordar a temática da trajetória do Brasil nas Copas do Mundo, nosso objetivo é fazer com que pessoas que se interessem pelo assunto ou tenham curiosidade sobre ele, possam se informar mais, se emocionar e relembrar alguns dos momentos do futebol e da história do nosso país e do mundo. Ao ouvir os relatos dos entrevistados, nós nos emocionávamos também com algumas histórias. Foi esta mesma emoção que procuramos passar para quem ouvir a nosso radiodocumentário, em que mesclamos locuções, sonoras e músicas históricas. No rádio, só é possível estimular um único sentido, que é a audição, com isso, permite-se que o ouvinte aflore sua imaginação, já que cada pessoa tem a capacidade de entender a mesma mensagem de uma forma diferente. Em nossas pesquisas para obtenção de dados, detectamos que no jornalismo esportivo apesar de ser uma área onde deveria abordar assuntos de todos os esportes e exercícios físicos, a maioria das reportagens são focadas no futebol, o esporte mais popular do mundo e jornalistas dessa área são malvistos perante seus companheiros de profissão por ser considerada uma área fácil e que “todo mundo sabe”. Cremos que isso possa ser um estimulo ao diferencial. Todas as dificuldades para a produção do radiodocumentário Brasil nas Copas: vitórias e decepções da seleção pentacampeã foram poucas se compararmos ao nosso crescimento e ao conhecimento que adquirimos. Temos fé que tudo vai dar certo e que a aprovação será o primeiro passo e este trabalho foi o primeiro desafio da nossa vida. Muitos outros virão e vamos enfrentar cada um como se fosse o último, sempre com segurança e dedicação. 50 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Luiz Henrique dos Santos. História do Futebol. Centro de Difusão de Tecnologia e Conhecimento. Brasília, 2012. Disponível em <http://bandalarga.0800.br/wpcontent/uploads/2012/04/historia_do_futebol.pdf> Acessado em 07/03/2013. BARBEIRO, Heródoto e RANGEL, Patrícia. Manual do jornalismo esportivo. São Paulo: Contexto, 2006. BAUMWORCEL, Ana. CD: Um suporte privilegiado para o documentário sonoro. In: INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. (s/d). CAPINUSSÚ, José Maurício. A Linguagem Popular Do Futebol. Rio de Janeiro, 1° edição, 1988. Disponível em < http://www.kilibro.com/book/preview/65508_linguagem-popular-dofutebol> Acessado em 15/10/2012. CYRO, César. Rádio: a mídia da emoção / Cyro César. – São Paulo: Sammus, 2005. CHANTLER, Paul e HARRIS, Sim. Radiojornalismo. São Paulo: Summus, 1998 – (Coleção novas buscas em comunicação ; v. 57). COELHO, Paulo Vinícius. Jornalismo Esportivo. São Paulo, Contexto, 2003. DO PRADO, Daniel Amaral e BENETTI, Waldir. 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Disponível em <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/7702.pdf> Acessado em 11/03/2013. 53 APÊNDICE Roteiro base de perguntas aos entrevistados (jornalistas e torcedores), algumas foram modificadas de acordo com o decorrer da entrevista e nem todas as perguntas foram feitas para todos: 1. Qual o impacto de transmitir uma Copa do Mundo? 2. O que isso significou para sua carreira como jornalista? 3. Qual a diferença de transmissão do rádio e da TV? 4. Que músicas lhe marcaram? Qual a Copa? 5. Qual a melhor seleção brasileira da história? E o jogador? 6. Qual a melhor seleção atual? 7. Quem vai ganhar o Mundial em 2014? 8. Acredita no hexacampeonato brasileiro? 9. Por que o Brasil decepcionou na década de 1980? 10. Você tem alguma tradição antes dos jogos? 11. Onde fica o lado torcedor quando o jornalista entra em ação? 12. Lembra algum fato curioso de jogos, na cidade, na cobertura? 13. De onde veio o gosto pelo jornalismo esportivo? 14. Das Copas que você acompanhou qual foi a mais emocionante? Por quê? 15. Qual a importância da Copa para Fortaleza? 16. Você acha que Fortaleza tem estrutura para receber esse grande evento?