ACOMPANHAMENTO DA PUÉRPERA HIV* Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins Acompanhamento da puérpera HIV* Puerpério Imediato 1. Inibir a lactação através do enfaixamento das mamas com ataduras ou comprimindo-as com um “top” e evitando, com isso, o início da lactação pela estimulação. Esta conduta deve ser mantida por um período de dez dias. Pelas dificuldades enfrentadas pela mulher, após a alta hospitalar, é recomendável que se associe a essa medida, a critério do obstetra, a supressão farmacológica da lactação com cabergolina 0,5 mg, dois comprimidos, VO, em dose única; 2. Entregar, após orientação de preparo, a fórmula infantil em quantidade suficiente para duas semanas, agendando, dentro deste período, uma consulta no serviço de referência para HIV/aids para acompanhamento da exposição ao HIV e na unidade de saúde de origem para puericultura ; Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins Acompanhamento da puérpera HIV* Puerpério Imediato 3. Não há necessidade de isolar a paciente; 4. Manter a mãe e seu recém-nascido em alojamento conjunto, sempre que possível; 5. Encaminhar a mãe para realização da consulta puerperal (no 8º e no 42º dia pós-parto, salvo situações especiais de complicações ocorridas durante o parto e puerpério imediato), para seu acompanhamento clínico e para o planejamento reprodutivo, conforme fluxo estabelecido localmente; 6.Orientar para o sexo seguro (prevenção das DST/reinfecção pelo HIV e gravidez); 7. No caso do parceiro com situação sorológica desconhecida (quando o diagnóstico do HIV foi realizado na maternidade), aconselhar e testar o parceiro; Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins Acompanhamento da puérpera HIV* Puerpério Imediato 8. Pacientes em uso de TARV combinada para tratamento devem, sempre que possível, manter o uso dos anti-retrovirais no pós-parto imediato. Para tanto, a ingestão dos medicamentos deve ser feita com pequena quantidade de água, respeitando ao máximo os horários regulares da tomada dos medicamentos. Mesmo as pacientes submetidas à cirurgia cesariana, desde que não estejam sedadas, poderão fazer uso dos medicamentos; 9. Pacientes em uso de anti-retrovirais para profilaxia da transmissão vertical devem ter os medicamentos suspensos imediatamente após o parto; 10. A equipe de saúde deverá levantar a situação familiar e social, oferecendo apoio psicológico e social, especialmente para as mulheres que tiveram seu diagnóstico de infecção pelo HIV no momento do parto. Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins Acompanhamento da puérpera HIV* Puerpério Imediato 11. Todos os serviços hospitalares obstétricos devem ter acesso ao kit específico para assistência às parturientes portadoras do HIV e aos seus recém-nascidos expostos, utilizando-o segundo as normas técnicas prescritas. 12. Na alta hospitalar, a puérpera e o RN devem ter seus resumos de alta detalhadamente preenchidos e suas consultas de retorno agendadas na UBS de referência e no serviço especializado. 13. É imprescindível o estabelecimento de uma rede de referência e contrareferência que garanta a continuidade da atenção à mulher e seu filho nos serviços de atenção básica e de assistência especializada, Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins Acompanhamento da puérpera HIV* Puérpera com diagnóstico de HIV anterior ou realizado durante a gestação 1. A puérpera portadora de HIV que já tinha conhecimento de seu status sorológico antes do parto deve ter sua situação clínica e imunológica reavaliada, considerando a necessidade de utilização de TARV após o parto. 2. Os ARV prescritos durante o pré-natal para profilaxia da transmissão vertical do HIV, devem ser suspensos, caso os parâmetros clínicos e imunológicos permaneçam estáveis (assintomática com contagem de linfócitos T CD4+ > 350 células) após o parto. O seguimento da mulher após o parto deverá ser realizado na sua unidade de saúde de origem e, quando necessário, na unidade especializada de referência. Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins Acompanhamento da puérpera HIV* Puérpera com diagnóstico de HIV anterior ou realizado durante a gestação 3. Caso a puérpera tenha tido indicação de tratamento (TARV), e não profilaxia, o regime anti-retroviral deve ser mantido após o parto e a puérpera será encaminhada, com consulta agendada, para retorno à unidade especializada de referência. Também será reencaminhada à sua unidade de saúde de origem para realizar a rotina de atenção ao puerpério, planejamento reprodutivo e outras necessidades relacionadas à saúde ginecológica. 5.3 Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins Acompanhamento da puérpera HIV* Puérpera com diagnóstico realizado durante o trabalho de parto 1, A puérpera que desconhecia ser portadora de HIV e teve seu diagnóstico realizado através de testagem rápida durante o trabalho de parto, deve passar por um aconselhamento pós-teste minucioso, considerando-se a situação pouco favorável da realização do oferecimento do teste durante o trabalho de parto. 2. Como sua situação clínico-imunológica é desconhecida, a puérpera tem sua consulta agendada em sua unidade de saúde de origem para 15 dias após o parto, quando será realizado o protocolo inicial de atendimento ao adulto portador de HIV, além da consulta gineco-obstétrica de puerpério. Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins Acompanhamento da puérpera HIV* Em todas as situações Como rotina, deve ser feito: • Orientação para a suspensão da amamentação; • Enfaixamento das mamas, mantendo-o por 10 dias; • Utilização do inibidor de lactação (cabergolina 0,5mg, dois comprimidos, via oral, em dose única); • Registro do uso de inibidor de lactação como parte do monitoramento das ações de prevenção de transmissão vertical. O alojamento conjunto deve ser mantido e reforçado para auxiliar a criação do vínculo do binômio mãe-filho. Ainda na maternidade, deve ser realizada a notificação de gestante HIV + e criança exposta. Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins Acompanhamento da puérpera HIV* Observações No momento da alta da maternidade, entregar à puérpera o relatório das intercorrências do parto, constando os procedimentos e medicamentos utilizados durante o trabalho de parto, parto e pós-parto. Este relatório deverá ser apresentado ao serviço de saúde em sua primeira consulta puerperal. Todas as mulheres devem ser orientadas sobre planejamento reprodutivo antes da alta da maternidade e vinculadas ao programa de planejamento familiar quando de sua chegada à unidade básica de saúde. É recomendável que o retorno da puérpera à unidade de saúde após o parto seja comunicada à maternidade para que este serviço considere o caso encerrado. Caso a puérpera não compareça até 15 dias após a consulta agendada, deve ser acionada busca ativa, seja pela unidade de saúde seja pela maternidade, conforme fluxo estabelecido localmente. Recomendações do Ministério da Saúde Transcrito por Marília da Glória Martins