Energia: Zorrinho avisa que energias renováveis não são uma questão de caridade, mas
de competitividade
Lisboa, 26 mar (Lusa) – O secretário de Estado da Energia e Inovação, Carlos Zorrinho,
afirmou hoje que as energias renováveis não são uma questão de caridade, mas de
competitividade e que será mais competitivo quem tiver mais renováveis.
O governante comentou desta forma à agência Lusa, a ideia defendida pelo empresário e
promotor da energia nuclear Pedro Sampaio Nunes, segundo o qual faria sentido instalar em
Portugal uma central nuclear e criar uma taxa especial para que esta forma de energia
financiasse as eólicas.
Para Carlos Zorrinho, a energia nuclear e outras "energias maduras" devem fundamentalmente
financiar a sua própria evolução tecnológica.
O empresário, em entrevista à Lusa, deu o exemplo da Alemanha, afirmando que a chanceler
Ângela Merkel criou uma taxa especial no nuclear para financiar as eólicas.
“O que faz sentido é que a Comissão Europeia assuma a sua posição de liderança nas
renováveis e invista até ao seu ponto de maturidade” - já atingido pela hídrica e eólica - , disse
o secretário de Estado.
A Europa deve, assim, investir “sobretudo naquelas que ainda não atingiram a maturidade
tecnológica”, frisou.
Zorrinho falava à margem do lançamento de um projeto desenvolvido em parceria com uma
das principais marcas automóveis para levar a 25 cidades portuguesas uma demonstração de
carros elétricos.
No lançamento da iniciativa, em Lisboa, o secretário de Estado afirmou que Portugal está a
fazer “um esforço enorme para não perder o pelotão dos países mais desenvolvidos”, apesar
dos obstáculos criados pela oposição.
O “Eletric Tour” foi classificado por Carlos Zorrinho como um projeto que “mostra bem” a
capacidade de reinventar e liderar do país.
O secretário de Estado frisou que as energias renováveis se tornam ainda mais importantes,
face ao choque petrolífero e à crise do nuclear.
“Já tivemos meses com médias de 72 por cento de renováveis e a rede funcionou”, disse.
O desafio que se coloca presentemente é uma “ligação à mobilidade elétrica”, defendeu,
antecipando que dentro de alguns anos será possível atingir o ponto de “emissões zero”.
A volta ao país em carro elétrico faz, por isso, “todo o sentido” para o governante, por se tratar
de uma iniciativa com uma dimensão territorial “muito forte”, afirmou.
“É algo que vai ter com as pessoas. Não se passa num centro de excelência em Lisboa”,
sustentou.
Segundo o secretário de Estado, até ao final do semestre, haverá 1.300 postos de
abastecimento para veículos elétricos em todo o país.
O ideal, admitiu, será ter um posto de carregamento em cada casa: “Estamos a trabalhar para
isso”.
Carlos Zorrinho referiu que o pioneirismo associado a este projeto significa uma economia mais
saudável - menos importações, mais exportações e menos poluição.
AH (NVI).
Lusa/fim
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