Disciplina de Didáctica da Química I Texto de Apoio Metais e Ligas Metálicas Adaptado de: V. Gil, J. C. Paiva, A. Ferreira, J. Vale, 12 Q - Química 12º Ano, Texto Editores, Lisboa. 2005. Unidade I – Metais 1.1 METAIS E LIGAS METÁLICAS 1.1.1 A importância dos metais Metais por todo o lado A forma como os metais ocorrem na Terra e na história da Humanidade A exploração mineira, o Ambiente e os metais como matérias-primas não renováveis Metais por todo o lado Quando num ensaio de uma orquestra sinfónica o maestro sussurra «…entram os metais», é aos instrumentos metálicos, como as trompas, trompetes e trombones, que ele se refere e não, certamente, à Tabela Periódica dos Elementos, onde cerca de 80% dos lugares são ocupados por símbolos de metais. Quando um jovem vibra num concerto heavy metal, não é de intoxicação por metais pesados, como o mercúrio, o crómio e o cádmio, que se trata. Mudando de registo, quando um doente com anemia tem de tomar ferro, não é de «pregos» que precisa (salvo, se a palavra for tomada no sentido gastronómico), mas de produtos alimentares com compostos de ferro em apreciável quantidade. A palavra «metal» deriva de métallon (que significa mina, em grego) e assume, nos nossos dias, vários significados conforme o contexto em que é utilizada. No âmbito da Química, a palavra «ferro», por exemplo, pode referir-se ao material sólido com esse nome utilizado em múltiplas aplicações – pontes e linhas de caminho de ferro (pois claro), comboios e outras viaturas, edifícios, máquinas agrícolas, instrumentos industriais, mobiliário, utensílios domésticos, etc. – ou aos iões ferro, que por exemplo, intervêm na constituição da hemoglobina (que a vida aguenta), ou fazem parte da ferrugem (que atormenta) (Fig. 1.1). Fig. 1.1 O elemento ferro por todo o lado: vias férreas, utensílios domésticos, ferrugem e células vermelhas do sangue são só alguns exemplos. 10 1.1 Metais e ligas metálicas Como os iões ferro são átomos de ferro com deficiência de electrões, utilizam-se os símbolos Fe2+ e Fe3+ para os seus iões, respectivamente com 2 e 3 electrões a menos em relação ao átomo neutro, Fe. A designação «elemento ferro» aplica-se tanto a átomos Fe (incluindo os seus vários isótopos) como aos iões Fe2+ e Fe3+. O símbolo químico do elemento ferro é Fe, já que a palavra em latim é ferrum. Por exemplo, para um estudante português fixar este símbolo é mais fácil do que para um estudante inglês, espanhol ou alemão, em que a palavra respectiva é iron, hierro e eisen. Para já não falar num estudante chinês, que usa o símbolo Fe e a palavra . www.projectos.TE.pt/links para saber mais sobre... • Eurochem Suponha que, por um imaginário «passe de mágica», todo o ferro da localidade em que vive... simplesmente desaparecia (considere, para já, apenas o material sólido Fe(s) e não o elemento Fe; isto é, admita que continua a existir, com o seu coração a bombear o sangue e a respectiva hemoglobina que leva o oxigénio a todas as células). As cofragens das casas e os pré-esforçados dos pavimentos e telhados perderiam resistência e o resultado seriam brechas em toda a estrutura, que cedo acabaria por ruir. Os automóveis parariam quase irreconhecíveis, transformados num amontoado de flácidos pneus, plásticos diversos e várias peças e revestimentos feitos de outros metais, como o alumínio e o crómio. Olhe à sua volta (pontes, linhas de caminho de ferro, etc.) e logo completará este cenário de destruição, embora, em alguns casos, tenha dúvida se o metal utilizado é ferro ou outro. A tabela 1.1 mostra algumas das principais utilizações de vários metais e seus iões. Nome do elemento Símbolo químico Exemplo de aplicação enquanto metal Exemplo da relevância na forma de ião Alumínio Al Portas e janelas, trens de cozinha, aviões Sulfato de alumínio, Al2(SO4)3; tratamento de águas Cobre Cu Tubagens, fios eléctricos Sulfato de cobre, CuSO4; fungicida Crómio Cr Revestimentos cromados, ferramentas Óxido de crómio (VI), CrO3; tratamento de madeira Ferro Fe Edifícios, automóveis, navios, pontes Óxido de ferro (III) hidratado, Fe2O3.xH2O; ferrugem Ouro Au Joalharia, reserva monetária, revestimento de satélites Prata Ag Joalharia, soldadura Titânio Ti Ferramentas, aviões Complexos de ouro (I) com ácido tiomálico, tratamento da artrite reumatóide Brometo de prata, AgBr; fotografia Óxido de titânio (IV), TiO2; pigmento Tab. 1.1 Relevância prática de alguns metais e seus iões. Os efeitos não seriam muito diferentes dos que acima se descrevem se, por um rapidíssimo «passe de Química», todo o ferro fosse transformado em iões positivos. O termo «oxidado» é o adjectivo correcto para esta transformação. Ferrugem seria o destino imediato do metal e desmoronamento, a consequência inevitável de todas as estruturas móveis ou imóveis dependentes de ferro, já que a ferrugem não possui a consistência do metal, além de que ocupa maior volume. 11 Unidade I – Metais Bem sabemos que a oxidação do ferro é um processo real – e «corrosão» é a palavra que reflecte a carga (semântica) negativa deste fenómeno – mas, felizmente, relativamente lento, sobretudo se forem tomadas algumas medidas anti-corrosão. Sabe a quanto amontam os prejuízos da corrosão metálica em Portugal? As estimativas apontam para 4-6% do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, cerca de 3 mil milhões de euros! Mas, para não se terminar estes primeiros parágrafos num registo negativo, é bom lembrar que, além de haver formas de contrariar a corrosão dos metais, também há oxidações úteis, como sucede com a obtenção de corrente eléctrica a partir de pilhas (Fig. 1.2). O Capítulo 1.2 abordará estes assuntos, na dupla perspectiva dos conceitos químicos e da prática laboratorial. B A Fig. 1.2 A oxidação dos metais está na origem de fenómenos indesejáveis de corrosão (A) mas também é muito útil na obtenção de corrente eléctrica a partir de pilhas (B). A forma como os metais ocorrem na Terra e na história da Humanidade A história da Humanidade está intimamente relacionada com o aparecimento de novos materiais e novas técnicas. Os metais desempenham um papel fundamental nesta evolução histórica. Este facto não constitui admiração já que os metais constituem cerca de 80% dos elementos químicos conhecidos (Fig. 1.3). No entanto, o seu uso é relativamente recente, porque, na sua maior parte, os metais não se encontram livres na natureza mas combinados com outros elementos, em regra oxigénio ou enxofre, formando compostos de onde têm de ser extraídos. G 1 1,01 Hidrogénio Li S 5 Be Semi-metais 6,94 9,01 Lítio Berílio S 12 S 11 19 Magnésio S 20 S 21 K 4,00 Hélio G 10 G Ca S 24 S 25 S 27 S 26 S 6 S 7 G 8 G 9 B C N O F Ne Al Si P S Cl Ar 20,18 10,81 12,01 14,01 16,00 18,99 Néon Boro Carbono Azoto Oxigénio Flúor G 18 G S 15 S 16 S 17 S 14 13 Não-metais Na 22,99 Mg24,31 Sódio He Metais S 4 3 G 2 H S 28 S 30 39,95 26,98 28,09 30,97 32,06 35,45 Alumínio Árgon Silício Fósforo Enxofre Cloro S 31 L 36 G L 32 S 34 S 35 S 33 S 22 S 23 Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe Sc S 29 65,39 83,80 39,10 54,94 69,72 40,08 55,85 72,61 44,96 58,93 74,92 47,87 58,69 78,96 50,94 63,55 79,90 51,99 Zinco Crípton Potássio Manganês Gálio Escândio Cálcio Ferro Germânio Cobalto Arsénio Titânio Níquel Selénio Vanádio Cobre Bromo Crómio S 49 S 43 S 45 S 40 S 47 S 39 S 42 S 54 S 38 S 50 G S 51 S 46 S 41 S 48 S 52 S 53 44 37 Rb 85,47 Sr Rubídio 55 87,62 Estrôncio L 56 S Cs 132,91 Ba137,33 Césio 87 Fr Bário L 88 (223) Frâncio S Ra (226) Rádio Y 57 88,91 Ítrio * S La 138,91 Lantânio 89 *S * Ac (227) (98) 112,41 114,82 131,29 101,07 118,71 102,91 91,22 121,75 106,42 127,60 92,91 107,87 126,90 95,94 Cádmio Xénon Índio Ruténio Estanho Ródio Zircónio Antimónio Paládio Telúrio Nióbio Prata Iodo Molibdénio Tecnécio S 75 S 77 S 78 S 73 S 76 S 74 S 80 L 81 S 79 S 82 S 83 S 84 G S 85 S 86 72 Hf 178,49 Ta 180,95 W 183,84 Re 186,21 Os 190,23 Ir Háfnio Tântalo Rénio Tungsténio 107 Ósmio 108 192,22 Irídio Platina 104 105 106 Rf Db Sg (263) Bh (264) Hs (265) Mt (268) Ds (261) Rutherfórdio (262) Dúbnio Bóhrio Seabórgio 109 Pt 195,08 Au196,97 Hg 200,59 Tl Hássio Ouro 111 110 Meitnério (269) Darmstádio 204,38 Tálio Mercúrio 112 Chumbo 114 (209) Polónio Bismuto S Uuq Uuu(272) Uub(277) Ununúnio Pb207,20 Bi 208,98 Po (285) Ununquádio Unúmbio At (210) Astato A maioria dos elementos da Tabela Periódica são metais. 12 S 59 58 S 60 S 61 62 Ce140,12 Pr 140,91 Nd144,24 Pm(145) Sm Cério 90 Praseodímio Neodímio Promécio S 93 S 91 S 92 Th232,04 Pa231,04 U Tório Protactínio 238,03 Urânio S 63 150,36 Samário 118 Uuh(289) Uuo(293) Ununhéxio Ununóctio 94 S 64 S 65 S 66 95 Gadolínio Térbio 97 96 Disprósio 98 Cf Np (237) Pu (244) Am(243) Cm (247) Bk (247) Neptúnio Plutónio S 67 S 68 S 69 S 70 S 71 S Eu151,96 Gd Tb158,93 Dy162,50 Ho164,93 Er 167,26 Tm168,93 Yb173,04 Lu174,97 157,25 Európio Amerício Cúrio Berquélio (251) Califórnio Hólmio 99 Es (252) Einstêinio Érbio 100 Túlio 101 Itérbio 102 Lutécio 103 Fm (257) Md (258) No (259) Lr Férmio Mendelévio (222) Rádon 116 Actínio Fig. 1.3 Rn Nobélio (262) Laurêncio Unidade I – Metais Ligas metálicas Outra consequência directa da estrutura dos metais é a possibilidade de se formarem ligas metálicas, normalmente misturas homogéneas de um metal com um ou mais elementos metálicos ou não metálicos. Trata-se, então, de verdadeiras soluções sólidas, obtidas a partir da mistura dos componentes fundidos, seguida de arrefecimento. Com efeito, é fácil imaginar a substituição de alguns cernes na estrutura do metal principal, normalmente um metal de transição, por átomos de outros elementos, mantendo-se, na essência, o «mar» de electrões. Alternativamente, quando os raios atómicos são muito diferentes, os átomos mais pequenos ocupam os intervalos entre os maiores (ligas metálicas intersticiais). Os metais predominantes nas ligas metálicas são metais de transição. Por exemplo, o bronze é uma liga de cobre e estanho. A tabela 1.4 mostra os principais componentes de várias ligas e aplicações destas. Fig. 1.24 Imagem obtida por microscopia de efeito túnel de átomos de ouro sobre um substracto de grafite. Questão 1.9 Tab. 1.4 Ligas metálicas: principais componentes e algumas aplicações. 32 Tipo de liga Composição Aplicações Aços Ferro + carbono (0,2% - 2%) Construção civil, indústria metalomecânica, ferramentas Aço inox Ferro + crómio (+ níquel) Peças de máquinas, tubagem, utensílios, ferramentas Amálgamas Mercúrio + outro metal Deposição de metais em camada delgada, medicina* Bronze Cobre + estanho Peças para navios, parafusos, escultura, objectos decorativos Constantan Cobre + níquel Termopares metálicos, resistências eléctricas Cuproníquel Cobre + níquel Tubagens, moedas Duralumínio Alumínio + cobre Aeronáutica, automóveis de competição. Latão Cobre + zinco Construções metálicas, utensílios Nitinol Níquel + titânio Medicina, segurança contra incêndios, armação de óculos, joalharia Ouro amarelo Ouro + prata + cobre Joalharia, cunhagem de moeda Ouro branco Ouro + zinco + cobre ou ouro + níquel + paládio Joalharia Solda Chumbo + Estanho Soldadura *Até há bem pouco tempo, usavam-se amálgamas de prata na obturação de dentes. Porém, a demonstração de que libertavam mercúrio, altamente tóxico, viria a conduzir à sua substituição por compósitos cerâmicos. 1.1 Metais e ligas metálicas Há, em princípio, uma infinidade de possibilidades para a composição, qualitativa e quantitativa, de ligas metálicas, umas mais interessantes do que outras em termos de aplicações práticas. Por exemplo, uma liga de ferro e carbono, com cerca de 4% deste elemento, tem pouco interesse prático por ser muito quebradiça. Já com uma percentagem de 0,1% de carbono, é possível fabricar arames finos, como sucede com os vulgares clips e agrafos. Com 1% de carbono, obtém-se uma liga ainda mais resistente, utilizada, por exemplo, em arames para estruturas como pneus de automóveis. A adição de outros componentes em pequena proporção pode conduzir a propriedades bastante diferentes. Por exemplo, a presença no aço, de metais como manganésio (ou manganês), Mn, molibdénio, Mo, tungsténio (ou volfrâmio), W, e vanádio, V (para além de Cr e Ni que intervêm no aço inox) permite obter ligas extremamente resistentes como as necessárias, por exemplo, ao fabrico de ferramentas (Fig. 1.25). Parte desta resistência é devida à formação de carbonetos, designadamente com W e V; trata-se de microcristais formados por associação de átomos de carbono com átomos do metal. A inclusão de chumbo (baixo ponto de fusão) na constituição do bronze torna o material menos duro. Note-se que o próprio ouro de joalharia não é ouro puro, visto que o ouro puro é relativamente quebradiço. Com a adição de prata e cobre obtém-se um material mais dúctil. O ouro puro designa-se por ouro de 24 quilates (24 K). Fig. 1.25 As chaves de parafusos têm frequentemente indicação da presença de crómio e vanádio. O ouro puro é por vezes encarado como representando o ouro de lei. Trata-se de uma associação infeliz dado que o ouro de lei refere-se a qualquer tipo de ouro permitido pela lei. Há vários anos atrás, o ouro de lei em Portugal referia-se ao ouro 19,2 K. Actualmente este não é o único. Ao «ouro» de 18 K corresponde uma percentagem de ouro de 75% (18/24 = 0,75) e ao «ouro» de 14 K uma percentagem de 58% (14/24 = 0,58). Determinadas inscrições denominadas marcas de contrastaria permitem identificar a percentagem de ouro numa jóia ou peça. O nitinol é um exemplo de liga metálica com efeito de «memória de forma». Outros exemplos são ouro + cádmio, cobre + alumínio e cobre + alumínio + níquel. Trata-se de materiais que, ao serem submetidos a uma deformação, são capazes de, espontaneamente, recuperar a forma original através de aquecimento moderado. O princípio básico deste fenómeno é a ocorrência de uma mudança brusca da rede cristalina dos átomos quando o material é deformado (pode falar-se de uma mudança de fase, mantendo-se o mesmo estado físico de agregação: sólido). Posteriormente, ao ser aquecido, esta nova estrutura deixa de ser estável, e o material volta à forma original. Também na produção de moedas se conjugam vários metais para obter as propriedades desejadas. A Actividade Laboratorial AL 1.1 – Composição de uma liga metálica – propõe a análise da composição de ligas metálicas em moedas. ACTIVIDADE LABORATORIAL 33 Unidade I – Metais O arame que se «lembra» da sua forma Fig. 1.26 Ligas metálicas usadas em cirurgia (cortesia Admedes, Alemanha). A propriedade de um arame da liga ««Nitinol» adquire, por aquecimento, a forma que lhe tenha sido conferida anteriormente (em frio, seguida de aquecimento) deve-se à existência de duas fases cristalinas: uma estável a temperaturas baixas e outra a temperatura alta. Esta potencialidade de «memória dos metais» é usada em cirurgia, quando é necessário que certas próteses cirúrgicas sejam inseridas no organismo num formato diferente daquele que interessa que tenham mais tarde, à temperatura corporal. Cristais metálicos e não-metálicos As estruturas dos metais, anteriormente consideradas, constituem exemplos simples de estruturas cristalinas, pois trata-se de átomos de um único elemento organizados de forma contínua, embora em diferentes tipos de empacotamento regular: cristais metálicos. As outras substâncias elementares não-metálicas sólidas dividem-se em duas categorias, consoante as unidades estruturais sejam moléculas ou simplesmente átomos ligados covalentemente uns aos outros de forma contínua. O iodo, I2 (s) é um exemplo da categoria de cristais moleculares, e o diamante, C (s) um exemplo da categoria de cristais covalentes. Os compostos sólidos cristalinos podem ser estruturas covalentes gigantes, como a sílica (fórmula empírica, SiO2), cristais moleculares como o gelo, ou cristais iónicos, como o cloreto de sódio, NaCl (s), com iões Na+ e Cl– organizados alternada e regularmente no espaço. Em resumo, temos: • Cristais metálicos • Cristais não-metálicos: – Cristais iónicos; – Cristais covalentes; – Cristais moleculares. Cristais iónicos Os cristais iónicos são constituídos por um arranjo contínuo tridimensional de iões positivos e iões negativos, frequentemente com uma base estrutural cúbica, em que as atracções de iões de carga contrária superam as repulsões entre iões de igual carga. A figura 1.27 mostra a estrutura do cloreto de sódio em dois modelos. Podemos supor um cubo cujos vértices e centros de faces são ocupados pelos núcleos de Cl– e os meios das arestas e o centro do cubo ocupados pelos núcleos Na+. Como cada ião está rodeado de 6 iões de carga oposta, diz-se que se trata de um exemplo de coordenação 6:6. 34