Introdução à Cristalografia e Defeitos Cristalinos – Parte 2 COT – 741: Princípios de Deformação Plástica Os Estados da Matéria Sólido; Líquido; Gasoso; Plasma. Cristalinos; – Sólidos; – Líquidos. Amorfos – – – – Sólidos; Líquidos; Gasosos; Plasma (?). Cristalinos São aqueles que apresentam ordenação atômica de longo alcance; Nos sólidos essa ordenação atômica é observada tridimensionalmente; Para os líquidos, o agrupamento das moléculas que o compõe pode apresentar certa ordenação em uma direção. Cristais Líquidos Para saber tudo sobre física e química dos cristais líquidos visite: http://plc.cwru.edu/tutorial/enhanced/files/lc/Intro.htm Para saber mais sobre defeitos em cristais líquidos consulte o livro “The Structure of Materials” Amorfos Não apresentam ordenação atômica de longo alcance, somente de curto alcance; Nos líquidos essa ordenação é instantânea. Alguns pontos isolados apresentam ordenação. Instantes depois essa ordenação desaparece, surgindo em outro lugar; Nos sólidos amorfos produzidos por solidificação rápida, a estrutura instantânea de um líquido é mantida, logo, pontos de ordenação atômica de curto alcance estão presentes; Gases não apresentam ordenação atômica de nem de curto nem de longo alcance; Plasmas são mais complicados... Ligas Metálicas Amorfas Costumam apresentar propriedades mecânicas únicas, como dureza elevadíssima; Deformam-se plasticamente de uma maneira diferente dos materiais cristalinos; Possuem propriedades magnéticas muito superiores aos metais e ligas cristalinas. Um texto introdutório sobre deformação plástica em ligas metálicas amorfas pode ser obtida clicando aqui. Resistência Teórica dos Metais Cristalinos Para deformar plasticamente é necessário deslizar planos atômicos uns sobre os outros; Isso é obtido pela mudança de posição simultânea de átomos de uma posição perfeita da rede para uma outra; Estes cálculos forma feitos inicialmente por Frenkel em 1926. a b Rede cristalina perfeita. Para deformá-la plasticamente é necessário quebrar todas as ligações atômicas num plano (representadas em vermelho). = tensão cisalhante aplicada Gb 2x sen 2a b G = módulo de cisalhamento b = espaçamento cisalhamento entre átomos na direção de a = espaçamento entre as camadas de átomos x = translação das duas camadas de átomos de sua posição de equilíbrio Gb 2x sen 2a b b G te a 2 A função senoidal é periódica em b e se reduz para a lei de Hook para pequenas deformações x/a, logo sen (2πx/b)≈(2πx/b). O valor de máximo é então a tensão cisalhante crítica teórica te. O valor será máximo quando sen = 1. Expressões mais realistas nos fornecem te≈ G/30. Embora sejam cálculos aproximados, esses valores são diversas ordens de grandeza maior do que os observados em materiais reais. POR QUÊ? Valores Teóricos vs. Práticos Material Alumínio Latão (70-30) Cobre Níquel Aço 1020 Titânio Módulo de Cisalhame nto (MPa) te≈ G/30 (MPa) Tensão Lim. Escoame nto (MPa) 25000 37000 46000 76000 83000 45000 833 1233 1533 2533 2766 1500 35 75 69 138 180 450 Tensão Lim. Resist. à Tração (MPa) 90 300 200 480 380 520 Dados retirados de W. D. Callister, Jr. “Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução”. LTC Editora, Rio de Janeiro, 2002. Discordâncias e Cristais Perfeitos Somente em 1934, Orowan, Polayni e Taylor conseguiram diferenciar, independentemente, os valores práticos dos teóricos, levando em conta a presença de defeitos nos cristais; Há poucos anos foi desenvolvido um material metálico virtualmente livre de defeitos, os Whiskers. Estes materiais quando submetidos a um carregamento externo apresentam resistência da ordem de grandeza da resistência teórica proposta para um cristal perfeito.